O retrato da Segurança Social em números

  • Lusa
  • 8 Maio 2020

No Dia Mundial da Segurança Social, a Pordata elaborou um conjunto de estatísticas dos últimos 30 anos. "Quase quatro em cada 100 contribuintes recebem uma prestação de desemprego, o dobro de 1990".

Quase quatro em cada 100 contribuintes da Segurança Social recebiam em 2019 uma prestação de desemprego, o dobro do registado em 1990, mostra um conjunto de destaques estatísticos assinalados pela Pordata, no Dia Mundial da Segurança Social. O número de beneficiários de prestações de desemprego (subsídio de desemprego e subsídio social de desemprego) atingiu, em 2019, mais de 169,4 mil indivíduos.

“Assim, quase quatro em cada 100 contribuintes recebem uma prestação de desemprego, o dobro do que em 1990”, pode ler-se no documento da Pordata, projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

De acordo com os dados, os anos em que se atribuíram mais subsídios de desemprego foram 2012 (398,7 mil) e 2013 (375 mil), no pico da última crise económica.

Do total de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) em 2019, 60% recebiam uma prestação de desemprego.

A análise mostra ainda que, desde 2000, mais de metade dos subsídios de desemprego foram atribuídos a mulheres, com exceção do período entre 2009 e 2015. Em 2019, 57% dos beneficiários foram mulheres e 30% tinham 55 anos ou mais.

Quanto às pensões, a Pordata assinala que desde 2011 o número de contribuintes por pensão (velhice, invalidez e sobrevivência) da Segurança Social é igual ou inferior a 1,5.

“Tal significa que existem, em média, três contribuintes para cada dois pensionistas”, lê-se no documento, que acrescenta que, em 1970, existiam 13 contribuintes para cada pensionista.

Atualmente, existem mais de 4,5 milhões de contribuintes, ou seja, quase metade da população desconta para a Segurança Social, praticamente o dobro do registado em 1970 (de quase 2,4 milhões).

Em 2019, havia 91 contribuintes da Segurança Social para cada 100 ativos, com o valor mais baixo a verificar-se em 1991 (com 77,4 contribuintes por cada 100 ativos).

A idade média de reforma dos pensionistas de velhice na Segurança Social foi de 63,8 anos e a de invalidez de 55,2 anos em 2018 e as mulheres reformaram-se um ano mais tarde do que os homens.

Já na Caixa Geral de Aposentações (CGA) a idade média foi de 62,6 anos nesse ano, tendo aumentado para 64,3 em 2019.

Este ano, o valor mínimo mensal das pensões de velhice e invalidez da Segurança Social é de 275,30 euros, e de 165,18 euros para as de sobrevivência, “o que significa viver com 9,18 euros por dia, no primeiro caso, e 5,5 euros no segundo, num mês de 30 dias”, realça a Pordata. Ainda assim, estes são os valores mais elevados dos últimos 20 anos, acrescenta.

Por sua vez, em 2018, mais de 1,5 milhões de pensionistas da Segurança Social recebiam uma pensão, de velhice ou invalidez, inferior ao salário mínimo nacional (que era nesse ano de 580 euros).

Entre 2000 e 2019, a percentagem de pensionistas da CGA com pensões inferiores a 500 euros diminuiu de 34% para 21%, mas as pensões superiores a 2.000 euros aumentaram de 7% do total para 24,5%.

“Em 19 anos, tem diminuído a percentagem de pensionistas e aposentados da CGA que recebem menos de 1.000 euros, sendo mais de metade em 2000 (67%) e um pouco menos de metade (47%) em 2019”, indica o documento.

Os dados contrastam com a taxa de risco de pobreza entre as pessoas com mais de 65 anos que, em 2018, após as transferências sociais, foi de 17%, o que significa que “quase dois idosos em cada 10 idosos são considerados pobres após receberem o apoio do Estado”. Sem as transferências sociais, a taxa de pobreza entre os idosos teria sido de 89%, indica a mesma fonte.

Apesar da taxa de pobreza ter caído dos 29% em 2003 para 17% em 2018, o valor atual não é o mais baixo, já que em 2012 e 2013 foi de 15%.

Entre 1976 e 2018 o número de pensões da Segurança Social triplicou para quase três milhões, enquanto as pensões da CGA aumentaram, no mesmo período, de 86,9 mil para 642,3 mil.

O retrato da Segurança Social traçado pela Pordata refere ainda que o abono de família é o subsídio que chega a mais pessoas, com 840,7 mil beneficiários em 2019, mas o número caiu 34% entre 1990 e 2019.

Quanto ao subsídio de doença, foi atribuído a mais de 736,8 mil beneficiários em 2019, sendo cerca de seis em cada 10 mulheres e mais de metade dos beneficiários têm menos de 45 anos.

Por sua vez, dos mais de 267,3 mil pessoas que receberam o Rendimento Social de Inserção (RSI), quase seis em cada 10 tinham menos de 40 anos e 52% eram mulheres. Entre 2009 e 2019, o total de pessoas abrangidas pelo RSI decresceu 45%.

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Mário Centeno vê desemprego “ligeiramente abaixo” de 10%

O terceiro trimestre poderá ser de "forte recuperação", mas no quarto "abrandará" novamente. Para o ministro das Finanças, só em 2022 é que o país vai recuperar os níveis de atividade de 2019.

O ministro das Finanças antecipa que a taxa de desemprego em Portugal fique “ligeiramente abaixo” dos 10% em 2020, como consequência da pandemia de Covid-19.

“Pensamos que a taxa de desemprego até final do ano possa vir a crescer três ou quatro pontos percentuais”, disse Mário Centeno em entrevista à RTP3, quando questionado sobre se ficaria abaixo dos 10%, confirmou que “poderá ser ligeiramente abaixo desse número”. A taxa de desemprego em Portugal em 2019 foi de 6,5% e, de acordo com as previsões da Comissão Europeia, esta taxa deverá agravar-se até aos 9,7%.

Mário Centeno defende que “não é tempo de pensar na fatura” da pandemia, mas também reconhece que “Portugal perdeu em dois meses tudo o que tinha conseguido em quatro anos”.

Numa entrevista no mesmo dia em que foi divulgado o Programa de Estabilidade, que não tem quaisquer previsões económicas, Mário Centeno admitiu que o terceiro trimestre poderá ser de “forte recuperação”, mas no quarto “abrandará” novamente. Para o ministro das Finanças só em 2022 é que o país vai recuperar os níveis de atividade de 2019.

De acordo com o Programa de Estabilidade, “em média, a cada 30 dias úteis de confinamento” há “um impacto negativo no crescimento anual do PIB de 6,5 pontos percentuais a economia nacional”. E, segundo Mário Centeno, abril foi o mês mais penalizador para a economia nacional. Um mês em que houve um acréscimo de 75 mil desempregado face ao mês homólogo.

Sem querer avançar qualquer previsão para a evolução do PIB no conjunto do ano, o responsável apenas disse que estava a trabalhar com uma previsão de “quebra do PIB de 15 mil milhões de euros no conjunto do ano”. Caso o ministro das Finanças se esteja a referir ao PIB encadeado em volume, a redução percentual estará na casa dos 7,4%, calculando com base nos dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o PIB de 2019.

Mário Centeno não quis confirmar a previsão de contração do PIB de 6,8% avança pela Comissão Europeia e disse mesmo que este valor é “muito especulativo” porque “não tem em conta os efeitos do plano de recuperação económica que a Comissão Europeia vai avançar nas próximas semanas“, explicou.

Questionado sobre este fundo, Centeno disse não ter dúvidas que será possível chegar a um acordo e que “850 mil milhões de euros é o hiato de investimento que a Comissão Europeia calcula como necessário para dinamizar a economia europeia e recuperarmos os níveis que tínhamos anteriores ao coronavírus”.

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Injeção de liquidez na economia por causa da pandemia é de 11,8% do PIB

A injeção de liquidez proveniente de medidas como as linhas de crédito e as moratórias chegará aos 11,8% do PIB, de acordo com o Programa de Estabilidade 2020-2024.

Além dos gastos orçamentais mensais com a pandemia, o Estado está também a dar garantias e a permitir o adiamento de impostos de forma a injetar liquidez numa altura em que a economia (quase) paralisou. Ao todo, essa injeção de liquidez poderá chegar aos 11,8% do PIB (de 2019), segundo o Programa de Estabilidade de 2020.

No documento aprovado esta quinta-feira no Conselho de Ministros e entregue no Parlamento, o Governo escreve que avançou com um “pacote de medidas discricionárias com impacto financeiro e sem impacto orçamental de mais de 25,1 mil milhões de euros (11,8% do PIB), incluindo apoio à liquidez das empresas, concessão de incentivos, moratórias de crédito e de rendas, e prorrogações fiscais e contributivas“.

Estas medidas são extraordinárias, temporárias e não terão (para já) um impacto direto do ponto de vista orçamental — por exemplo, no caso das garantias públicas nas linhas de crédito só haverá um impacto orçamental caso a garantia seja acionada, ou seja, se a empresa deixar de pagar o crédito que contratou.

No entanto, estas medidas têm um impacto significativo na transmissão de liquidez às famílias e às empresas numa altura em que o ciclo da economia está maioritariamente interrompido. Ou seja, esta é a dimensão do “balão de oxigénio” para as empresas e as famílias aguentarem sem entrarem em défices de liquidez ou mesmo em falência enquanto a economia não retoma.

De acordo com o quadro do Programa de Estabilidade relativo a estas medidas, as moratórios no crédito à habitação (2,3 mil milhões) e no crédito empresarial (9 mil milhões) terão o maior impacto na liquidez na economia com um total de 11,35 mil milhões de euros (5,35% do PIB).

Segue-se o adiamento de impostos que, no futuro, terão de ser pagos. Ao todo, o Estado está a permitir que empresas adiem a entrega de 7,8 mil milhões de euros em impostos (3,71% do PIB) como o IRS, IRC, TSU e IVA.

A terceira medida com maior impacto na liquidez da economia é linhas de crédito com garantia pública no valor de três mil milhões de euros (1,41% do PIB), segundo o quadro do Programa de Estabilidade. No entanto, é de notar que este valor já foi revisto em alta para 6,2 mil milhões de euros e poderá ser aumentado até 13 mil milhões de euros, o limite autorizado pela Comissão Europeia.

Há ainda a aceleração dos pagamentos dos fundos europeus no valor de 1,28 mil milhões de euros (0,61% do PIB) e outras medidas de liquidez com menor dimensão como é o caso de isenção de IVA na aquisição de bens necessários para o combate à pandemia e ainda os seguros de crédito à exportação com garantias de Estado.

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Governo prevê gastar 0,9% do PIB por mês com a pandemia em 2020

O Governo estima que irá gastar 1,9 mil milhões de euros por mês com a pandemia este ano, de acordo com os números do Programa de Estabilidade divulgado esta quinta-feira.

O Programa de Estabilidade 2020-2024 aprovado esta quinta-feira pelo Governo, e que já foi entregue ao Parlamento, estima que o Estado vá gastar 0,9% do PIB (de 2019) por mês com a pandemia este ano, o que corresponde a pouco mais de 1,9 mil milhões de euros.

“Estas medidas representam, no seu conjunto, um pacote orçamental de cerca de 2 mil milhões de euros por mês (0,9% do PIB), incluindo medidas com incidência única”, pode ler-se no documento.

Tal como o Ministério das Finanças já tinha anunciado, este ano o Programa de Estabilidade não tem previsões para o PIB ou para o défice dos próximos anos por causa da elevada incerteza, mas conta com uma estimativa para os custos das medidas extraordinárias adotadas por causa da crise pandémica. De acordo com o quadro das medidas discricionárias adotadas em resposta à COVID-19, a pandemia vai custar 1.910 milhões de euros por mês aos cofres públicos.

Este quadro “reflete o impacto direto das medidas no saldo orçamental das Administrações Públicas”. “Não se avaliam neste quadro os impactos indiretos das medidas, seja em termos líquidos seja em termos económicos”, explica o Governo, assinalando que esta é uma “estimativa” que tem depois de ser confrontada com “a sua efetiva materialização”.

Além disso, nesta estimativa consta pelo menos duas despesas que serão únicas: a compra de equipamentos para as unidades de cuidados intensivos, como é o caso dos ventiladores, no valor de 60 milhões de euros e o apoio extraordinário à retoma da atividade empresarial, que é pago às empresas quando estas terminam o lay-off, no valor de 508 milhões de euros.

Contudo, o custo anual dependerá crucialmente da duração das medidas, principalmente do lay-off. Por mês, o Estado prevê gastar 564 milhões de euros (ao pagar 70% do salário reduzido mais o custo da isenção de TSU para as empresas) com este apoio ao emprego, mas é incerto por quanto tempo estará em vigor este regime simplificado com uma adesão significativa das empresas.

O segundo maior gasto está no equipamento de proteção individual para os profissionais de saúde (luvas, batas e máscaras) num total de 155,9 milhões de euros por mês, sendo que neste caso é provável que esta seja uma despesa constante até haver uma vacina ou um tratamento eficaz. Segue-se o subsídio de doença com 155 milhões de euros mensais e o apoio excecional à família com 133 milhões de euros mensais.

De notar ainda que em termos percentuais, quando calculado face ao PIB de 2020, dado que esteve vai cair, o peso desta despesa será superior a 0,9% ao mês.

Ontem, nas previsões de primavera, a Comissão Europeia estimava que Portugal iria gastar, tendo em conta as medidas já aprovaram, 2,5% do PIB com a crise pandémica, o que equivale a cerca de 5 mil milhões de euros, tendo em conta o PIB de 2019. Em causa está a subida da despesa pública para reforçar a resposta do SNS, para proteger o emprego, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas.

“O Governo adotou medidas de política orçamental para reforçar a capacidade de resposta do sistema de saúde, proteger os postos de trabalho, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas, com um custo orçamental direto, no total, estimado nos 2,5% do PIB”, referia o relatório da Comissão Europeia na parte dedicada a Portugal, salientando que são consideradas medidas adotadas até 23 de abril.

A estimativa mais recente do Governo é que irá gastar entre 300 a 400 milhões de euros por mês com o lay-off, sendo que o impacto final na despesa pública dependerá do número de meses em que esta medida de apoio ao emprego vai manter-se.

Esta deverá ser uma das medidas mais custosas, mas o Estado está também a gastar mais dinheiro em saúde, tal como mostraram os dados da execução orçamental de março, e noutros apoios sociais como as baixas por isolamento, apoios à família, ajuda extraordinária aos trabalhadores independentes e sócios-gerentes, prolongamento dos subsídios de desemprego que iam caducar e ainda o normal aumento dos subsídios de desemprego devido ao aumento dos despedimentos na sequência da (quase) paragem económica provocada pelas medidas de contenção do vírus.

A Comissão Europeia prevê que o Estado português registe um défice orçamental de 6,5% do PIB por causa da pandemia, abaixo da previsão de 7,1% do PIB do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Governo não apresenta uma estimativa para o saldo orçamental no Programa de Estabilidade, mas o ministro das Finanças, Mário Centeno, já assumiu o compromisso de apresentar previsões até ao final do primeiro semestre.

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Vírus já matou 266.919 pessoas e infetou mais de 3,8 milhões no mundo

  • Lusa
  • 7 Maio 2020

Desde a contagem feita às 19:00 TMG de quarta-feira, 6.372 novos óbitos e 95.826 novos casos ocorreram em todo o mundo.

A pandemia do novo coronavírus já matou 266.919 pessoas e infetou mais de 3,8 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 19:00 TMG desta quinta-feira, baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência noticiosa francesa, até às 19:00 TMG (20:00 de Lisboa) desta quinta-feira, 3.806.440 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 195 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está a testar apenas os casos que requerem tratamento hospitalar. Entre esses casos, pelo menos 1.197.100 são agora considerados curados.

Os países com mais mortes nas últimas 24 horas são os Estados Unidos com 2.862 novas mortes, o Brasil (615) e o Reino Unido (539). Os Estados Unidos, que tiveram a sua primeira morte ligada ao novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, no início de fevereiro, são o país mais afetados em termos de número de óbitos e de casos, com 74.844 mortes em 1.244.119 casos. Pelo menos 189.910 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades de saúde norte-americanas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido, com 30.615 óbitos em 206.715 casos, a Itália, com 29.958 mortes (215.858 casos), Espanha, com 26.070 mortes (221.447 casos) e a França, com 25.987 mortos (174.791 casos).

Entre os países mais atingidos, a Bélgica é o que apresenta o maior o número de mortes em comparação com a sua população, com 73 óbitos por cada 100.000 habitantes, seguida por Espanha (56), Itália (50), Reino Unido (45) e França (40).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabilizou oficialmente um total de 82.885 casos (dois novos entre quarta-feira e hoje), incluindo 4.633 mortes (0 novas) e 77.957 curas. Desde quarta-feira às 19:00 TMG, as ilhas Comores anunciaram a primeira morte ligada ao vírus.

A Europa totalizava às 19:00 TMG de hoje 151.576 mortes em 1.655.117 casos, os Estados Unidos e o Canadá 79.328 mortes (1.308.935 casos), a América Latina e Caribe 16.489 mortes (305.604 casos), a Ásia 10.001 mortes (269.025 casos), o Médio Oriente 7.335 óbitos (206.208 casos), África 2.065 mortes (53.334 casos) e a Oceânia 125 mortes (8.223 casos).

Esta avaliação foi realizada usando dados recolhidos pelos escritórios da AFP junto de autoridades de saúde e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A AFP alerta que, “devido a correções pelas autoridades ou a publicação tardia dos dados, os valores de aumento de 24 horas podem não corresponder exatamente aos publicados no dia anterior”.

Portugal, com 1.089 mortes registadas e 26.182 casos confirmados é o 21.º país do mundo com mais óbitos e o 20.º em número de infeções.

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Novo apoio para trabalhadores sem descontos terá o valor máximo de 219,4 euros

Os trabalhadores independentes sem descontos no último ano ou os informais que não descontam vão ter um apoio máximo de 219,4 euros.

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social esclarecer esta quinta-feira, em comunicado, que o novo apoio para os trabalhadores independentes sem descontos no último ano ou os trabalhadores informais não inscritos na Segurança Social terá um valor máximo de 219,4 euros mensais, ou seja, metade do valor do IAS (Indexante de Apoios Sociais).

No Conselho de Ministros desta quinta-feira foram aprovadas medidas para aumentar a proteção social na sequência da crise pandémica. Entre as várias medidas, inclui-se a criação de um novo regime para abranger os trabalhadores independentes que não cumpriam as condições de acesso à medida de apoio à redução de atividade que os recibos verdes com descontos já estão a receber (cujo valor máximo é de 438,81 euros ou de 635 euros, consoante a situação, e cujo valor mínimo passa a ser de 219,4 euros).

Estes trabalhadores independentes poderiam estar a beneficiar da isenção dos descontos para a Segurança Social no primeiro ano de atividade e, por isso, encontravam-se desprotegidos. Agora vão contar com um novo apoio que, no máximo, será de 219,4 euros. “Serão abrangidos os trabalhadores independentes isentos do pagamento de contribuições ou que tenham iniciado atividade há menos de 12 meses, sendo-lhes atribuído um apoio até 219,4 euros (0,5 IAS)“, explica o comunicado do Ministério liderado por Ana Mendes Godinho.

Este é o mesmo montante que será atribuído aos trabalhadores informais, que “recebem por baixo da mesa”: “Com o objetivo de promover a entrada na economia formal, aos trabalhadores que não se encontram enquadrados no sistema de Segurança Social, e que declarem o início ou reinício de atividade independente junto da administração fiscal, será atribuído um apoio de 219,4 euros (0,5 IAS)“, diz o comunicado. Contudo, para acederem a este apoio, estes trabalhadores terão de ficar vinculados à Segurança Social no futuro durante 24 meses.

O gabinete de Ana Mendes Godinho explica ainda que a redução para metade do prazo de garantia para ter acesso ao subsídio social de desemprego implica que o período de duração desses subsídio também seja encurtado para a duração do novo prazo de garantia.

O comunicado do Ministério revela ainda que o alargamento do apoio dos trabalhadores independentes (que cumprem as condições) aos sócios-gerentes, independentemente do número de trabalhadores que tenham a cargo, que registam uma faturação anual de até 80 mil euros tem um universo potencial de 190 mil empresas.

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“Com esta crise as micro e pequenas empresas do calçado vão desaparecer”, alerta Manuel Carlos

O setor do calçado está a ser fortemente afetado pelo Covid-19. Para o presidente não executivo da Apiccaps, "são as micro e pequenas empresas as mais afetadas por esta pandemia".

O ano passado o setor do calçado exportou dois mil milhões de euros. Com o aparecimento do Covid-19, o setor está a ser fortemente afetado. As fábricas pararam de produzir, as vendas caíram a pique, os clientes cancelaram as encomendas e o consumo caiu para níveis nunca vistos. Perante o cenário, são as micro e pequenas empresas as mais afetadas”, considera o presidente não executivo da Apiccaps, Manuel Carlos.

“O volume de exportações que conseguimos atingir até agora deve-se à capacidade de subcontratação das empresas exportadoras no universo de centenas de micro e pequenas empresas. Com esta crise as micro e pequenas empresas vão desaparecer num número muito elevado”, alerta Manuel Carlos, presidente não executivo da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçados, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), na Real-Life Flash Talks, promovido pelo ISCTE.

Para o responsável este desaparecimento vai pôr em causa os níveis de exportação. “Quando assistirmos a uma recuperação as empresas exportadoras vão precisar dessas micro e pequenas empresas e elas não vão estar lá. Vamos precisar dessas empresas para conseguirmos atingir esses níveis de exportação, refere Manuel Carlos.

Face aos desafios que as microempresas enfrentam, Governo lançou um programa com vista a apoiar a retoma de atividade das microempresas e durante a próxima semana as microempresas vão poder candidatar-se a apoios do Portugal 2020 de forma a reabrirem a atividade.

Manuel Carlos considera que este recomeço será “um caminho muito lento e difícil”. Acrescenta ainda que os “impactos do Covid-19 são complexos porque não têm precedentes. Não existe um mapa do caminho a percorrer para combater o impacto”, conclui.

Manuel Carlos deixa ainda um alerta: a reabertura do setor do calçado em Portugal será “difícil” sem a existência de “seguros de crédito eficazes”. “Sem seguros de crédito eficazes receio que a reabertura seja difícil”, vincou, sugerindo uma intervenção do Governo neste caso, com garantias às companhias de seguros de crédito.

O responsável não deu uma data específica para a retoma da atividade nas empresas que estão encerradas, devido à pandemia, mas garante que a coleção de verão já está praticamente perdida. A entrada numa nova época, de outono/inverno, pode ser complicada sem os seguros de crédito, adequados para um setor de cariz exportador. “As empresas aceitam as encomendas, mas depois é preciso seguro de crédito e os clientes não têm. Os fornecedores das fábricas também vão pedir seguro de crédito e não o vão encontrar”, refere.

“Nos setores da moda e calçado o consumo caiu para quase zero, o investimento parou, os clientes cancelaram encomendas, deixaram de pagar aos nossos fornecedores, as fábricas pararam. Não sabemos quantas não reabrirão e o desemprego que poderá surgir”, concluiu Manuel Carlos.

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PayPal impulsiona Wall Street. Nasdaq já ganha em 2020

A expectativa de mais lucros do PayPal levou a um salto nas ações e no índice tecnológico, o Nasdaq, o qual já está positivo no conjunto do ano.

Wall Street fechou esta quinta-feira em alta com destaque para o setor tecnológico e financeiro que foram impulsionados pelo PayPal. Os investidores parecem mais focados nas notícias positivas, nomeadamente o crescimento das exportações na China, do que nos dados negativos, como os mais de três milhões de norte-americanos que pediram o subsídio de desemprego na semana passada.

O índice de referência S&P 500 ganhou 1,15% para 2.881,19 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valorizou 0,89% para 23.875,89 pontos. Mas o destaque vai para o tecnológico Nasdaq que somou 1,41% para 8.979,66 pontos e apagou as perdas deste ano provocadas pela pandemia. Em março, quando as bolsas afundaram, o índice chegou a estar a perder mais de 20%.

Uma das cotadas que esteve em alta foi o PayPal que, apesar de ter tido uma redução dos lucros no primeiro trimestre, sinalizou que irá ter uma forte recuperação no volume de pagamentos no segundo trimestre uma vez que o distanciamento social e o dever de confinamento deverão impulsionar as compras online onde o Paypal é mais usado. As ações da empresa subiram mais de 14%.

Além do PayPal, também cotadas como a ViacomCBS (+10%) e a Lyft (+22%) subiram significativamente após terem divulgado os resultados do primeiro trimestre. As grandes cotadas tecnológicas como a Apple, a Microsoft, e a Amazon também subiram assim como o Facebook e a Alphabet. Estas são cotadas que registam ganhos desde o início do ano, tendo ultrapassado as perdas da pandemia, para já.

Os mercados bolsistas têm recuperado de forma acentuada desde o final de março, após as fortes perdas provocadas pelo início da pandemia. Os analistas acreditam que têm sido os estímulos monetários sem precedentes e o apoio orçamental a sustentar a subida dos títulos nos EUA.

Correta ou incorretamente, o mercado está muito mais focado em como vão ser os dados económicos daqui a dois meses do que em como são os dados agora“, considera o analista do U.S. Bank Wealth Management, Eric Freedman, à Reuters. Neste momento, os investidores parecem estar otimistas com o levantamento de algumas restrições em vários estados norte-americanos e o gradual desconfinamento. Além disso, a notícia de que as exportações chineses subiram em abril, ao contrário do esperado, também impulsionou os índices bolsistas.

Contudo, os dados económicos continuam a mostrar a dimensão do impacto económico da pandemia com mais três milhões de norte-americanos a irem para o desemprego na semana passada. Os números oficiais do mercado de trabalho dos EUA do conjunto do mês de abril vão ser divulgados esta sexta-feira.

À semelhança da Pfizer no início desta semana, também a farmacêutica Moderna acelerou os seus planos a vacina experimentar para o coronavírus, cujos testes deverão começar no início deste verão. As ações da cotada subiram mais de 10%.

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UE pode financiar com mil milhões de euros as medidas de apoio ao mercado de trabalho, diz Centeno

Lay-off ou apoios às famílias para acompanharem os filhos são algumas das medidas que poderão ser financiadas por Bruxelas. O cheque pode ser de mil milhões de euros, revela Mário Centeno.

Portugal poderá contar com um apoio de mil milhões de euros de apoio da União Europeia para ajudar a financiar as medidas de mercado de trabalho, revelou o ministro das Finanças, Mário Centeno em entrevista à RTP3.

“Portugal poderá aceder a este financiamento para financiar as medidas de mercado de trabalho que tem adotado e que não se resumem ao lay-off. São também os apoios às famílias para o acompanhamento dos filhos por causa do fecho das escolas”, disse o ministro das Finanças, em entrevista à RTP. Este apoio “pode ser superior a mil milhões de euros”, precisou.

Os Estados-membros podem contar com três “redes de segurança” que foram acordadas pelo Eurogrupo. Em causa está uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, através da qual os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção do Covid-19; um fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento para empresas em dificuldades; e o programa ‘Sure’ criado com o objetivo de salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de desemprego temporário.

O apoio do ‘Sure’ será concedido através de empréstimos aos Estados-membros, em condições favoráveis, até um total de 100 mil milhões de euros. Isto significa que Portugal ficará com uma fatia de 1% deste programa.

Os dados mais recentes do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social revelam que desde que foi criado o regime de lay-off simplificado há mais de 100 mil empresas que já pediram para aderir a este apoio. O universo potencial de trabalhadores afetados supera os 1,2 milhões, mas nem todos estarão incluídos.

Segundo o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, o Estado estima ter a seu cargo uma parte do salário de 800 mil a milhão de trabalhadores, o que custa entre 300 milhões de euros e 400 milhões de euros, por mês.

As verbas comunitárias poderão ser determinantes para ajudar a financiar estas medidas que esta quinta-feira foram alargadas aos sócios gerentes com trabalhadores. O secretário de Estado do Planeamento, José Gomes Mendes, já tinha dito ao ECO que o Governo ia usar cerca de 500 milhões de euros do Portugal 2020 para ajudar a financiar algumas das despesas no âmbito da luta contra o coronavírus. Em causa estão não só ventiladores, máscaras, batas, mas também as medidas de apoio aos trabalhadores.

O objetivo do Executivo é evitar a todo o custo engrossar os números do desemprego, que estava em 6,7% no final do primeiro trimestre, mas que, de acordo com as previsões da Comissão Europeia, poderá chegar aos 9,7% ainda este ano. E de acordo com o boletim do GEP havia 368.925 pessoas inscritas no IEFP como desempregadas a 30 de abril, mais 47,7 mil face ao final de março. E, em abril, o número de desempregados aumentou 14,8%

(Notícia atualizada)

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Marcelo promulgou apoio aos sócios-gerentes

O Presidente da República promulgou o diploma do Governo que estende o apoio extraordinário dos trabalhadores independentes aos sócios-gerentes.

O Presidente da República promulgou, esta quinta-feira, o diploma do Governo que estende o apoio extraordinário dos trabalhadores independentes, lançado em resposta ao impacto da pandemia de coronavírus na economia nacional, aos sócios-gerentes.

O diploma promulgado, “no quadro das medidas de combate aos efeitos da Covid-19, alarga as medidas excecionais de proteção social”, lê-se no site da Presidência, “bem como à manutenção da atividade profissional, e reforçando a proteção no desemprego e o enquadramento de situações de desproteção social”.

No pacote de apoios originalmente preparado pelo Executivo de António Costa, não constava qualquer medida destinada aos sócios-gerentes das empresas mais afetadas pela crise pandémica. No entanto, depois de várias críticas, o Governo acabou por alargar o apoio já previsto para os trabalhadores independentes a estes portugueses.

O acesso a essa ajuda ficou dependente de duas condições: não ter trabalhadores dependentes e não ter mais que 60 mil euros anuais em faturação. No entanto, esta quinta-feira, o Governo decidiu determinar que os sócios-gerentes que tenham trabalhadores dependentes a seu cargo também vão ter acesso ao apoio extraordinário.

No debate quinzenal desta quinta-feira, António Costa explicou que, nesta medida, “foi fixado simplesmente um limite não em função do número de trabalhadores — quanto mais trabalhadores tiverem, melhor — mas no volume da faturação, em 80 mil euros“. A ajuda será aplicada a partir de agora, sendo aprovada mensalmente e renovável por seis meses.

(Notícia atualizada às 20h20)

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AXA perceciona quebra atual de 12% no negócio. Pandemia terá impacto forte no balanço anual

  • ECO Seguros
  • 7 Maio 2020

A companhia reporta quebra de 9% no volume de negócios entre janeiro e março, face igual período de 2019. Em base comparável, indica variação positiva de 4% e receita consolidada de 31,7 mil milhões.

“Embora os sinistros relacionados com a covid-19 notificados em março tenham sido limitados, e as consequências precisas desta crise permanecem incertas nesta fase, acreditamos que a crise do Covid-19 terá um impacto significativo nos resultados do grupo em 2020», refere Thomas Buberl, CEO da AXA, citado no comunicado.

Do montante total de receitas, 12,1 mil milhões correspondem a seguro de danos, que cresceu 5%, nomeadamente o segmento de clientes empresariais, enquanto o volume de receitas no negócio saúde progrediu 8%, até 4,1 mil milhões e a área de previdência (pensões e outros) somou 4,4 mil milhões de euros, em acréscimo de 3% face ao percebido um ano antes.

A AXA XL, braço especializado na cobertura de danos junto de grandes empresas, realizou 6,6 mil milhões de receitas, evidenciando aumento de 8% face aos primeiros três meses de 2019.

A seguradora francesa antecipa uma desaceleração da atividade, adiantando que é cedo para estimar o impacto global da crise (covid-19) nos seus resultados. No entanto, reitera a ideia já avançada por Buberl: a pandemia terá “impacto significativo” no desempenho do grupo em 2020, salienta a instituição no relatório contendo os indicadores trimestrais.

Em março, último mês do período agora reportado, o volume de negócios desceu cerca de 5% em relação ao ano passado. De acordo com o comunicado, “as primeiras tendências para abril mostram uma redução do volume de negócios em torno dos 12% para a maioria das áreas geográficas, comparativamente com abril de 2019”.

Perspetivando o futuro, a AXA estima que os impactos [da crise] serão mais acentuados nos ramos vida, poupança e pensões, enquanto os ramos de acidentes e saúde serão afetados com menor intensidade.

No final do primeiro trimestre, o grupo AXA apresentava o rácio regulamentar solvabilidade (Solvência II) em 182%, contra 198% no fecho do exercício de 2019. Esta diminuição deveu-se principalmente a efeitos desfavoráveis no mercado de crédito, nomeadamente por efeito do aumento dos spreads para dívida (de empresas e obrigações soberanas), juntamente com o nível baixo das taxas de juro, explica a companhia.

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Banco Central Europeu não se vai “deixar desencorajar” pelo TC alemão, diz Lagarde

  • Lusa
  • 7 Maio 2020

O Tribunal Constitucional alemão exigiu ao BCE que este justifique a conformidade do seu mandato para as vastas compras de dívida.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse esta quinta-feira que a instituição “continuará, sem se deixar desencorajar, a fazer tudo o que for necessário para cumprir o seu mandato”, depois do acórdão do Tribunal Constitucional alemão.

O BCE “continuará, sem se deixar desencorajar, a fazer tudo o que for necessário para cumprir o seu mandato” de estabilidade de preços na zona euro, estimou Christine Lagarde numa conferência organizada pela agência Bloomberg. A presidente disse que o BCE é “uma instituição europeia, responsável perante o Parlamento Europeu e sob a jurisdição do Tribunal de Justiça da União Europeia”, acrescentou.

O Tribunal Constitucional alemão exigiu na terça-feira ao BCE que no prazo de três meses justifique a conformidade do seu mandato para as vastas compras de dívida, numa sentença com implicações incertas.

O tribunal alemão declarou que o programa de compra de dívida do BCE, adotado em 2015 excedeu os seus poderes sem considerar a proporcionalidade da medida como uma ferramenta para aumentar a taxa de inflação para cerca de 2%, e considerou “duvidosa” a competência para recomprar massivamente a dívida pública.

À luz da decisão do Tribunal Constitucional alemão, o banco central alemão (Bundesbank) será proibido de participar neste programa anticrise se “o Conselho do BCE” falhar em demonstrar, “de maneira compreensiva e substancial”, “que não excedeu os tratados europeus”.

Com esta sentença, o tribunal alemão declarou que o programa de compra de dívida do BCE, adotado em 2015, é parcialmente contrário à Constituição da Alemanha, mas sublinhou que “não foi capaz de estabelecer uma violação” pelo BCE da proibição de financiar diretamente os Estados europeus.

Em 2017, o Tribunal Constitucional assumiu ter dúvidas de que a compra de ativos fosse compatível com a proibição de financiamento monetário, reencaminhando a sentença para o Tribunal de Justiça Europeu (TJE), que considerou que o programa do BCE não viola o direito da União.

O programa de compra de ativos do BCE tem sido determinante para manter as taxas de juro da dívida dos países da zona euro mais endividados em níveis baixos.

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