Pfizer e BioNTech pedem hoje nos Estados Unidos aprovação da vacina

  • Lusa
  • 20 Novembro 2020

Pfizer, gigante farmacêutico americano, e a BioNTech, uma empresa alemã de biotecnologia, anunciaram que a sua vacina é 95% eficaz na prevenção da Covid-19.

Um pedido de aprovação de emergência da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Pfizer e a BioNTech deve ser apresentado esta sexta-feira nos Estados Unidos, anunciou o Governo americano. “O parceiro da Pfizer, BioNTech, anunciou que pretende apresentar amanhã [sexta-feira] um pedido de emergência para aprovação junto da FDA (Food and Drug Administration)”, a agência federal responsável pelo controlo e supervisão do setor alimentar e farmacêutico, disse o secretário da Saúde dos EUA, Alex Azar, numa conferência de imprensa na Casa Branca.

Alex Azar disse ter a expectativa que a Moderna “faça também esse pedido em breve”, referindo-se a outra empresa dos EUA em vias de desenvolver e distribuir uma vacina contra o novo coronavírus.

Uma licença de emergência é uma licença temporária ou concedida sob condições para responder a uma situação urgente, como uma pandemia. Pode ser revogada ou modificada se surgirem novos dados sobre eficácia ou segurança.

As declarações do secretário da Saúde vêm confirmar as já proferidas pelos executivos de ambas as empresas.

“Os documentos serão finalizados hoje ou amanhã e submetidos à FDA”, disse na quinta-feira o CEO da BioNTech, Ugur Sahin, à AFP.

O CEO da entidade parceira, a Pfizer, tinha dito na terça-feira que muito em breve seria apresentado um pedido de aprovação nos Estados Unidos.

A Pfizer, gigante farmacêutico americano, e a BioNTech, uma empresa alemã de biotecnologia, anunciaram na quarta-feira que a sua vacina é 95% eficaz na prevenção da Covid-19, de acordo com os resultados do seu ensaio clínico.

A FDA não adiantou quanto tempo levará a analisar os dados sobre a eficácia e segurança das vacinas, os dois principais critérios.

O responsável científico da Operação “Velocidade Warp”, Moncef Slaoui, que o Presidente, Donald Trump, criou para vacinar a população americana, disse na segunda-feira que a “luz verde” provavelmente surgiria em dezembro.

Na quinta-feira também a Comissão Europeia frisou que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) poderá dar uma primeira autorização comercial às vacinas para a Covid-19 desenvolvidas pela BioNTech e Pfizer e pela Moderna na segunda metade de dezembro.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.350.275 mortos resultantes de mais de 56,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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Há dois projetos de hidrogénio verde prestes a arrancar até fim do ano

Produção de hidrogénio verde em Portugal está prestes a arrancar, com dois projetos a iniciar ainda este ano. Anúncio foi feito pelo Secretário de Estado da Energia João Galamba, na Advocatus Summit.

O hidrogénio verde português vai começar a ser produzido em Portugal ainda este ano, segundo anunciou o secretário de Estado da Energia, João Galamba, na terceira edição da Advocatus Summit. Apesar de se tratar de projetos de pequena dimensão, este é o pontapé de saída para o gás renovável do futuro que se tornou uma das grandes apostas do Governo no domínio da transição energética. E o governante garante que a pandemia não está a travar o investimento.

“Exportar hidrogénio verde no próximo ano é difícil, mas produzir sim. Idealmente, até este ano”, disse Galamba na conferência organizada pelo ECO/Advocatus. Explicou que são dois projetos-piloto de pequena dimensão (e por isso não fazem parte da lista dos 37 projetos selecionados para eventualmente poderem vir a integrar a candidatura conjunta de Portugal e da Holanda ao estatuto IPCEI da Comissão Europeia até ao final do ano) , mas que servem acima de tudo para avaliar o impacto do hidrogénio verde na rede antes mesmo da sua exploração comercial.

Um deles é da iniciativa da Galp Gás Natural Distribuição, que detém nove empresas regionais de distribuição de gás em Portugal e que recentemente foi vendida pela Galp Energia à Allianz por 368 milhões de euros. O projeto está neste momento em licenciamento e a empresa está em conversações com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) para testar a injeção de hidrogénio verde numa pequena rede de distribuição e o respetivo abastecimento a cerca de 100 clientes, na zona do Seixal.

O outro projeto quase a arrancar chama-se Green Gas e está a ser desenvolvido em Évora pela Fusion Fuel, em parceria com a Galp. Neste projeto piloto será também testada em breve a injeção na rede de distribuição do hidrogénio verde que a empresa já está a produzir por eletrólise da água na sua unidade industrial no Sabugo, em Almargem do Bispo, com base numa tecnologia inovadora de concentração da radiação solar (DC-PEHG)

A empresa já anunciou que quer investir 488 milhões de euros em cinco projetos de hidrogénio até 2025 (um por ano). João Wahnon, fundador e diretor executivo da Fusion Fuel revelou ao ECO/Capital Verde que em 2021 a empresa vai apostar 18 milhões na transferência da sua fábrica para o sul do país, com incremento da capacidade produtiva, e mais 25 milhões no projeto de hidrogénio Sines 1, com capacidade para produzir 2.500 toneladas daquele gás até ao final do próximo ano. Tudo isto com capitais próprios, graças à injeção de capital da americana HL Acquisitions. Seguem-se depois as fases 2 a 5 do projeto da Fusion Fuel, entre 2022 e 2025 (com investimentos anuais sucessivos de 61 milhões, 95 milhões, 142 milhões e 166 milhões). Quanto estiverem todos concluídos, em meados da década, a empresa quer estar a produzir 61 mil toneladas de hidrogénio.

De muito maior dimensão será o projeto âncora H2Sines. A mega-unidade industrial para a produção de hidrogénio verde em Sines por eletrólise (com recurso à energia solar fotovoltaica), que está ainda em fase de avaliação pré-investimento por parte um consórcio pan-europeu composto por empresas nacionais (incluindo EDP, Galp, REN e Martifer) e internacionais, com vista à criação de uma unidade industrial central em Sines, ainda deverá demorar. Numa primeira fase, serão instalados 10MW de eletrólise que, até 2030, poderá evoluir até 1GW.

"Um dos pontos de partida da estratégia é reconhecer, que no passado, estratégias de apoio às renováveis eram inteiramente pagas pelos consumidores. Isso gerou problemas, por um lado, de competitividade da economia portuguesa e, por outro, de aceitação.”

João Galamba

Secretário de Estado Adjunto e da Energia

Será durante a próxima década que o Governo pretende impulsionar a produção de hidrogénio verde. No Plano Nacional do Hidrogénio, está previsto um mecanismo de apoio entre 2021 e 2030 que cubra a diferença entre o preço de produção do hidrogénio verde e o preço do gás natural no mercado ibérico de gás natural. Serão leiloadas 76 quilotoneladas de hidrogénio verde em Portugal, para uma incorporação de 15% na rede de gás natural, com um apoio do Fundo Ambiental entre 500 e 550 milhões de euros. No entanto, Galamba garante que não haverá custos para os contribuintes.

“Um dos pontos de partida da estratégia é reconhecer, que no passado, estratégias de apoio às renováveis eram inteiramente pagas pelos consumidores. Isso gerou problemas, por um lado, de competitividade da economia portuguesa e, por outro, de aceitação por parte desses agentes que pagavam a fatura. E é o ponto de partida da estratégia é reconhecer que esse paradigma tem de ser afetado”, apontou o secretário de Estado.

Pelo contrário, considera até a situação é a inversa. “Se não introduzíssemos a possibilidade de certas indústrias apostarem o hidrogénio verde como parte das suas estratégias de descarbonização, o potencial de custos sobre a economia portuguesa é que era elevado”.

"Os investimentos em renováveis são dos poucos que não pararam e até aceleraram na pandemia. Não vemos nenhuma alteração nos projetos que tínhamos. Pelo contrário, até vemos uma aceleração.”

João Galamba

Secretário de Estado Adjunto e da Energia

Para descarbonizar a economia e cumprir as metas com vista à neutralidade carbónica em 2050, a eletrificação é o principal meio. Mas isso só é possível para 80% a 85% dos setores. De fora ficam indústrias como a cerâmica, o vidro, o papel, o têxtil ou a química portuguesa e, sem métodos de descarbonização alternativos à eletrificação, “essas empresas, os trabalhadores e os donos dessas empresas ficariam em enormes apuros porque as metas de descarbonização continuam lá”, defende Galamba.

O secretário de Estado reconhece que é necessário investimento por parte das empresas: tornar Portugal num país produtor e exportador deste gás renovável vai implicar entre 7 e 9 mil milhões de euros de investimento privado e mais cerca de mil milhões de euros em apoios do Estado à produção e apoios ao investimento sob a forma de fundos europeus pagos por Bruxelas. Mas considera que o contexto é favorável.

Os investimentos em renováveis são dos poucos que não pararam e até aceleraram na pandemia. Não vemos nenhuma alteração nos projetos que tínhamos. Pelo contrário, até vemos uma aceleração. Há mecanismos de dívida e de financiamento por via do setor financeiro e da banca, quer apoios públicos com base em fundos europeus geridos por Portugal ou pela Comissão Europeia bastante significativos”, acrescenta.

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Obrigações de cobertura devem ser dirigidas à dinamização da economia e não ao populismo

  • Lusa
  • 20 Novembro 2020

"Se não estamos a criar as condições para que exista investimento, se não estamos a criar condições para que exista um desenvolvimento sustentado do 5G em Portugal", diz Miguel Almeida, CEO da Nos

O presidente executivo da Nos defendeu, em entrevista à Lusa, que as obrigações de cobertura do 5G devem ser dirigidas “à dinamização da economia” e “não ao populismo” e alertou para o risco do desenvolvimento desta tecnologia falhar.

O regulamento do leilão de quinta geração (5G), cujo prazo das candidaturas termina na próxima semana, tem sido alvo de críticas dos operadores de telecomunicações históricos, não só por causa do “roaming” nacional para os novos entrantes, como também pelas obrigações de cobertura da rede, que consideram exigentes.

“Obrigações de cobertura, sim, dirigidas à dinamização da economia, e não ao populismo, que é a palavra-chave de tudo isto”, afirmou Miguel Almeida, em entrevista à Lusa, aludindo ao regulamento.

Para o gestor, as obrigações de cobertura da rede deveriam ter em conta o contexto atual, em que o “mundo mudou” perante uma pandemia que ninguém consegue prever quando irá terminar.

Obrigações que garantissem “servir parques empresariais, por exemplo” seria coisa “sensata” nas obrigações de cobertura da quinta geração, mas “em contrapartida não adianta levar 5G para cobrir um pasto com meia dúzia de ovelhas”, referiu Miguel Almeida.

As obrigações de cobertura de 90% da população nas freguesias de baixa densidade, previsto no regulamento, “é absolutamente estúpido, não tem outro nome, nenhum país do mundo fez isto”, criticou o presidente executivo da NOS.

“O facto de estar a obrigar as operadoras, não todas – que o novo entrante não tem obrigação nenhuma -, a cobrir 90% da população das freguesias de baixa densidade e a totalidade dos municípios que tenham pelo menos uma freguesia de baixa densidade, é a utilização dos ativos económicos mais imbecil que vi, e já vi muita imbecilidade ao longo da vida“, considerou.

Miguel Almeida apontou que “não há nada no regulamento” que ajude a aumentar a coesão territorial.

E o “roaming” nacional, previsto no regulamento, que permite que os novos entrantes tenham acesso às redes dos operadores que já existem, indica que “não vai haver cobertura adicional” nas zonas mais remotas.

“Há esta importância estratégia” do 5G para o país “e perante a necessidade de ter empresas a investir” na quinta geração “o que é o Estado começa por fazer? Pura simplesmente abdica do contributo dos novos entrantes”, apontou o gestor.

“Algo nunca visto da Europa. Como? Atribui-lhes espectro [bem público, escasso] e atribui a esta ‘troika’ de fundos de investimento. Em troca de quê? De nada, não há uma obrigação de investimento, não há uma obrigação de cobertura, não há uma obrigação de lançamento de serviços, isto é um roubo aos portugueses”, criticou Miguel Almeida.

Para o gestor, “a primeira coisa que está profundamente errada” no regulamento é a “não existência de obrigações para os novos entrantes”.

Mas esta não é a pior característica: “O pior vem a seguir, que é a expropriação da propriedade privada a favor de um agente económico privado desta ‘troika’ de fundos de investimento”, o que considera imoral e ilegal.

“Se amanhã, quando eu investir na minha rede, quem beneficiar disso forem os clientes do meu concorrente direto, não vou investir”, disse.

Este regulamento “é desincentivador ao investimento” porque os operadores “têm de abrir rede ao novo entrante” e este “não tem compromisso de investir”, destacou Miguel Almeida.

Por exemplo, a Optimus, que se fundiu com a Zon resultando na Nos, entrou no mercado em 1998, tornando-se no terceiro operador móvel. “Entrou com uma obrigação de construir rede própria, mas mais do que isso, uma obrigação dessa rede cobrir 99% da população portuguesa ao fim de três anos”, recordou Miguel Almeida.

“Não teve acesso a redes de ninguém, nem da Telecel, nem da TMN, que eram concorrentes na altura. E cá estamos, fizemos o nosso caminho”, rematou.

O gestor sublinhou que o que está em causa não é a ‘guerra’ entre os operadores e o regulador Anacom, mas sim o futuro de todos.

“O 5G tem um conjunto de características que, quando somadas a outros desenvolvimentos tecnológicos que estão a acontecer”, vai “introduzir uma disrupção tecnológica muito significativa, aquilo que muita gente chama de uma revolução digital”, prosseguiu.

A quinta geração “será o pilar da dita sociedade hiper conectada do futuro”, o que significa que “o 5G é que vai ser o catalisador da transformação de muitas empresas, de muitos modelos de negócio, de muitas cadeias de valor”, salientou o gestor.

“A forma como produzimos produtos, serviços, como comercializamos, tudo isso vai ser revolucionado pelo 5G”, esta tecnologia “vai dar origem a novas empresas, novas atividades”.

Por exemplo, foi o 4G que possibilitou a criação de empresas como Twitter, Instagram, “grandes empresas mundiais” que não existiriam sem a quarta geração móvel.

“Quando falamos de que o 5G está em risco, estamos a falar que não afeta exclusivamente o setor, nem o consumidor individual, afeta toda a economia”, disse,

Então, “se não estamos a criar as condições para que exista investimento, se não estamos a criar condições para que exista um desenvolvimento sustentado do 5G em Portugal, na realidade aquilo que estamos a pôr em causa é o nosso futuro, de todos”, alertou Miguel Almeida.

“Eu sei que é difícil para as pessoas [perceberem isso], mas se não tivermos um 5G competitivo, se o setor das comunicações não tiver as condições certas para investir nas redes, nos serviços, na colaboração com as empresas, instituições, isso terá consequências para economia e o que tem consequências dramáticas para economia tem para toda a gente. É isto que está em causa”, sublinhou.

A NOS tem vários processos na Justiça por causa do regulamento do 5G, entre eles uma providência cautelar contra as regras do leilão.

“Isto é tudo muito irreversível, sabe como é que funciona a Justiça em Portugal. Podemos ter razão, mas ter razão daqui a oito anos o que vai mudar de fundamental no 5G na economia digital? Nada”, comentou.

Quando questionado sobre o que esperava de todo este processo, o presidente da Nos afirmou: “Esperava que isto não tivesse acontecido e que o coadjuvante neste processo, que é a Anacom, tivesse sido posto no lugar por quem tenha responsabilidade política, que é o Governo“.

“Admito que já não espero muito que isso aconteça”, comentou.

Instado a comentar o silêncio do Governo, já que o Ministério das Infraestruturas, que tutela o setor, não fará comentários até ao final da fase de qualificação do leilão, que termina na próxima semana, Miguel Almeida questionou: “Mas alguém no seu perfeito juízo acha que os atuais operadores não vão pelo menos qualificar-se, independentemente do tipo de investimento que vão fazer no leilão?”.

Questionado sobre o facto da transição digital ser uma aposta do Governo e o 5G uma peça fundamental, a par de um regulamento que os operadores consideram desincentivador ao investimento, o gestor disse haver “uma incoerência política” fruto de “uma diferença muito grande entre o discurso e a prática”.

O 5G “é um pilar fundamental do digital e vai ter consequências graves, sistémicas para todas as áreas, não tenho a mínima dúvida”, concluiu.

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Trump acaba com programas de estímulo económico

  • Lusa
  • 20 Novembro 2020

Trump considera que alguns dos programas de empréstimos destinados a apoiar a recuperação económica, decorrente da pandemia, não deveriam ser prolongados até 31 de dezembro.

A administração Trump anunciou na quinta-feira que não vai prolongar vários programas implementadas em março, por causa da pandemia, e pediu à Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos da América (EUA) a devolução dos valores restantes.

A decisão foi comunicada à Fed pelo executivo do ainda Presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, que considera que alguns dos programas de empréstimos destinados a apoiar a recuperação económica, decorrente da pandemia, não deveriam ser prolongados até 31 de dezembro, dá conta agência France-Presse (AFP).

De acordo com uma missiva enviada pelo Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ao presidente da Fed, é solicitada a devolução ao Tesouro dos “fundos não utilizados”.

“Isso permitirá ao Congresso realocar 455 mil milhões de dólares”, acrescentou o governante.

Na réplica, a Fed disse que “prefere que o pacote de medidas de emergência implementadas” durante a pandemia da doença (Covid-19) provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) “continue a desempenhar o papel importante de apoio” à economia norte-americana “ainda tensa e vulnerável”.

A carta enviada pelo Secretário do Tesouro pede, no entanto, o prolongamento dos restantes programas por mais 90 dias.

O Governo norte-americano implementou vários programas de estímulo à economia do país, uma vez que o “Grande Confinamento” decretado em todo o mundo e que incluiu também os Estados Unidos encerrou durante um período alargado vários setores de atividade e “atirou” milhões de cidadãos para o desemprego.

Contudo, muitos destes programas de empréstimos não tiveram o sucesso esperado e receberam, inclusive, críticas da Fed.

A decisão surge na mesma altura em que os números de infeções está a aumentar rapidamente em todo o país, provocando mais restrições à atividade económica, uma vez que várias empresas estão a encerrar por causa de surtos entre os funcionários.

Mas o Presidente eleito Joe Biden disse, também na quinta-feira, que um novo confinamento total a nível nacional está fora de questão.

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5 coisas que vão marcar o dia

É dia de votações no Parlamento. O Orçamento do Estado para 2021 vai ser votado, proposta a proposta, pelos deputados, a partir desta sexta-feira.

Os olhos estão postos no Parlamento, esta sexta-feira. De manhã, os deputados vão debater a renovação do estado de emergência. E mais tarde, começarão a votar, proposta a proposta, o Orçamento do Estado. A Fitch vai divulgar um relatório sobre a dívida nacional e a Ibersol vai apresentar resultados. E a AICEP promove uma discussão sobre as exportações e o investimento.

Votações do Orçamento do Estado arrancam

Esta sexta-feira, os deputados começam a votar, proposta a proposta, o Orçamento do Estado. As votações prolongar-se-ão pelos próximos dias, estando marcada para 26 de novembro a votação final global. A aprovação do Orçamento do Estado ainda não está garantida, já que as bancadas que viabilizaram o documento na generalidade avisaram que só com avanços na especialidade repetiriam as suas posições favoráveis.

Estado de emergência em discussão na AR

Esta sexta-feira é dia de debate parlamentar sobre a proposta de renovação do estado de emergência enviada pelo Presidente da República, após ter ouvido o Governo. Nesse âmbito, estão previstas medidas diferenciadas em função do grau de risco de cada concelho. E o novo decreto proposto por Marcelo Rebelo de Sousa diferencia-se do que está atualmente em vigor também porque prevê a possibilidade de encerramento de estabelecimentos pelas autoridades, bem como o impedimento de despedimentos no Sistema Nacional de Saúde (SNS). O Chefe de Estado deverá fazer uma comunicação ao país às 20h00 sobre esta renovação do estado de emergência.

Fitch divulga relatório sobre a dívida nacional

A Fitch — que coloca o país atualmente em BBB (segundo degrau acima do limiar de “lixo”) com perspetiva estável — vai divulgar esta sexta-feira um relatório sobre a dívida nacional. Os juros da dívida em mínimos históricos são um ponto a favor de Portugal, num cenário de elevada incerteza, nomeadamente sobre o peso da recessão e a rapidez com a bazuca europeia começará a apoiar a retoma da economia portuguesa.

Ibersol apresenta resultados

A Ibersol apresenta resultados, esta sexta-feira, após o fecho das negociações em bolsa. Em junho, a empresa já avisava que, face ao impacto da pandemia, era expectável uma quebra de 30% no volume de negócios deste ano. Durante a primavera, a Ibersol foi forçada a encerrar grande parte dos seus restaurantes por causa do confinamento do país, o que prejudicou fortemente as suas contas.

Exportações e investimento em discussão

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) promove, esta sexta-feira, a conferência “Exportações & Investimento”, no âmbito da qual o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, irá apresentar o Programa Internacionalizar 2030. O evento contará também com uma intervenção do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, sobre o impacto da pandemia no comércio externo. A conferência pode ser acompanhada online.

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João Paulo Correia diz que é “válido” pedir contribuição extraordinária às seguradoras

João Paulo Correia é a favor da proposta do PCP que cria uma contribuição extraordinária às seguradoras. E não fecha a porta a um novo período de adesão às moratórias, desde que não no OE2021.

O vice-presidente do grupo parlamentar do PS, João Paulo Correia, vê com bons olhos a proposta do PCP para se criar uma contribuição extraordinária sobre o setor segurador, tal como existe para a banca ou o setor energético. O PS ainda não tem uma posição fechada sobre o assunto, mas o socialista argumenta que os setores em “melhores condições” têm de contribuir mais.

Olho para essa proposta como uma proposta válida na perspetiva de ser uma contribuição excecional e julgo que o setor segurador pode dar essa contribuição“, defende João Paulo Correia em entrevista ao ECO, referindo que o Estado precisa de receita para fazer face à despesa. “Não podemos estar unicamente a aumentar despesa e a diminuir a receita porque esta já diminui por força da quebra da atividade económica”, justifica.

O deputado do PS defende que os setores “que têm melhores condições, como é o caso do setor segurador”, devem contribuir para o esforço nacional de luta contra a pandemia. “É uma medida também que pode contribuir para um aumento da receita fiscal que o Estado precisa para financiar todas estas medidas de despesa”, assinala.

Em causa está uma proposta do PCP para a fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) que introduz uma nova contribuição extraordinária a cobrar às seguradoras com base na redução da sinistralidade verificada em 2019. Esta contribuição, que iria vigorar em 2021, teria como objetivo “reforçar os mecanismos de financiamento do Serviço Nacional de Saúde”.

Na prática, a ser aprovada esta proposta, será cobrada às entidades que desenvolvem atividade seguradora ou resseguradora em Portugal, incidindo uma taxa de 10% a 15% sobre a diferença entre os encargos resultantes dos sinistros reportados em 2020 e os resultantes de sinistros reportados em 2019. O PCP pretende ainda que a contribuição não seja considerada um encargo dedutível para efeitos da determinação do lucro tributável em IRC. Além disso, os comunistas pretendem que esta contribuição não seja repercutida nas margens obtidas pelos mediadores de seguros nem nos preços suportados pelos consumidores.

http://videos.sapo.pt/ Z8i73dajt5SRSC9zWOMF

PS não fecha a porta a um novo período de adesão às moratórias

O Partido Socialista não exclui, à partida, que possa haver um novo período de adesão às moratórias, mas será necessário estudar e analisar o tema com o setor financeiro pelo que irá rejeitar uma proposta que o PSD apresentou na fase de especialidade do OE 2021. Além disso, alerta que é preciso estar atento “aos sinais que são dados com um ano de distância” do fim das moratórias.

“Se me pergunta se o Governo tem de preparar essa, ou medidas alternativas, para responder às empresas que irão sofrer ainda mais as consequências da crise, sim”, começou por responder o deputado do PS, em entrevista ao ECO. Depois passou ao ataque: “Só que não me parece razoável, e o PSD sabe disso, que em sede orçamental se decida prolongar moratórias quando estamos a falar de uma decisão que interfere diretamente no sistema financeiro português”.

Esta é uma “decisão que tem um impacto enorme no balanço dos bancos e que tem de ser concertada com os supervisores e os reguladores“, argumenta, referindo que se “pode estar a querer resolver um problema, criando um problema ainda maior”. “Nunca conseguiremos auxiliar as empresas e a economia sem um sistema financeiro minimamente saudável e consolidado”, alerta.

Ainda assim, João Paulo Correia admite que pode existir o diálogo com a banca e os supervisores nos próximos meses e que poderá ser aprovada uma proposta semelhante no futuro. E vai mais longe ao admitir que “se tudo continuar como está até às vésperas de setembro de 2021, impõe-se uma medida igual de prolongamento das moratórias ou uma medida alternativa que compense as empresas“. Mas a decisão só poderá ser tomada num período mais próximo dessa altura.

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Governo negoceia com PCP controlo público dos CTT

O Governo está a negociar com o PCP o controlo público dos CTT, adquirindo capital para ser o maior acionista. O socialista João Paulo Correia garante ao ECO que não terá grande impacto orçamental.

Após se ter aliado à direita para chumbar a nacionalização dos CTT proposta pelo PCP e BE, o PS deverá ceder à esquerda e concretizar o controlo público parcial da empresa, que é defendido por muitos socialistas. O tema está a ser negociado com os comunistas no âmbito do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), mas poderá ficar fora do OE, sendo concretizado à parte, admite o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, João Paulo Correia, em entrevista ao ECO.

Se o momento para tomar a decisão [de o Estado comprar uma posição nos CTT] é este Orçamento ou é posteriormente, é aquilo que certamente estará em análise“, explica João Paulo Correia, ressalvando que esta é uma matéria “pendente” mas “valiosa” para os socialistas e os comunistas. “Obviamente faz parte das negociações entre o PS e o PCP, como é público”, reconhece, assinalando que a decisão poderá não ficar inscrita no OE, mas ser concretizada mais tarde.

O deputado do PS esclarece que “o controlo público dos CTT não significa nacionalizar 100% do capital”, mas sim “adquirir ações” para ser o maior acionista, o que neste caso significa uma posição superior a 13,12%. João Paulo Correia vai mais longe e admite que o Governo poderá alienar participações que tenha noutras empresas para ter receita suficiente para fazer esta operação. No final, “não será uma medida de grande impacto orçamental”, garante, sem adiantar que participações poderão ser vendidas, remetendo a decisão para o Governo.

O socialista alega que o partido “tem defendido o controlo público da empresa”, mas as declarações e votações dos últimos anos não eram claras. Em 2017, o primeiro-ministro respondia ao PSD no Parlamento que “não é intenção do Governo nacionalizar os CTT”. Em várias ocasiões, o PCP e o BE levaram a votos a nacionalização dos CTT ao Parlamento e o PS votou contra, ao lado da direita, alegando que a intenção era “legítima”, mas surgia no “momento errado”.

Contudo, em 2019, com a aproximação das eleições legislativas, vários socialistas pressionaram no sentido de existir uma reversão da privatização, apesar de o tema não ter ficado no programa eleitoral. É também sabido que o próprio ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, que tem a tutela do setor, é favorável ao controlo público. Além disso, em 2019, no Parlamento, António Costa admitiu avaliar a hipótese do controlo público dos CTT no final do contrato de concessão dos serviços postais, o que acontece no final deste ano.

http://videos.sapo.pt/T07GfS0aRCRPpyClMEI7

Os caminhos até ao “controlo público” dos CTT

Tomada a decisão de ter, como diz João Paulo Correia, “o controlo público dos CTT, o Governo tem várias hipóteses em cima da mesa para a concretizar: pode negociar com os principais acionistas atuais a compra de uma posição para se tornar o maior acionista ou tentar adquirir parte dos 60,68% das ações da empresa que estão dispersas em bolsa.

Fonte: CTT

Para ser o maior acionista, o Estado tem de comprar mais de 13,12% das ações que é a posição do atual maior acionista Manuel Champalimaud. À data de fecho desta quinta-feira, os CTT tinham uma capitalização bolsista de 351 milhões de euros, de acordo com os dados da Reuters, pelo que, se o negócio fosse feito a estes valores, o Estado teria de investir pelo menos 46 milhões de euros para adquirir a posição de maior acionista.

A privatização dos CTT em 2013 e 2014 feita pelo Governo PSD/CDS rendeu 909 milhões de euros aos cofres públicos. A venda foi feita com uma Oferta Pública de Venda (OPV) de 70% do capital, e depois a Parpública desfez-se do restante capital através de um processo de colocação acelerada de ações dirigida a investidores internacionais.

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“É evidente” que a Nos vai participar no leilão, mas vai “reduzir o investimento”

  • Lusa
  • 20 Novembro 2020

"Vamos inscrever, vamos participar" no leilão do 5G, mas "também dou outra garantia: é evidente que vamos reduzir o investimento", diz Miguel Almeida.

O presidente executivo da Nos, Miguel Almeida, afirmou em entrevista à Lusa que “é evidente” que vai participar no leilão de 5G, mas também garantiu que vai “reduzir o investimento” e a estrutura de custos.

Miguel Almeida falou à Lusa numa altura em que decorre o prazo para as candidaturas do leilão de quinta geração (5G), cujo regulamento elaborado pelo regulador Anacom tem sido amplamente criticado pelos três operadores históricos de telecomunicações em Portugal.

“É evidente que nós vamos participar no leilão, vamos qualificar, vamos inscrever, vamos participar“, mas “também dou outra garantia: é evidente que vamos reduzir o investimento”, asseverou o gestor, que está no setor das telecomunicações há duas décadas.

E “vamos reduzir a estrutura de custos, a partir do momento em que vimos a nossa propriedade ser expropriada, na qual andámos a investir anos e anos, ninguém estará à espera que nós consigamos funcionar com o mesmo tipo de estrutura de custos que temos hoje”, prosseguiu Miguel Almeida.

“Já estamos a pensar como é que já em 2021 vamos começar a limpar. Não é possível, não é sustentável“, salientou o presidente executivo da NOS.

Sobre as obrigações de cobertura previstas no leilão, Miguel Almeida disse que serão cumpridas.

“Essas vamos fazer, mas deixe-me ser muito claro: não vamos fazer mais nenhumas, vamos jogar para os mínimos olímpicos”, reforçou.

Miguel Almeida não se comprometeu com a quantidade de espectro, nem quanto ao investimento.

“Não sabemos qual a dimensão do investimento que vamos fazer (…), não sei que espectro vamos adquirir”, disse.

“Mas, seguramente do ponto de vista do investimento vamos cumprir com aquilo que nos for imposto, o que não vamos é fazer mais nada, como é evidente”, acrescentou, relativamente ao 5G.

Sem citar nomes de membros do Governo, o presidente executivo da Nos recordou a visita para a comemoração do facto de a Nos “ser a empresa em Portugal que mais investe em investigação e desenvolvimento”.

Em 2019, “foi a empresa em Portugal que mais investiu em investigação e desenvolvimento e, ‘by the way’ [já agora], a segunda que mais investiu também é do setor”, referiu Miguel Almeida.

“É evidente que vai desaparecer tudo”, lamentou, apontando que o “ataque concertado, neste caso de uma pessoa, às grandes empresas, tem consequências”.

Afirmou não conhecer “nenhuma economia mundial que não tenha como pilar fundamental da sua economia grandes empresas”.

“Aqui o que se está a tentar fazer é destruir tudo o que são grandes empresas e já não estou só a falar de telecomunicações”, prosseguiu o gestor.

“As grandes empresas são quem sustenta, quem dinamiza uma economia”, com as quais pequenas e médias empresas (PME) trabalham e “são fundamentais”.

São as grandes empresas que agregam e têm a capacidade de investimento que depois permite desenvolver a economia toda, referiu.

“E o que é que se está a conseguir com isto tudo?”, questionou, para dar a resposta logo de seguida: “Matar”.

A Nos têm vários processos judiciais no âmbito do leilão do 5G, entre os quais uma providência cautelar contra o regulamento.

“Vamos ser realistas, estamos numa fase do processo em que cada vez mais é difícil parar” o processo, admitiu Miguel Almeida.

No entanto, “isso não me impede de deixar aqui um alerta em relação às consequências para a economia portuguesa, em relação às consequências para Portugal em geral”, prosseguiu.

E também “uma reflexão sobre o papel dos reguladores, sobre os poderes dos reguladores, sobre a ausência de escrutínio” destes.

“É preciso pelo menos tirar alguns ensinamentos de uma coisa desastrosa que vai condenar o país – àquilo que já disse uma vez na comissão parlamentar – às trevas económicas e digitais. As trevas digitais no futuro são as trevas económicas, não há economia do futuro sem digital”, sublinhou.

Este “é de longe, mas muito de longe, o momento mais negro do setor porque aquilo que eu vi ao longo de 20 anos – e sabe que eu venho da [operadora] Optimus, das dificuldades que tivemos ao longo dos anos, que tivemos de batalhar contra concorrentes duros (…), a certa altura até se questionou a sustentabilidade da Optimus (…), momentos difíceis”, mas “nunca vivi nada assim”, afirmou o gestor.

“Nunca vivi nada assim porque isto, de facto, é um momento negro”, reforçou Miguel Almeida.

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Alterações nos contratos de obras públicas custaram 61 milhões

Dos 2.709 contratos de empreitadas de obras públicas, cerca de 30% registaram alterações que representaram um aumento dos encargos de 61 milhões de euros para as entidades públicas contratantes.

Cada três em dez contratos de empreitadas de obras celebrados por entidades públicas nos últimos três anos sofreram alterações que representaram um acréscimo dos encargos de 61 milhões de euros.

Os dados constam do relatório do Tribunal de Contas sobre a “Ação de Fiscalização Concomitante aos Contratos Adicionais de Obras Públicas” entre 2017 e 2020.

Ao todo, foram analisados 2.709 contratos de empreitadas de obras públicas naquele período, que foram remetidos por 395 entidades públicas. O valor dos contratos ascendeu a 3.795 milhões de euros.

Em mais de 70% dos contratos não foram assinaladas alterações (o correspondente a 1.938 contratos). Porém, os restantes 771 contratos (28,5% do universo analisado) registaram alterações que vieram a representar um custo adicional líquido de 61 milhões de euros para as entidades públicas contratantes. Trata-se de um acréscimo dos encargos com obras públicas de 4% face ao valor inicialmente contratado, um valor que está ainda distante do identificado em 2010 (9,85%), destaca o tribunal.

Em causa estão alterações aos contratos que ocorreram por adição ou supressão de trabalhos. Dos 1.580 atos ou contratos adicionais a estes 771 contratos objeto de alterações, o Tribunal de Contas concluiu que os trabalhos adicionados representaram um custo extra de 106 milhões de euros, mais do que os 44 milhões de euros de “poupança” com os trabalhados que foram suprimidos.

A Infraestruturas de Portugal foi simultaneamente a entidade pública com mais contratos sem alterações (no valor de 418,2 milhões de euros), com maior volume de trabalho adicionado (44,8 milhões) e maior volume de trabalho suprimido (24,5 milhões).

Com os adicionais aos contratos de empreitada a subirem nos últimos anos (e a pesar financeiramente no erário público), o Tribunal de Contas recomenda aos donos das obras públicas “maior rigor na elaboração de projetos e na interpretação do que são as circunstâncias imprevistas que possam justificar trabalhos adicionais”.

Também deixa pedidos à Assembleia da República e ao Governo, para que “sejam criadas mais exigências e condições para um maior rigor dos projetos de obras públicas, regulando o regime jurídico da revisão de projetos, assim como a regulação do regime de responsabilidade do cocontratante pela não identificação de erros e omissões do caderno de encargos na fase de formação do contrato”.

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Costa admite que lista de concelhos de risco pode encolher. Novas medidas, só na renovação do estado de emergência

O primeiro-ministro admitiu que a lista de concelhos com medidas mais apertadas pode encolher este fim de semana, mas novas medidas só na renovação do estado de emergência, no próximo dia 24.

O primeiro-ministro rejeitou que estejam previstas novas medidas para entrarem em vigor já neste fim de semana, mas reconheceu que alguns concelhos podem sair da lista de medidas mais apertadas de combate à pandemia. Instado a reagir às declarações do Presidente da República, que admitiu a possibilidade de algumas medidas serem já aplicadas este fim de semana a par da renovação do estado de emergência, António Costa assegurou que o que está previsto é apenas para entrar em vigor às 00h00 de 24 de novembro.

“O projeto de decreto que o sr. Presidente da República apresentou à Assembleia da República prevê que entre em vigor às 00h00 do dia 24, e não antes. Portanto, as medidas que estão previstas serão para entrarem em vigor nessa data. Porventura o que o sr. Presidente da República teria em mente é que, tal como aconteceu no fim de semana passado, concelhos que tiveram uma evolução positiva e que já não estão com números superiores a 240 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, possam sair dessas medidas restritivas”, apontou o chefe do Governo à saída de um Conselho Europeu que decorreu por videoconferência.

“Já fizemos isso na semana passada e provavelmente amanhã [sexta-feira], se houverem concelhos nessa situação, aplicaremos também a mesma regra. Não queremos estar a impor a ninguém medidas que não sejam estritamente necessárias aplicar”, disse António Costa, em declarações transmitidas pela RTP3.

Marcelo Rebelo de Sousa enviou esta quinta-feira ao Parlamento um projeto de decreto presidencial para prolongar o estado de emergência, que será votado já esta sexta-feira, dia em que se espera que o Governo reúna em Conselho de Ministros para decidir novas medidas a aplicar a partir de dia 24. Declarações recentes de líderes políticos, incluindo do Presidente da República, apontam no sentido da divisão do território continental em três zonas de risco, aplicando medidas consoante a situação específica de cada município.

Vacina pode ter aprovação já em dezembro

Na mesma ocasião, António Costa revelou que, no Conselho Europeu, foi transmitida a informação de que a Agência Europeia do Medicamento e a homóloga norte-americana estão a levar a cabo um “trabalho conjunto” para “poder haver um reconhecimento e aprovação simultânea pelas diferentes agências das vacinas que estão em desenvolvimento”, caso estas provem ser eficazes e seguras. O objetivo é que as primeiras aprovações limitadas sejam concedidas “durante o mês de dezembro”.

A confirmar-se, o primeiro-ministro português apontou que a vacinação da população poderá começar a acontecer “já no primeiro semestre de 2021”, sendo as vacinas adquiridas pela Comissão Europeia “distribuídas de acordo com uma grelha definida” por Bruxelas com base na população de cada Estado-membro, e “distribuídas simultaneamente por todos” nas “mesmas condições”.

Das vacinas que Bruxelas já adquiriu, e sem dar ais detalhes, o primeiro-ministro garantiu apenas que as doses para Portugal já estão definidas: “numa 6,9 milhões, noutra 4,6 milhões, noutra 4,5 milhões”, apontou. A Comissão Europeia tem já acordos para a compra de vacinas à AstraZeneca/Universidade de Oxford, à Pfizer/BioNTech e à Johnson & Johnson, pelo menos, encontrando-se a negociar outros, incluindo com a Moderna.

Costa espera que bloqueio polaco e húngaro seja resolvido ainda este ano

No plano dos fundos comunitários, o primeiro-ministro afirmou ainda esperar que o impasse provocado pelo veto polaco e húngaro ao orçamento plurianual e ao fundo de recuperação europeu seja resolvido já em dezembro, ainda durante a presidência alemã do Conselho.

O primeiro-ministro observou que o acordo entre a presidência alemã e o Parlamento Europeu, incluindo o mecanismo de condicionalidade sobre respeito pelo Estado de direito para acesso aos fundos comunitários, não teve o apoio da Hungria, Polónia e Eslovénia. “A atual presidência rotativa vai prosseguir as negociações, tendo em vista podermos ultrapassar este impasse. Neste momento, há uma presidência que está a desenvolver o seu trabalho e Portugal dá todo o apoio às diligências da presidência alemã”, declarou António Costa, adiantando que tem falado com a chanceler Angela Merkel sobre o conjunto de iniciativas em curso.

O líder do executivo considerou depois que “é fundamental ultrapassar o impasse, porque ao mesmo tempo que se impõe o combate à pandemia, todos os Estados-membros têm de responder à grave crise económica e social que a covid-19 gerou e que esta segunda vaga só está a agravar”.

“Portanto, se já era urgente termos uma bazuca para respondermos à primeira vaga da pandemia, com esta segunda vaga essa urgência só aumentou. É fundamental que este impasse seja ultrapassado”, acentuou.

Numa alusão à necessidade de evitar que esta questão passe para a presidência portuguesa em janeiro próximo, António Costa disse que, “por todas as razões e mais algumas, Portugal deseja as maiores felicidades à presidência alemã para encerrar este assunto”. “Já temos uma carga de trabalhos importante para a presidência portuguesa, e o nosso objetivo é colocar em marcha o quadro que for agora aprovado. O calendário da senhora [Angela] Merkel é o mais cedo possível. O tempo está a correr e a próxima reunião do Conselho Europeu será em dezembro”, apontou. Ou seja, segundo o primeiro-ministro, “todos esperam que até lá este problema seja ultrapassado”.

Na última segunda-feira, a Hungria, apoiada pela Polónia, concretizou a ameaça de bloquear todo o processo de relançamento da economia europeia – assente num orçamento plurianual para os próximos sete anos de 1,08 biliões de euros, associado a um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões – , por discordar da condicionalidade no acesso aos fundos comunitários ao respeito pelo Estado de direito.

O veto de Hungria e Polónia, que já era acenado há algum tempo pelos primeiros-ministros destes dois países, Victor Orbán e Mateusz Morawiecki, materializou-se durante uma reunião das representações permanentes dos Estados-membros junto da União Europeia, na qual era suposto os 27 fecharem o compromisso global alcançado na semana passada entre a presidência alemã e o Parlamento Europeu.

Húngaros e polacos, sem força para vetar o mecanismo sobre o Estado de direito, já que este elemento do pacote necessitava apenas de uma maioria qualificada para ser aprovado, vetaram então outra matéria sobre a qual não têm quaisquer reservas, a dos recursos próprios da União Europeia, que precisava de unanimidade, bloqueando assim todo o processo.

O Governo português pretende dispor o mais rapidamente possível dos fundos anticrise. Cabem a Portugal 15,3 mil milhões de euros em subvenções do Fundo de Recuperação, que se juntam aos cerca de 30 mil milhões de euros do orçamento para os próximos sete anos.

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Senado volta a negociar estímulos e anima Wall Street

As bolsas norte-americanas inverteram a tendência de queda e fecharam com ganhos, face à notícia de que Democratas e Republicanos aceitaram voltar a negociar estímulos económicos no Senado.

As bolsas norte-americanas fecharam em alta, reagindo positivamente à notícia de que Democratas e Republicanos terão reatado as negociações no Senado para um novo pacote de estímulos económicos amplamente aguardado por cidadãos, empresas e investidores em geral. Wall Street tinha arrancado o dia de negociações a perder valor com as perspetivas de novos confinamentos e dados negativos do mercado laboral.

Neste contexto, o S&P 500 avançou 0,39%, para 3.581,85 pontos, enquanto o industrial Dow Jones somou 0,16%, para 29.486,2 pontos. Estes dois índices voltam, assim, a aproximar-se dos recordes alcançados no início da semana. Já o tecnológico Nasdaq ganhou 0,86%, para 11.902,91 dólares.

Segundo a Reuters, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que o líder da maioria republicana, Mitch McConnell, aceitou reatar as negociações para desenhar um pacote de ajuda orçamental à economia. A informação levou as bolsas a subirem para terreno positivo.

Antes da abertura, o Departamento do Comércio norte-americano tinha revelado que o número de pedidos de subsídio de desemprego nos EUA, ajustado ao efeito da sazonalidade, atingiu os 742 mil na semana passada, uma subida face aos 711 mil registados na semana anterior. Este indicador continua significativamente acima da média do período pré-pandemia e há várias semanas que o número vinha a cair lentamente, pelo que a subida está a causar nervosismo nos mercados de capitais.

Já vimos isto acontecer, em que os investidores refugiam-se na segurança da tecnologia e do crescimento enquanto a economia mostra sinais de abrandamento”, disse à Reuters o estratega sénior de mercado da LPL Financial em Charlotte, Ryan Detrick. “Claramente os mercados estão a reagir a esse otimismo”, acrescentou.

Concretamente no setor da tecnologia, as ações da Amazon avançaram 0,45%, para 3.119,42 dólares, enquanto os títulos da Apple somaram 0,52%, para 118,64 dólares. A Microsoft avançou 0,60%, para 212,35 dólares cada título.

Na semana em que se sabe que a Tesla será adicionada ao S&P 500 a 21 de dezembro, a fabricante de automóveis elétricos continua a beneficiar da decisão. Os títulos ganharam 2,54%, para 499 dólares, apostando na subida das ações quando os fundos de investimento passivos que seguem o índice de referência forem forçados a adquirir ações da empresa para a incluírem nos seus portefólios.

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Lucro da Ramada Investimentos cai 24% até setembro

  • Lusa
  • 19 Novembro 2020

A Ramada Investimentos e Indústria registou perto de 4,4 milhões de euros de lucro de janeiro a setembro, menos 24% do que em igual período de 2019.

A Ramada Investimentos e Indústria registou perto de 4,4 milhões de euros de lucro de janeiro a setembro, menos 24% do que em igual período de 2019, informou a empresa numa nota enviada à CMVM.

“Nos primeiros nove meses de 2020, o resultado líquido consolidado atingiu 4.353 milhares de euros, apresentando um decréscimo de 24% face ao resultado líquido do período homólogo do ano anterior”, lê-se no comunicado remetido ao mercado.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da empresa atingiu, no período em causa, 8,3 milhões de euros, uma descida de 27,5% em comparação com os primeiros nove meses do ano anterior. Por sua vez, as receitas totais do grupo situaram-se em 74,8 milhões de euros, recuando 14% face ao valor apurado no período homólogo.

Já os custos totais foram negativos em cerca de 66,5 milhões de euros, o que se traduz num retrocesso de 11,9% em comparação com o mesmo período de 2019.

De janeiro a setembro, os investimentos realizados pelo grupo ascenderam a “aproximadamente 823 milhares de euros”.

Em 30 de setembro, a dívida da Ramada rondava os 15 milhões de euros, valor que compara com os 31 milhões de euros apurados no final de dezembro de 2019.

Pandemia não travou plano de investimento

Perante a Covid-19, o grupo procedeu à revisão e avaliação dos investimentos planeados para 2020 decidindo reagendar para o segundo semestre os investimentos produtivos, que estavam previstos para os seis meses anteriores.

“À data, é expectativa do Grupo Ramada cumprir com o investimento inicialmente estipulado para o ano de 2020, até final do exercício”, notou.

A empresa que opera no setor dos aços, maquinação e fabricação de estruturas para moldes, trefilaria, imobiliário e gestão de investimentos financeiros, manteve ainda uma reserva de liquidez com os seus bancos de relacionamento para assegurar os seus compromissos sem ter que se “refinanciar em condições desfavoráveis”.

No final de setembro, o montante de empréstimos consolidados com vencimento nos 12 meses seguintes situou-se em, aproximadamente, 19 milhões de euros.

Na mesma data, o grupo apresentava linhas de crédito disponíveis de cerca de 40 milhões de euros.

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