Museu de Dresden sem seguro para roubo de 1000 milhões

  • ECO Seguros
  • 28 Novembro 2019

Como instituição pública, o museu Grünes Gewölbe não tinha cobertura para a sua coleção permanente, reservando esse investimento apenas para quando emprestam obras de arte.

As peças roubadas na segunda-feira do museu Grünes Gewölbe, em Dresden, na Alemanha, e avaliadas em 1000 milhões de dólares não estavam cobertas pelo seguro.

Segundo a Bloomberg o estado alemão da Saxónia, proprietário do museu, não tinha seguro, uma prática comum nos museus públicos pois, no longo-prazo, o valor dos prémios a pagar excede o potencial de danos.

Julia Ries, responsável pelo segmento de artes e jóias na seguradora Ergo Group AG, afirmou que embora os museus públicos façam seguros para obras de arte que emprestam a outras instituições, muitas vezes não seguram as suas coleções permanentes. “Os orçamentos dos museus públicos são limitados”, disse.

De acordo com as informações divulgadas pelas autoridades foram roubados três conjuntos de jóias do século XVIII com diamantes, uma espada com pedras preciosas, diversos broches e medalhões e o colar de pérolas de uma rainha.

Apesar de as autoridades oficiais não terem divulgado nenhum número, o jornal alemão Bild estima em 1000 milhões de euros o valor das peças roubadas.

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COSEC vai ajudar curso de negócios internacionais do ISCAL

  • ECO Seguros
  • 28 Novembro 2019

Definição estratégica da licenciatura em Comércio e Negócios Internacionais e presença de representantes da Companhia em seminários e aulas abertas são contributos da seguradora de crédito.

A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos e o ISCAL – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa estabeleceram um protocolo de colaboração no âmbito da Licenciatura em Comércio e Negócios Internacionais.

Este protocolo prevê, nomeadamente, a participação da COSEC na definição estratégica do curso e a presença de representantes da Companhia em seminários, aulas abertas e outros eventos.

Maria Celeste Hagatong, presidente do Conselho de Administração da COSEC, considera a colaboração com instituições de ensino superior “um eixo estratégico de atuação”, destacando a parceria com o ISCAL, “uma instituição de referência no país”, afirma. Para a gestora “este protocolo permitirá um contributo na adequação dos cursos às necessidades das organizações, divulgando o potencial dos produtos de seguro de créditos ao serviço do tecido empresarial”.

Orlando Gomes, presidente do ISCAL, refere os benefícios mútuos do fortalecimento das relações institucionais entre Universidades e Empresas concluindo que o protocolo, “vai permitir-nos enriquecer a formação de nível superior que prestamos a futuros decisores de empresas nacionais e internacionais”.

A COSEC irá ainda apoiar os alunos da instituição no desenvolvimento de trabalhos académicos, através da disponibilização de informação e da realização de reuniões de trabalho.

A COSEC é uma empresa de capitais privados repartidos equitativamente pelo Banco BPI e pela Euler Hermes, operadora em seguro de créditos que está presente em mais de 52 países.

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BCP afunda 2,5% e arrasta PSI-20 para “terreno” negativo

O banco foi um dos principais pesos no PSI-20, que cedeu 0,72% e apresentou perdas superiores aos pares europeus. Também a Jerónimo Martins penalizou o índice de referência nacional.

O BCP protagonizou a maior queda do PSI-20 devido à perspetiva de que não receba dividendos relativos a 2019 da subsidiária polaca. O banco liderado por Miguel Maya desvalorizou 2,54% — a maior queda diária em dois meses — para 0,1998 euros por ação, tendo terminado a sessão a valer menos de 20 cêntimos pela primeira vez em mais de um mês.

O regulador do mercado na Polónia, o KNF, deverá manter os requisitos chave para a distribuição de dividendos nos bancos com maior volume de empréstimos em moeda estrangeira, continuando a limitar o pagamento de lucros aos acionistas. Um dos mais expostos é o Bank Millennium, detido a 50,1% pelo BCP.

“Nas nossas atuais estimativas, não esperamos que o Bank Millennium pague dividendo com base nos resultados de 2019 e esperamos um payout de 20% dos resultados de 2020“, referiu o KNF no guia anual de dividendos para o setor da banca, a que a Bloomberg teve acesso. Além da queda do BCP na bolsa de Lisboa, o Bank Millennium perdeu 3,7% na bolsa polaca.

BCP cai para o valor mais baixo desde 22 de outubro

O banco foi um dos principais pesos no PSI-20, que cedeu 0,72% para 5.151,35 pontos. “A bolsa nacional terminou o dia em terreno negativo, apresentando perdas um pouco superiores às dos seus pares europeus. A deterioração da conjuntura externa agravou a fraqueza de alguns títulos nacionais. Entre esses títulos figuram o BCP e a Mota-Engil”, apontam os analistas do BPI, numa nota de fecho do mercado.

A Pharol teve uma perda expressiva (2,21%), tal como a Mota-Engil (1,69%) e a Nos (1,25%). Já a Jerónimo Martins foi negativamente influenciada pela decisão dos analistas da UBS de cortarem o preço-alvo das ações para 15,50 euros (contra os anteriores 16,00 euros) e perdeu 1,02% para 14,62 euros por ação.

Em sentido contrário, escaparam às perdas apenas duas cotadas ligadas ao setor do papel e pasta de papel — a Altri, que ganhou 0,97%, e a Navigator, que avançou 0,45% –, bem como a Corticeira Amorim, que subiu 0,56%.

Lisboa não fugiu, assim, à tendência de perdas pela Europa. Num dia de fracos volumes de negociação devido ao fecho de Wall Street (em observância do feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças), o vermelho foi a cor dominante.

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o projeto de lei que apoia os manifestantes em Hong Kong. Apesar de a decisão ser já esperada pelos investidores, poderá ter impacto nas negociações comerciais entre os EUA e a China, o que penalizou o sentimento. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,16%, enquanto o alemão DAX perdeu 0,35%, o francês CAC 40 cedeu 0,28% e o espanhol IBEX 35 deslizou 0,03%.

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Lufthansa à frente para entrar no capital da TAP

David Neeleman garante que está comprometido com o futuro da TAP, mas em simultâneo estão abertas negociações com vários interessados. E a Lufthansa está à frente.

David Neeleman garante que está “totalmente comprometido com o futuro da TAP” e o ministro Pedro Nuno Santos diz que não sabe “de nenhuma saída do acionista privado” da companhia… mas a história é outra. Neeleman tem aberto um concurso informal para a venda da sua participação na companhia, confirmou o ECO junto de diversas fontes que conhecem o processo. E a companhia aérea alemã Lufthansa é a que está à frente nas discussões com o consórcio privado liderado por Neeleman para entrar no capital da TAP.

A possível entrada de um novo acionista na TAP não é de hoje. Em 2018, David Neeleman tentou a operação de dispersão de capital, que só pode avançar sob determinadas condições financeiras, nomeadamente uma valorização da companhia de 600 milhões de euros. O Governo rejeitou essa alternativa de capitalização da TAP, porque isso obrigaria também o Estado a reduzir a sua posição de 50%, o que António Costa não aceitava. Depois, com as eleições em 2019, a possibilidade de uma venda parcial de capital ficou definitivamente adiada.

O que não ficou adiado foi o crescendo de tensão entre o Governo e David Neeleman, com Humberto Pedrosa a desempenhar o papel de ponte entre os dois lados, e não por acaso. Pedrosa é dono da Fertagus, o operador que tem a concessão ferroviária do Tejo e a renovação do contrato depende, claro, do Governo. Esta tensão foi agravada com os prejuízos de 118 milhões em 2018 e, depois, pelo episódio dos prémios atribuídos a quadros da empresa sem o conhecimento do conselho, onde se sentam os representantes do Estado, liderado por Miguel Frasquilho. E desde esse momento, a decisão de Neeleman é a de vender a sua posição… ao preço que quer, e não ao preço que o Governo gostaria que o empresário vendesse.

Nem o Governo quer a continuidade de David Neeleman, nem Neeleman quer continuar na TAP. Aliás, no comunicado divulgado esta terça-feira, é o próprio empresário a reconhecer que o caminho tem sido mais difícil do que pensava: “Com todo este investimento no crescimento, os resultados para os acionistas não têm sido tão rápidos como gostaríamos”. Neeleman e a sua equipa de gestão executiva, liderada por Antonaldo Neves, esperavam já ter lucros para apresentar, tendo em conta as novas rotas, os novos aviões, o aumento do número de passageiros. Mas nos primeiros nove meses, os prejuízos foram de 111 milhões de euros. E mesmo com um último trimestre que estará a correr acima do previsto no orçamento, a TAP voltará a fechar o ano com prejuízos. Resta saber qual será o valor.

Os contactos com a Lufthansa têm meses, e como diz uma fonte da área financeira o ECO, “se não houvesse interesse de parte a parte, não haveria contactos”. O problema, claro, é a diferença de preço entre o que quer Neeleman e o que oferece a companhia alemã. A Lufthansa está à frente nas negociações, mas não fez qualquer ‘binding offer’. E há outros candidatos, como a United Airlines, com relações privilegiadas com Neeleman, que mostraram interesse em avaliar a compra de parte do capital da companhia de bandeira portuguesa.

Do lado dos alemães está o Governo. Em privado, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já manifestou o desejo de ver a Lufthansa como acionista da TAP, e a saída de Neeleman e da equipa de gestão executiva. E é também por causa desta preferência do Governo que a Lufthansa considera ter um ‘upside’ de negociação em relação a outras companhias.

"Com todo este investimento no crescimento, os resultados para os acionistas não têm sido tão rápidos como gostaríamos.”

David Neeleman

Acionista norte-americano da Atlantic Gateway

“Neste momento está tudo em aberto”, garante outra fonte. O consórcio Atlantic Gateway, que tem David Neeleman e Humberto Pedrosa, controla 45% do capital da TAP, entrou em 2015, inicialmente com 66% do capital e, posteriormente, depois de uma renegociação com o Governo de António Costa, desceu a sua posição para 45%, enquanto o Estado passou a ter 50%, ficando os restantes 5% nas mãos dos trabalhadores. Pelo meio, Neeleman fez uma operação com a Airbus, que permitiu trocar aviões já comprados e ainda em lista de produção por outros, o que permitiu ao empresário um encaixe significativo. Os críticos dizem, mesmo, que foi assim que Neeleman financiou a sua entrada na TAP em 2015, quando investiu 350 milhões, dos quais 20 milhões foram receita direta do Estado.

“Atualmente a TAP tem acionistas privados totalmente comprometidos com o plano de crescimento que tem vindo a ser implementado. Eu, pessoalmente em conjunto com a Azul, empresa que eu controlo, acreditamos no futuro da TAP e detemos hoje direitos equivalentes a mais de 70% dos direitos económicos da TAP”. Esta afirmação, no comunicado de Neeleman, também reflete uma indireta ao Governo. É que apesar de ter 50% das ações, mas a responsabilidade sobre a totalidade da dívida, não tem administradores executivos e, sobretudo, não tem os respetivos direitos económicos.

Quais são os números que Neeleman tem para apresentar aos potenciais novos acionistas? Cinco pontos, segundo as contas do próprio empresário:

  1. A TAP passou de cerca de 10 milhões para mais de 17 milhões de passageiros (+65%)
  2. A TAP passou de 77 para 102 aviões (+36%), com frota renovada, de de 81 aeroportos de destino para 94 (+13%) e de 110 mil voos para 137 mil (+25%)
  3. A TAP passou de de 2,4 mil milhões de receita para 3,4 mil milhões (+40%)
  4. O peso da dívida em 2015 era 11 vezes o EBITDA, sendo agora entre 5/6 vezes, confirmando um processo de desalavancagem da empresa.
  5. A TAP contratou em Portugal cerca de 3.000 colaboradores

No comunicado divulgado publicamente, David Neeleman afirma que “especulações e outro tipo de manobras em nada ajudam” a TAP e o seu processo de reestruturação. E também não ajudam à venda de capital a um novo acionista, seja ele qual for.

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Big Brother fiscal? Governo garante que informação dos contribuintes é “bem guardada e bem usada”

  • Lusa
  • 28 Novembro 2019

O secretário de Estado dos Assuntos Ficais diz que o Fisco "tem sabido guardar bem a informação que tem" e acrescenta que o Governo está a "trabalhar" na seleção dos dados confidenciais das empresas.

O secretário de Estado dos Assuntos Ficais garantiu esta quinta-feira que a informação dos contribuintes é “bem guardada e bem usada” pelo fisco, adiantando estar a “trabalhar” na seleção dos dados confidenciais das empresas a encriptar no ficheiro contabilístico SAFT-T.

“A Autoridade Tributária tem sabido guardar bem a informação que tem”, afirmou António Mendonça Mendes, à margem da apresentação, esta quinta-feira, em Lisboa, do estudo “Obrigações fiscais do setor da distribuição” pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

A criação de um big brother fiscal tem preocupado as associações empresariais, nomeadamente a da Serra da Lousã (AESL) que, em junho, veio a público exigir a revogação da norma que vai permitir à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) acesso ao que chama de “políticas confidenciais” das empresas.

O governante, no encerramento do encontro, enalteceu o papel da confiança na relação entre contribuinte e fisco e anunciou a intenção do executivo de “estimular” essa relação com os contribuintes, particulares e empresas.

“Estamos a trabalhar na informação que deve ser encriptada”, explicou o governante, salientando que, para se ter uma “boa justiça fiscal, tem de haver uma relação de “confiança e eficiência” entre o fisco e os contribuintes, referindo ainda o “esforço” do Governo em “eliminar obrigações [fiscais] redundantes”.

António Mendonça Mendes sublinhou a necessidade de o fisco obter informação dos contribuintes para fazer um bom trabalho: “Não seria possível o IRS automático se a AT não tivesse a informação, assim como o pré-preenchimento da IES”, Informação Empresarial Simplificada.

O SAF-T é um ficheiro de auditoria fiscal extraído dos programas informáticos de contabilidade, que contém a informação contabilística das empresas, e a sua submissão prévia à AT vai permitir o preenchimento automático prévio de vários campos dos Anexos A e I da IES, obtendo-se uma simplificação para a entrega desses anexos.

Através do Decreto-Lei 87/2018, publicado em outubro, e legislação conexa, o Estado promove uma simplificação do preenchimento dos anexos A e I da Informação Empresarial Simplificada (IES), obrigando as empresas e os empresários em nome individual a entregarem as bases de dados da sua contabilidade.

A Associação Nacional de Contabilistas promoveu uma petição, que recolheu mais de 11 mil assinaturas, e que levou o SAFT da contabilidade , mais uma vez, a ser discutido pelos deputados.

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TAP estima constrangimentos e perda de 12 milhões de receita com seis meses de obras na Portela

  • Lusa
  • 28 Novembro 2019

A TAP estima que a perda associada às obras no aeroporto Humberto Delgado se situe em, pelo menos, 12 milhões de euros e volta a sublinhar que tem reservas quanto às duas saídas rápidas do aeroporto.

A TAP estima que a perda de receita associada às obras no aeroporto de Lisboa no primeiro semestre de 2020 se situe em 12 milhões de euros e antevê a possibilidade de constrangimentos, como cancelamentos ou atrasos de voos.

Em 19 de novembro, a ANA – Aeroportos de Portugal anunciou que em janeiro começam obras para a criação de duas saídas rápidas de pista no Aeroporto Humberto Delgado, o que implica o encerramento da infraestrutura entre as 23h30 e as 05h30 até junho.

A TAP estima que a perda de receita associada ao período de obras no aeroporto se situe em, pelo menos, 12 milhões de euros, fruto da redução ou eliminação dos voos vendidos com ligação em Lisboa e redução do número de passageiros que voam com a TAP, no âmbito do seu modelo de operação como companhia de ‘hub’ baseado no Aeroporto Humberto Delgado”, disse o Chief Operating Officer (COO) da TAP, Ramiro Sequeira, à Lusa.

O responsável da TAP disse à Lusa que o calendário e período de obras recentemente anunciados foram coordenados entre as várias entidades e as companhias aéreas e que em resultado disso “já não foram atribuídas faixas horárias para operação durante o período previsto de fecho da pista: 23h30 às 05h30, horas locais, em todas as noites de domingo a quinta-feira, entre os dias 06 de janeiro e 30 de junho.

Com isto, a TAP “não pôde programar nenhum voo para operar dentro desse horário, tendo já procedido à reorganização da sua rede, de forma a acomodar da melhor forma possível essa alteração e reduzir, ainda que não eliminando totalmente, o impacto financeiro que a mesma acarreta para a companhia aérea”, afirmou Ramiro Sequeira.

A companhia aérea de bandeira lembra, contudo, que concorda com a necessidade de obras no aeroporto em Lisboa, apesar de nestas especificamente ter “reservas sobre a solução técnica” das duas saídas rápidas de pista que vão ser construídas – obra que garante que a ANA lhes disse ser uma primeira fase –, pois dadas questões técnicas, como a configuração dos seus aviões, por exemplo, “dificilmente irá usar a saída rápida da pista mais utilizada” deste aeroporto, a pista 03.

“Concordamos que tem que haver obra, tem é que haver a obra certa”, referiu.

“O nosso ponto é: se há essa perda de receita, se vamos fazer este esforço e no próximo verão de 2020 temos a saída rápida que a TAP precisa e que o país precisa, está tudo ‘ok’. A questão é: vai haver a obra, vai haver a reposição de horários, vai haver uma falta de receita de 12 milhões para algo que depois em 2020 não vai ter utilidade. Não vai trazer benefícios nem para a TAP e há de trazer, talvez, para algumas companhias, mas a ver vamos”, disse.

A TAP “propôs, aos vários stakeholders, que fosse reduzida a duração do fecho noturno do aeroporto (aliviando assim as perdas por parte dos operadores), ao mesmo tempo que se dilataria o prazo de conclusão das obras, de forma a também permitir a execução da segunda fase [das obras], já reconhecida pela ANA como necessária para a obtenção de maior eficiência nas operações de aterragem e descolagem no Aeroporto de Lisboa”, mas “essa proposta não obteve aceitação” pela gestora dos aeroportos nacionais, disse Ramiro Sequeira.

Assim, o COO da TAP sublinha ser “fundamental ter em conta que não foram aferidos os potenciais custos, tanto para as diversas companhias aéreas em geral e TAP em particular, como para o país e economia nacional, gerados pela disrupção não planeada durante este mesmo período de obras”.

O ponto para a TAP é que não é possível quantificar ainda, mas ter-se-á que ter em conta, atrasos decorrentes de motivos meteorológicos, constrangimentos de controlo de tráfego aéreo ou outras influências externas aos operadores durante o período de obra.

“É possível antecipar que se venham a ajustar voos diariamente, sempre que um atraso impossibilite a aterragem ou descolagem de um voo antes do fecho do aeroporto para as obras, provocando cancelamentos ou redirecionando os voos para outros aeroportos que não Lisboa. Infelizmente, protelar o início diário das obras na pista impacta também negativamente a sua data de término, pelo que o efeito bola de neve provocado por esses atrasos poderá, apesar de todos os esforços em contrário das companhias aéreas, ser sentido pelos seus passageiros e público em geral”, explica Ramiro Sequeira.

É um problema que não está quantificado, nem nos 12 milhões, nem temos essa capacidade de adivinhar“, sublinha.

Ainda assim, e valorizando “as boas relações e coordenação” que existe com a empresa gestora dos aeroportos nacionais, bem como com a NAV, o COO da TAP afirma que “há uma proposta em cima da mesa, ainda não fechada, de montar uma equipa para que todos os dias companhias aéreas, ANA e NAV possam analisar a situação e eventualmente fazerem esforços pontuais” que permitam suprimir alguns constrangimentos.

TAP com reservas sobre solução da ANA para saídas rápidas no aeroporto de Lisboa

Também esta quinta-feira, a TAP disse que tinha “reservas sobre a solução técnica” das duas saídas rápidas de pista que vão ser construídas no aeroporto de Lisboa, temendo não utilizar a pista principal e defendendo que era possível torná-la mais eficiente.

Em declarações à Lusa, o Chief Operating Officer (COO) da TAP, Ramiro Sequeira, começou por lembrar que a TAP defende que o aeroporto em Lisboa “necessita de obras e melhoramentos nas áreas de movimento e estacionamento das aeronaves, de acordo com um plano de expansão e crescimento a longo prazo” para que o tráfego “possa crescer sustentavelmente”, mas admitiu que a companhia tem “algumas reservas” sobre a obra que vai começar.

Facto é que a TAP, responsável por mais de 50% dos movimentos em Lisboa, afirma que “dificilmente irá conseguir usar a solução que a ANA desenhou”, tendo defendido, por isso, “outras medidas para que a obra aconteça”.

“A TAP considera que era possível fazer uma saída rápida mais eficiente”, reforçou.

Ramiro Sequeira explicou que foi em dezembro de 2018 que a TAP soube da intenção da ANA de construir as saídas rápidas (‘rapid exit taxiways’), o que coincidiu com o culminar de “vários meses” de um trabalho no qual a companhia, “com a ajuda de uma consultora externa, americana, vinha desde o verão a defender a criação desse tipo de infraestrutura”.

Nesse estudo, a consultora “comprovou o que era a opinião da TAP, não científica, de que era preciso, tendo em conta a dimensão do aeroporto de Lisboa, o número de passageiros e os movimentos, que aquela pista tivesse mais saídas rápidas e como deveriam ser os seus desenhos”.

No entanto, “quase em paralelo”, após conhecer o detalhe do projeto proposto pela ANA, a TAP “mostrou em janeiro de 2019 algumas reservas no que toca ao desenho da saída rápida da pista 3 [a mais utilizada para aterragens e descolagens], tendo reiterado as mesmas ao longo do ano por diversas vezes”, quer em reuniões presenciais, quer por carta.

O desenho apresentado pela ANA não corresponde, na ótica da TAP e das entidades externas a quem foi pedido um parecer, ao aumento de eficiência pretendido e possível para a pista mais usada no aeroporto de Lisboa. Há também um fator de complexidade, devido ao ‘layout’ [desenho] das novas saídas, que é adicionado às operações diárias no aeroporto e que merece também o desagrado da TAP”, afirmou o responsável.

Ramiro Sequeira disse que a TAP foi informada da decisão da ANA em dezembro, tendo-lhe sido apresentados os desenhos das duas saídas de pista (03/21).

A pista principal do Aeroporto Humberto Delgado é conhecida na aeronáutica como pista 03/21.

Para a pista 21 conceptualmente estamos ‘ok’, para a pista 3 identificámos que o desenho não era ótimo”, afirmou.

“A curvatura daquela saída rápida [quando o avião aterra e curva para apanhar a saída, como se fosse uma autoestrada], era uma curva quase de 90 graus, o que fazia com que a utilização estimada, real, daquela pista não fosse a que achávamos que o aeroporto deve ter, que aquela saída não era tão rápida como deveria ser e, portanto, que quase não era saída”, explicou.

O COO disse que em colaboração com a ANA e a NAV, “com vista a maximizar o retorno do investimento e minimizar a interferência do período de obras”, a TAP propôs “um desenho de saída rápida mais completo, cujas principais vantagens eram exatamente um aumento comprovado de eficiência, assim como a eliminação dos constrangimentos” que a companhia disse detetar no projeto original.

Agora, “a questão está mesmo na saída rápida”, apesar da deteção de outras necessidades no aeroporto, como mais estacionamento, mais mangas.

Nós alegamos que não a vamos usar como vai ser usada e construída, mas poderá haver companhias que a utilizem“, disse, justificando que a não ser usada é por questões técnicas, que têm a ver com a configuração dos aviões (os da TAP são mais pesados, maiores do que os usados por outras companhias).

“Esta alteração ao desenho, ainda que tenha sido reconhecida pela ANA como necessária [a partir de junho], não foi contemplada no plano de obras desta primeira fase”, com o argumento de que “em princípio era necessário uma obra maior”, afirmou o responsável.

Como tal, “apesar de ainda não estar projetada ou calendarizada”, Ramiro Sequeira disse que “no futuro é esperada uma segunda fase de obras, a decorrer em zonas muito próximas da pista”, ainda que não seja necessário o seu total encerramento, sendo “expectável que essas obras venham também elas a criar constrangimentos e atrasos para os operadores no aeroporto de Lisboa, com os correspondentes prejuízos”, sublinhou.

“A ANA disse-nos que não tinha tempo para incluir a fase 2 dentro da fase 1 e que, portanto, há de haver uma fase 2, que de momento não tem calendário, nem projeto . Há uma declaração de intenções”, afirmou.

Em 19 de novembro, aquando o anúncio das obras, a gestora dos aeroportos portugueses afirmou que vai iniciar estes trabalhos “com vista à melhoria da eficiência da operação, obtendo maior fluidez na circulação dos aviões, redução dos percursos e das emissões de CO2”.

Em 11 de outubro, a Vinci, dona da ANA, revelou que o aeroporto de Lisboa serviu, pela primeira vez, mais de 30 milhões de passageiros em 12 meses.

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Reitores exigem ao Governo “acesso facilitado” aos fundos comunitários

  • Lusa
  • 28 Novembro 2019

Ao renovar o “Contrato de legislatura”, o Ensino Superior vai receber mais 55 milhões de euros em 2020 e garantem reforço de 2% ao ano até 2023. Universidades querem acesso facilitado às verbas da UE.

As universidades exigem do Governo um “acesso facilitado” às verbas do próximo quadro comunitário que permita a modernização das instituições, defenderam os reitores na véspera da assinatura do “Contrato de Legislatura”.

Governo e universidades assinam, na sexta-feira, o “Contrato de Legislatura” 2020-2023, que, para as instituições de ensino superior significa “confiança” e “estabilidade”, segundo um comunicado enviado à Lusa pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).

Ao renovar o “Contrato de legislatura”, o Ensino Superior vai receber mais 55 milhões de euros no próximo ano e tem garantido um reforço 2% ao ano até 2023. No entanto, os reitores lembram que precisam de se preparar para o “enorme desafio” da próxima década, que passa, entre outras medidas, por mudanças da sua oferta pedagógica.

Para que tal seja possível, é preciso dar às universidades “um acesso facilitado às verbas europeias do próximo ciclo 2021-2027”.

Os reitores lembram que algumas instituições têm tido dificuldades no acesso aos fundos europeus por causa dos critérios definidos que, muitas vezes, restringem a atribuição de apoios.

Por isso, o presidente do CRUP, Fontainhas Fernandes, defende que “o novo quadro de verbas europeias deverá ser desenhado para dar respostas expeditas a investimentos que só podem ser avaliados pela sua qualidade científica intrínseca”. Fontainhas Fernandes volta a alertar que os critérios de atribuição de financiamento “não podem inviabilizar os critérios da agenda científica”.

Os reitores defendem que as instituições precisam mudar no que toca às metodologias de ensino e de investigação, mas também melhorar as instalações e equipamentos.

Tal como aconteceu no início do ano, os reitores vão realizar novas sessões sobre a Convenção do Ensino Superior 2020/2030, que agora irão estar focadas na inovação, na renovação da oferta pedagógica e nos métodos de ensino. O “papel do ensino superior na coesão territorial” e os “novos modelos de governo das universidades” serão outros dos focos da convenção. “É preciso preparar a universidade para o século XXI”, defendeu o presidente do CRUP, que é também reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A pensar nas mudanças necessárias para que as universidades portuguesas não fiquem para trás, o CRUP lembra que é preciso ter acesso a verbas para pôr em prática os projetos.

O CRUP defende que é preciso avaliar os investimentos tendo em conta a sua qualidade científica, mas que as universidades só conseguirão responder se tiverem acesso a verbas europeias. “Para além do Contrato de Legislatura até 2023, é necessário que o Governo garanta o acesso efetivo das universidades às verbas europeias do ciclo financeiro 2021-2027 da União Europeia, única forma de estas poderem fazer face a todos os investimentos que terão de lançar para concretizarem a nova agenda que pretendem construir”, defendeu Fontainhas Fernandes.

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Instagram, Facebook e Messenger com falhas. “Estamos a trabalhar para as coisas voltarem ao normal”

  • ECO
  • 28 Novembro 2019

As três redes sociais de Mark Zuckerberg estão com problemas em todo o mundo. Instagram já admitiu o problema e diz estar a trabalhar para o resolver rapidamente.

O Facebook, o Messenger e o Instagram estão com falhas. Embora nem toda a gente esteja com problemas em aceder a estas três plataformas, há vários relatos, principalmente nos Estados Unidos, Brasil e Reino Unido, de utilizadores a queixarem-se de dificuldades em aceder às redes sociais e em atualizar os feed. O Instagram já reconheceu o problema e diz estar a tentar resolvê-lo o mais rapidamente possível.

Embora nem todos estejam a sentir estas falhas, de acordo com o DownDetector, a maioria dos problemas está a ser sentida nos Estados Unidos, Brasil, Malásia e um pouco por toda a Europa, com destaque para os países nórdicos. Portugal e Espanha já estão com uma ligeira “mancha vermelha”, sinal de que há falhas detetadas na utilização destas redes sociais.

Falhas registadas ao usar o Instagram | DownDetector

No caso do Instagram, quase metade das queixas tem a ver com uma falha geral no acesso à aplicação, mas também há registos de dificuldades no acesso à conta e no upload de fotos. No caso do Facebook, cujas falhas não são tão intensas, mas estão a ser sentidas principalmente nos Estados Unidos, há registos de queixas no acesso à conta e no login.

No Twitter já se multiplicam as denúncias e queixas dos utilizadores, com as hashtag #facebookdown e “instagramdown. “Instagram e Facebook fora do ar. Só o Twitter mesmo para salvar #instagramdown”, escreveu Gabily. “E o Instagram caiu de novo”, escreveu Sávio dos Anjos, um utilizador brasileiro.

E até já há utilizadores que estão a ser avisados de problemas pelo próprio Facebook, como é o caso de Graham Cluley, um blogger britânico, que partilhou a mensagem que recebeu na rede social: “Facebook volta em breve. Facebook está em baixo de momento para manutenção, mas vai estar de volta dentro de algumas horas”.

O Instagram já reconheceu os problemas e deixou uma mensagem no Twitter a todos os utilizadores. “Estamos cientes de que várias pessoas estão a ter dificuldades em aceder às apps da família Facebook, incluindo o Instagram. Estamos a trabalhar para fazer com que as coisas voltem ao normal o mais rapidamente possível. #instagramdown“, lê-se.

Relativamente ao Whatsapp, outra das redes sociais de Mark Zuckerberg, para já, não há relatos de falhas. Recorde-se que, em março, as quatro redes sociais deixaram de funcionar, naquela que foi considerada uma das maiores falhas de sempre. Nessa altura, o site DownDetector recebeu mais de 7,5 milhões de queixas.

Recentemente, Mark Zuckerberg disse estar a planear misturar os três serviços de mensagens instantâneas, de forma a que estas tenham um back-end [sistema] partilhado, refere o jornal britânico The Independent (conteúdo em inglês).

(Notícia atualizada às 15h52 com mais informação)

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É dia de Ação de Graças. Sabe quantos perus se comem nos EUA?

No Dia de Ação de Graças, os norte-americanos consomem tantos perus, a refeição tradicional deste feriado, quantas pessoas existem em Espanha.

Peru, batata-doce, arandos, tarte de abóbora. Estes são alguns dos elementos clássicos que não podem faltar na mesa dos norte-americanos no Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), que se celebra esta quinta-feira. Mas quantos perus se consomem no país por esta altura do ano?

Os norte-americanos comem cerca de 46 milhões de perus durante este feriado, de acordo com o Insider (acesso livre, conteúdo em inglês). Para colocar em perspetiva, isto são tantos perus quanto os habitantes em Espanha. E, em média, esta ave pesa cerca de 13 quilos, o que significa que são consumidos quase 1,4 mil milhões quilos de peru no Thanksgiving.

Este feriado normalmente é celebrado com amigos ou família, que se juntam à mesa naquele que também é chamado o “dia do peru”. Uma refeição para dez pessoas, que inclui peru e recheio, pães, batata-doce, ervilha, arandos, cenoura e legumes e torta de abóbora com chantilly custa em média 48,90 dólares.

E para cozinhar o manjar deste dia? Os perus podem ter de ficar até seis horas no forno, dependendo do tamanho, o que ainda requer uma boa quantidade de energia. Os norte-americanos consomem, coletivamente, cerca de 644 milhões de quilowatt-hora (kWh) no Thanksgiving para cozinhar os 46 milhões de perus, de acordo com as contas da distribuidora Direct Energy.

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Portugueses são dos europeus que menos compram online

Segundo a Comissão Europeia, 44,8% dos portugueses fazem compras online. Número fica muito aquém da média da UE (72%), mas a tendência está a inverter-se.

Portugal é dos países da União Europeia onde se fazem menos compras pela internet, bem atrás de países como o Reino Unido, a Suécia ou a Dinamarca. Fica bem abaixo da média comunitária, mas a tendência é de crescimento. O aumento das compras nos últimos dois anos bateu o registado em quase todos os países da região.

Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pela Comissão Europeia relativos às condições dos consumidores, no ano passado 72% cidadãos europeus inquiridos fizeram compras online independentemente de serem dentro ou fora do território nacional. Portugal está muito abaixo da média europeia, com apenas 44,8% dos inquiridos a fazê-lo. A tendência é igualmente baixa no Chipre (46,4%) e na Roménia (59,4).

Incidência das compras online independentemente do território | Fonte: Comissão EuropeiaFonte: Comissão Europeia

No extremo oposto estão os britânicos, com 88,5% dos inquiridos, a admitirem que fazem compras pela internet. Neste campo, destaque ainda para os suecos (83,9% dos inquiridos), seguidos dos dinamarqueses (82% dos inquiridos) e dos holandeses (80,5%). Os valores são igualmente altos na Noruega, com 81,8%.

O holandeses surgem, a par dos suecos, como os europeus com uma das maiores taxa de compras online feitas dentro do próprio país, estando a República Checa à frente (78,1%). Portugal fica, mais uma vez, aquém da média, com as compras online realizadas apenas em território nacional a serem feitas por apenas 28,6% dos inquiridos. Só dois países fazem menos compras online dentro de fronteiras do que Portugal.

Apesar da fraca adesão dos portugueses às compras online, a tendência está a mudar. Portugal está entre os países da UE onde há um aumento mais acentuado das compras por esta via. Entre 2018 e 2016, Portugal e a Estónia viram o consumo online aumentar 1,2 pontos percentuais, sendo os dois países com um crescimento mais acelerado durante esse período. Em contrapartida, o Luxemburgo, por exemplo, foi o país que menos cresceu, com uma redução de 3,1 pontos percentuais.

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Portugueses pagam mais do próprio bolso do que os europeus para acederem à saúde

No SNS, o número de despesas não reembolsadas é "elevado". Há famílias em Portugal com despesas "catastróficas" na saúde, conclui um relatório da Comissão Europeia.

Ainda que os gastos de Portugal com a saúde estejam aquém da União Europeia, os portugueses pagam mais do próprio bolso para a saúde do que os restantes europeus, já que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem um nível “elevado” de despesas não reembolsadas. As conclusões são do relatório da Comissão Europeia, que também mostra que há famílias que têm despesas “catastróficas” com a saúde.

Os gastos de Portugal com saúde são inferiores aos restantes países europeus, com a despesa a traduzir-se em apenas um terço da média da União Europeia (UE). A componente pública da despesa foi a que registou a queda mais expressiva, entre 2010 e 2017. Nestes sete anos, a despesa pública com saúde caiu de 69,8% para 66,4%, uma redução que teve como base o programa de ajustamento económico.

Contudo, quando se olha para os cuidados que os portugueses têm de pagar diretamente no SNS, a conclusão é totalmente diferente. Correspondem a uma fatia de 27,5% das despesas, o que é quase o dobro da média europeia, de 15,8%. Bruxelas alerta no relatório que uma “dependência excessiva dos pagamentos diretos para o financiamento do sistema de saúde pode minar a acessibilidade e contribuir para empobrecer os agregados familiares”.

Os portugueses pagam mais do seu bolso pelos cuidados na saúdeComissão Europeia

Com este nível de despesas que não são reembolsadas, há várias famílias que acabam por ter dificuldades em pagar os cuidados. São cerca de 8,1% os agregados familiares em Portugal que já tiveram gastos “catastróficos” com a saúde, ou seja, que representaram mais de 40% do total das suas despesas.

O relatório nota que já foram tomadas algumas medidas, nomeadamente o fim das taxas moderadoras, aprovado este ano. No entanto, estas têm um “papel irrelevante”, reitera a Comissão Europeia, sendo que a abolição deste “valor insignificante” não deverá reduzir o nível de despesas não reembolsadas.

É deixado ainda outro aviso, para a sustentabilidade do SNS. Bruxelas aponta que a dívida acumulada pelos hospitais do SNS, em conjunto com o envelhecimento da população portuguesa, apresentam “riscos prementes para a sustentabilidade financeira do sistema de saúde”.

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Estado dá incentivos fiscais a quatro empresas que vão criar 610 postos de trabalho

Panpor, Hutchinson Borrachas de Portugal, Eurostyle Systems Portugal e Bosch Termotecnologia são as quatro empresas que vão receber um crédito de imposto. Vão criar 610 novos postos de trabalho.

O Executivo decidiu esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, dar incentivos fiscais a quatro empresas pelos investimentos que estão a fazer no país e pela criação de postos de trabalho. Panpor – Produtos Alimentares, Hutchinson Borrachas de Portugal, Eurostyle Systems Portugal – Indústria de Plásticos e de Borracha e Bosch Termotecnologia foram as quatro selecionadas que se comprometem a investir mais de 68 milhões de euros e a criar 610 novos postos de trabalho até 2022.

“Tratando-se de projetos com particular interesse para a economia nacional – representam um investimento global superior a 68 milhões de euros, a criação de 610 novos postos de trabalho até 2022 e a manutenção dos atuais 1.591 empregos –, é atribuído às empresas promotoras um crédito a título de imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

Estas empresas também são beneficiárias de apoios europeus ao abrigo do Sistema de Incentivos. Por exemplo, a Panpor recebeu 2,84 milhões de euros do Sistema de Incentivos para criar, em Rio Maior, “uma nova nave industrial disruptiva a nível internacional, dotada de inovadoras técnicas de confeção de derivados de tartes, do primeiro processo industrial de confeção de pastelaria com massa brioche de larga escala e de novos paradigmas de manutenção preditiva e corretiva”. Em causa está um investimento global de 18,96 milhões de euros que deverá estar concluído até dezembro de 2020.

A Hutchinson candidatou-se a um apoio comunitário para aumentar a capacidade de produção da sua unidade em Campo Maior “correspondente a 13 milhões euros/ano e permite o fabrico de juntas de forma inovadoras principalmente direcionadas para o setor automóvel”. Em causa está um investimento de 12,97 milhões de euros, para o qual teve um apoio de 2,58 milhões, que deverá estar concluído até junho de 2020.

Por outro lado, a Bosch Termotecnologia tem a decorrer dois projetos de Scale-up com apoios europeus, sendo o mais avultado de 24,25 milhões de euros, para o qual teve um apoio de 5,14 milhões do Sistema de Incentivos, que deveriam estar concluídos em maio deste ano.

Do mesmo modo a Eurostyle Systems Portugal tem dois projetos em Viana do Castelo de inovação produtiva que ascendem a mais de 18 milhões euros e para os quais obtiveram um apoio comunitário superior a seis milhões de euros.

No Conselho de Ministro foi ainda feito um “aditamento ao contrato fiscal de investimento celebrado a 9 de julho de 2014”, com a 360 Steel Materials, que “prevê um crédito a título de imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas”.

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