Epidemia de Covid-19 está num “ponto decisivo”, diz OMS

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2020

A Organização Mundial de Saúde alerta que o novo coronavírus entrou "num ponto decisivo", e, por isso, apela aos países que ajam rapidamente para conter o vírus.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou esta quinta-feira que a epidemia de coronavírus entrou num “ponto decisivo”, apelando aos países para agirem rapidamente para conter este vírus “muito perigoso”.

A epidemia, descoberta em dezembro em Wuhan, na China, contaminou mais de 78.600 pessoas naquele país, das quais 2.700 mortalmente.

Mas, sublinhou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a grande preocupação da organização atualmente é “o que se passa no resto do mundo”, com mais de 3.470 casos em 44 países.

“As provas de que dispomos mostram que não parece haver uma transmissão comunitária generalizada”, acrescentou em conferência de imprensa.

“Estamos num momento decisivo”, declarou, sublinhando que nos últimos dois dias o número diário de novas pessoas infetadas pelo novo coronavírus no mundo é superior ao registado na China.

Por outro lado, ao longo das últimas 24 horas, sete países, entre os quais o Brasil e a Noruega, registaram um primeiro caso. “Se agirem de forma agressiva agora, podem conter o coronavírus. O meu conselho é agir rapidamente”, acrescentou.

“As epidemias no Irão, em Itália e na Coreia do Sul mostram do que este vírus é capaz”, referiu, frisando que estes países enfrentam focos de pneumonia viral.

Ao mesmo tempo, destacou o diretor da OMS, “vários países não assinalam casos há mais de duas semanas”, como a Bélgica, o Camboja, a Índia, a Rússia e o Vietname.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82.000 pessoas infetadas, de acordo com dados reportados por 48 países e territórios. Das pessoas infetadas, mais de 33.000 recuperaram.

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Coronavírus faz razia nas bolsas. Lisboa já perdeu 5.155.000.000 euros esta semana

Os receios dos investidores com o surto de coronavírus está a espalhar o sentimento negativo pelas bolsas mundiais. Em Lisboa, a Galp Energia liderou as perdas.

O coronavírus voltou a contagiar as bolsas, com os investidores a temerem o impacto do surto na economia global. Em Lisboa, a Galp Energia afundou 5% e liderou as perdas do índice, com uma queda 3,1% para 4.952,15 pontos, no valor mais baixo desde outubro do ano passado. Desde o início da semana, a bolsa de Lisboa acumula uma desvalorização de 8%, equivalente a mais de cinco mil milhões de euros.

A China espera que o surto esteja sob controlo no final de abril, mas, para já, o clima é de incerteza. Segundo os últimos dados da Comissão Nacional de Saúde da China, há um total de 2.744 mortos e 78.497 infetados no país. Entre os casos confirmados, 43.258 ainda estão ativos e 8.346 encontram-se em estado grave. Mais de 32.400 pessoas já receberam alta após superarem a doença.

“A acumulação de evidências sobre o forte alastramento do vírus reforçou o nervosismo dos investidores”, explicaram os analistas do BPI, numa nota de fecho da sessão. “A bolsa nacional fechou com perdas avultadas, uma tendência comungada com o resto da Europa. A espiral de vendas atingiu a quase totalidade dos membros do PSI-20 (a única exceção foi a Ibersol), com seis deles a sofrerem perdas superiores a 3%”.

Foi a Galp Energia que liderou as perdas, a reagir ao impacto dos receios com o vírus no preço do petróleo (que afundou mais de 4% para mínimos de um ano). A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva desvalorizou 5% para 13,02 euros por ação, o que significa que perdeu 980 milhões de euros de capitalização de mercado num só dia.

Galp afunda 5%

A Nos (-4,46%), a Sonae (-4,45%), os CTT (-4,34%) e a Altri (-4,13%) também estiveram entre as cotadas que mais caíram na sessão. Até mesmo títulos mais defensivos registaram correções expressivas, como é o caso da EDP (-3,6%) — que reagiu igualmente à venda de um bloco de ações pelo principal acionista China Three Gorges –, da EDP Renováveis (-1,11%) e da REN (-2,8%). A única cotada do PSI-20 que não desvalorizou foi a Ibersol, que se manteve inalterada.

As perdas em Lisboa acompanham a tendência nas praças globais. Na Europa, o vermelho foi generalizado com o índice pan-europeu Stoxx 600 a perder 3,6% para mínimos de quatro meses. O italiano FTSE MIB — país europeu mais penalizado pelo vírus — afundou 2,66%, enquanto o espanhol IBEX 35 desvalorizou 3,55%, o alemão DAX caiu 3,19% e o francês CAC 40 recuou 3,32%.

“Provavelmente teremos mais alguns dias de quedas, em conjunto com algumas tentativas de recuperação, antes que as bolsas finalmente estabilizem”, antecipa o analista de mercados do Bankinter, João Pisco. “O impacto do vírus deverá estar cingido ao primeiro trimestre de 2020 e talvez, embora em menor medida, a parte do segundo trimestre de 2020. O impacto existe, mas pensamos que será passageiro”.

(Notícia atualizada às 17h00)

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Testar uma vacina em apenas três meses? Sim, graças à tecnologia

Uma farmacêutica desenvolveu uma potencial vacina para o coronavírus e prepara-se para os primeiros testes em humanos já no final de abril. Tecnologia está a ser crítica para acelerar a busca.

À medida que o coronavírus ganha terreno, cientistas têm trabalhado dia e noite à procura de uma vacina. É um processo que leva tempo. Antes de se anunciar uma cura, há que superar testes exigentes que garantam que o tratamento é seguro. Só depois pode ser administrado em humanos.

Mas este surto pode vir a revelar, mais uma vez, como é que a tecnologia, bem aplicada, ajuda a melhorar a vida das pessoas. Esta semana, uma pequena empresa farmacêutica, convenientemente chamada Moderna Inc., enviou às autoridades dos EUA uma primeira amostra da vacina para o novo coronavírus.

Ainda é cedo para gritar vitória. Mas o arranque dos testes em 25 voluntários já está marcado para o final de abril, depois de um período de apenas três meses, no qual a vacina esteve em desenvolvimento.

Se tudo correr como é esperado, será a primeira vez que uma vacina passa da fase de desenvolvimento à fase de testes em humanos em tão pouco tempo. Para comparação, na epidemia de SARS, que afetou a China em 2002 e 2003, uma vacina levou 20 meses até ser testada em doentes, segundo o WSJ.

Como é isto possível? Numa palavra, tecnologia. Para desenvolver esta potencial vacina, a Moderna recorreu a um plataforma tecnológica que funciona à base de “blocos”. Estes blocos podem ser ajustados rapidamente com a informação genética de um novo vírus, como é o caso do novo coronavírus.

Só deste modo é que a Moderna foi capaz de chegar a um tratamento promissor num espaço de tempo tão curto. Para comparação, o método mais convencional assenta em testes com proteínas virais (as proteínas produzidas pelas células infetadas), que são cultivadas em ovos e testadas em animais. E este processo pode levar anos até resultar num tratamento seguro para os doentes.

Uma vacina a ser injetada num ovo para efeitos de teste.Via Pixnio

Chegados aqui, convém moderar as expectativas. A Moderna não é a única empresa que está a trabalhar numa vacina e nada disto é garantia de que uma cura para o coronavírus vá ser encontrada em breve. Além disso, alguns especialistas já avisaram que “vai demorar” até ser encontrada a “cura” para o COVID-19, como é chamada a doença provocada pelo novo vírus.

Para já, resta-nos esperar que esta busca pela vacina, seja a da Moderna ou qualquer outra, venha a ter resultados concretos. A situação começa a complicar-se, mas a tecnologia, tantas vezes adversária da sociedade na era das Big Tech, propõe-se a ser uma aliada do ser humano nesta jornada. E não apenas na virologia, como também na prevenção de uma pandemia.

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SWORD Health estende ronda Series A. Capta mais 8,6 milhões

Startup portuguesa levantou 15,6 milhões de euros em Series A, vindos de dois investidores de Silicon Valley. Quer aumentar presença no mercado e investir em distribuição.

A startup portuguesa SWORD Health acaba de anunciar que levantou mais 8,6 milhões de euros, que se vêm juntar aos anteriormente captados pela empresa em abril do ano passado e que totalizam 15,6 milhões de euros (17 milhões de dólares) em Series A. O financiamento é liderado por dois investidores de Silicon Valley, Founders Fund e Khosla Ventures, e acompanhado pelos Green Innovations, Lachy Groom, Vesalius Biocapital e pela portuguesa Faber Ventures.

Com esta nova ronda, refere a startup em comunicado, a SWORD quer “aumentar a presença no mercado, investir em distribuição, parcerias, vendas e marketing e, ao mesmo tempo, realizar investimentos clínicos e operacionais estratégicos para melhorar a experiência e a recuperação dos seus pacientes”.

Fundada em 2015, a startup desenvolveu uma tecnologia capaz de tratar dor crónica e pós-cirúrgica que, atualmente, “é a única com resultados clínicos superiores aos de um fisioterapeuta humano”. Em ensaios clínicos, a SWORD superou a fisioterapia convencional em 30%.

“Na SWORD, adotamos uma abordagem disciplinada e incremental ao crescimento. Dado o grande interesse de vários investidores e a procura que recebemos do mercado, decidimos que este era o momento certo para expandir e tornar a SWORD o novo gold standard no tratamento na área muscoloesquelética”, explica Virgilio Bento, fundador e CEO da startup.

Já Vinod Khosla, fundador da Khosla Ventures, sublinha que a duplicação do investimento feito no ano passado reforça o posicionamento da empresa enquanto potencial líder de um mercado que representa 190 mil milhões de dólares. “A SWORD já provou que não só melhora significativamente os resultados clínicos dos pacientes como ao mesmo tempo reduz os custos com tratamento. Este é o futuro da saúde”, refere. Desde a sua fundação, em 2015, a SWORD Health já obteve um investimento total de 22 milhões de dólares.

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Bloco de Esquerda acusa banca de fazer chantagem com o Parlamento por causa do travão às comissões

A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua acusou os bancos de "não terem pudor" em ameaçar o Parlamento com uma onda de despedimentos e fecho de balcões caso o Parlamento trave comissões.

“Chantagem”. Foi esta a palavra usada pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, para classificar a posição da banca relativamente às propostas entregues no Parlamento por vários partidos, que visam colocar um travão a várias comissões da banca, como no MB Way e no crédito. A APB emitiu um comunicado em que lança a possibilidade de existirem mais despedimentos e encerramentos de balcões em resultado de um eventual travão às comissões.

“Os bancos não têm sequer pudor em ameaçar o Parlamento com uma onda de despedimentos e fecho de balcões”, disse a deputada bloquista, depois de salientar o recente anúncio de mais uma injeção do Fundo de Resolução no Novo Banco, logo no arranque da sua intervenção inicial.

Mariana Mortágua disse ainda que “durante mais de uma década a banca viveu como quis” e que “é inaceitável que os bancos venham reclamar” agora da vontade do Parlamento pretender colocar um travão a várias comissões bancárias.

Em cima da mesa do Parlamento estão 11 propostas legislativas do Bloco de Esquerda, PCP, PS PAN e PSD que serão sujeitas a votação na generalidade no fim da sessão desta quinta-feira.

A maioria das propostas visa colocar um travão a um conjunto de comissões bancárias aplicadas pelos bancos nos serviços prestados aos clientes. A limitação ou proibição da cobrança das comissões no MB Way, reúne a maior consonância entre os partidos à esquerda. Também há várias propostas no sentido de limitar ou mesmo garantir a gratuitidade da emissão de alguns documentos associados aos contratos de crédito: distrates ou emissões de declarações de dívida.

Não cederemos às chantagens e pressões da banca“, rematou a deputada bloquista no final da sua intervenção inicial.

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Quer ir trabalhar para o interior? Há novos incentivos

Num Conselho de Ministros descentralizado, o Executivo aprovou um pacote de medidas para ajudar a corrigir as "assimetrias regionais" que visam tornar o interior masi atrativo ao investimento.

Promover a fixação da população no interior do país, mas também ajudar a atrair investimentos para estes territórios é o objetivo do pacote de medidas aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros realizado em Bragança. Dar incentivos aos funcionários públicos que decidam ir trabalhar para o interior, apoios financeiros para os trabalhadores de PME que se mudem para estes territórios ou incentivar as empresas a investir, nomeadamente em parceria com as universidades, são alguns dos exemplos.

O programa de incentivos à fixação de trabalhadores do Estado no interior abrange “tanto incentivos de natureza pecuniária como outros aspetos relacionados com a prestação de trabalho”. Serão atribuídas ajudas de custo quando essa mobilidade “seja determinada pelo Estado”, sendo dada uma “compensação remuneratória”, definida por portaria, quando a deslocação ocorra “por vontade” do trabalhador. Estão também previstos “apoios para as famílias com filhos jovens que tenham abono [de família]”, explicou horas antes a ministra Alexandra Leitão, à Lusa.

O objetivo deste programa é “reforçar os estímulos à mobilidade geográfica no mercado de trabalho e adotar políticas ativas de repovoamento dos territórios de baixa densidade populacional”, sublinha o comunicado do Conselho de Ministros, acrescentando que “o diploma, aprovado na generalidade, seguirá agora para consulta pública”.

Por outro lado, foi também aprovado o programa já conhecido de apoio aos trabalhadores do setor privado que aceitem ir trabalhar para o interior. Neste caso está um apoio inicial de 4.827 euros. Batizado de “Trabalhar no Interior”, este programa inclui incentivos de contratação para empresas e medidas de apoio ao regresso dos emigrantes. Por outro lado, os estágios profissionais que se realizem no interior terão uma majoração de dez pontos percentuais na comparticipação da bolsa pelo IEFP, bem como a majoração em 20% do prémio-emprego (conversão do contrato de estágio em contrato sem termo). A nível da formação profissional, o Governo vai abrir 13 Centros Qualifica, e serão flexibilizadas as regras relativas ao número mínimo de alunos por curso.

E para reduzir as desigualdades, uma das prioridade assumidas pelo Executivo, através do “combate às disparidades regionais e à promoção de um desenvolvimento equilibrado dos territórios” foi ainda aprovado o programa +CO3SO que tem uma vertente laboral, mas também empresarial seja através de apoios às empresas que queiram investir no interior. No seu conjunto está em causa apoios de 426 milhões de euros que deverão permitir criar 4.200 postos de trabalho diretos.

O Governo destaca dois aspetos deste programa — a vertente do conhecimento e a digital — mais virado para as empresas e para as universidades e que só por si, com 50,5 milhões de fundos comunitários deverá criar 424 postos de trabalho.

O programa de mobilidade de estudantes “Conhecer Portugal”, quer apoiar a realização de estágios e atividades de I&D sobre as regiões portuguesas de menor densidade populacional de Portugal, e o “Programa Internacional de Investigação sobre Montesinho”, “orientado para atividades de investigação e desenvolvimento que promovam a relevância internacional do Parque Natural do Montesinho, e a criação do Observatório de Montesinho” foram outras das medidas aprovadas no âmbito da estratégia de Coesão Territorial discutida pelo Executivo.

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Bruxelas prepara medidas de apoio a setores mais afetados por causa do coronavírus

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2020

O comissário europeu da Indústria indicou que Bruxelas estará a preparar, caso se torne necessário, "medidas de apoio" aos setores económicos afetados pelo coronavírus, ainda sem especificar quais.

Bruxelas está a preparar, caso se torne necessário, “medidas de apoio” aos setores económicos enfraquecidos pelo coronavírus Covid-19, disse esta quinta-feira o comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, sem especificar as possíveis ajudas.

“É muito cedo para dizer. Estamos atualmente a analisar a situação“, afirmou

Muitos setores estão a ser afetados pela epidemia: desde logo, o turismo, porque, como observou Breton, “os chineses não vêm para a Europa há dois meses”, mas também muitos setores com redes de produtos ligadas à China: “automóveis, saúde, aparelhos eletrónicos, madeira ou brinquedos”.

“É muito cedo para medir o impacto exato, mas é a altura de colocarmos em movimento a coordenação de informações e medidas”, acrescentou.

Os ministros da Economia da Europa, reunidos esta quinta-feira em Bruxelas, agendaram novo encontro para daqui a um mês com o objetivo de fazer um balanço.

“Propus reunirmo-nos novamente, o que foi aceite por todos os Estados-membros”, adiantou o comissário. “Estamos a acompanhar os números dia-a-dia e daqui a um mês iremos tirar conclusões sobre as consequências”, concluiu.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infetadas, de acordo com dados reportados por 48 países e territórios. Das pessoas infetadas, mais de 33 mil recuperaram.

Além de 2.744 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 25 casos suspeitos de infeção, sete dos quais ainda estavam em estudo na quarta-feira à noite. Os restantes 18 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.

No seu primeiro boletim diário sobre a epidemia, divulgado na quarta-feira, a DGS indicou que, “de acordo com a informação atual, o risco para a saúde pública em Portugal é considerado moderado a elevado”.

O único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da cidade japonesa de Okazaki, situada a cerca de 300 quilómetros a sudoeste de Tóquio.

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Concorda que o Parlamento obrigue os bancos a travarem as comissões no MB Way? Responda ao inquérito no Facebook ou no Twitter

  • ECO
  • 27 Fevereiro 2020

Perante a escalada dos custos para os clientes bancários, os partidos querem travar as comissões, nomeadamente no MB Way. Concorda? Responda ao inquérito no Facebook ou no Twitter.

Cinco partidos com assento parlamentar propõem que o Parlamento obrigue os bancos a aplicarem um travão às comissões cobradas em serviços como o MB Way. As propostas, que vão a votos esta quinta-feira, abrangem ainda outros serviços prestados pela banca, como o pagamento da prestação do crédito da casa.

Com a banca a puxar pelas comissões, muitos portugueses queixam-se dos valores cobrados, por exemplo, nas transferências. Críticas que têm sido particularmente visíveis nas comissões associadas ao MB Way, a popular aplicação da SIBS.

Com os valores exigidos nestas operações, mas também noutras que, diz a Deco, não têm sequer serviços associados — como acontece no caso das comissões de processamento das prestações dos créditos para a compra de casa –, concorda que os partidos forcem um travão nos encargos exigidos aos clientes bancários?

O ECO colocou a questão nas redes sociais. Partilhe, vote e participe, através do Facebook ou do Twitter:

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Ramalho diz que 2019 foi “marco importante” para o Novo Banco

Presidente do Novo Banco diz que contas de 2019 assumem uma "relevância especial" dado que terminou o período em que o banco tinha de cumprir várias exigências de Bruxelas em termos de viabilidade.

António Ramalho, que esta sexta-feira apresenta das contas anuais do Novo Banco, considera que 2019 representou “um marco importante” na reestruturação da instituição.

Numa carta dirigida ao presidente da comissão de Orçamento e Finanças, Filipe Neto Brandão, o presidente do banco adiantou que a divulgação dos resultados do ano passado assumem uma “relevância especial”, dado ter terminado “o período em que o Novo Banco tinha de cumprir um conjunto alargado de compromissos que constam do acordo assinado entre o Estado português e a União Europeia, por altura da sua operação de venda”.

É nesse sentido que Ramalho assume que “o presente exercício representa um marco importante no processo de reestruturação encetado em 2017”, quando o banco foi vendido aos americanos do Lone Star. Em causa estão compromissos de viabilidade que o banco tinha de cumprir até final do ano passado e que garantem a prossecução do ajustamento sem fechos de balcões ou despedimentos adicionais.

António Ramalho voltou a mostrar-se disponível para explicar as contas do Novo Banco aos deputados. “Venho renovar (…) a minha total disponibilidade para dar conta da evolução do processo de reestruturação do Novo Banco atualizado a 2019”, disse, dirigindo-se a Filipe Neto Brandão.

O Novo Banco voltou a ter prejuízos significativos em 2019, o que obrigará a acionar novamente o mecanismo de capital contingente, acordado entre Governo e a União Europeia há três anos. Luís Máximo dos Santos, presidente do Fundo de Resolução, que detém 25% do Novo Banco, revelou esta quarta-feira que a instituição financeira vai pedir 1.037 milhões de euros.

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Coronavírus provoca fortes quedas em Wall Street. Bolsas caem quase 3%

Com o número de infetados pelo coronavírus a acelerar em todo o mundo, os investidores estão alarmados. Há uma fuga ao risco que se traduz numa forte pressão vendedora nas bolsas dos EUA.

A rápida propagação do coronavírus está a alarmar os investidores, continuando assim a pressionar os mercados de todo o mundo. Nos Estados Unidos, Wall Street arrancou a penúltima sessão da semana com quedas significativas: os três índices de referência desvalorizaram quase 3%.

O S&P 500 cai 2,57% para 3.036,61 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq perde 2,99% para 8.767,25 pontos. O Dow Jones está a recuar 2,39% para 26.475,05 pontos.

Os investidores estão preocupados com o surto de coronavírus, num momento em que o número de infeções registadas na China — país onde se originou esta epidemia — já foi ultrapassado pelo número de casos registados noutros países, em particular em Itália e no Irão.

“Recentemente, os mercados perceberam que o surto é muito pior [do que se pensava] e estão agora a refletir realisticamente o impacto do vírus na economia“, explica o analista Philip Marey, do Rabobank, citado pela Reuters. O especialista acrescenta, de resto, que o otimismo inicial de que este surto ficaria mais ou menos contido na China foi, entretanto, desfeito, o que está a pesar sobre as praças mundiais.

A contribuir para o pessimismo atual estão também as posições assumidas pelo Goldman Sachs — que estima que as empresas norte-americanas não verão os seus resultados crescer de todo em 2020 — e pelo Bank of America — que reviu a previsão de crescimento mundial para o nível mais baixo desde o pico da crise financeira.

Além disso, os dados revelados, esta quinta-feira, indicam que o crescimento da economia norte-americana abrandou em 2019 para 2,3%, depois de ter atingido 2,9% no ano anterior.

Na sessão desta quinta-feira, destaque ainda para a Gilead Sciences, cujas ações valorizam 2,82% para 76,81 dólares. Isto num momento em que a farmacêutica norte-americana anunciou que já começou a testar em pacientes um fármaco experimental para lutar contra o coronavírus.

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Petróleo afunda mais de 5%. Toca mínimo de mais de um ano

Com os receios quanto ao impacto do coronavírus na economia mundial, o petróleo está a afundar nos mercados internacionais. As empresas do setor estarão a ser arrastadas.

Perante a escalada de casos de coronavírus a nível mundial, estão a aumentar os receios dos investidores quanto ao crescimento da economia global, levando a uma forte queda das cotações do petróleo. O barril está a afundar 5% no mercados internacionais, com o Brent e o West Texas Intermediate a tocarem mínimos de mais de um ano. A China espera que o surto esteja sob controlo no final de abril, mas, mesmo que aconteça, não se sabe ainda qual será o impacto económico.

Segundo os últimos dados da Comissão Nacional de Saúde da China, há um total de 2.744 mortos e 78.497 infetados no país. Entre os casos confirmados, 43.258 ainda estão ativos e 8.346 encontram-se em estado grave. Mais de 32.400 pessoas já receberam alta após superarem a doença.

“Há duas implicações económicas deste surto. Primeiro, a disseminação alargada do vírus irá inevitavelmente causar maiores restrições nas viagens internacionais e afetar a vontade das pessoas de participar em reuniões públicas ou em atividades do dia-a-dia“, explica Michael Strobaek, global CIO do Credit Suisse, numa nota de research sobre o impacto do coronavírus nos mercados financeiros. “Segundo, mais disrupções na produção irão depender muito das restrições impostas por governos e reguladores”, sublinhou, apontando para a possibilidade de serem fechadas mais fronteiras.

Estas implicações poderão comprometer o crescimento económico global e, consequentemente, a procura por petróleo, enquanto restrições de movimentos limitam os gastos com combustíveis. Neste cenário, o petróleo segue em forte queda. O crude WTI afunda 5,13% para 46,23 dólares por barril e o Brent de referência europeia desvaloriza 4,3% para 51,15 dólares por barril.

Brent volta a aproximar-se dos 50 dólares

As empresas do setor petrolífero estão a acompanhar a queda dos preços da matéria-prima. Na bolsa de Lisboa, a Galp Energia é a cotada que mais cai: quase 6% para 12,92 euros por ação, em mínimos de cinco meses. A petrolífera portuguesa acompanha as perdas das pares europeias (a Shell recua 4,5% em Amesterdão e a BP perde 4,3% em Londres, por exemplo), mas há quedas bem mais expressivas: a Southwestern Energy tomba 14% e a Gulfport Energy afunda 15%, em Nova Iorque. A maior petrolífera do mundo, a Saudi Aramco deslizou 0,30%, na bolsa da Arábia Saudita.

Apesar das fortes quedas, o Credit Suisse lembra que parte do selloff está associado ao pânico que se está a gerar no mercado. “Taticamente, mantemos uma posição neutra sobre as ações e uma alocação moderada em commodities pois pensamos que o recente movimento no preço do petróleo e noutras matérias-primas já descontam um cenário de crescimento mais pessimista“, acrescentou Strobaek.

(Notícia atualizada às 15h10)

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BE e PCP querem travar penhoras de habitações próprias

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2020

As propostas do Bloco de Esquerda e do PCP são discutidos esta tarde na Assembleia da República. Ambos os diplomas propõem regimes que travam a penhora de habitação própria.

A Assembleia da República debate na sexta-feira duas propostas, dos grupos parlamentares do BE e do PCP, para a implementação de regimes de proibição de penhora ou execução da hipoteca de habitação própria.

O projeto de lei do BE “garante a impenhorabilidade da habitação própria e permanente, evitando que este bem possa ser penhorado em processos de execução de dívida”. Na exposição de motivos do grupo parlamentar do BE, os deputados propõem “a alteração para que apenas em situação de garantia hipotecária e a sua execução se destine ao seu próprio pagamento, o imóvel com finalidade de habitação própria e permanente pode ser executado”. Segundo o projeto bloquista, a proteção “apenas se considera para imóveis com valor patrimonial tributário igual ou superior a 250.000 euros”.

Já o PCP propõe que “se elimine a possibilidade de penhora ou execução de hipoteca sobre a habitação quando se comprove a inexistência de rendimentos suficientes para assegurar a subsistência do executado ou do seu agregado familiar, incluindo no âmbito de processos de execução fiscal”.

O PCP limita a possibilidade de penhora ou execução da hipoteca sobre habitação própria e permanente aos casos em que “cumulativamente” a execução se destine ao pagamento do próprio crédito ou dívidas a ele associados e quando “não seja possível garantir, pela penhora de outros bens ou rendimentos, o pagamento de dois terços do montante em dívida no prazo estabelecido”.

Nos casos em que é possível pagar os dois terços em dívida, o montante remanescente é considerado em falta e pode ser executado o seu pagamento “no decurso do prazo da penhora de bens e rendimentos, caso se verifique a existência superveniente de outros rendimentos ou património do executado”, ou “no prazo de cinco anos contados do final do prazo da penhora de rendimentos”.

“O PCP propõe ainda que a venda do imóvel possa apenas concretizar-se quando o montante a realizar com essa venda seja superior ao que seria obtido com aquela penhora de outros bens e rendimentos do executado“, pode ainda ler-se na exposição de motivos dos deputados comunistas. Neste caso, a penhora poderia incidir “sobre rendimentos de terceiros que o executado indique, desde que obtido o respetivo consentimento”.

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