Estímulos orçamentais fazem Wall Street esquecer desilusão no emprego

As bolsas norte-americanas negoceiam em alta, com os investidores com fortes expectativas de que seja aprovado um novo pacote de estímulos à economia nos EUA.

Wall Street negoceia em alta com o entusiasmo em torno de um novo pacote de estímulos a levar os investidores ignorem os dados do desemprego nos EUA. O financeiro S&P 500 sobe 0,30% para 3.677,78 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq ganha 0,12% para 12.391.48 pontos. O industrial Dow Jones soma 0,32% para 30.066,42 pontos, perto do máximo histórico.

Democratas e Republicados no Congresso estão a discutir uma proposta na ordem dos 900 mil milhões de dólares, sendo que novos estímulos económicos poderão vir a acalmar preocupações mais imediatas em relação ao agravamento do número de casos. A expetativa está a impulsionar o sentimento apesar dos dados revelados esta sexta-feira sobre o mercado de trabalho.

Foram criados apenas 245.000 postos de trabalho em novembro, quando as estimativas apontavam para 481.000. Estes dados ficaram aquém do esperado e revelam que o emprego do outro lado do Atlântico está a desacelerar.

Este relatório é dececionante e mostra que a terceira vaga da pandemia está a ter um efeito maior do que o esperado no mercado laboral”, aponta Brad McMillan, diretor de investimentos da Commonwealth Financial Network, citado pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Ao mesmo tempo, no mês passado, a taxa de desemprego caiu para 6,7%, contra os 6,9% em outubro. Estes dados são acima das previsões do governo norte-americano que apontava para uma queda de 7,1%. Ainda assim, fica aquém das estimativas dos analistas que apontavam para um recuo de 6,8%.

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BCP apoia reativação das moratórias, BPI está pronto a aplicar medida

Banco liderado por Miguel Maya lembra que maior risco é o de "retirada prematura" das medidas de apoio antes da economia recuperar. BPI considera "apropriado" permitir novas adesões às moratórias.

Os bancos apoiam a decisão de reativar as moratórias de crédito para aliviar a pressão sobre famílias e empresas, fortemente afetadas pela segunda vaga da pandemia. O BCP lembra “o risco de retirada prematura” dos apoios à economia, dando o seu aval à decisão, enquanto o BPI mostra-se pronto para aplicar a medida.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA) decidiu esta semana reabrir a janela das moratórias até 31 de março para que empréstimos que não estavam a beneficiar de uma moratória geral de pagamento possam beneficiar das medidas adotadas “para responder a restrições temporárias de liquidez”. Foi o passo necessário para o Governo entrar em campo para legislar no sentido de “concretizar o regime nacional em conformidade com o quadro prudencial europeu”, após o Parlamento ter aprovado a medida.

Considerando a decisão da EBA “muito positiva”, o CEO do BCP diz que o banco “tem estado e estará sempre alinhado com o alargamento das moratórias para defesa e proteção dos clientes face aos efeitos da pandemia”. Miguel Maya lembra que desde o início da crise sanitária tem defendido que as medidas de ajuda devem ser mantidas até que a economia recupere e que o “maior risco é a prematura retirada dos apoios às famílias e ao tecido empresarial”.

Também o BPI concorda com a decisão de permitir novas adesões às moratórias. “É muito apropriada”, considera o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa. A medida “tem evidentes benefícios para os clientes”, acrescenta o BPI que se diz “pronto para a aplicar”.

Esta quinta-feira, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) disse que estava a analisar as “implicações” da reativação das moratórias de crédito para os bancos e clientes, as quais devem ficar “acauteladas” na alteração legislativa que está a ser preparada pelo Governo. Isto sob pena que uma legislação errada sobre este tema poder levar a que as famílias e empresas sejam consideradas “incumpridoras” e obriguem as instituições a reconhecerem os créditos como malparado.

Ao ECO, a Deco disse que a medida representa um “balão de oxigénio” para quem está agora a sofrer o impacto da segunda vaga da pandemia. Ainda assim, alertou para o facto de as moratórias apenas adiarem o pagamento dos empréstimos e que poderá trazer mais encargos para os clientes numa fase posterior.

E depois das moratórias?

Até setembro, mais de 750 mil contratos estavam abrangidos por moratórias, mas o número terá descido durante o mês de setembro. Entretanto, com a segunda vaga da pandemia a obrigar o Governo a impor mais restrições, muitas empresas e famílias voltaram a sentir um aperto financeiro, razão pela qual abre-se de novo a possibilidade de suspender o pagamento do crédito.

De acordo com os dados da EBA, Portugal é o terceiro país da Europa com mais moratórias: aplicavam-se sobre 21% do crédito bancário, mais de 40 mil milhões de euros.

O fim das moratórias, pela dimensão que atingiu no país, tem sido motivo de preocupação tanto para os bancos, que temem uma avalanche de incumprimentos assim que a medida terminar, como para o Governo, que já disse estar atento ao assunto. O ministro da Economia, Siza Vieira, já deu pistas sobre a solução que o Executivo deverá apresentar no primeiro trimestre do próximo ano: “Isto vai passar por uma combinação de soluções desde converter dívida em capital até injeção de capital novo que precisa de robustecer o balanço das empresas, preparando-as para a retoma”, disse o governante numa conferência organizada pelo ECO.

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ISEG estima descida do PIB próxima de 3% em cadeia no quarto trimestre

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

Já relativamente ao mesmo período do ano passado, no quarto trimestre deste ano a variação do PIB "deverá situar-se em torno de -9%".

O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) estima que a economia portuguesa recue cerca de 3% no quarto trimestre relativamente ao terceiro, em face das novas restrições à atividade económica em face da pandemia de covid-19.

“Antecipa-se a queda do PIB [Produto Interno Bruto] em relação ao terceiro trimestre, estimando-se provável um decréscimo em torno de 3%”, pode ler-se na Síntese de Conjuntura do ISEG relativa a novembro, que foi divulgada esta sexta-feira.

Já relativamente ao mesmo período do ano passado, no quarto trimestre deste ano a variação do PIB “deverá situar-se em torno de -9%”.

“Para a totalidade do ano de 2020, dado o decréscimo acumulado de -8,2% nos três primeiros trimestres, torna-se provável uma variação homóloga em torno de -8,5%”, estimam ainda os especialistas do Grupo de Análise Económica da instituição universitária lisboeta.

O indicador de tendência do conjunto de atividade, uma média ponderada dos vários setores de atividade, “aponta para uma ligeira descida da atividade em outubro”, segundo o ISEG.

“Quanto a dados quantitativos de novembro, regista-se o aumento dos decréscimos homólogos nas vendas de automóveis ligeiros de passageiros e também no consumo de energia elétrica, neste caso, por certo, decorrente das maiores restrições de atividade no comércio e alguns serviços”, pode também ler-se na nota do ISEG divulgada.

No quarto trimestre, face ao segundo, o recuo da atividade “deverá manter-se relativamente contido”, aponta o ISEG, já que, “pelos dados disponíveis, a atividade industrial, construção, alguns serviços, tenderá a manter a atividade e recuar menos“, algo que não acontecerá no turismo, restauração e alojamento, transportes e atividades culturais, com uma quebra mais abrupta.

O ISEG dá ainda conta que a descida dos indicadores de sentimento económico (do Eurostat) e de clima económico (do Instituto Nacional de Estatística) “era esperada dada a entrada em vigor, no início de novembro, de um novo conjunto de restrições sobre a atividade económica e social que foi sendo imposto para travar a aceleração da 2ª vaga da pandemia”.

“Por setores de atividade, desceram os indicadores de confiança de todos os setores empresariais (indústria, construção, comércio a retalho e serviços) que, com a exceção da indústria, após os mínimos de abril/maio, e tinham atingido máximos em outubro”, realça ainda o ISEG.

Para Portugal, o FMI prevê uma queda de 10% em 2020, e uma recuperação de 6,5% para 2021.

Estas previsões diferem das do Governo português, que antecipa uma queda da economia de 8,5% este ano, e uma recuperação de 5,4% em 2021.

Já a Comissão Europeia prevê uma queda de 9,3% da economia portuguesa em 2020, e um crescimento de 5,4% no próximo ano.

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Presidência portuguesa vai centrar-se em implementar projetos

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

O ministro dos Negócios Estrangeiros português abordou o bloqueio da Polónia e Hungria à bazuca europeia. "Não é aceitável que bloqueiem decisões importantes para a economia", disse Santos Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse esta sexta-feira que a presidência portuguesa da União Europeia tem por principal objetivo implementar projetos, ferramentas e decisões para o desenvolvimento europeu.

“Se quiser sintetizar num verbo o programa da presidência portuguesa do Conselho Europeu, eu diria que é: implementar. Teremos de implementar projetos, ferramentas e decisões tomadas, nomeadamente sobre orçamentos para o desenvolvimento da economia europeia”, disse Santos Silva, no painel de encerramento da 6.ª edição do fórum Diálogo Roma-MED, dedicado ao tema da “prosperidade partilhada e migrações”.

Para o chefe da diplomacia portuguesa, a presidência portuguesa da UE, que arranca a 01 de janeiro, tem um desafio difícil pela frente, na aplicação de orçamentos vitais para permitir a recuperação económica da Europa, fortemente afetada pela crise sanitária da pandemia de covid-19.

Num painel em que também participaram os ministros de Negócios Estrangeiros da Itália, Luigi Di Maio, da Grécia, Nicos Dendias, da Eslovénia, Anze Logar, e da Croácia, Gordan Radman, Santos Silva mostrou-se preocupado com os vetos da Hungria e da Polónia para os orçamentos comunitários, rejeitando o mecanismo de condicionamento do respeito pelo Estado de Direito.

Vou ser muito claro: não é aceitável que dois Estados membros bloqueiem decisões importantes para a economia europeia”, disse Santos Silva, lembrando que o respeito pelo Estado de Direito é um “pilar essencial” do projeto europeu.

Estão em causa valores fundamentais, como o respeito pelos direitos humanos, pelos direitos cívicos, pela liberdade de imprensa”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, numa posição que foi acompanhada pelos homólogos participantes no painel.

Anze Logar disse esperar que a presidência alemã, que termina no final deste mês, consiga ultrapassar este obstáculo dos vetos da Hungria e da Polónia, realçando a urgência de aplicação do programa orçamental de recuperação e resiliência, sobretudo num momento em que a crise sanitária ainda afeta muitos países europeus.

Para Santos Silva, outra prioridade do programa português para o semestre de liderança do Conselho Europeu será o combate às desigualdades, embora tenha rejeitado que este tema seja apenas próprio de governos socialistas, como aquele a que pertence.

“Esta é uma prioridade para os socialistas, mas também para todos os que acreditam que a não-discriminação é um valor fundamental da Europa”, explicou Santos Silva, dizendo que esse valor é partilhado por todas as famílias políticas na União Europeia.

Os chefes das diplomacias dos países participantes no fórum Diálogo Roma-MED – que se realiza anualmente desde 2015, promovendo a reflexão sobre os problemas do mar Mediterrâneo – mostraram-se igualmente sintonizados sobre a importância da sustentabilidade ambiental e da transição digital, que salientaram estar nos programas políticos dos seus governos e do seu envolvimento no projeto comunitário.

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Madeira rejeita conclusões da Comissão Europeia. Diz que cumpriu regras nas ajudas estatais à Zona Franca

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

"Não concordamos com o teor do relatório", diz Miguel Albuquerque. "Nós, agora, estamos no regime IV e todos os esclarecimentos têm sido prestados", salienta.

O Governo da Madeira discorda da Comissão Europeia quanto aponta desrespeito das regras nas ajudas estatais à Zona Franca, indicou o presidente do executivo, vincando que “não há irregularidades” e que foram sempre prestados “todos os esclarecimentos”.

“Nós não concordamos com o teor do relatório”, disse Miguel Albuquerque, à margem de uma visita às obras de ampliação da escola básica e secundária da Ribeira Brava, na zona oeste da Madeira, reforçando: “As retificações que temos a fazer, vamos fazer, mas nós alegamos que não são irregularidades”.

A Comissão Europeia concluiu que o regime III da Zona Franca da Madeira (ZFM), que vigorou até 31 de dezembro de 2014, desrespeitou as regras de ajudas estatais, pois abrangeu empresas que não contribuíram para o desenvolvimento da região, pelo que Portugal deve recuperar agora todos as “ajudas indevidas, mais juros”.

A investigação foi lançada em 2018 e apurou que “a implementação do Regime III da Zona Franca da Madeira em Portugal não está em linha com as decisões de ajudas de Estado da Comissão”, sublinhando que “as reduções fiscais foram aplicadas a empresas que não representaram qualquer valor acrescentado para o desenvolvimento da região”.

“Nós, agora, estamos no regime IV e todos os esclarecimentos têm sido prestados”, afirmou Miguel Albuquerque, vincando que, em relação ao anterior regime, o governo alega que não houve irregularidades.

O chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP declarou o Centro Internacional de Negócios da Madeira, também designado por Zona Franca, é “essencial e imprescindível” para o desenvolvimento do arquipélago, mas alertou para o facto de as praças concorrentes, como Malta, Chipre, Holanda, Luxemburgo, Londres, estarem sempre a “tentar deitar abaixo” a praça regional.

Albuquerque avisou ainda para a pressão exercida ao nível nacional.

“Há uns maluquinhos que andam aí à solta – alguns deles querem assumir grandes responsabilidades a nível nacional – que ainda não perceberam que este Centro Internacional de Negócios é fiscalizado e auditado pela União Europeia e pelo Estado português”, disse.

O governante vincou que a Zona Franca é a “única maneira” de uma região ultraperiférica poder ter empresas internacionais, realçando que, atualmente, representa 6.000 postos de trabalho diretos e indiretos e conta com cerca de 1.600 empresas, gerando 120 milhões de euros de receita fiscal por ano.

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Éolico offshore flutuante pode valer 5 mil milhões em 2030 em Portugal e Espanha

Um estudo divulgado pela EIT InnoEnergy revela que a Península Ibérica poderia ter 3GW de potência eólica offshore flutuante instalada em 2030 e 22 GW em 2050.

Um novo estudo elaborado pela consultora independente Enzen e divulgado esta sexta-feira pela EIT InnoEnergy revela que a indústria eólica offshore flutuante — da qual é exemplo o parque já em funcionamento em Viana do Castelo Windfloat Atlantic — tem potencial de gerar na Península Ibérica um volume de negócios que poderá atingir os 5.000 milhões de euros em 2030, com mais de um terço das receitas a serem provenientes de exportações. Além disso, pode criar até 50.000 empregos altamente qualificados (60% diretos; 40% indiretos) em Portugal e Espanha.

O estudo estima, num cenário mais ambicioso, que a Península Ibérica poderia ter 3GW de potência eólica offshore flutuante instalada em 2030 e 22 GW em 2050.

Denominado “A Península Ibérica como polo de desenvolvimento tecnológico e liderança industrial na área da energia eólica offshore flutuante”, o estudo mostra que os dois países têm vantagens competitivas únicas para que a região se torne num hub global para a energia eólica offshore flutuante. Trata-se de um setor, dizem os especialistas, que registará um rápido crescimento nesta década e no qual “os primeiros países a posicionarem-se terão enormes vantagens competitivas e possibilidade de liderança do mercado”, refere a EIT InnoEnergy em comunicado.

Atualmente, as regiões mais relevantes para o eólico offshore são precisamente são a Europa, América do Norte e Ásia (China, Japão e Coreia).

De acordo com Mikel Lasa, CEO da EIT InnoEnergy Iberia, “os dados do estudo são muito reveladores e, por isso, já os transferimos para as instituições espanholas e portuguesas que partilham o nosso interesse no desenvolvimento deste promissor setor na Península. Numa época tão complicada como a atual, a aposta na energia eólica offshore flutuante é uma oportunidade única para dinamizar a economia e ajudar a tão necessária reconversão industrial de Espanha e Portugal no âmbito da transformação energética”.

De acordo com as principais conclusões do estudo, a Península Ibérica conta com vantagens competitivas, que não são facilmente replicáveis noutras áreas. A começar pela possibilidade de desenvolver um mercado interno em fases iniciais, especialmente em áreas insulares. “Nas ilhas é possível testar e desenvolver tecnologias e modelos de negócio para estabelecer rapidamente uma indústria ibérica competitiva no mercado externo. Além disso existe disponibilidade de infraestruturas portuárias, estaleiros e capacidade fabril essenciais para o rápido desenvolvimento do setor”, refere o documento, citado pela EIT InnoEnergy.

Outras vantagens passam pela localização geográfica privilegiada, que permite o acesso aos mercados europeus e da costa leste do continente americano, assim como a existência de sólidas capacidades industriais e talentos no setor eólico onshore, na construção naval e em sistemas elétricos que hoje são fundamentais para o desenvolvimento desta nova indústria. Por fim, a tecnologia própria e empreendedores com projetos já em andamento que são líderes internacionais são outra mais-valia para a indústria em Portugal e Espanha.

Na Península Ibérica, a EIT InnoEnergy já investiu mais de 70 milhões de euros na construção de um ecossistema de inovação e na aceleração de empresas e projetos inovadores ligados à transição energética. Atualmente, é um dos ecossistemas mais importantes do setor e possui mais de 50 startups e parceiros corporativos, entre eles, Acciona, EDP, Enagás, ENEL, ESADE, Galp Energia, Iberdrola, Laboratório Internacional de Nanotecnologia-INL, Instituto Superior Técnico, IREC, Naturgy, Portgás, Rede Elétrica de Espanha, Repsol, Tecnalia e a Universidade Politécnica da Catalunha.

A InnoEnergy foi criada em 2010 e é apoiada pelo European Institute of Innovation and Technology (EIT).

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Morreram mais 79 pessoas de Covid-19 e há mais 4.935 novos casos

Foram identificados 4.935 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal nas últimas 24 horas. O número total de casos positivos desde o início da pandemia sobe para 312.553.

Portugal registou 4.935 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 312.553 o número de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida diária de 1,60%. Já o número de mortes subiu para 4.803, após 79 óbitos terem sido contabilizados nas últimas 24 horas, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Há agora 73.712 pessoas (casos ativos) a lutarem contra a doença, menos 164 face ao balanço anterior. A maioria das novas infeções foi registada no Norte. Dos 4.935 novos casos confirmados, 2.577 localizam-se nesta região (52,2%), seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, que contabilizou 1.508 novas infeções (30,6%).

Boletim epidemiológico de 4 de dezembro:

O Norte continua a ser a região com mais casos até ao momento (164.463 casos de infeção e 2.300 mortes), seguindo-se de Lisboa e Vale do Tejo (102.468 casos e 1.686 mortes), do Centro (31.496 casos e 621 mortes), do Alentejo (6.537 casos e 122 mortes) e do Algarve (5.529 casos e 54 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 1.122 casos e 18 mortos, enquanto a Madeira tem 938 pessoas infetadas e duas vítimas mortais.

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 3.295 estão internados (menos 35 face ao dia anterior), dos quais 526 em unidades de cuidados intensivos (mais 1). Há ainda 77.643 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, ou seja, menos 345 do que no balanço de quinta-feira.

Os dados revelados pelas autoridades de saúde dão ainda conta de mais 5.020 recuperados, um número ligeiramente inferior relativamente ao último balanço. No total, mais de 234 mil pessoas recuperaram da doença.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h44)

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Formação: PEVE – novo mecanismo para viabilização de empresas

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  • 4 Dezembro 2020

A B.Law promove no próximo dia 16 de dezembro uma formação online para dar a conhecer o novo Processo Extraordinário de Viabilização de Empresas. Inscreva-se!

Na sequência da publicação da Lei n.º 75/2020, de 27 de novembro, a presente formação visa dar a conhecer o novo Processo Extraordinário de Viabilização de Empresas (PEVE).

Destina-se a advogados, advogados estagiários, agentes de execução, solicitadores, juristas e empresários, e terá como formador Nuno Gundar da Cruz, advogado e associado sénior na Morais Leitão, Galvão Teles Soares da Silva & Associados.

Programa

  • Finalidade e natureza extraordinária e transitória do PEVE;
  • Destinatários do PEVE;
  • Tramitação do PEVE;
  • Análise sobre os riscos e potencialidades do PEVE.

Quanto?

16 de dezembro, das 15h às 16h30, via Zoom.

Preço

55€

Inscreva-se na formação PEVE – novo mecanismo para viabilização de empresas.

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“É preciso que o teletrabalho não retire direitos aos trabalhadores”, diz ministra

A ministra da Administração Pública acredita que o teletrabalho veio para ficar, mas alerta que este regime não pode significar nem menos direitos para os trabalhadores, nem menos produtividade.

A ministra da Administração Pública sublinhou, esta sexta-feira, que é “preciso que o teletrabalho não retire direitos aos trabalhadores“, nem se traduza numa redução da qualidade dos serviços públicos. Para isso, é preciso que este regime seja regulado, salientou Alexandra Leitão, que acredita que o trabalho remoto veio para ficar.

“É preciso que o teletrabalho não retire direitos aos trabalhadores e é preciso também que não se traduza numa redução da qualidade dos serviços que a Administração Pública presta“, afirmou a responsável, numa conferência sobre os dez anos de contratação coletiva no Estado.

Alexandra Leitão assegurou que a adoção do trabalho remoto não tem sido sinónimo nem de perda de produtividade, nem de menos qualidade nos serviços, na Administração Pública, pelo que acredita que este regime veio para ficar, ainda que com contornos diferentes da realidade excecional de hoje. De notar que, no Programa de Estabilização Económica e Social, o Governo já garantia que irá investir 4,4 milhões de euros para colocar 25% da Função Pública em teletrabalho.

Esta sexta-feira, a ministra defendeu, ainda assim, que é preciso regular o teletrabalho. Por um lado, para garantir direitos aos trabalhadores, como o pagamento das despesas associadas a este regime e o estabelecimento de um direito a desligar. Por outro, para assegurar que não há perda de qualidade nos serviços disponibilizados aos cidadãos. “É muito importante que a regulação dê estes dois sinais”.

A regulação do teletrabalho especificamente na Administração Pública foi alvo de negociação entre os sindicatos e o Governo, durante o verão. Dessas reuniões, não saíram, contudo, quaisquer mudanças à legislação hoje em vigor. Isto porque ficou decidido que o Ministério da Administração Pública e o Ministério do Trabalho iriam preparar em conjunto a proposta de alteração ao enquadramento legal do teletrabalho, já que “há questões comuns” aos setores público e privado, “que devem ser trabalhadas conjuntamente”.

Entretanto, o Governo já lançou na Concertação Social a discussão em torno do Livro Verde do Futuro do Trabalho, no qual está incluída uma reflexão sobre o trabalho remoto. Até agora, não são conhecidas, no entanto, propostas concretas da parte do Executivo sobre esta matéria.

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Taxa de carbono vai aumentar combustíveis em até um cêntimo

Aumento ligeiro da taxa de carbono segue-se a um forte agravamento definido este ano, em que o valor desta taxa praticamente duplicou.

São vários os impostos pagos por cada litro de combustível com que se abastece o depósito do automóvel. Um deles é a taxa de carbono, que vai voltar a aumentar no próximo ano. Em vez de o fazer à última hora, desta vez o Governo definiu já a taxa do adicionamento sobre as emissões que, contudo, terá um impacto limitado nos preços da gasolina e do gasóleo.

De acordo com o Decreto-lei publicado esta sexta-feira em Diário da República, a taxa do adicionamento sobre as emissões vai passar de 23,619 euros por tonelada de CO2 para 23,921 euros por tonelada de CO2. É um aumento ligeiro que se segue a um forte agravamento definido este ano, em que o valor desta taxa praticamente duplicou.

Esta taxa traduz-se, depois num custo sobre cada 1.000 litros de combustível, variando em função de qual deles. No caso da gasolina, em 2021 será de 54,34 euros/1.000 litros, sendo de 59,20 euros no diesel.

Comparando com os valores praticados este ano, de 53,65 euros e 58,45 euros, no caso da gasolina e do gasóleo, respetivamente, percebe-se que o impacto da atualização realizada será reduzido para os consumidores.

De acordo com fonte do setor petrolífero, a revisão da taxa do adicionamento sobre as emissões de CO2 deverá implicar um agravamento inferior a um cêntimo por litro em cada um dos combustíveis.

Esta taxa de carbono, que resulta da reforma da Fiscalidade Verde em 2014, foi criada no sentido de penalizar os produtos mais poluentes, procurando forçar o processo de transição para energias limpas. Com esta revisão, o Governo diz prosseguir “o objetivo de descarbonização da economia, estimulando a utilização de fontes de energia menos poluentes”.

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Governo admite contratar mais enfermeiros para responder à vacinação contra a Covid-19

  • ECO e Lusa
  • 4 Dezembro 2020

Centros de saúde poderão ter de alargar os horários de funcionamento para poder responder à primeira fase de vacinação contra a Covid-19, admitiu o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

A vacinação contra a Covid-19 vai ser assegurada prioritariamente por cerca de 40 mil enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), avançou esta sexta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, adiantando que se for necessário serão reforçados estes recursos.

“Temos cerca de 40 mil enfermeiros no SNS e são eles que prioritariamente vão vacinar. Obviamente que se for necessário reforço serão reforçados estes meios”, afirmou António Lacerda Sales aos jornalistas, no final de duas visitas a duas unidades de saúde, em Matosinhos, no Porto.

Sobre se os centros de saúde poderão ter de alargar os horários de funcionamento, o governante disse que “é possível”, mas ressalvou que tal é do âmbito funcional das unidades locais de saúde e dos diretores executivos dos agrupamentos dos centros de saúde.

“[Essa possibilidade] é a adequabilidade que o plano tem que ter em função das necessidades e a resposta é em função das necessidades”, sublinhou António Lacerda Sales.

Questionado ainda sobre se o Estado vai assegurar sozinho o plano de vacinação, o governante explicou que o Governo entendeu que por “uma questão de coordenação, de articulação e monitorização, o Serviço Nacional de Saúde assegurará numa primeira fase a vacinação contra a Covid-19”.

Lacerda Sales revelou ainda que o plano vai ser aplicado de forma igual em todo o território, independentemente do nível de risco das localidades.

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Jane Goodall: “É urgente proteger a natureza e o tempo não é amanhã, é agora. É hoje”

No Web Summit, a primatóloga e antropóloga afirmou que o tempo de agir em proteção do planeta "é hoje" e criticou a conduta das pessoas que continuam "as business as usual".

Jane Goodall, no Web Summit.

As grandes empresas estão focadas há demasiado tempo no fim da linha. E claramente isto não faz sentido. Acredito que a pandemia é uma wake up call nesse sentido. Precisamos de uma conexão diferente com o planeta. E os consumidores podem ter um enorme impacto nisto”, disse esta tarde Jane Goodall, na conferência de imprensa que se seguiu à intervenção da primatóloga no Web Summit.

A especialista e fundadora do Instituto com o seu nome assumiu que “vivemos tempos negros” em matéria de sustentabilidade e cuidado com o planeta. “É urgente proteger a natureza, e o tempo não é amanhã, é agora. É hoje“.

Antes, na conversa que decorreu no palco principal do Web Summit, Jane Goodall afirmou que a pandemia é, de alguma forma, consequência do comportamento humano das últimas décadas. “A Covid-19 implica perda de vidas, de trabalho e um caos económico. Mas isto também decorre daquilo que temos feito, enquanto destruímos habitats, forçando os animais a conviver com pessoas, traficamo-los… o pet trade em todo o mundo. Estamos a criar um ambiente em que um vírus como este pode prosperar“, afirmou.

“Temos um ambiente muito desafiante, nos locais onde trabalhamos”, alerta Pieter Van Midwoud. “Não se trata apenas de planos para plantar árvores – e estamos a plantar 600 espécies nativas em todo o mundo”, detalha. “A proteção das florestas que existem é tão importante como a plantação de novas árvores, explica Pieter Van Midwoud, cuja organização trabalha de perto com o Instituto num projeto no Uganda, por exemplo, que serviu de exemplo à conversa.

“Se não tivermos uma relação melhor com a natureza e com uma economia mais sustentável, se continuarmos as business as usual, as espécies vão extinguir-se. E nós precisamos da terra, por isso temos de salvar o mundo de alguma forma. Precisamos de tecnologia, low-tech e comunidades”, alertou Jane Goodall.

Para a primatóloga e antropóloga, “o intelecto humano é uma das razões que me dão esperança”. “A resiliência da natureza também. Estas árvores podem sobreviver se forem plantadas. A janela do tempo está a fechar-se e estas soluções tecnológicas são muito importantes, mas temos de deixar de envenenar os solos, os animais e a nós mesmos“, assinalou. Entre as razões que dão esperança à especialista estão algumas inovações tecnológicas mas também “as alterações na forma como as pessoas vivem”, mais orientada para a natureza e a sua preservação.

A janela do tempo está a fechar-se e estas soluções tecnológicas são muito importantes, mas temos de deixar de envenenar os solos, os animais e a nós mesmos.

Jane Goodall

Na conferência de imprensa que se seguiu à sessão que juntou Jane e Pieter, a especialista em primatas e o “especialista em plantar árvores”, puderam responder a perguntas. “É preciso fazer o que podemos para forçar os políticos a fazer o que podem”.

Sobre o que pensa sobre os veículos elétricos, a especialista disse que, apesar de não ser um “guru” no tema, “os veículos elétricos são sempre melhores do que os alimentados a combustíveis fósseis. E melhoram a cada dia que passa”.

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