Marta Temido defende melhores compensações nas urgências

  • Lusa
  • 15 Setembro 2019

Embora “parte do orgulho dos profissionais” possa ser recuperado com projetos dentro das instituições em que trabalham, Marta Temido argumenta que será sempre preciso rever as formas de remuneração.

A ministra da Saúde defende melhores compensações para os profissionais que façam urgência nos hospitais a que pertencem, admitindo que é preocupante ter parte do SNS “muito dependente de prestadores de serviços”.

Em entrevista à Lusa a propósito dos 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Marta Temido considerou necessário que os profissionais sejam compensados, em termos de penosidade, pelo serviço em urgência e que tenham também incentivos à produtividade na atividade que é programada, como consultas ou cirurgias.

“Há um trabalho de política de recursos humanos que é preciso enfrentar quando um novo ciclo se iniciar. Precisamos de rever os nossos modelos remuneratórios. É preocupante e desencantadora a realidade que temos neste momento, que é termos alguns serviços muito dependentes de prestadores de serviços. Precisamos de reverter esta realidade. Como é que isso se faz? Tornando mais atraente o trabalho em serviço de urgência para os profissionais do mapa de pessoal das instituições”, sugere a ministra da Saúde.

"É preocupante e desencantadora a realidade que temos neste momento, que é termos alguns serviços muito dependentes de prestadores de serviços. Precisamos de reverter esta realidade. Como é que isso se faz? Tornando mais atraente o trabalho em serviço de urgência.”

Marta Temido

Ministra da Saúde

Marta Temido admite que o “volume global de recursos não se vai alterar significativamente” e por isso argumenta que é necessário alocar os recursos de outra forma: “De uma forma que incentive os profissionais a aceitar o trabalho de urgência no seu hospital e incentivando-os a serem mais produtivos e eficientes na atividade programada, como o modelo das unidades de saúde familiar (USF)”.

Além disso, a ministra entende que é preciso garantir que os profissionais que se formam “são atraídos e mantidos dentro do SNS” e não descarta a ideia de que possam vir a ser obrigados a um período de permanência no serviço público.

“Nesta legislatura, a questão já não se pode colocar. Num cenário de médio ou longo prazo é um tema sobre o qual nos temos que nos debruçar. Sentimos que os profissionais que formamos no SNS têm uma enorme apetência por trabalhar noutros sítios ou trabalhar no SNS em prestação de serviços”, refere à Lusa.

Como um dos desafios da próxima equipa governativa, Marta Temido elege a tarefa de “recuperar o orgulho dos profissionais no trabalho no SNS”, sendo necessário “rever os modelos remuneratórios”, por exemplo, compensando melhor o trabalho em serviço de urgência.

“Os profissionais evitam fazer urgência. Como revertemos essa situação sem afetar a atividade programada? Eventualmente, e digo eventualmente porque pertence a um novo executivo, revendo a forma de compensar esse trabalho, associando alguma componente de penosidade”, defendeu.

A ministra considera que a desagregação das carreiras dos vários profissionais do SNS foi um dos motivos que fez o serviço público perder capacidade de atração dos profissionais.

Embora “parte do orgulho dos profissionais” possa ser recuperado com projetos dentro das instituições em que trabalham, Marta Temido argumenta que será sempre preciso rever as formas de remuneração.

Para a ministra, outro dos desafios do SNS é diminuir a disparidade entre a imagem que tem o serviço de saúde e a sua qualidade efetiva.

“Temos uma disparidade entre a qualidade efetiva do SNS e a qualidade que é percebida. Temos de modificar a imagem do SNS, que muitas vezes é uma imagem que se tem contagiado e não corresponde à total experiência dos utilizadores do SNS”. Considerou.

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Como descobrir (e o que fazer) se o seu filho é vítima de cyberbullying

  • ECO
  • 14 Setembro 2019

O regresso às aulas traz novas preocupações aos encarregados de educação e uma delas é o cyberbullying. O ECO compilou algumas dicas sobre como descobrir e o que fazer caso o seu educando seja vítima.

O regresso às aulas pelos mais novos é também uma fonte de preocupação para pais ou encarregados de educação. Numa era como a de agora, em que a internet é praticamente ubíqua, as preocupações podem ir muito além das notas ou do comportamento da criança. Há novos problemas que se colocam, como é o caso do cyberbullying.

De acordo com a iniciativa Internet Segura, uma criança alvo de cyberbullying pode estar sujeita a episódios de humilhação pública, ameaças, perseguição ou até de roubos de identidade, o que levar a vítima a um “estado de desespero” ou, em casos mais extremos, ao suicídio. O flagelo tem vindo a propagar-se ao ponto de um estudo nos EUA ter concluído que 59% dos adolescentes já foi sido alvo deste tipo de problema.

Portugal não escapa ao problema, mas há alguns métodos a que os encarregados de educação podem recorrer para identificar e mitigar o cyberbullying. O ECO conta-lhe alguns, que foram compilados aqui pelo The New York Times (acesso pago).

Procure sinais de perigo

De acordo com o jornal, a maioria dos adolescentes não reporta episódios de cyberbullying de que tenham sido vítimas. Mas os encarregados de educação podem estar atentos a alguns sinais que podem apontar para problemas.

A criança aparenta estar triste ou chateada quando usa a internet? Evita socializar ou torna-se esquiva enquanto acede à internet e um adulto está por perto? Houve uma mudança radical no tempo de acesso à internet ou nas notas escolares? Todos estes fatores podem apontar para a existência de problemas.

Outra dica: monitorize a atividade da criança na internet. Alguns dos comentários e mensagens de ódio relacionados com o cyberbullying podem estar visíveis publicamente. E deve ainda procurar conhecer, pelo menos em linhas gerais, as aplicações mais usadas pelo educando: Snapchat e Ask.FM são duas plataformas muito populares entre os mais novos, mas o Twitter e o Facebook também.

Guarde registos e denuncie

O The New York Times recomenda que faça capturas de ecrã dos comentários e mensagens de ódio, para que mantenha registo do que está a acontecer. Nas screenshots, inclua o nome do site ou da aplicação em causa, assim como o nome e imagem de perfil da conta que está a perpetrar o assédio.

Estes registos poderão servir para duas coisas. Por um lado, deve reportar a situação na própria aplicação. As plataformas mais populares, como o Facebook e o Twitter, têm mecanismos robustos que permitem a qualquer pessoa efetuar uma denúncia. Por outro, e mais importante ainda, deve usar estes registos para fundamentar uma denúncia na escola da vítima, caso o cyberbullying ocorra em contexto escolar.

Aproveite ainda para bloquear as contas ou números de telefone na origem das mensagens de ódio.

Fale com a vítima

Segundo o mesmo jornal, deve sempre ter uma conversa com a criança, no sentido de lhe explicar o que é o cyberbullying, como identificar um e como proceder. Deve incentivá-la a contar sempre a um adulto, bem como a não alimentar e a não participar na discussão, no sentido de evitar a escalada da mesma. No caso de ameaças físicas, reporte a situação às autoridades competentes.

Sobretudo, deve prestar algum tipo de apoio psicológico à criança. Explique que não é culpa dela. E como este flagelo pode ter graves implicações a longo prazo, equacione procurar ajuda psicológica profissional.

Em Portugal, o portal da Internet Segura tem também algumas dicas sobre como lidar com o cyberbullying. Poderá também procurar mais informação na página do Movimento contra o Discurso de Ódio.

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EUA com luz verde para imporem novas tarifas contra UE

  • ECO
  • 14 Setembro 2019

A Organização Mundial do Comércio (OMC) deu autorização aos EUA para amealharem até oito milhões de euros em tarifas aduaneiras contra Bruxelas, num processo que envolve alegados subsídios à Airbus.

Os EUA obtiveram luz verde da Organização Mundial do Comércio (OMC) para imporem milhares de milhões de euros em tarifas retaliatórias contra a União Europeia (UE). A decisão surge ao abrigo de um processo que abrange alegados subsídios ilegais concedidos à Airbus, de acordo com o Politico.

Segundo o jornal, a decisão da OMC deverá “quase certamente” levar o Presidente Donald Trump a anunciar novos impostos sobre importações de um leque abrangente de produtos, desde queijos até aviões de passageiros, o que deverá ser particularmente penalizador para a Airbus. Com estas tarifas, os EUA deverão conseguir amealhar valores entre cinco mil milhões e oito mil milhões de euros.

A decisão, que ainda não é oficial, deverá fazer escalar a guerra comercial entre Washington e Bruxelas, numa altura em que a Comissão Europeia está num processo de transição de liderança, de Jean-Claude Juncker para a alemã Ursula von der Leyen.

Em causa, um processo que se arrasta há décadas e envolve um diferendo acerca de alegados subsídios indevidos que foram dados à fabricante aeroespacial francesa Airbus. Os EUA avançaram com a queixa na OMC em 2006, refere o Politico.

Praticamente em simultâneo, decorre outro processo na mesma organização, no qual a UE alega que os EUA também deram subsídios ilegais à norte-americana Boeing.

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Ataque de drones arrasa metade da produção diária de petróleo saudita

Ataque de drones de rebeldes às refinarias da Aramco vai levar a uma quebra na produção na ordem dos cinco milhões de barris diários, ou 5% da produção mundial de petróleo.

A produção de petróleo da Arábia Saudita vai cair para metade, depois de um ataque coordenado dos rebeldes do Iémen ter provocado sérios estragos nas maiores refinarias do país na madrugada deste sábado. A redução na produção resultante deste ataque deverá chegar aos cinco milhões de barris diários, que representam 5% da produção mundial de petróleo diária, segundo o The Wall Street Journal (acesso pago).

O Conselho de Administração da Aramco, a gigante petrolífera saudita, está a preparar um plano de emergência para dar resposta à quebra na produção diária, admitindo vender parte das reservas nos mercados internacionais para compensar a quebra na oferta, o que faria os preços do petróleo dispararem. Na última semana, o barril de Brent chegou a baixar da fasquia dos 60 dólares.

O ataque com drones já reivindicado pelos rebeldes Huthis. Provocou incêndios em duas instalações petrolíferas da gigante saudita Aramco no leste do país. O ataque perpetrado com drones, o terceiro ataque em cinco meses, provocou incêndios nas instalações situadas em Abqaiq e Khurais.

“Às 4h00 locais (2h00 em Lisboa) equipas de segurança da Aramco intervieram para apagar incêndios em duas instalações”, indicou o ministério do Interior saudita, maior exportador mundial de petróleo. “Os dois incêndios foram apagados”, adianta o ministério. As autoridades sauditas parecem ter reforçado a segurança nas duas instalações, impedindo os jornalistas de se aproximarem, refere a AFP.

Os Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita, reivindicam regularmente lançamentos de mísseis com drones contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015.

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Transformação é a palavra-chave de uma das novas categorias dos IRGAwards

Na 32.ª edição dos prémios promovidos pela Deloitte será distinguido um projeto de excelência na transformação das atividades ou do negócio das empresas.

Há novidades na 32.ª edição dos Investor Relations & Governance Awards, promovidos pela Deloitte. O Transformation Award é um dos novos prémios que serão atribuídos este ano, e que tem em vista a transformação, tal como indica o nome, das atividades ou do negócio das empresas.

O Transformation Award vai eleger “um projeto de excelência na transformação das atividades ou do negócio das empresas“, que tenha sido iniciado durante o ano de 2018, explica a Deloitte. O prémio é atribuído por deliberação direta do júri, tal como acontece nas outras novas categorias, Market Development Award e Governance Initiative Award.

Para esta categoria, a comunidade empresarial foi convidada a participar, através de uma candidatura. Estas foram depois submetidas à apreciação do júri. O corpo de jurados é composto por Vítor Bento, que o preside, António Gomes Mota, António Saraiva, Clara Raposo, Duarte Pitta Ferraz, Esmeralda Dourado, João Moreira Rato, Luís Amado, Nuno Fernandes e Patrícia Teixeira Lopes.

A cerimónia de entrega dos IRGAwards vai realizar-se a 19 de setembro, no Convento do Beato, em Lisboa. O tema desta edição dos IRGAwards é a liderança sinfónica, que pretende criar um paralelismo entre os desafios de um líder empresarial na condução de uma equipa e os desafios de um maestro na direção de uma orquestra.

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Costa avisa que eleições não se ganham nas sondagens

  • Lusa
  • 14 Setembro 2019

O secretário-geral do PS reagiu com cautela às sondagens que colocam o partido perto da maioria absoluta, avisando que "as eleições não se ganham por antecipação".

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou este sábado que as eleições não se ganham nas sondagens mas nas urnas e apelou para a mobilização de modo a garantir a vitória nas legislativas do dia 6 de outubro.

“Toda a gente discute nas televisões as boas sondagens que apontam para uma vitória do Partido Socialista e nós batemo-nos por ter uma grande vitória no próximo dia 6 de outubro. Mas há uma coisa que nenhum de nós se pode esquecer, nunca. As eleições não se ganham nas sondagens ganham-se nas urnas. As eleições não se ganham por antecipação, as eleições ganham se no dia 6 de outubro”, alertou António Costa.

O secretário-geral do PS, que discursava num almoço-comício em Castelo Branco, apelou para a mobilização de todos nas próximas três semanas.

“Temos todos que nos manter mobilizados e a mobilizar os nossos amigos, os nossos colegas e os nossos familiares, porque aquilo que temos que garantir não são vitórias nas sondagens, são vitorias nas eleições e é por isso que nos estamos a bater”, sustentou.

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O presente já é elétrico. Dez carros que estão mesmo a chegar

Frankfurt está a ser palco de várias apresentações de automóveis eléctricos de fabricantes de todo o mundo, principalmente europeus. Estes são os carros que poderá ver na estrada muito brevemente.

Os automóveis elétricos estão a dominar as atenções no Salão Automóvel de Frankfurt. O evento, que decorre até 22 de setembro, vem confirmar o rumo que os fabricantes estão a tomar na aposta na mobilidade elétrica dos seus veículos em resposta às restrições cada vez mais apertadas em relação à emissão de gases poluentes.

Entre os protótipos, que representam uma primeira abordagem à produção em série, e alguns modelos que estão prontos para chegar ao mercado, destacam-se alguns fabricantes europeus como a Volkswagen, Mercedes, BMW e Porsche.

A Volkswagen apresentou o muito aguardado ID.3, automóvel totalmente elétrico com três tamanhos de bateria diferentes. A autonomia pode por isso variar entre os 330 e os 550 km. A marca alemã anuncia que é possível carregar a bateria o suficiente para 290 km em 30 minutos usando um terminal de carregamento específico da marca. O ID.3 já está em fase de reserva com preços a começar nos 30 mil euros em Portugal.

Apresentação do VW ID.3 no Salão Automóvel de FrankfurtIAA

A BMW e a Mercedes aproveitaram o evento para apresentar ao vivo dois protótipos, o Concept 4 e o Vision EQS, respetivamente, deixando antever as linhas dos elétricos germânicos num futuro muito próximo.

Destaque também para a atualização e restyling de toda a gama Smart EQ, para o MINI SE e para o pequeno Honda E, utilitário da marca japonesa com autonomia de 220 km, que usa câmaras de vídeo em vez de espelhos retrovisores e estará no mercado antes do próximo verão com o preço um pouco abaixo dos 30 mil euros. A Opel estreou o Corsa, incluído o Corsa-e com 330 km de autonomia e um preço a partir dos 29.990 euros.

Opel Corsa-e terá 330 km de autonomia.

Entre as propostas mais arrojadas surge a coreana Hyundai ao desvendar o 45 EV, um protótipo retro futurista e a Byton, um fabricante chinês desconhecido por estas paragens mas apostado em conquistar o mercado europeu em 2020 com a apresentação do M-Byte, modelo SUV recheado de tecnologia com uma autonomia capaz de chegar aos 550 km. Aqui ao lado, a Cupra, divisão desportiva da espanhola Seat, desvendou o Tavascan, SUV equipado com dois motores elétricos com autonomia capaz de chegar aos 450 km.

Veja na fotogaleria em baixo alguns dos automóveis que poderá vir a ver na estrada nos próximos tempos.

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Falha na app da CGD impediu clientes de fazerem operações

Os clientes do banco público não puderam realizar operações em tablets e telemóveis através da app do banco durante a tarde de sábado. Empresa fala em problema no envio de códigos por SMS.

Os clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD) enfrentaram problemas no acesso aos serviços online do banco público durante a tarde deste sábado, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa. “Estamos a ter um problema técnico com as apps, nos tablets e telemóveis”, disse a mesma fonte, ao início da tarde. As operações feitas em computadores escaparam a este erro.

De acordo com o Expresso, que avançou a notícia, o serviço de apoio telefónico da CGD deu conta de “dificuldades” no envio dos códigos por SMS que permitem aos utilizadores validarem uma determinada ação. Sem esse código, não é possível concluir operações.

O problema foi solucionado pouco antes das 19h00: “A app da Caixa está estabilizada”, disse ao ECO fonte oficial da CGD.

Capturas de ecrã dos erros que surgiram na aplicação da CGD: “Pedimos desculpa, mas de momento não podemos satisfazer o seu pedido”, refere o primeiro.CGD

Este erro no envio das SMS surge no mesmo dia em que entram em vigor as novas regras europeias que reforçam a segurança das operações bancárias na internet, nomeadamente recorrendo à autenticação a dois níveis.

Este mecanismo, tradicionalmente chamado de two-factor authentication, obriga a que os utilizadores precisem sempre de dois elementos para realizarem uma operação: algo de que saibam, como uma password; e algo que tenham, como um telemóvel.

(Notícia atualizada às 19h07 para indicar que o problema foi solucionado)

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Têxtil é um dos setores mais afetados pelo Brexit. Guerra comercial ensombra ainda mais o futuro

Exportações de têxtil e vestuário alcançam recordes em 2018, mas este ano a tendência de crescimento já se inverteu. Brexit e guerra comercial entre os EUA e China estão a criar clima de incerteza.

As exportações de têxteis e vestuário atingiram um volume recorde de 5.314 milhões de euros em 2018, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas, a incerteza que se vive devido ao Brexit e à guerra comercial entre a China e os Estados podem afetar exportações de têxtil e vestuário em Portugal.

Os dados das exportações relativos aos primeiros sete meses do ano dão já sinais de abrandamento. De janeiro a julho, Portugal exportou 3.207 milhões de euros, ou seja, uma redução de 0,9% face ao período homólogo. E foi no segmento dos têxteis lar que a quebra foi mais significativa (-3,3%).

O presidente da Associação Nacional das Indústrias do Vestuário e Confeção (Anivec), César Araújo, reconhece que “poderá haver uma pequena redução nas exportações de têxtil e vestuário” e salienta que a queda está relacionada com o sentimento de instabilidade que se vive na Europa.O Brexit e a guerra comercial entre os EUA e a China estão a provocar um sentimento de instabilidade na Europa e no mundo e este sentimento negativo poderá afetar o consumidor final”, destaca.

Um estudo publicado pelo CESifo, uma rede de investigação ligada ao Ifo alemão, sediada em Munique, revela que perante um cenário de hard Brexit o setor têxtil seria o mais afetado em Portugal. A economia portuguesa perderia 1,2% e o emprego recuaria 0,7%, o equivalente a mais de 29 mil postos de trabalho, sublinha o estudo referido por Marques Mendes no seu comentário semanal na Sic. Esta conclusão vai ao encontro de um outro estudo da CIP, que também apontava o setor têxtil como um dos que mais riscos enfrenta com a saída do Reino Unido na União Europeia.

O diretor geral da Associação Têxteis de Portugal (ATP), Paulo Vaz, concorda que a indústria já sente essa instabilidade desde o referendo e explica o porquê. “Primeiro porque a desvalorização da libra prejudica imediatamente as exportações para aquele país, depois porque a incerteza face ao futuro determina quebras de consumo interno”, refere. Relativamente à guerra comercial entre as duas potências mundiais, Paulo Vaz salienta que “criam alta instabilidade e incerteza, provocando o arrefecimento das economias à escala global, com prejuízo do consumo privado. É o que está a suceder”.

Está a criar-se uma situação de tempestade perfeita que deve preocupar-nos de forma séria, obrigando-nos a tomar medidas, nomeadamente intensificar as iniciativas nos mercados externos, em feiras e missões.

Paulo Vaz

Diretor geral da Associação Têxteis de Portugal (ATP)

Aliás, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou, esta quinta-feira, que a guerra comercial entre os EUA e a China deixou de ser uma ameaça e está já a “abrandar” o dinamismo da economia mundial, que evolui a um ritmo “relativamente lento”. Nas suas últimas estimativas sobre o possível impacto das tarifas impostas mutuamente entre as duas maiores economias mundiais, o FMI calculou que a guerra comercial poderia reduzir o PIB mundial em cerca de 0,8% em 2020 e levar ainda a mais perdas nos anos seguintes.

Os têxteis já estão a sofrer com esse abrandamento. “Pessoalmente acho que este ano não vai ser tão bom como os anteriores. Os primeiros cinco meses do ano pareciam apontar nesse sentido, mas o mês de junho foi mau e inverteu a tendência positiva. Vamos ver como será a reentrada após férias”, destaca ao ECO Paulo Vaz.

O mês de junho trouxe uma queda acentuada nas exportações da indústria têxtil e vestuário. Em comparação com junho do ano passado, as empresas portuguesas da indústria têxtil e vestuário venderam menos 60,6 milhões de euros, baixando o total exportado para 415,9 milhões de euros. Ou seja, uma quebra homóloga de 12,6%. É verdade que, em julho, Portugal exportou 531,4 milhões de euros de têxteis e vestuário, um valor mensal que não era conseguido desde julho de 2002, mas o resultado não foi suficiente para compensar os resultados negativos do mês anterior.

Apesar da quebra, as exportações do têxtil e vestuário continuam a ser o principal foco de muitas empresas. De acordo com o INE, Portugal ocupa o 23.º lugar no ranking dos principais exportadores mundiais de vestuário, que é liderado pela China.

A Riopele é uma das empresas que tem contribuído para o crescimento das exportações deste setor. A propósito da incerteza que se faz sentir na Europa e no mundo, José Oliveira, presidente do conselho de administração da Riopele considera que “está a ser criado um clima especialmente adverso e pouco propício ao investimento e ao consumo”. No entanto, o responsável por uma das mais antigas empresas de têxteis portuguesas e que exporta 98% do que produz acredita que o “diferendo comercial entre os EUA e a China será entretanto resolvido para o bem da economia global.”

Espanha é o principal destino dos têxteis e vestuário

Apesar desta instabilidade vivida na Europa, Espanha continua a liderar o ranking dos principais destinos das exportações nacionais de têxtil e vestuário. Segundo o estudo Comércio Internacional de Têxteis e Vestuário 2008-2018, estas exportações cresceram 2,7% e as importações 2,1%, em relação ao ano anterior. O que representa um saldo positivo de 31 milhões de euros. O setor do vestuário (60%) tem um peso superior ao têxtil (40%) no que respeita à exportação, de acordo com o mesmo estudo.

Países como a Espanha e a França estão no top três dos principais destinos das exportações portuguesas de têxteis e vestuário, mas é o país vizinho quem lidera. O presidente da Anivec frisa que “Espanha é o parceiro de excelência” e que é necessário “apostar em novos mercados, mas nunca descurar a Europa, porque é e sempre foi o principal mercado” das exportações nacionais.

O diretor geral da ATP, Paulo Vaz, acrescenta que Espanha representa 30,4% da quota total, seguido de França (13,5%) e Alemanha (8,5%). Todavia, as exportações de têxtil e vestuário para o mercado espanhol sofreram uma quebra de 3,9% (ou 68 milhões de euros), para perto de 1.700 milhões de euros, no final de 2017.

Destino das exportações de vestuário 2017 – 2018.

O presidente do conselho de administração da Riopele garante que a “empresa não sentiu essa quebra do mercado espanhol“. Mas o diretor geral da ATP confirma que não foi esse o caso para muitas empresas nacionais e justifica o motivo. A razão da quebra de Espanha tem sido o desinvestimento da Inditex em produzir em Portugal, especialmente encomendas de preço mais baixo. Portugal para os produtos mais básicos é caro e a Inditex tem desviado produção para a Turquia e Marrocos”.

Espanha, França e Alemanha no top 4 das exportações de têxteis e vestuário

Em Portugal os principais destinos das exportações de têxteis são Espanha (19,4%), França (11,6%) e os EUA (9,8%). Seguido da Alemanha (8,6%) e do Reino Unido (6,6 %) que no ano 2000 ocupava a primeira posição do ranking.

Destino das exportações de têxteis 2017 – 2018.

Já na exportação de vestuário os principais destinos são também Espanha (que representa uma quota de 40,2%), seguido de França (13,2%), Alemanha (8,3%), Reino Unido (8,2%) e Itália (6,8%). Os EUA surgem na sétima posição (3,6%). César Araújo refere que os EUA são um mercado importante para Portugal, mas destaca que a “instabilidade política que se vive na América é uma preocupação para a indústria”.

Itália passou de primeiro lugar para sexto, no período de 2008-2018, no que respeita à exportação de têxteis. Para José Oliveira, “na última década, o mercado italiano sofreu muito, em parte, consequência do modelo produtivo e de negócio instalado em Itália, que funciona bem dentro do mercado interno, mas não é competitivo, flexível e rápido para a situação atual das exportações”.

O setor dos têxteis representa 2% das empresas nacionais, mas empregam 5% dos trabalhadores, segundo dados do Banco de Portugal. Segundo o estudo divulgado pelo gabinete de estratégia e estudos do ministério da economia, em 2018, nas exportações de têxteis foram os componentes têxteis-lar (32,2%), seguidos dos outros têxteis (30,1%), tecidos (24,9%) e fibras e fios (12,9%), que tiveram mais saída.

No que diz respeito às importações, Espanha (18,2%), Itália (13,3%) e Índia (9,9%) são os principais mercados de importação dos têxteis. No vestuário Espanha (52,8%), Itália (9,4%) e França (9,1%) são os principais mercados.

A indústria têxtil e vestuário esteve para morrer ao olhos do Governo. A verdade é que está de pé e só não somos mais fortes porque o poder político nunca acreditou no setor.

César Araújo

Presidente da Associação Nacional das Indústrias do Vestuário e Confeção (Anivec)

O presidente da Anivec lamenta a falta de apoio por parte do Governo e alerta para uma grande falha no setor têxtil e vestuário. “Um dos nossos maiores problemas é falta de recursos humanos qualificados”, destaca. Alerta que cabe ao Governo apoiar o setor e lamenta que “o poder politico nunca tenha acreditado no setor, não tenha incentivado os jovens a enveredarem por esta indústria”. Por isso, “hoje, a falta de recursos humanos é uma das maiores dificuldades”.

Calculados os números, Portugal tem uma balança comercial positiva no setor dos têxteis e do vestuário. O que significa que o valor das exportações é superior ao das importações. O setor representa desde 2012 um saldo positivo da ordem dos mil milhões de euros. Só no setor do vestuário, entre 2012 e 2018 a balança comercial rondou os mil milhões de euros, segundo o estudo Comércio Internacional de Têxteis e Vestuário 2008-2018.

Em contrapartida, o setor dos têxteis teve uma balança comercial deficitária entre 2008 e 2011, conquistando um saldo ligeiramente positivo a partir de 2012. Desde a entrada da China na Organização Mundial do Comércio com a consequente liberalização das trocas comerciais neste setor, Portugal enfrentou uma quebra nas exportações e muitas empresas nacionais acabaram por fechar portas. Mas, esta indústria tradicional não morreu e reagiu. Tem vindo a apostar na qualidade, na inovação e no design deixando o segmento em que a concorrência se faz pelo preço para apostar em produtos com maior valor acrescentado.

César Araújo confirma que Portugal tem vindo a fazer uma aposta na inovação e no design e afirma que “Portugal tem umas das melhores cadeias de abastecimento de valor de produtos acrescentados no mundo”. Considera que o caminho é reinventar a indústria, apostando na sustentabilidade das empresas, certificações, evolução na cadeia de valor e uma forte aposta no retalho. “É um caminho difícil mas temos de começar a dar esse passo. Temos de nos afirmar como um país de moda e não só como um país industrial”, conclui.

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AEP pede ligação ferroviária à Europa para mercadorias. António Costa afirma ser “fundamental”

  • ECO
  • 14 Setembro 2019

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), garante que o TGV não é uma prioridade, mas sim a ligação ferroviária à Europa para mercadorias.

A ligação ferroviária de Portugal à Europa para o transporte de mercadorias “é a grande preocupação” do novo presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) — e não o TGV, ao qual só é favorável “se houver apoios”.

Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Luís Miguel Ribeiro, que acaba de assumir o cargo, garante que o país deve “investir na criação de riqueza” e que, nesse sentido, “é urgente diversificar mercados”. “Precisamos de reforçar os fundos de apoio à internacionalização, quer em montantes, quer nas taxas de cofinanciamento”, remata.

O mandato, que começou em julho, vai estender-se até maio de 2020, com apostas voltadas para a “requalificação dos recursos humanos”, “reforço da competitividade das empresas” e “apoio à internacionalização”. Sobre este último ponto, frisa que ainda “há um longo caminho a fazer”.

Acerca do atual Governo, Luís Miguel Ribeiro vê “resultados positivos a vários níveis”, nomeadamente na “consolidação das contas públicas”, mas critica “algumas opções tomadas ao nível da qualificação dos recursos humanos e dos estímulos à atividade empresarial”: “Temos uma das cargas fiscais mais elevadas da Europa, o que exige um esforço acrescido às empresas”, aponta.

Para dinamizar a economia, o novo líder da AEP pede uma descida dos impostos, “sempre que as contas públicas o permitam”. “A burocracia, a carga fiscal e a legislação laboral têm de ser ajudadas às necessidades das empresas”, conclui.

António Costa afirma que ferrovia é fundamental na ligação a Espanha

No rescaldo da entrevista, o secretário-geral do PS, António Costa, afirmou este sábado que o investimento na ferrovia na ligação a Espanha é fundamental, para o interior deixar de ser as traseiras do litoral e passar a ser a porta para o mercado ibérico.

“Nós dissemos que o interior tinha de deixar de ser visto como um problema para o país e que tinha que passar a ser visto como uma oportunidade para o país e que isso passava por duas coisas: em primeiro lugar, por valorizar os recursos próprios destas regiões e, por outro lado, por reforçar a ligação com Espanha, para que o interior deixe de ser as traseiras do litoral e passe a ser nossa porta avançada para crescermos no conjunto do mercado ibérico, para os 60 milhões de pessoas que vivem na Península Ibérica”, afirmou António Costa.

O secretário-geral do PS, que falava durante um almoço-convívio em Castelo Branco, no âmbito da pré-campanha para as eleições legislativas de 6 de outubro, considerou que governar exige fazer escolhas. “Quando nós escolhemos onde devíamos dar prioridade ao investimento, uma das prioridades que definimos na ferrovia foi a ligação a Espanha através da linha da Beira Alta e da linha da Beira Baixa”, sustentou. Costa afirmou que essas obras deixaram de ser daquelas que só aparecem nos discursos: “São obras que estão hoje a andar, estão no terreno e vão ser acabadas a tempo e horas para termos uma melhor ligação a Espanha”.

O secretário-geral do PS explicou também que foi também por isso que no Plano nacional de Infraestruturas o Governo inscreveu outra obra fundamental, uma rodovia de ligação a Espanha. “Inscrevemos uma obra fundamental para ligar a A23 a Espanha que é o IC 31 e essa vai ser também uma outra realidade, porque é tão importante ligar o interior ao litoral, como mais importante ainda é ligar o interior a Espanha”, sustentou. Contudo, sublinhou que não basta ter serviços e infraestruturas e defendeu que as empresas são fundamentais para a criação de postos de trabalho para revitalizar todo o interior do país.

“É o emprego que permite fixar quem cá vive e atrair quem pode vir para cá viver. E foi por isso que ao contrário de outros que querem reduzir impostos para todas as empresas sejam elas quais forem e estejam onde estiverem, nós entendemos que o que era necessário, era concentrar o esforço do beneficio fiscal nas empresas que se instalem no interior para aqui criarem postos de trabalho, fixarem população e que atraiam novos residentes”, concluiu.

(Notícia atualizada às 16h15 com declarações de António Costa sobre a ferrovia)

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Este ano há menos vinho verde, mas qualidade poderá render 45 milhões

Estima-se que sejam produzidos 70 milhões de litros na região do vinho verde, um processo que envolve cerca de mil produtores e mais de 1500 pessoas. As uvas desta região valem mais de 45 milhões.

A apanha das uvas na região Norte já começou no início de setembro e deve terminar a 5 de outubro. No Minho estão mais de 15 mil pessoas a vindimar cerca de 100 mil toneladas de uva. Estima-se que sejam produzidos cerca de 70 milhões de litros de vinho verde, este ano, o que corresponde a 45 milhões de euros, adianta ao ECO o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro.

Se as previsões se vierem a confirmar, a produção de vinho verde sofrerá um decréscimo de cerca de 10% face ao ano anterior. A “instabilidade climatérica foi o principal motivo para este decréscimo”, refere Manuel Pinheiro. Apesar da diminuição está otimista, pois considera que as “uvas têm muito potencial” e que, “mesmo com uma produção inferior, é possível obter mais faturação, tendo em conta a qualidade das uvas“.

Segundo o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, o objetivo fundamental “é aumentar a qualidade e o valor do vinho e não necessariamente o volume”. Refere que a vindima deste ano “tem ótimas condições de maturação”, as “uvas têm muita qualidade” e está certo que vão ser produzidos “ótimos vinhos verdes”. Manuel Pinheiro destaca que as uvas são pagas ao agricultor a 0,45 cêntimos por quilo. Embora este seja o preço médio existem exceções mediante a qualidade das uvas: “A uva alvarinho tem um preço superior a um euro por quilo”, exemplifica.

O ano passado foram exportados cerca de 63 milhões de euros em vinho verde, para mais de 100 países. Ou seja, 52% da produção é direcionada ao mercado externo, sendo os EUA (21%) o principal mercado, ao representar cerca de 13 milhões de euros, seguido da Alemanha (18%) e França (10%). Manuel Pinheiro salienta que o Japão é um mercado importante para Portugal, tendo em conta que “compram vinhos de maior valor acrescentado”, assim como o Brasil.

O vinho verde é característico do norte de Portugal e os turistas procuram provar o que é tipicamente português. 

Manuel Pinheiro

Presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV)

O presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, adianta ao ECO que no próximo ano vão ser investidos cerca de 3,5 milhões de euros de forma a apostar na promoção do vinho verde além-fronteiras. Refere que uma das finalidades é continuar a apostar na exportação, principalmente em mercados como o Japão e a Rússia.

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Estivadores do Porto de Lisboa ameaçam com greve: “Vamos ter de voltar à batalha”

  • ECO
  • 14 Setembro 2019

Operadores portuários rasgaram acordo depois do sindicato ter promovido uma paralisação de 24 horas. Face a isto, os trabalhadores ameaçam regressar à luta.

Os estivadores do Porto de Lisboa queixam-se de que não estão a ser pagos os aumentos salariais previstos para 2018 e 2019, respetivamente de 4% e 1,5%, e denunciam que também há salários a serem pagos às prestações. Face a este cenário, o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) ameaça avançar para uma nova greve.

Mais de três anos depois de assinar um contrato coletivo de trabalho que previa esses aumentos, o presidente do SEAL, António Mariano, denuncia que “os operadores de Lisboa rasgaram o acordo” depois de uma “paragem de 24 horas em solidariedade” com trabalhadores do sindicato que, segundo o próprio, estão a ser alvo de perseguição noutros portos. “Em Lisboa, vamos ter de voltar à batalha”, atira o líder do sindicato, numa entrevista ao Público (acesso condicionado).

“Há uma cláusula de paz social, mas na qual o sindicato só se compromete a não apresentar pré-avisos de greve sobre as matérias constantes do mesmo, sem antes convocar uma comissão paritária. Esta greve, de 24 horas, um direito constitucional, não tinha nada a ver com o que estava acordado no porto de Lisboa. Foi solidariedade com outros estivadores, que estavam a ser perseguidos”, justifica António Mariano.

Instado a explicar a que perseguições se refere, o presidente do SEAL fala em ações destinadas a “prejudicar financeiramente os trabalhadores” filiados no sindicato. “A perseguição tornou-se particularmente visível nos casos de Leixões e Figueira da Foz, mas também no Caniçal”, aponta, referindo que acabam por não ser “escalados para trabalhos suplementares”, ou que estão a ser criados “sindicatos [regionais] que assinam acordos com condições abaixo das desejáveis”, “desvalorizando” a profissão.

Desde que o SEAL foi criado, já duplicou o número de filiados. “Começámos com 350 associados. Hoje temos quase 600”, avança o presidente. Os plenários já começaram e, antes de avançarem para greve, o SEAL promete “perguntar aos estivadores de todo o país o que fazer”.

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