BCP pesa na bolsa. Europa em mínimos de duas semanas

A bolsa nacional está em queda, acompanhando a tendência negativa das restantes praças europeias que estão a negociar em mínimos de duas semanas. No PSI-20, o BCP perde mais de 1%.

Lisboa mantém a tendência negativa. A praça portuguesa perde valor, acompanhando o comportamento das restantes praças europeias que reagem em queda à ausência de progressos nas negociações em torno do acordo comercial entre os EUA e a China. O PSI-20 perde mais de 0,5%, com o BCP em destaque.

O índice de referência nacional segue a perder 0,65% para cotar nos 5.225,92 pontos. É uma queda em linha com a registada nos principais índices da região, nomeadamente o DAX, da Alemanha, que cede 0,6%. O Stoxx 600 está mesmo em mínimo de duas semanas, recuando 0,5%, com os investidores frustrados com a falta de entendimento entre Washington e Pequim.

Maior parte das cotadas estão em queda, mas é o BCP que dita a dimensão da queda da bolsa nacional ao registar uma desvalorização de 1,3% para cotar nos 20,45 cêntimos. A Nos também pesa no índice ao cair 1,08%, assim como a Galp Energia que apresenta uma descida de 1,05% para os 15,08 euros.

EDP está na linha de água, cedendo ligeiros 0,03%, enquanto a EDP Renováveis é um dos quatro títulos que escapam às quedas. A empresa liderada por Manso Neto soma 0,39% para 10,20 euros, sendo que a impedir uma queda mais acentuada do PSI-20 está a Jerónimo Martins, ainda que com uma valorização muito ligeira, de 0,05%.

Fora do PSI-20, o Benfica continua a centrar atenções. Depois de ter disparado 70% na última sessão, em reação à OPA, as ações da SAD seguem em queda, continuando aquém da contrapartida do clube. Os títulos recuam 3,83% para os 4,52 euros, apresentando um potencial de subida de mais de 10% face à proposta apresentada por Luís Filipe Vieira.

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Governo quer duplicar dedução no IRS para segundo filho já em 2020

  • ECO
  • 20 Novembro 2019

O Governo quer mais do duplicar o "bónus" somado à dedução fixa no IRS por dependente até aos três anos já no Orçamento do Estado para 2020.

O Governo vai avançar já no Orçamento do Estado para 2020 com mais deduções em sede de IRS e IRC para pais até com múltiplos filhos até aos três anos e pequenas, bem como para médias empresas, adianta o Jornal de Negócios (acesso pago), esta quarta-feira.

O Executivo de António Costa quer mais do que duplicar o “bónus” somado à dedução fixa por dependente no IRS, passando a atual passando de 126 euros por criança até aos três anos para 300 euros. De acordo com o Jornal de Negócios, esta media tem um custo estimado de 50 milhões de euros.

Também as pequenas e médias empresas vão beneficiar de um desgravamento fiscal, através da subida do teto de lucros reinvestidos que podem ser objeto de dedução em sede de IRC: passará de 10 milhões para 12 milhões de euros. Ou seja, está em causa uma subida de 20%.

Ainda que o Programa do Governo não defina datas para nenhuma desta medidas, várias fontes confirmam que avançam já neste OE. A ideia é continuar a transferir o peso fiscal sobre o trabalho para a poluição. Os benefícios fiscais serão a via utilizada para atingir esse fim.

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Hoje nas notícias: IRS, Ajuste Secreto e descentralização

  • ECO
  • 20 Novembro 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Há desagravamento fiscal à vista para empresas e pais de múltiplos filhos. O dia fica ainda marcado pela Operação “Ajuste Secreto”, pela descentralização de três das secretarias do novo Executivo e pela nota de que as barragens a sul do Tejo estão com mínimos históricos. Há mais de 50 mil doentes à espera de serem operados para lá do prazo legal.

Dedução no IRS para segundo filho duplica já em 2020

O Governo quer duplicar o “bónus” somado à dedução fixa por dependente no IRS a partir do segundo filho, passando a atual majoração de 126 euros por criança com menos de três anos para 300 euros. A medida terá um custo estimado de 50 milhões de euros e irá avançar já no Orçamento do Estado para 2020. Também as empresas vão beneficiar de um desagravamento fiscal, através da subida do teto de lucros reinvestidos que podem ser objeto de dedução no IRC, de 10 milhões de euros para 12 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Dez autarcas acusados de corrupção

O Ministério Público avançou com a acusação de corrupção a dez autarcas, no âmbito de um processo que já conta com 68 arguidos e ficou conhecida como Operação Ajuste Secreto. Nesse mesmo contexto, Hermínio Loureiro — vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol e ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis — é acusado de 141 crimes. O MP destaca o uso de fundos de maneio camarários para o pagamento mensal de 300 euros em despesas com uma sede concelhia de um partido político, bem como o pagamento de almoços, jantares e outros gastos pessoais. Além dos autarcas, estão envolvidos quatro clubes desportivos e os seus respetivos dirigentes.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Governo instala três secretarias de Estado fora de Lisboa

Três das 50 secretarias de Estado do Executivo de António Costa vão funcionar de forma descentralizada, tendo sede em Bragança, Castelo Branco e Guarda. Essas localidades vão receber os gabinetes da Ação Social, da Valorização do Interior e da Conservação da Natureza. A decisão só agora foi tomada, apesar de ser um assunto em discussão desde o final de outubro, altura em que o Governo tomou posse.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Barragens a sul do Tejo com mínimos históricos

Há dez barragens a sul do Tejo no vermelho, com menos de 20% do armazenamento disponível. A descida do volume de água deve-se à chuva registada na primeira quinzena de novembro que levou a uma melhoria do volume de armazenamento nas barragens no Norte e Centro e retirou as regiões da situação de seca severa ou extrema. No que diz respeito às barragens no vermelho todas estão localizadas na região do Alentejo, sendo que a situação mais complicada verifica-se em Abrilongo, na bacia hidrográfica do Guadiana, com apenas 2%.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Mais de 50 mil doentes à espera de serem operados para lá do prazo legal

Está a aumentar o tempo de espera para operações nos hospitais públicos. Ao todo existem mais de 245 mil doentes que aguardam por uma cirurgia no Serviço Nacional de Saúde, sendo que destes mais de 50 mil utentes estão à espera para lá do prazo definido pelo Ministério da Saúde, o que representa um aumento de 18% face ao ano passado. Cirurgias vasculares, tratamento cirúrgico da obesidade, otorrinolaringologia e ortopedia são as especialidades em que o tempo de espera é maior.

Leia a notícia completa no Jornal I (acesso pago).

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MP acusa 68 arguidos na operação “Ajuste Secreto”

  • Lusa e ECO
  • 20 Novembro 2019

Ministério Público deduziu acusação contra 68 arguidos. Entre eles está Hermínio Loureiro que é, segundo o Jornal de Notícias, acusado de 141 crimes.

O Ministério Público (MP) da Feira deduziu acusação contra 68 arguidos, incluindo dez autarcas e ex-autarcas, quatro clubes desportivos e os seus respetivos presidentes, no âmbito da operação “Ajuste Secreto”, informou a Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto.

Numa nota publicada na sua página oficial na Internet, a PGD do Porto indica que por despacho proferido no dia 6 de novembro, o MP acusou 68 arguidos imputando-lhes crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, peculato, abuso de poderes, tráfico de influências, falsificação de documentos, violação de segredo, participação económica em negócio e prevaricação.

A operação “Ajuste Secreto” resultou de uma investigação que culminou em junho de 2017 com a detenção de sete pessoas, incluindo o vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol e ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro.

Após os interrogatórios judiciais, todos os detidos saíram em liberdade, mas seis deles tiveram de pagar cauções entre 15 e 60 mil euros.

A PGD do Porto diz que entre os arguidos estão dez autarcas e ex-autarcas, nove quadros de municípios, quatro clubes desportivos e os seus respetivos presidentes, vinte empresários e 12 sociedades comerciais.

Em causa, segundo a Procuradoria, estão factos relativos ao exercício dos municípios de Oliveira de Azeméis, Matosinhos, Gondomar, Estarreja e Albergaria-a-Velha e também à atuação de um quadro da Direção Regional de Economia do Norte.

O MP detetou o uso por alguns dos arguidos, na Câmara de Oliveira de Azeméis, de montantes de fundos de maneio para pagarem os seus almoços e jantares e outros gastos pessoais, bem como as despesas com a sede concelhia de um partido político. Hermínio Loureiro é, segundo o Jornal de Notícias, acusado de 141 crimes.

O comunicado da PGD do Porto fala ainda na “viciação de procedimentos concursais” no município de Oliveira de Azeméis e no “uso de influência de elementos do executivo camarário” perante a direção do Instituto do Emprego e Formação Profissional e uma instituição particular de solidariedade social para “concretizar estágio profissional” para os filhos de um simpatizante partidário.

A investigação apurou ainda que entre 2010 e 2015 a Câmara de Oliveira de Azeméis celebrou “sucessivos” contratos por ajuste direto de prestação de serviços “sempre a favor do mesmo beneficiário, que usava para o efeito empresas diversas para formalmente encobrir a violação das regras de contratação pública”.

Entre os factos criminosos estão ainda a realização de obras patrocinadas pela Câmara de Oliveira de Azeméis em instalações desportivas pertença de junta de freguesia, sem qualquer procedimento ao abrigo da contratação pública.

O MP detetou igualmente indícios do favorecimento de um empresário pelas Câmaras de Estarreja, Matosinhos e Gondomar, nos procedimentos de contratação pública de 2016 e 2017, tendo apurado também que a Câmara de Albergaria-a-Velha realizou uma obra particular, em benefício de um munícipe, com os custos “diluídos em empreitada de obras públicas cujo procedimento corria paralelamente”.

A acusação refere ainda que um funcionário da Direção Regional de Economia do Norte terá beneficiado um empresário, entre 2010 a 2017, a troco de vantagens económicas, intercedendo e favorecendo sociedades em processos contraordenacionais e administrativos.

No decurso da operação “Ajuste Secreto” foram realizadas 31 buscas, designadamente a cinco câmaras municipais (Oliveira de Azeméis, Estarreja, Albergaria-a-Velha, Matosinhos e Gondomar) e cinco clubes de futebol, todos do concelho de Oliveira de Azeméis, com a participação de cerca de 90 elementos da PJ e cinco magistrados do Ministério Público.

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Mourinho já tem clube. Vai treinar o Tottenham

  • Lusa
  • 20 Novembro 2019

Treinador português estava no desemprego há quase um ano. Volta aos relvados para treinar o 14.º classificado da Premier League.

O treinador português José Mourinho, que estava no desemprego há quase um ano, é o sucessor do argentino Maurício Pochettino no comando do Tottenham, anunciou hoje o 14.º classificado da Liga inglesa de futebol.

Mourinho, de 56 anos, volta à Premier League, depois de duas passagens pelo Chelsea (2004/05 a 2007/08 e 2013/14 a 2015/16) e uma pelo Manchester United (2016/17 a 2018/19), que o despediu em 17 de dezembro de 2018.

Na sua carreira, o treinador luso, que já venceu duas edições da Liga dos Campeões, uma Liga Europa e uma Taça UEFA, além de oito campeonatos nacionais, também orientou Benfica, União de Leiria, FC Porto, Inter Milão e Real Madrid.

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Lisboa aprova aumento de IMI a prédios devolutos. Vão pagar até seis vezes a taxa normal

  • Lusa
  • 20 Novembro 2019

Atualmente estão registados em toda a cidade 3.246 edifícios devolutos. Proprietários vão passar a pagar até seis vezes o valor da taxa "normal".

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou o agravamento, em 2020, do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para os prédios devolutos nas zonas de maior pressão urbanística, que passam a pagar seis vezes o valor da taxa “normal”.

A taxa de IMI foi aprovada por maioria, com a abstenção do PPM, MTP e do deputado municipal independente Raul Santos.

O PCP, o PEV e o deputado municipal independente Rui Costa votaram contra dois pontos e uma alínea da proposta subscrita pelo vereador responsável pelo pelouro das Finanças, João Paulo Saraiva, relativos a algumas reduções à taxa de IMI.

A penalização que irá ser aplicada aos prédios devolutos nas zonas de maior pressão urbanística refere-se aos edifícios desocupados localizados nas zonas de “nível cinco” e “nível quatro” de pressão urbanística.

No nível máximo (nível cinco) de pressão urbanística estão as freguesias de:

  • Santa Maria Maior;
  • São Vicente.

No nível abaixo (nível quatro) estão as freguesias de:

  • Campo de Ourique;
  • Estrela;
  • Misericórdia;
  • Santo António.

Entre os critérios que definem o que são zonas de pressão urbanística estão os preços do mercado habitacional, rendimentos das famílias, carência habitacional, sobrelotação dos fogos e valores médios de arrendamento por metro quadrado.

Atualmente estão registados em toda a cidade 3.246 edifícios devolutos.

Em 2020, a taxa de IMI em Lisboa continuará nos 0,3%, ou seja, o valor mínimo previsto na lei (a taxa de IMI para prédios urbanos pode variar entre os 0,3% e os 0,45%, cabendo aos municípios fixar o valor entre este intervalo).

O agravamento especial da taxa de IMI para os edifícios devolutos em zona de pressão urbanística decorre de uma alteração legislativa, que prevê que a penalização pode aumentar gradualmente todos os anos até chegar a 12 vezes o valor da taxa ‘normal’.

A Assembleia Municipal aprovou ainda a manutenção da taxa de 1,5% de derrama sobre o lucro tributável e não isento de IRC das empresas instaladas no concelho de Lisboa e a devolução de 2,5% de taxa de IRS aos munícipes da capital.

Segundo o vereador responsável pelo pelouro das Finanças, a devolução de 2,5% da taxa de IRS irá representar uma despesa de 32 milhões de euros para o município.

Durante a discussão destas propostas na reunião da Assembleia Municipal, a taxa de derrama e o valor de IRS a devolver aos munícipes foram as questões mais levantadas pelas bancadas da oposição.

Pelo CDS-PP, que apresentou propostas alternativas que acabaram chumbadas, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu a devolução de 3% de IRS, considerando que tal medida não iria afetar “a saúde financeira” do município.

Por outro lado, e porque “importa não estragar o que foi feito” e tendo em conta “o crescimento económico sem paralelo” de Lisboa nos últimos anos, o deputado municipal do CDS-PP defendeu o alargamento das isenções previstas para a derrama por se tratar de uma medida “do mais elementar bom senso”.

Posição idêntica defendeu a deputada municipal do PCP Ana Páscoa e o deputado municipal do MPT José Inácio Faria, corroborando a necessidade de rever as isenções à derrama, no sentido de serem alargadas.

Relativamente à devolução de 2,5% de IRS, PEV e PCP também estiveram de acordo, considerando que a medida privilegia quem tem rendimentos mais elevados, não beneficiando a maioria dos cidadãos.

Aline Beuvink, do PPM, defendeu, contudo, o contrário, propondo uma taxa superior de devolução.

Na resposta às críticas, João Paulo Saraiva, que é também vice-presidente da autarquia, rejeitou os argumentos da oposição, considerando que “querem uma equação impossível”: “menos impostos, menos carga fiscal, mas ao mesmo tempo mais intervenção do Estado”.

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Já há 120 mil portugueses a trabalhar de casa. Número quase duplicou em quatro anos

O número de trabalhadores a partir de casa tem vindo a aumentar nos últimos anos, principalmente na zona norte do país. A maioria são homens, com mais de 45 anos.

É cada vez maior o número de portugueses que trabalham a partir de casa. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em apenas quatro anos, este indicador aumentou mais de 70% para um total de 120.000 trabalhadores. A maioria destes colaboradores está na zona do Algarve e tem mais de 45 anos.

No segundo trimestre de 2015, segundo o INE, eram 68.300 os portugueses que trabalhavam a partir de casa. Contudo, desde essa altura, esse número quase duplicou para um total de 120.700 trabalhadores, no segundo trimestre deste ano. A maioria são homens e têm mais de 45 anos de idade.

Numa análise por zona do país, é possível perceber que é na zona Norte (39%) que mais portugueses a trabalharem a partir de casa e na Área Metropolitana de Lisboa (31,2%). Pelo lado contrário, é no centro onde há menos pessoas a trabalharem remotamente.

Em termos de regime de contratação, a maioria destes trabalhadores a partir de casa trabalhavam por conta própria (84,7%), o que poderá indicar que se trata de freelancers. Em contrapartida, apenas 17.000 trabalhavam por conta de outrem.

De acordo com um estudo da consultora Savills, trabalhar remotamente e ter uma maior flexibilidade dentro do trabalho que se desempenha são dois fatores valorizados pelos trabalhadores, sendo que a maioria acredita que a cultura da empresa já prevê e encoraja a trabalhar de forma mais flexível.

Os dados do INE revelam ainda que a maioria dos portugueses que trabalha a partir de casa tem apenas o terceiro ciclo concluído (até ao 9.º ano).

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Desde a queda do BES que a banca não cobrava tantas comissões

O montante arrecadado pelos bancos em comissões no ano passado correspondeu a 39,3% das respetivas receitas. É necessário recuar até ao final de 2013 para ver um peso mais elevado.

A crise financeira de 2008 abalou as contas dos bancos. E estes voltaram-se para as comissões como forma de garantir a sua sustentabilidade. Uma década depois, o bolo arrecadado já vai em mais de 44 mil milhões de euros, sendo que desde a queda do BES que as comissões não contribuíam tanto para as receitas dos bancos.

Dados do Banco de Portugal mostram que, entre 2010 e 2018, os bancos nacionais cobraram um total de 44.346 milhões de euros em comissões. Este valor engloba não só os rendimentos de serviços e comissões cobradas na atividade de retalho — famílias e empresas –, como outros associados por exemplo a operações em mercado de capitais.

Só no ano passado, esses serviços renderam 3.649 milhões de euros aos bancos nacionais. Este montante correspondente a 39,3% do produto bancário, ou seja, das receitas totais amealhadas pelo setor naquele período.

Entre comissões, juros, trading e outras operações, a banca portuguesa arrecadou 9.280 milhões de euros, em 2018. Seria necessário recuar até 2013, o ano anterior à resolução do BES — em agosto de 2014 — para que as comissões apresentassem um peso superior no produto bancário dos bancos: 42,9%.

Peso das comissões nas receitas dos bancos

O crescente peso das comissões bancárias insere-se num quadro de forte pressão nas margens financeiras (diferença entre juros recebidos e pagos) dos bancos ao longo dos últimos anos. “Em percentagem do ativo médio, a margem financeira passou de cerca de 4,5% em 1990 para valores em torno de 1,5% nos anos mais recentes“, dá conta o Banco de Portugal no documento “Séries Longas do Setor Bancário Português 1990-2018”, que fornece um olhar sobre a realidade da banca nas últimas três décadas.

Essa situação é sustentada no “contexto de redução expressiva das taxas de juro e das margens de intermediação financeira, bem como de uma forte desaceleração do crédito“, diz a instituição liderada por Carlos Costa. Apesar do crescimento dos níveis de concessão de crédito dos últimos anos, em Portugal, estes ainda estão aquém dos níveis de 2010.

Os bancos operam num contexto de juros negativos em que, por um lado são obrigados a aplicá-los na integra sobre os créditos, mas por outro não podem exigir aos clientes a devolução de juros negativos no caso dos depósitos. Em Portugal, a taxa de juro dos depósitos tem como teto mínimo os 0%.

Procurando de alguma forma compensar essa situação, há bancos que estão a começar a apostar na cobrança de comissões aos depósitos dos grandes clientes. Entretanto, vão também encarecendo os custos de alguns produtos que disponibilizam aos clientes particulares. Um dos exemplos que mais tem sido falado é o início da cobrança de comissões no MB Way.

A preocupação com o aumento de comissões levou mesmo o PS e o PCP a levarem a votos, esta quarta-feira, requerimentos para audições ao governador do Banco de Portugal e ao presidente da Associação Portuguesa de Bancos sobre o tema das comissões.

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5 coisas que vão marcar o dia

Dívida, défice e comissões bancárias a grandes investidores serão o foco do dia. No PSI-20, a época de resultados aproxima-se do fim e, nos EUA, são a Fed e o impeachment a captar atenções.

Os dados económicos vão marcar o dia, nesta quarta-feira. Começa com dados da dívida pública portuguesa, apenas uma hora antes de Bruxelas se pronunciar sobre os projetos orçamentais dos países. O Parlamento vai discutir se chama o Banco de Portugal a falar sobre as comissões da banca e, no PSI-20, a época de resultados aproxima-se do fim. Lá fora, as minutas da última reunião da Reserva Federal norte-americana e o processo de impeachment a Donald Trump centram atenções.

Dívida pública em outubro

Portugal acumulava 252,3 mil milhões de euros em dívida pública, até setembro, e o Banco de Portugal vai divulgar novos dados, numa altura em que o país já desacelerou a ida aos mercados para emitir novos títulos. A meta do Governo é que a dívida pública caia para 116,2% no próximo ano e abaixo de 100% até final da legislatura. Além deste, há ainda outros indicadores económicos em destaque como o emprego temporário, a posição de investimento internacional e a posição económico-financeira das empresas privadas.

Bruxelas fala de draft orçamental

A Comissão Europeia publica esta quarta-feira o “pacote de outono” do semestre europeu, que inclui pareceres sobre os projetos orçamentais dos países da zona euro, sendo que, no caso português, Bruxelas continua a ter apenas um rascunho. O “pacote de outono”, uma das principais etapas do semestre europeu de coordenação de políticas económicas e orçamentais, inclui ainda o relatório sobre o mecanismo de alerta de desequilíbrios macroeconómicos, sendo Portugal um dos países abrangidos.

Parlamento de olho nas comissões

Com as margens financeiras comprimidas pelas taxas de juro negativas do BCE, os bancos portugueses procuram alternativas para não perderem dinheiro. Impedidos pela lei de repassar o juro negativo, querem cobrar comissões aos grandes clientes. O Parlamento vai votar esta quarta-feira o requerimento do grupo parlamentar do PS que pediu para ouvir o Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de Bancos sobre a eventual cobrança de comissões sobre os depósitos de grandes clientes.

Ibersol fecha época de resultados

Já em fim de época, ainda são esperados os resultados da Ibersol, relativos ao terceiro trimestre do ano. Ainda assim, o foco dos investidores não vai ser este. A Oferta Pública de Aquisição (OPA) parcial lançada pelo Sport Lisboa e Benfica pelo capital da SAD que ainda não detém levou as ações do clube a dispararem 70%. Aproximaram-se da contrapartida de cinco euros oferecida na OPA e esta quarta-feira poderão percorrer o caminho que falta.

Fed divulga minutas

A Reserva Federal norte-americana (Fed) já cortou os juros de referência três vez desde a crise. Todas este ano e com pouco mais de um mês de diferença entre cada corte. A taxa de referência caiu, na última reunião, 25 pontos base para um intervalo entre 1,5% e 1,75% e o banco central liderado por Jerome Powell divulga esta quarta-feira as minutas desse encontro. Além da política monetária dos EUA está também em foco o processo de impeachment, com a realização da audição do embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, naquela que será uma das mais importantes nesta fase do processo.

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Congresso da APDC arranca com telecoms e regulador de costas voltadas e sem painel habitual de media

Começa esta quarta-feira o 29.º Digital Business Congress, o importante congresso anual da APDC. Este ano, o evento vai discutir o "futuro dos negócios", explica Rogério Carapuça ao ECO.

O congresso anual da APDC arranca esta quarta-feira num contexto de transformação digital acelerada e em pleno processo de adoção do 5G em Portugal, procurando perceber “o que é que isso vai provocar nos negócios, a que velocidade é que se vai fazer e como é que se vai fazer”, disse ao ECO o presidente da associação, Rogério Carapuça.

“Aquilo que destacaria deste congresso é a nossa ênfase naquilo que chamaria o futuro dos negócios. Como é que vão ser, nos próximos anos, os setores da indústria, energia, governo, comércio, seguros, media e telecomunicações”, afirmou o líder da Associação para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

No evento, ao longo de dois dias, estarão presentes responsáveis de empresas como El Corte Inglés e Fidelidade, ou governantes como o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda. Mas, sobretudo, o Digital Business Congress é um raro momento em que os presidentes executivos das três principais operadoras de telecomunicações — Alexandre Fonseca (Altice Portugal), Miguel Almeida (Nos) e Mário Vaz (Vodafone) — se juntam no mesmo painel.

Este ano, porém, o habitual painel do Estado da Nação das Comunicações que encerra o evento, em que estes gestores debatem em público as principais questões que afetam o setor, não vai ter a Anacom representada, numa altura em que as empresas e o regulador estão de costas voltadas. João Cadete de Matos, presidente da Anacom, discursa já esta quarta-feira, na sessão de abertura, sem a presença dos líderes das empresas do setor.

Questionado acerca desta decisão, Rogério Carapuça disse ter sido uma opção do regulador. Instado a fazer uma avaliação deste atual contexto, o presidente da APDC evitou tecer considerações: “Deixo que sejam os protagonistas a falar. Não me parece que seja o presidente da APDC que se deva pronunciar sobre essa matéria”, indicou.

O painel mais popular do congresso fica ainda marcado pela ausência dos CTT, algo que acontece pela primeira vez nos últimos anos. No mantado de Francisco de Lacerda, o gestor partilhou o palco do Centro Cultural de Belém (CCB) com os líderes das telecoms, mas a nova administração de João Bento decidiu não fazer parte este ano, uma vez que este debate costuma focar-se muito nas comunicações eletrónicas e não no setor postal.

“Há uns anos que se falava que, por vezes, os correios ficavam diluídos naquele debate, no sentido de que o debate caminhava mais para ser um debate de telecomunicações e não tanto um debate da área postal. Portanto, os CTT acreditaram que esse fenómeno tenderia a acentuar-se e que não se reconheciam naquele painel como sendo um painel deles, mas sim um painel de telecomunicações”, confessou Rogério Carapuça.

Aquilo que destacaria deste congresso é a nossa ênfase naquilo que chamaria o futuro dos negócios.

Rogério Carapuça

Presidente da APDC

Outra novidade nesta 29.ª edição do Digital Business Congress é a inexistência de um painel dedicado ao Estado da Nação dos Media, em pleno processo de compra da Media Capital pela Cofina, um negócio que dará origem a um gigante. “Vimos que, no ano passado, esse debate teve pouca audiência e, por isso, pelo menos este ano, acreditámos que, se calhar, não valeria a pena fazer. Talvez voltemos a repetir esse formato um pouco mais tarde”, admitiu.

Sobre se a decisão não tenderá a marginalizar um setor já de si em dificuldades, Rogério Carapuça recusou. “Penso que não. Foi uma constatação consensual entre nós e as próprias pessoas que, tradicionalmente, participaram nessa iniciativa. Não quer dizer que não se faça num próximo ano, mas resolvemos não fazer este ano, uma vez que, no ano passado, foi claramente das sessões menos procuradas”, defendeu o presidente da APDC.

Em substituição, este congresso contará com um momento para debater o “futuro dos media”, onde estarão representadas a SportTV, a RTP Arena e a Fox, sendo antecipado por uma conversa na qual participará a apresentadora da SIC, Cristina Ferreira.

Esta edição do congresso tem como presidente a ex-líder da Anacom, Fátima Barros, que dará o tiro de partida na sessão de abertura, pelas 9h00. Nela, também vai estar presente o humorista Ricardo Araújo Pereira.

“Vamos procurando fazer o congresso aproximar-se daquilo que faz mais sentido para os nossos associados. Houve anos em que estivemos mais virados para os temas tecnológicos e anos em que focámos mais os temas de negócio. Este ano, com o acentuar da transformação digital, decidimos regressar aos temas de negócio”, conclui Rogério Carapuça.

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Jackpot de 14 milhões para o dono da Valouro. Comprou ações do Benfica a um euro e vai vender a cinco

Empresário José António dos Santos é o segundo maior acionista do clube. Investiu cerca de três milhões para conseguir a participação de 12,7% e agora poderá receber 14,6 milhões de euros na OPA.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou o Centro de Incubação de Tondela do grupo Valouro em outubro de 2018. (Nuno André Ferreira /Lusa)

O empresário José António dos Santos invadiu as notícias em 2017 quando comprou as participações que a Somague e o Novo Banco detinham no Benfica. Tornava-se então o maior acionista individual do clube, com 12,71% do capital da SAD. O dono da empresa do setor agroalimentar Valouro manteve as ações e prepara-se agora para encaixar 14,6 milhões de euros na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelos encarnados.

José António dos Santos, ao lado do irmão gémeo António José dos Santos, liderou nas últimas cinco décadas o grupo Valouro, que se apresenta como “o maior grupo económico do setor agroalimentar português e um dos maiores da Europa”. Especializado na produção de rações e avicultura, o negócio familiar centenário faturava 292 milhões de euros em 2012 (segundo os últimos dados disponíveis).

Entre março e maio de 2017, o empresário José António dos Santos — que detinha menos de 150 mil ações do Benfica — não deixou passar duas oportunidades de alargar o espetro de atuação e o investimento.

Primeiro, foi a Somague querer vender. A construtora responsável pela obra do Estádio da Luz alienou 840 mil ações, equivalentes a 3,65%, numa operação fora da bolsa realizada a 23 de março. O valor da compra não foi divulgado, mas a preços de mercado a operação estava avaliada em 882 mil euros. Foi o dono da Valouro que ficou com estas ações.

Apenas dois meses depois, foi a vez do Novo Banco sair do capital da SAD, ao vender 1.832.530 ações (equivalentes a 7,97% do capital). Neste caso, o valor foi divulgado: a 1,05 euros por ação, José António dos Santos investiu 1,92 milhões para ficar com esta participação. Entre as duas operações, o empresário comprou em bolsa mais cerca de 100 mil ações. Assim, foram precisos cerca de três milhões de euros para se tornar o segundo maior acionista da SAD, apenas atrás do Sport Lisboa e Benfica.

José António dos Santos manteve a sua participação de 12,71% inalterada desde então, mas tem agora oportunidade de a vender, na OPA parcial e voluntária lançada pelo clube. O Benfica oferece uma contrapartida de cinco euros por ação, que representa um prémio de 81% face à última cotação da ação antes da OPA e pretende igualar o valor pago na oferta pública inicial, em 2001.

Se o empresário de 76 anos resolver vender a totalidade das suas 2.922.387 ações da SAD do Benfica, poderá encaixar mais de 14,6 milhões de euros. Ou seja, excluindo o investimento pago na compra das ações, o ganho poderá superar os dez milhões.

Mas este não é caso único, apesar de ser o mais avultado. O Benfica pretende usar 32,3 milhões de euros para comprar 6.455.434 ações que não detém. Além do dono da Valouro, há outros três acionistas com participações qualificadas que poderão agora vender. Com 3,73%, José da Conceição Guilherme pode encaixar 4,3 milhões de euros, enquanto Joaquim Francisco Oliveira (que tem 2,66%) pode conseguir 3 milhões de euros e a Quinta dos Jugais (que detém 2%) outros 2,3 milhões de euros.

Quem ainda não poderá vender são os sete acionistas que pertencem a órgãos sociais dos encarnados (cujos direitos são imputados ao clube), sendo que seis deles têm participações inferiores a 0,01%. A exceção é Luís Filipe Vieira, que detém 3,2766% do capital. Estes não poderão entrar na operação pelo que a proposta é que a venda desta restante parte do capital seja feita no fim dos respetivos mandatos, o que poderá dar um encaixe de 3,8 milhões de euros ao atual presidente.

Caso a operação seja concluída com sucesso, o capital da SAD que não é controlado pelo Benfica passará a ser cerca de 5%. Apesar disso, o clube garante que não irá retirar a cotada da bolsa de Lisboa.

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Corbyn vs Johnson. Novo referendo ou Brexit já divide políticos e opinião pública

  • ECO
  • 19 Novembro 2019

O primeiro debate entre os dois cadidatos a primeiro-ministro do Reino Unido acabou sem vitória para nenhum dos lados. Além do Brexit, até António Guterres foi tema de conversa.

Boris Johnson e Jeremy Corbyn confrontaram-se no primeiro debate televisivo da campanha eleitoral do Reino Unido com o futuro do Brexit a criar discórdia. Uma sondagem da YouGov logo após a transmissão indica uma margem de apenas dois pontos percentuais (51% para Johnson contra 49% para Corbyn) sobre quem ganhou e mantém em aberto as preferências dos britânicos.

O Brexit não foi exclusivo, mas foi um dos principais temas discutidos entre os dois políticos. Nas declarações inicias, ambos mantiveram-se fiéis às suas bandeiras eleitorais. O atual primeiro-ministro Boris Johnson, que já conseguiu um plano inicial de saída da União Europeia (UE) mas não teve tempo de o implementar, prometeu “acabar com esta miséria nacional” e acusou os trabalhistas de oferecerem “apenas divisão e impasse”.

Jeremy Corbyn propõe a negociação de um novo acordo com a UE que seja posteriormente submetido a novo referendo, em que seja possível a população escolher ficar e reverter o processo. O líder do Partido Trabalhista prometeu “resolver o Brexit ao dar-vos a vocês, as pessoas, a palavra final”, de acordo com declarações citadas pela BBC (acesso livre e conteúdo em inglês). Não especificou se, nesse caso, faria campanha por ficar ou sair.

Os dois políticos discordaram sobre o impacto que o Brexit terá na relação entre Inglaterra e a Escócia, sendo que Johnson acusou o Labour de querer outro referendo para conseguir o apoio do partido escocês SNP. Corbyn diz que isso “não faz sentido” e instiu que o partido não procura uma aliança com o partido nacionalista escocês de esquerda.

Apenas metade do debate foi sobre o Brexit e não trouxe grandes novidades de nenhum dos líderes. Na segunda parte, houve espaço para vários tópicos e até mesmo António Guterres foi tema de conversa. Qual é o líder internacional que mais admira? “A UE27 porque me fizeram um acordo fantástico”, diz Johnson. Já do lado de Corbyn é “o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres porque está a tentar unir toda a gente”.

Nem a rainha de Inglaterra escapou. Questionados sobre se a monarquia serve os propósitos, Corbyn admitiu que “precisa de melhorias”, enquanto Johnson sublinhou que a “instituição da monarquia está fora de discussão”.

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