PS junta-se à direita para chumbar nacionalização dos CTT

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2019

PS, PSD e CDS chumbaram as propostas da esquerda para nacionalizar os CTT, na semana em que a empresa revelou uma queda de 28% nos lucros.

A Assembleia da República chumbou três iniciativas legislativas que defendiam a renacionalização dos CTT, empresa privatizada em 2013, através da dispersão de capital em bolsa, apresentadas por BE, PCP e PEV.

O projeto de lei bloquista pela nacionalização dos CTT teve a oposição das bancadas de PSD, PS, CDS-PP e do deputado não inscrito, Paulo Trigo Pereira, e a abstenção do PAN.

O texto comunista, que defendia o regime de recuperação do controlo público dos CTT, contou também apenas com votos favoráveis de BE, PCP e PEV. Votaram contra as bancadas do PSD, do PS, do CDS-PP e o deputado não inscrito, Paulo Trigo Pereira, enquanto o PAN se absteve.

O projeto de resolução do PEV pela reversão da privatização dos CTT foi igualmente rejeitado com os votos contra de PSD, PS e CDS-PP, a abstenção do PAN e votos favoráveis de BE, PCP, PEV e do deputado não inscrito, Paulo Trigo Pereira.

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Abanca admite conversações. Pode lançar OPA sobre o Liberbank

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2019

O Abanca reconhece a existência de conversações com os acionistas principais do Liberbank para “promover uma ação corporativa entre ambas as entidades”.

O Abanca confirmou a existência de conversações que podem levar ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o também banco espanhol Liberbank, depois de a negociação das ações das duas entidades ter sido suspensa esta manhã.

Num comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o Abanca reconhece a existência de conversações com os acionistas principais do Liberbank para “promover uma ação corporativa entre ambas as entidades”.

O Abanca informa ainda que, até à data, não concluiu nem formalizou qualquer acordo com esses acionistas.

O supervisor do mercado de valores espanhol decidiu no início da manhã suspender de forma cautelar a negociação das ações do Abanca e do Liberbank, “por haver circunstâncias que podem perturbar” a operação normal, medida que foi posteriormente levantada.

O Abanca está presente em Portugal, nomeadamente depois de ter comprado em 2018 a unidade de banca de retalho em Portugal do Deutsche Bank.

O banco espanhol também comprou no ano passado a operação da filial em Espanha da Caixa Geral de Depósitos, o Banco Caixa Geral, por 364 milhões de euros.

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Regulador dos seguros não vai avaliar idoneidade de Tomás Correia. Ainda não tem a supervisão da Mutualista

  • ECO
  • 22 Fevereiro 2019

ASF entende que não cabe ao regulador dos seguros pronunciar-se sobre a idoneidade de Tomás Correia, uma vez que ainda não tem a supervisão da Associação Mutualista Montepio Geral.

O presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) disse à Lusa que não cabe ao regulador dos seguros pronunciar-se sobre a idoneidade de Tomás Correia, uma vez que ainda não tem a supervisão da Associação Mutualista Montepio Geral.

Questionado sobre se a ASF irá tomar alguma medida para avaliar a idoneidade de Tomás Correia, após ter sido conhecido que foi condenado a uma multa de 1,25 milhões de euros do Banco de Portugal no período em que era presidente do banco Montepio, José Almaça respondeu que “o assunto da idoneidade não tem que ver com a ASF no período transitório”.

O responsável pelo regulador dos seguros explicou que só após o período de convergência da mutualista com o setor segurador é que caberá à ASF essa competência.

“Não temos de nos pronunciar sobre essa matéria, o trabalho da ASF neste momento é verificar se convergem para o regime segurador. Só depois de convergirem passarão para a nossa supervisão”, afirmou Almaça.

Esta quinta-feira foi noticiado pelo Público que o Banco de Portugal condenou Tomás Correia (atual presidente da Associação Mutualista Montepio Geral), sete ex-administradores e ainda o próprio banco Montepio a multas por irregularidades relacionadas com concessão de créditos, no âmbito de um processo de contraordenação que teve origem na auditoria especial feita em 2014, a pedido do banco central.

Tomás Correia foi condenado a pagar 1,25 milhões de euros.

Em janeiro passado, quando tomou posse para um novo mandato como presidente da mutualista, Tomás Correia disse aos jornalistas que não acreditava numa condenação do Banco de Portugal, no âmbito do processo agora concluído, e sobre a avaliação da sua idoneidade afirmou que essa cabe à assembleia-geral da mutualista e não ao regulador dos seguros, apesar das alterações feitas no ano passado ao Código das Associações Mutualistas.

“Não estou preocupado, não estamos preocupados com isso. Não há nenhum [‘feedback’ do regulador dos seguros sobre essa matéria] e temos a certeza de que não teremos”, disse aos jornalistas.

O responsável afirmou que enquanto não se aplicarem à Associação Mutualista Montepio Geral as regras do setor segurador (o que pode demorar anos, uma vez que o período transitório pode durar 12 anos) não cabe à ASF avaliar a sua idoneidade, mas à assembleia-geral da mutualista.

A Lusa contactou o Ministério do Trabalho, a quem cabe a regulação da Associação Mutualista Montepio Geral, mas ainda não obteve resposta.

Tomás Correia vai recorrer da contraordenação do Banco de Portugal, disse à Lusa fonte ligada ao gestor, considerando que as contraordenações “não inibem a atividade profissional”.

A Associação Mutualista Montepio Geral é o topo do grupo Montepio e tem como principal empresa o banco Montepio.

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Vai nascer um Hotel SIC. Pode abrir já no próximo ano

  • Guilherme Monteiro
  • 22 Fevereiro 2019

A Impresa e a gestora de ativos hoteleiros Blueshift têm já identificados 30 imóveis no centro de Lisboa para criar um novo conceito: o Hotel SIC.

Vai nascer um Hotel SIC com uma capacidade mínima para 100 quartos e um estúdio de televisão a funcionar ao vivo, em que os hóspedes poderão gravar os seus próprios programas.

O projeto revelado pelo Expresso (acesso condicionado), está agora à procura de um investidor, depois do grupo Impresa — dono da SIC e do Expresso — se ter associado à gestora BlueShift para o avanço da unidade hoteleira.

Neste momento, estão já identificados 30 imóveis na capital, onde poderá vir a ser desenvolvido o Hotel SIC. A intenção é que entre em funcionamento já no próximo o ano, uma vontade que é manifestada pelo CEO da Impresa, Francisco Pedro Balsemão.

No entanto, o responsável pelo grupo de comunicação social sublinha que a SIC não se vai tornar “um hoteleiro nem avançar com investimentos imobiliários”. Francisco Pedro Balsemão explica que o hotel vai funcionar numa “parceria tripartida”. Assim, a SIC vai fornecer os conteúdos temáticos, a BlueShift assegura a gestão em franchise e o eventual “terceiro parceiro”, o investidor, entrará com o ativo.

O estúdio que estará instalado no hotel funcionará como um complemento ao de Paço de Arcos, pelo que os hóspedes vão poder estar envolvidos com a programação da SIC e cruzar-se com figuras conhecidas da estação.

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Costa quer Portugal com “nova visão” a disputar fundos comunitários

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2019

O primeiro-ministro salienta a importância de disputar o acesso aos fundos comunitários, nomeadamente para ter melhores condições para o investimento empresarial.

O primeiro-ministro considerou esta sexta-feira essencial que Portugal tenha uma “visão inovadora” no acesso aos fundos comunitários, disputando cada vez mais as verbas da ciência e investigação de gestão centralizada e concorrencial, para além dos montantes da coesão.

Esta posição foi assumida por António Costa na sessão de abertura de uma conferência sobre ciência, inovação e Ensino Superior, no Teatro Thalia, em Lisboa, num discurso em que elogiou a ação do comissário europeu Carlos Moedas.

Após a intervenção de abertura proferida pelo ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, em que citou uma série de indicadores para procurar provar a tese de que Portugal está a aproximar-se dos melhores níveis europeus na ciência e nas instituições universitárias, o líder do executivo falou depois, sobretudo, para salientar a importância no que se refere à existência de melhores condições para o investimento empresarial, designadamente através de mecanismos fiscais e do acesso a fundos comunitários.

António Costa invocou a União Europeia para sustentar a ideia de que “Portugal já tem o segundo melhor regime fiscal de apoio ao investimento das empresas”, relativizando assim o peso do IRC em termos de fator de competitividade, mas, em paralelo, classificou como “decisiva a existência de uma visão inovadora no acesso aos fundos comunitários”.

“É essencial que Portugal continue a beneficiar dos fundos de coesão, mas também temos de reconhecer que, para darmos o salto em frente, tendo em vista que os próximos anos sejam de continuidade em termos de convergência com a União Europeia, temos de reforçar a nossa competitividade – e só a reforçaremos com mais investimento em ciência e em conhecimento e na sua transferência para o tecido empresarial“, advertiu.

Ou seja, para o primeiro-ministro, “é tão importante para Portugal a política de coesão, como são importantes para o país os mecanismos dos fundos comunitários destinados à investigação e à ciência”. “Temos de ser capazes de cada vez mais nos capacitarmos para podermos disputar o acesso a esses fundos de gestão centralizada e de gestão concorrencial“, frisou.

Neste capítulo, o líder executivo defendeu ainda como estratégia nas negociações dos fundos comunitários a exigência que “também nesses programas de gestão centralizada e concorrenciais, como são os programas de ciência, têm de estar presentes os objetivos da convergência”.

“Têm de existir mecanismos para que as instituições universitárias de países como Portugal, ou empresas com o perfil da maioria das nacionais, possam igualmente ter acesso a esses fundos em condições de igualdade com aquelas que já fizeram o percurso que se está a fazer agora no país. Se não formos capazes de convergir e recuperar o tempo perdido, isso será muito negativo para nós, mas, também, um enorme problema para a Europa”, advogou.

No seu discurso, com cerca de 25 minutos, António Costa identificou três fatores decisivos para uma mudança estrutural da sociedade e da economia portuguesa: o acesso universal ao pré-escolar, a redução do abandono escolar precoce no ensino secundário e o aumento do número de alunos no ensino superior.

Em relação à meta governamental de ter crianças até aos três anos em estabelecimentos do pré-escolar, disse que “já está alcançada em 90% em território continental” e “julga-se realista a ideia de assumir que no início do próximo ano letivo será de 100%”.

No que respeita ao abandono escolar precoce no ensino secundário, António Costa apontou que a meta é atingir os 10% em 2020. “Em 2017, foi possível reduzir para 11,7%. Com aquilo que aconteceu em 2018 e que tem de acontecer este ano, muito previsivelmente vamos conseguir cumprir a meta de 2020”, referiu

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OLX cria posto físico no Alegro para trocas e vendas

  • Guilherme Monteiro
  • 22 Fevereiro 2019

A partir de março, clientes e vendedores vão passar a poder encontrar-se num posto físico para efetuar trocas e vendas "em segurança".

O OLX criou um espaço físico, no centro comercial Alegro, em Alfragide, para que clientes e anunciantes se possam encontrar e fazer trocas e vendas.

O ponto de encontro não terá intermediários, mas garante a “segurança pessoal” aos clientes que se encontram “num espaço público e reconhecido”, explica a empresa em comunicado.

A OLX lembra que os centros comerciais são os sítios mais comuns de encontro entre os vendedores e os compradores, daí a escolha pela instalação deste interposto no Alegro.

O Ponto de Encontro OLX, que constitui uma novidade da empresa para 2019, vai estar disponível a partir do próximo mês de março. “A partir de agora, basta aparecer no dia e na hora marcada e fechar o negócio com toda a segurança e comodidade”, enfatiza a empresa.

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A manhã num minuto

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Tomás Correia vai recorrer da decisão do Banco de Portugal. Não vê razões para sair da liderança da Associação Mutualista

O Banco de Portugal condenou Tomás Correia e os administradores do Montepio, bem como o próprio banco. O líder da Associação Mutualista diz que vai recorrer da decisão.

Banco de Portugal condenou Tomás Correia, mas também restantes administradores do Montepio por, entre outros, a quebra das regras de controlo interno na gestão da instituição financeira. Tomás Correia diz que não é uma condenação, mas antes “uma decisão” do supervisor. E revela, em resposta ao ECO, que vai recorrer, afastando quaisquer razões para deixar a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG).

“Importa clarificar que não se trata de uma condenação“, diz o líder da AMMG, quando questionado sobre a condenação por parte da entidade liderada por Carlos Costa que prevê a aplicação de coimas tanto a Tomás Correia como aos administradores que estiveram à frente do Montepio entre 2008 e 2015. Diz que “o que está em causa é uma decisão”, salientando que “o recurso é um direito a exercer”. E “exercerá os seus direitos e recorrerá”.

"Não há qualquer condenação, sanção acessória ou inibição ao exercício da profissão.”

Tomás Correia

Presidente da AMMG

Tomás Correia recebeu a coima mais elevada, de 1,25 milhões de euros, de acordo com o Expresso — o Público avança com um valor superior, de 1,5 milhões de euros. Os restantes administradores receberam coimas de dezenas e centenas de milhares de euros, já o Montepio terá de pagar 2,5 milhões de euros. Adicionalmente, segundo o Expresso, Tomás Correia pode ser alvo de inibição de exercício de funções no setor financeiro.

Ao ECO, o líder da AMMG, rejeita que existam coimas ou quaisquer penas acessórias. “Não há qualquer condenação, sanção acessória ou inibição ao exercício da profissão”, refere Tomás Correia, afastando toda e qualquer hipótese de vir a abandonar o cargo para o qual foi eleito em dezembro de 2018.

“Não se coloca” a hipótese de se afastar do cargo de presidente da AMMG, diz Tomás Correia. “Nem há quaisquer razões para colocar essa hipótese” de sair da liderança da dona do agora denominado Banco Montepio, remata.

(Notícia atualizada às 13h08 com mais informação)

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O artigo 18º nº 6 da Lei de Arbitragem

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  • 22 Fevereiro 2019

O artigo 18º nº 6 da Lei de Arbitragem. Alerta para a existência e importância da sua aplicação.

Este artigo da LAV permite às partes arguir, no decurso do processo, quer a nulidade do exercício efetivo de poderes excessivos pelo tribunal, quer a mera possibilidade de isso vir a suceder.

A oportunidade da arguição requer que ela seja deduzida imediatamente após se ter suscitado no processo a questão, sob pena de ela não poder ser mais arguida.

Isto é, in casu, o tribunal arbitral carece de competência conferida pelas partes para que possa dirimir o litígio nos termos do artº 1º, no. 1 LAV. Inexistindo uma válida convenção de arbitragem, não pode haver arbitragem voluntária.

São várias as causas de inexistência ou de nulidade de uma convenção de arbitragem. Vejamos:

– incapacidade legal de uma das partes da convenção de arbitragem para a sua celebração;

– a convenção não é válida nos termos da lei escolhida ou, no caso da falta de indicação de lei aplicável, nos termos da LAV;

– violação no processo arbitral de algum dos requisitos referidos no nº 1 do artigo 30º da LAV com influência decisiva na resolução do litígio (falta de citação do demandado; violação do princípio da igualdade; violação do direito de defesa; violação do princípio do contraditório);

– pronuncia de sentença pelo tribunal, inexistindo convenção de arbitragem, ou, existindo, ela não prever o litígio ou conter decisões que ultrapassam o seu âmbito;

– a composição do tribunal ou o processo arbitral não serem conformes com a convenção de arbitragem nas condições do art. 46º nº 3 iv);

– nos casos de ultra petita ou infra petita (idem, sub. al, v));

– a notificação da sentença às partes ter ocorrido para além do prazo (idem, sub al.vii).

Cabe perguntar, qual o propósito deste regime de fixação de um momento limite de arguição da falta de competência do tribunal para dirimir o litígio?

Claramente, a intenção do legislador é a de tentar impedir que o tribunal se alongue na tramitação do processo, carecendo de competência para tanto. Trata-se, portanto, essencialmente, de um propósito de economia processual.

Quanto ao fundamento substancial do regime, assenta no facto de competir à vontade das partes atribuir a árbitros a resolução de um litígio. Ora, se elas têm esse poder também lhes pertence a possibilidade de impedir que o processo prossiga no caso de falta de competência.

De salientar que o disposto no artigo 43º, nº 4, LAV refere-se, essencialmente, ao mesmo regime expresso no artigo 18º, nº 6.

Por fim, sobre a possibilidade de ser invocado no processo de reconhecimento e execução de uma sentença estrangeira vícios da natureza dos descritos, isso poderá suceder se for aplicável ao caso qualquer das hipóteses de recusa previstas no art. 56º LAV. Na verdade, trata-se de uma opção interventiva do legislador português na tutela de um processo arbitral estrangeiro relativamente ao qual a LAV não lhe é diretamente aplicável. A LAV optou, neste particular, por aproximar este regime ao disposto no art. 46º aplicável aos processos arbitrais que decorram em território nacional (art. 61º). Mas, na verdade, com exceção de defesa dos princípios fundamentais do processo arbitral (art. 30º nº 1 LAV), da preservação da ordem pública internacional do estado português e do disposto no art. 56º, nº 1, al. v) parece-nos que carece de justificação plena o regime da LAV consignado nas restantes alíneas do art. 56º, mas isso não exime a aplicação da LAV.

Artigo desenvolvido por Manuel Pereira Barrocas, Partner da Barrocas & Associados – Sociedade de Advogados, RL

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UE e autoridades do consumidor exigem rigor nas regras do comércio online

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2019

Bruxelas e as autoridades do consumidor exigem que as regras de consumo online da União Europeia sejam respeitadas, depois de terem sido detetadas 560 irregularidades.

A Comissão Europeia e autoridades de defesa do consumidor da União Europeia (UE) exigiram, esta sexta-feira, “informações claras” no comércio ‘online’, nomeadamente em preços e descontos, após terem sido detetadas irregularidades em mais de metade de 560 ‘sites’ analisados.

Em comunicado, Bruxelas dá conta de que foram analisadas 560 lojas ‘online’, tendo sido encontradas “irregularidades relativamente ao respeito pelas regras de consumo da UE” em 60% destas plataformas, “predominantemente em relação à forma como os preços e os descontos são apresentados”.

Em causa estão ‘sites’ de comércio eletrónico de diferentes produtos e serviços, como vestuário ou calçado, ‘software’ ou entretenimento, que foram analisados pela Rede de Cooperação no domínio da Defesa do Consumidor da UE, composta por autoridades nacionais, numa ação coordenada pela Comissão Europeia.

Nesta análise, foram detetados 431 ‘sites’ com irregularidades relacionadas com promoções, sendo que, em 131, será necessária uma “investigação adicional necessária” por as “ofertas especiais não serem autênticas” ou por “não ser clara a forma como o preço com desconto foi calculado”.

Acresce que, do total de páginas analisadas, em 211 verificou-se que o preço final era superior ao mostrado inicialmente, por serem cobradas taxas extra relacionadas com o pagamento, com a entrega do produto ou com a reserva.

A legislação da UE em matéria de consumo obriga os comerciantes a apresentarem os preços totais, incluindo todos os obrigatórios e, quando esses custos não podem ser calculados antecipadamente, isso deve ser, pelo menos, claramente apresentado ao consumidor”, vinca Bruxelas no comunicado.

Acresce que em 59% dos 560 ‘sites’ verificados não havia uma ligação direta à plataforma ‘online’ de resolução de litígios, obrigatória por lei, e, em 30% destas páginas, as informações apresentadas aos consumidores não mencionavam os seus direitos sobre cancelamento.

Citada na nota, a comissária europeia responsável pelo Comércio, Věra Jourová, salienta que este tipo de problemas “deve parar, pois os consumidores são frequentemente levados à confusão e a preços mais elevados do que o pretendido”.

“Estou chocada com o elevado número de ‘sites’ com problemas”, admite a responsável.

Caberá agora “às autoridades nacionais de defesa dos consumidores, com o apoio da Comissão, tomar as medidas necessárias para pôr fim às práticas comerciais desleais”, adianta Věra Jourová.

Serão, assim, investigados os ‘sites’ com irregularidades.

A Rede de Cooperação no domínio da Defesa do Consumidor da UE é composta por autoridades nacionais de defesa do consumidor de 30 países (28 países da UE, a Noruega e a Islândia). Em Portugal, a rede é constituída pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

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Estudantes e residentes no Porto até aos 15 anos vão ter transportes gratuitos. Medida custa um milhão de euros

A medida deverá abranger 8 mil jovens e terá um custo para a autarquia liderada por Rui Moreira de um milhão de euros.

Quem viver no Porto e tiver menos de 15 anos de idade vai poder andar de transportes públicos gratuitamente na cidade. A informação está no site oficial da Câmara Municipal do Porto.

“A Câmara do Porto vai implementar um sistema que permitirá aos seus residentes/estudantes até aos 15 anos não pagar qualquer valor quando se deslocarem em transporte público na cidade, o que acontecerá a partir de setembro deste ano, ou seja, com o início do próximo ano letivo”, pode ler-se no portal de autarquia.

A medida deverá abranger cerca de oito mil alunos e terá um custo para a autarquia de cerca de um milhão de euros.

Esta iniciativa junta-se assim à gratuitidade que deverá ser aplicada até aos 12 anos “em toda a rede de transportes públicos da Área Metropolitana” e que foi debatida esta sexta-feira, no âmbito do Conselho Metropolitano, que decorreu na Póvoa de Varzim.

A autarquia diz que “a medida tomada individualmente pela Câmara do Porto, complementar à acordada no âmbito da Área Metropolitana com o Governo, pode atingir cerca de oito mil jovens estudantes e terá um custo estimado de cerca de um milhão de euros. A este impacto, suportado pela Câmara do Porto, junta-se a gratuitidade até aos 12 anos em toda a AMP”.

A juntar a estas medidas, que fazem parte do Plano de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos, está ainda a implementação do passe único para os restantes munícipes, com o valor de 30 euros dentro da cidade do Porto e de 40 euros para viagens intermunicipais.

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Governo diz que acesso a fundos estruturais deve ser uma batalha no próximo quadro comunitário

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2019

O ministro Nelson de Souza aponta a simplificação do acesso aos fundos estruturais e a transição entre quadros comunitários como as maiores preocupações para o próximo quadro.

O ministro do Planeamento defendeu esta sexta-feira, no parlamento, que a simplificação no acesso aos fundos estruturais deve ser a batalha central na definição do modelo de governação do próximo quadro comunitário de apoio.

“Existem duas preocupações essenciais. A primeira tem a ver com a simplificação no acesso aos fundos estruturais. [Esta] tem que se traduzir numa batalha central na definição do modelo de governação do próximo quadro comunitário de apoio”, disse Nelson de Souza, que se estreou esta sexta-feira na Assembleia da República como ministro do Planeamento, sucedendo a Pedro Marques.

O governante notou ainda alguma preocupação quando à transição entre quadros comunitários, afirmando que o parlamento é convocado “a minimizar os efeitos” da alteração.

“Como é sabido, o Governo tomou a iniciativa, em meados de 2018, de consultar um largo e diversificado conjunto de atores da mais diversa natureza. Ouvimos atentamente académicos, cientistas, empresários, instituições, municípios, freguesias e ‘stakeholders’ interessados na aplicação dos fundos estruturais”, indicou.

Esta auscultação resultou na elaboração de um documento que serviu como “ponto de partida” para o debate da temática. O ministro do Planeamento revelou ainda que o documento em causa é organizado em torno de quatro eixos centrais, sendo o primeiro sobre as pessoas.

“Qualquer estratégica não pode deixar de ter e visar as pessoas, o melhor equilíbrio demográfico, maior inclusão e consolidação do equilíbrio demográfico”, indicou. O segundo eixo – o crescimento -, visa o estímulo ao desenvolvimento, através da criação de valor acrescentado, que “só é possível através da criação de valor acrescentado, que só é possível através da inovação e qualificações”.

Por sua vez, o terceiro ponto, dedicado ao território, tem em vista tornar o país mais competitivo interna e externamente, “sem esquecer o interior”. Já o último eixo é dedicado à sustentabilidade, envolvendo temas como a transição energética, a mobilidade sustentável, o mar, a gestão da agricultura e florestas, bem como as alterações climáticas e a promoção da economia circular. “É nesta fase que devemos entrar no debate [com o objetivo] de materializar estes objetivos”, concluiu Nelson de Souza.

Quadro comunitário pós 2020 não serve interesses de Portugal

O ministro do Planeamento defendeu também, no parlamento, que a proposta da Comissão Europeia para o próximo Quadro Financeiro plurianual (QFP) “não serve os interesses de Portugal”, sublinhando que o Governo vai bater-se por estes até ao último dia.

“Sempre dissemos, e mantemos, que a proposta da Comissão de redução de 7% na Política de Coesão e a redução da política agrícola comum não serve os interesses de Portugal”, disse Nelson de Souza. O ministro garantiu ainda que o Governo não vai deitar “a toalha ao chão”, continuando a negociar e a “usar todos os instrumentos ao dispor”, se preciso, “até à última noite das negociações no Conselho Europeu”.

Porém, o governante sublinhou, na sua intervenção de encerramento do debate temático sobre a estratégia Portugal 2030, que a atual proposta já representa “um ganho negocial” face ao anterior quadro comunitário.

“Além do fundo de coesão, estamos a tentar defender os nossos interesses [no que se refere] ao acesso mais facilitado aos programas de gestão. Muitos dos senhores deputados clamaram e bem, contra a injustiça da redução, a preços reais, do plano de coesão em 7%, mas isto já representa um ganho negocial face ao quadro comunitário anterior”, no qual o corte era de 10%, afirmou.

O ministro do planeamento notou que, mesmo assim, a negociação continuará a ser feita em conjunto, reiterando que o Governo “não vai deitar a toalha ao chão”.

Quadro plurianual é instrumento para financiar construção da UE

O presidente da comissão de acompanhamento da Estratégia Portugal 2030 defendeu esta sexta-feira, no parlamento, que o Quadro Financeiro Plurianual é um dos mais “poderosos instrumentos” para financiar a construção da União Europeia.

“O quadro [financeiro] é um dos mais poderosos instrumentos para financiar a construção da União Europeia”, disse João Paulo Correia. Durante a sua intervenção inicial, o responsável destacou ainda que a comissão de acompanhamento da Estratégia Portugal 2030 “é pioneira e única” no contexto dos parlamentos da União Europeia (UE).

João Paulo Correia referiu ainda que a comissão auscultou cerca de 138 pessoas, a nível nacional e europeu, produzindo um relatório que foi aprovado esta quinta-feira, com 35% das conclusões a serem aceites por unanimidade. Entre os principais pontos deste documento destacam-se o equilíbrio demográfico, o crescimento, a competitividade e a sustentabilidade do país.

A Comissão Europeia propôs, em 1 de junho, uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior, com uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvimento rural.

A preços correntes, para o QFP 2021-2027, está prevista uma verba de 4,2 mil milhões de euros no primeiro pilar da Política Agrícola Comum (PAC) e de 3,4 mil milhões no segundo.

Na distribuição dos apoios, a comissão propôs que os pagamentos diretos aos agricultores superiores a 60 mil euros tenham deduções e sejam limitados a 100 mil euros por exploração, estando os Estados obrigados a reservar 2% do montante recebido para os pagamentos diretos para ajudar à instalação de jovens agricultores.

No domínio do ambiente é proposto que 40% do orçamento global da PAC contribua para reforçar a ação climática e, pelo menos, 30% de cada dotação nacional para o desenvolvimento rural seja empregue em medidas ambientais e climáticas.

Adicionalmente, será ainda reservado um montante de 10 mil milhões de euros do programa da investigação da União Europeia (UE) – Horizonte Europa – para programas de investigação.

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