Número de casos de Covid-19 aumenta 0,8%. Já morreram 1.175 pessoas

O número de pessoas infetadas por Covid-19 em Portugal subiu para 28.132. Morreram 12 pessoas da doença nas últimas 24 horas.

As autoridades de saúde portuguesas identificaram 219 novos casos de Covid-19, elevando para 28.132 o número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus no país. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de 0,78%. Nas últimas 24 horas morreram 12 pessoas com a doença, segundo a última atualização ao boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Um total de 3.182 pessoas já recuperaram da doença desde o início do surto em Portugal, mais 169 desde a passada meia-noite, de acordo com a DGS. Há ainda 692 pessoas internadas (menos 17 pessoas que no dia anterior), das quais 103 estão sujeitas a cuidados intensivos (menos dez).

A região mais afetada continua a ser o Norte, com 16.112 casos confirmados e 667 óbitos registados, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 7.647 casos confirmados e 257 mortes. O vírus também tem destaque na região Centro, que regista 3.559 casos confirmados e 221 vítimas mortais.

Segundo a informação da DGS, 2.686 pessoas aguardam resultado laboratorial e 26.278 cidadãos estão sujeitos à vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas por Covid-19. Desde 1 de janeiro que já foram detetados 282.961 casos suspeitos e 252.143 casos acabaram por não se confirmar.

O secretário de Estado da Saúde adiantou, na conferência de imprensa habitual, que desde 1 de março já foram realizados mais de 566 mil testes. António Sales referiu ainda que já estão a ser feitos 250 testes por dia nos estabelecimentos prisionais, estando previsto aumentar capacidade para 450 testes por dia.

Para além disso, o secretário de Estado avançou que há mais de 3.183 profissionais infetados, dos quais 658 já recuperaram. Destes três mil profissionais, 477 são médicos, 838 são enfermeiros, 774 são assistentes operacionais, 152 são assistentes técnicos e 107 são técnicos de saúde de diagnóstico e terapêutica, disse António Sales.

(Notícias atualizada às 14h20)

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Twitter autoriza teletrabalho “para sempre”

Milhares de empresas começam agora a planear o regresso aos escritórios, mas o Twitter parece não ser uma delas. Na tecnológica, os trabalhadores podem ficar a trabalhar a partir de casa, para sempre.

A rede social Twitter avisou os seus trabalhadores que podem continuar a trabalhar a partir de casa, mesmo num contexto pós-pandemia, refere uma notícia avançada pela Buzz Feed News (acesso gratuito, conteúdo em inglês).

De acordo com o Twitter, se a função assim o permitir e for vontade do próprio trabalhador, a empresa vai permitir que fique a trabalhar a partir de casa “para sempre”.

De acordo com a CNBC, o regresso aos escritórios para os trabalhadores do Twitter não deverá acontecer antes de setembro. O mesmo já tinha sido anunciado pela gigante Google ou pelo Facebook, onde os milhares de trabalhadores vão continuar em teletrabalho até ao final do ano, mesmo com a abertura dos escritórios prevista para este verão.

Mark Zuckerberg, presidente do conselho de Administração do Facebook, anunciou em abril que o grupo não realizará ajuntamentos com mais de 50 pessoas antes de julho de 2021. Sundar Pichai, presidente do conselho de administração da Google e da Alphabet, anunciou que os trabalhadores que regressem aos edifícios em junho ou julho serão a exceção.

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Calçado à entrada, funcionários de máscara e salas fixas. Estas são as orientações para as creches

As medidas contemplam uma redução do número de crianças por sala e a definição de horários de entrada e de saída desfasados.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou esta quarta-feira as orientações para as creches e amas, que começam a reabrir a 18 de maio. As medidas de prevenção e controlo recomendadas pela DGS contemplam, entre outras, uma redução do número de crianças por sala e a definição de horários de entrada e de saída desfasados. Todos os funcionários devem usar máscara cirúrgica.

As recomendações começam logo no momento antes da abertura. “Todos os espaços devem ativar e atualizar os seus Planos de Contingência, que devem contemplar os procedimentos a adotar perante um caso suspeito de Covid-19 e a definição de uma área de isolamento“, define a DGS.

As creches devem “garantir uma redução do número de crianças por sala”, isto sem “comprometer o normal funcionamento das atividades lúdico-pedagógicas”. Para além disso, quando as crianças estiverem em mesas, berços ou espreguiçadeiras, deve também ser “maximizado o distanciamento físico entre elas“.

A DGS determina que as crianças e funcionários “devem ser organizados em salas fixas, sendo que a cada funcionário deve corresponder apenas um grupo, e os espaços devem ser definidos de acordo com a divisão”. Espaços que não estão a ser utilizados poderão servir para a expansão da creche.

Também tendo em vista evitar o cruzamento entre pessoas, deverão ser definidos horários de entrada e de saída desfasados e a “definição de circuitos de entrada e saída da sala de atividades para cada grupo”. No período de refeições, a deslocação para a sala deve ser faseada para diminuir o cruzamento de crianças e os lugares devem estar marcados.

O calçado fica à entrada das salas em que as crianças se sentam ou deitam no chão, sendo que pode ser solicitado aos encarregados de educação que levem calçado extra para uso exclusivo na creche. As crianças não devem levar brinquedos ou outros objetos não necessários de casa para a creche, e deve ser garantida a lavagem regular dos brinquedos.

As portas e/ou janelas das salas devem ser mantidas abertas, para promover a circulação do ar, garantindo a segurança das crianças. “Na hora da sesta, deve existir um colchão para cada criança e garantir que usa sempre o mesmo, separando os colchões uns dos outros e mantendo a posição dos pés e das cabeças alternadas”, dita a DGS.

Veja aqui as orientações da DGS na íntegra:

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Comissão Europeia quer garantias públicas ou privadas para vouchers de viagens

  • Lusa
  • 13 Maio 2020

Dada a dificuldade de liquidez das empresas, nomeadamente companhias aéreas, vários países como Portugal pediram a Bruxelas que considerasse apenas a opção dos vouchers.

A Comissão Europeia defendeu esta quarta-feira garantias públicas, por exemplo dadas pelos países europeus, ou privadas, como através de seguradoras, para atrair passageiros a optar pelos vouchers em situações de viagens canceladas devido à pandemia.

Com as viagens suspensas na União Europeia (UE) em resultado das medidas restritivas adotadas pelos Estados-membros para tentar conter a propagação de Covid-19, foram várias as viagens canceladas, nomeadamente voos, e nessas situações as transportadoras são obrigadas a dar a escolher aos passageiros entre reembolsos em dinheiro ou ‘vouchers’ para utilização, segundo ditam as regras comunitárias.

Porém, dada a dificuldade de liquidez das empresas, nomeadamente companhias aéreas, vários países como Portugal pediram a Bruxelas que considerasse apenas a opção dos ‘vouchers’, o que o executivo comunitário negou, vindo hoje pedir aos Estados-membros que tornem esta numa “alternativa viável e atrativa ao reembolso de viagens organizadas e serviços de transporte cancelados no contexto da pandemia”.

Em causa estão as recomendações da Comissão Europeia para a retoma das viagens hoje divulgadas, numa altura em que a pandemia está a estabilizar na Europa, no âmbito das quais o executivo comunitário apela a que estes ‘vouchers’ sejam cobertos por proteção em caso de insolvência, para assim levar mais clientes a optarem por esta via.

“O sistema de proteção em caso de insolvência deve ser criado a nível nacional, quer pelo setor público, quer pelo setor privado, como através de um fundo ou de uma seguradora”, precisa a instituição.

Além disso, segundo Bruxelas, estes vouchers devem ser reembolsáveis se não forem utilizados: “Os passageiros e os viajantes devem ter o direito de pedir o reembolso em dinheiro o mais tardar 12 meses após a emissão do vale em causa e em qualquer momento posterior”.

Para os casos em que é apenas dada ao passageiro a opção de receber um voucher devido ao cancelamento da sua viagem, a Comissão Europeia aconselha a que insistam no reembolso, dadas as regras comunitárias.

“Se não receber uma resposta da transportadora nos prazos legais ou recomendados ou se não ficar satisfeito com a resposta, pode apresentar uma queixa à autoridade nacional competente em matéria de direitos dos passageiros. A autoridade nacional deve fornecer-lhe um parecer jurídico não vinculativo sobre a forma de dar seguimento ao seu pedido”, adianta.

Já nos casos em que os bilhetes foram comprados pela internet, estas queixas devem ser feitas “através da plataforma de resolução de litígios online”.

No final de abril, Portugal e outros 11 países da UE pediram à Comissão uma mudança temporária nas regras dos passageiros com voos cancelados, para serem considerados ‘vouchers’ em vez de reembolsos em dinheiro, devido aos problemas liquidez das transportadoras.

Numa declaração conjunta apresentada ao executivo comunitário na passada quarta-feira, e à qual a Lusa teve acesso, Portugal, Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Grécia, França, Irlanda, Letónia, Malta, Holanda e Polónia realçaram que o regulamento europeu que estabelece regras comuns para assistência aos passageiros dos transportes aéreos em caso de cancelamento dos voos está a colocar “as companhias aéreas numa situação difícil, em que se veem confrontadas com um sério desafio em termos de liquidez”, uma vez que determina a obrigação de as companhias darem a escolher entre reembolsos em dinheiro ou ‘vouchers’ para futura utilização.

Assim, estes países apelaram “à Comissão Europeia para que proponha com urgência uma alteração temporária do regulamento, […] que permita às companhias aéreas escolher os meios de reembolso dos passageiros”, considerando que a medida “constituiria uma solução para as atuais restrições de liquidez das companhias aéreas, preservando, simultaneamente, a competitividade da aviação europeia”.

Porém, em entrevista à Lusa divulgada no início deste mês, a comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean, rejeitou esta opção.

“Tenho conhecimento de que vários Estados-membros estão a solicitar essa mudança, mas de momento não a apoio, e incentivo antes toda a gente a tornar os ‘vouchers’ mais atrativos para os passageiros fazerem uma escolha voluntária”, afirmou a responsável.

E frisou: “Assim é a lei e assim deverá manter-se”.

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Bruxelas quer menos passageiros nos transportes mas admite exceção em voos

  • Lusa
  • 13 Maio 2020

Se medidas como a colocação de lugares entre passageiros nos voos fossem implementadas, iriam registar-se baixas taxas de ocupação, reconhece Bruxelas.

A Comissão Europeia recomendou esta quarta-feira que, na retoma dos transportes, haja menos passageiros a bordo, abrindo exceção para voos, que os clientes e os trabalhadores usem máscaras e outros equipamentos e que sejam colocadas barreiras de proteção.

Após a suspensão de viagens nacionais e dentro da União Europeia (UE) para tentar conter a covid-19 e numa altura em que a pandemia está a estabilizar na Europa, o executivo comunitário divulgou esta quarta-feira recomendações para a retoma dos transportes, vincando que “a saúde dos cidadãos continua a ser a prioridade número um”.

Assim, e para assegurar a proteção tanto dos trabalhadores dos transportes como dos passageiros, a Comissão Europeia sugere que, aquando do restabelecimento progressivo dos serviços de transporte, sejam “permitidos menos passageiros a bordo, por exemplo em autocarros, comboios ou ferries, para facilitar o afastamento físico”.

Porém, dado o impacto que a pandemia está a ter no setor da aviação, com perdas que ascendem aos milhares de milhões de euros, Bruxelas abre uma exceção para o distanciamento em voos, recomendando que, “quando o afastamento físico for mais difícil de assegurar, devam ser estabelecidas salvaguardas e medidas adicionais, por exemplo, o uso de máscaras faciais”.

Se medidas como a colocação de lugares entre passageiros nos voos fossem implementadas, iriam registar-se baixas taxas de ocupação, o que tornaria estas ligações aéreas incomportáveis do ponto de vista económico para algumas companhias, reconhece o executivo comunitário, admitindo também que “não é possível eliminar” o risco nos transportes, sendo apenas possível atenuá-lo, e isso é feito com equipamentos de proteção.

Mas as regras começam ainda antes da entrada nos transportes, com o executivo comunitário a pedir que se “minimizem os contactos à partida”, incentivando a compra de bilhetes e o ‘check-in’ pela internet, bem como o distanciamento nos controlos de segurança e na entrega e recolha de bagagens.

Outra das recomendações é que, por exemplo em autocarros, sejam instaladas barreiras de projeção, ou então que o embarque seja feito por uma porta traseira. Além disso, as portas devem ser automatizadas, tem de haver disponível gel de desinfeção, os veículos têm de ser limpos regularmente e deve reforçar-se a ventilação através de filtros de ar. Bruxelas sugere, ainda, que se minimize o contacto das vendas a bordo de alimentos e bebidas, por exemplo evitando estas situações.

Em todos os casos, a instituição pede aos países da UE, a quem cabe decidir sobre o restabelecimento das viagens, que levantem as restrições de forma “gradual para proteger a saúde”, devendo ainda “reajustar” sistemas como controlos fronteiriços no espaço comunitário ou para países terceiros “à medida que mais pessoas recomecem a viajar”.

“O restabelecimento progressivo dos serviços de transporte e da conectividade dependerá inteiramente da flexibilização das restrições às viagens, de avaliações epidemiológicas e de pareceres médicos especializados sobre as necessidades em matéria de saúde e de proteção sanitária”, ressalva a Comissão Europeia.

Ainda relativamente à retoma dos transportes, o executivo comunitário destaca o papel que as aplicações móveis de rastreamento de contactos podem ter neste levantamento das restrições, por poderem “alertar pessoas que possam ter estado expostas ao vírus, para que os cidadãos possam ser avisados de uma potencial infeção pelo novo coronavírus também quando viajam na UE”.

Depois de ter lançado orientações para este tipo de aplicações móveis, Bruxelas vem agora reforçar que este tipo de ferramentas tem de respeitar as regras comunitárias para proteção dos dados, devendo ser “voluntárias, transparentes e temporárias” e basear-se na tecnologia Bluetooth, que é mais segura do que os serviços de geolocalização.

A retoma dos serviços de transporte é também crucial para o restabelecimento do turismo europeu, atualmente estagnado devido à covid-19.

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Fisco já pagou 19% dos reembolsos de IRS. Chegaram 538 milhões de euros aos contribuintes

"Até este momento temos um ritmo de execução mais acelerado do que no ano passado", avançou Mário Centeno, referindo que já foram pagos 538 milhões de euros em reembolsos de IRS.

Até ao momento, já seguiram 538 milhões de euros em reembolsos de IRS para as carteiras dos contribuintes portugueses. Este número foi avançado, esta quarta-feira, pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, que garantiu que se está a registar “um ritmo de execução mais acelerado do que no ano passado”. Isto apesar da incerteza trazida pela pandemia de coronavírus. Pouco menos de um mês e meio após o arranque da campanha, 19% dos reembolsos já foram levados a cabo pelo Fisco, mais quatro pontos percentuais que no período homólogo.

“Até este momento temos um ritmo de execução mais acelerado do que no ano passado. Após as dificuldades iniciais, ao décimo dia após o primeiro reembolso alcançámos já 538 milhões de euros de reembolsos, mais 10% do que em 2019 no mesmo momento da campanha do IRS, representando já 19% do total de reembolsos estimados, quando no ano passado estávamos em 15% do total”, adiantou Centeno, em declarações aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças.

A campanha de IRS arrancou a 1 de abril e este ano, face à incerteza trazida pela pandemia de coronavírus, o Executivo não se comprometeu com os reembolsos rápidos que tinham sido assegurados nos últimos anos (em média, 15 dias). O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse, apenas, que a Autoridade Tributária (AT) estava em condições de cumprir os prazos legais.

Por lei, a devolução do imposto tem de acontecer até ao final de julho. Apesar de não estarem assegurados os reembolsos rápidos, os contribuintes já estão a receber os respetivos cheques do Fisco, isto é, bem antes desse prazo legal.

Ao 21º dia da campanha, o Governo anunciou que estava em condições de enviar os primeiros cheques. No ano anterior, o pontapé de partida tinha sido dado menos de dez dias após o início de período de entrega da Modelo 3. Esta quarta-feira, Mário Centeno veio garantir, contudo, que entretanto o ritmo de execução já ultrapassou o do ano passado, estando hoje pagos 19% dos reembolsos totais. Neste período de 2019, só estavam pagos 15%.

Até ao momento, já deram entrada na Autoridade Tributária quase 3,4 milhões declarações Modelo 3. Em comparação, no ano passado, foram entregues, no total, 5,8 milhões de declarações. Ou seja, a mês e meio do fim do prazo (termina a 30 de junho), mais de metade dos contribuintes já cumpriram a obrigação declarativa em causa.

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Novo Banco responde a Centeno. Bónus são competência “exclusiva” da Comissão de Remunerações

O ministro das Finanças considera que o Novo Banco "ainda" vai a tempo de recuar no pagamento de bónus de dois milhões de euros aos gestores. O banco já respondeu.

O ministro das Finanças considera que “ainda” há tempo para que o Novo Banco recue na atribuição de prémios aos gestores. Numa audição na Assembleia da República acerca do Programa de Estabilidade, o tema do banco liderado por António Ramalho não passou ao lado da discussão, com Mário Centeno a lembrar que a economia não vive um “período de funcionamento normal”. Em resposta, o Novo Banco diz que os bónus são competência “exclusiva” da Comissão de Remunerações.

“Apesar da questão […] de estes prémios só serem devidos em 2021, penso que, como, enfim, as empresas e instituições vão acompanhando a evolução dos tempos nas suas decisões e tomando em conta todas as variáveis, consideraria que ainda vamos a tempo de ver corrigida esta situação nos órgãos decisórios do Novo Banco. E que haja aqui uma empatia, ou pelo menos um entendimento, sobre qual é o entorno e enquadramento em que estas decisões são tomadas hoje no Novo Banco e [que] elas sejam adequadas a esta matéria também”, disse o ministro das Finanças, referindo-se aos prémios aos gestores em tempos de pandemia.

O assunto está na ordem do dia numa altura em que o Novo Banco recebeu mais uma transferência do Fundo de Resolução ao abrigo do mecanismo de capital contingente. No entanto, o banco tenciona pagar prémios de dois milhões de euros aos gestores, algo que tem merecido reprovação de outras forças políticas, como é o caso do Bloco de Esquerda. Numa entrevista esta quarta-feira ao ECO, Mariana Mortágua, deputada do BE, considerou que os prémios no Novo Banco são “escandalosos”. Nesse sentido, o partido apresentou uma proposta para proibir a atribuição de prémios.

Face a isto, no Parlamento, o ministro das Finanças reconheceu que “há uma política de remunerações em todas as instituições bancárias”, mas avisou que “elas são assumidas num período de funcionamento normal dessas instituições”. “Não estamos num período normal”, rematou Mário Centeno.

Instada a comentar as declarações de Mário Centeno, fonte oficial do Novo Banco disse que “todas as observações do Sr. ministro das Finanças já foram endereçadas à Comissão de Remunerações do Supervisory Board, presidida por Byron Hayes, a quem cabe, em exclusivo, a remuneração dos membros executivos do board“. “O Novo Banco aproveita para recordar que até ao fim do período de reestruturação (dezembro de 2021), não pode haver lugar ao pagamento de qualquer remuneração variável à administração executiva”, sublinhou.

Para já, de forma a mitigar o diferendo, o Governo, em conjunto com o Fundo de Resolução, já tomaram uma primeira decisão: a de descontar ao valor da injeção de capital deste ano os dois milhões de euros que o banco tenciona distribuir aos gestores, algo que o ministro das Finanças considera que “penaliza as contas” do Novo Banco em 2019. Deste modo, o Fundo de Resolução transferiu para o banco liderado por António Ramalho 1.035 milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente criado aquando da venda ao Lone Star, menos dois milhões do que o previsto.

Como o ECO já noticiou, em causa está a proposta do Novo Banco em 2019, de pagar, a título diferido e condicionado, uma remuneração variável aos membros da administração executiva no valor de quase dois milhões de euros, “em função da avaliação individual e coletiva e da sua performance”, de acordo com o relatório e contas da instituição. Um ano em que a empresa apresentou prejuízos de mais de 1.000 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 13h00 com reação do Novo Banco)

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Pagamentos em atraso estão em “mínimos históricos”, diz Centeno

São 432 milhões de pagamentos em atraso em março, menos 312 milhões face ao mesmo período do ano anterior. Metade deste valor é da responsabilidade das autarquias e regiões autónomas.

Os pagamentos em atraso estão em “mínimos históricos”, diz o ministro das Finanças, Mário Centeno. São 432 milhões de pagamentos em atraso em março, menos 312 milhões face ao mesmo período do ano anterior. Centeno adianta ainda que também os atrasos na Saúde estão em mínimos.

Metade dos pagamentos em atraso dizem respeito às autarquias e às regiões autónomas, adianta o ministro, que está a ser ouvido pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças. “A parte do Estado é essencialmente na Saúde, que também estão em mínimos históricos”, completa.

A Síntese de Execução Orçamental divulgada no final de abril, relativa ao mês de março, apontava já para estes valores. Os pagamentos em atraso em março registaram uma diminuição de 312 milhões de euros relativamente ao período homólogo e de 180,4 milhões de euros face ao final do mês anterior.

Do total de pagamentos em atraso das entidades públicas nesse mês, eram 165,4 milhões de euros nos Hospitais, EPE, assinalou a Direção-Geral do Orçamento (DGO), no documento. Este é “o stock de pagamentos em atraso dos Hospitais, EPE mais baixo desde 2011″, sinalizou a DGO.

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Portugal obtém 1.492 milhões com taxa a dez anos novamente abaixo de 1%

Tesouro português obteve um "empréstimo" de 1.492 milhões de euros dos mercados. Se pagou mais pelos títulos a cinco anos, já a taxa das obrigações a dez anos caiu e ficou novamente abaixo de 1%.

Portugal obteve esta quarta-feira um financiamento de 1.492 milhões de euros dos mercados. O Tesouro português pagou mais pelas obrigações a cinco anos, mas viu o custo com títulos a dez anos a cair face ao anterior leilão.

Na linha a dez anos, a referência nos mercados, para emitir 742 milhões de euros em obrigações do Tesouro, o IGCP aceitou uma taxa média de 0,852%, abaixo dos 1,194% pagos no anterior leilão comparável realizado no dia 22 de abril, em plena pandemia do coronavírus.

Em relação às obrigações a cinco anos, a taxa agravou-se consideravelmente face ao leilão comparável de março, ou seja, ainda antes do impacto da pandemia nos mercados: Portugal passou dos 0,059% registados na operação de 11 de março para pagar agora uma taxa de 0,258%, mediante um “empréstimo” de 750 milhões de euros.

Em ambas as linhas, a procura situou-se cerca de duas vezes acima da oferta.

No total, o IGCP obteve 1.492 milhões de euros dos mercados esta quarta-feira, acima do montante indicativo entre os 1.000 milhões e os 1.250 milhões e num quadro de maior estabilização nos custos face à operação de abril em que os juros dispararam perante a desconfiança dos investidores em relação àquilo que poderão ser os efeitos da pandemia no crescimento das dívidas públicas e, consequentemente, na capacidade de os países serem capazes de honrar os compromissos.

Entretanto, o Banco Central Europeu (BCE) veio tranquilizar os mercados, com Christine Lagarde a dizer que não vai aceitar que o surto do Covid-19 provoque uma fragmentação da Zona Euro.

” A descida do risco nos países da Zona Euro, bem como em Portugal, está associada ao suporte que o BCE tem vindo dar aos mesmos”, explicou Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

“Christine Lagarde alertou que a Zona Euro está a enfrentar uma forte contração económica, a uma velocidade e magnitude sem precedentes, e que o programa recentemente lançado de 750 biliões, poderá aumentar o seu tamanho e prazo. A evolução do risco em Portugal estará muito dependente da atuação do BCE, que nesta fase de pandemia tudo fará para preservar a União Europeia”, acrescentou o responsável.

(Notícia atualizada às 11h50 com declarações de Filipe Silva)

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Liga de clubes despromove duas equipas. Mas afinal quem tem competência?

Cova da Piedade e Casa Pia foram as equipas despromovidas pela direção da Liga, face à paragem do campeonato. Advogado diz que liga não tem competência, mas existe lacuna na lei.

As várias modalidades desportivas foram afetadas pela pandemia Covid-19. Com jogos, treinos e campeonatos suspensos, o futebol não foi exceção e teve de adaptar-se à realidade, retomando recentemente os treinos, mas com as devidas medidas de proteção.

Face à paragem dos jogos, a direção da Liga de Clubes decidiu a subida de Nacional e Farense à Primeira Liga e a despromoção de Cova da Piedade e Casa Pia ao Campeonato Nacional Esta decisão não tem sido consensual, especialmente no que concerne a quem tem a competência para tomar esta decisão, visto não estarem previstos os critérios de subidas e descidas com a conclusão antecipada das competições por causa do Covid-19.

Enquanto alguns afirmam que a competência é da Assembleia Geral da Liga, outros dizem haver uma lacuna na lei, ou seja que a lei não tem nenhuma norma que preveja esta situação, pelo que a direção da Liga pode intervir.

“O Clube Desportivo da Cova da Piedade vem lamentar a decisão injusta, ilegal e atentatória do espírito desportivo tomada pela Liga Portugal ao decidir pela descida dos dois últimos classificados da Segunda Liga ao Campeonato de Portugal, quando faltam disputar 10 jogos e 30 pontos. Estas decisões administrativas mancham a imagem do Futebol Português e são um atentado ao verdadeiro espírito do desportivo“, lê-se na nota oficial publicada pelo Clube Desportivo da Cova da Piedade.

À Advocatus, Carlos Ferreira Vaz, advogado da Antas da Cunha ECIJA, afirma que a direção da Liga não tem competência para esta decisão. “Dada a situação de excecionalidade que estamos a passar, apenas e só se estivesse na posse de um instrumento jurídico que habilitasse a Direção da Liga para tal efeito, o que não parece ter ocorrido”, nota.

Para o advogado a competência nos assuntos desta matéria está nas mãos da Assembleia Geral da Liga, que é constituída por todos os “associados ordinários com capacidade pela para exercícios de todos os seus direitos – Sociedades Desportivas que disputem competições de futebol profissional, ou seja, participantes da I Liga e da II Liga – conforme prevê o artigo 37.º dos Estatutos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional”.

Ainda assim, Carlos Ferreira Vaz admite a existência de uma lacuna na lei, “uma vez os cancelamentos não estarem previstos em nenhum Regulamento ou Estatuto”.

“O Regulamento das Competições Organizadas pela Liga não tem disposições sobre quem tem competência e legitimidade para a tomada das decisões. Apenas no seu artigo 4.º refere que a Liga poderá, em caso de força maior e em circunstâncias excecionais prorrogar o termo da época, assim como suspender qualquer competição por si organizada. No entanto, o Governo decidiu cancelar a II Liga e manter a I Liga e a final da Taça de Portugal e seria necessário determinar como se iria proceder quanto a subidas e descidas. A direção da Liga optou por utilizar a tabela classificativa da II Liga à altura da suspensão dos campeonatos, no entanto, e no meu entender, sem competência para tal. Sobre cancelamento das competições, nada é mencionado”, explica Carlos Ferreira Vaz.

O Clube Desportivo da Cova da Piedade já admitiu que iria “reagir contenciosamente contra a ilegalidade cometida pela Direção da LPFP”.

“As Sociedades Desportivas têm fundamento para impugnar esta decisão, principalmente pela falta de competência da Direção da Liga. Esta impugnação nos tribunais iria colocar um enorme problema ao início dos trabalhos da próxima época, uma vez ser possível suspender os efeitos da decisão tomada. No entanto, seria necessária uma celeridade tal para que a decisão tivesse um impacto substancialmente inferior ao que certamente terá, sobretudo na época 2020/2021″, explica o advogado à Advocatus.

As Sociedades Desportivas têm fundamento para impugnar esta decisão, principalmente pela falta de competência da Direção da Liga.

Carlos Ferreira Vaz

Advogado da Antas da Cunha ECIJA

Carlos Ferreira Vaz vai mais longe e saliente ainda que este tipo de situação é algo “completamente inimaginável, seja no mundo do futebol seja em qualquer outra atividade”. Para o advogado é necessário que todos os contratos, regulamentos e outros dispositivos legais comecem a prever situações desta “espécie”.

“Claramente terá de existir uma alteração para prever conjunturas completamente anómalas, não só em Portugal, como em todo o mundo. As grandes entidades do mundo de futebol – nomeadamente a UEFA e a FIFA – terão de se debruçar sobre estes imprevistos e possivelmente os países transporem uma medida que harmonize todos de uma forma semelhante, mas adaptada a cada um. O cancelamento de competições não está previsto em qualquer diploma e terá de ser algo a regulamentar. Uma pandemia como esta tem de servir para aprender e para nos ajustarmos a circunstâncias como esta”, reforça.

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Algarve isenta esplanadas de taxas e admite dar mais espaço

  • Lusa
  • 13 Maio 2020

O municípios algarvios decidiram isentar de taxas as esplanadas da restauração e estão disponíveis para equacionar um aumento do espaço que estas ocupam.

Os 16 municípios algarvios vão isentar de taxas as esplanadas da restauração e estão disponíveis para avaliar um aumento do espaço que ocupam, disse esta quarta-feira à Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).

“Há da parte dos municípios uma vontade de colaborar com os empresários, neste caso com os da restauração, isentando a ocupação do espaço público” afirmou António Pina, acrescentando que o período de isenção “varia de município para município, sendo mais longo em alguns que noutros”.

Numa altura em que, devido à pandemia de Covid-19, se privilegiam os espaços ao ar livre, as autarquias estão também disponíveis para “avaliar um aumento do espaço ocupado pelas esplanadas, caso a caso”, mas garantido sempre a passagem do peão.

“Não se pode cobrir todo o passeio e condicionar a circulação de pessoas que tem de continuar a acontecer, garantindo o afastamento necessário. É preciso garantir o equilíbrio destes dois fatores” destacou o também presidente da Câmara de Olhão.

Como a área ocupada no espaço público determina o valor do pagamento, António Pina não vê qualquer impedimento num possível aumento do espaço das esplanadas uma vez que, com esta isenção, “os proprietários iriam pagar o mesmo, que é zero”.

A autarquia de Portimão foi a primeira a anunciar a isenção de taxas nas esplanadas – que irá vigorar até ao final do ano, ao abrigo de um regime excecional e temporário -, medida que vai ainda ser submetida a discussão e aprovação na Assembleia Municipal.

Questionado pela Lusa em relação a outros negócios – para além da restauração -, poderem vir a requerer esplanadas para compensar a redução na lotação dos estabelecimentos, o responsável considera que “seria difícil garantir o controlo de acessos e a higienização do material”.

Em relação aos grandes festivais de verão no Algarve, António Pina considerou que “não há condições, provavelmente, [para a realização] até dos médios e pequenos, pelo menos nos moldes habituais, a não ser aqueles em que haja possibilidade de fazer o controlo de entradas e manter o distanciamento de pessoas”.

A decisão foi formalizada numa reunião da AMAL na segunda-feira, “num entendimento geral” dos 16 municípios e “de acordo com as indicações do Governo”, que obrigam ao cancelamento de festivais até ao dia 30 de setembro, medida que “todos consideram razoáveis”, sublinhou.

Entres outros, este ano não se irão realizar a Fatacil (Lagoa), a Feira Medieval (Silves) e os Festival da Sardinha (Portimão) e do Marisco (Olhão).

Portugal contabiliza 1.163 mortos associados ao Covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 19 mortos (+1,7%) e mais 234 casos de infeção (+0,8%).

O país entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, o que prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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Centeno anuncia que processo para auditoria ao Novo Banco já arrancou

O ministro das Finanças anunciou esta quarta-feira que já arrancou o processo para a realização de uma nova auditoria ao Novo Banco, na sequência da injeção de capital no banco com fundos públicos.

O ministro das Finanças adiantou esta quarta-feira no Parlamento que o processo para uma nova auditoria especial ao Novo Banco, na sequência da última injeção de 1.035 milhões de euros com recurso a fundos públicos, já arrancou.

“Na sequência do empréstimo realizado na semana passada, será feita uma nova auditoria, que atualizará os dados da que está em curso. Foi já iniciado o processo determinado pela Lei n.º 15/2019″, disse Mário Centeno, em audição na Comissão de Orçamento e Finanças.

O Fundo de Resolução injetou 1.035 milhões de euros no Novo Banco na semana passada, tendo recorrido a um empréstimo “polémico” de 850 milhões de euros do Estado, depois de António Costa ter evidenciado no debate quinzenal desconhecimento em relação à transferência de fundos públicos para o banco feita na véspera pelo Ministério das Finanças.

Não, não foi feito à revelia [do primeiro-ministro]. Não há decisão do Governo que não passe pelo Conselho de Ministros”, sublinhou Centeno, exaltado com as questões colocadas pelos deputados, nomeadamente do PSD, que era um dos partidos do Governo aquando da aplicação da medida de resolução ao BES, em agosto de 2014.

Mário Centeno ripostou: “Não se façam de virgens esquecidas e abandonadas cada vez que há uma injeção de capital no Novo Banco (…) As decisões são todas tomadas no Conselho de Ministros e não são assinadas por telemóvel à beira-mar”, disse, lembrando um episódio relatado por Assunção Cristas, na altura ministra da Agricultura, que contou que estava de férias quando assinou a resolução do BES.

Foi a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa”, disse ainda o ministro das Finanças, acrescentando que essa decisão foi tomada “para salvar uma saída limpa” do programa de resgate da troika. Porém, “ainda hoje estamos a pagar uma decisão desastrosa para o país”.

Centeno voltou a lembrar que desta auditoria especial “não decorre qualquer condicionalidade sobre as transferências ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente”.

Atualmente, está em curso uma auditoria especial ao Novo Banco ao abrigo da chamada lei dos grandes devedores — a tal Lei 15/2019 — aprovada no ano passado pelo Parlamento. Essa auditoria está a ser realizada pela Deloitte, vai custar três milhões ao banco, e encontra-se a analisar operações de crédito, incluindo concessão, garantias, reestruturações ou perdões de dívida, decisões de investimento ou desinvestimento realizadas em Portugal e no estrangeiro e ainda decisões de compra e venda de ativos.

São 100 créditos tóxicos que estão na mira: 50 créditos maus que estão no perímetro do mecanismo de capital contingente que obriga o Fundo de Resolução a injetar dinheiro no Novo Banco sempre que acionado; e outros 50 créditos com grande peso na instituição e que tinham sido identificados pelo Fundo de Resolução como devedores relevantes.

(Notícia atualizada às 11h40)

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