Fitch espera “deterioração aguda” dos ativos da banca portuguesa

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2020

A agência de notação financeira considera ainda que a "consolidação do setor seria positiva para o crédito" bancário português.

A Fitch espera uma “deterioração aguda” da qualidade dos ativos da banca portuguesa em 2021, devido à grande exposição a moratórias de crédito na sequência da pandemia.

“Os bancos portugueses têm um dos maiores volumes de empréstimos sob moratórias entre os bancos da Europa ocidental, com uma estimativa de 20% dos empréstimos consolidados no final de setembro de 2020”, algo que “aumenta a incerteza acerca das perspetivas para a qualidade dos ativos e oneração dos ativos”, pode ler-se num relatório divulgado.

Segundo a Fitch, a incerteza “indica o caminho para uma esperada deterioração aguda a partir de 2021”.

“A nossa previsão de base é para o rácio de créditos com imparidades ficar ligeiramente abaixo de 9% nos próximos 12-18 meses, e cerca de 10% debaixo de um cenário adverso. Os bancos poderiam mitigar o aumento de oneração dos capitais com gestão proativa e provisionamento conservador do legado e das novas imparidades”, indica a Fitch.

A agência de rating entende ainda que crise associada à pandemia veio “adicionar pressão aos desafios estruturais encontrados pelos bancos portugueses”.

“A falta de diversificação do negócio, a alta dependência de rendimentos de juros e alta competição tinha vindo a pesar nos lucros antes de 2020”, segundo a agência de notação financeira.

Para a Fitch, “a alta dependência do país nos fluxos de turismo internacionais e comércio com a UE [União Europeia] vai pôr pressão duradoura nas exportações, no setor da hospitalidade e no retalho não alimentar”.

“Apenas esperamos uma recuperação modesta de receitas em 2021 devido às baixas taxas de juro, pressão atual de tarifas e oportunidades de negócio limitadas durante o primeiro semestre de 2021”, segundo a Fitch.

A agência de notação considera ainda que a “consolidação do setor seria positiva para o crédito”, vendo margem para tais operações acontecerem “no médio prazo, com os líderes domésticos ou bancos espanhóis como compradores mais prováveis dos bancos mais fracos”.

“Esperamos uma nova ronda significativa de redução de agências e de custos em 2021 na maioria dos bancos portugueses, o que deverá também facilitar a consolidação do setor” no futuro.

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“Acho que sou muito melhor agora do que há dez ou 20 anos”, diz Mourinho

Mourinho recebeu o prémio da Web Summit de Innovation in Sport. Disse estar orgulhoso de já não se considerarem apenas antigos jogadores para as posições de treinador.

José Mourinho considera que é “muito melhor agora do que há dez ou há 20 anos”, numa entrevista na Web Summit após receber o prémio de Innovation in Sport. Quanto à evolução da carreira de treinador, o profissional português aplaude o facto de se ter ultrapassado a barreira que existia em que apenas antigos jogadores poderiam seguir este caminho.

Mourinho garantiu que ainda irá continuar por mais alguns anos, apontando que se considera “uma pessoa muito humilde”, no sentido em que tenta ser melhor. Questionado, em entrevista num dos “palcos” virtuais do Web Summit, sobre a vitória na qual tem mais orgulho, reitera que foi a última, porque o “futebol é hoje”. “Tenho todas as minhas medalhas, troféus e memórias escondidas e fechadas, estou sempre a olhar para o presente”, defende o treinador português.

Quanto aos desafios que conseguiu ultrapassar no início da carreia, apontou que “há 20 ou 30 anos a maior barreira era o facto de que as pessoas estavam focadas em antigos jogadores e esqueciam a evolução das pessoas a estudar e numa carreira académica”. “Os miúdos que decidem seguir a carreira académica podem ser tão bons ou até melhores do que outros”, defendeu.

Já no que diz respeito ao período que se vive da pandemia, Mourinho lamenta “estar num novo clube por 11 meses e mais de metade não conseguir ter uma ligação com os fãs”, sendo que, em todos os clubes que esteve, “essa era a base do sucesso”. Apesar disso, admite que as precauções nesta altura são mais importantes.

O prémio foi entregue a Mourinho, virtualmente, pelo primeiro-ministro português. António Costa apontou que o maior presente que o treinador deu ao jogo “foi a crença e inspiração, para as crianças portuguesas, de que conseguem alcançar qualquer coisa”, e terminou dizendo a Mourinho: “You are really the special one“.

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“Não é momento de baixar impostos de forma estrutural”

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2020

António Mendonça Mendes diz que o impacto e imprevisibilidade da pandemia ditaram que este não fosse momento para aumentar impostos ou para reduções estruturais.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais diz que o impacto e imprevisibilidade da pandemia ditaram que este não fosse momento para aumentar impostos ou para reduções estruturais, sendo neste cenário que as tabelas de retenção se enquadram.

António Mendonça Mendes transmitiu esta posição durante uma conferência online sobre o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), organizada pela Católica Porto Business School, em parceria com a consultora PwC.

Não estamos em momento de baixar imposto de forma estrutural, mas também não estamos em momento de os aumentar”, afirmou o secretário de Estado, assinalando que a opção pela estabilidade fiscal no OE2021 está acompanhada de medidas “direcionadas para a fase atual”, que o país atravessa, em que se enquadram as tabelas de retenção na fonte do IRS que, não constituindo “uma baixa de imposto”, aumentam o rendimento disponível mensal das famílias.

As tabelas de retenção na fonte que vão ser aplicadas em 2021 foram hoje publicadas e traduzem-se numa descida das taxas de retenção para a generalidade dos escalões de rendimento de trabalho dependente.

Além da descida das taxas de retenção, o valor de salários e pensões isentos de IRS aumenta em 2021 para os 686 euros – em 2020 este limite está nos 659 euros.

De acordo com as estimativas do Governo esta medida fará com que em 2021 sejam retidos menos 200 milhões de euros.

Além das mudanças nas tabelas de retenção na fonte, o secretário de Estado apontou ainda a descida do IVA da eletricidade (que começa a ter efeitos práticos na fatura de dezembro) e o programa IVaucher, que permite a devolução de todo o IVA suportado durante 12 semanas nos setores de restauração alojamento e cultura, podendo o valor acumulado ser descontado em compras nestes mesmos setores.

António Mendonça Mendes assinalou também a “preservação das bases tributárias” como outra das características do OE2021 em matéria fiscal, dando como exemplo a alteração do conceito de estabelecimento estável e o fim da isenção do IMT na transação de imóveis não afetos à atividade através da transação de participação sociais de sociedades anónimas.

Este é um OE, disse ainda, dá resposta “às necessidades em termos de saúde pública”, reforçando os meios financeiros e humanos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao mesmo tempo que contempla uma proteção relativamente às consequências económicas e sociais da pandemia.

Neste contexto lembrou algumas das medidas de apoio às empresas, nomeadamente o ‘lay-off’ simplificado e a retoma progressiva, através das quais, o Estado, “de um dia para o outro” passou a assegurar parte do salário de milhares de trabalhadores.

Esta capacidade de resposta do Estado, referiu, é uma forma de evitar a destruição do emprego e do tecido produtivo, fatores necessários para não se comprometer um ritmo de crescimento económico mais rápido assim que a situação sanitária o permitir.

Durante a conferência o Professor do ISEG Paulo Trigo Pereira afirmou, por seu lado, a sua convicção de que o Governo terá de avançar com o Orçamento retificativo em 2021.

Paulo Trigo Pereira referiu ainda que a versão final do OE2021, aprovada com a marca do PCP, tem pontos mais positivos e mais negativos do que a que o Governo entregou no parlamento, destacando, do lado dos melhoramentos, as medidas de aumento da despesa temporárias e excecionais.

Como pontos negativos, apontou as medidas, propostas pelo PCP, que vão aumentar a despesa de forma estrutural, nomeadamente o subsídio de risco e o reforço da contratação de funcionários públicos.

“A partir de 2022 vamos ter aqui um problema de voltar a controlar a despesa pública”, precisou.

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Web Summit chega a Tóquio em 2022. “É importante para nós crescer noutros mercados”, diz Paddy Cosgrave

Evento de Lisboa vai ter duas réplicas em 2022: será também no Brasil - Rio de Janeiro ou Porto Alegre - e em Tóquio, no Japão.

Depois de ter anunciado que vai replicar o Web Summit no Brasil, em 2022, Paddy Cosgrave anunciou esta manhã, via Twitter, que o evento vai também ser replicado em Tóquio, em 2022.

Em conferência de imprensa, no arranque do segundo dia do evento “From Lisbon”, o irlandês explicou que o legado em matéria de hardware do Japão, e o facto de se começar a falar de startups e empreendedores de cidades japonesas fez com que, apesar das relações com muitos países asiáticos serem consistentes, a organização ter optado por replicar a conferência em Tóquio.

“A tecnologia é muito global, as pessoas já não se limitam a Silicon Valley, como no passado. Há tanto a acontecer — online temos empresas incríveis disponíveis — e quando olhamos para o que os fundos estão a fazer, isso é excitante. Queremos fazer parte disso. Ao mesmo tempo que o venue de Lisboa expande e nos permite eventos maiores, é importante para nós crescer noutros mercados”, assinalou o irlandês, em conversa online com os jornalistas.

Paddy Cosgrave sublinhou ainda o facto de o Japão ser “a terceira maior economia do mundo” e de produzir inovação “nos últimos 40 a 50 anos”. “Além de que Tóquio é uma cidade incrível e o ecossistema empreendedor está a ganhar vida”.

O Web Summit from Lisbon decorre, desde esta quarta-feira, pela primeira vez em formato exclusivamente online. No primeiro dia, de acordo com dados da organização, assistiram ao evento mais de 104 mil pessoas diretamente de mais de 160 países do mundo.

 

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Leão espera que economia tenha “grande recuperação em 2021” graças à vacina

Ministro das Finanças garante que estimativa para a evolução da economia em 2020 incorpora, "até certo ponto", a segunda vaga de Covid-19.

A segunda vaga de Covid-19 já está considerada nas estimativas do Governo para a economia portuguesa em 2020 e, o próximo ano, poderá ser de forte retoma se a vacinação for massificada. É esta a expectativa que foi dada pelo próprio ministro das Finanças, João Leão, no podcast do PS, “Política com Palavra”.

“A estimativa que temos para a evolução da economia em 2020 incorpora, até certo ponto, esta segunda vaga”, começa por explicar Leão. A economia portuguesa tombou 5,7% no terceiro trimestre do ano face a igual período de 2019, após uma queda homóloga de 16,4% no segundo trimestre.

No entanto, a evolução das medidas de combate à pandemia estão a fazer-se sentir. O PIB recuperou 13,3% em cadeia no terceiro trimestre, após a queda histórica (-13,9%) no segundo trimestre por causa da crise pandémica. É este efeito que leva a preocupações sobre as novas medidas aplicadas nos últimos meses do ano, mas o ministro das Finanças desvaloriza.

Leão garante que a estimativa do Governo de uma queda do PIB anual de 8,5% já incorpora o efeito da segunda vaga. E até está otimista quanto ao futuro: “Se se confirmarem as notícias das vacinas e se a pandemia ocorrer como estamos a considerar, é de esperar uma grande recuperação em 2021“. Para o próximo ano, o Executivo antecipa um crescimento de 5,4%.

Retificado não deverá ser necessário

A entrevista ao podcast do PS acontece na semana seguinte à aprovação do Orçamento do Estado para 2021, no qual foram aprovadas quase duas centenas de propostas de alteração, incluindo uma grande parte de maiorias negativas. O gabinete de Leão “ainda está a fazer a avaliação do seu impacto financeiro”, mas antecipa que “o impacto global não será significativo”, diz.

“Poderá haver alguma revisão, mas será residual”, aponta, acrescentando: “não prevemos a necessidade de um orçamento retificativo“. Também a meta do défice (que será beneficiado se a recuperação da economia for superior ao esperado) não deverá ser alterada segundo o ministro. Atualmente, a projeção do Executivo é as contas públicas tenham um saldo negativo de 4,3% em 2021, após um buraco de 7,3% este ano.

Se quanto à necessidade de um orçamento retificativo Leão é taxativo, o mesmo não acontece sobre o Novo Banco. Esta foi uma das principais surpresas das negociações do OE 2021 na especialidade já que PSD, BE, PCP e PAN juntaram-se em coligação negativa para aprovar uma alteração que impede as transferências para o Fundo de Resolução.

Sobre este assunto, deixa em aberto: “Estamos a estudar as diferentes alternativas, há diferentes mecanismos, até dentro do quadro do atual Orçamento do Estado que não têm de passar necessariamente pelo Tribunal Constitucional“, diz. “Não vamos permitir que, a propósito de uma proposta aprovada pelo PSD, se lance a instabilidade e a incerteza”, acrescenta.

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Mulheres portuguesas têm cada vez menos filhos

Em 2019, o número médio de filhos, por mulher em idade fértil, desceu para 0,86, contra 1,03 em 2013. 10% dos portugueses não querem ter filhos.

Portugal continua a registar uma baixa taxa de natalidade e os portugueses continuam a ter menos filhos. No ano passado, o número médio de filhos por mulher em idade fértil, desceu para 0,86 quando comparado com a média de 1,03 em 2013, revelam as estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O ano passado, 42,2% das mulheres com idades entre 18 e os 49 anos e 53,9% dos homens dos 18 aos 54 anos não tinham filhos, de acordo com o Inquérito à Fecundidade de 2019. Outra das revelações é que subiu para 10% a percentagem de mulheres que não querem ter filhos. Para os inquiridos, os principais motivos assinalados foram a vontade própria e o facto de a maternidade ou paternidade não fazerem parte do seu projeto de vida.

A par com a falta de vontade em ter filhos, o número de filhos desejados também caiu para 2,15 o ano passado, quando comparado com os 2,31 em 2013. Apesar de nenhum país da União Europeia ter assegurada a substituição das gerações, Portugal integra o grupo de países dos 28 Estados-Membros da União Europeia com menores Índice Sintético de Fecundidade (ISF). Todavia, a recuperação observada nos últimos anos fez passar Portugal do país com menores níveis de fecundidade da UE 28 em 2013, para o oitavo mais baixo em 2018.

Fecundidade realizada, intencional e final esperada, total, mulheres e homens, Portugal, 2013 e 2019INE

 

Uma “fatia” expressiva das mulheres e dos homens com filhos (45,1% e 58,5%, respetivamente) tiveram o 1º filho mais tarde do que desejavam. O adiamento foi de pelo menos de cinco anos. As mulheres que tiveram o 1º filho mais tarde do que desejavam apontam o adiamento por motivos relacionados com a estabilidade financeira e no emprego e com condições de habitação.

Por outro lado, independentemente da altura em que decidiram ter o primeiro filho – mais cedo, mais tarde, ou na idade em que desejavam – para as mulheres portuguesas, a vontade de ser mãe foi o motivo mais apontado para essa decisão.

Portugueses insistem em incentivos à natalidade para contrariar tendência

Com o número médio de filhos por mulher em idade fértil a diminuir de década para década, cerca de nove em cada dez (89,8%) mulheres e 85,9% dos homens considera que devem existir incentivos à natalidade.

A “flexibilização dos horários de trabalho para mães e pais com filhos pequenos” foi referida com a medida mais importante por parte de mulheres e homens. No contexto do acesso a serviços para ocupação dos filhos, a medida mais referida foi o “alargamento da rede e o acesso a creches, jardim-de-infância e Atividades de Tempos Livres (ATL)”.

Quanto às medidas no âmbito dos rendimentos das famílias, mulheres e homens apresentaram uma distribuição distinta: para as mulheres a medida considerada como a mais importante foi “aumentar os subsídios relacionados com educação, saúde, transporte, habitação e alimentação dos agregados com filhos”, para os homens foi “reduzir os impostos para as famílias com filhos, incluindo aumentar as deduções fiscais para quem tem filhos”.

No que respeita a outras medidas que não integram os três domínios referidos, “atribuir incentivos fiscais às entidades empregadoras com práticas de gestão que apoiem trabalhadores com filhos” foi assinalada como a mais importante por quase metade das mulheres e mais de metade dos homens.

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Primeiro dia do Web Summit contou com quase 105 mil participantes de 168 países

Entre os participantes nesta edição do Web Summit, 1.137 eram speakers, 2.229 jornalistas, 1.145 investidores, 2.007 startups e 169 parceiros.

O Web Summit este ano é totalmente virtual, tendo sido criada uma plataforma capaz de suportar vários participantes. E quantos foram no primeiro dia? Mais de 104 mil pessoas, espalhadas por 168 países, participaram nas conferências, masterclasses e conferências de imprensa do evento organizado em Lisboa.

Foram 104.328 os participantes da Web Summit no primeiro dia, o que significa que esta edição digital contou assim com mais 30 mil participantes do que no último evento físico, no ano passado, adianta a organização do evento em comunicado. Os participantes, 45,8% dos quais mulheres, vieram de 168 países.

Entre os participantes, 1.137 eram speakers, 2.229 jornalistas, 1.145 investidores, 2.007 startups e 169 parceiros. Quanto aos oradores, tem aumentado o número de líderes políticos que participam no evento, sendo que este ano são vários os ministros, comissários e embaixadores, como por exemplo os primeiros-ministros de Portugal, Espanha, Grécia e Cabo Verde, bem como a presidente da Comissão Europeia ou o governador de Tóquio.

Quanto às startups, multiplicam-se os países de onde emergem as empresas. Este ano, as mais de duas mil startups que marcam presença no Web Summit vêm de 89 países diferentes. Estados Unidos, Canadá, Brasil e México estão no topo das nações com mais participantes empreendedores nesta edição.

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Mais de mil escolas já tiveram casos de Covid-19

A federação liderada por Mário Nogueira insiste na necessidade de o Ministério da Educação divulgar a lista de escolas em que existem casos de Covid-19. Pede aos epidemiologistas que se pronunciem.

Mais de mil escolas ou agrupamentos de escolas já registaram casos de Covid-19, segundo dados da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). Os representantes do setor acusam o Governo de ignorar a situação e pedem, por isso, a intervenção de epidemiologistas sobre o assunto. Vai ainda requerer à Provedoria de Justiça e à Assembleia da República que avaliem a constitucionalidade do corte de salário a quem, por pertencer a grupo de risco, se mantenha para além de 30 dias ao abrigo do regime de proteção.

“A lista de escolas em que a Fenprof já confirmou terem existido e, principalmente, estarem ativos casos de Covid-19 atingiu o milhar (1.011 escolas/agrupamentos de escolas). Apesar disso, o Governo continua a desvalorizar o problema e, em relação a surtos, a divulgar números cuja credibilidade é, no mínimo, muito duvidosa“, defende.

A federação liderada por Mário Nogueira insiste na necessidade de o Ministério da Educação divulgar a lista de escolas em que existem casos de Covid-19. Pede aos epidemiologistas, designadamente aos que participam nas reuniões do Infarmed, e ao Presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Dr. Ricardo Mexia, que se pronunciem em relação aos rastreios nas escolas (que dizem não estar a ser realizados).

“Todas as recomendações nacionais e internacionais vão no sentido da realização do maior número possível de rastreios e ainda ontem se soube que, na sequência da infeção contraída pela Diretora-Geral da Saúde, foram testados todos os seus contactos próximos; nas escolas, por norma, quando surgem casos de infeção, aos contactos próximos, sejam alunos, professores ou trabalhadores não docentes, os testes são recusados, mesmo quando solicitados“, acusa a Fenprof.

Além dos números de casos e de testes, a federação está igualmente preocupada com os profissionais das escolas. Exige que seja aberto um processo negocial para estabelecer as condições de Segurança e Saúde nas escolas, a partir do início do segundo período letivo, e vai requerer à Provedoria de Justiça e à Assembleia da República que suscitem a fiscalização da constitucionalidade da norma que prevê o corte de salário a quem, por pertencer a grupo de risco, se mantenha para além de 30 dias ao abrigo do regime de proteção.

“Esta situação parece violar o disposto no artigo 64.º da Constituição da República, cujo número 1 consagra que todos têm direito à proteção da saúde. Ora, não existe verdadeira proteção se, por razões de natureza económica, quem integra grupo de risco deixa de beneficiar dessa proteção ou, para a manter, fica impedido de receber qualquer remuneração, uma vez que, por norma, continua a ser negada a possibilidade de exercer atividade em teletrabalho, como acontece com a generalidade dos docentes”, acrescenta.

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9 perguntas e respostas sobre como vai funcionar a vacina contra a Covid-19

A vacina contra a Covid está cada vez mais perto, mas ainda persistem dúvidas de como tudo vai funcionar depois de esta ser administrada. Há efeitos? Quanto tempo seremos imunes? Saiba as respostas.

Com a vacina contra o coronavírus cada vez mais perto de ser uma realidade, são muitas as dúvidas que ainda persistem sobre o seu funcionamento, depois de ser administrada. Há efeitos adversos? Quanto tempo durará a imunidade? A eficácia será a mesma para todos? No dia em que se ficará a conhecer o plano nacional de vacinação, João Gonçalves, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, esteve presente na reunião do Infarmed, esta quinta-feira, onde esclareceu as principais dúvidas técnicas que possam existir.

O que é a imunidade e como vai atuar a vacina?

A imunidade, como explicou o especialista, é o “desenvolvimento de anticorpos, antivirais, fortes o suficiente para impedir a entrada do vírus nas células”. Depois de administrada a vacina, vai ser possível “orientar e controlar o sistema imunitário para apenas uma proteína do vírus”.

Depois de tomada a vacina, quanto tempo dura a imunidade?

“No melhor dos cenários, vários anos”, mas “talvez não seja o cenário que se vai ter” neste caso, alertou João Gonçalves “Isso só vai acontecer se a memória [dos anticorpos] existir. Com essa memória vamos ser capazes de, quando nos vacinarmos e voltarmos a ter contacto com o vírus, termos uma resposta mais forte”. Aqui, o especialista nota que um dos problemas pode ser que consigamos proteger da doença, mas não da transmissão.

Como varia a imunidade em cada pessoa?

A imunidade varia de pessoa para pessoa, mas quem tiver estado infetado e com sintomas ganhará vantagem. “Os doentes que estiveram infetados e tiveram mais sintomas são os que tiveram mais proteção, enquanto os doentes que estiveram assintomáticos não desenvolvem muitos anticorpos”, referiu o especialista.

A vacina vai ser igualmente eficaz para todos?

“As pessoas ao longo do tempo diminuem a quantidade de anticorpos”, refere João Gonçalves, notando que, no que diz respeito à eficácia da vacina, “vai haver muita variação de pessoa para pessoa”.

A imunidade é a mesma em todas as idades?

João Gonçalves responde a esta pergunta, afirmando: “A nossa lição das últimas vacinas é que as pessoas com mais idade têm menos capacidade de responder a essas vacinas”. O especialista diz que “é preciso que as vacinas tragam a capacidade de os idosos terem uma produção de anticorpos que seja possível de evitar a doença. É fundamental que elas [vacinas] estimulem nesta faixa etária produção de anticorpos”.

Qual a imunidade desejável para a vacina ser eficaz?

“Se tivermos uma vacina capaz de prevenir a doença e, ao mesmo tempo, impedir a sua transmissão, certamente temos uma imunidade própria”, afirmou João Gonçales, sublinhando que “a vacina não vai criar uma imunidade igual para todos” e que esse é o “cenário que temos de colocar como partida”. “Nem sabemos quando vai ser criada a imunidade de grupo”, notou.

A vacina terá reações adversas? Quais?

“Todas as vacinas apresentam reações adversas que dependem de vários fatores”, tais como o tipo de vacina, o tipo de administração ou o tipo de pessoas, explicou o especialista. Contudo, sublinhou que “há efeitos adversos que são bons — como dores de cabeça, inchaços e alguma febre — e isso é algo muito bom nesta vacina. Significa que o sistema imunitário está a lutar e a reconhecer a vacina como estranha”. “Não tenham medo”, concluiu.

Imunidade vai criar efeitos secundários?

“A imunidade não vai criar efeitos secundários completamente estranhos na vossa vida”, sublinhou João Gonçalves.

A imunidade tem de continuar a ser avaliada depois de administrada a vacina?

Sim. “É necessário que isso continue, tal como acontece com outras vacinas”, nota o especialista, referindo que “monitorizar esta imunidade e a resistência que vamos ter vai ser muito importante”. João Gonçalves rematou, afirmando que “os benefícios da imunidade claramente sobrepõem-se aos riscos da não vacinação. Seria muito mau para a ciência e para a humanidade se depois de oito meses não conseguíssemos ter toda esta imunidade bem instalada e capaz de nos proteger”.

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BPI destrona Santander como banco português do ano para a revista The Banker

  • ECO
  • 3 Dezembro 2020

Foi a primeira vez que o BPI, detido pelos catalães do CaixaBank, conquistou o prémio de "Banco do Ano". Resposta à pandemia pesou na decisão da revista The Banker, do grupo Financial Times.

O BPI foi eleito “Banco do Ano 2020” em Portugal, uma distinção feita pela revista The Banker, do grupo Financial Times, e que tinha sido atribuída nos últimos anos ao Santander Totta.

Foi a primeira vez que o banco detido pelo grupo catalão CaixaBank recebe este prémio que é concedido anualmente em Londres e que distingue os melhores bancos de 150 países. Nos últimos quatro anos, a distinção de “Banco do Ano” foi atribuída ao Santander Totta.

Para esta decisão, a The Banker teve em conta vários fatores, desde a qualidade dos resultados financeiros do BPI, o crescimento das quotas de mercado na generalidade dos segmentos e a expansão da base de clientes até à introdução de critérios ESG (Environmental, social and governance) na análise de risco e de investimentos do BPI.

Num ano marcado pela pandemia, a capacidade de resposta a este flagelo económico e social resultante da crise sanitária, incluindo do ponto de vista tecnológico e de inovação, também foi uma métrica analisada.

Para o CEO do banco, “esta distinção reconhece o sucesso da estratégia do BPI assente na qualidade do serviço, digitalização e compromisso social”. “O BPI tem uma situação de capital, liquidez, qualidade dos ativos e reputação que o distingue no mercado português, e que tem sido reconhecida por prestigiadas entidades internacionais independentes”, frisou João Pedro Oliveira e Costa.

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Carga fiscal continua em máximos em Portugal e acima da média da OCDE

A OCDE estima que a carga fiscal fixou-se em 34,8% em Portugal no passado, o mesmo valor de 2018, que era um máximo. O valor fica acima da média da OCDE de 33,8% em 2019, inferior aos 33,9% de 2018.

Tal como o Instituto Nacional de Estatística (INE) já tinha calculado, a carga fiscal em Portugal fixou-se nos 34,8% do PIB no ano passado, igual ao recorde alcançado em 2018, estima a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) num relatório sobre receitas fiscais divulgado esta quinta-feira. A média da carga fiscal na OCDE baixou uma décima de 33,9% do PIB em 2018 para 33,8% em 2019.

Nos últimos 20 anos, a carga fiscal tem subido em Portugal, sendo que o valor mais baixo foi registado em 2009 (29,9% do PIB). No caso da OCDE, o rácio tem estabilizado, sendo pouco superior aos 33,3% registados em 2000, tal como mostra o gráfico do relatório. O valor português era inferior à média até à crise das dívidas soberanas, sendo superior desde então.

Nos últimos anos, a carga fiscal aumentou gradualmente em Portugal por causa da recuperação económica e do emprego, não traduzindo um aumento generalizado e significativo dos impostos (salvo pequenas exceções), principalmente pela via das contribuições para a Segurança Social. Normalmente, este indicador tende a cair em crises porque as receitas fiscais descem mais do que o PIB, o que deverá acontecer em 2020 e 2021.

Evolução da carga fiscal em Portugal e na OCDE entre 2000 e 2019

Em 2019, Portugal situava-se na 18.ª posição no ranking da carga fiscal dos 37 países da OCDE, a mesma posição que já tinha em 2018. A primeira posição pertence à Dinamarca com uma carga fiscal de 46,3% do PIB, seguindo-se França (45,4%) e a Bélgica (42,9%). Nos últimos lugares estão o Chile (20,7%), Colômbia (19,7%) e o México (16,5%).

Houve 15 países a baixarem a carga fiscal e 20 a subir em 2019, segundo a OCDE, que revela que a maior queda registou-se na Hungria (1,7 pontos percentuais), seguindo-se a Islândia (1,1 pontos percentuais) e a Bélgica e a Suécia (um ponto percentual).

E o que diferencia a composição da carga fiscal em comparação com a média da OCDE? Desde logo os impostos sobre o rendimento têm um peso inferior (19%) face à média (24%). O mesmo acontece com os impostos sobre a propriedade (IMI) que pesam 4% face a 6% na OCDE.

Por outro lado, em Portugal as contribuições para a Segurança Social pesam mais (27% face a 26% na OCDE) assim como o IVA (25% face a 20%). No que toca à tributação dos lucros das empresas (IRC), a proporção é exatamente igual à da OCDE (10%).

Segundo o relatório da OCDE, pela primeira vez numa década e após a crise financeira, as receitas fiscais dos países da OCDE baixaram em 2019. A Organização assinala que em 2020 ainda devem cair “muito mais” por causa da crise pandémica que diminuiu a atividade económica e o consumo.

Quando a crise de saúde passar e a recuperação económica estiver em andamento, os Governos irão precisar de reconsiderar se os seus sistemas tributários são capazes de enfrentar os desafios do ambiente pós-pandémico“, avisa Pascal Saint-Amans, diretor do Centre for Tax Policy and Administration da OCDE, no relatório.

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Tedros Ghebreyesus, no Web Summit: “A inovação é mais poderosa quando diminui assimetrias”

O Web Summit continua para mais um dia de conferências, roundtables e Q&A, com personalidades como Marta Temido ou o CEO do Zoom.

O Web Summit segue para o segundo dia desta edição, 100% online devido à pandemia de Covid-19, com oradores que vão desde a ministra da Saúde, Marta Temido, ao CEO e fundador do Zoom, Eric Yuan, caras que ganharam destaque neste ano. O dia contará também com os empreendedores portugueses Daniela Braga, Paulo Trezentos e André Jordão.

O arranque deste segundo dia do evento irá contar com o treinador português José Mourinho, que é o vencedor do prémio Web Summit Innovation in Sport Award.

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