Recrutamento “às cegas”. Quando se escolhe sem saber género, idade ou até experiência profissional

Embora seja uma tendência, este tipo de recrutamento ainda não está completamente implementado em Portugal. O país ainda é muito conservador.

A forma como se atrai talento está a mudar, bem como a maneira como se retêm os melhores profissionais. E, a este ritmo de transformação, nem mesmo os próprios processos de recrutamento ficam imunes. Graças à introdução das novas tecnologias na área dos recursos humanos, o recrutamento torna-se mais “cego”, o que pode torná-lo, também, mais “eficaz” e “diversificado”.

O que acontece já em algumas empresas em Portugal é que os currículos dos candidatos chegam e as organizações, por sua vez, eliminam alguns dados relativos ao género, idade, nacionalidade ou até formação académica e experiência profissional. Assim, os empregadores fazem a primeira seleção — sem condicionantes — centrada apenas no desempenho dos candidatos em testes online que lhes são apresentados.

Privilegiam-se competências como, por exemplo, o pensamento crítico, memória, solução de problemas, resolução matemática ou abordagem ao risco. Também a formação académica ou a experiência profissional ficam de fora, pelo menos numa primeira fase.

É uma tendência, mas Portugal ainda é muito “conservador”

“O atual contexto de transformação digital e de revolução das competências leva a que cada vez mais devamos ser prospetivos e ir para além da avaliação dessa experiência profissional”, até aqui encarada como um “excelente preditor do sucesso profissional do candidato numa nova empresa“, começa por explicar Pedro Amorim, manager director na Experis e corporate clients director na Manpower Group Portugal.

Se, antes, “os processos de recrutamento estavam muito focados em avaliar o passado profissional dos candidatos”, “a evolução do recrutamento é hoje uma realidade”, diz Pedro Amorim, acrescentando que a análise de comportamentos e habilidades deve ser vista com um indicador do futuro êxito profissional na função e empresa em questão.

“Apesar de se verificar uma maior abertura, ainda somos conservadores em alguns temas”, diz o manager da Michael Page.

João Gonçalves, manager da Michael Page, salienta que, embora seja uma tendência, este tipo de recrutamento ainda não está completamente implementado em Portugal. “Apesar de se verificar uma maior abertura, ainda somos conservadores em alguns temas”, refere.

Para a Robert Walters, estamos perante uma tendência nos recursos humanos que está a entrar em toda a Europa e, sobretudo, nos Estados Unidos. Mas, Portugal está um pouco atrasado nesta corrida. A empresa de recursos humanos ainda só pratica este tipo de recrutamento no Reino Unido, onde está o departamento de inovação. Aí são testadas cada uma das ferramentas que ajudam a realizar o recrutamento “cego” e aquelas que vão tendo sucesso são implementadas nos restantes mercados onde opera a Robert Walters.

Sem idade, género ou percurso. Fica apenas o “verdadeiro talento”

Para João Gonçalves, esta prática — que filtra determinadas informações consideradas potenciadores de enviesamento — é uma “clara aposta no que é o verdadeiro talento”. “Não nos vamos iludir e acreditar que, por vezes, quem está a recrutar não tem em conta o nome, idade, sexo ou outros aspetos, no momento inicial da triagem de currículos”, admite.

“É quase inevitável estar exposto a alguma forma de descriminação, o que é uma situação injusta para o candidato pois poderá não receber a oferta por razões que não estão sob o seu controlo”, continua o especialista em recrutamento. “Se um candidato trabalhou numa empresa de enorme prestígio, acabamos por supor que possui excelentes capacidades. Isto é um claro exemplo de preconceito, que impacta nas decisões de contratação”, dá como exemplo o manager da Michael Page.

No futuro, os processos de recrutamento terão cada vez mais elementos preditores de sucesso mais fortes do que a própria experiência profissional.

Pedro Amorim

Managing director na Experis e corporate clients director na Manpower Group Portugal

Pedro Amorim, da Manpower Group Portugal, está de acordo e considera que, no futuro, os processos de recrutamento terão cada vez mais “elementos preditores de sucesso mais fortes do que a própria experiência profissional”. “Isso vai ajudar-nos a identificar o talento de uma forma ainda mais eficaz e inclusiva”, afirma.

E, se há dúvidas sobre a eficácia deste tipo de recrutamento, Pedro Amorim responde: “Quando analisamos as habilidades certas e aplicamos de forma adequada os métodos mais idóneos, podemos obter previsões bastante precisas sobre a probabilidade de um indivíduo exibir altos níveis de desempenho numa determinada função”.

Por outro lado, lembra a Robert Walters, estes testes ainda têm bastantes falhas. “Na sua maioria não conseguem ser tão precisos como se pretendem, até porque muitos aspetos importantes para algumas funções passam por soft skills, que só se conseguem avaliar pessoalmente”, afirma François-Pierre Puech.

“Nem sempre nos podemos basear em testes para analisar se um candidato seria um bom encaixe. Por vezes, precisamos de saber nem que seja o percurso profissional ou o tipo de empresas e funções que exerceu”, acrescenta.

Para a empresa de recrutamento, é mais vantajoso não utilizar apenas testes, mas sim “currículos cegos”, que excluam a fotografia e todos os dados pessoais e mantenham a informação profissional e académica. “Nas grandes empresas tecnológicas, os processos de recrutamento já se processam muito assim. Vê-se um perfil de candidato sem fotografia, idade, raça ou género, apenas destacando skills e percurso académico e profissional”, refere o senior manager da Robert Walters.

“Em teoria, assim não poderia haver qualquer tipo de parcialidade ao escolher o candidato (pelo menos em termos de raça ou género), visto que a escolha passa pelo perfil e não por características pessoais”, acrescenta.

Quando a tecnologia fomenta a diversidade

Este tipo de recrutamento surge, assim, como uma maneira de remover o preconceito — mesmo que inconsciente — do processo de recrutamento. E as novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), podem contribuir para o aumento da transparência. “Cada vez mais, a ciência aplicada à gestão de talento — reforçada por tecnologias como a IA ou o data mining — é fiável e preditiva”, considera Pedro Amorim.

“Apoiando-nos em tecnologias baseadas em jogos e em vídeo, que avaliam os comportamentos, competências e habilidades, bem como no tratamento e analítica de dados, podemos construir processos de recrutamento a candidatos que reduzem o risco de enviesamento e aumentam a diversidade”, explica.

De acordo com a Robert Walters, as startups são as empresas que mais se focam na diversidade, sobretudo em termos de nacionalidades. No entanto, a empresa de recrutamento salienta que muitas multinacionais já investem neste tipo de recrutamento.Pixabay

Ao excluir o percurso académico e profissional — dois elementos cuja ocultação é, talvez, a mais questionada — é possível chegar a perfis mais diversificados em termos de background. “No Reino Unido, é normal vermos profissionais em empresas, desde bancos a consultoras, cujo percurso académico é filosofia, literatura ou história, e não apenas gestão ou finanças”, conta François-Pierre Puech.

O resultado dessa fusão de percursos são “equipas mais inovadoras”. “Ao terem estudado outras matérias, as pessoas acabam por pensar de outra maneira e ser mais criativas, conseguindo chegar a melhores soluções em equipas compostas por pessoas de diferentes formações”, explica o senior manager da Robert Walters.

“Da mesma forma, equipas onde temos profissionais de géneros, idades, nacionalidades e raças diferentes, também temos equipas diversificadas e inovadoras, pois a experiência e mentalidade de cada uma das pessoas será diferente”, remata.

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Lidl Portugal investe 150 milhões este ano. Vai modernizar e abrir lojas

  • Lusa
  • 28 Setembro 2019

A empresa anunciou um investimento de 150 milhões neste ano fiscal, que começou em março, para modernizar e abrir lojas e para os entrepostos que está a construir em Santo Tirso e Torres Novas.

O Lidl Portugal anunciou este sábado um investimento de 150 milhões neste ano fiscal, que começou em março, para modernizar e abrir lojas e para os entrepostos que está a construir em Santo Tirso e Torres Novas.

Este investimento, que representa um aumento face aos 125 milhões de euros investidos no ano fiscal de 2018, vai ser aplicado na construção do novo entreposto em Santo Tirso, no aumento do entreposto em Torres Novas e na ampliação e modernização da rede de lojas, num total de 24 intervenções este ano fiscal, incluindo novas lojas e modernizações das existentes.

“De março de 2019 [início do seu ano fiscal] até à data de hoje, o retalhista já abriu 3 novas lojas [Boliqueime, Loures-Frielas e Porto-Fernão Magalhães], oferecendo uma experiência de compra cada vez mais agradável ao consumidor”, afirma o representante em Portugal da cadeia alemã de supermercados, em comunicado hoje divulgado.

O Lidl tem em Portugal 255 lojas e quatro entrepostos, em Famalicão (a substituir pelo novo de Santo Tirso), Torres Novas, Sintra e Palmela.

Este ano abriu três novas lojas, em Boliqueime, Loures Frielas e Porto/Fernão Magalhães, e – segundo disse à Lusa fonte da empresa – prepara a abertura de mais duas em Lisboa, nas estações de comboio do Campo Grande e Sete Rios.

A empresa conta com cerca de 6.800 colaboradores em Portugal.

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Madeira avança com plano para travar efeitos da falência da Thomas Cook

  • ECO
  • 28 Setembro 2019

Reforço de 750 mil euros em promoção e antecipação das campanhas de marketing programadas são medidas mais visíveis do plano de contingência da Madeira para reduzir o impacto da queda da Thomas Cook.

A falência da Thomas Cook ameaça a presença anual de 80 mil turistas na Madeira. Com vista a mitigar os efeitos da queda da agência de viagens britânica sobre o turismo da região, foi criado um plano de ação. Um reforço de 750 mil euros em promoção e a antecipação das campanhas de marketing programadas para novembro são as medidas mais visíveis desse plano, revela o Público (acesso condicionado) neste sábado.

O vice-presidente da Associação de Promoção da Madeira (AP-Madeira), António Jardim Fernandes, explicou ao jornal que o plano foi articulado com a Confederação de Turismo de Portugal, que contribui com 500 mil euros para reforçar a promoção nos mercados afetados (Benelux, Inglaterra e Alemanha), cabendo os restantes 250 mil à AP-Madeira.

“Vamos também antecipar as campanhas que estavam previstas para novembro, na tentativa de preencher o número de lugares disponíveis, devido a esta situação da Thomas Cook”, acrescentou Jardim Fernandes, dizendo não ser possível, para já, quantificar o prejuízo que a falência deste operador turístico teve no turismo madeirense.

Entretanto, a Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) está a proceder a um levantamento junto do setor, para apurar valores.

A Thomas Cook, nas contas da secretária regional do Turismo e Cultura, Paula Cabaço, representa, no arquipélago, cerca de 80 mil lugares de avião por ano, através da subsidiária alemã, a companhia aérea Condor. São oito ligações semanais durante todo o ano que podem estar em risco.

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PS quer mudar nomeação dos dirigentes no Estado

  • ECO
  • 28 Setembro 2019

Alterações que constam do programa eleitoral abrangem dirigentes superiores e respetivos braços direitos, estende-se aos intermédios e a empresas pública. Contudo, PS não entra em muitos detalhes.

O Partido Socialista (PS) quer rever o modelo de altos dirigentes do Estado. O objetivo é traçado no seu programa eleitoral, mas o partido não revela o que pretende exatamente fazer, avança o Expresso (acesso pago) neste sábado.

Segundo o programa que apresenta às eleições, o PS diz que está na hora de revisitar a forma como as nomeações públicas são feitas. A alteração, abrangente, começa nos dirigentes superiores e respetivos braços direitos, estende-se aos intermédios e acaba nas empresas públicas.

Contudo, segundo o semanário, se em relação aos gestores das empresas públicas, o PS é claro ao dizer que passarão a ser escolhidos por concurso internacional, já no que respeita aos dirigentes superiores apenas levanta “uma ponta do véu”.

O programa eleitoral fala em “rever o modelo de recrutamento e seleção de dirigentes, superiores e intermédios, garantindo a transparência, o mérito e a igualdade de oportunidades, com um modelo de prestação pública de provas”. Além disso, também diz que, uma vez escolhido o dirigente superior, se deve “permitir a escolha e designação das restantes equipas de dirigentes superiores pelos dirigentes máximos dos serviços e institutos públicos”.

Ou seja, o presidente de um instituto público ou um diretor-geral vai passar a escolher os seus braços direitos (vogais, diretores-adjuntos e subdiretores), de modo a garantir equipas mais coesas. Por esclarecer fica quem escolhe os dirigentes máximos dos serviços públicos.

O PS fala em “transparência”, “mérito”, “igualdade de oportunidades” e “prestação pública de provas”, mas não explica como é feita a seleção nem se ela continuará sequer a ser assegurada pela CRESAP. Questionado sobre esse tema, o PS não facultou qualquer explicação ao Expresso.

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Boris Johnson investigado por conflito de interesses

  • Lusa
  • 28 Setembro 2019

Município de Londres pediu uma investigação ao primeiro-ministro britânico por suspeita de conflito de interesses, quando era mayor de Londres, beneficiando uma empresária norte-americana.

O município de Londres pediu a abertura de uma investigação ao primeiro-ministro, o conservador Boris Johnson, por suspeita de conflito de interesses, quando era mayor de Londres, beneficiando uma empresária norte-americana entre 2008 e 2016.

A empresária e ex-modelo Jennifer Arcuri, de 34 anos, terá recebido 126 mil libras (141 mil euros) em dinheiros públicos e tido acesso privilegiado em viagens comerciais no estrangeiro e patrocínios, segundo o diário “The Sunday Times” revelou na semana passada.

O atual chefe de Governo participou em quatro ocasiões como orador convidado em representação da empresa de Arcuri e era amigo próximo da empresária, que visitava com frequência em sua casa, segundo o jornal.

O município de Londres informou hoje ter solicitado à comissão independente de queixas da polícia (Independent Police Complaints Commission), para investigar se a empresária Arcuri beneficiou da sua relação de então com o autarca.

Numa nota divulgada, o município de Londres, liderado pelo trabalhista Sadiq Khan, diz ter “informações de que um crime poderia ter sido cometido”, embora “isso não signifique de forma alguma que isso esteja comprovado”.

Um porta-voz de Downing Street negou qualquer conflito de interesses neste caso: “O primeiro-ministro, como prefeito de Londres, fez uma tremenda quantidade de trabalho para vender a nossa capital em todo o mundo”, justificou a fonte, que disse que “tudo foi feito corretamente e da maneira normal”.

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Procuradores acusam Ivo Rosa de “minar” processo Marquês

  • ECO
  • 28 Setembro 2019

Ivo Rosa é acusado de reter os recursos interpostos pelo MP junto do Tribunal da Relação no processo da Operação Marquês, que tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

O Juiz Ivo Rosa está a ser acusado por Rosário Teixeira e Vítor Pinto, procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), de estar a reter recursos interpostos pelo Ministério Público (MP) junto do Tribunal da Relação no âmbito do debate instrutório do Processo Marquês, avança o Público (acesso pago), neste sábado.

A acusação é feita numa reclamação enviada para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) no passado dia 20 de setembro, onde os dois procuradores contestam a decisão do juiz acerca do momento em que devem ser enviados para a Relação os recursos interpostos pelo MP.

No documento citado pelo diário, acusam Ivo Rosa de “relegar a subida dos recursos [do Ministério Público] para o que se interpuser da decisão final, acabando por violar objetivamente a lei, e deixar o processo seguir para o julgamento completamente “minado!”.

Em causa estão as decisões tomadas por Ivo Rosa em junho deste ano, que considerou que declarações feitas por arguidos no âmbito de outros processos não podem ser usadas neste inquérito nem em fase de julgamento. Por isso retirou da Operação Marquês os depoimentos prestados por Ricardo Salgado nos processos “Monte Branco” e no caso do Banco Espírito Santo e as declarações de Hélder Bataglia que, ao depor no processo Monte Branco, falou sobre a sua relação com um primo de Sócrates e com o Grupo Espírito Santo através da ESCOM.

Rosário Teixeira e Vítor Pinto recorreram de ambas as decisões de Ivo Rosa, mas, segundo explica o Público, os recursos não foram logo enviados para o Tribunal da Relação, que tem como função apreciá-los, mas sim “empurrados” para o fim da fase instrutória.

“O que se constata é que o meritíssimo Juiz de Instrução Criminal vem decidindo oficiosamente nestes autos, a pouco e pouco, tipo ‘conta-gotas’, pela invalidade ou pela impossibilidade de utilização de provas deste tipo, em vez de guardar essa decisão para o momento oportuno ou adequado, que é o da decisão instrutória”, dizem os dois procuradores na reclamação.

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Receitas com portagens crescem 6,4 milhões de euros até junho

  • Lusa
  • 28 Setembro 2019

Infraestruturas de Portugal amealhou 155,8 milhões em portagens no 1.º semestre, 4% acima do período homólogo. Subida acontece apesar do novo regime de descontos para veículos de mercadorias.

As receitas de portagem aumentaram no primeiro semestre 4%, ou 6,4 milhões de euros, para 155,8 milhões de euros, face ao período homólogo anterior, revelou a Infraestruturas de Portugal à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No relatório e contas consolidado do 1.º semestre deste ano, enviado à CMVM pela Infraestruturas de Portugal, a empresa destaca a “evolução positiva” das receitas de portagens, que registaram um crescimento de 6,4 milhões de euros face ao período homólogo de 2018, não obstante a introdução, no início do ano, de um novo regime de descontos para os veículos de transporte de mercadorias.

Os pagamentos efetuados relativos a concessões e subconcessões rodoviárias foram, no primeiro semestre, de 636,5 milhões de euros (sem IVA, imposto sobre o valor acrescentado).

“Na comparação com o período homólogo de 2018 verifica-se uma diminuição dos encargos em 89,6 milhões de euros, dos quais 39,7 milhões de euros são relativos à rubrica de comparticipações e reequilíbrios, devido ao pagamento no 1.º semestre de 2018 de indemnização à Concessão Douro Interior, por conta do Estado Português, no valor de 43 milhões de euros”, explica a empresa no relatório.

Nos primeiros seis meses deste ano, a Infraestruturas de Portugal aumentou em 18% os gastos de manutenção e conservação da rede, que atingiram 77 milhões de euros, ao mesmo tempo que aumentou 44% o investimento, para 58,8 milhões de euros, dos quais 41,4 milhões de euros do Programa de Investimentos Ferrovia 2020.

O resultado líquido do exercício atingiu 35 milhões de euros, verificando-se, na comparação com 2018, uma diminuição de 12,4 milhões de euros que, segundo a empresa, se deve, essencialmente, ao aumento dos gastos em conservação rodoviária.

O resultado financeiro apurado para o 1.º semestre foi negativo em 101,4 milhões de euros, traduzindo um desagravamento de 14,2 milhões de euros face a igual período de 2018, segundo o relatório.

Nos primeiros seis meses deste ano, a dívida financeira do grupo, que no final do passado semestre era de 5.208 milhões de euros, diminuiu 537 milhões de euros face aos 5.745 milhões de euros de dezembro de 2018.

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Problema muscular obriga Costa a suspender arruadas

  • Lusa
  • 28 Setembro 2019

O secretário-geral do PS foi assistido no hospital de Braga devido a dores musculares nas costas. Por recomendação médica, durante o dia de hoje, António Costa evitará ações de rua.

O secretário-geral do PS foi assistido na sexta-feira à noite, no Hospital de Viana do Castelo, para tratamento de dores musculares nas costas, razão que levou os socialistas a cancelarem a arruada desta manhã em Braga.

Fonte socialista adiantou à agência Lusa que, “por recomendação médica, durante o dia de hoje, António Costa evitará ações de rua, que requerem maior esforço físico” tal como era o caso da arruada no centro da cidade de Braga.

O PS, para já, mantém no programa de campanha de hoje um almoço em Famalicão e o comício da noite em Viana do Castelo.

Na sexta-feira à noite, António Costa acabou em notórias dificuldades físicas o comício do PS que se realizou na Praça da República em Viana do Castelo.

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Paga TV mas só quer Netflix. Compensa cortar o cabo?

A maioria dos pacotes de comunicações obriga a ter um serviço de TV que muita gente não usa desde que chegou a moda do streaming. A alternativa é cortar e só ter internet. Mas será que compensa?

Está na altura de cortar o cabo da televisão… ou talvez não.Hugo Amaral/ECO

Os pacotes têm uma coisa boa e uma coisa má. Juntam vários serviços numa só mensalidade, mas obrigam os clientes a pagarem coisas que muitas vezes nem usam. É assim nas telecomunicações. Nem todos tiramos o máximo rendimento dos serviços que contratamos em pacote e não é difícil encontrar alguém que paga telefone mas não usa, paga televisão mas não vê.

Após uma análise atenta aos serviços que usam, muitos consumidores apercebem-se de que as chamadas que fazem é com o telemóvel, ou que só ligam a televisão para ver séries em streaming. E, por estas razões, não precisam mais do que de uma ligação à internet. Após fazerem as contas, percebem que a televisão por cabo é dos serviços mais caros do pacote e que está na altura de cortar no que não é preciso.

Mas será que vale a pena cortar o cabo da box, ficar só com a internet em casa e pagar, antes, uma subscrição da HBO ou da Netflix? Em certos casos, a resposta é um “sim”. Mas cada caso é um caso. Por isso, a resposta mais acertada é um “talvez”. O principal problema é que a maioria das operadoras não vende a internet em separado, ou é demasiado cara para compensar o custo de oportunidade de não ter TV por cabo em casa.

Só internet mais streaming desde 24,99 euros

Vamos testar cenários? Imagine que vive num sítio com fibra da Nos. As ofertas comerciais consultadas pelo ECO mostram que deve conseguir pôr só internet em casa por 26,99 euros por mês, a uma velocidade de 100 Mbps, mais do que suficiente para ver filmes e séries em muito alta definição. Se tiver uma TV moderna, somando o custo do catálogo da HBO de 4,99 euros por mês, pagará um valor mensal total de 31,98 euros.

Tendo em conta esse cenário, não ter TV em casa significa uma poupança de três euros por mês, tendo em conta os 29,99 euros que custam o pacote da Nos com TV, internet e telefone. Ao fim de um ano, são 36 euros de poupança, mais do que uma mensalidade do pacote de telecomunicações com três serviços.

Compensa? Depende do ponto de vista. É que no cenário analisado, pagando mais três euros por mês, teria acesso à 120 canais de televisão linear. É um pequeno preço que poderá compensar o custo de oportunidade. Ou seja, são apenas mais três euros para ter TV em casa que, um dia, até pode dar jeito para ver em casa aquele jogo de futebol da seleção. Se compensa ou não, só o leitor o pode dizer.

 

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Outro exemplo, desta vez com a Nowo. A antiga Cabovisão permite uma poupança mais significativa se quiser ter só internet em casa e subscrever a HBO ou a Netflix. O problema é que a cobertura da Nowo é muito, muito limitada à escala do país. Mesmo assim, analisemos um cenário em que tem acesso à fibra da Nowo, a 120 Mbps. Pagará 20 euros por mês para ter só internet em casa.

Somando o custo da HBO, pagaria no total 24,99 euros por mês para ter o catálogo na sua smart TV. São menos 6,99 euros do que a opção da Nos (dica: paga uma subscrição do Spotify) e fica com internet ainda mais rápida. Mas, uma vez mais, se tiver cobertura da Nowo, pagaria 22,50 euros por um pacote com a mesma internet e com 90 canais de televisão. Neste caso, o pacote mais o serviço da HBO ficaria a 27,49 euros.

Novamente, ter TV em casa apenas custaria um valor reduzido, na ordem dos 2,5 euros por mês. Um preço que poderá compensar o custo de oportunidade.

 

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O ECO sondou ainda as ofertas da Meo. No caso da operadora da Altice, um primeiro assistente referenciou uma oferta comercial só com internet, a 23,99 euros por mês, mas o ECO não conseguiu confirmar este valor. Isto porque um segundo assistente, contactado, garantiu que a empresa não comercializa acessos à internet a não ser em pacote. Por isso, segundo dados consultados pelo nosso jornal, o mais semelhante seria um pacote com internet e telefone, por 27,99 euros, um euro mais caro do que a oferta da Nos.

Também no caso da Vodafone, a operadora não comercializa apenas internet. A alternativa mais semelhante é, novamente, o pacote com internet e telefone, por 25,90 euros. É mais barato do que a alternativa da NOS, mas a velocidade é apenas de 30 Mbps e obriga a ter telefone em casa. Ainda assim, em ambos os casos, o leitor é que decide o que faz mais sentido em cada caso. Ou casa.

Opções são caras. “Não haverá grande ganho em ter só internet”, reconhece a Deco

A análise do ECO permitiu apurar que só a Nos e a Nowo publicitam ofertas comerciais só com internet fixa. “Custa-me compreender a resistência” das operadoras, comenta o advogado Tito Rodrigues, responsável jurídico da Deco, a associação de defesa do consumidor. Nesta altura do campeonato, seria expectável existirem soluções mais adequadas ao público mais jovem, que “muitas vezes não têm interesse nas soluções integradas”, sublinha.

Lembrando que a Nos e a Nowo têm opções comerciais só de internet, o especialista em telecomunicações da Deco aponta, no entanto, que estas “provavelmente” não respondem à “expectativa de velocidade e preço” dos consumidores. As empresas de telecomunicações “acabam por entregar o 3P [triple play, isto é, um pacote com três serviços, como TV, internet e telefone] que acaba por ser mais vantajoso em termos de preço. No fundo está a retirar valor”, remata.

“As opções só de internet são de facto caras. Tirando a da Nowo, as outras opções [só de internet ou com 2P] são todas com valores superiores. Ficamos muito próximos das opções acima de um 3P. Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet”, brinca o responsável da Deco.

Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet.

Tito Rodrigues

Responsável jurídico da Deco

Ao nível do mercado, os preços têm-se mantido relativamente semelhantes nas diferentes operadoras e Tito Rodrigues não foge desse facto: “Há harmonização de preços. O mercado foi bastante dinâmico até à maturidade, há cerca de cinco anos”, aponta. A não disponibilização de ofertas só com internet, por exemplo, é também uma forma de estas empresas “defenderem as suas quotas de mercado” e protegerem as receitas numa altura em que se prevê que tenham de fazer investimentos avultados no lançamento do 5G.

Por fim, Tito Rodrigues recorda que a lei da defesa do consumidor “proíbe” as operadoras de fazerem depender a contratação de um determinado serviço à aquisição de outros serviços e produtos. Ou seja, na prática, se reclamar junto da operadora, esta é obrigada a vender a internet sem pacote. Reconhecendo que as operadoras “não publicitam” essa informação, o especialista aponta, contudo, que o valor cobrado pelas operadoras nestes casos “é de tal maneira disparatado” que deixa de fazer sentido “escolher aquele serviço” de um ponto de vista económico.

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Cinco empresas de confeção e tecidos “instalam” Zona Industrial em Paris

  • ECO
  • 28 Setembro 2019

É uma iniciativa inédita. Cinco empresas de confeção de vestuário e tecidos "instalam" uma Zona Industrial ModaPortugal em Paris, no âmbito da semana oficial do Prêt-à-Porter feminino.

O que une a Calvelex, Paulo Oliveira, Polopique, Riopele e Twintex? São cinco empresas de confeção de vestuário e tecidos que, no âmbito da semana oficial de Prêt-à-Porter feminino, em Paris, participam na iniciativa Zona Industrial ModaPortugal, um evento para promover a indústria da moda nacional.

Promovida pelo CENIT (Centro de Inteligência Têxtil) em parceria com a ANIVEC (Associação Nacional das Indústrias de Vestuário, Confecção e Moda), a Zona Industrial “pretende promover a excelência da confeção de vestuário e dos tecidos portugueses junto dos ‘opinion makers’ que povoam Paris durante a Semana de Moda e atrair a atenção de novos clientes e de novas marcas com a demonstração da excelência do saber-fazer dos milhares de empresas que operam na indústria da moda em Portugal”, lê-se no comunicado que promove o evento.

Zona Industrial

 

Esta será, de resto, a primeira vez que estas empresas se associam para afirmar Portugal como parceiro de excelência na produção mundial de moda. E o que querem mostrar estas cinco empresas? “Portugal possui uma rede de mais de cinco mil empresas, emprega mais de 120.000 trabalhadores na indústria de vestuário e moda, e oferece o menor lead time produtivo do mercado”. É isto que as cinco empresas querem mostrar, num evento, que se realiza na conhecida Galerie Nikki Diana Marquardt, em pleno Marais, e inclui uma instalação – sob a direção artística do curador Miguel Flor – que convida à imersão digital num ambiente industrial, evocando o movimento e a dinâmica de uma fábrica, ampliados através de vídeo e fotografia.

A Zona Industrial na semana de moda de Paris é o ponto de partida, não é o ponto de chegada. “É o ‘momento zero’ de uma campanha promocional da indústria da moda portuguesa. “Com a marca Zona industrial – designação mantida em português, mas que facilmente será percebida por outras línguas e nacionalidades –, a campanha editorial promocional arranca a 1 de outubro com um plano de inserções publicitárias nas principais revistas do setor, em diferentes meios digitais (redes sociais e websites) e nos veículos de comunicação das principais feiras internacionais”, revela o comunicado.

Quem são as cinco empresas portuguesas?

Calvelex: Com mais de 30 anos de história no coração da indústria de vestuário, a Calvelex tem três unidades produtivas e dois centros de logística com presença em mais de 50 países, produzindo vestuário para o segmento médio-alto e alto, apostando constantemente na inovação tecnológica e na formação dos quadros.

Paulo Oliveira: Empresa familiar fundada em 1936, é o maior fabricante de tecidos de lã da Península Ibérica e um dos maiores da Europa. Possui uma das mais modernas e eficientes unidades de produção de lanifícios do mundo, uma unidade modelo com a mais avançada tecnologia. É uma empresa vertical – inclui Fiação, Tecelagem, Tinturaria e Acabamento – o que valoriza a consistência e confiabilidade da sua produção.

Polopique: Fundada em 1996, fruto da iniciativa dos seus fundadores, Luís e Filipa Guimarães, para desenvolver a atividade de confeção e comercialização de artigos de vestuário, está presente em mais de 40 países. A estratégia de crescimento do Grupo tem passado pela integração vertical do seu ciclo produtivo na cadeia de valor da indústria, sendo hoje no seu segmento uma das poucas unidades verticais completas existentes a nível mundial, controlando a produção, desde fiação, tecelagem/tricotagem, ultimação até à confeção, incluindo a I&D, Inovação e design.

Riopele: Fundada em 1927 por José Dias de Oliveira e localizada no concelho de Vila Nova de Famalicão, a Riopele é uma das mais antigas empresas têxteis portuguesas, centrando a sua atividade na criação e na produção de tecidos para coleções de moda e de vestuário. A Riopele oferece um serviço de produção têxtil vertical e tem uma capacidade produtiva que excede os 700 mil metros de tecido por mês.

Twintex: A Twintex é uma Indústria de Confecções de vestuário de Senhora e Homem, desde 1979. Em 2019, além dos célebres 40 Anos da empresa, a Twintex assinalou, também, a inauguração do mais recente espaço: Twintex Logistic Center, onde está investido muito trabalho e dedicação no serviço prestado.

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Donald Trump quer reduzir investimento dos EUA na China. Wall Street sai penalizado

Os principais índices dos Estados Unidos encerraram a última sessão da semana com perdas, depois de ser conhecido que Trump planeia retirar de Wall Street as empresas chinesas.

Depois de uma abertura em alta, as bolsas de Nova Iorque encerraram em queda, naquela que é a última sessão da semana. A penalizar os índices estiveram as notícias de que Donald Trump está a planear limitar os investimentos que os Estados Unidos realizam na China. Uma das soluções seria retirar da bolsa as empresas chinesas.

O índice de referência S&P 500 desvalorizou 0,52% para 2.962,28 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que recuou 0,25% para 26.823,17 pontos. Pelo mesmo caminho foi o tecnológico Nasdaq que desceu 1,13% para 7.939,63 pontos.

O índice de Filadélfia SOX, sensível às tarifas devido à quantidade de empresas chinesas que o compõem, desvalorizou 2,36%. Este já estava sob pressão devido à Micron, cujas ações afundaram 11,09% depois ter apresentado lucros dececionantes no primeiro trimestre.

Os mercados foram abalados pelos rumores de que o Presidente norte-americano está a pensar em maneiras de reduzir a exposição financeira dos Estados Unidos à China, adianta a CNBC (conteúdo em inglês). Embora uma fonte tenha adiantado que essas ideias estão apenas numa fase inicial, a verdade é que a notícia deixou os investidores em alerta.

De acordo com uma fonte citada pela Bloomberg, uma das hipóteses será retirar as empresas chinesas da bolsa de Nova Iorque.

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Partidos assumem levar “caso de Tancos” novamente ao Parlamento ao sexto dia de campanha

  • Lusa
  • 27 Setembro 2019

O "caso de Tancos" atingiu ao sexto dia de campanha novas proporções, com PSD e CDU a admitirem levar o processo novamente à AR, CDS a reunir de emergência e BE a recusar entrar em especulações.

O “caso de Tancos” atingiu esta sexta-feira, ao sexto dia de campanha, novas proporções, com PSD e CDU a admitirem levar o processo novamente à Assembleia da República, CDS a reunir de emergência e Bloco de Esquerda (BE) a recusar entrar em especulações.

O “caso de Tancos” voltou a dominar a campanha para as eleições legislativas de 6 de outubro, depois de a acusação ter sido conhecida, na quinta-feira, e na qual o Ministério Público (MP) imputa ao ex-ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, os crimes de abuso de poder, denegação de justiça, prevaricação e favorecimento pessoal praticado por funcionário, além da proibição de exercício de funções.

A troca direta de palavras entre o presidente do PSD, Rui Rio, e o secretário-geral socialista, António Costa, prosseguiu ao sexto dia de campanha, com o social-democrata a recusar ter violado quaisquer princípios ao questionar se o também primeiro-ministro sabia do encobrimento do roubo de material militar dos paióis de Tancos. “Se há característica minha é não só não ter mudado de princípios, como ser quase teimoso e ter uma fidelidade total aos meus princípios”, afirmou o dirigente social-democrata.

Não ficando apenas pela resposta ao secretário-geral socialista, Rio assumiu que “ainda hoje ou segunda-feira” o PSD vai pedir a convocação de uma reunião da Comissão Permanente do Parlamento, ressalvando, contudo, que esta posição não vai afetar futuros entendimentos entres os sociais-democratas e o PS.

Para Rui Rio, o processo de Tancos “não é uma questão exterior à política” e, além da posição dos socialistas ser “obviamente incómoda”, a de BE e PCP também não é “nada cómoda porque aprovaram um relatório na comissão de inquérito”.

Os centristas também não abandonaram o tema e a líder do CDS, Assunção Cristas, cancelou uma ação de campanha prevista para a manhã de sábado para reunir a comissão executiva, órgão mais restrito da direção de Cristas. A dirigente afirmou que, “do que foi conhecido e dito pelos partidos”, depois de conhecido o despacho de acusação do MP, aumenta a “importância política e gravidade do tema”.

A coordenadora nacional bloquista, Catarina Martins, comentou o caso, enquanto marcava presença numa manifestação em defesa do ambiente, em Braga, alegando que a acusação do MP é “extraordinariamente grave”, mas recusou “fazer especulações” sobre quem tinha conhecimento do furto e reaparecimento do material militar. Sobre as acusações de Rio, a dirigente do BE reiterou o que já tinha dito na quinta-feira, que o relatório foi aprovado com base nos factos que à altura se conheciam.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, também respondeu ao líder social-democrata, considerando que encontrou no processo de Tancos “uma boia de salvação”, para aproveitar politicamente o processo, mas mostrou-se disponível para aprovar uma nova comissão de inquérito. “É uma evidência que a questão de Tancos assume uma grande relevância”, afirmou, mostrando também “toda a disponibilidade” para reunir a comissão permanente da AR o mais breve possível, como sugeriu Rui Rio.

Dos partidos com assento parlamentar, apenas o PAN se demarcou da polémica, voltando atenções para a greve climática global que decorreu hoje em vários países, incluindo Portugal, e que também mobilizou candidatos e dirigentes de partidos como o Livre, o MPT (Movimento Partido da Terra) e MAS (Movimento Alternativa Socialista).

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