Clã Azevedo foi às compras e já gastou 200 milhões em plena pandemia

Os negócios sucedem-se em plena pandemia: a família Azevedo, dona da Sonae, já investiu mais de 200 milhões de euros em compras nos últimos meses: Salsa, Sonae Indústria, Sonae Capital e Nos.

Cláudia Azevedo e Paulo Azevedo.

Se a pandemia tem feito mossa na economia e em muitas empresas, os negócios da família Azevedo vão no sentido oposto e não têm parado de crescer com novas aquisições em 2020. Ora por questão de estratégia, ora por necessidade da circunstância (como foi o caso mais recente da Nos), os investimentos no universo Sonae superam já os 200 milhões de euros desde o início do ano.

O valor é já considerável tendo em conta a realidade portuguesa e ainda mais dado o período de grande incerteza causado pelo vírus, que poderia aconselhar maior cautela em novos investimentos. Mas a família Azevedo, cujo ativo de referência é a Sonae, tem contrariado a tendência do mercado este ano.

A Sonae, holding que detém a cadeia de hipermercados Continente, anunciou esta quarta-feira o maior investimento até agora: adquiriu uma participação de 7,38% na operadora Nos NOS 0,13% que estava nas mãos do BPI. Não foram revelados valores da operação, mas tendo em conta o preço de fecho das ações da telecom, o negócio terá sido feito por um valor a rondar os 137 milhões de euros.

O reforço na Nos surge depois de a Sonae, que passa a deter 33,45% da operadora portuguesa, ter anunciado o fim da parceria com Isabel dos Santos na Zopt. Era este veículo garantia à Sonae uma posição de controlo na telecom portuguesa. Porém, mesmo desfeita a união com a empresária angolana, a Sonae vai manter-se em situação de domínio após ter comprado os tais 7,38% ao BPI, passando a deter 33,45% da Nos.

Duas OPA de uma cajadada só

Antes disso, no último dia de julho, a Efanor, a holding familiar dos Azevedo que controla 25,9% da Sonae, “bisou” na bolsa ao lançar duas ofertas públicas de aquisição (OPA) em simultâneo: uma sobre a Sonae Capital (que reúne interesses em várias áreas, desde o turismo, fitness, imobiliário) e outra sobre a Sonae Indústria (empresa industrial do setor dos derivados de madeira).

Para concretizar as duas operações, o esforço financeiro da Efanor deverá situar-se à volta dos 81,2 milhões de euros: 65 milhões de euros na aquisição de 37,2% do capital da Sonae Capital e outros 16,2 milhões de euros na compra das ações que não detém na Sonae Indústria.

Tendo sucesso, tanto a Sonae Indústria como a Sonae Capital deixarão de estar cotadas na bolsa de Lisboa, sendo que esta última está incluída no principal índice nacional, o PSI-20.

Negócios com pitada de Salsa

Ainda antes das ofertas sobre as Sonae Indústria e Capital, em abril, em pleno confinamento, a Sonae decidiu juntar mais “Salsa” aos seus negócios: passou a controlar 100% da marca de vestuário, depois de ter adquirido os 50% à Wonder Investments. Não foram conhecidos valores do negócio.

Na altura, a Sonae destacou a marca de “renome internacional” que é a Salsa, como confirmam os seus números: os seus produtos podem ser encontrados em mais de 35 países e mais de 60% do seu volume de negócios tem origem em mercados internacionais”.

Do ponto de vista operacional e de desempenho financeiro, a Salsa registou vendas de mais de 200 milhões de euros em 2019, tendo obtido “níveis assinaláveis de rentabilidade e de geração de cash flow“, segundo sublinhou ainda a Sonae.

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Alojamento local acredita na recuperação a partir da Páscoa. “Até lá é sobreviver”

A pandemia fez parar o alojamento local, mas os imóveis do interior do país estão a escapar ao pior cenário. O presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal pede mais apoios do Estado.

Os primeiros sinais de pandemia apareceram no país e não tardou até o impacto começar a ser sentido no setor do alojamento local. Depois de um janeiro e fevereiro “excelentes”, os cancelamentos de reservas a partir de abrir começaram em força, numa altura em que “ninguém estava preparado”. A “atividade parou” e ainda hoje, durante o verão, os efeitos estão a ser sentidos. Em conversa com o ECO para a rubrica “Dar a volta ao turismo“, o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) fala nas medidas de apoio ao setor, que diz serem insuficientes, e antecipa que o início de uma recuperação só começará a ser sentido a partir da Páscoa.

“Isto não é uma coisa de curto prazo”

Janeiro e fevereiro foram meses “excelentes” comparados com os demais anos e, em março, a pandemia apanhou os proprietários de alojamento local totalmente de surpresa. “Logo de início vimos que o impacto iria ser enorme, porque a atividade parou de vez”, diz Eduardo Miranda, que nota que agora “começa a ficar cada vez mais claro que isto [pandemia] não é uma coisa de curto prazo” e que ainda vai demorar a passar. Enquanto não passa, o setor reinventa-se e desdobra-se em medidas para dar mais confiança aos hóspedes. Até porque, afirma, Portugal está “muito mais avançado” em termos de alojamento local do que outros países.

http://videos.sapo.pt/aYeVjZTzpALnHD62nDzY

“São precisas mais algumas medidas”

Para o presidente da ALEP, as medidas implementadas até agora pelo Governo para ajudar o setor a recuperar não são suficientes. Eduardo Miranda defende medidas “mais adaptadas e específicas” para o turismo, nomeadamente para o alojamento local. Uma delas é o alargamento da linha de microcrédito do turismo e outra tem a ver com a “necessidade” de “haver alguma componente de fundo perdido”. “Se não houver componente de fundo perdido o nível de endividamento vai ser gigantesco”, justifica Eduardo Miranda. O turismo está a viver um “momento de contraciclo” e, com medidas insuficientes e pouco adequadas, “muitos dos empresários já estão a ponderar abrir mão dos funcionários”.

http://videos.sapo.pt/QSzW9FLpbG7WOnzm5Rfr

“Mais-valias são uma verdadeiramente prisão”

É um dos problemas que tem vindo a ser denunciado há muito pelo setor e Eduardo Miranda aproveitou para voltar a sublinhar a necessidade de se acabarem com as mais-valias no alojamento local. Atualmente, a lei prevê que quando haja uma desistência do alojamento local, seja cobrada uma mais-valia como se o imóvel tivesse sido vendido. “É um imposto impagável e irreal”, diz, acrescentando ser “algo completamente injusto”.

Outro dos obstáculos que o setor enfrenta tem a ver com a confiança. “As pessoas perderam a confiança no Estado por causa dos milhares de alterações fiscais”, nota o responsável, afirmando que, à custa disso, programas como o Renda Segura e o Porto com Sentido –, em que as autarquias arrendam imóveis (sobretudo de alojamento local) a privados para os subarrendar a preços acessíveis — não têm muita adesão.

http://videos.sapo.pt/iwEjDtm01wFI02o4m81O

“Retoma mais a sério só a partir da Páscoa”

O presidente da ALEP afirma que “ainda há algum receio” por parte das pessoas em viajar, uma opinião também defendida por vários governantes e empresários do setor ao ECO, como o presidente do Turismo de Portugal e o administrador do Grupo Vila Galé. E esse é um problema com o qual Portugal terá de lidar, dado que não é o único país onde isso acontece.

Ainda assim, durante este verão, Eduardo Miranda nota que os imóveis de alojamento local localizados no interior do país estão a ter mais procura face aos anos anteriores e foi exatamente nessas localizações onde houve um “ajuste de preço” na ordem dos 15% a 20%, de forma a haver uma adaptação ao mercado nacional. Por outro lado, destinos mais urbanos não observaram grandes alterações.

Por enquanto, o cenário está a ser melhor do que o esperado, dado que as expectativas “eram nulas ou quase baixas”. Ainda assim, “nos centros urbanos a procura é muito baixa”, diz o presidente da ALEP. “Tirando o interior, (…) o impacto ainda é muito grande” e “tudo o que está para a frente é uma incógnita enorme”, salienta. Eduardo Miranda diz ser necessário sermos realistas. É preciso que as pessoas “façam planos a pensar que a retoma mais a sério só deve começar a acontecer a partir da Páscoa. Até lá são períodos de sobrevivência”, remata.

http://videos.sapo.pt/hV4jyQvtVOEHeBULrj1A

O ECO arrancou em julho com uma rubrica nova chamada “Dar a Volta ao Turismo“, em que entrevista empresários e governantes do setor para perceber os impactos que a pandemia trouxe para o turismo e de que maneira se poderá dar a volta por cima.

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CDS acusa Costa de tentar “resgate político” a Ana Mendes Godinho

Francisco Rodrigues dos Santos diz que esperava que o primeiro-ministro "apurasse responsabilidades políticas pelos erros cometidos e apontasse a porta da saída à sua ministra".

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, diz que esperava que o primeiro-ministro António Costa apurasse “responsabilidades políticas” e afastasse a ministra Ana Mendes Godinho devido à polémica do relatório sobre o lar onde morreram 18 pessoas com Covid-19. Em vez disso, o líder político diz que o chefe do Governo operou um “resgate político”.

A entrevista de António Costa ao Expresso foi um resgate político e um sintoma de má convivência democrática com a realidade e com os médicos“, começa por dizer Rodrigues dos Santos, em comunicado. O presidente do CDS-PP refere-se às declarações em que o primeiro-ministro disse que a Ordem dos Médicos “não tem competência legal” para fiscalizar ou fazer auditorias externas.

Costa tinha já defendido a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e voltou agora a fazê-lo, considerando “normal” que esta não tenha lido o relatório sobre o lar de Reguengos de Monsaraz. “Também não leio todos os relatórios que chegam aqui ao meu gabinete”, apontou.

O presidente do CDS critica à intervenção pois considera que o primeiro-ministro “valorizou mais a defesa da sua ministra, do que apresentar um plano seguro para aos idosos”. O partido pediu na semana passada a demissão de Ana Mendes Godinho e Francisco Rodrigues dos Santos reforçou essa ideia.

Esperava-se de António Costa que apurasse responsabilidades políticas pelos erros cometidos, apontasse a porta da saída à sua Ministra e que no mínimo pedisse desculpas às famílias que perderam entes queridos pelas falhas do Estado. Não fez nem uma coisa, nem outra, o que é revelador da arrogância com que o PS Governa”, acrescenta.

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Corrida às ações faz disparar preço da Tesla (e a fortuna de Musk)

O prazo para comprar ações e beneficiar do stock split terminou esta sexta-feira e as ações fecharam a sessão com um ganho de 49% face ao preço a que negociavam antes do anúncio.

Quem detinha, esta sexta-feira, uma ação da Tesla vai passar a ter cinco no fim do mês. A multiplicação não é mais uma excentricidade de Elon Musk, mas sim uma operação de stock split — divisão do valor das ações pelo novo total — que levou uma corrida aos títulos. Desde que anunciou a operação, a empresa valorizou 49%.

A 11 de agosto, a Tesla comunicou ao mercado que o board tinha aprovado uma divisão de cinco para uma das ações. “Cada acionista registado a 21 de agosto de 2020 vai receber um dividendo de quatro ações adicionais por cada ação detida a ser distribuído a 28 de agosto. A negociação das ações ajustadas à divisão vai começar a 31 de agosto”, anunciou a fabricante de carros elétricos.

O prazo para comprar ações e beneficiar do stock split terminou esta sexta-feira e as ações fecharam a sessão com um ganho de 49% face ao preço a que negociavam antes do anúncio. A Tesla ultrapassou pela primeira vez a marca dos dois mil dólares por ação na quinta-feira e a fortuna de Elon Musk engordou até aos 96,8 mil milhões de dólares, o que o fez subir à quarta posição dos mais ricos do mundo.

Um stock split não muda o valor subjacente da empresa já que o que acontece é um ajustamento do preço. Se cada ação valer dois mil dólares, por exemplo, após a divisão cada ação valerá 400 dólares. Ou seja, as cinco ações em conjunto valem o mesmo que uma ação antes da operação. Mesmo não alterando o valor, serve para “tornar a compra de ações mais acessível a funcionários e investidores”, como explicou a Tesla.

Há dez anos em bolsa, Tesla acumula um ganho de 12.000%

Fonte: Reuters

A Tesla tem sido uma das estrelas da bolsa norte-americana este ano. Após um sell-off causado pelo medo da pandemia em março, Wall Street tem recuperado de forma robusta e acumula já ganhos de cerca de 50% e, no caso da tecnologia de 70%. A empresa liderada por Elon Musk sobe 440% desde os mínimos de março.

O entusiasmou acentuou-se no final de julho quando a Tesla comunicou ao mercado que tinha tido lucros de 2,31 dólares por ação entre março e junho. Mais importante até é que este foi o quarto trimestre consecutivo de lucros, o que lhe abre a porta para a principal montra da bolsa norte-americana: o S&P 500. A fabricante automóvel começou a negociar no Nasdaq a 29 de junho de 2010, a 17 dólares por ação. Desde então, o preço já subiu 12.000%.

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Esta é a vista da torre residencial mais alta do mundo em Nova Iorque

  • ECO
  • 22 Agosto 2020

Os apartamentos de luxo com vistas para o Central Park estão à venda a partir de 5,8 milhões até 57 milhões de euros. Veja a vista das residências do 43º andar.

Fica em Nova Iorque e é a torre residencial mais alta do mundo, a Central Park Tower. O edifício de luxo composto por 98 andares e 179 luxuosos apartamentos ainda está em construção, mas os primeiros residentes vão mudar-se já no final deste ano.

A Central Park Tower localiza-se na Billionaires’ Row, uma zona de arranha-céus luxuosos em Manhattan que alberga alguns dos bens imobiliários mais caros da cidade. A torre de luxo mede cerca de 500 metros e foi reconhecida pelo Skyscraper Center como o edifício residencial mais alto do mundo.

Apesar de ainda estar em construção, o promotor, Extell Development, publicou as primeiras fotografias da residência modelo no 43º andar, com o valor de 17,5 milhões de dólares (14,7 milhões de euros), desenhado por Pembrooke & Ives, avança o Business Insider (acesso livre).

Os apartamentos de luxo com vistas arrebatadoras para o Central Park estão à venda a partir de 6,9 milhões de dólares (5,8 milhões de euros), um condomínio de dois quartos, enquanto a residência mais cara pode custar 63 milhões de dólares (57 milhões de euros).

Fique a conhecer a vista dos apartamentos de luxo do 43º andar

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Em quantos dias se esgotam os recursos naturais do planeta?

Em 2020, o Dia da Sobrecarga da Terra assinala-se hoje, a 22 de agosto, quase um mês mais tarde, já que o confinamento por causa da pandemia de Covid-19 travou as emissões poluentes.

Em 2019, o Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day, no original, em inglês) chegou mais cedo do que nunca, a 29 de julho. A data assinala todos os anos o dia em que se esgotam os recursos naturais que o planeta Terra tem capacidade para renovar durante 12 meses.

Se em 2019 conseguimos esgotar estes recursos no tempo mais rápido de sempre, em cerca de 210 dias, este ano há boas notícias: vai demorar mais tempo e vão ser precisos cerca de 235 dias para gastar o saldo anual que o planeta nos dá.

De acordo com a Global Footprint Network (GFN), este ano o Dia da Sobrecarga da Terra é assinalado a nível global apenas este sábado, 22 de agosto, três semanas mais tarde do que no ano passado. É “uma consequência direta do confinamento provocado pelo coronavírus em todo o mundo”, refere a GFN, sublinhando que “a diminuição da extração de madeira (-8,4%) e das emissões de CO2 (-14,5%) resultantes da combustão de combustíveis fósseis são os principais motores por detrás da mudança histórica de trajetória”.

“A pandemia de Covid-19 fez com que a pegada ecológica da humanidade se contraísse, demonstrando que é possível mudar os padrões de consumo de recursos num curto período de tempo. No entanto, a verdadeira sustentabilidade, a que possibilita que todos prosperem na Terra, apenas poderá ser alcançada através da planificação e não da catástrofe”, pode ler-se no comunicado da GFN.

Em Portugal, o Dia da Sobrecarga da Terra foi já assinalado este ano a 25 de maio. A humanidade utiliza atualmente mais 60% do que aquilo que pode ser renovado –- o equivalente aos recursos de 1,6 planetas. Os portugueses sobem a parada com uma pegada ecológica de 2,52 planetas (os dados mais recentes da Global Footprint Network são de 2016). Por cá, o orçamento ecológico dura pouco, apenas 145 dias do ano.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Artistas começaram a receber apoio da Segurança Social que lhes tinha sido negado

  • Lusa
  • 22 Agosto 2020

O anuncio foi feito pela Apuro, associação cultural e filantrópica a quem os artistas independentes recorreram para pedir apoio judiciário para intentar uma ação contra a Segurança Social.

Os trabalhadores independentes das artes a quem tinham sido negados apoios pela Segurança Social começaram a receber o dinheiro que lhes era devido, graças a uma ameaça de processo judicial e à intervenção da Provedoria de Justiça.

O anuncio foi feito pela Apuro, associação cultural e filantrópica a quem os artistas independentes recorreram para pedir apoio judiciário para intentar uma ação contra a Segurança Social.

Em causa está o indeferimento “indevido” dos apoios extraordinários previstos para fazer face à crise causada pela pandemia de covid-19, pela Segurança Social, a um grupo de profissionais das artes, explica a associação presidida pelo ator e encenador Rui Spranger. Alguns artistas admitem agora recuar na ação judicial, uma vez que o dinheiro lhes está a ser restituído.

Depois de meses de espera e de silêncio, nos últimos dias os apoios extraordinários por redução de atividade económica foram chegando à conta dos trabalhadores independentes”, afirma, em comunicado, a Apuro, explicando que “as reclamações à Provedoria de Justiça e a pressão desta junto da Segurança Social levaram à revisão dos processos e ao pagamento dos valores correspondentes aos apoios indevidamente indeferidos.

Desde o início da pandemia, a Apuro tem estado acompanhar 30 profissionais das artes, que perderam grande parte dos rendimentos devido à paragem profissional motivada pela Covid-19, metade dos quais viu ser recusado, “sem qualquer justificativa”, o apoio extraordinários da Segurança Social.

Segundo a Apuro, estes trabalhadores eram “elegíveis” para o referido apoio, ou seja, “cumpriam todos os requisitos, incluindo os pagamentos previstos à Segurança Social nos 12 meses anteriores”. “O dinheiro está-lhes a ser restituído e os artistas admitem agora recuar na ação judicial, que a Apuro tinha recomendado e feito eco na semana passada”, afirma a associação filantrópica.

No entanto, admite que em alguns casos os processos poderão avançar, se houver conflitos, e adianta mesmo que ainda há, pelo menos, um caso por resolver. Isto porque, apesar de a Segurança Social “ter dado algumas indicações positivas nesse sentido, não há garantia de que os casos que ficaram impedidos de solicitar o apoio – por ter tido três indeferimentos (indevidos) – possam agora ver reparada essa situação”.

A Apuro diz que contactou a Segurança Social e que foi informada de que “para esses casos vão ser abertas novas datas, para que esses pedidos de apoio possam dar entrada”. A associação mostra-se satisfeita por o caso estar a ser resolvido, mas afirma-se agora, ela própria em apuros: “neste momento esgotámos a nossa capacidade de apoio – dinheiro que vinha das quotas e de donativos”. “O problema é que as solicitações não pararam e se houver outra situação de emergência esta será menos uma porta à qual os artistas vão poder recorrer”, lamentou.

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Clube dos 100% da dívida está cada vez mais apinhado. Reino Unido é o mais recente membro

O Reino Unido foi o último país a juntar-se ao grupo de países que têm uma dívida pública igual ou superior a 100% do PIB. A pandemia vai tornar este no "novo normal" da economia mundial.

Pela primeira vez desde pelo menos 1961, o Reino Unido atingiu, no segundo trimestre do ano, uma dívida pública superior a 100% do PIB. No início da semana, os dados para Espanha, apesar de ainda não serem oficiais, também apontavam para um rácio acima de todo do produto, segundo a Reuters. Estes países juntam-se a um cada vez maior grupo de países que já tinham ou passarão em breve a ter esses níveis de endividamento público por causa da crise pandémica.

É o “novo normal” nas economias avançadas. O Japão já tinha mais de 200% do PIB de dívida pública, a Grécia para lá caminha, Itália está mais próxima dos 150% que dos 100%, Portugal fechou o segundo trimestre com uma dívida pública de 127,1%. A estes juntaram-se recentemente França e Bélgica e em breve será o caso do Chipre e dos EUA também, segundo os cálculos do Committee for a Responsible Federal Budget.

Esta não é uma tendência exclusiva da das economias avançadas. Segundo Gita Gopinath, a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), e Vítor Gaspar, diretor do departamento de finanças públicas, a dívida pública mundial irá atingir um máximo histórico em 2020 de 101,5% do PIB mundial, mais do que no fim da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, a dívida pública corresponderá ao total da atividade económica mundial realizada num ano.

Ainda esta semana o gabinete de estatísticas britânico revelou que, pela primeira vez desde 1961, a dívida pública britânica fixou-se acima de 100% (100,5%, para ser preciso), neste caso por causa da resposta orçamental dada à pandemia. O Reino Unido não faz parte da Zona Euro — e já nem faz parte da União Europeia –, mas serve de exemplo de um país em que a crise pandémica vai levar a dívida pública para um “novo normal”, que é um nível elevado em termos históricos, e levanta a dúvida sobre as obrigações dos países da moeda única.

Impõe-se a questão: os 100% do PIB de dívida pública vão ser os novos 60%, o limite definido pelos tratados europeus? Na Zona Euro, pelo menos, isso é dado como garantido pela Comissão Europeia dado que as suas previsões apontam para um rácio médio de 102,7% do PIB em 2020, um valor inédito nos 20 anos da União Económica e Monetária. Perante este cenário, o Conselho Europeu Orçamental já sugeriu a eliminação do limite de 60% do PIB, classificando-o de “irrealista”.

Em março, Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, já tinha avisado que o aumento do endividamento era inevitável: “Já é claro que a resposta tem de envolver um aumento significativo da dívida pública“, escreveu no Financial Times, assinalando que “níveis muito mais elevados de dívida pública irão tornar-se uma característica permanente das nossas economias”, com os Estados a serem ajudados pelas taxas de juro historicamente baixas definidas pelos bancos centrais. “Um maior nível de dívida pública não pode ser evitado“, disse também Laurence Boone, a economista-chefe da OCDE, em junho.

A consequência deste aumento da dívida é o potencial peso que colocará sobre gerações futuras. O FMI tem falado do tema, pedindo aos países que “guardem a fatura” para que haja transparência neste processo. Perante o marco histórico, também o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, deixou um alerta: “Os números de hoje são um forte lembrete de que temos, ao longo do tempo, de colocar as nossas finanças públicas numa posição sustentável, o que vai exigir a tomada de decisões difíceis”.

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Portugal regista 241 novos casos de Covid-19 e dois mortos

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções, com 53% do total.

Portugal registou 241 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 55.452 o número de infetados desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas morreram mais duas pessoas com a doença, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS). A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções, com 53% do total.

Entre os casos de infeção, atualmente 13.006 encontram-se ativos, mais 60 do que no dia anterior. Desde que apareceu em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte de 1.794 pessoas. Já quanto ao número de recuperados, este continua a subir, situando-se nos 40.652 (mais 179 nas últimas 24 horas).

O tratamento no domicílio continua a ser o curso escolhido para a maioria das pessoas infetadas com o vírus. São 316 as pessoas que estão internadas (menos cinco do que no balanço anterior), das quais 42 nos cuidados intensivos (mais uma face a ontem). Há ainda 34.182 contactos sob vigilância das autoridades de saúde.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela que concentra a maioria das novas infeções. Dos 241 novos casos registados nas últimas 24 horas, 127 foram nesta região, ou seja, mais de metade do total do país.

Assim, esta é a região com mais casos registados até ao momento (28.706 casos de infeção e 645 mortes), seguindo-se o Norte (19.860 casos e 842 mortes), do Centro (4.648 casos e 253 mortes), do Algarve (1.014 casos e 17 mortes) e do Alentejo (885 casos e 22 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 199 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 140 pessoas infetadas e continua sem nenhum morto.

(Notícia atualizada às 13h55)

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BE só negoceia orçamento de 2021 quando PS cumprir o que acordou para 2020

  • Lusa
  • 22 Agosto 2020

Catarina Martins disse este sábado não ser possível negociar o próximo Orçamento do Estado sem que antes o PS cumpra o que acordou para o atual.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse este sábado não ser possível negociar o próximo Orçamento do Estado sem que antes o PS cumpra o que acordou para o atual.

“Não é possível começarmos a negociar o próximo Orçamento do Estado sem o PS cumprir sequer o que já foi acordado para o último Orçamento de Estado. Seja no fim do fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido como a vossa, seja nas contratações que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] precisa para poder responder à covid-19, sem deixar de responder a tudo mais que a população precisa”, afirmou.

A dirigente do BE comentava, em Penafiel, a entrevista do primeiro-ministro, publicada este sábado no Expresso, na qual o António Costa diz pretender negociar o próximo orçamento com os partidos de esquerda.

É para nós muito importante cobrar o que não foi cumprido, porque nós não nos esquecemos“, acentuou Catarina Martins, falando para um grupo de trabalhadores do setor das pedreiras, com os quais tratou hoje a questão das reformas e o fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido.

A coordenadora do BE sublinhou que o partido leva “muito a sério” os seus compromissos. “Levamos a sério o compromisso que temos convosco e, portanto, sabemos que não podemos dar mais passos, sem que aquilo que foi prometido seja cumprido”.

“O BE viabilizou o Orçamento do Estado de 2020 com algumas garantias e com algumas negociações. Um dos acordos era sobre o fim do fator de sustentabilidade para as carreiras de desgaste rápido e o PS, pura e simplesmente, não cumpriu“, reforçou, acrescentando: “Nós vimos o decreto, vocês viram, a comunicação social viu o decreto, a promessa foi feita – quando entrasse em vigor o Orçamento do Estado para 2020 acabava o corte do fator de sustentabilidade para as profissões de desgaste rápido, como os mineiros, os trabalhadores das pedreiras e outros. E, depois, pura e simplesmente, o Governo não cumpriu”.

Catarina Martins indicou ainda que o PS “não cumpriu” o acordo com o BE, “por exemplo, na contratação de mais gente para o SNS”.

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Empréstimo bancário com garantias do Estado à Efacec pode ir até 70 milhões de euros

  • ECO
  • 22 Agosto 2020

Empréstimo bancário foi desbloqueado no início desta semana, mas não se sabe se todo o montante foi já mobilizado. Irá servir para garantir que a empresa tem liquidez para continuar atividade.

A Efacec poderá precisar de mais dinheiro que o inicialmente previsto para fazer face às necessidades imediatas de liquidez. O ministério das Finanças confirmou ao Dinheiro Vivo (acesso livre) que a injeção de capital, que pretende impedir problemas de tesouraria enquanto a nacionalização está a ser fechada, pode chegar a 70 milhões.

“Confirma-se a contratualização do financiamento no valor total de até 70 milhões de euros destinado ao apoio de tesouraria e a restabelecer condições de normalidade financeira e operacional”, disse fonte do gabinete de João Leão ao DV. Até aqui, o valor apontado era de 50 milhões de euros, sendo que o empréstimo bancário com garantias do Estado foi desbloqueado no início da semana. Não se sabe se foi já mobilizada a totalidade da quantia.

Este dinheiro servirá para a retoma da atividade da Efacec, que além da pandemia tem lidado com uma crise acionista que motivou a nacionalização. Tal como o ECO avançou, a Moneris e a EY são as duas entidades que vão avaliar a Efacec para que será definido o valor de uma eventual indemnização a pagar pelo Estado aos acionistas, como obriga a lei das nacionalizações.

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Substituir helicópteros para incêndios parados há dois anos já custa 12,6 milhões ao Estado

  • ECO
  • 22 Agosto 2020

Há seis aeronaves inoperacionais desde 2018. Para as substituir, escreve o Público, o Estado tem alugados três Kamov mais antigos durante o período mais crítico dos incêndios.

Há seis helicópteros Kamov parados, devido a avarias, desde janeiro de 2018, sendo que a Força Aérea, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) estão a avaliar desde então se compensar reparar os equipamentos. Os custos associados à situação atingem, até este ano, 12,6 milhões de euros, segundo noticia este sábado o Público (acesso pago).

Em causa estão seis aeronaves comprados em 2006 pelo Estado português e que estão inoperacionais. Para as substituir, escreve o diário, têm sido alugados três Kamov mais antigos durante pelo menos quatro meses, no período mais crítico dos incêndios rurais. Estes alugueres já custaram mais de 12,6 milhões de euros ao erário público e o contrato é válido até 2023. Ou seja, a despesa adicional deverá ser de, pelo menos, 13,4 milhões de euros.

Além do contrato de aluguer, também as reparações poderão vir a ser mais caras devido ao tempo de espera. “Devido ao tempo de imobilização dos equipamentos, poder-se-á antever que a generalidade dos componentes terá que sofrer revisão geral“, diz a Força Aérea ao Público. A ANAC acrescenta que “as condições de preservação de uma aeronave podem ter impacto no seu estado de conservação e na sua aeronavegabilidade, bem como na vida útil dos seus componentes”.

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