Negrão diz que foi importante Rio ter definido ideologicamente o partido

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2020

"Rui Rio fez ontem muito bem a definição ideológica do PSD. Ficou claro que o PSD não é de todo um partido populista", afirma o antigo líder parlamentar do PSD.

O antigo líder parlamentar social-democrata, Fernando Negrão, considerou, este sábado, “muito importante” a definição ideológica que Rui Rio fez do partido na abertura do congresso, deixando claro que “o PSD não é de todo um partido populista”.

Em declarações à agência Lusa durante o 38.º Congresso do PSD, Fernando Negrão disse esperar que “haja união”, de uma vez, “para esta altura e para os próximos dois anos”, porque há “eleições importantes e o país precisa de um partido de oposição”.

“Foi um discurso muito importante porque situou ideologicamente o PSD, e nós temos que olhar para aquilo que são os novos partidos que vão aparecendo e eles são partidos populistas porque não têm definição ideológica. Rui Rio fez ontem muito bem a definição ideológica do PSD. Ficou claro que o PSD não é de todo um partido populista”, respondeu, quando questionado sobre o discurso do líder reeleito, Rui Rio.

Negrão argumentou que “o militante quer de facto é que haja unidade no PSD e que o PSD não seja um partido fonte de notícias pelos problemas internos, mas sim um partido fonte de notícias por ser um verdadeiro partido de oposição”.

Questionado sobre notícias que o apontam como número um da lista ao Conselho de Jurisdição de Rui Rio, o antigo líder parlamentar disse apenas: “Não sei que convite é que possa chegar, não faço ideia nenhuma, mas se alguém falar comigo durante o decurso deste congresso, é a essa pessoa que eu responderei”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metro de Lisboa investe 114,5 milhões em novas carruagens e sinalização

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2020

O Metro de Lisboa assinou o contrato para instalar um novo sistema de sinalização e adquirir novas carruagens. Em causa está um investimento de 114,5 milhões de euros.

O Metropolitano de Lisboa celebrou, este sábado, o contrato para instalar um novo sistema de sinalização ferroviária e adquirir 14 novas “unidades triplas” (42 carruagens) ao Agrupamento Stadler Rail Valencia/Siemens, por 114,5 milhões de euros, divulgou o Metro.

O fornecimento das novas carruagens terá entregas faseadas. O plano de trabalhos da proposta prevê que a primeira unidade tripla (três carruagens) seja entregue no segundo semestre de 2022 e que a última fique disponível em final de 2023.

Segundo uma nota da empresa, a assinatura do contrato de aquisição de material circulante e de sistema de controlo automático dos comboios para a rede do Metropolitano de Lisboa (ML) resulta do concurso público internacional, lançado em setembro de 2018, e da adjudicação ocorrida em 24 de janeiro último.

O prazo global do contrato é de 77 meses, contados após visto prévio do Tribunal de Contas, adianta o Mero. “A aquisição de 14 novas unidades triplas (42 carruagens) vai melhorar a oferta de comboios e serviços do ML, permitindo mais conforto e acessibilidade para os clientes, bem como um sistema de comunicação com os clientes que vai permitir informação variável e flexível e sistemas de segurança e vídeo vigilância mais modernos”, refere a empresa.

De acordo com o Metropolitano, a aposta nos novos sistemas Communications-Based Train Control (CBTC) – substituindo um sistema da década de 70 e “já obsoleto” – vai permitir um controlo contínuo do movimento dos comboios e um aumento da frequência e da regularidade do serviço público de transporte prestado pelo Metropolitano de Lisboa.

Garantirá também de um modo “mais eficaz, a oferta de comboios, em número e frequências mais adaptados às necessidades do serviço público e com segurança acrescida”.

Além de as 14 novas unidades triplas estarem equipadas com o CBTC, o contrato para modernização da sinalização ferroviária do ML, engloba a instalação do sistema em 70 comboios já existentes. Contempla ainda a implementação de funcionalidades de proteção Automatic Train Protection (ATP) e de supervisão Automatic Train Supervision (ATS) em toda a extensão das linhas Azul, Amarela e Verde, bem como a manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos pelo prazo de três anos após a receção provisória, incluindo toda a mão-de-obra, peças sobressalentes e consumíveis.

O contrato prevê igualmente o fornecimento de stock após o período de manutenção previsto, constituído pelas peças sobressalentes e consumíveis necessárias à manutenção por um período de dois anos e a formação técnica para operação e manutenção, parametrização, configuração ou regulação dos sistemas e equipamentos, por parte do ML, além do fornecimento das peças rotáveis, ferramentas e equipamentos de teste.

O ML diz que as carruagens terão “janelas amplas, painéis de portas e áreas de intercirculação com elevado espaço livre que possibilitarão que as entradas e saídas se efetuem de forma expedita”. Revela ainda que o salão de passageiros também estará concebido para maximizar o espaço disponível, cumprindo, ao mesmo tempo, os requisitos dos lugares sentados, cuja distribuição será feita com base numa disposição longitudinal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Plantel do Benfica vale mais 50 milhões que o do FC Porto

O valor de mercado dos plantéis portista e benfiquista é de 600 milhões. Encarnados valem 50 milhões mais do que rivais. Apostadores dão favoritismo à equipa da casa no jogo que pode decidir o título.

Alex Telles (FC Porto) e Rúben Dias (Benfica) são os jogadores mais valiosos do clássico.ECO

Cerca de 50 milhões de euros separam os valores dos plantéis de FC Porto e Benfica, os dois rivais que se defrontam esta noite (20h30, Sport TV), no Estádio do Dragão, num jogo que será decisivo para as contas finais do campeonato português. Os encarnados valem mais, mas os apostadores dão favoritismo à equipa da casa.

Os portistas seguem com um atraso de sete pontos para os encarnados, quando ainda faltam cumprir 14 jornadas. Em caso de vitória caseira, a corrida pelo título manter-se-á em aberto, com o FC Porto a reduzir a distância para quatro pontos, deixando o rival de Lisboa ao alcance. Caso contrário, se o triunfo cair para o lado do Benfica, os dez pontos de diferença abrirão ainda mais as portas do bicampeonato para os homens da Luz.

Fora das quatro linhas, naquilo que são as avaliações de mercado do site especializado Transfermarkt, a equipa de Bruno Lage também surge em posição de vantagem sobre a equipa de Sérgio Conceição: 50 milhões de euros à frente.

O plantel encarnado está avaliado em 333,8 milhões de euros, o que dá uma média de 13,35 milhões de euros por jogador. Rúben Dias, defesa central de 22 anos, é o elemento mais cotado: vale 38 milhões de euros. Logo atrás surgem o lateral espanhol Grimaldo (35 milhões) e avançado português Rafa Silva (30 milhões).

a turma azul-e-branca apresenta um valor de mercado de 271,9 milhões, atribuindo um valor médio de 10,9 milhões por jogador. Alex Telles, lateral esquerdo de 27 anos, será o mais valioso dentro de campo: 40 milhões de euros. Danilo e Corona também estão bem cotados: o médio português vale 30 milhões, o ala mexicano vale 25 milhões.

Apostas dão favoritismo aos dragões

Entre as casas de apostas, o FC Porto surge como favorito a vencer o jogo. Um euro apostado numa vitória portista rende entre 2,40 euros e 2,50 euros, segundo uma consulta em vários sites de apostas como o Placard, Bet.pt, Betclic ou A Nossa Aposta. Já um triunfo encarnado apresenta odds entre 2,80 e 2,90, sendo menos provável para os apostadores que o Benfica vença no Dragão. Um empate poderá render entre 3,15 euros e 3,35 euros por cada euro apostado.

Embora os portistas sejam favoritos, o resultado mais provável é um empate a um golo. Renderá 5,00 euros e 7,25 euros, nas mesmas casas de apostas. Se a vitória para o lado do FC Porto, 1-0 é o resultado visto como mais provável de acontecer: as odds situam-se entre 6,75 e 10. Por outro lado, caso o Benfica por 1-0, o rendimento será de 7,25 euros a 10,50.

Em relação aos homens do jogo, é Tiquinho Soares quem reúne maior consenso para decidir a partida: apostar um euro num golo do ponta-de-lança brasileiro poderá render-lhe entre 2,60 euros e 2,75 euros. Marega e Zé Luís estão também bem cotados.

Do lado do Benfica, as atenções estarão viradas para Vinicius: um golo do brasileiro poderá valer 2,80 euros por cada euro jogado. Seferovic e Dyego Sousa também estão na linha da frente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ventura diz que vai entrar na corrida à Presidência da República

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2020

"Tomei a decisão pessoal de ser candidato presidencial", diz André Ventura, num vídeo dirigido aos militantes do Chega, que está a ser divulgado pela TVI24.

Depois de ter conseguido um lugar na Assembleia da República, André Ventura quer agora alcançar o cargo de chefe de Estado. Num vídeo dirigido aos militantes do Chega divulgado pela TVI24, o deputado anuncia que tomou a “decisão pessoal” de entrar na corrida à Presidência da República, tecendo duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa e ao sistema político e democrático.

“Tomei a decisão pessoal de ser candidato presidencial nas próximas eleições. Nós não podemos aceitar o que está a acontecer em Portugal. Um Presidente que fica em silêncio até perante as recentes notícias em relação ao Ministério Público e às investigações a políticos; Que fica em silêncio sobre Tancos, sobre a grande corrupção, sobre a impunidade, sobre os polícias”, diz Ventura, na mensagem de pouco mais de um minuto.

O político avança, ainda, que não suspenderá o seu mandato no Parlamento — lugar que conseguiu nas eleições de 6 de outubro com 1,29% dos votos — e que continuará a exercer essas funções “com a mesma intensidade e a mesma garra”. “Não vai ser uma luta fácil. Marcelo Rebelo de Sousa é a face deste sistema. Nós somos precisamente o oposto. Podemos não ganhar, mas vamos travar uma luta com grande dignidade“, remata. De notar que Marcelo Rebelo de Sousa ainda não anunciou se irá ou não recandidatar-se à Presidência da República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Albuquerque afirma que “a comunicação” com Rui Rio “está ótima”

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2020

"Tivermos uma conversa e chegámos a um entendimento. Neste momento, o que é fundamental é unir o PSD", defende Miguel Albuquerque.

O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou que a comunicação com o líder nacional do seu partido “está ótima”, adiantando que já houve uma conversa com Rui Rio que permitiu “um entendimento”.

Miguel Albuquerque falava à entrada para o 38º Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo, depois de interrogado sobre as suas atuais relações com o presidente social-democrata, Rui Rio, após o diferendo relativo ao sistema de pagamento de quotas com a direção nacional do seu partido – um diferendo que levou a que os votos dos militantes madeirenses não tivessem sido contabilizados nas últimas eleições diretas. “Tivermos uma conversa e chegámos a um entendimento. Neste momento, o que é fundamental é unir o PSD“, respondeu.

Perante os jornalistas, Miguel Albuquerque fez depois questão de frisar que o PSD/Madeira estará “no combate político para a construção de uma alternativa para Portugal”.

“O PSD da Madeira está com a confiança dos eleitores há 43 anos. Sabemos o que somos, o que queremos e para onde vamos. Era bom o PSD nacional seguir essas pisadas”, disse, em jeito de recado.

Interrogado se esse recente entendimento com Rui Rio já permitiu que os três deputados do PSD/Madeira não tivessem repetido em votação final global do Orçamento do Estado para 2020 a abstenção que protagonizaram na fase de generalidade face à proposta do Governo, Miguel Albuquerque recusou essa perspetiva. “Os deputados do PSD/Madeira votaram contra porque houve um conjunto de propostas por nós apresentadas que não foram subscritas pela esquerda. As relações entre as direções regionais e nacional estão normalizadas”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alberto João Jardim diz que “a traquinice acabou” no PSD

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2020

Quem dirige o PSD "não pode estar preocupado com os meninos traquinas" de dentro do partido, diz Alberto João Jardim.

O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, considerou, esta sexta-feira, que quem dirige o PSD “não pode estar preocupado com os meninos traquinas” de dentro do partido, avisando que quem perturbar “assume as consequências”.

À chegada para o 38.º Congresso do PSD, que decorre até domingo em Viana do Castelo, Alberto João Jardim considerou que o PSD tem neste momento dois objetivos que são “a reforma do sistema político” e “preparar-se para governar Portugal”.

“Essas conversas de união e desunião, isso acabou. Quem dirige o partido não pode estar preocupado com os meninos traquinas cá de dentro. A traquinice acabou. Agora é para a frente“, avisou, quando questionado pelos jornalistas sobre se os objetivos que traçou são possíveis depois do ciclo eleitoral interno do partido.

Para o antigo líder do PSD/Madeira é claro que “quem perturbar assume as consequências da perturbação”. Questionado sobre quais são as consequências dessa perturbação, Alberto João Jardim atirou: “Estão nos estatutos”. “Acho que deve haver bom senso nisto tudo. O que a partidocracia tem de pior é as pessoas brincarem aos partidos. Os partidos existem para serem instrumentos do interesse nacional“, criticou.

Infelizmente, na perspetiva do social-democrata, “principalmente a geração millennials como se costuma dizer, está muito virada para os seus interesses pessoais e para as suas carreiras”. “Perdeu-se um pouco essa ideia do partido de causas, para se transformarem todos os partidos em agrupamentos de interesses. Hoje há demasiado interesse individual em vez da luta por causas“, apontou.

Questionado sobre as autárquicas do próximo ano e as escolhas do PSD, Alberto João Jardim afirmou que “o PSD não tem de ter a preocupação de ter candidatos apenas seus filiados”. “As eleições autárquicas são muito pessoalizadas e tem de se ir ao encontro das populações, escolher os melhores e não escolhê-los pela filiação no partido”, sugeriu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comerciantes e moradores receosos com restrições ao trânsito na Baixa de Lisboa

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2020

A intenção da Câmara de Lisboa (liderada pelo PS) “é bastante radical em relação às necessidades do comércio da Baixa”, defende a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina.

Na Baixa de Lisboa, os carros ainda podem circular livremente, mas a partir do verão a entrada de automóveis passará a ser condicionada, deixando alguns comerciantes receosos com o futuro dos seus negócios.

“Não temos ainda todos os dados, mas as primeiras impressões é de que as pessoas estão muito preocupadas”, começa por dizer o presidente a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Lopes, em declarações à agência Lusa.

Manuel Lopes admite que ainda não foi possível auscultar a opinião de todos os associados, mas sublinha que “há preocupações”, considerando que a intenção da Câmara de Lisboa (liderada pelo PS) “é bastante radical em relação às necessidades do comércio da Baixa”. “Gostamos, todos nós, de ter de facto menos carros, mas também gostamos que os nossos estabelecimentos continuem a produzir vendas ao final de cada dia e de cada mês”, frisa.

O presidente da associação realça que não está contra “medidas que possam eventualmente evitar as poluições”, mas ressalva que “não é menos verdade de que há outras zonas da […] cidade que estão poluídas ou mais poluídas do que a Baixa Pombalina”.

Os comerciantes têm também receios relativos à eficácia dos transportes públicos e a questões de segurança. “Falando de insegurança, é uma ideia que está a criar raízes dentro de nós, porque o espaço é muito grande e, retirando automóveis, vamos retirar com certeza pessoas daqui da nossa Baixa”, refere Manuel Lopes.

Na Rua Garret, uma das incluídas na Zona de Emissões Reduzidas (ZER) Avenidas/Baixa-Chiado, apresentada em 31 de janeiro pela Câmara de Lisboa, o trânsito automóvel passará a ser exclusivo, a partir do verão, para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados entre as 06:30 e as 00:00. No entanto, numa segunda fase ainda sem data prevista, o pavimento empedrado, por onde ainda passam carros, vai dar lugar a calçada portuguesa e a rua passará a ser totalmente pedonal.

Para Anabela Pedro, chefe de vendas de uma loja de fotografia instalada na Rua Garret há 82 anos, o comércio pagará caro com a intenção do executivo municipal, liderado por Fernando Medina (PS). “Nós temos muito cliente turista, mas também precisamos do nacional. O turista não se importa de passear e de usar só a zona pedonal, mas as pessoas depois já não se vão deslocar aqui ao Chiado para fazer compras”, diz, convicta de que vai perder clientela.

Também Igor Lopes, funcionário do café A Brasileira, acredita que o comércio será “o principal afetado”, apesar de concordar com a intenção de “reduzir as emissões de dióxido de carbono”.

Ao contrário dos restantes comerciantes ouvidos pela agência Lusa, o gerente da livraria Sá da Costa, também situada na Rua Garret, acha o plano “muito positivo para a cidade, para o comércio e para as pessoas”, acrescentando que a medida já devia ter sido tomada antes. “Os carros desvalorizam a cidade do ponto de vista comercial”, argumenta Pedro Castro e Silva, dando como exemplo a Rua Augusta, que se tornou na “melhor rua da cidade” desde que deixou de haver trânsito.

A ZER abrange parte das freguesias de Santa Maria Maior, Misericórdia e Santo António, sendo delimitada a norte pela Calçada da Glória, Praça dos Restauradores e Praça do Martim Moniz, e a sul pelo eixo formado pelo Cais do Sodré, Rua Ribeira das Naus, Praça do Comércio e Rua da Alfândega.

Esta zona é delimitada a nascente pela Rua do Arco do Marquês de Alegrete, Rua da Madalena e Campo das Cebolas, e a poente pela Rua do Alecrim, Rua da Misericórdia, Rua Nova da Trindade e Rua de São Pedro de Alcântara.

Moradores teme que mudanças expulsem mais residentes

Moradores da freguesia da Misericórdia, em Lisboa, reconhecem que as restrições de trânsito na zona da Baixa apresentam vantagens ambientais, mas receiam que a medida possa contribuir para a expulsão de mais residentes do centro da cidade.

O presidente da Associação de Moradores da Misericórdia, freguesia que abrange zonas como o Bairro Alto e o Cais do Sodré, salientou, em declarações à Lusa, que esta é uma medida que faz “todo o sentido” no ano em que Lisboa é Capital Verde Europeia, com “grandes vantagens” na redução das emissões no centro da cidade e na facilitação da circulação dos transportes públicos.

Ainda assim, Luís Paisana teme que haja uma maior utilização dos espaços públicos para fins turísticos e de divertimento, sobretudo noturno, que “se não for controlado pode trazer mais impactos negativos para os moradores”, como aconteceu no Bairro Alto quando o trânsito foi fechado. “Esse é o nosso maior receio. É que se não houver fiscalização, poderá haver continuação da saída de moradores destas zonas”, sublinhou.

Os condicionamentos de trânsito no Bairro Alto, exemplificou, comportaram “problemas de utilização abusiva do espaço público” e contribuíram para a especulação imobiliária, tendo “um impacto bastante negativo na fixação ou na manutenção dos moradores”.

“A cidade vive cada vez mais de turistas e isto ajuda a vinda de cada vez mais pessoas para visitar a cidade, mas não se preocupa tanto com os moradores que ainda cá estão. Portanto, parece-me uma medida que vai num determinado sentido, mas que não faz parte de uma estratégia a longo prazo de toda a cidade”, criticou.

Para João Gonçalves, em Lisboa apenas de visita, os condicionamentos de trânsito na Baixa da capital e a conversão de algumas estradas em espaços pedonais fazem todo o sentido. “A nível de segurança, para todos os peões é uma mais-valia. Depois até a nível de turismo, é impecável porque uma pessoa não tem de andar sempre preocupada se vêm carros, se não vêm. É mais seguro para todos”, defendeu.

Isabel Rudowsky, moradora na Baixa, também concorda com a intenção da autarquia “desde que os serviços públicos funcionem como deve ser”. Já Maria do Céu, que vive na Costa do Castelo, onde a circulação automóvel já é condicionada, diz que “é um inferno” e lamenta que os filhos não possam ir a qualquer momento à casa dos pais. “É muito chato”, disse, entre suspiros.

A autarquia prevê a apresentação deste plano, durante o mês de fevereiro, às juntas de freguesia, associações de moradores e de comerciantes e à assembleia municipal. Em março, o plano deverá ser aprovado e o regulamento enviado para um período de consulta pública.

A partir de 01 maio, os cidadãos podem efetuar o registo para a obtenção dos dísticos e em junho serão realizadas campanhas de informação, prevendo-se a efetiva fiscalização e controlo de acesso (através de pórticos) entre julho e agosto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Venda do EuroBic ao Abanca está por horas

As negociações exclusivas entre o Abanca, Isabel dos Santos e Fernando Teles, os principais acionistas do EuroBic, estão quase fechadas e o acordo poderá ser anunciado nas próximas horas.

A venda do Eurobic ao Abanca estará por horas. O banco galego — na verdade com um patrão de origem venezuelana — entrou num processo de negociações exclusivas para a compra do Eurobic, pelo menos de 75% do capital, incluindo as posições de Isabel dos Santos e de Fernando Teles. E as últimas 48 horas foram frenéticas, com muitas reuniões e muitos envolvidos. E nas últimas horas, já esta sexta-feira, o presidente do banco, Teixeira dos Santos, foi à sede do Banco de Portugal para falar com o governador Carlos Costa. Espera-se agora, nas próximas horas, por um desfecho de um negócio que todos querem, desde logo a gestão, como revelou em primeira mão o ECO Insidera newsletter semanal do ECO exclusiva para assinantes. Mas isso vai significar, claro, o fim da marca Eurobic e o Abanca passará a ser um dos mais relevantes bancos do sistema.

O que é que vai comprar o Abanca? Um bancos com uma das mais elevadas rentabilidades do mercado, acima de 10%, lucros acima dos 60 milhões de euros e um rácio de capital confortável. Tem balcões, e um nível de crédito mal parado claramente abaixo dos 3%.

E quanto pode valor o EuroBic? O EuroBic chegou ao final do terceiro trimestre com capitais próprios de 557 milhões de euros, um valor que tendo em conta os resultados positivos que se antecipam para os últimos três meses do ano passado, poderão aumentar para um valor em torno dos 600 milhões de euros.

Considerando esse capital próprio, mas recorrendo ao método de avaliação comum no mercado de capitais, o price to book, ou seja, o valor atribuído pelos investidores em função dos capitais próprios, o banco vale bem menos. Considerando o rácio a que está a transacionar o único banco português a negociar na bolsa de Lisboa, o BCP, de 0,45 vezes, o valor do EuroBic encolhe para 250 milhões.

Ora, segundo duas fontes que estão a acompanhar as negociações revelaram ao ECO Insider que a primeira proposta vinculativa do Abanca foi de 0,4, mas já terá feito uma nova proposta, revista e aumentada. E é por causa disso que se antecipa um anúncio nas próximas horas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Luanda Leaks e orçamento da UE em debate no Parlamento Europeu

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2020

O Luanda Leaks e o orçamento da UE serão discutidos, ao longo desta semana, no Parlamento Europeu. Estas serão as primeiras declarações da Comissão Europeia sobre o caso em torno de Isabel dos Santos.

As revelações dos esquemas financeiros da empresária angolana Isabel dos Santos, no âmbito do Luanda Leaks, e o orçamento da União Europeia (UE) para 2021-2027, com futuro ainda incerto, estarão em debate no Parlamento Europeu na próxima semana.

Em causa está a sessão plenária da assembleia, que decorre entre segunda-feira e quinta-feira na cidade francesa de Estrasburgo, contando, na quarta-feira ao final do dia, com um debate sobre branqueamento de capitais na UE no seguimento dos Luanda Leaks, que deverá durar cerca de hora e meia.

À semelhança do que acontece normalmente nos debates realizados em plenário, este contará com declarações iniciais do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, que ainda não se pronunciaram sobre os Luanda Leaks. O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no dia 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano utilizando paraísos fiscais.

Isabel dos Santos foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola, mas já veio negar as acusações, dizendo-se vítima de um ataque político.

Ao nível da UE, as regras mais recentes de combate ao branqueamento de capitais e crimes fiscais datam de 2015, tendo vindo a reforçar as obrigações de vigilância dos bancos, instituições financeiras, consultores fiscais, auditores, advogados, agentes mobiliários, entre outros, sobre as transações suspeitas dos seus clientes.

Estas leis comunitárias vieram, também, clarificar que as regras se aplicam às “pessoas politicamente expostas”, isto é, indivíduos que, pelo facto de exercerem ou terem exercido funções públicas importantes, podem representar um risco mais elevado de corrupção. Aqui incluem-se chefes de Estado, chefes de governo, ministros, membros dos órgãos de direção de partidos políticos, juízes de tribunais supremos e deputados.

Já no caso das operações ou relações de negócio ou familiares com estas pessoas, as mais recentes leis comunitárias aconselham à adoção de medidas de diligência adicionais para determinar, por exemplo, a origem do património e a origem dos fundos envolvidos.

Nesta legislação, foi ainda incluída uma disposição para proteger os denunciantes. Previsto está agora que a Comissão Europeia apresente, no final de março, um novo plano de ação contra o branqueamento de capitais.

Também em destaque na sessão plenária do Parlamento Europeu está um debate sobre o orçamento da UE pós-2020. Na quarta-feira de manhã, o Parlamento Europeu vai dizer aos líderes europeus que tipo de acordo espera da cimeira de 20 de fevereiro sobre o quadro financeiro plurianual, definindo condições para a sua aprovação.

O orçamento de longo prazo da UE terá de ser acordado por unanimidade pelos Estados-membros e aprovado seguidamente pelo Parlamento Europeu para poder entrar em vigor. Porém, entre os Estados-membros existem diferenças de vulto entre os contribuintes líquidos – que pretendem evitar um aumento das respetivas contribuições à luz da saída do Reino Unido, que integrava esse grupo – e os países que mais dependem dos fundos, designadamente os “Amigos da Coesão”, como Portugal.

Esta semana, o primeiro-ministro português, António Costa, esteve em Bruxelas para encontros com altos responsáveis europeus, incluindo o presidente do Conselho, visando dar-lhes conta das conclusões da cimeira dos “Amigos da Coesão” sobre o orçamento plurianual comunitário, realizada no anterior fim de semana.

A todos os dirigentes europeus, Costa deu conta dos resultados da reunião de Beja, na qual os “Amigos da Coesão” reafirmaram a sua firme oposição a cortes nesta política no futuro quadro financeiro para 2021-2027, defendendo pelo menos a manutenção do financiamento do quadro ainda em vigor (2014-2020) em termos reais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP não quer voar para o Montijo. Easyjet e Ryanair também resistem

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2020

Defendem a construção do novo aeroporto do Montijo, mas não querem voar para ele. As grandes companhias aéreas que operam em Portugal mostram resistência à nova infraestura aeroportuária.

Nenhuma das grandes transportadoras aéreas que operam em Portugal quer voar para o futuro aeroporto do Montijo, já que preveem que tal irá afetar a sua estratégia e modelo de negócios, avança o Expresso (acesso pago), este sábado. Só irá para esse novo aeroporto quem não conseguir espaço no aeroporto Humberto Delgado e as transportadoras low cost atraídas pelos preços.

Embora defenda a construção da infraestrutura em causa no Montijo, a TAP, por exemplo, recusa voar para lá. Isto porque a companhia portuguesa baseia o seu modelo de negócios no transporte de passageiros transcontinentais até Lisboa, fazendo-os voar, a partir daí, para outros países. A TAP está, portanto, muito dependente de ligações a outros voos, sendo a possibilidade de ter de transportar os passageiros para a outra margem do Tejo sinónimo de um risco de perda de conexão grande.

No caso da Ryanair e da Easyjet, também há resistência, uma vez que estas transportadoras são muito usadas para pequenas pausas de dois ou três dias, não sendo atrativo para quem vem por tão pouco tempo demorar a chegar ao centro de Lisboa, sublinha o semanário. Estas companhias não querem, por isso, abdicar dos slots na Portela e só ponderam voar para o Montijo quando o crescimento o ditar ou se as taxas foram mais baixas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Brilharete” orçamental em 2019 ameaçado por PPP do Douro Litoral

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2020

O CFP avançou que Mário Centeno pode já ter alcançado o primeiro excedente em democracia em 2019, mas há uma nuvem no horizonte: a indemnização paga por causa da PPP do Douro Litoral.

A possibilidade de o Executivo ter conseguido já em 2019 o primeiro excedente orçamental em democracia ficou mais reduzida face à decisão tomada pelo Supremo Tribunal Administrativo de forçar o Estado a pagar mais de 200 milhões de euros aos donos da polémica concessão rodoviária do Douro Litoral, avança o Público (acesso condicionado), este sábado.

As expectativas de alcançar um brilharete nas contas públicas em 2019 baixaram, sobretudo face à forte possibilidade de se ter de registar nas contas desse ano uma parte substancial da indemnização de 219 milhões de euros que o Estado foi condenado a pagar a concessão do Douro Litoral. O excedente de 0,2% estimado para 2020 não deverá, contudo, estar em risco.

Esta sexta-feira, o Conselho de Finanças Públicas admitiu que o Governo tenha obtido um “ligeiro excedente orçamental” em 2019, superando a meta do défice de 0,1% do PIB traçada pelo Executivo. Os dados só serão conhecidos na próxima sexta-feira, quando o Instituto Nacional de Estatística publicar a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais para o último trimestre desse ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ivo Rosa quer aumentar crimes de fraude fiscal de Sócrates

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2020

Antigo primeiro-ministro deveria responder por 40 crimes e não pelos 33 que está acusado. Juiz quer também mudar a moldura penal relativamente a Zeinal Bava e Ricardo Salgado.

O juiz de instrução da Operação Marquês quer aumentar o número de crimes de fraude fiscal de José Sócrates e a outros arguidos e mudar a moldura penal relativamente a Zeinal Bava e Ricardo Salgado.

Na fase final da instrução do processo, o juiz emitiu um despacho, a que a SIC teve acesso, considerando que o número de crimes fiscais é superior aos indicados pelo Ministério Público (MP) e que no caso do antigo primeiro-ministro José Sócrates deveria responder por 40 crimes e não pelos 33 que está acusado.

No despacho citado pela SIC, Ivo Rosa escreve que “o enquadramento jurídico feito pelo MP quanto aos crimes fiscais está incorreto e inconsistente” e não compreende porque Sócrates está acusado por apenas três crimes de fraude fiscal, quando olhando para a acusação existem 10, um por cada entrega de IRS entre 2006 e 2015.

Ivo Rosa usa os mesmos argumentos para outros quatro arguidos, referindo que Carlos Santos Silva, empresário e amigo de José Sócrates terá praticado 12 crimes de fraude fiscal e não os quatro de que está acusado

Usa os mesmos arguidos para outros quatro arguidos: o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca terá praticado não apenas dois mas oito crimes, Armando Vara, ex-ministro e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, mais três crimes do que os dois de que está acusado, e o antigo administrador da Portugal Telecom (PT) Henrique Granadeiro não três mas cinco crimes de fraude fiscal agravada.

Quanto ao antigo presidente da PT Zeinal Bava e do antigo banqueiro Ricardo Salgado, o juiz não muda o número de crimes, mas entende que a moldura penal é mais grave e recorre a uma alteração na lei para dizer que em vez de uma pena de prisão até cinco anos, os crimes fiscais pelos quais estão acusados passa a ter uma pena entre os dois e os oito anos.

Ivo Rosa escreve que a alteração da moldura penal e do número de crimes dos vários arguidos significa uma alteração não substancial dos factos.

O juiz pronuncia-se apenas sobre os crimes fiscais e não pelos outros, como corrupção e branqueamento de capitais.

O magistrado avisa que o despacho serve apenas para abrir uma outra uma possibilidade se os arguidos forem a julgamento, mas lembra que “o momento da decisão final é em sede da decisão instrutória”.

A Operação Marquês conta com 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionada com a prática de mais de uma centena e meia de crimes de natureza económico-financeira.

José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no GES e na PT, bem como garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

Na Operação Marquês foram ainda acusados, entre outros, o empresário Carlos Santos Silva (apontado como “testa de ferro” de Sócrates), o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, Zeinal Bava, ex-presidente executivo da PT, Armando Vara, antigo deputado e ministro e ex-administrador da CGD, Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT) e José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates).

O processo foi investigado durante mais de três anos, culminado com uma acusação com cerca de quatro mil páginas, e o início do debate instrutório, que estava previsto para o fim de janeiro, foi adiado para 04 de março.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.