CMVM confirma “falta de transparência” de Tanure na Pharol

O regulador de mercado confirma o processo de decisão na investigação a três sociedades acionistas da Pharol. Há falta de transparência.

A CMVM confirma oficialmente a “falta de transparência” de três sociedades acionistas da Pharol e que estarão controladas pelo empresário Nélson Tanure e que têm cerca de 18% do capital da empresa. Num esclarecimento ao mercado, o regulador esclarece que “aprovou um projeto de decisão de falta de transparência das participações qualificadas no capital daquela sociedade [Pharol], comunicadas ao mercado pelas entidades High Seas Capital Investments, LLC., High Bridge Unipessoal, Lda. e Blackhill Holding Limited, LLC”.

Aqueles três sociedades, como o ECO já revelou, estão no universo de controlo de Tanure, o que lhe permite votar com 18% do capital quando a Pharol tem um limite de direitos de voto por acionista fixado em 10%. “A decisão em causa assenta na circunstância de, atentos os elementos recolhidos em sede de supervisão, a CMVM entender que não se encontram devidamente identificados os beneficiários efetivos (ultimate beneficial owners) da High Seas Capital Investments, LLC. e da High Bridge Unipessoal, Lda., e que não foi assumida a atuação concertada entre as três referidas entidades”.

o resultado desta investigação da CMVM, que foi acelerada por causa da assembleia geral de acionistas desta sexta-feira, dia 29 de março. Inicialmente, Tanure tinha apresentado um pedido de destituição de quatro administradores a ser votado nesta assembleia, mas acabou por retirar o ponto da agenda depois das investigações da CMVM.

“O referido projeto de decisão foi remetido a estas entidades para que, querendo, sobre ele se pronunciem no prazo de 30 dias, apresentando prova destinada a esclarecer os aspetos suscitados, ou tomando medidas com vista a assegurar a transparência da titularidade das participações qualificadas em causa”.

Sem pontos polémicos, os acionistas da Pharol aprovaram todos os pontos da ordem de trabalhos na assembleia-geral que decorreu esta sexta-feira, incluindo o relatório de gestão, o balanço e as contas individuais de 2018. Os pontos foram todos aprovados por larga maioria e Diogo Lacerda Machado aceitou a votação daquelas três sociedades sem qualquer limitação de votos, apesar da decisão prévia da CMVM. Também porque não estava em causa qualquer ponto polémica.

 

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Corrida aos passes? Pedidos do cartão Lisboa VIVA disparam 25% em março

Até 28 de março, a OTLIS registou cerca de mais 6.000 pedidos de emissão do cartão Lisboa Viva face ao mesmo mês de 2018, tendo recebido mais de 30 mil pedidos, um crescimento de 25%.

A aproximação da data de entrada em vigor dos novos tarifários para os transportes públicos levou a uma aceleração da procura pelos cartões Lisboa VIVA, obrigatórios para todos aqueles que desejarem beneficiar dos novos passes. Segundo dados avançados pela OTLIS ao ECO, em março registou-se “um aumento no número total de pedidos de cartão Lisboa VIVA de 25%”.

Os novos tarifários para utilização do transporte público na região de Lisboa entram em vigor já na segunda-feira, 1 de abril, sendo que o título mensal para se deslocar em apenas um concelho custa 30 euros e o título que permite viajar em todos os concelhos da área metropolitana custa 40 euros. Todos os utilizadores que já detinham o Lisboa VIVA não precisam de solicitar um novo cartão, pelo que o crescimento agora registado será sobretudo de potenciais novos utilizadores.

“Durante o mês de março (dados até dia 28) registámos um aumento no número total de pedidos de cartão Lisboa VIVA de 25% em 2019 face ao período homólogo (dados até dia 28 de março de 2018)”, detalhou a OTLIS em resposta ao ECO. “Entre o dia 01 e o dia 28 de março de 20019 foram realizados mais de 30 mil pedidos de cartão Lisboa VIVA”, acrescentou.

Já em relação à evolução do total de carregamentos de passes, ou seja, da adoção dos novos passes por parte dos utentes que já antes eram detentores do Lisboa VIVA, a OTLIS não tem dados.

Aumenta da oferta? “É outro debate”

Ainda que o ministro do Ambiente e da Transição Energética tenha estimado que a reformulação feita aos tarifários dos transportes possa resultar num crescimento de 10% no total de passageiros, certo é que ainda não foram divulgadas novas medidas por parte do Executivo para o reforço da oferta por parte das empresas de transportes públicos. Para o Partido Socialista, aliás, essa é uma questão que não entra no debate sobre a aposta do reforço da procura.

Contudo, e do lado das empresas de Lisboa, é de notar que o Metro já explicou ao ECO que irá aumentar a velocidade em três das suas quatro linhas, ao passo que a Carris já antes tinha avançado que iria apostar num reforço da oferta na ordem dos 8% a 10% ao longo deste ano.

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Cascais terá transportes públicos gratuitos para residentes a partir de 2020

  • Lusa
  • 29 Março 2019

A autarquia de Cascais anunciou, esta sexta-feira, que a partir de 2020 os residentes terão à sua disposição um serviço gratuito de mobilidade dentro do concelho.

O município de Cascais terá, a partir de 2020, um serviço gratuito de mobilidade dentro do concelho, para os residentes, o que vai introduzir também alterações na política de estacionamento, anunciou esta sexta-feira a autarquia. De acordo com uma nota enviada à agência Lusa, o objetivo é que Cascais, no distrito de Lisboa, seja “o primeiro concelho do país a ter mobilidade interna gratuita para todos os residentes”.

“É uma política que se explica pelos ganhos de liberdade em mobilidade, pelos ganhos de economia individual e coletiva, e pela responsabilidade ambiental e social que nos norteia”, afirma o presidente da autarquia, Carlos Carreiras (PSD), citado na nota.

Segundo o executivo, também o estacionamento no concelho irá sofrer alterações, por forma a “adaptar-se à nova realidade metropolitana”. “Todos os munícipes registados na aplicação MobiCascais terão direito a 100 minutos de estacionamento gratuitos por dia (exceto nas zonas vermelhas e de acordo com o regulamento em vigor) e vai proceder-se a uma harmonização de horário de cobrança”, esclarece a autarquia.

O horário pago de estacionamento para todo o concelho ficará limitado ao período entre as 09:00 e as 19:00, com exceção para as zonas de estacionamento controlado do concelho e regulamento específico, previstas no regulamento geral.

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A tarde num minuto

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TAP acredita que EUA e Brasil possam trazer mil milhões de euros, cada, para as suas contas

Presidente da companhia aérea quer aumentar presença nos Estados Unidos, mas sem perder "um cêntimo de quota" no Brasil. TAP acredita que 2019 será o ano da consolidação na América do Norte.

Apesar de a TAP ter aumentado as vendas no Brasil ao longo do ano passado, a depreciação da moeda brasileira não só anulou este crescimento, como o inverteu. Se as contas da transportadora medidas em reais mostram um crescimento de 8% no encaixe com vendas no Brasil, o registo da faturação em euros passa a representar uma queda de 9,5% nas contas da companhia aérea. Reduzir a dependência deste mercado é, por esta razão, uma prioridade. O Brasil voltou a representar quase um quarto das receitas da TAP, tal como acontece há vários anos

“O resultado da receita foi positivo em 2018, mesmo perante um cenário de desvalorização cambial e incerteza política no Brasil, mercado que representa cerca de 22% da receita vendida da TAP. Esta conjuntura resultou numa queda significativa da receita do maior mercado da companhia, em 10%, em euros, face a 2017”, conforme escreveu a comissão executiva da empresa, em mensagem enviada aos colaboradores no dia em que divulgou os resultados de 2018. Para evitar esta volatilidade, ou contê-la, a companhia quer reforçar a exposição a mercados maiores, mais estáveis e menos voláteis.

O aumento da rede levado a cabo nos últimos anos já respondeu, em parte, a esta necessidade da transportadora. Desde a privatização, enaltece a comissão executiva na mesma carta, “o número de rotas” para a América do Norte “aumentou de duas para oito. Ou seja, quase o total de rotas que a TAP tem para o Brasil, que são 10” e, ao longo do ano passado, a empresa diversificou receitas com a abertura de novos destinos e o aumento da quantidade de voos realizados, obtendo um crescimento de 10% na América do Norte.

Nos últimos 18 meses, a transportadora anunciou 17 novas rotas, três das quais para o mercado norte-americano — Chicago, São Francisco e Washington, estão à venda desde o ano passado, mas só começam a operar em junho –, esperando por isso que o corrente exercício seja o “ano de consolidação do mercado da América do Norte como um dos nossos principais reatores de crescimento”. A administração da TAP acredita que conseguirá captar o enorme potencial deste mercado, tendo dado conta disso mesmo numa entrevista ao Público, divulgada esta sexta-feira. Aumentar a receita nos EUA, permitirá reduzir a ‘responsabilidade’ do Brasil para as contas da TAP.

O Brasil hoje faz mais ou menos 800 milhões de euros por ano para a TAP, os Estados Unidos fazem 400, 500 [milhões]. Não vejo razão para que os dois não possam fazer mil milhões cada um“, explicou Antonoaldo Neves, presidente-executivo da companhia ao diário. “Com os [Airbus] 321 Long Range vamos aumentar a nossa receita no Brasil”, assegurou, pois a intenção da companhia é não abrir mão de crescer no Brasil.

“A percentagem vai diminuir, quando o resto do bolo ficar maior”, reforçou David Neeleman, principal acionista privado da TAP, também presente na conversa com o Público. O acionista explicou a estratégia: os Airbus 321 Long Range serão adjudicados às ligações para o Nordeste Brasileiro, forma de a TAP enfrentar com mais ‘músculo’ a crescente concorrência.

“Mas mais importante do que isso é os 321 irem para o Nordeste, porque o prejuízo que nós sofremos quando o Brasil cai é mais focado no Nordeste, em Recife, Fortaleza… Agora temos concorrentes como a Air France e KLM que estão indo para Fortaleza, voando com os A340. E nós podemos colocar os A321, com um custo que é metade do que temos hoje e podemos ter mais frequências”, detalhou Neeleman.

Além da redução de custos com estas frequências, o reforço da frota permitirá ainda à TAP aumentar as frequências semanais para o Brasil para mais de 100. “Hoje temos 82 frequências por semana para o Brasil, que com os 321 Long Range podem chegar a 110, 120 frequências por semana para o Brasil”, apontou Antonoaldo Neves. A aposta no Brasil é assim para reforçar mas, desta feita, ao mesmo tempo que outros mercado. Porque “quando o Brasil não crescer mais, vamos crescer muito nos Estados Unidos”.

Na entrevista ao Público, o presidente da transportadora aérea defendeu ainda que apesar de 2019 ser ainda um ano de transição — “temos muitas aeronaves a entrar e a sair” –, a expectativa da administração é fechar as contas com um resultado positivo, ainda que longe do potencial que identificam no grupo TAP.

“A nossa expectativa é a de ter um resultado positivo este ano, mas ainda não o resultado que ilustra todo o potencial de rentabilidade que a TAP vai ter no ano que vem, em 2020. Porque vai haver uma expansão da margem da TAP, que é natural em empresas que estão renovando a frota e crescendo ao mesmo tempo.”

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Turismo em Portugal vai crescer 5,3% em 2019, prevê WTTC

  • Lusa
  • 29 Março 2019

De acordo com as previsões do WTTC, o setor do turismo em Portugal irá crescer em 2019 5,3%, ou seja, "mais do dobro da média europeia".

O WTTC – World Travel & Tourism Council’s estima que, este ano, o setor do turismo em Portugal irá crescer 5,3%, “mais do dobro da média europeia de 2,5%”, segundo uma nota publicada no site da instituição.

A entidade, que reúne as maiores organizações privadas a nível mundial, revelou que em Portugal o ritmo de crescimento do setor é um dos mais elevados da Europa e que “contribuiu, no ano passado, com um euro em cada cinco e com um em cada cinco empregos na economia portuguesa”.

Estes números, da responsabilidade do WTTC, são fruto de um trabalho que a entidade leva a cabo há já 30 anos e que concluiu que em 2018 o turismo cresceu 8,1% para uma contribuição de 38,4 mil milhões de euros na economia portuguesa, “um total de 19,1% da atividade económica do país”, refere a entidade.

Este nível de crescimento foi o maior de qualquer país da Europa, significativamente acima da média da UE, de 3,1%”, adianta o WTTC, salientando que o setor empregou mais de um milhão de pessoas (21,8% do total), com 85% dos viajantes a deslocarem-se a lazer; 69% dos turistas eram internacionais.

Citada na mesma nota, a presidente do WTTC, Gloria Guevara, refere que “Portugal tem potencial para aumentar o tamanho do seu setor do turismo ainda mais, apostando no crescimento do segmento de negócios, que conta só 15% no total dos gastos dos viajantes, contra 21% de média europeia”.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o setor do alojamento turístico registou três milhões de dormidas em janeiro deste ano, um aumento de 4,7% face ao período homólogo e de 3,2% em relação a dezembro de 2018.

“Os proveitos aceleraram, tendo no total apresentado um crescimento de 8,7% (+7,7% em dezembro) e atingiram 162,7 milhões de euros. Os proveitos de aposento (114,3 milhões de euros) cresceram 8,2% (+6,3% em dezembro)”, de acordo com a mesma nota do INE.

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ERSE sugere corte de 17 milhões nos planos de investimento na rede de gás natural

Para o regulador da energia será preciso cortar 17 milhões de euros no plano de investimentos da rede de gás natural para evitar aumentos tarifários nos próximos cinco anos.

Para que as tarifas do gás natural não aumentem nos próximos cinco anos, será preciso reduzir em pelo menos 17 milhões de euros os investimentos propostos pelos operadores da rede de distribuição, o que significa um corte de 6% no total proposto pelas empresas nos seus planos para o período de 2019 a 2023.

A conclusão é da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que publicou, esta sexta-feira, o seu parecer sobre esta matéria. “A ERSE considera que as propostas de investimentos das propostas de PDIRD-GN 2018 deverão ser revistas em baixa em, pelo menos, 17 milhões de euros, devendo esta redução de investimento ser orientada pelas prioridades de política energética de médio e longo prazo”, lê-se no documento sobre os planos das distribuidoras reguladas de gás.

Para alcançar a redução recomendada, a ERSE sugere que sejam diminuídos os montantes de investimento em conversões e reconversões, por exemplo. Por outro lado, a entidade reguladora aceita, em definitivo, os investimentos que sejam realizados por motivos de segurança ou por motivos de manutenção das atuais infraestruturas.

Para o regulador, a redução dos investimentos propostos é uma forma de evitar que os consumidores de gás natural em Portugal venham a sofrer aumentos tarifários nas suas faturas. “A ERSE considera prudente garantir a neutralidade tarifária das propostas”, refere o regulador, salientando a importância de que os planos dessas distribuidoras promovam a “garantia de equidade tarifária entre os novos consumidores das diversas áreas de concessão”.

Ao todo, as empresas propõem, para os próximos cinco anos, investimentos na ordem dos 306,5 milhões de euros, sendo que todas apresentam “diferentes estratégias empresariais, mais ou menos expansionistas, não sendo enquadradas e harmonizadas por uma visão comum de política energética definida para um horizonte temporal de médio e longo prazo”.

Relativamente às perspetivas para o consumo de gás natural em Portugal, os operadores de redes de distribuição estão mais otimistas do que o regulador. Enquanto as empresas perspetivam que até 2023 o consumo de gás natural em Portugal tenha um crescimento médio anual de 1%, a ERSE recorda que, entre 2010 e 2017, o consumo de gás em Portugal sofreu um decréscimo médio anual de 0,7%. Um fator que diz ser necessário ter em conta.

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Entrega do IRS arranca hoje. É isto que muda este ano

A correria da entrega da declaração anual do IRS começa hoje e este ano há algumas mudanças a ter em consideração, do calendário ao alargamento do IRS automático a mais contribuintes.

No dia em que arranca o período de entrega das declarações de IRS relativas aos rendimentos do ano passado. Antes de começar a fazer as contas, saiba que mudanças vai encontrar este ano, desde o alargamento do calendário para apresentação da declaração deste imposto até às alterações nos próprios modelos e formulários.

Antes de mais, e à luz do Orçamento do Estado para 2019, é importante notar que os contribuintes vão ter à sua disposição não dois, mas três meses para entregar o IRS. Não deverá, pois, haver este ano qualquer sinal do tradicional stress do final de maio, uma vez que a declaração passa a ser entregue “por transmissão eletrónica de dados, de 1 de abril a 30 de junho, independentemente de este dia ser útil ou não útil”.

Ao ECO, o fiscalista Jaime Esteves explicou que a dilatação deste prazo deverá “facilitar a vida às pessoas”, já que os sites não deverão crashar. De notar que esta alteração distancia o calendário de entrega do IRS do calendário da entrega da declaração de IRC pelas empresas, o que deve descongestionar o sistema e evitar falhas no processamento de dados.

Este ano há cheques mais gordos para os contribuintes?

O ministro das Finanças anunciou, em 2017, o faseamento do efeito do desdobramento dos escalões de cinco em sete. Este ano, portugueses deverão receber o “último grande reembolso” antes das eleições.Hugo Amaral/ECO

No ano passado, o Executivo de António Costa desdobrou os escalões do IRS — passando de cinco para sete — mas não ajustou na íntegra as tabelas de retenção na fonte. Resultado? Os contribuintes andaram a pagar, durante todos os meses de 2018, mais do que deviam.

Foi em outubro de 2017, aquando da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2018, que Mário Centeno anunciou que os efeitos positivos das mudanças no IRS seriam sentidos ao longo de dois anos. Em 2018, deu-se a redução da taxa efetiva de IRS, mas a taxa de retenção na fonte não sentiu um recuo equivalente, isto é, desceu, mas ainda assim ficou acima do valor em que devia estar. Já este ano, o Executivo avançou no ajustamento das tabelas de retenção, que acabou por não ser totalmente concretizado.

Deste modo, em 2019, apesar de não haver qualquer ajuste nos escalões (nem sequer em linha com a inflação), os reembolsos do IRS entregue este ano (relativo a 2018) deverão ser reforçados, à boleia da discrepância já apontada. No próximo ano, esse cheque já deve ser mais magro, mas ainda assim deve ser sentido o efeito do ajustamento que falta fazer.

Mínimo de existência sobe e até já abrange independentes

Pela primeira vez, os trabalhadores independentes vão ser abrangidos pelo mínimo de existência.

Este ano, o Indexante dos Apoios Sociais (IAS) subiu para 435,76 euros, tendo puxado o mínimo de existência (o equivalente a 1,5 vezes o IAS) para 653,64 euros mensais ou 9.150,96 euros anuais.

Em causa está o patamar a partir do qual os contribuintes começam a pagar IRS sobre os seus rendimentos, ou seja, se um trabalhador dependente, um pensionista ou um trabalhador independente tiver auferido menos do que os tais 9.150,96 euros por ano escapa ao imposto. À boleia destas alterações, é expectável que mais famílias fiquem isentas de IRS.

A propósito, este ano é o primeiro em que tem efeitos a alteração inscrita no Orçamento do Estado para 2018 que prevê o alargamento do mínimo de existência aos trabalhadores independentes. De acordo com os dados avançados em outubro do ano passado pelo Jornal de Negócios, esta mudança deverá garantir a isenção a 54 mil trabalhadores independentes.

Independentes já têm campo para despesas feitas com atividade

Trabalhadores independentes têm mais campos para preencher.Pixabay

Os impressos do IRS que vão ser usados a partir de hoje mudaram de modo a acomodar as alterações introduzidas pelo Orçamento do Estado para 2019. Outra das diferenças registadas nos modelos de declaração anual do imposto sobre os rendimentos é a criação de um novo campo para os gastos dos trabalhadores independentes.

Assim, no anexo B (aquele que é relativo ao trabalho independente), passa a estar disponível um campo extra (no quadro 17) para indicar as despesas e os encargos realizados no exercício da atividade profissional. Os contribuintes que passam recibos verdes podem agora apresentar os valores despendidos com pessoal, rendas de imóveis e outras matérias relacionadas com a atividade.

Isto de acordo com a portaria nº34/2019, publicada em Diário da República no primeiro mês deste ano pelas Finanças e que aprovou “os novos modelos de impressos destinados ao cumprimento da obrigação declarativa prevista no nº1 do artigo 57º do Código do IRS a vigorar no ano de 2019”.

IRS automático chega a mais contribuintes

IRS Automático este ano foi novamente alargado.

Este ano, o IRS automático está disponível para os contribuintes que tenham feito aplicações em planos de poupança reforma (PPR), alargando-se assim o universo de portugueses abrangidos por esta possibilidade.

Com este alargamento, em 2019, o Governo antecipa que o IRS automático deverá abranger potencialmente 3,2 milhões de agregados. “Este ano o potencial de agregados que pode beneficiar de IRS automático anda à volta dos 3,2 milhões. O ano passado usaram a funcionalidade 1,5 milhões, veremos este ano”, salientou o secretário de Estados dos Assuntos Fiscais.

Ficam assim abrangidos pelo IRS automático, os contribuintes que reúnam cumulativamente as seguintes condições:

  • Não tenham direito a deduções por ascendentes;
  • Sejam residentes em Portugal durante todo o ano e não detenham o estatuto de Residente Não Habitual;
  • Obtenham rendimento apenas em terras lusitanas e somente das categorias A ou H ou tributados por taxas liberatórias;
  • Não tenham pago pensões de alimentos;
  • Não usufruam de benefícios fiscais;
  • Não tenham acréscimos ao rendimento por incumprimento de condições relativas a benefícios fiscais.

Em conversa com o ECO, o fiscalista Manuel Faustino deixa um outro alerta sobre esta matéria: “A declaração automática por natureza é individual”. O antigo diretor do IRS sublinha que é assumida automaticamente a tributação em separado, o que pode não ser vantajoso para os agregados familiares. “Não há ainda um mecanismo de pré-preenchimento das declarações automáticas para declarações conjuntas”, avisa, aconselhando a recusa da declaração automática e a entrega “tradicional”.

Atenção, há novos benefícios que só têm efeitos no próximo ano

“Programa Regressar” só tem efeitos ao nível da declaração anual do IRS no próximo ano, avisam os fiscalistas.

O Orçamento do Estado para este ano trouxe novidades ao nível dos benefícios fiscais, mas atenção que os seus efeitos só se sentirão no momento da entrega da declaração anual, no próximo ano.

É o caso de as despesas com a educação e com as rendas de casas localizadas no interior do país, que vão dar bónus no IRS. No caso das deduções à coleta, os estudantes que frequentam estabelecimentos de ensino superior localizados no interior do país beneficiarão de um aumento de 10 ponto percentuais (para 40%) das despesas de educação e formação que podem deduzir, até ao limite de mil euros.

Esta medida ficou inscrita no Orçamento do Estado para 2019 e representa mais um passo no sentido de revitalizar o interior de Portugal, depois de o Executivo ter reduzido as vagas nos estabelecimentos de ensino superior de Lisboa e no Porto modo a incentivar exatamente a deslocalização de universitários para esses territórios. Essa última ferramenta não teve, contudo, sucesso, já que uma “fatia” significativa das vagas ficou por preencher.

O valor da dedução possível dos gastos feitos com rendas de casas no interior também subirá, passando de 502 euros para mil euros. “A dedução à coleta do IRS a que se refere a alínea a) do nº 1 do artigo 78º E do Código do IRS [relativo à arrendamento para habitação permanente] tem o limite de 1.000 euros, durante três anos, sendo o primeiro o da celebração do contrato, no caso de os encargos previstos resultarem da transferência da residência permanente para um território do interior“, explicou o Governo no Orçamento.

Outra das medidas que só terá impacto ao nível da declaração anual do IRS em 2020 é o chamado “Programa Regressar”. Foi em agosto do ano passado que o primeiro-ministro anunciou que os portugueses emigrados durante a crise e interessados em regressar ao país iriam beneficiar de um desconto no IRS. Assim, os cidadãos que voltem a Portugal este ano ou no próximo passam a pagar IRS apenas sobre metade dos rendimentos do trabalho dependente, empresariais e profissionais durante cinco anos.

De notar que essa alteração já começou a ser sentida por estes portugueses todos os meses, uma vez que os seus rendimentos já estão a ser alvo de uma taxa de retenção equivalente a apenas metade da que está atualmente em vigor para os demais trabalhadores.

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PSI-20 ganha 10% no trimestre. É o melhor arranque do ano desde 2015

Lisboa acompanha a Europa, onde a tendência dos primeiros três meses do ano foi de ganhos. A bolsa de Lisboa bateu as da Alemanha, Espanha e Reino Unido.

A bolsa de Lisboa fechou o primeiro trimestre com uma valorização de 10,04%. É o melhor arranque anual desde 2015, quando o PSI-20 disparou 24% e segue-se a dois anos em que os primeiros trimestres foram de quedas. Ainda assim, entre as principais praças europeias, o índice de referência nacional superou apenas Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Na sessão desta sexta-feira, o PSI-20 avançou 0,56% para 5.206,61 pontos, com a Jerónimo Martins a impulsionar. A retalhista valorizou 1,19% para 13,15 euros e foi também a cotada portuguesa que mais subiu no trimestre: 27%. A Mota-Engil ficou num próximo segundo lugar, com um ganho de 26,71% no trimestre. Na sessão desta sexta-feira, a construtora ganhou 0,99%.

PSI-20 ganha mais de 10% no ano

A Galp Energia também ajudou o índice ao somar 1,06% para 14,28 euros, tendo fechado o trimestre a subir 3,5%. O BCP recuperou no fim da sessão e fechou com um ganho de 0,35%, após a revisão em alta do rating dos depósitos tanto de curto como de longo prazo pela agência de notação financeira DBRS.

Em sentido contrário, houve apenas três cotadas que fecharam a sessão no vermelho: a F. Ramada perdeu 1,29%, a Corticeira Amorim caiu 0,56% e a Sonae cedeu 0,43%. No trimestre, os CTT lideraram as perdas, com um tombo de 12,42%, tendo chegado mesmo a tocar mínimos históricos na semana passada. A Ibersol deslizou 2% nos primeiros três meses do ano.

Verde predomina em todos os setores europeus

Na Europa, o sentimento também foi positivo. O índice pan-europeu Stoxx 600 ganhou 0,47%, fechando o melhor arranque do ano também dos últimos quatro anos, com uma valorização de 12,2%. Todos os subsetores do índice registaram ganhos trimestrais.

“Os mercados europeus terminaram [o dia] em alta, embora tenham recuado dos máximos atingidos durante a sessão”, referiram os analistas do BPI, numa nota de fecho da sessão. “Os índices bolsistas iniciaram o dia favorecidos pela boa recetividade aos últimos desenvolvimentos relacionados com as relações comerciais sino-americanas. Contudo, as notícias sobre o Brexit esmoreceram os ânimos“.

O italiano FTSE MIB ganhou 0,78% na sessão e 15% no trimestre. O francês CAC 40 valorizou 1,02% no dia e 13,1% nos primeiros três meses, enquanto o alemão DAX subiu 0,74% na sessão e 9,2% no trimestre. Já o espanhol IBEX 35 avançou 0,55% e fechou o trimestre com um ganho de 8,2%.

No campo empresarial, destacou-se o disparo de 26,27% das ações da Altice, para 2,34 euros, com os investidores a apostarem que a empresa terá capacidade de gerar valor acrescentado durante este ano de 2019. A retalhista H&M também registou um ganho expressivo — de 9,6% para 155,00 euros por ação –, após ter reportado uma queda dos lucros antes de impostos menor que o esperado.

Investidores desvalorizam chumbo do Brexit

Ainda a nível internacional, a sessão ficou marcada pelo terceiro chumbo do acordo que definia os termos da saída do Reino Unido da União Europeia a 22 de maio. Face a mais um impasse no Brexit, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já convocou uma cimeira de emergência a 10 de abril.

O índice acionista britânico ganhou 0,57%, apesar da decisão, e fechou o trimestre com um ganho de 7,5%. Depois de tombar abaixo dos 1,30 dólares, a libra desacelerou a desvalorização e segue, à hora de fecho das bolsas, a depreciar-se 0,22%. O euro segue na linha de água face à par norte-americana, nos 1,12 dólares.

A estabilização das yields soberanas deram algum otimismo aos investidores. O juro das Bunds alemãs a 10 anos continuam em terreno negativo, nos -0,072%. Em Portugal, o juro da dívida benchmark recuou 2,3 pontos base, para 1,249%.

(Notícia atualizada às 17h10)

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Talento, carreiras e gestão: conheça melhor a nova revista Pessoas

  • ECO
  • 29 Março 2019

Nova revista do universo ECO está nas bancas a 1 de abril. Talento, recrutamento, recursos humanos e tecnologia são alguns dos pilares da publicação.

É já a 1 de abril que a Pessoas está nas bancas. A nova revista, que conta com a coordenação editorial e comercial do ECO, é o projeto de estreia do grupo na área da gestão de recursos humanos e de talento.

A nova marca substitui a antiga revista Pessoal, que pertence à Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas (APG) e foi lançada pela primeira vez em 1976.

Conheça melhor a nova revista Pessoas e assine-a através do email [email protected]

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Montijo com estudo de impacte ambiental na segunda semana de abril

  • Lusa
  • 29 Março 2019

A ANA e o Estado assinaram em janeiro a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028. Montijo será complementar à Portela.

A ANA – Aeroportos disse esta sexta-feira à Lusa que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do aeroporto do Montijo está em conclusão e será entregue à Agência Portuguesa do Ambiente até ao final da segunda semana de abril.

“A ANA – Aeroportos de Portugal confirma que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) está em fase de conclusão e será entregue à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) até ao final da segunda semana de abril”, disse fonte oficial, em resposta à agência Lusa.

A mesma fonte refere que, “apesar de não haver nenhum prazo”, a gestora dos aeroportos está “a fazer o necessário para entregar brevemente o EIA à APA, correspondendo, assim, à estimativa apontada no início do ano”.

Em causa está a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) do projeto Aeroporto Complementar do Montijo e Respetivas Acessibilidades, que foi encerrado pela APA em 25 de julho, a pedido da ANA, que justificou esta solicitação com a necessidade de aprofundamento do estudo”.

O estudo “é um trabalho de grande exigência e a ANA não se poupará a esforços para assegurar” que o documento “integra todos os elementos que suportem uma decisão sustentada”, afirmou esta sexta-feira a fonte da ANA, acrescentando que o trabalho em curso tem sido “aprofundado” e “realizado em conjunto com várias entidades, atendendo aos requisitos e informação de suporte exigidos, procurando um consenso necessário a um trabalho desta natureza”.

A ANA e o Estado assinaram em 8 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura Humberto Delgado (em Lisboa) e a transformação da base aérea do Montijo.

Em 04 de janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que serão cumpridas integralmente as eventuais medidas de mitigação que venham a ser definidas pelo estudo de impacto ambiental para o aeroporto complementar do Montijo.

“O estudo de impacto ambiental está a ser concluído pela ANA – Aeroportos [de Portugal]. A informação que temos da parte da empresa é de que o entregará no primeiro trimestre de 2019”, afirmou, na altura, Pedro Marques aos jornalistas, em Mangualde.

O primeiro-ministro, António Costa, também já disse que apenas se aguarda o EIA para ser “irreversível” a solução aeroportuária Portela + Montijo, considerando haver consenso nacional sobre o projeto.

Em 11 de janeiro, António Costa admitiu que “não há plano B para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o estudo de impacto ambiental chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que “não haverá aeroporto no Montijo” se o estudo de impacte ambiental não o permitir.

Em 08 de março, a associação ambientalista Zero anunciou que tinha interposto uma ação judicial contra a APA, para que seja efetuada uma Avaliação Ambiental Estratégica ao novo aeroporto do Montijo.

Em comunicado divulgado na altura, a Zero referiu que desde o início do processo para a escolha de um local para a construção do novo aeroporto tem alertado para a necessidade de uma Avaliação Ambiental Estratégica, em vez de uma Avaliação de Impacto Ambiental.

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Até 15 de maio todas as CIM com novas medidas nos transportes públicos, diz Costa

  • Lusa
  • 29 Março 2019

Primeiro-ministro garantiu que até maio todas as comunidades intermunicipais terão medidas de fomento do uso do transporte público "ajustadas à sua realidade"

O primeiro-ministro assegurou esta sexta-feira que, até 15 de maio, todas as Comunidades Intermunicipais (CIM) vão ter “medidas ajustadas” aos territórios, “para aumento da oferta de transporte público ou redução tarifária”. “Ao contrário do que dizem os que mais criticam, esta medida não se destina só às Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. A ideia surgiu, de facto, das Áreas Metropolitanas, mas o Governo deu o passo que devia ter dado, alargando a medida a todo o país”, afirmou António Costa.

Segundo o primeiro-ministro, todas as CIM do país vão, até 15 maio, “ter medidas ajustadas à sua realidade, para aumento da oferta de transporte público ou redução tarifária”. António Costa falava na cerimónia de assinatura dos contratos do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART), entre o Estado e a Área Metropolitana do Porto (AMP).

Para o primeiro-ministro, a redução tarifária no transporte público é uma “medida em quatro”, porque é “amiga do ambiente, das famílias, da economia e da coesão territorial”. O líder do executivo destacou ainda o papel das autarquias, das Áreas Metropolitanas (AM) e das CIM na definição das medidas ajustadas às suas regiões, já que as conhecem melhor do que o Estado.

“Não é o Estado, que estará sempre longe, mesmo na cidade capital, que está nas melhores condições de dizer como, em concreto, em cada uma das CIM ou concelhos pode ser melhor aplicada [a redução tarifária]”, frisou. De acordo com o primeiro-ministro, “cada uma das CIM e AM tem hoje competência para desenhar a melhor resposta para as suas necessidades”.

António Costa sublinhou ainda que se deve “tratar por igual o que é igual e diferente o que é diferente, dando a todos oportunidade de poderem convergir”.

O primeiro-ministro elogiou a redução tarifária do transporte público como “medida amiga do ambiente”, notando que o “grande desafio da humanidade é “mitigar os efeitos das alterações climáticas”. “Não são algo que se apresente a longa distância, nem que interesse apenas aos académicos. É algo que se projeta concretamente no nosso dia a dia”, afirmou, recordando que o país está sob a ameaça da erosão e em risco de incêndio.

“São riscos que não podem fazer ignorar a urgência de contribuir para travar alterações climáticas”, observou.

De acordo com António Costa, “mudar o paradigma de mobilidade é fundamental para enfrentar desafio das alterações climáticas”, porque “26% dos gases com efeito estufa do planeta são emitidos a partir de sistemas de mobilidade”.

Em Portugal, acrescentou, a mudança da utilização do transporte público “exige uma medida fundamental que é a redução do seu custo” e, por isso, “é que esta é uma medida amiga das famílias”.

“Não tenhamos dúvidas: melhorar o rendimento disponível das famílias é essencial para a confiança dos agentes económicos e para o aumento da procura”, disse.

"Não é o Estado, que estará sempre longe, mesmo na cidade capital, que está nas melhores condições de dizer como, em concreto, em cada uma das CIM ou concelhos pode ser melhor aplicada [a redução tarifária]”

António Costa

António Costa observou também que, “consoante a distância, as reduções [do preço dos transportes] vão oscilando entre 50 e 100 euros por mês”.

Relativamente aos 700 novos autocarros prometidos para o país, o primeiro-ministro referiu que “a esmagadora maioria” está a ser produzida em território nacional.

“A grande fatura que pagamos nas importações é na importação de petróleo e combustíveis fósseis. Estimular o uso do transporte público é uma forma de contribuir para a redução significativa das importações e melhorar a balança de transações”, assinalou.

António Costa defendeu ainda o PART como amigo da “coesão territorial”, apontando os novos preços de viagens na Área Metropolitana do Porto (o valor máximo do passe mensal é 40 euros) como fomentadores de “toda uma nova relação” entre os 17 concelhos.

“Estamos também a investir na reposição da capacidade de manutenção das empresas. Não basta ter autocarros, é preciso que funcionem”, assinalou.

O Governo e a AMP assinaram hoje o contrato para a entrada em vigor, em 01 de abril, do passe único nos seus 17 concelhos, que custará no máximo 40 euros e permite viajar em todos os operadores de transportes públicos.

É também criado um passe municipal de 30 euros para viagens dentro do concelho ou até três zonas.

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