Manicómio e Arcádia lançam “comprimidos” para combater estigma da saúde mental

Associação de impacto social que trabalha com artistas com doença mental juntou-se à histórica Arcádia para desenvolver "comprimidos" mágicos de chocolate que "combatem" o estigma da saúde mental.

Manicómio e Arcádia lançam “comprimidos de chocolate” que tratam o estigma da saúde mental.D.R.

Um frasco de vidro cheio de “comprimidos” de chocolate cor-de-rosa para ajudar no combate ao estigma da saúde mental. A ideia, apresentada por Sandro Resende, fundador do projeto de impacto Manicómio, brilhou nos olhos de Francisco Bastos desde o primeiro dia. Na Arcádia, onde trabalham 220 pessoas, o tema da saúde mental começa a ser trabalhado, quase em simultâneo com a aposta em projetos de responsabilidade social.

A ideia de Sandro segue a estratégia desenvolvida pela associação ao longo dos primeiros dois anos de vida. “Porquê marcas? É muito simples. Odeio subsídio-dependência, acho que os projetos de inovação social são muito dependentes de subsídios e não fazem uma coisa que é muito importante: trabalhar o valor das pessoas”, justifica, em entrevista à revista Pessoas.

Lançado no início de 2019 como projeto de inclusão social que envolve artistas com doença mental, neste Manicómio olha-se, antes da obra, para a identidade. “Aqui, quando olho para as pessoas olho para a sua identidade, a seguir para o valor que elas querem acrescentar, o que querem fazer e, por fim, trabalhamos a doença, ‘tratamos a doença’ com médicos lá fora. Acima de tudo, o que valor que elas têm. E quando eu começo a preocupar-me com a identidade e com o valor, é quase uma consulta. O estigma começa a desaparecer. E as marcas são importantes para isso, não só nessa qualidade mas também como uma substituição nossa, financeira”, explica Sandro Resende sobre o objetivo primeiro do projeto.

Neste sentido, o desafio lançado à Arcádia esteve relacionado com a questão do legado da empresa, e também com o seu poder de “atração” e de “transformação”, estrategicamente falando. “É uma marca histórica — com 86 anos –, um ícone. E porque é a nossa vontade transformar estas marcas. É assim em todos os projetos em que estamos a trabalhar: não havia um frasco de farmácia Arcádia, por exemplo. Essa transformação é uma coisa que me interessa bastante, também como criativo. E também para os nossos artistas se sentirem cada vez mais recompensados por terem novas aventuras”, assinala.

A iniciativa da associação, que Francisco Bastos, bisneto do fundador e um dos administradores da chocolateira não conhecia, “apanhou-o” ao primeiro contacto. “Não conhecia o projeto mas, imediatamente, fiquei fascinado. E daí nasceu a ideia de fazermos uma brincadeira com os comprimidos, porque o Manicómio é sempre assente na provocação que combate o estigma sobre a saúde mental”, detalha.

Da ideia de desenvolver um “medicamento” de brincadeira ao lançamento do produto, que decorreu na tarde desta quarta-feira, em Lisboa, passaram pouco mais de três meses. “Selecionámos este formato do chocolate que faz lembrar um comprimido, e utilizámos o ruby, um tipo de chocolate que começámos a trabalhar no ano passado — depois de uma tablete de 40g é a segunda vez que o utilizamos — muito pela sua cor rosada, que lembra mais uma vez os comprimidos”.

A embalagem destes “comprimidos” mágicos foi trabalhada por três artistas do Manicómio: Bráulio, Cláudia e Jos*. Desses três trabalhos, a equipa de design da Arcádia transformou na imagem final do produto. Mas o impacto deste projeto foi muito além de um trabalho criativo e de desenvolvimento de produto. “Este projeto foi claramente a alavanca para falar do tema da saúde mental na empresa. No ano passado começámos a trabalhar a nossa vertente de responsabilidade social: lançámos o primeiro produto nessa linha, em parceria com a Casa do Caminho. Este foi o segundo projeto desenvolvido dentro deste âmbito”, conta Francisco.

Neste projeto, o Manicómio contou ainda com o apoio da Fidelidade. “a Arcádia cria um produto novo com o apoio da Fidelidade e dos artistas do Manicómio, com o propósito de divulgar os seus trabalhos, o projeto do Manicómio e promover a diminuição do estigma da doença mental”, explica Ana Fontoura, diretora do departamento de responsabilidade social da empresa.

Os “comprimidos” para combater o estigma da saúde mental estarão à venda nas lojas Arcádia. O frasco custa 7,50 euros, o saco de pano 2 euros, e 10% das vendas revertem a favor do projeto Manicómio.

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Congelar rendas como em Berlim? “Há outras ferramentas” para os preços em Lisboa, diz Costa à Bloomberg

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2020

Primeiro-ministro disse à Bloomberg que congelar rendas em Lisboa, como Berlim vai fazer, não é uma solução viável para a expansão da capital portuguesa.

Com Berlim prestes a colocar em prática uma medida que vai congelar o preço das casas durante cinco anos para travar a escalada dos preços, o primeiro-ministro português, António Costa, rejeita que uma solução semelhante possa ser aplicada a Lisboa, sob pena de a capital portuguesa voltar a ter os problemas de falta de investimento no imobiliário como aconteceu nas últimas décadas.

Os preços das casas em Lisboa duplicaram desde 2012, quando o anterior Executivo de Passos Coelho fez alterações que vieram liberalizar o mercado de arrendamento. Até então, as restrições desencorajaram os donos dos imóveis a realizarem melhorias, deixando edifícios, em muitos casos, devolutos.

“Nós tivemos esta experiência de congelamento das rendas durante 40 anos e é uma solução muito má para a preservação e renovação da cidade“, disse António Costa, que também presidiu à autarquia lisboeta entre 2007 e 2015, em entrevista à Bloomberg (acesso pago). “Precisamos de gerir o mercado para evitar movimentos especulativos, mas há outras ferramentas além do congelamento. Talvez em Berlim seja uma boa solução”, acrescentou.

Em vez disso, refere a Bloomberg, Costa está a terminar com os vistos dourados para a aquisição de casas em Lisboa e no Porto. Os investidores internacionais investiram mais de 5 mil milhões de euros no mercado imobiliário desde que o programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento se iniciou, em 2012, com os chineses a liderarem o investimento.

Entretanto, na capital alemã, foram aprovadas medidas no passado mês, incluindo o congelamento das rendas, numa tentativa de controlar o boom nos preços do imobiliário e aliviar o peso sobre os inquilinos, isto depois de da entrada de muitos investidores imobiliários no mercado e o crescimento da população terem criado uma situação de escassez no mercado de habitação mais acessível. As mudanças irão entrar em vigor no final deste mês, embora os partidos da oposição tenham indicado que vão contestá-las em tribunal.

“Aqui é uma matéria muito sensível”, disse Costa, notando que há uma diferença entre congelar durante quatro anos ou 40 anos. “Precisamos de dar confiança aos proprietários, ao mercado”. Lisboa mexeu-se “muito rapidamente” de um mercado que era muito regulado para uma liberalização completa, frisou o primeiro-ministro.

“Precisamos de perceber o que está a acontecer agora no mercado imobiliário. Com as baixas taxas de juro, o mercado imobiliário é um refúgio para os investidores. Não apenas em Berlim, ou em Lisboa, mas é um problema global em todas as cidades do mundo”, disse Costa.

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Empresas sem dono efetivo já estão a ser alvo de restrições

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2020

As empresas que não apresentaram a declaração de beneficiário efetivo não poderão distribuir lucros, fazer contratos com o Estado, comprar e vender imóveis. Restrições estão em vigor desde o dia 1.

As empresas que não tenham apresentado a declaração de beneficiário efetivo já estão desde o início do mês com várias restrições na sua atividade. Não poderão distribuir lucros, fazer contratos com o Estado, comprar e vender imóveis, nem obter da Autoridade Tributária uma declaração relativa à sua situação fiscal regularizada, segundo o Jornal de Negócios (acesso pago).

Estas limitações entraram em vigor no dia 1 de fevereiro, data a partir da qual passou a ser obrigatório, por lei, o registo do dono efetivo por parte das empresas, segundo confirmou fonte oficial do Ministério da Justiça ao jornal.

O Governo adiou, por mais do que vez, o prazo para a apresentação da declaração de beneficiário efetivo no no Registo Central do Beneficiário Efetivo, que foi criado no âmbito da transposição da uma diretiva comunitária sobre branqueamento de capitais.

Este visa, em nome da segurança e transparência das transações económicas, conhecer os donos de facto das empresas. Estas estão obrigadas a registar-se e, posteriormente, quem com elas faça negócios deverá consultar o registo e, detetando irregularidades, comunicá-las às autoridades competentes.

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Pasta e papel castiga bolsa. Energia evita maiores quedas

Lisboa segue a tendência negativa das restantes praças europeias. Está a ser penalizada pelas quedas dos títulos da pasta e papel, os mais expostos à evolução da economia mundial.

Lisboa está em queda. A praça nacional segue o comportamento negativo das restantes bolsas europeias, penalizadas pelos receios em torno do impacto do coronavírus na economia mundial. O setor da pasta e papel está a liderar as quedas, enquanto o setor energético impede uma descida mais expressiva.

O PSI-20 cai 0,32% para 5.297,85 pontos, com 14 das 18 cotadas em queda e duas inalteradas. Apenas duas cotadas escapam. Na Europa, depois dos recordes, o Stoxx 600 segue em “terreno” negativo, recuando 0,3%.

A pesar no sentimento dos investidores está o coronavírus, que está a infetar cada vez mais pessoas. No espaço de 24 horas, o número de casos na China duplicou, com o total de mortes a ascender às 1.300.

Perante receios quanto ao impacto na economia mundial, os investidores afastam-se de ativos de risco, como as ações. Empresas mais expostas à economia mundial acabam por ser mais penalizadas. Em Lisboa, o setor da pasta e papel destaca-se, com a Altri a cair 1,34%. A Semapa cede 1,11% e a Navigator a recuar 0,93% para 3,204 euros depois da queda dos lucros que vai levar a um corte nos dividendos.

Jerónimo Martins, BCP e Galp Energia também estão a perder valor, com o banco liderado por Miguel Maya a ceder 0,84% para os 18,84 cêntimos e a petrolífera portuguesa a recuar 0,25%.

Só a EDP e a EDP Renováveis escapam às quedas, impedindo a bolsa nacional de registar uma queda mais expressiva. A EDP ganha 0,58% para os 4,672 euros enquanto a empresa de energias “verdes” soma 0,83% para 12,22 euros.

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Número de mortos pelo coronavírus na China sobe para 1.310

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2020

Nas últimas 24 horas, até à meia-noite de quarta-feira, as autoridades chinesas registaram mais 14.840 novos casos da infeção em Hubei.

O número de mortos na província chinesa de Hubei, centro da epidemia do novo coronavírus, aumentou para 242 nas últimas 24 horas e mais do que duplicou relativamente ao dia anterior.

A Comissão Provincial de Saúde de Hubei (centro do país) indicou que o número de mortos na província é agora de 1.310.

O número de mortos registado nas últimas 24 horas em Hubei ultrapassa o anterior recorde de mortes ocorrido em 10 de fevereiro (103 mortes).

Nas últimas 24 horas, até à meia-noite de quarta-feira (hora local), as autoridades registaram mais 14.840 novos casos da infeção em Hubei, cuja capital é Wuhan.

A Comissão Provincial de Saúde indicou que o aumento do número de casos é devido a uma nova definição mais ampla de infeção.

Uma radiografia ao tórax dos casos suspeitos pode ser considerada suficiente para diagnosticar o vírus, em vez de testes padrão de ácido nucleico, disseram as autoridades, citadas pela agência de notícias France-Presse.

Esta nova metodologia torna possível fornecer um tratamento aos pacientes “o mais rapidamente possível” e “ser consistente” com a classificação usada nas outras províncias chinesas, explicou.

“A nossa compreensão da pneumonia causada pelo novo coronavírus está a aprofundar-se e estamos acumular experiência em diagnóstico e tratamento”, sublinhou.

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Hoje nas notícias: Dono efetivo, magistrados e eutanásia

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As empresas que não tenham ainda declarado o beneficiário efetivo estão desde o início do mês limitadas na sua atividade, não podendo, por exemplo, distribuir lucros ou obter um declaração dos Fisco. Os magistrados do Ministério Público pedem a intervenção de Marcelo caso o tribunal não trave a última diretiva de Lucília Gago. Os projetos dos vários partidos sobre a eutanásia foram chumbados pela Ordem dos Médicos. O fundo Apollo não pagará IMT na revende de imóveis à Axa. O novo plano para tirar carros da baixa de Lisboa é discutido hoje.

Empresas sem dono efetivo com restrições

Depois de ter adiado o prazo, por mais do que uma vez, para a apresentação da declaração de beneficiário efetivo, as empresas que ainda não o tenham feito formalmente no Registo Central do Beneficiário Efetivo vão ter restrições na sua atividade: não poderão distribuir lucros, fazer contratos com o Estado, comprar e vender imóveis, nem obter da Autoridade Tributária uma declaração relativa à sua situação fiscal regularizadas. Desde 1 de fevereiro que as medidas estão a ser aplicadas. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Magistrados do Ministério Público pedem intervenção de Marcelo

Nos próximos dias dará entrada no Supremo Tribunal Administrativo a impugnação da última diretiva da Procuradoria-Geral da República. Caso o processo não seja travado, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público vão pedir a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para bem da democracia, declarou Adão Carvalho, secretário-geral daquele sindicato. Se vier a estar em causa a forma de intervenção do Ministério Público e existir o risco de politização do mesmo, penso que, para bem do Estado democrático, será importante intervir”, referiu. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Projetos da eutanásia chumbados pela Ordem dos Médicos

Os projetos do PS, Bloco de Esquerda, PEV e PAN sobre a morte medicamente assistida foram chumbados pelo Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médica da Ordem dos Médicos. Os pareceres já foram entregues na Assembleia da República e segundo o Conselho Nacional “a eutanásia e o suicídio assistido não não se enquadram na prática de medicina”. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Fundo Apollo revende prédios comprados à Fidelidade e escapa ao IMT

O fundo Apollo vai escapar ao pagamento do IMT na revenda de um conjunto de casas à seguradora francesa Axa, num negócio de 200 milhões de euros. Segundo a lei, “são isentas do IMT as aquisições de prédios para revenda”. Logo o fundo Apollo poupou entre um e oito milhões de euros sobre este imposto. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Novo plano para tirar carros da baixa de Lisboa é discutido hoje

Fernando Medina anunciou, na semana passada, que a circulação rodoviária de parte da Avenida da Liberdade, Baixa e Chiado vai estar limitada aos residentes, portadores de dístico, veículos autorizados e transportes públicos. O novo plano vai ser discutido esta quinta-feira pela autarquia e está previsto que entre em vigor já a partir de junho. Leia a notícia completa no jornal i (link indisponível)

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Governo vai disponibilizar 168 milhões de euros para a floresta

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2020

Intervenção pública, mesmo que musculada quando necessária, tem que ser “supletiva”, já que 98% da floresta pertence a privados, diz Matos Fernandes.

O ministro do Ambiente disse, em Santarém, que este ano serão disponibilizados 100 milhões de euros do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) e 68 milhões do Fundo Ambiental para plantar e gerir a floresta.

João Matos Fernandes falava no seminário de encerramento da discussão pública do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, que decorreu ao longo de todo o dia na Escola Superior Agrária de Santarém, sublinhando que os apoios públicos a ser disponibilizados na próxima década – da ordem dos 6.000 milhões de euros – serão aplicados nos sistemas e territórios mais vulneráveis.

Nestes incluiu as zonas com elevado risco de incêndio, as áreas florestais com monocultura, aquelas onde predomina o minifúndio ou com marcado despovoamento, mas também as que têm elevado valor natural e ambiental (áreas classificadas ou importantes ecossistemas biodiversos com capacidade de retenção de carbono e prestadores de serviços ambientais).

Sublinhando que a intervenção pública, mesmo que musculada quando necessária, tem que ser “supletiva”, já que 98% da floresta pertence a privados, Matos Fernandes afirmou que para tornar a gestão destas áreas mais profissional, o Governo vai propor alterações legislativas “na ótica da simplificação, da descentralização, da transferência de competências e de responsabilidades”.

Nesse sentido, durante o ano de 2020 serão mobilizados 100 milhões de euros do PDR e 68 milhões do Fundo Ambiental, adiantou.

O ministro referiu o “cariz multifundos” dos apoios a disponibilizar, adiantando que o primeiro dos avisos será já lançado em março, sendo que a partir do PDR serão financiadas as intervenções iniciais promovendo a mudança e do Fundo Ambiental, para esses mesmos espaços florestais, “serão pagos os serviços de ecossistemas que resultam de boas opções florestais adaptadas ao território através de contratos com prazos de 20 anos”.

“Só assim teremos árvores de crescimento lento, garantindo que os proprietários terão o rendimento necessário para cuidar dos espaços florestais”, declarou.

“Para reduzirmos em 10 anos para metade a área ardida temos de agir em profundidade em 20% da nossa floresta”, acrescentou.

Segundo o ministro, a estratégia a 10 anos visa, nomeadamente, aumentar a resiliência dos territórios mais ameaçados e vulneráveis do ponto de vista ambiental, visando expandir a presença de espécie autóctones de crescimento lento, reconverter áreas de eucalipto de baixa produtividade, recuperar as áreas percorridas pelos incêndios nos últimos anos, majorando os apoios a territórios de elevado risco de incêndio.

Prevê ainda florestar ou reabilitar áreas de matos incultos, desde que não sejam ocupados por atividades agrícolas, realizar ações de controlo da invasão de lenhosas, gerir de forma coletiva os espaços florestais, realizar os investimentos necessários para aumentar a produtividade dos povoamentos florestais.

No resumo dos debates realizados ao longo do dia, o consultor de comunicação de ciência Vítor Malheiro referiu o caráter “ambicioso” de um plano que se propõe mudar a paisagem e salientou, entre as dificuldades apontadas, o “grande problema da propriedade rural muito fragmentada”.

A necessidade de redimensionar a propriedade, seja pelo emparcelamento ou por formas de gestão associativa, de “ouvir a gente do campo”, de “construir consensos”, ter uma “abordagem pluridisciplinar” e articulada entre as várias entidades e agentes envolvidos foram algumas das questões levantadas ao longo do dia, com Malheiro a acrescentar a importância de uma “grande aposta na comunicação e na mediação”.

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S&P não mexe no rating. Confirma “BBB-” da Nos

A S&P confirmou a notação atribuída à empresa liderada por Miguel Almeida. O rating de "BBB-" permite, diz a operadora, "diversificar ainda mais as suas fontes de financiamento".

A S&P Global Ratings não mexeu na classificação da dívida da Nos. Confirmou o rating de longo prazo de “BBB-” da operadora liderada por Miguel Almeida, com outlook “estável”, o que, diz a empresa, lhe vai permitir diversificar as fontes de financiamento.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, na base da confirmação deste rating, que fica no primeiro nível de investimento — uma notação inferior colocaria a dívida da empresa em “lixo” –, esteve, entre outros, “a posição de liderança em Portugal no mercado de TV por subscrição”, diz a Nos.

A agência de rating norte-americana também salientou o “forte investimento na rede fixa”, “uma oferta fixo-móvel flexível e de conteúdos locais forte e uma marca com sólida presença no mercado” além de “um balanço robusto e de uma política financeira estável” para justificar a classificação atribuída.

A manutenção do rating de crédito de longo prazo, “permite que a Nos reforce as condições para diversificar ainda mais as suas fontes de financiamento, estender a maturidade média da sua dívida e continuar a diminuir o seu já reduzido custo médio da dívida”, salienta a empresa liderada por Miguel Almeira.

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Governo dá tolerância de ponto à Função Pública no Carnaval

Executivo decidiu, através de despacho assinado pelo primeiro-ministro, conceder tolerância de ponto no próximo dia 25 de fevereiro.

Os funcionários públicos vão ter mais tempo para brincarem ao Carnaval. Apesar de não ser um feriado, o Governo decidiu dar tolerância de ponto na terça-feira, dia 25 de fevereiro.

“Apesar de a terça-feira de Carnaval não constar da lista de feriados obrigatórios estipulados por lei, o Governo decidiu, através de despacho assinado pelo primeiro-ministro, conceder tolerância de ponto no próximo dia 25 de fevereiro“, refere a nota do gabinete do primeiro-ministro.

Na base desta tolerância de ponto para os funcionários do Estado está, diz o Executivo, “a tradição consolidada de organização de festas neste período”.

“É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos, no dia 25 de fevereiro de 2020″, explica.

De fora desta tolerância de ponto ficam “os serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento naquele período, em termos a definir pelo membro do Governo competente”.

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Aumento de 0,3% “é ponto fechado” mas há margem para escalões mais baixos

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2020

Ministra da Administração Pública admite ir mais longe nas remunerações mais baixas e noutras matérias, como as férias.

A ministra da Administração Pública afirmou que a proposta de aumentos salariais de 0,3% “é um ponto fechado” na negociação com os sindicatos, mas admitiu ir mais longe nas remunerações mais baixas e noutras matérias, como as férias.

“Neste momento, os 0,3% são um ponto fechado, mas pode haver outras vantagens”, disse a ministra da Modernização Administrativa e da Administração Pública, Alexandra Leitão, no programa da RTP Grande Entrevista, na quarta-feira à noite.

A próxima reunião com as estruturas sindicais da administração pública está marcada para segunda-feira e a ministra lembra que em cima da mesa estão outras matérias, além da salarial.

Segundo disse, o que está em curso “é uma negociação para os escalões mais baixos” e “outras medidas transversais podem não estar completamente fechadas”.

Questionada sobre se a questão das férias poderá estar entre outras medidas negociadas além dos aumentos salariais, Alexandra Leitão não afastou a hipótese, respondendo que esse poderá ser um exemplo.

Otimista quanto a um acordo com os sindicatos, a governante acrescentou que a valorização dos trabalhadores passa ainda por áreas como as pré-reformas ou a formação profissional.

Alexandra Leitão considerou ainda que não há trabalhadores a mais na administração pública, sublinhando que essa ideia “é um mito” e que há uma recuperação a fazer do número de postos de trabalho perdidos durante o período da ‘troika’.

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5 coisas que vão marcar o dia

Pedro Nuno Santos vai ao Parlamento falar sobre ferrovia. É também o dia em que a Moody's organiza em Lisboa uma das suas conferências anuais. Depois da Navigator, Semapa apresenta resultados anuais.

O ministro com a pasta das Infraestruturas vai à Assembleia da República falar sobre o programa Ferrovia 2020. É também o dia em que a Moody’s organiza uma conferência anual em Lisboa, na qual estará presente uma analista que avalia a dívida soberana portuguesa. Nos mercados, os investidores estarão atentos aos resultados da Semapa. E o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP) atualizam algumas informações estatísticas.

Pedro Nuno Santos questionado sobre a ferrovia

Depois da discussão e aprovação do Orçamento do Estado, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, regressa hoje ao Parlamento, desta vez para uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. Nesta audição, que tinha sido originalmente marcada para ontem, o ministro será questionado sobre o Programa Ferrovia 2020, a pedido do BE e do CDS-PP, que em quatro anos só 11% das metas foram cumpridas, mas também sobre trabalhadores agrícolas que vivem em contentores, a perdido do PAN.

INE revela número de empresas em Portugal

O INE publica hoje um conjunto alargado de informação sobre as empresas não financeiras em Portugal. Os dados, que remontam a 2018, incluem o número de sociedades que iniciaram atividade no país nesse ano, bem como dados sobre a quantidade de pessoal ao serviço. A última publicação foi há um ano, tendo revelado que os nascimentos de empresas cresceram 5,5% em 2017, ano em que 36.908 sociedades iniciaram atividade no país.

Semapa apresenta resultados anuais

A Semapa, dona da Secil e de quase 70% da Navigator, apresenta hoje os resultados anuais referentes a 2019. Entre janeiro e setembro, os lucros cresceram 14,9% em termos homólogos, para 112,1 milhões de euros, um crescimento explicado pela venda do negócio de pellets pela Navigator em 2018, a melhoria dos resultados financeiros e um menor impacto dos impostos. Porém, esta terça-feira, a Navigator revelou que a conjuntura desfavorável resultou numa quebra de 25% no resultado líquido, que recuou para 168,3 milhões de euros no ano passado.

BdP informa sobre fundos de investimento

O BdP vai atualizar a informação estatística sobre a atividade dos fundos de investimento no último trimestre de 2019, incluindo o valor líquido global das unidades de participação em circulação. No trimestre anterior, entre julho e setembro, o valor líquido global das unidades de participação dos fundos de investimento atingiu 26,8 mil milhões de euros, um crescimento de 1,5 mil milhões de euros face ao final de 2018. Nesta altura, os investidores particulares detinham cerca de 46% do total de unidades de participação em circulação.

Moody’s promove conferência em Lisboa

Quase um mês depois de ter decidido não mexer na notação da dívida portuguesa, a Moody’s organiza hoje a sua conferência anual no hotel Ritz, em Lisboa. O evento contará com um discurso inicial de Laura Perez Martinez, diretora executiva associada na área de estratégia de crédito da agência. Na capital portuguesa estarão ainda uma série de analistas de empresas parceiras ou da própria Moody’s, incluindo Sarah Carlson, a analista principal da dívida soberana portuguesa desta agência de notação financeira.

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Em ano de 5G, cancelamento do MWC deixa vazio difícil de preencher

O cancelamento do Mobile World Congress no ano do 5G não tem só impacto no setor da tecnologia. O evento é crítico para a economia de Barcelona e para as receitas da associação promotora.

O cancelamento do Mobile World Congress (MWC) é um dos impactos mais visíveis do coronavírus na Europa, prova de que o surto pode provocar ondas de choque muito para lá da China. Com mais de três décadas de história, é uma das mais importantes feiras de tecnologia do mundo, a mais importante no segmento mobile, e um dos principais eventos de Barcelona. O seu cancelamento deixa um vazio difícil de preencher.

A promotora GSMA tentou evitar o cancelamento a todo o custo, mesmo perante a desistência de algumas das principais marcas que todos os anos marcam presença na feira. Numa tentativa de aliviar os receios, a associação baniu visitantes chineses provenientes do epicentro da epidemia, adotou controlos de medição da temperatura à entrada e até anunciou um protocolo de substituição dos microfones.

Mas nem estas medidas nem as recomendações aos participantes — que incluíam o evitar apertos de mão — foram suficientes para afastar os receios de que a feira pudesse representar um risco para a saúde pública. Mais de 100.000 pessoas eram esperadas, num ano considerado crítico para o setor, por causa do lançamento das primeiras ofertas comerciais de 5G. Tema que, de resto, tem marcado a exposição na Feira Barcelona nos últimos anos.

Num comunicado, a GSMA revela que “cancelou o MWC Barcelona 2020 porque a preocupação global com o surto de coronavírus, a preocupação com viagens e outras circunstâncias, impossibilita a realização do evento”. Para muitos, a decisão não foi surpresa. Como conta a Bloomberg (acesso pago), só a desistência da Ericsson — uma das primeiras a serem anunciadas — abriu na exposição um espaço vazio maior do que um campo de futebol americano.

Ainda é cedo para contabilizar o impacto financeiro da não realização do MWC este ano. Mas é praticamente certo que a decisão terá um forte impacto na economia local catalã: todos os anos, o MWC puxa por setores como o alojamento, restauração e transportes em Barcelona.

Menos certo é quem ficará com a “fatura” do cancelamento: se os participantes, se a própria organização, cuja esmagadora maioria das receitas provém do aluguer dos espaços e da venda de bilhetes, pelos quais cobra, pelo menos, 799 euros. Já para não falar nos milhares de viagens que já tinham sido marcadas e compradas e que, agora, acabarão por não se realizar.

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