Quanto cobra uma imobiliária para vender uma casa? E para arrendar?

Contratar uma imobiliária para vender uma casa tem associada uma comissão variável, assim como para pôr a arrendar. Mas há imobiliárias que cobram comissões fixas e apenas se o imóvel for vendido.

Para quem pretende vender ou arrendar um imóvel e não tem ou não quer perder tempo a encontrar interessados, contratar uma imobiliária é, normalmente, o processo mais simples e rápido. Contudo, este serviço traz sempre uma comissão associada, que varia de imobiliária para imobiliária e conforme o valor da venda ou arrendamento. Mas também há quem pratique comissões fixas. O ECO foi saber junto do setor como variam estas taxas e dá-lhe a resposta em mais um “Sabia que…”.

“O valor da comissão a cobrar pelas imobiliárias não está regularmente estabelecido”, começa por dizer o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). “No entanto, dependendo do valor do imóvel e das características do negócio, regra geral esta comissão varia entre os 3% e os 5%, sendo que na larga maioria dos casos se fixa efetivamente nos 5%“, acrescenta Luís Lima.

O ECO contactou algumas imobiliárias para saber valores concretos. Na Century 21, por exemplo, é cobrada uma comissão de 5% do valor do imóvel no caso de uma venda. “No caso de haver mais do que um consultor envolvido, as comissões são divididas de forma paritária”, detalha o CEO, Ricardo Sousa. Se se tratar de um arrendamento, a C21 cobra “uma renda e meia a duas rendas, em função do valor mensal do arrendamento da habitação”.

A ERA, por sua vez, tem uma percentagem fixa: 5% + IVA, adianta o diretor-geral da ERA Portugal. “Relativamente ao arrendamento de imóveis, as comissões representam o valor de duas rendas + IVA”, acrescenta Rui Torgal. O ECO contactou também a Remax, Keller Williams e Sotheby’s International Realty, mas estas imobiliárias não quiseram adiantar valores.

Ainda assim, há imobiliárias que cobram uma comissão fixa, como é o caso da Kazzify, uma startup de venda de imóveis criada no ano passado. Esta imobiliária online cobra uma comissão fixa de 1.999 euros, incluindo IVA, e apenas caso o imóvel seja vendido. A plataforma, fundada por portugueses, permite aos vendedores terem acesso ao perfil do potencial comprador, agendar visitas e ter o imóvel publicado em vários sites e portais.

Outra alternativa semelhante é a Housefy, fundada em 2017, e com mais de 2.000 imóveis vendidos na Europa desde essa altura. A empresa cobra uma taxa fixa de 2.400 euros com IVA incluído (para imóveis à venda até 150.000 euros) ou 4.490 euros com IVA incluído (para imóveis à venda a partir de 150 mil euros) e apenas se o imóvel for vendido. Este segundo montante inclui fotos profissionais do imóvel, anúncios nos melhores portais, visitas ao imóveis, seleção dos compradores e todos os processos burocráticos.

Importa salientar que, para além desta comissão, as imobiliárias cobram uma taxa de serviço quando colocam um imóvel para arrendar ou vender. Essa taxa vai cobrir os custos da divulgação, visitas ao imóvel, etc. Esta taxa é cobrada independentemente de o imóvel ser arrendado/vendido ou não.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Ministro das Finanças do Canadá apresenta demissão

  • Lusa
  • 18 Agosto 2020

Após tensões crescentes com o primeiro-ministro Justin Trudeau sobre os gastos com a pandemia, Bill Morneau anunciou a sua demissão do cargo.

O ministro das Finanças do Canadá, Bill Morneau, anunciou a sua demissão na segunda-feira, após tensões crescentes com o primeiro-ministro Justin Trudeau sobre os gastos com a pandemia, segundo os media canadianos.

“Ao entrarmos numa nova fase na luta contra a pandemia (…), é tempo de um novo ministro das Finanças liderar o caminho”, disse Morneau em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

“É por isso que me demito do cargo de ministro das Finanças e deputado”, anunciou, após uma reunião com Trudeau.

Bill Morneau, que ocupava o cargo desde 2015, anunciou ainda que é candidato à liderança da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

As notícias de que Mark Carney, antigo governador do Banco do Canadá e do Banco de Inglaterra, estaria a aconselhar Trudeau durante a pandemia, alimentaram a especulação de que Morneau poderia ser substituído.

Na última semana, os meios de comunicação social canadianos noticiaram divergências profundas entre Morneau e o primeiro-ministro sobre como reanimar a economia do país, abalada pela pandemia de Covid-19, sem pôr em risco as finanças públicas, numa altura em que o défice previsto é superior a 340 mil milhões de dólares (216 mil milhões de euros).

O ministro das Finanças é também objeto de uma investigação pelo Comissário de Ética sobre a sua relação com uma instituição de caridade que empregou a sua filha e à qual o governo adjudicou um importante contrato sem concurso público.

A investigação implica igualmente Justin Trudeau, já que vários elementos da sua família terão sido pagos pela instituição.

O Comissário Federal de Ética iniciou a investigação após o governo ter concedido à associação um importante contrato para gerir um programa de bolsas de estudo no valor de quase mil milhões de dólares, apesar dos laços familiares dos dois líderes com a associação.

O programa foi entretanto retirado da associação, sem pôr fim à controvérsia.

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Automóvel já representa mais de metade do crédito ao consumo

Crédito ao consumo está a recuperar do confinamento provocado pela pandemia, mas muito à custa dos financiamentos para comprar automóveis cada vez mais caros.

Depois de um forte trambolhão, o crédito ao consumo está a recuperar. Deu um salto entre abril e maio, voltando a repetir o feito em junho, num movimento explicado em grande parte pela recuperação dos financiamentos para a compra de veículos, sejam novos ou usados. Os empréstimos com esta finalidade representaram mais de metade de todos os euros concedidos para o consumo no mês que fechou a primeira metade do ano.

De acordo com dados do Banco de Portugal, o crédito ao consumo aumentou cerca de 120 milhões de euros de maio para junho, alcançando os 420,3 milhões de euros em junho, ainda assim menos 26,4% do que há um ano. Este crescimento é explicado essencialmente pelos financiamentos para a aquisição de veículos: 87 dos 120 milhões tiveram esse destino.

No total, os novos créditos aos consumidores para a compra de automóvel atingiram os 221 milhões de euros em junho (contra os 134 milhões de euros em maio), representando o “peso” mais elevado alguma vez registado no total deste tipo de financiamento (o histórico recua apenas até janeiro de 2013): 52,7%.

A proporção de créditos para a compra de carro, considerando tanto ALD como crédito clássico, tanto para veículos novos como usados, superou os 44,8% registados em maio, que tinha sido já o “peso” mais elevado deste ano. E suplantou a anterior marca histórica que tinha sido alcançada em julho de 2018, altura em que o automóvel representou 47,4% do total.

Esta recuperação do financiamento automóvel, que tem puxado pela do crédito ao consumo como um todo, dando um sinal de confiança dos consumidores numa correção acelerada da economia portuguesa após o trambolhão de 16,3% no segundo trimestre, tem dado algum apoio à retoma do setor. Depois de afundarem, as vendas de automóveis novos, apesar de continuarem aquém das registadas no ano passado, têm vindo a recuperar.

Carros (cada vez) mais caros

A maior “fatia” dos financiamentos para a aquisição de veículos continua a ser crédito “clássico”, tendo este representado 89% do total durante o mês de junho. Dos 221 milhões de euros concedidos para esta finalidade, maior parte tem sido utilizada para a compra de veículos usados, razão pela qual os dados das vendas de veículos em Portugal crescem, mas pouco.

Deste montante, 85% é destinado a usados, com o remanescente a ser utilizado para a compra de veículos novos. Comum a carros usados e novos é o aumento do valor solicitado para a sua aquisição, com o valor dos créditos “clássicos” para usados a superar o dos novos, em junho: 12.828 euros contra 12.140 euros, revelam os dados do Banco de Portugal.

No caso dos financiamentos através de ALD, os valores solicitados são mais elevados, algo que é explicado por se tratarem de carros novos, mas mesmo sendo usados, são veículos com poucos anos. No caso dos novos, os valores têm atingindo máximos, tendo superado a fasquia dos 30 mil euros nos últimos meses, estando em torno dos 23 a 24 mil euros no caso dos usados.

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Poupança e eficiência energética são chave para empresas ajudarem a adiar a sobrecarga do planeta

Em 2020, 22 de agosto é o dia em que começamos a sobrecarregar o planeta diz a Global Footprint Network. Hoje estamos a gastar por ano 1,6 planetas Terra.

É uma data que se assinala todos os anos, mas não pelos melhores motivos. O Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day, no original em inglês) marca o momento em que a humanidade esgota todos os recursos biológicos que o planeta Terra tem capacidade para renovar durante todo o ano. A humanidade utiliza atualmente 60% a mais do que aquilo que pode ser renovado — o equivalente aos recursos de 1,6 planetas.

Portugal vai mais longe e é o 10º país do mundo com uma maior pegada ecológica, gastando por ano o equivalente a 2,5 planetas Terra.

Este ano, 22 de agosto é quando começamos a sobrecarregar o planeta diz a Global Footprint Network (em Portugal a data foi já assinalada a 25 de maio). O dia foi adiado quase um mês face às previsões iniciais, mas pelos piores motivos: a pandemia global de Covid-19 que obrigou milhões de pessoas em todo o mundo ao confinamento durante vários meses e assim contribuiu temporariamente para reduzir mas emissões de gases poluentes.

A pensar no papel que as empresas podem ter na reversão deste cenário, a Schneider Electric e a Global Footprint Network lançaram em conjunto o e-book “Strategies for One-Planet Prosperity” (Estratégias para a Prosperidade de um só planeta), que apresenta um enquadramento para que as os negócios de hoje continuem relevantes num mundo marcado pelas alterações climáticas e pela escassez de recursos. A recuperação económica que aí vem pode e deve ser verde.

A Schneider Electric está a colaborar com os investigadores da GFN para estimar quais as tecnologias disponíveis para edifícios, processos industriais e produção de eletricidade podem atrasar a data sem perda de produtividade ou conforto.

As duas entidades investigaram e descobriram que se 100% dos edifícios e infraestruturas industriais existentes em todo o mundo fossem equipados com tecnologias de eficiência energética e energia renovável (desenvolvidas e comercializadas pela Schneider Electric e pelos seus parceiros), e assumindo que não haveria mudanças nos hábitos humanos, a data do Earth Overshoot Day poderia ser adiada pelo menos em 21 dias. Ou seja, apenas através da feficiência energética seria possível ganhar mais três semanas por ano.

Se conseguirmos adiar o Dia da Sobrecarga da Terra por cinco dias, a cada ano que passa, seria possível regressar à “compatibilidade de um só planeta” antes de 2050, em linha com o Acordo de Paris. O e-book dá exemplos de empresas de vários setores económicos cujos modelos de negócios apoiam a visão “prosperidade de um só planeta”.

“Com a recuperação económica necessária na mente de todos, chegou a hora de os empresários e líderes da indústria reconhecerem que a oferta de produtos e serviços que melhoram a capacidade da humanidade para obter sucesso não tem a ver com fazer o bem, mas sim o que é necessário para o seu negócio”, afirma Mathis Wackernagel, fundador e presidente da Global Footprint Network, em comunicado.

O enquadramento de “prosperidade de um só planeta” foi lançado já no ano passado pela Schneider Electric e pela Global Footprint Network. Este ano, os dois parceiros uniram-se para ilustrar como as empresas cujos produtos e serviços apoiam o sucesso da humanidade a longo prazo – contribuindo para adiar a data do Earth Oveshoot Day – estão melhor posicionadas para se manter relevantes também a longo prazo.

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UE e Reino Unido em nova ronda negocial com o tempo a expirar

  • Lusa
  • 18 Agosto 2020

Negociadores-chefes da UE, Michel Barnier, e do Reino Unido, David Frost, voltam a encontrar-se, desta feita em Bruxelas.

A União Europeia e o Reino Unido iniciam esta terça-feira a sétima ronda de negociações sobre as relações pós-Brexit ainda longe de um entendimento e quando já só restam pouco mais de quatro meses para o final do período de transição.

Depois da ronda negocial celebrada em finais de julho, em Londres, e das férias de verão, os negociadores-chefes da UE, Michel Barnier, e do Reino Unido, David Frost, voltam a encontrar-se, desta feita em Bruxelas, tendo previsto para esta terça-feira um jantar de trabalho antes das negociações formais entre as suas equipas, que decorrerão entre quarta e sexta-feira.

A menos de cinco meses para o final do período de transição, Bruxelas e Londres estão muito longe de um acordo sobre a futura parceria, dado ambas as partes reconhecerem que subsistem “áreas de acordo substanciais”, em torno das quais não tem sido registados progressos, incluindo na sexta ronda negocial.

No final dessa anterior ronda de negociações, em 23 de julho, o negociador-chefe europeu, Michel Barnier, admitiu ser “pouco provável”, na atual fase de negociações, que os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) e o Reino Unido alcancem um acordo comercial pós-Brexit até final do ano, e ao longo do mês de agosto tem publicado na sua conta oficial na rede social Twitter uma mensagem em todas as línguas da UE, incluindo em Português, a sublinhar a necessidade de todos se prepararem para o final do período de transição.

A fase de transição que foi negociada após a saída formal do Reino Unido da UE, a 31 de janeiro deste ano, e que manteve o acesso do país ao mercado único europeu e à união aduaneira, termina a 31 de dezembro.

Se UE e Reino Unido não conseguirem chegar a um acordo nessa data, apenas as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), nomeadamente os direitos aduaneiros, serão aplicáveis a partir de janeiro de 2021 às relações comerciais entre Londres e os 27.

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Azevedo Pereira substitui Teixeira dos Santos na liderança do EuroBic

Mudanças à vista na EuroBic. Teixeira dos Santos está de saída do cargo de CEO, sendo substituído por José Azevedo Pereira. Pedro Maia será chairman. Assembleia geral marcada para dentro de um mês.

José Azevedo Pereira deverá ser o próximo presidente executivo do EuroBic, substituindo Fernando Teixeira dos Santos, apurou o ECO junto de duas fontes que conhecem o processo. O novo CEO do banco terá de passar o crivo de ‘fit and proper’ do Banco de Portugal, mas as consultas prévias já realizadas terão recebido sinais favoráveis do supervisor e será aprovado pelos acionistas (assim como a nova equipa de gestão da instituição) em assembleia-geral que se realizará no próximo dia 14 de setembro. Mas há mais novidades: O novo chairman será Pedro Maia, até agora administrador não executivo e que substituirá Diogo Barrote.

Já se sabia que a atual administração do banco estava com os dias contados. Por um lado, porque o EuroBic está em processo de venda (o processo tem conhecido desenvolvimentos nas últimas semanas) e o novo acionista indicará uma equipa da sua confiança — razão pela qual a última assembleia geral deixou cair a eleições de novos órgãos até à conclusão da venda. Por outro lado, porque o supervisor veio pressionar uma alteração da atual administração cujo mandato terminou em dezembro do ano passado, temendo que o processo de venda se arraste por demasiado tempo.

José Azevedo Pereira, MARIO CRUZ/LUSA

Com efeito, as mudanças estão aí e até já foi agendada uma assembleia geral de acionistas, marcada para dentro de um mês, para aprovar os novos gestores. Além de Teixeira dos Santos, da atual conselho de administração deverão sair Fernando Teles, Rui Pedras, Pedro Almeida e Silva e Bernardo Espírito Santo. Permanecerá Manuel da Luz como administrador financeiro, enquanto José Azevedo Pereira, antigo diretor-geral da Autoridade Tributária e que chegou ao banco há pouco mais de um ano para ficar com o pelouro do risco, entre outros, subirá ao posto de CEO.

Por outro lado, sabe o ECO, o administrador independente Duarte Pitta Ferraz deverá presidirá à comissão de auditoria, um novo órgão dentro do conselho de administração, em substituição do Conselho Fiscal. Susana Ferreira, até agora presidente, passará a administradora executiva.

Oficialmente, nenhuma das partes envolvidas neste processo (acionistas, EuroBic e Banco de Portugal) faz comentários às mudanças em perspetiva.

Ao que o ECO apurou, uma vez que a nova administração poderá ter um prazo de validade curto, em virtude da mais do que provável venda da posição acionista de Isabel dos Santos (cujos direitos de voto estão suspensos) e de Fernando Teles, além de outros pequenos acionistas angolanos, haverá um acordo que estabelece que os novos administradores terão direito a receber um ano de salários a partir do momento em que se efetivar a venda do banco a um novo investidor e este venha a indicar outra administração.

O processo de venda tem conhecido desenvolvimentos nas últimas semanas, depois de falhado o negócio com o Abanca devido ao baixo preço oferecido pelos galegos — cerca de 0,3 vezes os capitais próprios do banco, numa oferta que rondaria os 170 milhões de euros, abaixo dos 240 milhões iniciais. Há vários interessados no EuroBic, entre os quais o banco de investimento Haitong, que estará apostado em alargar as suas operações à banca comercial.

Todas estas mudanças foram desencadeadas pelo caso Luanda Leaks, cuja polémica rebentou no início do ano e colocou pressão sobre Isabel dos Santos e o EuroBic, onde a empresária angolana detém 42,5% do banco. Apesar disso, a filha do ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos está inibida de votar na próxima assembleia-geral do banco, por determinação do Banco de Portugal.

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Beirute: Danos segurados deverão ultrapassar 2 000 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 17 Agosto 2020

O montante do impacto do desastre na indústria de seguros é ainda desconhecido, mas especialistas já avançaram aproximações com base em sinistros mais ou menos semelhantes.

A destruição resultou das duas explosões que recentemente atingiram o porto da cidade de Beirute e vasta zona circundante. O impacto do segundo rebentamento (mais forte e devastador do que o da primeira detonação) provocou danos segurados entre 2000 milhões e 3000 milhões de dólares, antecipam especialistas ouvidos pela Reuters.

Beirute: visão parcial da área envolvente do porto marítimo, dias após a catástrofe de 4 de agosto.


Os números, com intervalo médio em torno de 2,1 mil milhões de euros
(ao câmbio corrente), resultam de aproximação a desastres semelhantes, embora com dimensão e natureza distintas.

A explosão no porto da capital libanesa causou cerca de 200 mortos e milhares de feridos, deixando montes de escombros e cenário de catástrofe na zona. Estimativas oficiais estimam prejuízo económico em torno dos 15 mil milhões de dólares, boa parte sem qualquer cobertura de seguros e numa altura em que os cálculos de danos segurados seriam ainda incertos, conforme adiantou a AM Best.

O elemento de comparação usado para estabelecer aproximações é o desastre de Tianjin, cidade portuária na China, em 2015, onde a explosão de toneladas de TNT produziu destruição material e causou pelo menos 116 mortos. De acordo com fontes especializadas que procuram perceber o impacto do sinistro de Beirute na indústria de seguros, a Swiss Re estimou os danos segurados do desastre na China entre 2,5 mil milhões e 3,5 mil milhões de dólares. “Traçando uma comparação com Tianjin”, o caso de Beirute traduzir-se-á em “perdas importantes” nos seguros, admitiu Ghislain Le Cam, responsável de analítica na agência AM Best, citado no artigo.

Fonte especializada da indústria seguradora, requerendo anonimato devido à sensibilidade do tema, adiantou que a tragédia de Beirute produziu danos segurados que poderão situar-se entre 2000 mil milhões e 3000 milhões de dólares, estimativa que converte o ponto central do intervalo em 2,1 mil milhões de euros.

Embora instituições como a Munich Re, AXA e Allianz assumam que ainda é cedo para avançar com estimativas, admite-se que os seguros de propriedade (património e edificado) e as linhas comerciais que cobrem restauração e hotelaria estarão entre as mais atingidas.

Informação mais recente das autoridades libanesas sobre a devastação causada pelo desastre indicam que 8000 edifícios foram danificados pelo rebentamento, dos quais 60 considerados património histórico estão agora em risco de desmoronamento, apontando-se os bairros antigos de Mar-Mikhaël e Gemayzé como os casos que requerem intervenção mais urgente.

A explosão de 2750 toneladas de material químico (nitrato de amónia) no porto de Beirute, a 4 de agosto, deixou mais de 250 mil pessoas sem casa fazendo aumentar os receios de agravamento da crise económica e alimentar que atinge a maior parte da população. Antes da catástrofe, o Banco Mundial estimava que metade da população do Líbano vive abaixo do limiar da pobreza.

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TikTok reforça batalha de comunicação contra Donald Trump

  • Lusa
  • 17 Agosto 2020

"Tendo em conta os rumores e a desinformação sobre o TikTok que proliferam em Washington e nos meios de comunicação social, queremos repor a verdade", disse a empresa chinesa no seu website.

A popular rede social TikTok, acusada de espionagem pelo Governo de Donald Trump, intensificou a sua campanha de comunicação, com uma nova página na Internet e uma conta no Twitter, dedicadas a combater “rumores”.

“Tendo em conta os rumores e a desinformação sobre o TikTok que proliferam em Washington e nos meios de comunicação social, queremos repor a verdade”, disse a empresa no seu website, com o lema “o último canto de sol da Internet”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem acusado nos últimos meses, embora sem apresentar qualquer prova, a popular plataforma de partilha de vídeos de utilizar os dados dos utilizadores norte-americanos para beneficiar Pequim.

Trump assinou duas ordens executivas destinadas a forçar a ByteDance, grupo chinês proprietário do TikTok, a vender rapidamente as operações americanas da rede, sob pena de a bloquear nos EUA.

“O TikTok não está disponível na China. Os dados dos utilizadores dos EUA são armazenados na Virgínia, com uma cópia de segurança em Singapura”, disse a empresa. “O TikTok nunca forneceu quaisquer dados americanos ao Governo chinês e não o faria se lhe fosse pedido”, acrescentam os responsáveis pela plataforma.

Num cenário de elevadas tensões comerciais e políticas com a China, o inquilino da Casa Branca tomou medidas radicais contra a rede, que é muito popular entre os mais jovens.

Em 06 de agosto, Trump proibiu o TikTok e o WeChat, rede social da chinesa Tencent, de efetuarem qualquer transação com parceiros norte-americanos durante 45 dias, por as considerar uma ameaça para a segurança, a política externa e a economia dos Estados Unidos.

Na sexta-feira, assinou uma segunda ordem executiva, forçando a ByteDance a vender as operações americanas da TikTok, a sua rede social internacional, no prazo de 90 dias.

“Há quase um ano que tentamos falar com o Governo dos EUA para encontrar uma solução”, reagiu a TikTok. “Mas fomos confrontados com uma administração que não leva os factos em conta, não respeita os procedimentos legais e tenta interferir nas negociações entre empresas privadas”, sublinham os responsáveis pela aplicação.

O gigante da informática norte-americano Microsoft está em negociação com o ByteDance para comprar a TikTok, pelo menos nos Estados Unidos.

O ByteDance deverá também confirmar que destruiu todos os dados “de utilizadores norte-americanos, obtidos através da TikTok e da Musical.ly”, uma aplicação norte-americana adquirida pela sociedade chinesa e fundida com a TikTok.

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Setor tecnológico dá novo recorde ao Nasdaq

Wall Street voltou a viver dias históricos esta segunda-feira. O índice Nasdaq somou 1% para atingir novo recorde, aproveitando a boleia das ações tecnológicas como a Nvidia, que disparou mais de 6%.

A primeira sessão da semana terminou com o índice tecnológico Nasdaq a bater um novo máximo de sempre, enquanto o S&P 500 também se aproximou de novo recorde histórico, com ambos os índices a subirem à boleia da Nvidia e outras cotadas do setor da tecnologia.

O Nasdaq, que foi o primeiro índice em Wall Street a recuperar das perdas infligidas pela pandemia, fechou a sessão desta segunda-feira com uma subida de 1,0% para 11.129,73 pontos, atingindo um novo marco histórico.

“A aposta é nas tecnológicas. Coisas que estavam a uma distância de dez anos no dia 18 de fevereiro já estão agora disponíveis: ensino à distância, ir a uma consulta no médico via Zoom, encomendar os medicamentos através do e-mail”, referiu Jake Dollarhide, da Longbow Asset, citado pela Reuters.

Por outro lado, o S&P 500 também tem protagonizado um bom momento nas últimas semanas, encontrando-se perto do seu registo máximo. Hoje deu mais um passo nesse sentido, com uma valorização de 0,27% para 3.381,99 pontos. Já o industrial Dow Jones perdeu 0,31%

Uma das estrelas da sessão foi a Nvidia, que disparou 6,68% para uma cotação nunca antes vista nos 493,48 dólares, isto depois de dois analistas terem aumentado o preço alvo da fabricante de chips antes de apresentar resultados na quarta-feira. A Tesla somou mais de 11% para 1.835,64 dólares.

Segundo dados da Refinitiv, 457 companhias do S&P 500 tinham já apresentado os resultados do passado trimestre, 81,4% das quais acima do esperado pelos investidores. Esta semana, várias retalhistas como a Walmart e a Target também prestam contas ao mercado.

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Clube italiano AS Roma comprado por 591 milhões

  • Lusa
  • 17 Agosto 2020

O norte-americano Dan Friedkin é o novo dono da AS Roma, adquirindo o clube de futebol italiano por 591 milhões de euros ao seu compatriota James Pallotta.

O norte-americano Dan Friedkin é o novo dono da AS Roma, treinada pelo português Paulo Fonseca, adquirindo o clube de futebol italiano por 591 milhões de euros ao seu compatriota James Pallotta, que o detinha desde 2012.

“O Grupo Friedkin anunciou a aquisição, através de Romulus e Remus Investments LLC, de cerca de 86,6% do capital social do clube e, adicionalmente, fará uma oferta pública de compra obrigatória das restantes ações ordinárias, por cerca de 13,4% do capital social”, refere o comunicado oficial dos transalpinos.

Hoje, foi a formalização do acordo revelado publicamente em 06 de agosto e que coloca o emblema da capital nas mãos de um empresário de 54 anos com negócios na hotelaria de luxo, cinema e venda automóvel e que, segundo a revista Forbes, terá uma fortuna estimada em 3,6 mil milhões de euros.

Estamos felizes por nos juntarmos à família AS Roma, adquirir um clube icónico e torná-lo um dos principais nomes do futebol mundial. É o que queremos fazer. O nosso compromisso com a Roma é total. Estaremos muito presentes em Roma, uma cidade que ocupa um lugar especial nos nossos corações”, disse Friedkin, em declarações oficiais divulgadas pelo clube.

O magnata já tinha manifestado o interesse na Roma em 2019, contudo a covid-19 atrasou o negócio: ao mesmo tempo, e face às contingências e implicações da pandemia, Friedkin terá investido menos 200 milhões de euros do que inicialmente previsto.

“Sabemos que nos foi dada uma equipa que representa uma parte vital da alma da Roma e esta é uma responsabilidade que vamos levar muito a sério e com grande humildade”, acrescentou o empresário.

A Roma, que viu entrar esta época Paulo Fonseca para o lugar de treinador, terminou a ‘Serie A’ italiana em quinto lugar.

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E se as festas do futuro forem em realidade virtual?

Um magnata russo está a apostar milhões de dólares em como as festas do futuro serão em realidade virtual. Sensorium é já considerada uma das startups mais bem financiadas da área.

Bares e discotecas encerraram por todo o mundo, mas poucos ou nenhuns reabriram com o desconfinamento. Por serem espaços fechados e de maior proximidade e contacto físico, são também possíveis hotspots de propagação do novo coronavírus. Talvez por isso um magnata russo veja potencial em organizar festas em realidade virtual.

Segundo a Bloomberg, Mikhail Prokhorov é um dos investidores que injetaram 100 milhões de dólares na startup Sensorium desde 2018, controlando-a efetivamente. A empresa transmite concertos de DJs famosos em realidade virtual, criando festas virtuais numa espécie de galáxia digital, onde os visitantes podem aproveitar a música, mas também socializar e comprar acessórios para o seu personagem imaginário.

Prokhorov tem uma fortuna avaliada em 12 mil milhões de dólares, assente na empresa de metais MMC Norilsk Nickel. O magnata também tem interesses noutros setores, como o da energia, sendo o mais recente na Sensorium, já considerada um dos projetos de realidade virtual mais bem financiados em todo o mundo.

A tecnologia realidade virtual ainda não está totalmente madura, pelo que a aposta deste investidor é arriscada. Ao contrário de outros aparelhos, como os PC e smartphones, os óculos de RV estão muito menos disseminados. Porém, a plataforma é vista como uma área tecnológica com grande potencial, à medida que a economia vai tornando-se cada vez mais digital. Uma tendência que a pandemia da Covid-19 veio acelerar ainda mais.

A Epic Games, criadora do popular jogo Fortnite, é uma das parceiras da Sensorium. Sendo gratuito, o Fortnite tem disparado em popularidade nos últimos meses, gerando milhares de milhões de dólares em receitas graças às funcionalidades ou acessórios que é possível comprar dentro do videojogo. Steve Aoki e deadmau5 são exemplos de DJs que já deram festas virtuais dentro do Fortnite este ano, em plena pandemia.

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Warren Buffett entra na corrida ao ouro e investe 565 milhões na Barrick Gold

A Berkshire Hathaway, liderada pelo "Oráculo de Omaha", revelou uma posição de 565 milhões de dólares no segundo maior grupo de exploração de ouro do mundo, a Barrick Gold.

O ouro nunca valeu tanto. A corrida pelo metal precioso tem atirado, nas últimas semanas, o valor da onça para máximos históricos acima de 2.000 dólares, à medida que os investidores procuram refúgio da incerteza que as ações e outros ativos não conferem. Desta vez, nem o lendário investidor Warren Buffett quis ficar de fora.

A Berkshire Hathaway, do magnata norte-americano também conhecido por “Oráculo de Omaha”, revelou uma posição de 565 milhões de dólares na Barrick Gold, o segundo maior grupo de exploração mineira de ouro do mundo, tornando-a na 11.ª maior acionista da companhia. A notícia foi avançada pelo The Wall Street Journal (acesso pago).

Segundo o jornal, a notícia causa surpresa tendo em conta que Buffett revelou no passado não gostar de investir em ouro, uma vez que, ao contrário dos dividendos das ações ou dos juros das obrigações, o ouro não gera qualquer rendimento passivo. Além disso, Buffett é conhecido por defender o investimento em ativos com valor e a preços baixos, enquanto o ouro e ativos do género têm estado em forte alta nos mercados internacionais.

Investir em empresas de exploração de ouro é considerada uma das formas de investir na subida do ouro, para além da compra dos lingotes físicos. Outras formas de investir neste ativo é a compra de ETF, que são fundos de investimento que transacionam em bolsa como se fossem ações.

Perante a notícia, as ações da Barrick Gold estão em forte alta. Os títulos disparam mais de 11%, para 29,99 dólares. Concretamente em relação ao ouro, o metal precioso corrigiu ligeiramente os ganhos das últimas semanas e está a cotar em torno dos 1.990 dólares a onça.

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