FMI pede “paz comercial” entre EUA e China

  • Lusa
  • 17 Outubro 2019

Kristina Georgieva, diretora geral do FMI diz que a trégua comercial é "uma boa notícia", mas pediu aos EUA e à China uma solução que preserve o crescimento mundial.

A trégua comercial entre Washington e Pequim é “uma boa notícia”, mas não é “suficiente”, advertiu esta quinta-feira a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), pedindo aos dois países uma solução que preserve o crescimento mundial.

“É uma boa notícia que Estados Unidos e China conversem”, “mas não é suficiente”. “Precisamos não apenas de uma trégua, mas de paz comercial”, declarou Kristalina Georgieva em conferência de imprensa.

O FMI prevê que a guerra comercial entre as duas maiores potências económicas leve a uma redução do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 0,8%, ou seja, 700 mil milhões de dólares, até 2020 se a totalidade das tarifas anunciadas entrar em vigor até ao fim do ano.

Georgieva sublinhou que se as tarifas punitivas não forem aplicadas, o impacto será de 0,6%.

A dirigente do FMI salientou que o comércio favorece o crescimento, a criação de emprego e, consequentemente, a redução da pobreza. “O comércio é bom para a paz“, disse.

Washington e Pequim, em conflito comercial desde março de 2018, anunciaram na passada sexta-feira um acordo de princípio. O Presidente norte-americano, Donald Trump, espera que o acordo seja concluído em meados de novembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pagamentos de compras online mais seguros. Autenticação forte é regra a partir de 2021

Os prestadores de serviços de pagamentos têm até ao final de 2020 para adotar a "autenticação forte" dos clientes sempre que façam pagamentos online com cartão.

As compras online com cartão vão passar a ser mais seguras a partir do início de 2021, data a partir da qual todos os bancos e prestadores de serviços de pagamentos têm obrigatoriamente de exigir a “autenticação forte” por parte dos clientes. Todas essas instituições beneficiam agora de um período transitório até ao final de 2020, para adaptarem os seus sistemas a essa “autenticação forte” que já é exigida desde 14 de setembro aos restantes serviços de pagamento.

“A Autoridade Bancária Europeia (EBA) determinou que os bancos/prestadores de serviços de pagamentos têm até 31 de dezembro de 2020 para adotar a autenticação forte do cliente nos pagamentos online com cartão“, dá precisamente conta o Banco de Portugal em comunicado.

Desde 14 de setembro que os prestadores de serviços de pagamento estão obrigados a fazer a “autenticação forte” dos seus clientes, medida de reforço de segurança que decorre da Diretiva dos Serviços de Pagamentos revista (PSD 2) que foi transposta por Portugal em novembro do ano passado. Esse grau de autentificação passou a ser exigido sempre que os clientes façam o acesso online à sua conta bancária, iniciem uma operação de pagamento eletrónico ou realizem uma ação, através de um canal remoto, que possa envolver risco de fraude no pagamento ou outros abusos.

Contudo, na altura as compras online com cartão ficaram de fora dessa exigência, depois de os operadores de serviços de pagamentos terem alegado dificuldades de implementação dessa “autenticação forte”.

A EBA vem agora estabelecer um período transitório para essa adaptação que no limite terá de estar concluída até ao final do próximo ano.

Aquela autoridade europeia esclarece contudo que, em qualquer caso, os consumidores estão protegidos contra eventuais fraudes, uma vez que, nas situações em que não lhes seja solicitada autenticação forte, o banco/prestador de serviços de pagamento é sempre responsável por operações de pagamentos não autorizadas.

Para assegurar este objetivo, o Banco de Portugal diz que “solicitará informação aos bancos/prestadores de serviços de pagamento sobre os respetivos planos de migração e monitorizará o cumprimento dos mesmos“, visando cumprir.

Para assegurarem a “autenticação forte” é necessário que os clientes indiquem dois elementos de segurança — por exemplo, além da tradicional palavra-passe, um código enviado por SMS para o telemóvel do utilizador — sempre que façam pagamentos com meios eletrónicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal já pagou 2 mil milhões da dívida aos parceiros europeus. Credores “agradecem” no Twitter

  • ECO
  • 17 Outubro 2019

Portugal agendou para esta quinta-feira o primeiro reembolso antecipado aos credores europeus. Passou um cheque de dois mil milhões de euros que, entretanto, já foi entregue.

Depois de saldar a dívida junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), Portugal começou a pagar a dívida aos credores europeus. O primeiro reembolso antecipado foi feito esta quinta-feira, 17 de outubro. O cheque, de dois mil milhões de euros, já foi, entretanto, recebido pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).

Numa publicação no Twitter o FEEF, liderado por Klaus Regling, que também diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), partilhou uma publicação a anunciar a chegada do “cheque”. “O FEEF já recebeu o pagamento antecipado de dois mil milhões de euros de Portugal”, lê-se na publicação.

“O pagamento antecipado confirma a forte capacidade de acesso aos mercados” por parte do país, acrescenta o tweet, apontando para os juros mínimos históricos que Portugal está a conseguir nas sucessivas emissões de obrigações do Tesouro. No mercado secundário, a taxa a 10 anos está nos 0,19%. É também sinal da “confortável posição de liquidez”, remata.

Esta dívida tem um custo médio de 1,7%, que apesar de muito mais baixo que o juro do empréstimo ao FMI fica consideravelmente abaixo dos custos de mercado. O Secretário de Estado Adjunto e das Finanças Ricardo Mourinho Félix afirmou, em entrevista à Lusa, que o pagamento antecipado de dois mil milhões de euros, que venciam apenas em 2025 e 2026, ao FEEF permitirá uma poupança em juros acumulada da ordem dos 120 milhões de euros.

Ao longo de 2017 e 2018, Portugal reembolsou de forma antecipada o total da dívida ao FMI, que tinha um custo médio de 4,4%. No total, o reembolso desta dívida antes do tempo gerou uma poupança de 1,92 mil milhões de euros ao Estado. Assim, no acumulado, o valor de poupança sobe para 2.040 milhões de euros.

(Notícia em atualizada às 15h43 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alemanha corta previsões. PIB só cresce 1% em 2020

Em vez dos anteriores 1,5%, as perspetivas do governo de Angela Merkel apontam para um crescimento de 1% para o Produto Interno Bruto no próximo ano.

O governo alemão cortou as previsões de crescimento para o próximo ano, em resultado da antecipação de uma quebra da procura global, bem como dos efeitos resultantes do Brexit e da guerra comercial entre os EUA e a China.

A maior economia europeia deverá assim crescer 1% em 2020, abaixo dos 1,5% anteriormente previstos, revelou o ministério da Economia do governo de Angela Merkel, nesta quinta-feira. Recorde-se que no draft enviado para Bruxelas esta semana, a Alemanha continuava a antecipar um crescimento de 1,5% no próximo ano.

Embora as perspetivas sejam de uma melhoria em relação às projeções de um crescimento de 0,5% para este ano, o ritmo de crescimento perspetivado está bastante aquém do verificado nos últimos anos.

“As perspetivas podem atualmente mais fracas, mas não há a ameaça de uma crise económica“, afirmou o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, citado pela Bloomberg.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguradoras e UNESCO protegem património classificado

  • ECO Seguros
  • 17 Outubro 2019

É o primeiro guia mundial de proteção dos locais classificados pela UNESCO como património mundial, mais de 20 seguradoras contribuem para a redução dos riscos em locais sensíveis.

Mais de 20 seguradoras, associações e organizações ligadas ao ambiente associaram-se ao lançamento, em São Paulo, no Brasil, do primeiro guia mundial de proteção dos locais classificados pela UNESCO como património mundial.

O principal objetivo desta publicação é fornecer orientações práticas às seguradoras sobre como evitar ou reduzir o risco de garantir e investir em empresas ou projetos cujas atividades possam danificar os locais onde existe património mundial, principalmente em relação a setores como petróleo e gás, mineração, extração de madeira, pesca, agricultura, plantações e infraestrutura de grande escala, como oleodutos, estradas e portos de grandes dimensões.

O guia explica os riscos que as seguradoras enfrentam e descreve um conjunto de recomendações básicas que as seguradoras podem implementar nas suas atividades de gestão de riscos, seguros e investimentos. Entre elas contam-se o desenvolvimento e implementação de uma abordagem de risco de locais de património mundial, proteção proativa deste património e entender as melhores práticas neste domínio.

Intitulado “Proteger o nosso património mundial, assegurando um futuro sustentável”, o guia baseia-se no lançamento, em 2018, da primeira declaração de compromisso do setor de seguros para proteger os locais classificados como património mundial. Esta ação é apoiada por um conjunto de seguradoras globais que gerem mais de 2,7 biliões de dólares em ativos.

Os signatários da declaração de compromisso do setor de seguros para proteger os locais do património mundial incluem: AGROASEMEX (México), Allianz (Alemanha), Caixa Seguradora (Brasil), Interamerican (Grécia), La Banque Postale (França), Liberty Seguros (Brasil), Mongeral Aegon (Brasil), Nat Re (Filipinas), Peak Re (Hong Kong, China), Porto Seguro (Brasil), RepRisk (Suíça), Risk Management Solutions (EUA), SCOR (França), Seguradora Líder DPVAT (Brasil) , Sompo Japan Nipponkoa (Japão), Swiss Re (Suíça), Tokio Marine Seguradora (Brasil), Confederação Brasileira de Seguros (CNseg), Parceiros Certificados de Seguros Sustentáveis (EUA), Earth Security Group (Reino Unido), ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, o Conselho de Seguros da Nova Zelândia, a the Microinsurance Network e a Associação de Seguradoras e Resseguradoras das Filipinas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street aplaude acordo para o Brexit. Resultados também animam

As ações norte-americanas estão em alta, com os investidores a verem com bons olhos o acordo alcançado com vista à saída do Reino Unido da UE, e animados pelos resultados do Netflix e Morgan Stanley.

O alcance de um acordo para o Brexit está a dar proveitos em Wall Street. Os principais índices bolsistas dos EUA estão em alta, com os investidores a mostrarem ainda o seu agrado face aos mais recentes resultados empresariais apresentados. Netflix e Morgan Stanley destacam-se nesse âmbito.

O S&P 500 iniciou a sessão a somar 0,45%, para os 3.003,1 pontos, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq avançam 0,27% e 0,65%, respetivamente, para os 27.073,72 e 8.176,83 pontos.

“Temos um ótimo novo acordo para o Brexit”, foi a forma como Boris Johnson classificou o desfecho das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE). Apesar de ainda ser necessário o aval do Parlamento britânico a esse acordo, o anúncio animou as ações globais, chegando a Wall Street.

“Embora o acordo alcançado entre o Reino Unido e a UE necessite de ser aprovado pelo Parlamento britânico, esta notícia combinada com os resultados divulgados nos EUA devem elevar o sentimento do mercado”, antecipava Peter Cardillo, responsável pela estratégia de mercados da Spartan Capital Securities, citada pela Reuters.

A nível empresarial, destaque para o Netflix, cujos títulos disparam 7%, depois de a empresa ter conquistado mais assinaturas de clientes face ao esperado pelo mercado.

Referência ainda para o Morgan Stanley cujas ações valorizam 3%, depois de o banco ter apresentado lucros acima das previsões dos analistas, impulsionados pela subida das receitas do segmento de dívida e receitas de aconselhamento sobre funções e aquisições.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ponto por ponto, saiba o que diz o acordo de saída do Reino Unido da UE

Os negociadores do Reino Unido e da União Europeia chegaram a acordo sobre o Brexit. São definidas as regras de circulação, nomeadamente entre as Irlandas.

Depois de uma maratona de reuniões, os negociadores do Reino Unido e da União Europeia chegaram a acordo para o Brexit. O texto do acordo e da declaração política finalizados foram já publicados na página da Comissão Europeia, e determinam um conjunto de regras para a circulação de bens e pessoas.

O modelo adotado traça como que uma linha entre a ilha da Irlanda e o Reino Unido. A Irlanda do Norte faz parte do Reino Unido, enquanto a República da Irlanda mantém-se na UE. Mas o texto reforça a necessidade de evitar uma “fronteira rígida”, nomeadamente com infraestruturas físicas ou pontos de controlo, e respeitar o Acordo de Sexta-Feira Santa celebrado em 1998.

Para tal, um dos princípios estabelecidos no acordo para garantir que o mecanismo aplicado está a funcionar e que pode ser mudado é implementar “um processo para garantir consentimento democrático na Irlanda do Norte para a aplicação do direito da União”.

  • Dois meses antes do final do período inicial (quatro anos depois do fim do período de transição), e em qualquer período subsequente, o Reino Unido vai oferecer a oportunidade de consentimento democrático na Irlanda do Norte para a continuação da aplicação destas regulações.

Enquanto o acordo de saída determina o que acontecerá no período de transição, a declaração política define as intenções do Reino Unido e da UE para depois da saída. Na declaração política, que se estende por 27 páginas, é estabelecido que se irá respeitar o resultado do referendo ao cidadãos do Reino Unido em 2016, nomeadamente no que diz respeito ao “desenvolvimento de uma política comercial independente e ao fim da livre circulação de pessoas entre a União e o Reino Unido”.

Grande parte da declaração permanece inalterada em relação àquela ultimada no ano passado, mas desaparece o compromisso com “um relacionamento comercial de bens o mais próximo possível”. Em vez disso, menciona um “Acordo de Livre Comércio”, que não contemple tarifas, referindo a necessidade de estabelecer a igualdade de tratamento.

No acordo, de 64 páginas, cuja maioria é composta por anexos que referem os regulamentos a aplicar, a maior parte dos procedimentos definidos baseia-se na determinação de critérios para a circulação de bens e pessoas entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, nomeadamente a origem e destino final.

Circulação de pessoas

  • O Reino Unido e a Irlanda podem continuar a fazer acordos entre si relacionados com o movimento de pessoas entre os territórios, no que é denominada de “Zona Comum de Deslocação”;
  • O Reino Unido terá de garantir que esta zona e os direitos e privilégios associados podem continuar a ser aplicáveis, sem afetar as obrigações da Irlanda sob a lei da União, “nomeadamente no que diz respeito à livre circulação de e para a Irlanda, para cidadãos da UE e familiares, independentemente da nacionalidade”;
  • O regime deve permitir a entrada e a permanência temporárias de pessoas singulares com fins comerciais em áreas definidas, diz a declaração política;
  • A declaração refere que se põe fim à livre circulação de pessoas, mas as partes vão estabelecer mecanismos de mobilidade, que podem contemplar viagens sem visto para visitas de curta duração, condições de entrada e permanência para fins como investigação, estudo, estágios e intercâmbio de jovens.

Circulação de bens e serviços

Ficou determinado que uma Comissão Conjunta irá decidir certos aspetos da circulação entre as regiões, nomeadamente critérios para a passagem de certa mercadoria.

  • Tal como sempre foi exigido, a Irlanda do Norte faz parte do território aduaneiro do Reino Unido, e estará assim incluída em quaisquer acordos que o bloco faça com outros países, “desde que não prejudiquem o protocolo”;
  • Mercadorias levadas para a Irlanda do Norte de outra parte Reino Unido por transporte direto não pagam tarifas aduaneiras, a não ser que exista risco de serem posteriormente transferidos para a União, por si ou por parte de outro processo;
  • Bens levados para a Irlanda do Norte de fora da União são considerados em risco de serem subsequentemente transferidos para a União, a menos que se determine que o bem não estará sujeito a processamento comercial na Irlanda do Norte, ou se preencher os critérios que a comissão conjunta determinar;
  • A Comissão Conjunta irá também estabelecer as condições segundo as quais determinados produtos da pesca e da aquicultura, trazidos para o território aduaneiro da União pelos navios com bandeira do Reino Unido e com porto de registo na Irlanda do Norte estão isentos de impostos;
  • São proibidas restrições quantitativas à exportação e importação entre a União e a Irlanda do Norte;
  • As autoridades do Reino Unido serão responsáveis por aplicar a lei da União inscritas no protocolo, no que diz respeito à Irlanda do Norte;
  • As partes “devem incluir disposições para permitir a livre circulação de capitais e pagamentos relacionados a transações liberalizadas no âmbito da parceria económica, sujeitas a exceções”, diz a declaração.

A declaração política fala de uma “parceria ambiciosa, ampla, profunda e flexível, através da cooperação comercial e económica com um Acordo de Livre Comércio equilibrado e compreensivo na sua essência”. Enquanto antes se considerava um acordo que eliminava a necessidade de verificações nas fronteiras da origem dos bens, o documento atual refere a aplicação de regras sobre isto.

Deixa, no entanto, a salvaguarda de que, “quando as partes considerarem seja de interesse mútuo durante as negociações, o relacionamento futuro pode abranger áreas de cooperação além das descritas nesta declaração política”.

“A União e o Reino Unido concordam que a prosperidade e segurança são reforçadas através da adoção de comércio livre e justo, da defesa dos direitos individuais e do Estado de direito, proteger trabalhadores, consumidores e meio ambiente, e estar juntos contra ameaças a direitos e valores“, lê-se na declaração política firmada entre as duas forças.

A declaração contempla também a possibilidade da participação do Reino Unido em programas da UE, em áreas como ciência e inovação, cultura e educação, sendo que deve “incluir uma contribuição financeira justa e apropriada, disposições que permitam uma boa gestão financeira por ambas as partes e tratamento justo dos participantes”.

Fica ainda explícita a intenção do Reino Unido de explorar opções para um futuro relacionamento com o grupo Banco Europeu de Investimento.

Veja aqui o acordo completo para o Brexit.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acordo do Brexit é “justo e equilibrado”

Antes de o Conselho Europeu discutir o acordo alcançado entre os negociadores, Boris Johnson e Jean-Claude Juncker satisfeitos com acordo justo e equilibrado. Não haverá adiamento, diz Juncker.

“Temos um acordo e este acordo significa que não há necessidade de qualquer adiamento. Este é um acordo justo e equilibrado”, foi assim que Jean-Claude Juncker anunciou o acordo alcançado entre os negociadores europeus e os negociadores britânicos sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro britânico. Boris Johnson diz que o acordo é “muito bom” para as duas partes.

Depois de semanas intensas de negociações, volte-faces e acusações em público de parte a parte, os negociadores europeus e os negociadores britânicos chegaram a acordo para a revisão do acordo técnico e da declaração política que estipula a forma como o Reino Unido sairá da União Europeia e as bases para a discussão sobre a futura relação comercial futura entre as duas partes.

Numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, que decorreu em Bruxelas, Jean-Claude Juncker disse que o acordo revela o empenho das duas partes e que garante a paz na ilha da Irlanda.

“É um testamento ao nosso compromisso para alcançar soluções. Garante certeza onde o Brexit cria incerteza, protege os direitos dos nossos cidadãos, e protege a paz e a estabilidade na ilha da Irlanda. Não haverá uma fronteira física na ilha da Irlanda e o mercado único será protegido. O acordo não é sobre nós, é sobre as pessoas e a paz”, disse Jean-Claude Juncker.

O presidente cessante da Comissão Europeia adiantou que, à luz deste acordo, as negociações para a futura relação entre a União Europeia e o Reino Unido começam no dia 1 de novembro, o dia seguinte a concretizar-se a saída, mas também fez questão de sublinhar que não é só o Parlamento do Reino Unido que tem de aprovar este acordo. Também o Parlamento Europeu também de ratificar o acordo para que ele se torne efetivo. “Os nossos dois parlamentos terão a última palavra”.

Boris Johnson também saudou o acordo, embora numa perspetiva diferente. “É um acordo muito bom tanto para a União Europeia como para o Reino Unido. É um resultado razoavelmente justo e reflete uma grande quantidade de trabalho feito pelos dois lados”, disse.

“Para nós, no Reino Unido, significa que podemos concretizar um verdadeiro Brexit que cumpre os nossos objetivos, o que significa que o Reino Unido sai por completo e inteiramente a 31 de outubro e que a Irlanda do Norte e todas as outras partes do Reino Unido podem fazer parte de acordos comerciais. Também significa que podemos tomar decisões juntos, como um único Reino Unido, decisões sobre as nossas fronteiras, o nosso dinheiro, e essas decisões serão tomadas no Reino Unido pelas pessoas do Reino Unido”, disse.

O chefe do Governo britânico disse que com a saída da União Europeia o país pode concentrar-se “nas prioridades do povo britânico, investir no Serviço Nacional de Saúde e na polícia”, dois mantras que repetiu durante a campanha que fez pelo referendo.

Na conclusão da conferência de imprensa, Jean-Claude Juncker fez questão de deixar a sua opinião sobre todo o processo, à semelhança do que já tinha feito: “Tenho de dizer que estou feliz por existir um acordo, mas triste por haver o Brexit”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado e banca podem ajudar revolução industrial, mas empresários têm de arriscar

A indústria 4.0 é o futuro do setor, mas depende de uma forte aposta tecnológica. Na conferência Fábrica 2030, oradores falam da necessidade de um quadro fiscal mais favorável e de maior investimento.

A revolução digital e tecnológica está a mudar a indústria e tem potencial para impulsionar a economia e a competitividade das empresas portuguesas. Se os benefícios do Estado e o financiamento da banca e dos investidores poderão dar um impulso na transição, são os empresários que têm de arriscar em lançar-se neste caminho, segundo defendem os oradores na conferência Fábrica 2030.

“São as máquinas que vão salvar este país”. Ana Lehmann, professora universitária e antiga secretária de Estado da Indústria, não tem dúvidas sobre o tema e acredita que “Portugal precisa indiscutivelmente da indústria”. Mas de um novo setor, 4.0, em que sistemas ciber-físicos são integrados na produção.

"O tema da digitalização na indústria é um tema de liderança. Precisa de investimentos absolutamente decisivos. Por parte do Estado, mas principalmente dos empresários.”

Ana Lehmann

Professora universitária

O que é determinante é a forma como os humanos se adaptam. “Os desafios não são muito diferentes do passado, são mais rápidos”, afirmou Lehmann num painel, onde se questionava se Portugal precisa da indústria, na conferência sobre o futuro do setor organizada pelo ECO em parceria com a Fundação Serralves, esta quinta-feira, no Porto.

O tecido empresarial tem de ser capaz de inovar“, concordou Florbela Lima, head da EY Parthenon, que apontou para a necessidade de mais investimento direto estrangeiro, maior formação e cooperação entre universidades e empresas. “Quem não tem essa consciência não vai sobreviver. Qualquer tipo de negócio tem de ver formas diferentes e disruptores de fazer face às necessidades do mercado”, defendeu.

Conferência Fábrica 2030 que comemora o 3.º aniversário do ECO e o 30.º de Serralves.Bruno Barbosa/ECO

Menos impostos e mais fontes de financiamento são chave a indústria 4.0

Mas como é que os empresários podem evoluir no caminho da indústria 4.0? “O tema da digitalização na indústria é um tema de liderança. Precisa de investimentos absolutamente decisivos. Por parte do Estado, mas principalmente dos empresários“, afirmou Lehmann.

Para investirem na transformação dos negócios, os empresários têm de tomar risco, mas também precisam de apoios, na perspetiva do painel, que contou também com Carlos Tavares, chairman do Banco Montepio. Por um lado, de uma redução de impostos e estabilidade fiscal e, por outro, de fontes de financiamento.

"A banca não tem ajudado as empresas a encontrar as fontes de financiamento certo. É importante que as PME trabalhem com os bancos para encontrar fontes de financiamento, investidores e depois acesso ao mercado de capitais.”

Carlos Tavares

Chairman do Banco Montepio

“A banca não tem ajudado as empresas a encontrar as fontes de financiamento certo”, admitiu o banqueiro. “É importante que as PME trabalhem com os bancos para encontrar fontes de financiamento, investidores e depois acesso ao mercado de capitais. Isto é bom para os bancos. Não é uma concorrência, é uma complementaridade porque quanto mais capitalizadas estiverem as empresas, menor é o risco de crédito”, frisou Carlos Tavares, cujo novo Banco Empresas Montepio (BEM) assumiu como foco o negócio das PME, incluindo a colocação em bolsa.

No mesmo debate, Joaquim Vieira Peres, partner da Morais Leitão, lembrou que há uma mudança de paradigma no financiamento empresarial. “Os investidores selecionam alvos de investimento não porque consideram que são os que vão ter melhor retorno, mas porque são os que têm valores com que se identificam“, afirmou Vieira Peres, exemplificando com os critérios de investimento ambientais, de governança ou sociais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo deverá tomar posse na quarta-feira, diz Marcelo

Com os votos dos emigrantes já contabilizados, poderá ser convocada a primeira reunião da Assembleia da República. Segue-se a tomada de posse do Governo.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que a tomada de posse do novo Governo deverá acontecer na próxima quarta-feira, ao fim da manhã. O Presidente da República acrescentou ainda que seria “desejável” dar posse logo a todo o Governo, tanto ministros como secretários de Estado.

Com os votos dos emigrantes contabilizados, “temos a composição definitiva da Assembleia da República, temos todas as condições para o arranque da nova legislatura, com a nomeação e posse do Governo já na próxima semana”, indicou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pelas televisões.

O Presidente calendarizou já os eventos na agenda desta semana, apontando que agora “decorre o período de eventual apresentação de recursos, logo a seguir será convocada a primeira reunião da Assembleia da República, que se ocorrer como se espera na terça, na quarta-feira ao fim da manhã teremos a posse desejavelmente de todo o Governo, todos os ministros e secretários de Estado”.

Os resultados dos votos do estrangeiro deram mais dois mandatos ao PS, que ficou assim com 108 deputados, e dois ao PSD, cuja bancada terá assim 79 deputados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Brexit: Unionistas da Irlanda do Norte mantêm oposição ao acordo

  • Lusa
  • 17 Outubro 2019

"Participámos nas conversações com o Governo. Tal como estão as coisas não podemos aceitar o que está a ser sugerido sobre questões aduaneiras e outros assuntos", disse o Partido Unionista.

O Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte (DUP), aliado dos conservadores no Parlamento britânico, reafirmou esta quinta-feira a sua oposição ao novo acordo negociado entre Londres e Bruxelas.

Fonte interna do DUP, citada pela agência France-Presse, disse, após o anúncio de um acordo pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e pelo presidente da comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que o comunicado emitido hoje de manhã “continua a refletir a posição” do partido. O Governo de Boris Johnson, que não tem maioria parlamentar, necessita do apoio do DUP para que o acordo seja aprovado no Parlamento britânico.

O citado comunicado, assinado pela líder do DUP, Arlene Foster, e pelo seu “número dois”, Nigel Dodds, afirma que, “tal como estão as coisas”, o partido não pode aceitar o pacto que Londres está a negociar com a União Europeia. “Participámos nas conversações com o Governo. Tal como estão as coisas não podemos aceitar o que está a ser sugerido sobre questões aduaneiras e outros assuntos relacionados, até porque a questão da aplicação do IVA não é clara”, refere a nota do Partido Unionista.

Fonte de Downing Street, citada pela imprensa britânica, afirmou entretanto que o acordo alcançado “é um bom acordo para a Irlanda do Norte”. Após intensas negociações, a UE e o Reino Unido anunciaram esta quinta-feira ter alcançado um acordo para a saída do país do bloco comunitário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catalunha: Governo regional propõe novo referendo. Mas Madrid alerta para ilegalidades

  • Lusa
  • 17 Outubro 2019

O presidente do Governo regional da Catalunha defendeu um novo referendo sobre a autodeterminação da Catalunha ainda esta legislatura. Mas Madrid alerta que a lei estabelece limites.

A vice-presidente do Governo espanhol em funções alertou esta quinta-feira o Governo regional catalão de que a lei estabelece limites, após Quim Torra defender a realização de um novo referendo sobre a autodeterminação da Catalunha ainda esta legislatura.

O presidente da Generalitat (Governo regional da Catalunha), Quim Torra, disse hoje no Parlamento regional que a única resposta à sentença sobre os independentistas da Catalunha é realizar um referendo sobre a “autodeterminação”. “Se por colocar urnas nos condenam a 100 anos (soma das sentenças a todos os implicados no Processo independentista) a resposta é clara: tem de se voltar a pôr as urnas para a ‘autodeterminação'”, disse Torra acrescentando que pretende realizar um referendo durante a atual legislatura.

O presidente da Generalitat disse ainda que “é necessário um acordo” entre partidos e entidades no sentido do direito à “autodeterminação” e à “amnistia” daqueles que considera serem “presos políticos” pela defesa dos “direitos políticos e civis”.

Torra referiu-se igualmente ao Orçamento da Generalitat para 2020 como uma “alavanca” para auxiliar as necessidades dos catalães, tendo abordado também a questão do “Debate Constituinte” encabeçado pelo cantautor Luís Llach que na “Primavera de 2020” deve entregar as propostas no sentido da elaboração da “futura constituição” catalã.

“O relato de Torra é uma fantasia que ele tem na cabeça e uma fantasia do independentismo”, reagiu a vice-presidente do governo espanhol em funções, Carmen Calvo, em entrevista à estação de televisão Antena 3 após as declarações do presidente da Generalitat no Parlamento da região autónoma da Catalunha.

A vice-presidente do governo espanhol (PSOE) disse que votar “é a norma da democracia” e que votar não é um ato ilegal, mas sublinhou que as eleições são realizadas dentro do quadro legal e não “no quadro” pessoal de cada um. “Se essa linha for ultrapassada”, o Governo vai ter de reagir utilizando “todos os cenários”, incluindo a aplicação do Código Penal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.