Sonae Sierra investe oito milhões em novo espaço “premium” no NorteShopping

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

Neste novo espaço com 5.000 metros quadrados estão várias marcas de topo, algumas das quais que se estrearam agora em Portugal.

A Sonae Sierra investiu oito milhões de euros num novo espaço premium de compras e lazer no NorteShopping, em Matosinhos, a inaugurar na quinta-feira, concluindo o projeto de expansão daquele centro comercial, num investimento total de 77 milhões.

Em comunicado, a Sonae Sierra adianta que o GALLERIA “materializa um conceito inédito e inovador em Portugal, com um posicionamento premium e uma oferta distintiva, acolhendo marcas como a Maybach, Twin-Set, Max Mara WeekEnd, Hugo Boss, Polo Ralph Lauren, Gant, Adolfo Dominguez, Roberto Verino, Furla, Elements, Arcádia, Tommy Hilfiger, Maje, Sandro e Claudie Pierlot”.

O novo espaço representa um investimento de oito milhões de euros e assinala a conclusão do projeto de expansão do NorteShopping, iniciado em 2017 e que envolveu um investimento global de 77 milhões de euros, permitindo criar cerca de 800 postos de trabalho diretos e aumentar a área bruta locável do centro comercial em 13.000 metros quadrados.

Localizado no piso 1 do centro comercial, o GALLERIA é apresentado como “um espaço elegante, sofisticado, com personalidade e um ambiente visualmente estimulante, onde os visitantes podem desfrutar de uma experiência de compras e de lazer única, com um mix de marcas de topo”. Ocupa um espaço de cerca de 5.000 metros quadrados e tem 18 lojas e quatro quiosques, sendo que as lojas “são as mais altas alguma vez criadas pela Sonae Sierra, graças à passagem dos cinemas do NorteShopping para o piso 2, que deixaram espaço disponível no centro do piso 1”.

Algumas das marcas representadas no novo espaço entram pela primeira vez em Portugal, como é o caso da Twin-Set, Claudie Pierlot e Maybach, enquanto outras, como Sandro, MaxMara Weekend e o bar de champanhe Bubbles&Pearls, apresentam o seu primeiro conceito adaptado a um centro comercial.

Citado no comunicado, o administrador responsável pela área de Gestão de Ativos da Sonae Sierra explica que este investimento se enquadra na estratégia da empresa de “melhoria contínua e consistente de ativos, de reforço da oferta comercial e de criação de espaços inovadores de interação social”, de forma a adaptar os seus centros “às novas tendências de consumo e dinâmicas sociais”.

Estas iniciativas são também muito valorizadas pelos nossos investidores, financiadores e lojistas, que demonstraram, desde a primeira hora, um grande compromisso com todo este projeto e com a capacidade da Sonae Sierra para desenvolver e gerir esta iniciativa, cujo resultado excedeu as expectativas iniciais”, refere Alexandre Fernandes.

Entre as principais alterações introduzidas com o agora concluído projeto de expansão do NorteShopping destacam-se um novo food court; a expansão do piso 1 com um novo ‘lobby’, onde se concentram algumas lojas do grupo Inditex; a expansão do piso 0 e a criação de cinemas novos, “com tecnologia de ponta a nível de som e projeção”.

A Sonae Sierra diz ainda ter aproveitado a expansão e renovação do NorteShopping para introduzir melhorias ao nível da sustentabilidade, nomeadamente relacionada com a iluminação e a eficiência energética das escadas e elevadores, assim como melhorias nos acessos rodoviários ao centro.

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Crise no setor têxtil asiático já é pior do que em 2008 devido à pandemia

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam para o encerramento de milhares de fábricas no continente asiático e para a perda de rendimentos para milhões de trabalhadores.

A redução dos gastos dos consumidores com vestuário e o impacto de medidas para conter a pandemia já levaram a uma crise no setor têxtil asiático mais profunda do que a que aconteceu em 2008, disse esta quarta-feira a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Dados divulgados pela OIT, citados pela agência Efe, apontam para o encerramento de milhares de fábricas no continente asiático e para a perda de rendimentos para milhões de trabalhadores. “O comércio têxtil entrou em colapso no primeiro semestre do ano. Em alguns casos, as importações de certos países caíram em 70% face ao ano anterior”, disse Christian Vieghelahn, economista da OIT na Ásia-Pacífico.

O organismo apresentou hoje um relatório em que explica que a queda na produção têxtil e no emprego já levou a uma crise mais acentuada neste setor do que em 2008-09 na região Ásia-Pacífico, de onde são provenientes 60% das exportações mundiais. “A escala desse declínio, a sua velocidade e a recuperação não serão totalmente visíveis até 2021 ou 2022”, lê-se no relatório, que lembra que as empresas têxteis empregam 65 milhões de pessoas na região, 75% do total de postos de trabalho dessa indústria em todo o mundo.

Vieghelahn explicou ainda que o encerramento de milhares de fábricas, temporariamente ou permanentemente, ao longo do ano, deve-se a três fatores: à queda da procura global por vestuário, a encerramentos forçados para controlar a expansão da pandemia e à falta de matérias-primas, devido a problemas no fornecimento.

“Um trabalhador têxtil médio na região perdeu duas a quatro semanas de trabalho, no mínimo”, garantiu o mesmo responsável, de acordo com a Efe. O fecho das fábricas têxteis por razões sanitárias atingiu o pico em março e abril, prejudicando 56 milhões de trabalhadores, mas ainda assim alguns países da região continuavam afetados em setembro.

Nesses primeiros meses, a indústria sofreu com a paragem de centros como a China, que fornece matérias-primas para fábricas do setor em todo o continente, especialmente no sul e sudeste asiático, onde estão localizados grandes produtores como o Bangladeche, o Vietname e o Camboja.

A Ásia fabrica para grandes grupos estrangeiros, incluindo a sueca H&M e a espanhola Inditex, para a qual, por exemplo, fornecem roupa e calçado 2.795 fábricas da China, 508 de Bangladeche, 151 do Vietname e 156 do Camboja, segundo dados da empresa dona da Zara. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações têxteis da região caíram 26% para os Estados Unidos, 25% para a União Europeia e 17% para o Japão, os três maiores importadores.

A OIT explica essa queda com as medidas de combate à pandemia, o declínio geral do poder de compra, o encerramento forçado das lojas de vestuário e a forte queda da confiança dos consumidores em março e abril. No que diz respeito aos empregos, a OIT estima que pelo menos 812 mil trabalhadores do setor tenham sido despedidos na Indonésia até julho, o que representa 30% dos trabalhadores desta área. No Camboja, foram dispensados 150 mil, enquanto no Bangladeche 43% das fábricas estão a funcionar com menos da metade de sua força de trabalho.

O relatório avisa ainda que as mulheres, que constituem a maioria dos trabalhadores do setor, são as que mais sofrem as consequências da crise, correndo-se agora o risco de haver um recuo no progresso em direção a uma indústria mais igualitária. A OIT também vincou a necessidade de melhorar a proteção social dos trabalhadores e defendeu a importância da negociação coletiva, que tem pouco peso nesta zona do mundo.

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Tribunal da Concorrência declara prescrição de coimas do BdP a ex-administrador do Montepio

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

O Tribunal da Concorrência declarou esta quarta-feira a prescrição das contraordenações imputadas pelo supervisor ao ex-administrador do Montepio Rui Amaral.

O Tribunal da Concorrência declarou esta quarta-feira a prescrição das contraordenações imputadas pelo supervisor ao ex-administrador do Montepio Rui Amaral, num processo que já teve sentença anulada pelo Tribunal da Relação e que tem novo início agendado para a semana.

Numa diligência preparatória realizada esta quarta-feira, a juíza Mariana Sousa Machado declarou extinta a responsabilidade contraordenacional de Rui Amaral neste processo, tendo em conta ter sido consensual entre todas as partes o reconhecimento de ter ocorrido prescrição, no limite, no passado dia 13 de outubro (contabilizando os 86 dias da “suspensão covidiana”).

Também foi declarada a prescrição relativa à contraordenação aplicada pelo Banco de Portugal (BdP) aos arguidos por aprovação de operações de crédito sem maioria de dois terços dos membros do conselho de administração da Caixa Económica Montepio Geral.

Em causa no processo estão coimas aplicadas em fevereiro de 2019 pelo BdP à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), Caixa Económica Bancária, S.A (2,5 milhões de euros), ao seu antigo presidente Tomás Correia (1,25 milhões de euros) e a outros sete ex-administradores (entre 17,5 mil e 400 mil euros) por várias ilegalidades, como violações das regras de controlo interno e incumprimento nos deveres de implementação de controlo interno, referentes à concessão de crédito.

Em sentença proferida em setembro de 2019 pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), o juiz Sérgio Sousa declarou nula a nota de ilicitude emitida pelo Banco de Portugal, por considerar ter sido violado o direito à defesa na fase administrativa.

Na sequência do recurso interposto pelo Ministério Público e pelo BdP, o Tribunal da Relação de Lisboa determinou a anulação da sentença, tendo o processo sido remetido de novo para julgamento para o TCRS.

O facto de o processo ter sido atribuído à juíza Mariana Sousa Machado originou a entrega de um pedido de recusa pelo mandatário dos arguidos recorrentes Tomás Correia, Álvaro Dâmaso, Eduardo Farinha, Fernando Magalhães, Jorge Luís, José Serra e Pedro Alves Ribeiro.

Alexandre Mota Pinto disse esta quarta-feira ter desistido do incidente de impedimento contra a juíza perante a explicação de que esta não exercia as funções de assessora no Tribunal Constitucional quando este apreciou atos relativos ao processo, mas mantém o pedido de recusa, no entendimento de que o processo deve ser decidido pelo mesmo juiz que proferiu a sentença anterior, a qual, disse, transitou em julgado.

Mariana Sousa Machado esclareceu que o TCRS tem três juízas titulares, e que, desde que tomou posse, no passado dia 16 de fevereiro, o juiz auxiliar Sérgio Sousa apenas assumiu diligências para concluir processos que estavam já em curso, pelo que, mesmo que a Relação venha a acolher o pedido de recusa, será o seu substituto legal a conduzir o julgamento.

A juíza indeferiu ainda um requerimento de Alexandre Mota Pinto que empurrava o início do julgamento para 14 de novembro, alegando o incumprimento de prazos entre o despacho que determina o dia de início da audiência, datado do passado dia 13, e o agendamento da primeira sessão, para a próxima segunda-feira, dia 26.

Mariana Sousa Machado lembrou o caráter “urgentíssimo” do processo, perante os riscos de prescrição, mantendo o agendamento de sessões para as segundas, quartas e sextas-feiras, a partir da próxima semana, apesar do protesto dos mandatários dos arguidos.

Nuno Casanova, advogado da CEMG, considerou que não podem ser os arguidos a viver a “chantagem da prescrição”, remetendo a responsabilidade para a autoridade administrativa, que demorou seis anos a preparar o processo e a proferir a decisão.

O processo teve origem na auditoria especial feita ao banco Montepio, a pedido do Banco de Portugal, em 2014, pela Deloitte, que incidiu no período entre 2009 e 2012, incluindo atos praticados até 2014.

A prescrição ocorre até sete anos e seis meses após a prática da última infração, contestando os mandatários o recurso à figura de ilícito permanente. Tomás Correia foi presidente entre 2008 e 2015 do banco Caixa Económica Montepio Geral (atual Banco Montepio) e também da Associação Mutualista Montepio Geral.

Desde 2015, depois de o Banco de Portugal ter forçado a separação da gestão das duas entidades, ficou apenas à frente da mutualista, da qual saiu no final de 2019.

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CTT caem mais de 4%. Lisboa acompanha pessimismo da Europa

A bolsa nacional acompanha as quebras registadas pelas pares europeias. Perdas do setor energético, com a Galp Energia à cabeça, e desvalorização de mais de 4% dos CTT penalizaram PSI-20.

A bolsa de Lisboa encerrou a sessão no “vermelho”, seguindo a tendência da generalidade das praças europeias, numa altura em que os investidores estão em compasso de espera em relação ao possível acordo sobre os novos estímulos para apoiar a economia norte-americana. Na praça nacional, as perdas das cotadas ligadas ao setor energético e os CTT penalizaram o PSI-20.

Na Europa, o Stoxx 600 recuou 1,3%, o alemão DAX perdeu 1,4% (a pior sessão desde 2 de outubro) a par como o espanhol Ibex-35, o francês CAC-40 cedeu 1,6%, enquanto o britânico FTSE 100 caiu 2%. Os investidores aguardam com suspense um possível acordo entre a Casa Branca e os democratas em torno do novo pacote de ajuda às empresas e famílias na resposta à crise pandémica.

Lisboa acompanha os receios vividos na Europa, negociando abaixo da “linha de água” pela terceira sessão consecutiva. O PSI-20 desvalorizou 0,76% para 4.139,480 pontos, com 13 cotadas no “vermelho”, quatro em terreno positivo e uma inalterada. A condicionar o índice de referência nacional estiveram as cotadas ligadas ao setor energético. A Galp Energia caiu 2,84% para os 7,8620 euros, acompanhando a tendência vivida nos mercados petrolíferos internacionais. O Brent, de referência europeia, recuou 2,87% para os 41,92 dólares, ao passo que o WTI cedeu 3,12% para os 40,40 euros, em Nova Iorque.

Ainda no setor energético, a REN caiu 0,42% para os 2,38 euros. Quanto à família EDP, a “casa-mãe” perdeu 0,99% para os 4,4140 euros, enquanto a subsidiária EDP Renováveis desvalorizou 0,60% a cotar nos 16,60 euros. Esta quarta-feira, a EDP Renováveis anunciou ao mercado que fechou uma parceria estratégica com o grupo Ellaktor para o desenvolvimento de parques eólicos na Grécia, num acordo que prevê investimentos superiores a 1.000 milhões de euros.

Entre os “pesos-pesados”, destaque ainda para as ações da Jb, que recuaram 0,61% para os 14.57 euros. Mas a maior desvalorização do PSI-20 foi mesmo dos CTT que caíram 4,17% para os 2,30 euros, depois de terem arrancado a sessão a subir após o PCP ter colocado em cima da mesa a nacionalização da empresa como contrapartida para aprovar o Orçamento do Estado para 2021.

A evitar perdas superiores na praça portuguesa estiveram os títulos do BCP e da Nos. O banco liderado por Miguel Maya ganhou 0,39% para os 7,73 cêntimos, ao passo que a empresa de telecomunicações valorizou 0,26% para os 3,04 euros.

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CP assinou contrato para compra de 22 novos comboios por 158 milhões

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

O contrato, fechado com a Stadler, foi assinado depois de o tribunal ter levantado o efeito suspensivo de um processo que impugnava o concurso.

A CP – Comboios de Portugal celebrou esta quarta-feira um contrato para a compra de 22 comboios por um total de 158 milhões de euros, depois de o tribunal ter levantado o efeito suspensivo de um processo que impugnava o concurso.

Em comunicado, a operadora indicou que “celebrou esta quarta-feira o contrato para a aquisição de 22 novos comboios, do modelo FLIRT, à Stadler, num investimento da ordem dos 158 milhões de euros”. Esta adjudicação resultou “do concurso público internacional para a compra de material circulante, que a CP lançou em 2019” no âmbito do qual a proposta dos suíços da Stadler “se qualificou como a mais favorável, nomeadamente, nos critérios de preço e qualidade técnica”, lê-se na mesma nota.

A transportadora recordou que “o contrato inclui o fornecimento de 12 Unidades Automotoras Bimodo e dez Unidades Automotoras Elétricas e respetivas peças, bem como a prestação de serviços de manutenção, preventiva e corretiva, por um período mínimo de três anos, acompanhada de serviços de formação”. A CP prevê que a entrega da primeira unidade aconteça no final de 2024, sendo que o processo ainda terá de passar pelo Tribunal de Contas.

A 8 de outubro, o Público noticiou que o Tribunal Administrativo de Lisboa tinha levantado o efeito suspensivo da ação de impugnação do concorrente perdedor CAF, o que permitia avançar com o concurso.

De acordo com o processo, que a Lusa consultou, a espanhola CAF, que viu a sua proposta ser excluída por falta de um documento, garantiu que os suíços da Stadler não apresentaram todos os documentos pedidos para o concurso e que os preços em certos itens não estavam corretamente especificados na candidatura. A CAF apontou a falta de uma “memória descritiva das unidades automotoras” e outras especificações importantes.

A empresa espanhola referiu mesmo que a Stalder “admite o incumprimento” referindo que forneceria estes dados posteriormente. De acordo com a CAF, a Stadler não deu também informações suficientes acerca de um componente da sua proposta, que especifica peças exigidas pelo concurso e que globalmente estão avaliadas em mais de 3,3 milhões de euros, um valor que “não é real”, segundo a CAF, porque não foi apresentada informação que o sustente.

O Governo autorizou em outubro do ano passado a CP a gastar 168,2 milhões de euros em 22 novos comboios, segundo uma resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República. A empresa recebeu cinco candidaturas, sendo que, além da CAF e da Stadler, também entregaram propostas iniciais a Talgo, Alstom e Siemens. Numa fase posterior, ficaram apenas CAF, Talgo e Stadler em negociações avançadas.

No mesmo comunicado, a CP garantiu que “este reforço do parque de material circulante permitirá incrementar a capacidade de resposta da CP às necessidades de mobilidade das populações, nomeadamente nos serviços regionais, assegurando a transição para a eletrificação plena da infraestrutura ferroviária”.

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Phone House falha PER e encerra portas em Portugal

O PER da Phone House foi rejeitado e a justiça declarou a insolvência da cadeia de comércio de telemóveis. Empresa confirma ao ECO o encerramento da atividade em Portugal. Tinha 300 trabalhadores.

A Phone House encerrou portas em Portugal, não tendo sobrevivido às dificuldades financeiras que foram agravadas pela pandemia da Covid-19. Há 21 anos no mercado nacional, a empresa está formalmente insolvente, enfrentando dívidas num montante a rondar os 11,6 milhões de euros, a maioria a bancos e fornecedores.

O Juízo de Comércio de Sintra do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa proferiu a sentença de declaração de insolvência da popular cadeia de venda de smartphones na quinta-feira, segundo informação publicada no portal de justiça Citius. A marca, que estava sujeita a um Processo Especial de Revitalização (PER) desde maio, está agora sob a égide de um administrador de insolvência, Pedro Rodrigues Filipe.

Contactada pelo ECO, fonte oficial da Phone House confirma o encerramento da marca em Portugal: “O impacto da pandemia [da] Covid-19 e a não aprovação do PER provocou o encerramento da Phone House – Portugal, uma empresa de referência no retalho de telecomunicações no mercado nacional”, começa por destacar.

“Na sequência da pandemia da Covid-19, que afetou profundamente a empresa, eminentemente retalhista, sendo que praticamente todas as lojas estiveram encerradas três meses, causando elevados prejuízos para a empresa, a Phone House submeteu um PER (Processo Especial de Revitalização) que assentava numa reestruturação da empresa, para dar continuidade e sustentabilidade futura e manutenção dos postos de trabalho. Infelizmente, o PER não foi aprovado, embora tivesse merecido o apoio favorável dos principais fornecedores da empresa”, explica uma porta-voz da marca.

O impacto da pandemia e a não aprovação do PER provocou o encerramento da Phone House – Portugal, uma empresa de referência no retalho de telecomunicações no mercado nacional.

Fonte oficial da Phone House

“Sem a aprovação deste plano e continuando-se a verificar uma retoma lenta da atividade e com muitos condicionamentos no retalho, principalmente nos shoppings, devido à manutenção e agravamento da pandemia, a empresa não conseguiu sobreviver e ultrapassar as dificuldades. De qualquer forma, manteve a sua atividade normal, otimizando todos os recursos disponíveis, com o objetivo de dar condições de continuidade à empresa”, acrescenta.

A Phone House termina, destacando “a importância da dinâmica que a marca gerou no mercado” e o “contributo para o desenvolvimento e massificação dos serviços, marcas e operadores de telecomunicações durante os seus 21 anos em Portugal”, bem como “a dedicação e contributo de todos os trabalhadores”.

Mais de 100 lojas e 300 trabalhadores

A marca contava com cerca de 100 lojas multi-operador no país, entre as quais 30 lojas em regime de franchising. Era ainda o operador das lojas da Samsung e de outras marcas, como era o caso da loja da Huawei no Colombo. Terá gerado um volume de negócios a rondar os 30 milhões de euros no ano passado, apurou o ECO em maio. Em junho, o Expresso noticiava que a empresa teria cerca de 300 trabalhadores.

Segundo o edital publicado no portal de justiça Citius, a decisão judicial de insolvência da Phone House ainda pode ser alvo de recurso. Fonte oficial da marca não confirmou se tenciona ou não recorrer, mas a resposta remetida às questões sugere que o encerramento da atividade é decisão já tomada.

“Pode ser aprovado Plano de Insolvência, com vista ao pagamento dos créditos sobre a insolvência, a liquidação da massa e a sua repartição pelos titulares daqueles créditos e pelo devedor. Podem apresentar proposta de Plano de Insolvência o administrador de insolvência, o devedor, qualquer pessoa responsável pelas dívidas da insolvência ou qualquer credor ou grupo de credores que representem um quinto do total dos créditos não subordinados”, refere o edital da justiça.

Foi em maio que o ECO noticiou que a situação financeira débil da empresa levou à abertura de um Processo Especial de Revitalização (PER), no sentido de alcançar um plano de recuperação e evitar a falência da loja de smartphones.

Nessa altura, fonte oficial da empresa confirmava ao ECO as dificuldades financeiras vividas pela marca de comércio de telemóveis: “Após uma reestruturação que resultou em dois períodos consecutivos com melhoria de performance, a situação financeira da empresa agravou-se no último ano, em virtude de vários fatores, dos quais se destacam um mercado bastante competitivo”, disse fonte oficial. O “contexto” da pandemia “veio precipitar a necessidade de uma reestruturação mais abrangente”, acrescentou a mesma fonte.

Em junho, veio a saber-se que mais de metade da dívida de 11,6 milhões de euros da The Phone House é devida a bancos como o BCP, Santander, BPI e Caixa Geral de Depósitos. Do valor total que é reclamado, cerca de 57% diz respeito a dívidas da Phone House junto do BCP, do Santander, da Caixa Geral de Depósitos e do BPI, num montante que chega aos 6,7 milhões de euros. A “maior” fatia dos créditos é devida ao BCP (3,9 milhões de euros), seguindo-se o Santander (1,74 milhões), a Caixa (924,7 mil) e o BPI (167,6 mil).

Do lado dos fornecedores, a Phone House deve 1,2 milhões de euros à Samsung, o que corresponde a cerca de 10,7% dos créditos. Não sendo a maior credora, ao contrário do que se acreditava até aqui, a tecnológica sul-coreana está a cooperar no PER da Phone House e “salvou” a marca da insolvência, viabilizando o processo.

Entre os credores minoritários, como já tinha sido noticiado, estão centros comerciais, outras marcas de telemóveis e diversas empresas. A lista provisória de credores, que ainda pode sofrer alterações, inclui ainda vários créditos laborais a particulares.

Contactadas pelo ECO, fonte oficial da Samsung e fonte oficial da Huawei não quiseram fazer comentários.

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UE precisa de instrumentos contra ”agressão económica” da China e EUA

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

Entre os instrumentos propostos está a criação de um banco europeu de exportações, estabelecer um euro digital e restringir o acesso aos mercados para contrariar a “agressão económica” da China e EUA.

A União Europeia deve criar um banco de exportações, estabelecer um euro digital e restringir o acesso aos mercados europeus para contrariar a “agressão económica” de potências como a China e os EUA, defende um relatório divulgado esta quarta-feira.

A opção preferencial da UE face a ameaças externas será sempre o compromisso multilateral. No entanto, isso nem sempre é viável, especialmente perante tentativas de chantagem de alto nível”, defende Jonathan Hackenbroich, autor do relatório “Como os europeus podem repelir a agressão económica chinesa e americana”, do think tank independente Conselho Europeu para as Relações Externas (ECFR).

“Nestes casos, os europeus precisam de opções que dissuadam e afastem o recurso à agressão económica por outras potências”, acrescenta. Tais opções, afirma, vão “aumentar a resiliência” europeia, “estabelecer um dissuasor eficaz” e “os incentivos certos para a cooperação” e “evitar uma nova escalada”. “Nenhuma das opções é fácil, mas a inação está a tornar-se insuportável e perigosa para Europa”, considera.

O relatório cita exemplos como as ameaças norte-americanas de sanções a vertentes do comércio UE-Turquia, a proibição aos bancos europeus de admitirem contas da procuradora do Tribunal Penal Internacional que investiga possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos ou a ameaça da China de suspender o fornecimento de equipamentos médicos à Holanda.

Entre 11 instrumentos propostos figura um banco europeu de exportações, para manter abertos os canais financeiros com países terceiros alvos de sanções de potências estrangeiras e limitar a exposição ao sistema financeiro norte-americano e ao dólar.

O estudo propõe também a criação de um euro digital, mais resiliente à coerção económica e que permita reduzir a informação para países terceiros sobre as transações financeiras europeias.

Ou ainda que as transferências globais de dados, a que as empresas são crescentemente pressionadas, sejam negociadas em acordos baseados no comércio regulado e na concorrência leal, ou, caso não seja possível, reguladas por uma autoridade europeia que proteja as empresas de transferências de dados sensíveis para países terceiros.

O relatório, divulgado numa altura em que a UE está a rever a sua política comercial externa e a estabelecer medidas para aumentar a sua soberania económica, visa fornecer aos legisladores europeus uma “caixa de ferramentas” para proteger a Europa da coerção económica, precisa a organização.

As decisões que vierem a ser tomadas, sustenta, devem considerar “o custo político e económico da inação”, por um lado, e o custo da utilização das ferramentas, por outro. Para o diretor do ECFR, Mark Leonard, “os Estados Unidos e a China não querem uma guerra convencional”, pelo que “a sua arma mais poderosa é a manipulação da arquitetura da globalização”, que coloca a Europa em “risco de ser espremida no meio da sua competição”.

O Conselho Europeu para as Relações Externas (European Council on Foreign Relations, ECFR) é um centro de reflexão política independente (‘think tank’), com escritórios em várias capitais europeias e investigadores em todos os 27 Estados-membros da UE.

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OE2021: PCP mantém opções em aberto, mas admite que voto a favor está “mais distante”

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

Os comunistas deixam em aberto o sentido de voto à proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2021, contudo, admitem que um voto a favor está "mais distante".

O PCP admitiu que “naturalmente” o voto favorável no Orçamento do Estado de 2021 (OE2021) está “mais distante” e insistiu que mantém todas as opções em aberto, como a abstenção e o voto contra.

O voto a favor está naturalmente mais distante do que as outras duas possibilidades, mas não há nenhuma decisão tomada quanto a isso. Mantém-se a possibilidade de qualquer sentido de voto”, afirmou aos jornalistas o líder do PCP, João Oliveira, esta quarta-feira, um dia depois de uma delegação comunista se ter reunido com o primeiro-ministro.

A uma semana da votação na generalidade, na Assembleia da República, o Governo ainda não tem garantida aprovação do OE2021, estando em conversações com o BE, PCP, PEV e PAN. Sem nenhum calendário fixado para tomar uma decisão, até 28 de outubro, dia da votação na generalidade e quando terá de ter uma posição, João Oliveira insistiu que há “insuficiências da proposta do orçamento face às necessidades do país”.

Sem comentar propostas feitas pelo Executivo, o líder da bancada comunista afirmou que o que “falta saber é verdadeiramente qual a perspetiva que o Governo tem para a resposta global para esses problemas, dentro do OE e fora dele”. Problemas que, exemplificou, a pandemia agravou na saúde e que o levaram a dizer ser essencial “mais investimento público e contratação de trabalhadores para os serviços públicos”.

A “situação grave” do país não “permite que se considerem duas ou três medidas e quatro ou cinco alterações para se dizer” que é possível “descansar que o OE vai dar resposta aos problemas”, afirmou ainda.

“Não é possível achar que os problemas se resolvem sem gastar dinheiro”, disse João Oliveira, insistindo que “é preciso gastar dinheiro do OE para resolver os problemas”, por exemplo, com as dificuldades no acesso às consultas, a tratamentos ou com a sobrecarga com os profissionais de saúde ou ainda com a falta de pessoal nas escolas.

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Fundos Corum cumprem metas de rentabilidade previstas para este ano

  • ECO
  • 21 Outubro 2020

Os dois fundos que a sociedade francesa comercializa em Portugal já cumpriram as metas de rentabilidade que estavam previstas para este ano: entre os 5% e os 6%.

Os dois fundos de investimento imobiliário que a Corum comercializa em território nacional já cumpriram as metas que estavam definidas para 2020, mesmo com todos os efeitos que a pandemia trouxe à economia. Os dois produtos vão encerrar o ano com rentabilidades entre os 5% e os 6%.

O fundo Corum Origin vai fechar 2020 com uma taxa de rentabilidade de 6%, enquanto o fundo Corum XL vai terminar nos 5%, podendo, contudo, ainda alcançar os 5,5%, diz a sociedade francesa, em comunicado enviado esta quarta-feira.

O diretor da Corum em Portugal nota que há nove anos que a sociedade gestora cumpre ou supera as metas e, este ano, no meio de “tantas incertezas com a pandemia”, o objetivo vai novamente ser cumprido. “Esta performance é a prova da força dos alicerces dos nossos fundos imobiliários”, acrescenta José Gavino, citado no documento.

Os fundos da Corum investem exclusivamente no setor empresarial e, embora ambos tenham registado “solicitações de adiamento ou suspensão de rendas na sequência dos efeitos da pandemia“, estes pedidos “não tiveram impacto significativo na performance” de nenhum dos produtos. “Os valores das rendas recebidos por ambos os fundos mantiveram-se estáveis e comparáveis a níveis normais de anos anteriores”, diz a Corum.

Entre janeiro e agosto, o dividendo médio mensal por ação foi de 5,39 euros para o Corum Origin e de 0,9 euros para o Corum XL. José Gavino reconhece que “os próximos meses são de incerteza e, portanto, de risco, mas também, como muitas vezes acontece em tais situações, de oportunidades” nas quais a Corum está a “trabalhar para identificar e antecipar”.

No primeiro semestre do ano, os fundos Corum investiram mais de 300 milhões de euros na aquisição de imóveis. Só no segundo trimestre do ano, foram investidos 133 milhões de euros na compra de oito edifícios, com principal destaque para a Polónia e para a Noruega.

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Costa promete quadro legal para zonas livres tecnológicas até ao final do ano

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

António Costa comprometeu-se a apresentar, até ao final do ano, um quadro legal "amigo da inovação", referindo-se às "zonas livres tecnológicas".

O primeiro-ministro comprometeu-se a apresentar, até ao final do ano, o quadro legal para as “zonas livres tecnológicas” e disse que está prevista uma verba para a rede nacional de centros tecnológicos.

“É criando este quadro legal amigo da inovação, é criando meios financeiros que incentivem a inovação, é criando iniciativas como esta do município do Porto que o país pode encarar com confiança o seu futuro e acreditar na sua recuperação”, afirmou António Costa, numa cerimónia esta quarta-feira no Porto.

De acordo com o primeiro-ministro, o quadro legal a aprovar até ao final do ano vai prever “zonas livres tecnológicas” em parcerias com os municípios, que serão “espaços de experimentação tecnológica” para iniciativas como, exemplificou, “os carros autónomos” ou para novas experiências de aplicação com a rede de 5G” que “tem de ser rapidamente desenvolvida” no país.

“Nos próximos anos vamos dispor de recursos financeiros, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência para poder investir em habitação, para poder desenvolver a rede da Metro do Porto, para desenvolver projetos de dinamização da cidade, mas vamos também ter uma verba importante destinada a desenvolver a rede nacional do `hubs´ inovadores de forma a fortalecer ainda mais esta dinâmica de empreendedorismo e inovação”, declarou.

Considerando como muito positivo que em ano de crise pandémica o país tenha batido o recorde de número de alunos a entrar no ensino superior, o chefe do Governo defendeu que é necessário aproveitar “este fluxo de qualificação” para garantir que as novas gerações não decidam emigrar.

Na cerimónia de assinatura do auto de consignação da obra de reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, no Porto, António Costa sublinhou que encara os números do acesso ao ensino superior como “o maior sinal de confiança no futuro do país”, e que é necessário criar um ambiente favorável à inovação.

“Quando o tratamento surgir, quando a vacina chegar, temos de estar preparados para aproveitar a recuperação económica que temos de empreender”, advertiu.

A promoção das Zonas Livres Tecnológicas, através da criação de regimes regulatórios especiais, é uma das medidas previstas no plano de ação do Governo para a Transição Digital.

No antigo Matadouro Industrial, desativado há 20 anos, vai nascer uma área para a instalação de empresas, galerias de arte, museus, auditórios e espaços para acolher projetos de coesão social.

No projeto do arquiteto japonês, Kengo Kuma, em parceria com os portugueses, da Ooda, um dos elementos-chave é a rua pedonal coberta, que atravessa o espaço de ponta à ponta, ligando ao jardim suspenso sobre a Via de Cintura Interna (VCI) que dará acesso à estação de metro do Estádio do Dragão.

Outro dos elementos-chave é a rua pedonal coberta, que atravessa o espaço de ponta à ponta, ligando ao jardim suspenso sobre a VCI que dará acesso à estação de metro do Estádio do Dragão.

A Mota-Engil fica obrigada a cumprir o programa delineado pela autarquia, nos próximos 30 anos, sendo que no final desse período, o equipamento regressa à esfera municipal.

À autarquia, que ocupará uma parte do antigo Matadouro, cabe a realização de projetos de dinamização cultural, de envolvimento da comunidade e afetos à coesão social.

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6 tendências que irão definir a próxima década dos Seguros de Vida e Reforma

  • ECOseguros + EY
  • 21 Outubro 2020

Carla Sá Pereira, partner EY, Financial Services, e insurance consulting leader, resume as tendências assinaladas no estudo "NextWave Insurance: Life insurance and retirement", publicado recentemente.

A EY publicou recentemente a terceira análise da NextWave Insurance, desta vez dedicada aos Seguros de Vida e Reforma, no estudo “NextWave Insurance: Life insurance and retirement – How insurers can navigate to growth in the next decade”. Esta análise descreve as principais tendências atuais que estão a transformar o mercado de seguros de vida e de reforma e como as mesmas se desenvolverão durante os próximos dez anos. O estudo fornece ainda retratos geracionais dos clientes de amanhã, instantâneos (snapshots) dos modelos de negócios que prevalecerão em 2030 e ações imperativas e recomendadas para avançar.

Este artigo resume a análise das seis tendências que definem os próximos dez anos dos Seguros de Vida e Reforma apresentadas naquele estudo. Pode ler o documento na integra em Wave3: Life Insurance and Retirement. Pode ainda rever o primeiro estudo da série NextWave Insurance, sobre as pequenas empresas e particulares, em Wave 1: Personal Lines and small commercial e o segundo, dedicado às grandes empresas e resseguradoras, em Wave 2: Large commercial and reinsurance.

O estudo da EY destaca, então, aquelas seis tendências e realça que sustentados pela mudança das necessidades e preferências dos consumidores e pela intensificação da pressão sobre os regimes de pensões patrocinadas pelo Estado, os Seguros de Vida e Reforma levarão aos cenários de mercado mais significativos e ao desenvolvimento de novos modelos de negócios (ambos apresentados no estudo), induzindo também mudanças culturais e modernização tecnológica:

  1. Saúde financeira e bem-estar
  2. Valor no longo prazo
  3. Colaboração com Governos e Reguladores
  4. Ecossistemas e projetos multicanal
  5. Convergência e otimização de capital
  6. Personalização e comoditização

1. Saúde financeira e bem-estar

O bem-estar financeiro, entendido como a capacidade de controlar as finanças do dia-a-dia, a capacidade de absorver choques financeiros e a confiança para cumprir as metas financeiras, tornaram-se mais importantes para mais consumidores em todo o mundo. Com os planos de pensão e de reforma do Governo parecendo menos viáveis, essa segurança será mais difícil de alcançar.

Para as seguradoras e empresas que fornecem planos de reforma, as propostas de valor irão centrar-se em como podem ajudar as pessoas a viverem as vidas que desejam, com altos níveis de segurança financeira e saúde física e mental. As ofertas serão mais flexíveis, voltadas para o futuro e “baseadas em metas”, com ênfase na preparação proativa em vez da proteção contra desvantagens. Os produtos também devem refletir que mais pessoas trabalham por conta própria ou participam da economia gig. A COVID-19 também renovou o interesse em produtos de proteção, uma competência central do setor de seguros de vida.

No entanto, as seguradoras deverão ser mais transparentes ao definir e estimular os comportamentos do consumidor necessários para atingir essas metas, em vez de garantir resultados como no passado. Os produtos de poupança para reforma serão mais holísticos e oferecerão mais opções conforme as necessidades dos consumidores vão mudando. É assim que aqueles permitirão que os indivíduos sigam caminhos de carreira não lineares e façam reformas não tradicionais, com base em fases alternadas de acumulação e não acumulação de recursos financeiros.

2. Valor no longo prazo

Os investidores e analistas irão expandir suas abordagens de avaliação no sentido de incluir métricas mais holísticas de longo prazo, em vez de apenas medidas financeiras de curto prazo. Têm agora maior peso os ativos intangíveis, como a propriedade intelectual, o talento, a reputação da marca, a inovação e os impactos ambientais, sociais e de governo (ESG). Esta mudança em direção ao capitalismo inclusivo, através de stakeholders, irá ajudar a construir a confiança junto das gerações mais jovens e despertar uma colaboração público-privada mais ampla para abordar questões sociais, incluindo o custo de danos ambientais futuros ou injustiça social.

 

3. Colaboração com Governos e Reguladores

As condições macroeconómicas difíceis, os programas de reforma do Governo subfinanciados e o intenso escrutínio regulamentar, em especialmente em torno dos melhores interesses dos consumidores e da privacidade de dados, irão reforçar a necessidade de as seguradoras colaborarem com as autoridades públicas em várias frentes. Esta é uma boa perspetiva, pois há uma oportunidade para a indústria ajudar a afastar a dependência do Estado. As prioridades serão:

  • aumentar a educação financeira;
  • facilitar a inovação de produtos;
  • influenciar políticas públicas;
  • incluir incentivos fiscais:
  • emitir obrigações de longo prazo.

Para promover a estabilidade financeira serão concebidas proteções mais robustas aos consumidores e standards de privacidade de dados, assim como frameworks de reporte financeiros.

4. Ecossistemas e projetos multicanal

Os ecossistemas continuarão a crescer e a amadurecer, tornando-se uma forma crítica de envolver os consumidores com propostas atraentes e experiências multicanais. Os avanços da tecnologia – especialmente no domínio das interfaces de programação de aplicações (APIs), micro-serviços e redes de dados – são a chave, permitindo a integração rápida e uma partilha suave de dados. As seguradoras criarão as suas próprias redes de parceiros para oferecer serviços complementares e também oferecerão produtos através de outros preparados por terceiros. Os ecossistemas permitirão que as seguradoras se concentrem nos seus pontos fortes específicos e que inovem de forma mais alargada. Os ecossistemas também permitem às seguradoras que modernizem a sua distribuição e que mudem para modelos de consultoria híbridos que equilibram aconselhamento robótico com interação humana. As parcerias formadas hoje definirão o cenário para o sucesso do ecossistema futuro.

5. Convergência e otimização de capital

Além dos desafios contínuos das taxas de juros baixas, fatores macroeconómicos e competitivos impulsionam a busca por níveis mais elevados de eficiência de capital. Fusões e aquisições (M&A) e resseguro são variáveis-chave na equação. Com mais capital disponível de uma gama alargada de fontes e a crescente clareza sobre a necessidade de bem-estar, a convergência entre seguros de vida e saúde, planos de reforma e gestão de património e ativos irá intensificar-se. A eficiência do capital será um princípio fundamental no desenho dos modelos de negócios futuros, principalmente porque será essencial para a sobrevivência.

6. Personalização e comoditização

Existem muitas razões pelas quais os produtos de seguro de vida e reforma foram objeto de comoditização, incluindo a regulamentação de conduta, a competição de gestores de ativos e o aumento da preferência dos clientes por simplicidade, transparência e comparabilidade. Cada vez mais, os consumidores percecionam valor por meio de experiências ricas e relacionamentos baseados na confiança. É por isso que a flexibilidade e a personalização são fundamentais. As seguradoras podem usar a tecnologia para combinar componentes mais simples em soluções personalizadas, desde que disponham dos recursos digitais e analíticos necessários.

A visão da EY Global para Insurance NextWave representa a nossa perspetiva sobre as tendências e forças mais poderosas que moldam o futuro do setor. O processo reúne o pensamento dos nossos profissionais, de profissionais do setor e tecnólogos, e de especialistas externos e académicos. Em workshops colaborativos, estes grupos ajudam os clientes a imaginar um futuro mais brilhante e a indicar o caminho.

Em Portugal, e tendo em conta as suas especificidades, que destacamos, os níveis de literacia financeira, os baixos níveis de poupança e a baixa cultura de seguros, criam desafios adicionais para o Setor de Seguros de Vida e de Reforma nacional.

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Governo francês estuda prolongar estado de emergência até fevereiro

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

A Assembleia Nacional francesa vai reunir-se excecionalmente no sábado e no domingo para analisar o projeto de lei, que seguirá, depois, para o Senado.

O Governo francês está a estudar o prolongamento do estado de emergência no país até 16 de fevereiro de 2021, com algumas restrições a puderem prolongar-se até abril, devido à covid-19, indicou esta quarta-feira o executivo.

Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, adiantou que na reunião de hoje do Conselho de Ministros foi decidido submeter ao Parlamento um documento para prolongar o estado de emergência até 16 de fevereiro do próximo ano, altura em que poderão tomar-se novas medidas.

A Assembleia Nacional francesa vai reunir-se excecionalmente no sábado e no domingo para analisar o projeto de lei, que seguirá, depois, para o Senado. O estado de emergência entrou em vigor em França no sábado por um período de pelo menos um mês.

Tal como desde o início da pandemia, tomaremos decisões adaptando-nos à evolução da doença”, referiu Attal, adiantando que o texto inclui a ideia de que as restrições à circulação e à reunião, bem como o encerramento antecipado do comércio poderão prolongar-se até abril do mesmo ano.

O porta-voz do Governo francês admitiu que vários departamentos do país poderão entrar em alerta máximo dos próximos dias, que se juntarão no recolher obrigatório já imposto na região de Paris e nas cidades de Lyon, Lille, Grenoble, Rouen, Montpellier, Saint-Étienne, Toulouse e Marselha.

Entre as novas cidades que podem ter recolher obrigatório estão Estrasburgo, Clemond-Ferrand e Nimes, onde a taxa de incidência da covid-19 atingiu os 322 casos por cada 100 mil habitantes.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, e o ministro da Saúde, Olivier Véran, vão estar na quinta-feira na apresentação semanal da situação epidémica no país para anunciar a aplicação das novas medidas.

Na terça-feira, França registou 185 mortes e 20.468 novas infeções com o novo coronavíerus, que provoca a doença da covid-19, elevando o número acumulado de casos desde o início da epidemia para 930.745 e o número de mortes para 33.885 pessoas.

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