Covid-19: Metro do Porto regista redução de 80% nos passageiros

  • Lusa
  • 18 Março 2020

“De valores médios próximos dos 270 mil clientes diários em janeiro e fevereiro, passamos agora para valores pouco superior", o que representa um decréscimo de cerca de 80%, informou o Metro do Porto.

O número de passageiros no Metro do Porto desceu cerca de 80% devido à Covid-19, passando de uma média de 270 mil clientes diários em janeiro e fevereiro para pouco mais de 50 mil, revelou esta quarta-feira a empresa.

De valores médios próximos dos 270 mil clientes diários em janeiro e fevereiro, passamos agora para valores pouco superiores a 50 mil passageiros em dia útil, no que representa um decréscimo a rondar os 80%”, informou fonte oficial da Metro do Porto, em resposta a questões da agência Lusa.

Todas as máquinas de venda e validadores de bilhetes no Metro do Porto foram esta quarta-feira desligados devido à pandemia de Covid-19 e o carregamento e validação deixou de ser obrigatório, por tempo indeterminado. Na terça-feira, a empresa indicou que a medida se aplica “até indicação em contrário”.

A empresa revelou na segunda-feira já ter disponível a “nova solução de limpeza de largo espectro e ampla duração, que permite a impermeabilização de superfícies”, nomeadamente “o interior dos veículos e as zonas de contacto nas estações”.

A Metro referia que, “de acordo com os ensaios realizados” a nova solução de limpeza “será eficaz na eliminação da Covid-19”, acrescentando que ia começar “desde já”, a usar o produto “na limpeza e impermeabilização dos veículos e estações”.

O Metro do Porto foi utilizada por mais de 71 milhões de clientes em 2019. A empresa opera em sete concelhos com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos até quarta-feira, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde. Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais cinco do que na terça-feira.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu esta quarta-feira o Conselho de Estado, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.

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Ana Botín: “Muito obrigada, António. Foi um privilégio ter sido tua colega e amiga”

Foi assim que Ana Botín, presidente do grupo Santander, se despediu de Vieira Monteiro, que faleceu esta quarta-feira vítima do novo coronavírus.

“Muito obrigada, António. Foi um privilégio ter sido tua colega e amiga”. Foi assim que Ana Botín, presidente do grupo financeiro espanhol Santander, se despediu de Vieira Monteiro, que faleceu esta manhã, aos 73 anos, vítima do coronavírus.

“Esta manhã perdemos um grande líder, profissional e querido amigo António Vieira”, escreveu Ana Botín numa mensagem partilhada nas redes sociais, em que lamenta a morte de quem “era apaixonado pela vida e pelo seu trabalho” e envia sentidas condolências à família de Vieira Monteiro.

“Até recentemente nosso CEO, juntou-se a nós há 20 anos, e foi parte da minha equipa desde o início. Esta manhã, quando estava a falar com Pedro Castro e Almeida, o nosso CEO em Portugal, e mais tarde com a Rita, a filha de António, eu senti pessoalmente a verdadeira dimensão desta crise. A Rita não vai poder comparecer ao funeral uma vez que também tem Covid-19. Eu e os meus colegas — embora saudáveis – não vamos poder ir também”, disse.

A presidente do Santander também enviou uma mensagem de apelo a todos no combate à pandemia. “Quero dizer a todos na nossa família Santander e além, a todas as comunidades, CEO e governos, vamos trabalhar em conjunto para salvar vidas e para salvar empregos que podem ajudar a salvar vidas”, afirmou.

Vamos cada um de nós contribuir naquilo em que somos melhores, e esquecer as ideologias e partidos políticos. Somos uma família global. Trabalhando em conjunto podemos resolver isto mais rapidamente e recuperar mais rapidamente”, reforçou Ana Botín.

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Três dias depois do lançamento, Governo revê as regras do “novo lay-off”. Renovação já não está dependente da antecipação das férias

O Ministério do Trabalho publicou uma portaria que revê as regras do "novo lay-off" criado face à pandemia de coronavírus. As alterações chegam três dias depois do lançamento do novo regime.

Três dias depois de ter publicado as regras do “novo lay-off”, o Ministério do Trabalho publicou, esta quarta-feira, uma portaria que revê os contornos desse regime especial criado face à pandemia de coronavírus. Com este diploma, fica agora claro que, afinal, a renovação deste apoio para lá do primeiro mês não está dependente do gozo antecipado das férias. É eliminada, além disso, a possibilidade de a empresa obrigar o trabalhador a cumprir funções que não as suas durante este período, uma porta que tinha sido aberta na portaria publicada no domingo.

Podem ter acesso a este “novo lay-off“, os empregadores que estejam numa das duas situações seguintes: paragem total da atividade decorrente da interrupção das cadeias de abastecimento globais ou da suspensão ou cancelamento de encomendas; quebra “abrupta e acentuada” de, pelo menos 40% da faturação.

Na portaria publicada no domingo, estava indicado que esse último recuo deveria ser calculado tendo por referência o período homólogo de três meses, mas o diploma divulgado esta quarta-feira revê essa fórmula, indicando que devem ser tidos em conta não os 90 dias anteriores, mas os 60 dias anteriores ao pedido.

O Ministério de Ana Mendes Godinho dá assim resposta a uma das preocupações dos patrões, que já tinham indicado que o período de três meses era demasiado longo, tendo em conta que o surto de coronavírus só começou a afetar a economia portuguesa este mês.

O diploma publicado esta quarta-feira altera também as regras de renovação para lá do primeiro mês deste apoio, que garante aos empregadores o pagamento, por parte da Segurança Social, de 70% de dois terços da remuneração do trabalhador.

Na portaria original, estava estabelecimento que o apoio só poderia ser prorrogável para lá do primeiro mês, quando os trabalhadores da empresa tivessem gozado o limite máximo de férias anuais. De notar que, segundo o Código do Trabalho, o empregador só pode “forçar” a marcação de férias entre 1 de maio e 31 de outubro, na ausência de um acordo.

Na portaria publicada esta tarde, o Governo deixa, contudo, cair essa condição, sublinhando que o apoio em questão pode ser “excecionalmente prorrogável mensalmente até ao máximo de seis meses”.

Por outro lado, o diploma mais recente revoga o artigo que dava ao empregador nesta situação de lay-off a possibilidade de encarregar temporariamente o trabalhador de funções “não compreendidas no contrato de trabalho”, desde que tal não implicasse a “modificação substancial da posição do trabalhador” e que servisse para garantir a viabilidade da empresa.

No preâmbulo, o Ministério do Trabalho explica que estas alterações foram feitas na sequência dos contributos dos parceiros sociais e visam “clarificar algumas situações, concretamente quanto à salvaguarda dos direitos e deveres dos trabalhadores no âmbito daquelas medidas quer quanto aos requisitos de acesso ao mecanismo”.

Este regime inspira-se no lay-off já previsto na Lei Laboral, mas não o replica. “É na figura do lay-off que esta medida excecional se inspira, quer quanto à estruturação, quer quanto às formas e montantes de pagamento, mas que dela se afasta exatamente por não implicar a suspensão dos contratos de trabalho e definir uma operacionalização procedimental simplificada”, salientava o Governo, na portaria original. Ou seja, a Segurança Social paga 70% dos dois terços da remuneração a que o trabalhador tem direito nesta situação, mas o empregador pode decidir manter o trabalhador a prestar serviços, uma vez que o contrato não é suspenso.

(Notícia atualizada às 15h50)

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Bernie Sanders está a avaliar permanência na corrida presidencial

  • Lusa
  • 18 Março 2020

O senador Bernie Sanders vai avaliar a continuação da sua candidatura às eleições presidenciais dos Estados Unidos, depois de uma nova série de derrotas nas primárias do Partido Democrata.

O senador Bernie Sanders vai avaliar a continuação da sua candidatura às eleições presidenciais dos Estados Unidos, depois de uma nova série de derrotas nas primárias do Partido Democrata na terça-feira, anunciou a sua candidatura.

Joe Biden, ex-vice-Presidente e principal rival de Sanders, venceu na terça-feira a disputa nos três estados (Arizona, Florida, e Illinois) que foram a eleições, distanciando-se ainda mais na corrida que decidirá quem é o candidato presidencial dos democratas.

O Senador Sanders conversará com os seus apoiantes, para avaliar as condições da sua campanha. Por enquanto, no entanto, ele está concentrado na resposta das autoridades ao surto de coronavírus, para garantir que os direitos dos trabalhadores ficam garantidos”, disse Faiz Shakir, diretor de campanha.

Sanders, que iniciou as primárias democratas com algumas vitórias encorajadoras, teve um forte revés na chamada “superterça-feira”, quando perdeu muitas das 15 eleições em jogo nesse dia, deixando Joe Biden com uma confortável vantagem na contabilidade de delegados.

Bernie Sanders ainda não comentou os resultados desta terça-feira, tendo focado todas as suas intervenções políticas na crise de saúde pública provocada pelo surto de coronavírus, referindo a necessidade de o Governo dos Estados Unidos assegurar que os mais vulneráveis ficam protegidos dos danos económicos desta pandemia.

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Conselho de Estado já terminou. Costa reúne ministros de urgência

O primeiro-ministro convocou um Conselho de Ministros de urgência para analisar os resultados desta reunião.

Já terminou o Conselho de Estado, onde se discutiu uma eventual declaração do estado de emergência, devido à pandemia do coronavírus. O primeiro-ministro, António Costa, convocou um Conselho de Ministros de urgência para esta quarta-feira para analisar os resultados desta reunião, que durou cerca de quatro horas e decorreu por videoconferência.

O Conselho de Estado “analisou a situação em Portugal decorrente da Pandemia Covid-19, nomeadamente quanto à eventual declaração do estado de emergência, nos termos dos artigos 19.º, 134.º, alínea d), e 138.º da Constituição, e da Lei n.º 44/86, de 30 de setembro, alterada pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro”, lê-se na nota publicada no site da Presidência.

Agora, segue-se o Conselho de Ministros de urgência sendo que, no final, António Costa fará declarações, revelando a posição do Governo sobre esta matéria. A reunião será presencial, mas no Palácio da Ajuda, para permitir um maior distanciamento entre os ministros.

Cabe ao Presidente da República declarar o estado de emergência, sendo que tem de ser ouvido o Governo e a Assembleia da República tem de autorizar. O primeiro-ministro disse já que, se o Presidente decidir declarar o estado de emergência, o Governo dará parecer favorável.

(Notícia atualizada às 14h45)

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Comércio acusa Governo de “desprezo”. “Aconselha” despedimentos

A CCP acusa o Governo de mostrar "profundo desprezo" pelo setor e aconselha a adoção de uma política de redução "rápida de custos", incluindo laborais.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considera que as novas linhas de crédito para o turismo, restauração e indústria anunciadas, esta quarta-feira, pelo Executivo face à pandemia de coronavírus refletem um “profundo desprezo” pelo setor. A confederação liderada por João Vieira Lopes recomenda, por isso, às empresas que adotem uma “política de redução rápida de custos, nomeadamente laborais”, colocando assim em cima da mesa despedimentos.

“A CCP, ao tomar conhecimento das linhas de crédito anunciadas pelo Governo, em concreto da distribuição setorial dos montantes agora disponibilizados, considera inaceitável o profundo desprezo a que foi votado o setor do comércio e de muitos serviços“, explica a confederação, num comunicado titulado “empresas do comércio e de muitos serviços em risco”.

Esta manhã, o ministro da Economia anunciou um conjunto de linhas de crédito — a serem disponibilizadas através do sistema bancário e com garantia do Estado — que vão alavancar três mil milhões de euros para as empresas as afetadas pela propagação do coronavírus em Portugal e no mundo.

Estas quatro novas linhas de crédito têm os seguintes destinos: 600 milhões para a restauração e similares, dos quais 270 milhões para micro e pequenas empresas; 200 milhões para turismo (agências de viagens, animação, organização de eventos e similares), dos quais 75 milhões para micro e pequenas empresas; mais 900 milhões de euros para o turismo (desta vez, para empreendimentos e alojamento) e dos quais 300 milhões para micro e pequenas empresas; 1,3 mil milhões de euros para a indústria (têxtil, vestuário, calçado, indústria extrativa e fileira da madeira e da cortiça), dos quais 400 milhões para micro e pequenas empresas.

Sobre o setor do comércio e dos serviços, o Governo fez questão de sublinhar que está “em estreita ligação” com a CCP e as associações do setor para assegurar que as medidas sejam “tempestivas e adequadas às suas realidades”, tendo lembrado que está disponível uma outra linha de crédito de 200 milhões de euros.

Em resposta, a confederação liderada por João Vieira Lopes salienta: “Não discutimos os apoios aos vários setores, mas a CCP recorda que só o comércio representa mais de 700 mil ativos, dos quais meio milhão a trabalhar em micro e PME do setor. Os restantes serviços empregam ainda mais de um milhão de trabalhadores“.

Face à “discriminação inexplicável” levada a cabo pelo Governo e à “falta de apoio”, os representantes do comércio “aconselham”, portanto, os empresários a adotarem “uma política de redução rápida de custos, nomeadamente laborais”, ou seja, colocam em cima da mesa despedimentos. Isto de forma a “minimizar as dificuldades” que estão a ser provocadas pela pandemia de coronavírus. “O número de encerramentos vai aumentar exponencialmente e o número de trabalhadores despedidos também”, alerta Vieira Lopes, em declarações à SIC Notícias.

Na reunião da Concertação Social da semana passada, o líder da CCP já tinha adiantado que, perante o surto em causa, as empresas do comércio estavam a sentir “muitas dificuldades” de financiamento da sua tesouraria corrente junto da banca.

(Notícia atualizada às 15h05)

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Festival Eurovisão cancelado devido ao coronavírus. Regressa em 2021

  • Lusa
  • 18 Março 2020

O Festival Eurovisão da Canção 2020, que estava marcado para 16 de maio na Holanda, foi cancelado devido à ameaça da pandemia do coronavírus. Evento internacional regressa em 2021.

A edição deste ano do festival Eurovisão da Canção, que iria decorrer em maio, em Roterdão, nos Países Baixos, foi cancelada, anunciou a organização.

Num comunicado divulgado nas redes sociais do evento, a organização, a cargo da União Europeia de Radiodifusão, refere que ao longo das últimas semanas foram “exploradas várias opções alternativas que permitissem que o concurso fosse por diante”, mas a “incerteza gerada pela transmissão da doença Covid-19 pela Europa — e as restrições postas em prática pelos governos dos participantes e pelas autoridades holandesas — fez com que fosse tomada a difícil decisão de que é impossível continuar com o evento ao vivo como planeado”.

No mesmo comunicado, a organização refere que vão ser mantidas discussões entre todas as partes envolvidas, incluindo a cidade de Roterdão, sobre o local de acolhimento do evento em 2021.

A artista Elisa, com a canção “Medo de Sentir”, seria a representante de Portugal na Eurovisão 2020, depois de ter vencido a final da 54.ª edição do Festival da Canção, realizada em Elvas (Portalegre).

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Covid-19. Passageiros com voos cancelados 14 dias antes sem direito a indemnização

  • Lusa
  • 18 Março 2020

A Comissão Europeia considera que esta pandemia equivale a circunstâncias extraordinárias, fora do controlo das transportadoras aéreas.

Os passageiros da União Europeia (UE) com voos cancelados até duas semanas antes da sua realização devido ao surto de Covid-19 não têm direito a indemnização ao abrigo da lei comunitária, por esta pandemia equivaler a circunstâncias extraordinárias.

“A Comissão considera que, quando são as autoridades nacionais a adotar medidas destinadas a conter a pandemia de Covid-19, essas medidas são de natureza e origem extraordinária ao exercício normal da atividade de transportadoras [aéreas] e estão fora do seu controlo”, argumenta o executivo comunitário em diretrizes divulgadas esta quarta-feira, relativas aos direitos dos passageiros e das transportadoras numa altura de pandemia.

Estas diretrizes guia servem também para mitigar os impactos económicos do surto do novo coronavírus, pelo que o executivo comunitário esclarece que, no que toca ao setor da aviação, as atuais circunstâncias entram na denominação de “extraordinárias”, o que significa que certos direitos – como à indemnização de um voo cancelado duas semanas antes da data de partida – “não podem ser invocados”.

Assim, em situações como restrições às viagens impostas pelos países e de encerramento de fronteiras, as transportadoras aéreas que cancelarem as suas viagens com 14 dias ou mais de antecedência não são obrigadas a indemnizar os passageiros. Se os voos não forem cancelados com tal antecedência e, mesmo assim, não forem operados ou forem feitos com atraso, as indemnizações mantêm-se e podem chegar aos 600 euros, dependendo da distância, da origem e do destino.

Em termos gerais, passageiros com viagens canceladas devido ao surto têm direito a pedir reembolso ou encaminhamento para o destino final e, no caso de serem os próprios a cancelar, deverão receber um vale.

“Se os passageiros virem a sua viagem cancelada, podem escolher entre o reembolso do preço do bilhete ou o reencaminhamento para chegar ao seu destino final”, o mais depressa possível e através de outro modo de transporte, informa o executivo comunitário.

Numa altura em que as viagens (nomeadamente as aéreas, mas também as de comboio, autocarro e por via marítima) estão a ser fortemente afetadas pelo surto do novo coronavírus, Bruxelas indica que, se forem os próprios passageiros a decidirem cancelar as suas viagens, “os reembolsos dependem do tipo de bilhete – se é reembolsável, se prevê possibilidade de remarcação –, conforme especificado nos termos e condições da transportadora”.

Ainda assim, “algumas companhias aéreas estão a oferecer ‘vouchers’ aos passageiros, que não desejam (ou não estão autorizados a) viajar como resultado do surto de Covid-19”, realça Bruxelas no documento, acrescentando que os passageiros poderão utilizar estes vales “para outra viagem com a mesma transportadora dentro de um prazo estabelecido”.

Para todos os modos de transporte, Bruxelas recorda o direito que os passageiros têm de serem informados sobre alterações das suas viagens, bem como à assistência (refeições e alojamento) em certas situações.

Os passageiros e a indústria europeia de transporte estão a ser duramente atingidos pelo surto de Covid-19. […] A situação é preocupante para muitos passageiros, cujas viagens foram canceladas e que não desejam ou não podem mais viajar”, observa ainda a Comissão.

O setor da aviação já veio dizer que esta será uma “crise sem precedentes” para as companhias de aviação, com perdas que ascendem aos milhares de milhões de euros. Há uma semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou medidas de apoio ao setor.

Trata-se de mudanças temporárias na regulamentação dos ‘slots’ de aeroporto – as faixas horárias atribuídas às companhias aéreas para aterrar ou descolar –, que permitem que as transportadoras mantenham os ‘slots’ mesmo que não operem voos, acabando, assim, com as operações fantasma.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 194 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença. Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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Covid-19: Sporting oferece pavilhão e relvado para hospitais de campanha

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Além de disponibilizar ao Governo o pavilhão e relvado para hospitais de campanha, o Sporting colocou à disposição todos os elementos do departamento médico do clube para combater a epidemia.

O Sporting disponibilizou ao Governo o pavilhão João Rocha e o relvado sintético junto a este recinto, em Lisboa, para a instalação de hospitais de campanha, face à pandemia de Covid-19, confirmou esta quarta-feira à Lusa fonte dos leões.

A mesma fonte oficial do clube explicou ainda que o presidente do Sporting, Frederico Varandas, disponibilizou-se ao Governo para ajudar a combater a pandemia, assim como todos os elementos do departamento médico do clube, junto do secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou na quarta-feira o número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus para 642, mais 194 do que na terça-feira, e a segunda morte no país.

O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

De acordo com o boletim, há 6.656 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde. Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para esta quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.

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Depois do isolamento, China entrou no “Revenge Spending”

Com as medidas de quarentena reduzidas, os consumidores chineses estão de regresso às lojas e aos centros comerciais. E voltam a animar o mercado do luxo.

É em tudo um mercado com características próprias. A começar logo pela escala. Mas também no comportamento dos consumidores. E em matéria de luxo, estão nos lugares de topo: representam mais de um terço das vendas da indústria de luxo e cerca de dois terços do seu crescimento nos últimos anos.

Depois de uma queda de 80% — no pico do surto Covid-19, a ida às lojas está de volta na China, e já começaram a crescer as vendas de marcas como a Burberry ou a Gucci. E a expectativa é que continue a crescer, nas próximas semanas.

É tradicionalmente conhecido como o “Revenge Spending”, depois de semanas em isolamento, os comportamentos dos consumidores viram-se para gastar tudo que não puderam gastar nas semanas em que estiveram fechados em casa. O termo – já entendido como uma tendência — vem da década de 1980 e dos comportamentos após a revolução cultural, e volta a ser agora usado na entrevista que Amrita Banta, diretora da agência Agility Research, deu à Bloomberg. “A China parece que já virou a esquina e as maiores cidades estão já a mostrar um otimismo cauteloso. Assistimos a uma recuperação lenta, mas definitiva” disse em entrevista.

Numa altura em que lojas como a Hermès reabrem as portas na China, e um centro comercial em Hangzhou tinha filas de clientes para entrarem na loja da Chanel, à Bloomberg uma das responsáveis para este mercado, Micaela Le Divelec Lemmi, da italiana Salvatore Ferragamo acrescenta: “Vimos uma recuperação nos negócios na China, além do aumento de pessoas nas lojas, o humor dos clientes chineses também é relevante. Depois de um mês e meio fechados, existe uma vontade de voltar e ter uma vida real.” Até porque com as limitações no tráfego aéreo, muda também o comportamento de compra dos chineses, e a alternativa é comprar agora no próprio país.

Ainda assim, mesmo com esta “vingança de consumo”, é pouco provável que compense as vendas perdidas e os maus resultados de início de ano. Segundo a análise da Boston Consulting Group e Sanford C. Bernstein, o surto terá reduzido as vendas da indústria em cerca de 45 mil milhões de dólares.

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Medidas para turismo são para já suficientes mas é preciso rapidez

  • Lusa
  • 18 Março 2020

"O que estamos a pedir é que estes apoios sejam operacionalizados da forma mais rápida possível que é para chegarem o mais rapidamente possível à economia", diz a Confederação do Turismo de Portugal.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considera que as medidas anunciadas são adequadas à atual conjuntura de pandemia coronavírus, mas pede que os apoios sejam operacionalizados com rapidez para que cheguem rapidamente à economia.

“Penso que, neste momento, estas medidas são suficientes, no sentido em que o Governo sempre tem dito que isto é um modelo dinâmico e aberto. Na semana passada, estávamos a anunciar [de apoios] 200 milhões e mais 60 milhões para as microempresas. Neste momento, temos um pacote de 1,7 mil milhões para o turismo. Sem dúvida que é dinâmico e está em aberto. Estamos a viver um período completamente excecional e que exige um grande sentido de responsabilidade“, afirmou Francisco Calheiros à Lusa.

O Governo anunciou esta quarta-feira um conjunto de linhas de crédito para apoio à tesouraria das empresas no montante total de 3.000 milhões de euros, destinadas aos setores mais atingidos pela pandemia de coronavírus. Destas, a CTP destaca a criação das linhas de crédito às empresas no valor total de 3.000 milhões de euros, dos quais 600 milhões se destinam à restauração, 200 milhões para agências de viagens e empresas de organização de eventos e 900 milhões para outras empresas de turismo, como alojamento, bem como o apoio de 6.200 milhões em medidas fiscais e contributivas, que contemplam adiamentos e diferimentos de obrigações fiscais.

“O que temos que fazer — e é nisto que temos estado a trabalhar agora com o Governo [as medidas precisam de seguir vários trâmites] –, o que estamos a pedir é que estes apoios sejam operacionalizados da forma mais rápida possível que é para chegarem o mais rapidamente possível à economia“, afirmou Francisco Calheiros. Urgência necessária para estas medidas, bem como aos ajustes requeridos pelos agentes económicos do turismo à anterior linha de crédito de 200 milhões de euros.

Francisco Calheiros lembrou que o setor do turismo tem estado “a trabalhar muito de perto, desde o dia 02 de março”, com toda a parte da economia, nomeadamente com o ministro da Economia, com a secretária de Estado do Turismo e com o Turismo de Portugal. Isto porque, “e é o próprio Governo que o diz”, “o turismo ter sido a primeira atividade a entrar numa crise grande e profunda, logo com grandes cancelamentos”, acrescentou o presidente.

O responsável lembrou que, “desde o princípio”, foi definida pela CTP “uma linha com três grandes preocupações, que vem ao encontro com o Governo, em paralelo”: a manutenção dos postos de trabalho, a viabilidade das empresas e as medidas para a retoma das empresas. Medidas que acabaram “agora de ser anunciadas, afirmou.

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Coronavírus continua a abalar Wall Street. Bolsas caem 5%

Os mercados norte-americanos continuam a ser penalizados pelo surto de coronavírus e, esta quarta-feira, as perdas estão a rondar os 5% em Nova Iorque.

As bolsas norte-americanas estão no vermelho, numa altura em que continuam a aumentar os números de infeções pelo coronavírus. Os principais índices de Wall Street estão com perdas de cerca de 5%.

O índice de referência S&P 500 está a cair 5,05% para 2.401,53 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recua 4,62% para 6.995,56 pontos. O industrial Dow Jones segue pelo mesmo caminho ao desvalorizar 5,75% para 20.017,03 pontos.

Wall Street está numa “montanha-russa sem precedentes” devido à turbulência causada pelo coronavírus, diz a CNBC (conteúdo em inglês). “A volatilidade ainda não acabou”, diz Tom Essaye, fundador do The Sevens Report, citado pela CNBC.

O especialista ressalva que os estímulos anunciados pelo Governo norte-americano ainda precisam de ser aprovados pelo Congresso. “Também precisamos de ver mais progressos em termos farmacêuticos e, acima de tudo, precisamos que a taxa de crescimento do coronavírus atinja o seu pico nas próximas semanas” para que os mercados acalmem.

Esta terça-feira, a CNBC adiantou que a Casa Branca está a ponderar avançar com um pacote fiscal de mais de um bilião de dólares que inclui pagamentos diretos aos norte-americanos e uma ajuda financeira a pequenas empresas e ao setor aéreo, mas os receios dos investidores quanto ao impacto do vírus na economia mantém o cenário de incerteza.

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