Travão aos vistos gold passa. Acabam em Lisboa e Porto

A proposta do PS foi aprovada com os votos a favor do PSD. Já o Bloco de Esquerda e o PAN votaram contra e viram as respetivas propostas sobre o fim dos vistos gold serem chumbadas.

A limitação da concessão dos vistos gold aos investimentos imobiliários em municípios do interior ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira foi aprovada esta terça-feira, na discussão na especialidade do Orçamento do Estado 2020.

A proposta do PS foi aprovada com os votos a favor do PSD. Já o Bloco de Esquerda e o PAN votaram contra e viram as respetivas propostas sobre o fim dos vistos gold serem chumbadas. O aumento do valor mínimo dos investimentos na criação de empresas, bem como do número de postos de trabalho a criar, também passou na votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020.

A medida pretende “favorecer a promoção do investimento nas regiões de baixa densidade, bem como o investimento na requalificação urbana, no património cultural, nas atividades de alto valor ambiental ou social, no investimento produtivo e na criação de emprego”, propondo, para tal, restringir ao território das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Interior e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira os investimentos em imobiliário com vista à obtenção de uma autorização de residência, e aumentar o valor mínimo dos investimentos e do número de postos de trabalho a criar.

Em simultâneo pretende-se aliviar a pressão do mercado imobiliário em zonas como Lisboa e Porto, acabando com a possibilidade de obtenção de um visto gold através de investimento em imobiliário nestas zonas e nas CIM do Litoral.

Contudo, a proposta não prejudica a possibilidade de renovação das autorizações de residência concedidas ao abrigo do regime atualmente em vigor, nem a possibilidade de concessão ou renovação de autorizações de residência para reagrupamento familiar previstas na lei, quando a autorização de residência para investimento tenha sido concedida ao abrigo do regime atual.

Na primeira versão do OE, o PS já tinha demonstrado intenções de fazer alterações ao Regime das Autorizações de Residência para Investimento, mais conhecido por vistos gold. Perante a possibilidade de mudança do regime o setor imobiliário reagiu, com os principais players a afirmarem que este travão ia acabar de vez com o programa, afastando os investidores estrangeiros de Portugal. “São várias mexidas ao mesmo tempo, está a ser demais. E o imobiliário pode não aguentar”, disse ao ECO Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

Outros defendem que a concentração de vistos nas duas principais cidades do país não é assim tão significativa. De acordo com os dados do SEF, citados pelo Público, dos 7.272 vistos gold que foram atribuídos para a compra de imóveis no valor igual ou superior a 500 mil euros — o principal caminho usado pelos investidores — “a maioria” diz respeito a Lisboa e Cascais, enquanto o Porto representa apenas 1% dos vistos concedidos.

Esta autorização legislativa tem a duração do ano a que corresponde o OE2020.

“Com esta medida, procuramos retirar a pressão [no mercado imobiliário] existentes nas áreas metropolitanas [de Lisboa e do Porto]. Esta nossa medida contribuirá para a uma maior coesão territorial”, defendeu a líder da bancada dos socialistas, Ana Catarina Mendes, quando a iniciativa foi apresentada com mais detalhe.

Desde que foram criados, em 2012, já foram atribuídos 8.207 autorizações de residência, num total de quase cinco mil milhões de euros em investimento. Do número total de vistos, 94% foram concedidos através da compra de imóveis.

Valor mínimo de investimento mais alto e mais postos de trabalho

Para além do investimento imobiliários, os estrangeiros podem ter acesso a um visto através do investimento em empresas (com a consequente criação de postos de trabalho) ou fundos de investimento, cultura, artes ou ciência. E foi neste ponto que os socialistas também pediram mudanças. Na proposta de alteração ao OE, o PS propôs “o aumento do valor mínimo dos investimentos e do número de postos de trabalho a criar”.

Em julho do ano passado, fonte do SEF indicou à Lusa que tinham sido atribuídos 16 vistos através deste investimento, dando origem, a pelo menos 200 postos de trabalho. Relativamente à área de investimento, a zona com mais destaque era a da Grande Lisboa, num total de oito vistos.

Esta alteração já é aceite de forma mais tranquila pelo setor. Luís Lima, presidente da APEMIP, adiantou ao ECO que já tinha proposto ao Governo esta solução. “A minha proposta era aumentar o investimento mínimo”, disse o representante das imobiliárias. O mesmo defendeu Hugo Santos Ferreira, vice-presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII). Em comunicado, afirmou que “uma medida correta seria aumentar o valor mínimo exigido para a atividade de investimento elegível para a obtenção de um golden visa nesses locais, por exemplo dos atuais 500.000 para 750.000 euros”.

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Redução do IRC no interior dispara criação de empresas

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2020

Estudo de economistas do ISEG aponta para que reduzir a taxa de IRC para as empresas do interior tem como consequência um aumento na taxa de criação de novas sociedades, gerando mais emprego.

A introdução de benefícios fiscais para as empresas do interior leva a um aumento significativo na criação de novas sociedades e postos de trabalho, conclui um estudo. Para um período de três anos, e assumindo um conjunto de pressupostos, as reformas fiscais levadas a cabo permitiriam a criação de 29.150 empresas e 223.500 postos de trabalho, noticia o Jornal de Negócios (acesso pago) nesta quarta-feira.

As conclusões são de um estudo levado a cabo por economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) que analisaram o impacto das alterações ao IRC em Portugal na primeira década dos anos 2000 e que tivera como foco as reduções e benefícios fiscais para as empresas localizadas no interior do país.

As conclusões do trabalho vêm confirmar é que os impostos sobre as empresas “reduzem as capacidades de investimento em capital e em funcionários qualificados”, diz Ana Venâncio, uma das coautoras do estudo, citada pelo Jornal de Negócios.

Contabilizando as alterações fiscais introduzidas naquele período estas levaram à entrada de empresas nos municípios beneficiados em 0,41% e a criação de emprego em 0,24%. Para um período de três anos, e assumindo um conjunto de pressupostos, as reformas levadas a cabo permitiriam a criação de 29.150 empresas e 223.500 postos de trabalho, refere o estudo.

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OE2020: Aprovada proposta que prevê atribuição automática de bolsas de estudo

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2020

As propostas que aumentam complemento de alojamento para estudantes também foram aprovadas na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2020.

A proposta do PS que propõe a criação de um processo de atribuição automática de bolsas de estudo de ação social foi aprovada por unanimidade na terça-feira, no âmbito da discussão na especialidade das propostas de alteração ao OE2020.

A proposta apresentada pelo grupo parlamentar do Partido Socialista prevê que a medida abranja os estudantes que “ingressem no ensino superior através do concurso nacional e que, no ano letivo anterior, tenham sido beneficiários do escalão 01 do abono de família”.

O PS considera que a medida agora proposta no âmbito do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020) “tem como propósito reduzir a incerteza” e obter acesso mais célere “à ação social para quem transite do ensino secundário para o ensino profissional”.

O grupo parlamentar socialista considera que vai atenuar as “barreiras económicas ao acesso ao ensino superior”, promovendo, desta forma, a qualificação dos alunos.

Aprovado aumento do complemento de alojamento para estudantes

As propostas de PS, PSD e Bloco de Esquerda relativas ao aumento do complemento de alojamento para estudantes do ensino superior foram aprovadas no âmbito da discussão na especialidade das propostas de alteração ao OE2020.

A proposta apresentada pelo grupo parlamentar socialista que prevê o aumento do complemento de alojamento a estudantes do ensino superior “em função do valor mediano por metro quadrado dos novos contratos de arrendamento”, de acordo com os valores apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, e cujo preço para arrendar seja “superior ao valor nacional do mesmo indicador”, foi aprovada com os votos a favor de PS, BE, PCP, PAN, CDS-PP e Chega. PSD e Iniciativa Liberal (IL) abstiveram-se.

“O preço da habitação é muitas vezes uma segunda propina, que o estudante tem de enfrentar” que pode constituir “um entrave real” a alunos que tenham ido estudar para longe “da sua residência habitual”, refere a bancada parlamentar liderada por Ana Catarina Mendes.

O Partido Socialista realça que “importa não só continuar a expandir a oferta de residências estudantis”, como também “adequar os apoios existentes” de modo a “acompanhar o esforço financeiro de acesso à habitação” por parte do Estado.

Já a proposta dos sociais-democratas, que propõe a “alteração do valor do complemento mensal de alojamento para estudantes bolseiros sem vaga em residências estudantis” para um valor igual “ao valor do encargo efetivamente pago” pelo arrendamento e “comprovado por recibo” até ao limite de 50% “do indexante dos apoios sociais”, foi aprovada com os votos favoráveis de PSD, CDS-PP, BE, PCP, PAN e Chega, votos contra de PS e abstenção da IL.

O grupo parlamentar do PSD considera que o atual complemento de alojamento para estudantes com direito a bolsa é “insuficiente para o arrendamento de um quarto em grande parte” do território nacional, em particular, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e que colocam “em causa a frequência académica” de muitos alunos.

A bancada parlamentar liderada pelo também presidente do partido, Rui Rio, afirma que o Governo “só tardiamente despertou para a grave carência alojamentos a preços regulados”.

A proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda, que pretende não só reforçar o “valor previsto para o Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior (PNAES), duplicando o montante”, mas também o aumento “do valor do complemento de alojamento”, foi aprovada os votos a favor dos bloquistas, PCP, PSD, CDS-PP e Chega, votos contra de PS e abstenção da IL.

“Esta medida de urgência, ainda que não resolva a médio prazo a crise de habitação [em Portugal], garante uma resposta a curto prazo a milhares de estudantes deslocados”, sublinha a proposta do BE.

Durante a discussão na especialidade das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2020 também foi aprovada a proposta do Livre – que deu entrada na Assembleia da República em 13 de janeiro, antes de a deputada única do partido, Joacine Katar Moreira, ter passado ao estatuto de deputada não inscrita – que prevê o reforço da ação social no ensino superior em função do custo de vida local da universidade.

A proposta foi aprovada com os votos favoráveis de PS e PAN, contra de CDS-PP e Chega e abstenção das restantes bancadas parlamentares.

O Livre considera que “é fundamental criar condições para que mais pessoas frequentem e concluam com sucesso estudos superiores, independentemente da sua localização”.

Por essa razão, o partido propõe que o Governo altere, até 30 de junho, o Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, propondo o aumento “do complemento de alojamento nos casos em que o valor mediano das rendas por metro quadrado de novos contratos” de arrendamento, na região onde o estudante frequente os estudos, “seja superior ao valor mediano nacional”.

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Hoje nas notícias: IRC, trabalhadores-estudantes e Fisco

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Numa semana marcada por maratonas no Parlamento na votação de propostas de alteração ao Orçamento do Estado, há também vários outros temas a marcar o dia. Um estudo do ISEG concluiu que a redução da taxa de IRC no interior do país na primeira década de 2000 fez aumentar o número de empresas criadas, bem como o número de postos de trabalho. Ainda no trabalho, depois de anos em queda, o número de trabalhadores estudantes voltou a subir. O ex-ministro António Vitorino continua a estar nas capas dos jornais, enquanto os avanços do coronavírus começam a alarmar os portugueses que vivem em Macau.

Redução do IRC no interior dispara criação de empresas

Os vários benefícios fiscais à interioridade que foram sendo criados entre 1997 e 2011, altura em que a taxa de IRC chegou a ser de apenas 10%, fez subir 0,41% o número de empresas criadas nos municípios beneficiados e a aumentar 0,24% a criação de emprego, conclui um estudo do ISEG. Para um período de três anos, dizem os economistas deste instituto, as reformas levadas a cabo permitiriam a criação de 29.150 empresas e 223.500 postos de trabalho. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

30% da receita da consultora de Vitorino veio de empresa suspeita de corrupção

O ex-ministro da Defesa, António Vitorino, está desde o início do ano envolvido numa investigação por corrupção em Espanha, por suspeitas de ter participado num esquema de corrupção que envolve a petrolífera estatal venezuelana. Em causa estão três transações de 255.000 euros recebidas pela consultora que Vitorino tem desde 2011 com a mulher. Mas a Justiça espanhola está ainda a investigar dois pagamentos de 35.000 euros, feitos em 2011 e 2012, que terão tido o ex-ministro como destinatário direto. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Número de trabalhadores-estudantes volta a subir

O número de trabalhadores-estudantes nas instituições de ensino superior nacionais está em máximos de seis anos, praticamente, e, após vários anos em queda, voltou a subiu. Entre os anos letivos 2012-2013 e 2016-2017, este estatuto sofreu uma descida de mais de 11.000, passando de 40.586 para 29.053, mostram dados do Ministério do Ensino Superior. Para o presidente a Federação Académica do Porto (FAP), esta melhoria tem a ver com a situação económica do país e com o aumento de estudantes a entrar na faculdade. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Fisco promove concurso privado que já teve 500 mil participantes

O Fisco incentivou contribuintes a participarem num concurso privado — “Mudar é Ganhar” –, da empresa A2D Consulting, onde também participam clientes de cerca de 20 empresas. Para este “encaminhamento” de pessoas ao concurso em causa, que foi feito através de SMS, a Autoridade Tributária pagou à A2D 15.000 euros, tendo o contrato sido assinado em setembro por ajuste direto, alegando-se falta de recursos próprios do Estado. Este processo gerou duas queixas na Comissão Nacional de Proteção de Dados. Leia a notícia completa na TSF (acesso livre)

Encerramento de casinos alarma portugueses em Macau

Os efeitos do coronavírus estão a começar a alastrar-se a cada vez mais países e, esta terça-feira, depois de dois casos confirmados, Macau decidiu encerrar por duas semanas os casinos, já que um dos casos envolve uma funcionária de um destes estabelecimentos. A notícia destes encerramentos está a deixar alarmados os vários portugueses que vivem em Macau, que estão numa “corrida louca” aos supermercados e há até já vários com bilhetes de avião para abandonarem o país, sem saberem se o podem fazer.Leia a notícia completa no Jornal I (link indisponível)

 

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5 coisas que vão marcar o dia

O IVA da eletricidade é o tema quente do dia, em que serão também divulgados dados do desemprego e conhecidas decisões sobre a produção de petróleo e a dívida pública da Argentina.

Ao terceiro dia de debate, os deputados chegam a um dos temas mais importantes da proposta de Orçamento do Estado para 2020: o IVA da eletricidade. Enquanto o Parlamento decide, António Costa estará em Bruxelas a reunir-se com alguns dos principais líderes europeus. Há ainda dados do desemprego e reuniões sobre a produção de petróleo mundial e a reestruturação da dívida argentina.

IVA da luz votado no Parlamento

É o assunto mais importante do dia e o tema quente do Orçamento do Estado para 2020. Esta quarta-feira, terceiro dia de debate e votação da proposta, o tema da descida do IVA da luz estará em grande destaque no Parlamento, com o PSD, Bloco de Esquerda e PCP a ameaçarem com uma maioria negativa para conseguirem impor a redução do imposto, seja através da proposta dos sociais-democratas ou da proposta dos bloquistas.

Dados finais do emprego em Portugal

Além do OE 2020, também há dados económicos a marcarem o dia. As atenções viram-se para a taxa de desemprego no final do quarto trimestre do ano passado. Depois de ter caído para 6,1% no terceiro trimestre, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar o valor do final do ano, sendo que a estimativa do Governo, na proposta de Orçamento do Estado para 2020, é de que tenha ficado nos 6,4%.

António Costa leva Amigos da Coesão a Bruxelas

O primeiro-ministro desloca-se a Bruxelas para apresentar as conclusões da cimeira dos 17 países Amigos da Coesão, que estiverem reunidos a 1 de fevereiro em Beja, aos dirigentes de alguns dos mais importantes órgãos da União Europeia. António Costa terá encontros com os presidentes do Conselho Europeu, Parlamento Europeu, Comité das Regiões e Comité Económico e Social, entre outros.

Produtores de petróleo decidem produção

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros países que alinham no acordo de cortes de produção, como a Rússia, vão decidir esta quarta-feira se limitam ainda mais a produção. Em causa estão esforços para travar o excesso de oferta e reequilibrar o mercado, devido ao impacto do surto de coronavírus na economia e, consequentemente, na procura global por petróleo.

Argentina vota lei para renegociar dívida

A Câmara dos Deputados da Argentina vai debater uma proposta de lei que poderá dar poderes ao Executivo para reestruturar a dívida pública. Esta é uma prioridade do presidente Alberto Fernández, que pediu esta semana apoio da Alemanha sobre este tema. A chancelar alemã, Angela Merkel, reconheceu a Argentina “não se encontra com uma situação económica fácil” e mostrou-se disponível para encontrar soluções.

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O que estamos a fazer para minimizar o impacto do plástico no planeta?

Reduzir o uso de plásticos, substitui-lo por novos materiais ou apostar mais na reciclagem, vale tudo para adotar práticas mais amigas do ambiente. Portugal também está envolvido neste esforço.

Todos os anos, são produzidas cerca de 300 milhões de toneladas de resíduos plásticos, sendo que destas, oito milhões acabam nos oceanos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Este ano, só em Portugal, foram recolhidas das praias mais de duas toneladas de plástico, o dobro do ano passado. Mas, o que está a ser feito para reduzir a quantidade de plástico e minimizar os impactos no planeta?

“A principal ameaça é comportamental. Devemos penalizar comportamentos e não os materiais. O plástico não foi inventado para ser depositado no meio ambiente”, diz, ao ECO, Amaro Reis, presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (Apip). “A indústria do plástico quer ser parte da solução para o problema que existe com a poluição causada pelo comportamento negligente do descarte de plástico no ambiente”, acrescenta. Amaro Reis recorda que “cerca de 60% dos produtos feitos com plásticos duram entre 5 a 50 anos, ou até mais”.

Amaro Reis explica que “o plástico é um material essencial e de excelência em vários setores e aplicações (embalagem, transportes, saúde, eletrónica, construção, entre outras”. “Os plásticos são leves, baratos e adotáveis em diferentes aplicações”, acrescenta Jorge Portugal, diretor-geral da Associação Empresarial para a Inovação (Cotec).

A principal ameaça é a comportamental. Devemos penalizar comportamentos e não os materiais. O plástico não foi inventado para ser depositado no meio ambiente.

Presidente da Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos

Amaro Reis

“Ao contrário do que muitas vezes é veiculado, o plástico desempenha um papel extremamente importante naquilo que é o seu contributo para minimizar as alterações climáticas, desde logo pela poupança de energia e redução das emissões de gases de efeito de estufa”, defende Amaro Reis. O grande problema “é que existe muito pouco plástico reciclado. Apenas uma pequena fração do plástico que é produzido é reciclado e reintroduzido na cadeia produção”, refere Jorge Portugal.

É esse o caminho que a Logoplaste já está a fazer. A empresa já “utiliza material plástico reciclado, o que permite reduzir o consumo de materiais plásticos de origem fóssil”, explica ao ECO, Alexandre Relvas. “Algumas das embalagens produzidas já incorporam até 100% de conteúdo em material reciclado”, acrescenta o presidente executivo.

A Logoplaste fabrica as garrafas de plástico de gigantes como Henkel, Coca-Cola, L’Oréal, Danone ou Heinz e só o ano passado produziu 11 biliões de embalagens o que corresponde aproximadamente a 350 embalagens por segundo. Apesar das enormes quantidades de plástico usadas na produção, Alexandre Relvas garante que a empresa está comprometida com a sustentabilidade ambiental e pretende “atingir, ou exceder, os requisitos legais de incorporação de material reciclado, trabalhando em conjunto com os parceiros Industriais”.

Segundo o CEO da empresa, que conta com um volume de negócios de 500 milhões de euros anuais, “as fábricas da Logoplaste em todo o mundo estão em condições de fazer a transição para o novo modelo — de utilização de matérias-primas virgens para a utilização de materiais reciclados e de fontes renováveis”.

A Logoplaste tem como objetivo “eliminar, até 2025, as embalagens de plástico problemáticas ou desnecessárias e passar de modelos de uso único para modelos de reutilização”. Pretendem ainda que 100% das embalagens que fabricam sejam recicláveis ou reutilizáveis, de forma a aumentar o conteúdo reciclado nas embalagens que produzem.

Algumas das embalagens produzidas já incorporam até 100% de conteúdo em material reciclado. A utilização de material plástico reciclado permite reduzir o consumo de materiais plásticos de origem fóssil.

Alexandre Relvas

CEO da Logoplaste

Na Adalberto, empresa de estampagem têxtil, a estratégia é outra — abolir o uso de plástico. Atualmente, utilizam-no nas embalagens das peças confecionadas, mas já está a decorrer um plano estratégico que tem como objetivo banir o plástico e tornar a Adalberto numa empresa sustentável. A CEO, Susana Serrano, refere ao ECO que já estão a substituir todas as embalagens de plástico por papel FFC. “É uma certificação que existe para garantir que estamos a consumir papel proveniente de florestas com plantação controlada”.

Para garantir a sustentabilidade ambiental, a Adalberto — que tem um volume de negócios de 30 milhões de euros — também usa fitas de tecidos provenientes do desperdício dos materiais. Susana Serrano garante que, em “2021, espera acabar com as embalagens de plástico”, mas também usar painéis solares para reduzir o consumo de energia.

O plano estratégico da Adalberto é ter uma empresa completamente sustentável num período de três anos.

Susana Serrano

CEO da Adalberto

A Continental Advanced Antenna é outra das empresas que está a tentar minimizar o impacto do plástico, ao reduzir a quantidade de plástico por antena. O diretor-geral da empresa, com fábrica em Vila Real, admite, ao ECO, que têm alguma dificuldade na gestão dos resíduos, uma vez que “o plástico que a Continental Advanced Antenna Portugal produz não é de produção interna, ou seja não é gerado internamente, advém dos fornecedores o que acaba por dificultar a ação no âmbito da redução da produção de plástico”.

Miguel Pinto frisa a que a estratégica da Continental assenta na proteção climática e na eficiência energética. “Na produção, planeamos tudo para reduzir continuamente o consumo de energia e de água, as emissões de CO2 e os resíduos, aumentando simultaneamente a taxa de reciclagem para os desperdícios operacionais”.

Quais as alternativas ao plástico?

Já existem alternativas ao plástico e uma delas é o plástico biobase, produzido a partir de biomassa ou plantas em vez de hidrocarboneto. Em Portugal já existem várias empresas que estão a comercializar alternativas ao plástico tradicional e a Soditud é uma delas.

Esta startup de Santarém “converte o descartável em conteúdo sustentável”. A empresa comercializa palhinhas e louça biodegradável. A matéria-prima advém de produtos que iriam ser desperdiçados: os pratos são elaborados das sobras de farelo (a camada exterior dura dos cereais – trigo, centeio ou aveia). Para além de serem compostáveis e ecofriendly os pratos e as palhinhas são comestíveis.

Uma palhinha custa cerca de nove cêntimos e um conjunto de dez pratos biodegradável podem custar menos de cinco euros. São produtos de uso único. Aproveitando o know how adquirindo, os fundadores estão a desenvolver uma paleta biodegradável e comestível para mexer o café que tem como objetivo ser uma alternativa às de plástico.

A Soditud tem pouco mais que um ano de existência, mas já está a marcar a sua posição no mercado. Foram os primeiros a distribuir palhinhas e louça biodegradável em Portugal e já estão a recolher frutos. Vão começar a distribuir palhinhas e pratos reciclados para o grupo Auchan e estão, neste momento, em processo de negociação com a Sonae e o Pingo Doce.

Para o diretor-geral da Cotec, Jorge Portugal, é necessário perceber se as alternativas ao plástico são viáveis a nível ambiental e económico, isto porque, “ainda não é claro que cumpram todos os requisitos para substituir cabalmente o plástico tradicional em termos da relação custo-benefício ao longo do ciclo de vida” e nem todas as opções são compostáveis. É necessário “fazer com que esses produtos inovadores que teoricamente são biodegradáveis e compostáveis possam ser reciclados. É um trabalho de investigação, desenvolvimento e inovação a nível dos recicladores”, defende Jorge Portugal.

Luís Simões, cofundador da Soditud, explica ao ECO que no caso da sua startup existe esse fator de diferenciação. “Os nossos produtos são compostáveis a nível doméstico, basta colocar no lixo normal que, em 20 dias, ele desaparece”. O empresário refere ainda que têm uma certificação da Lipor e que “o produto é ideal para o sistema de recolha atual” que existe a nível nacional.

Há alternativas ao plástico embora ainda não seja claro que essas alternativas cumpram todos os requisitos para substituir cabalmente o plástico tradicional em termos da relação custo-benefício ao longo do ciclo de vida.

Jorge Portugal

Diretor geral da Associação Empresarial para a Inovação

Outra alternativa existente é o plástico PLA, que também é compostável, biodegradável e reciclável. “São plásticos que podem fragmentar-se e decompor-se, mas há um risco de nesse processo converterem-se em micro plásticos, que acabam por entrar na cadeia de reciclagem tradicional e podem acabar por contaminar o plástico que está a ser reciclado”, alerta Jorge Portugal. O diretor-geral da Cotec refere ainda que para além do risco de contaminação “estas alternativas são normalmente mais caras”. Dá o exemplos dos EUA onde apenas uma pequena parte dos consumidores estão próximo de centrais de compostagem, o que significa que existem custos logísticos inerentes a este processo de levar os plásticos biodegradáveis e compostáveis para as centrais.

Devido às questões de contaminação e ao processo relativamente à cadeia de reciclagem, a Logoplaste, nos países em que opera, apoia a implementação de Sistemas de Depósito Retorno (SDR) no caso de garrafas para bebidas de “uso-único” (descartáveis). Alexandre Relvas refere que “estes sistemas têm provado alcançar um elevado nível de recolha de embalagens e um baixo nível de contaminação”.

O CEO da Logoplaste explica que a empresa utiliza principalmente PET (politereftalato de etileno ou polietileno tereftalato) e HDPE (polietileno de alta densidade / PEAD), materiais que têm fluxos de reciclagem bem estabelecidos nos países desenvolvidos, em especial na Europa e nos EUA.

Quais as soluções para reduzir a quantidade de plástico?

As soluções para reduzir a quantidade de plástico passam pela economia circular através do reaproveitamento dos desperdícios face à escassez cada vez maior das matérias-primas, mas também por uma responsabilidade social de todos os consumidores. E é necessário agir rapidamente, dizem os atores ouvidos pelo ECO.

Para o diretor da Continetal Advanced Antenna, Miguel Pinto, “o objetivo passa por desenvolver produtos e soluções que consumam menos energia e preservem os recursos naturais, tanto durante a produção como durante a utilização dos produtos”. O CEO da Logoplaste, Alexandre Relvas, corrobora a ideia e destaca que a empresa já está “a trabalhar para estabelecer parcerias para avaliar novas matérias-primas plásticas e o desenvolvimento de novas tecnologias de reciclagem e programas, de modo a alcançar uma economia circular”.

“É fundamental que os produtos de plástico, por via do ecodesign, sejam projetados cada vez mais para a reciclagem e para o ambiente, com o propósito de aumentarmos a sua reciclabilidade, sempre com o princípio básico de não comprometermos a sua função”, defende o presidente da Apip.

O diretor geral da Cotec, Jorge Portugal, concorda e defende que a solução passa por “criar conhecimento e tecnologia para melhorar a reciclagem e produzir produtos que tenham uma relação com o ambiente mais favorável”. Todavia, não deixa de destacar que esta questão do plástico é também “responsabilidade dos consumidores” e que faz parte da missão de todos contribuir para um mundo mais ecofriendly. Só este ano, no mês de junho, a humanidade já esgotado os recursos do planeta.

“De pouco serve termos produtos bem concebidas e fáceis de reciclar se no final o consumidor não adotar os comportamentos de separação e deposição seletivas. Temos um papel determinante no caminho para a sustentabilidade e economia circular, quer pela via de um consumo cada vez mais racional, quer pela adoção de um comportamento mais cívico e mais responsável na forma de descarte dos resíduos gerados”, conclui Amaro Reis.

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Amazon e Cortefiel. Foi no retalho que o Santander encontrou talento para liderar banco digital

Openbank entrou recentemente em Portugal e, em três gestores, apenas um vinha da banca. A apostar no futuro, o banco digital três vezes mais funcionários tecnológicos do que banqueiros.

Ele veio da Amazon e ela da Cortefiel. Mas foram os escolhidos para liderar o banco de digital do Santander que chegou agora a Portugal. Com uma forte aposta tecnológica, o Openbank é o banco digital do grupo que tem três vezes mais funcionários tecnológicos do que bancários.

“O Openbank é a Tesla do Santander”. A descrição foi feita pelo CEO Ezequiel Szafir, esta terça-feira na apresentação do banco em Portugal. Usando o exemplo dos automóveis, o argentino explica que a aposto no banco digital por parte do Santander tem como base um investimento numa tendência de futuro: a digitalização financeira. E essa convicção reflete-se no staff — em cinco centenas de funcionários, 150 são de banca e 400 de tecnologia — e na liderança do Openbank.

Szafir chegou à liderança do banco há três anos e foi nessa altura que se estreou no setor financeiro. “Nunca tinha trabalhado num banco“, reconhece. Antes deste cargo, o doutorado em psicologia foi vice-presidente da Amazon Europa no Luxemburgo, tendo também desempenhado funções de diretor de estratégias e operações para a Europa na Nike ou de jornalista financeiro em Buenos Aires.

“A banca de hoje é diferente do que vai ser dentro de dez anos. O grupo Santander sabe que vai ter de ser muito bom na banca digital“, diz o CEO sobre o Openbank, que tem atividade principal em Espanha, tendo expandido para Portugal, Alemanha e Holanda no final do ano passado. Atualmente, tem 10 mil milhões de euros em depósitos, 1,3 mil milhões de euros em ativos sob gestão e 1,3 milhões de clientes.

Em três pessoas que lideram o banco, duas não vêm da banca. Tal como Szafir, também a diretora geral Patricia Benito saiu do grupo Tendam (dono das marcas Cortefiel, Pedro del Hierro, Springfield, Women’Secret e Fifty Factory) — onde era chief digital officer, ou seja, responsável pela estratégia de e-commerce — em 2015, para se juntar à equipa do banco.

Mas a gestora já tinha passado pelo setor financeiro, enquanto auditora na KPMG ou vice-diretora financeira da Carrefour. Atualmente, além do cargo de liderança que ocupa, Benito é também uma peça chave na estratégia de igualdade do banco, onde é presidente do women’s club.

A exceção no trio é Gonzalo Pradas, head of wealth management, que ocupava anteriormente o cargo de diretor executivo e gestor de vendas do UBS Zurich para a América latina. “O que é importante é que nos respeitamos uns aos outros”, disse Pradas sobre os diferentes backgrounds dos vários gestores.

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Portugal no pódio dos juros baixos nos depósitos. Só pagam 0,08%

As novas aplicações em depósitos foram remuneradas a uma taxa de juro de 0,08%, em dezembro. Trata-se de um mínimo histórico e a terceira taxa mais baixa da Zona Euro.

A cada mês que passa, rentabilizar poupanças através dos depósitos torna-se um exercício mais difícil. Em dezembro, essa situação agudizou-se, com a remuneração dos depósitos a prazo a fixar-se num novo mínimo histórico de 0,08%. Apenas dois países da Zona Euro pagaram menos nestas aplicações.

De acordo com estatísticas do Banco Central Europeu (BCE), os bancos nacionais cortaram a remuneração médias das novas aplicações a prazo, dos 0,09% que vigoraram durante os três meses terminados em novembro, para uma média de 0,08%, em dezembro.

Trata-se do valor mais baixo do histórico da entidade responsável pela política monetária da Zona Euro, cujo início remonta a janeiro de 2000. Ou seja, há 20 anos.

Taxas dos depósitos desde o último corte de juros do BCE

Fonte: BCE

Esta quebra enquadra-se num contexto em que os juros de referência da Zona Euro se encontram em mínimos históricos, rumo que tem sido acompanhado pelas Euribor, que permanecem em níveis negativos. Num cenário desses, os bancos não têm qualquer incentivo a remunerar as poupanças das famílias, face ao impacto negativo que tal tem nas respetivas margens financeiras.

no último ano, as já magras remunerações dos depósitos encolheram para metade em Portugal. Os 0,08% de remuneração média oferecida pelos bancos nacionais no final do ano passado, comparam com os 0,15% que vigoravam no final de 2018.

Portugal só paga mais que a Irlanda e Espanha

A quebra das remunerações dos depósitos não é, contudo, exclusiva a Portugal. Os restantes países da Zona Euro também estão a ser apanhados pelo impacto negativo dos juros historicamente baixos ditados pela entidade agora liderada por Christine Lagarde.

No último mês do ano passado, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo na Zona Euro fixou-se em 0,28%, um mínimo também dos últimos 20 anos. Contudo, comparando com os restantes 18 países que integram o espaço do Euro, Portugal é dos países que pior comparam em termos da remuneração dos depósitos a prazo. No final de 2019, ocupava o terceiro posto dos juros mais baixos, apenas atrás de Espanha e da Irlanda, onde os bancos pagaram taxas de 0,04% e 0,02%, respetivamente, pelos novos depósitos.

No lado oposto, Holanda, Itália e Estónia são os países da Zona Euro que remuneram os depósitos com as taxas de juro mais alta: 1,25%, 0,9% e 0,87%, respetivamente.

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Reembolsos dos fundos europeus reforçam apoio às empresas. Há 700 milhões em incentivos a concurso

Reembolsos dos fundos europeus reforçam apoio às empresas em 500 milhões. Empresas têm seis novos concursos para financiar os seus projetos. Incentivos ascendem a 700 milhões de euros.

As empresas podem agora concorrer a apoios de 700 milhões de euros de fundos europeus para os seus projetos de inovação produtiva, internacionalização ou empreendedorismo.

Estes apoios, concedidos pelo Sistema de Incentivos — Compete, o programa operacional das empresas, e dos programas operacionais regionais –, vão ser operacionalizados através de seis concursos. Três já foram lançados no final de janeiro e outros três vão estar disponíveis a partir desta quarta-feira.

Estes novos concursos são lançados graças a um reforço de 500 milhões de euros que resulta dos reembolsos dos incentivos já atribuídos às empresas quer no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) seja do Portugal 2020 e que, de acordo com as regras comunitárias, só podem ser usados para a mesma finalidade, isto é, apoiar as empresas. Este reforço de meio milhão vai permitir alavancar investimento no valor global de 1,2 mil milhões de euros.

“Reforçámos as dotações iniciais dirigidas às empresas em mais de 500 milhões de euros nos avisos que programámos lançar este ano”, confirmou ao ECO, fonte oficial do Compete. “Essa verba resulta de diversos pressupostos de gestão entre os quais a previsão rigorosa de reembolsos que as empresas efetuarão na sequência dos incentivos reembolsáveis que receberam”, acrescenta a mesma fonte.

Desde 24 janeiro que têm vindo a ser lançados novos concursos direcionados às empresas, nomeadamente para a qualificação e internacionalização das PME, com um foco especial no comércio eletrónico e na transformação digital, em acelerar as exportações, mas também na diversificação de mercados na sequência do Brexit. Em causa está um apoio de 55,5 milhões de euros. Mas também para concluir a formação do Clube de Fornecedores da Autoeuropa e da PSA, tal como o ECO noticiou (56,4 milhões de euros), e ainda um reforço de um concurso destinado aos projetos de investigação e desenvolvimento que já tinha sido publicado em novembro de 2019, mas que agora disponibiliza 84,5 milhões de euros.

Esta quarta-feira vão ser lançados mais três concursos, sendo dois destinados à inovação produtiva, os mais importantes não só porque avançam com apoios na ordem dos 200 milhões de euros, mas também porque, um deles é destinado exclusivamente aos territórios de baixa densidade.

Os interessados vão poder apresentar as candidaturas até abril e até setembro, respetivamente. Mas, em ambos os casos, os apoios são concedidos no âmbito do novo mecanismo híbrido, ou seja, o Portugal 2020 apenas financia a parcela a fundo perdido. A fatia reembolsável é assegurada pela banca. Com esta solução, há mais dinheiro para lançar concursos, mas impossibilita reforços futuros com reembolsos já que esses passam a ser pagos à banca.

Finalmente, será lançado também um aviso para projetos de empreendedorismo qualificado e criativo.

“Os avisos refletem uma afetação” do reforço de 500 milhões “em função das prioridades superiormente articuladas”, precisou fonte oficial do Compete, recordando que a rede de Sistemas de Incentivos tem, no seu conjunto, 4,38 mil milhões de euros para apoiar as empresas, isto já depois da reprogramação do Portugal 2020, que permitiu reforçar as verbas destinadas às empresas.

Já fora deste pacote de 700 milhões de euros, esta semana vão ainda ser lançados dois outros concursos, mas os apoios são de Fundo Social Europeu, para a formação profissional de recursos humanos, um tipo de apoio ao qual as empresas não têm aderido tanto, por considerarem as regras demasiado complexas.

Esta nova bateria de concursos vai ser anunciada esta tarde, no Porto, pelos ministros da Economia, do Planeamento e da Coesão. Tal como os novos apoios para tentar atrair trabalhadores para o interior contou com o primeiro-ministro — que esta quarta-feira está em Bruxelas para evitar ou reduzir cortes na Política de Coesão e na Política Agrícola Comum –, a ministra do Trabalho e a ministra da Coesão.

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Comissões fazem disparar queixas contra a banca

Os serviços financeiros foram o segundo maior alvo de queixa dos consumidores junto da Deco em 2019, registando um aumento de 40%. As comissões justificam grande parte desse aumento.

O número de consumidores portugueses que recorreram à Deco para reclamar dos serviços prestados por empresas voltou a baixar no ano passado. Mas houve um setor que destoou dessa tendência — os serviços financeiros — onde o número de reclamações disparou. O aumento foi na ordem dos 40%, com este setor a passar a ser o segundo mais reclamado. As comissões estão na base de grande parte do crescimento das queixas na banca.

No ano passado, o gabinete de apoio ao consumidor acolheu as reclamações de mais de 343 mil consumidores, que recorreram aos serviços da Deco para procurar informação e apoio para a resolução dos seus conflitos. Este número corresponde a uma quebra de 9% face aos cerca de 376 mil consumidores que tinham recorrido ao apoio da associação de consumidores para o mesmo efeito no ano de 2018.

Os setores mais reclamados também continuam a ser os mesmos, mas 2019 trouxe uma mexida na respetiva ordem. Os serviços financeiros deram um salto no ranking, passando da terceira para a segunda posição, ficando apenas atrás das telecomunicações que continuam a ser o setor alvo do maior número de reclamações.

Houve um total de 27.035 consumidores a apresentarem razões de queixa junto da Deco relacionada com serviços financeiros, tendo particular na banca. São perto de oito mil reclamações a mais face às 19.249 que se tinham verificado em 2018. Ou seja, mais 40%.

As maiores queixas em números

Fonte: Deco

Perdas de isenções e aumentos de comissões geram mais queixas

Grande parte deste crescimento verificado no setor de serviços financeiros deveu-se a queixas relacionadas com comissões bancárias, e em particular com perdas de isenções e subida de encargos.

“As comissões bancárias, despesas de manutenção e outras comissões e anuidades que são cobradas sempre foram objeto de preocupação por parte dos consumidores. Mas em 2018, com o aumento do valor das comissões e a redução drástica das isenções de pagamento, começou a existir um aumento dessas reclamações que teve uma subida substancial em 2019”, explica Ana Sofia Ferreira, coordenadora do gabinete de apoio ao consumidor da Deco.

Relativamente ao ano passado, a responsável da Deco refere que “muitos consumidores viram a sua situação junto das instituições bancárias prejudicada, uma vez que tinham isenções há muitos anos e que nunca tinham pago despesas de manutenção de conta desde que abriram a conta naquela instituição, e que de repente começaram a pagar despesas e comissões bancárias, algumas de valor elevado”.

Sem adiantar números, Ana Sofia Ferreira, adianta que grande parte desse aumento de queixas veio de clientes da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Por duas ocasiões em 2019, o maior banco português procedeu a revisões em alta das suas comissões. Mas as queixas de consumidores não são exclusivas à instituição liderada por Paulo Macedo. Atingem também os restantes maiores bancos como o BCP, o Novo Banco, Santander, BPI e Montepio.

As queixas relacionadas com o arranque da cobrança de comissões pelas transferências MB Way no ano passado em alguns bancos também contribuiu para o crescimento das reclamações relacionadas com a banca. A cobrança de comissões pelo processamento da prestação do crédito da casa também motivou queixas por parte dos consumidores.

Mas não foi só de comissões que os consumidores se queixaram relativamente à banca. “Também tivemos um aumento do número de reclamações ligadas nomeadamente aos cartões de crédito”, esclarece Ana Sofia Ferreira, destacando nesse campo as dúvidas dos clientes bancários relacionadas com os valores que surgem nos extratos, por exemplo.

Telecomunicações continuam a liderar nas queixas

À parte o aumento das reclamações sobre serviços financeiros, nos restantes setores habitualmente mais alvo de queixas ocorreu uma diminuição no número total.

“Os consumidores portugueses estão cada vez mais capacidades e autónomos na resolução dos seus conflitos de consumo, fruto de um grande trabalho conjunto entre a Deco, os consumidores e as próprias entidades reclamadas”, explica a responsável da Deco, adiantando que “as próprias entidades reclamadas, e mediante uma reclamação feita de forma consistente e fundamentada por parte dos seus clientes, tendem a resolver com mais celeridade e sem necessidade da intervenção de uma entidade terceira”.

Tal como acontece desde 2007, as telecomunicações voltaram a liderar o ranking de reclamações no ano passado. Mas o número de queixas baixou 17,5%, passando de 34.956 em 2018 para 28.826. As refidelizações nos contratos e os fundamentos para essas refidelizações com base em alterações nos serviços figuram entre as principais razões de queixa nesse setor. “Perante alterações, mesmo que estas sejam uma vantagem, o cliente deveria ser informado que implica uma refidelização”, diz a responsável da Deco.

Evolução do número de reclamações

Fonte: Deco

A terceira posição do ranking de queixas é ocupada pelo setor de compra e venda, tendo 22.366 portugueses reclamado em 2019 sobre essa matéria junto da associação de consumidores. Ou seja, perto de 12% abaixo dos 25.345 registados no ao anterior. Neste segmento, sobressaem queixas relacionadas com as garantias e a dificuldade dos consumidores as acionarem, havendo contudo outras áreas a ganharem maior relevância. Nomeadamente, relacionadas com as vendas online. “Todos os anos as reclamações relacionadas com vendas online crescem, bem como questões relacionadas com insolvências e a facilidade com que os sites encerram”, concretiza Ana Sofia Ferreira.

Entre as novas tendências no universo das queixas, a coordenadora do gabinete de apoio ao consumidor destaca ainda a emergência em matérias como o o transporte aéreo, o alojamento local ou o marketplace. “São situações novas para os consumidores e novas formas de contratação a que têm cada vez mais aderentes e em que ainda há um grande caminho a percorrer”, remata a responsável da Deco.

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Parlamento aprova fim do “eldorado fiscal” dos pensionistas estrangeiros. Passam a pagar 10%

O Parlamento deu "luz verde" à proposta do PS que põe fim ao regime dos residentes não habituais, passando a aplicar uma taxa de 10% de IRS aos pensionistas estrangeiros.

Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram, esta terça-feira, o fim da isenção fiscal de que beneficiam atualmente os residentes não habituais. A proposta que merecem “luz verde” do Parlamento determina que estes pensionistas estrangeiros vão passar a pagar uma taxa de IRS de 10%. A medida só será aplicada, contudo, aos reformados que chegam agora a Portugal.

Em causa está o regime dos residentes não habituais, que foi criado em 2009 e tem permitido aos pensionistas estrangeiros “escapar” à tributação não só no seu país de origem, como em Portugal. A proposta de alteração do PS aprovada põe fim, contudo, a este “eldorado fiscal”.

“Os residentes não habituais em território português são tributados à taxa de 10% relativamente aos rendimentos líquidos de pensões”, lê-se na proposta aprovada com os votos favoráveis de PS, PSD, PAN. BE e PCP abstiveram-se e os restantes votaram contra.

De notar que esta taxa de IRS só será aplicada aos pensionistas que cheguem agora a Portugal; ou seja, a isenção deverá manter-se para os residentes não habituais já inscritos como tal na Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) ou cujo já tenha sido submetido.

Também ficam protegidos os residentes para efeitos fiscais que solicitem a respetiva inscrição “como residente não habitual até 31 de março de 2020 ou 2021, por reunirem as respetivas condições em 2019 e 2020, respetivamente”.

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Twitter ataca conteúdos manipulados. Proíbe partilhas

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2020

Não será possível compartilhar "de maneira enganosa conteúdo” manipulado com o objetivo de causar danos.

O Twitter anunciou uma nova política contra os conteúdos multimédia sintéticos ou manipulados que proíbe compartilhá-los de maneira enganosa para causar danos e também pode eliminar, marcar ou avisar os ‘tuítes’ que contêm esse tipo de material.

A rede social considera conteúdo manipulado aquele que foi “substancialmente editado”, de uma forma que “altera significativamente a sua composição, sequência, tempo ou enquadramento”, que possui informações visuais ou sonoras que foram adicionadas ou removidas ou que foram fabricadas ou simuladas para representar uma pessoa.

O Twitter indica, em comunicado, que não será possível compartilhar “de maneira enganosa conteúdo” manipulado com o objetivo de causar danos.

Além disso, esta nova política permite ao utilizador rotular esse tipo de conteúdo multimédia “para fornecer às pessoas informações sobre a autenticidade do conteúdo e oferecer um contexto adicional”.

A rotulagem dos ‘tuítes’ que incluem os conteúdos multimédia manipulados terá início em 05 de maio, refere a nota.

Rotular ou excluir uma mensagem terá em conta se o contexto em que o conteúdo multimédia foi compartilhado pode “gerar confusão ou mal-entendido” ou se é “uma tentativa deliberada de enganar as pessoas sobre a natureza ou origem do conteúdo, por exemplo, afirmando falsamente que isso reflete uma realidade”.

Da mesma forma, o contexto fornecido juntamente com o conteúdo será avaliado: o texto do ‘tuíte’ que o acompanha, as informações de perfil da pessoa que o compartilha e as páginas na internet vinculadas a esse perfil ou mensagem.

Os ‘tuítes’ que compartilham conteúdos multimédia manipulados podem ser removidos “se houver riscos de causar danos”, diz a nota, que aponta para várias situações.

Alguns desses danos específicos são para o Twitter as ameaças à segurança física de uma pessoa ou grupo, e risco de violência em massa ou agitação civil generalizada, exemplifica.

Também estão incluídos nesta categoria ameaças à privacidade ou capacidade de uma pessoa ou grupo de se expressar livremente ou participar num evento, como perseguição ou atenção indesejada e obsessiva; conteúdo específico que inclui tropos, epítetos ou material destinado a silenciar alguém; e supressão ou intimidação dos eleitores, acrescenta o comunicado.

Caso a rede considere que o conteúdo multimédia foi “alterado ou criado de forma significativa e enganosa”, compromete-se a fornecer “um contexto adicional” no ‘tuíte’.

Esse contexto significa que o utilizador pode, entre outras opções, rotular a mensagem ou exibir um aviso aos outros utilizadores antes que eles ‘retuítem’ ou gostem.

Outras opções são reduzir a visibilidade do ‘tuíte’ na rede social e impedir que seja recomendado, além de fornecer “explicações ou esclarecimentos adicionais disponíveis, como redirecionar para outra página que adiciona mais contexto”.

O Twitter anuncia esta nova política após ter aberto um período de consulta em novembro passado para obter ‘feedback’ dos utilizadores, durante o qual recolheu 6.500 sugestões e opiniões de todo o mundo e consultou especialistas académicos para determinar a abordagem inicial.

Após essa consulta, a rede social estima que as pessoas, “em geral, reconhecem a ameaça representada pela alteração enganosa do conteúdo multimédia e desejam que o Twitter faça algo a esse respeito”.

Os dados indicam que, globalmente, mais de 70% das pessoas que usam a internet consideram que seria “inaceitável” não tomar medidas contra esse tipo de conteúdos manipulados.

Além disso, mais de 90% das pessoas que compartilharam os seus comentários apoiam que esta rede social exclua esses conteúdos “quando esteja claro que se destina a causar algum tipo de dano”.

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