Tomás Correia afirma que processos do BdP “não têm ponta por onde se pegue”

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

Tomás Correia não escondeu a sua “indignação” pela condenação a uma multa “superior ao que obteve como rendimento líquido” nos seus anos no Montepio.

O ex-presidente do Montepio disse, esta sexta-feira, em tribunal que os processos levantados pelo supervisor não têm “ponta por onde se pegue” e procurou explicar cada um dos factos que originaram coimas superiores a um milhão de euros.

António Tomás Correia prosseguiu, ao longo desta sexta-feira, o seu depoimento no início do julgamento dos recursos interpostos, no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, pelo Montepio e sete antigos administradores, às coimas num valor global de cerca de 5 milhões de euros aplicadas em fevereiro de 2019 pelo Banco de Portugal (BdP), processo a que foi apenso o divulgado no início deste ano por violação das normas de prevenção de branqueamento de capitais (no qual foi multado a mais 150.000 euros).

Tomás Correia não escondeu a sua “indignação” pela condenação a uma multa “superior ao que obteve como rendimento líquido” nos 16 anos que esteve no Montepio (entrou em 2004 para a Associação Mutualista, e por inerência para a Caixa Económica, com Silva Lopes, assumindo a presidência quando este saiu em 2008, cargo que deixou em 2015).

“Não deixa de ser surpreendente”, declarou, afirmando perceber que quem se aproveite dos cargos que desempenha seja penalizado e devolva o que retirou. “Não me apropriei de nada e surpreende-me que seja invocado o ter sido presidente da Associação Mutualista para agravar a coima. Uma brutalidade”, disse, sublinhando que, quando assumiu a liderança do Montepio acabou com os prémios, com os cinco administradores a auferirem apenas 14 salários por ano.

Atualmente reformado, o jurista afirmou que “o que mais faltava era o Conselho de Administração não aprovar contas auditadas”. Não escondendo a sua oposição à separação da Associação Mutualista da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), imposta pelo Banco de Portugal em 2015, Tomás Correia afirmou que este passou a condicionar “totalmente” a eleição dos órgãos sociais.

É uma saga digna de um filme dramático”, disse, afirmando que o regulador “escolhe” quem quer que seja eleito “e depois arranja maneira de ser a Associação Mutualista a eleger”, frisando que quando passou a presidir apenas a este órgão tinha “zero” influência.

Sobre as várias operações visadas no processo, Tomás Correia negou que não tenham sido constituídas provisões, admitindo que, a terem ocorrido “insuficiências”, terão sido por erro mas nunca intencionalmente.

Para Tomás Correia, a carta do BdP de 2015 que mandava fazer provisões de 240 milhões de euros deixou-o “perplexo”, por ser “uma trapalhada” relativa a operações que na sua maior parte já estavam liquidadas e por o banco ter constituídas provisões em excesso relativamente às imparidades próximas dos 300 milhões de euros.

Sobre as contraordenações por violação das regras sobre conflito de interesses, frisou que nunca teve funções de gestão nas companhias do grupo e explicou as implicações dos estatutos de uma instituição centenária em que todas as sociedades do grupo “visavam produzir resultados para os fins associativos da Associação Mutualista”.

Tomás Correia, que começou a depor no TCRS na passada quarta-feira, irá continuar a responder ao Tribunal na próxima segunda-feira, agora sobre a condenação proferida em fevereiro último pelo Banco de Portugal, sobre irregularidades nos mecanismos de prevenção de branqueamento de capitais ocorridas em 2015, que originaram uma coima de 400.000 euros ao Banco Montepio e de 150.000 euros a Tomás Correia e, de igual valor, ao ex-administrador que também teve responsabilidades na área do ‘compliance’, José Almeida Serra.

Tomás Correia disse nesta sessão que deu instruções ao seu mandatário para desistir do pedido de recusa da juíza Mariana Sousa Machado, titular de um processo que teve uma primeira sentença no TCRS em setembro de 2019, pelo juiz Sérgio Sousa, que anulava a decisão administrativa.

Na sequência do recurso apresentado pelo Ministério Público e pelo BdP, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou a sentença e determinou a realização do julgamento, com os mandatários do Montepio e dos seus administradores a pretenderem que voltasse às mãos do juiz Sérgio Sousa, que já não está neste tribunal.

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Wall Street fecha em alta com resultados da Disney e da Cisco

Os mercados norte-americanos fecharam a última sessão da semana no verde. Os resultados da Disney e da Cisco trouxeram algum alento aos investidores, numa altura em que se agrava a pandemia.

Os resultantes animadores da Disney e da Cisco injetaram, esta sexta-feira, algum otimismo nos mercados norte-americanos, ainda que os investidores continuem cautelosos face ao agravamento da pandemia. Em Wall Street, os três principais índices terminaram as negociações acima da linha de água.

Na última sessão da semana, o índice de referência, o S&P 500, valorizou 1,33% para 3.584 pontos, tal como o industrial Dow Jones, que subiu 1,3% para 29.459,02 pontos, e o tecnológico Nasdaq, que avançou 0,97% para 11.823,55 pontos.

Wall Street fechou, assim, em alta, depois de uma semana marcada por ganhos explicados pelo entusiasmo em torno dos avanços na vacina contra a Covid-19 e da vitória de Joe Biden nas eleições norte-americanas, mas também por perdas justificadas pela expectativa de que demorará ainda algum tempo até que uma parte significativa da população seja vacinada, pelos desafios que estão a ser colocados pelo presidente em funções Donald Trump ao presidente eleito e por um agravamento da pandemia em todo o mundo, mas em particular nos Estados Unidos.

Foi, portanto, uma semana volátil, que terminou com os resultados animadores apresentados pela Disney e pela Cisco, o que devolveu algum ânimo aos mercados, na sessão desta sexta-feira.

Os títulos da Cisco dispararam 7,06% para 41,40 dólares, depois dos resultados terem demonstrado que a empresa beneficiou, em termos de procura, do boom do teletrabalho causado pela crise pandémica.

Também no verde, destaque para as ações da Disney, que somaram 2,1% para 138,36 dólares. A gigante do entretenimento viu a sua plataforma de streaming crescer rapidamente e conseguiu recuperar parcialmente das perdas sentidas nos parques temáticos na primavera, o que animou os investidores.

“Pelo menos esta sexta-feira, parece que o sentimento em relação à potencial vacina combinado com o anúncio de resultados muito fortes de uma série de empresas deixou os investidores com esperança de que a economia pode continuar a recuperar“, explica o analista Michael Arone, citado pela Reuters.

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PCP e Governo ainda “muito distantes”. Comunistas relativizam aproximação do PS

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

João Oliveira diz que apenas há alguma aproximação com o PS e o Governo num "conjunto muito pequeno" de matérias.

O PCP relativizou esta sexta-feira as propostas feitas pelo PS de aproximação aos comunistas no Orçamento do Estado de 2021 (OE2021) e alertou que as posições estão “muito distantes” para se perceber se viabiliza a proposta do Governo.

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, deu uma conferência de imprensa no Parlamento para apresentar mais 120 propostas de alteração ao Orçamento e, mais uma vez, não deu pistas sobre o que fará na votação final global, em 26 de novembro, depois de o partido ter optado pela abstenção na generalidade.

Comunistas e Governo têm reunido, afirmou, e avaliado as propostas, mas o deputado apenas admitiu alguma aproximação num “conjunto muito pequeno” de matérias para “se fazer uma avaliação mais global” e perceber “o desfecho em relação à votação final global”.

À pergunta se o PCP “tem alguma garantia” dos socialistas para aprovar “alguma proposta”, João Oliveira respondeu com um “não”, dado que “ainda não começou a votação na especialidade” do OE2021.

Mesmo as propostas que o PS anunciou esta sexta-feira, quanto ao alargamento do apoio social ou o calendário para a contratação de profissionais de saúde mereceu uma resposta sumária da parte de João Oliveira, ao dizer: “Não coincidem com o que o PCP propôs.”

E passou a explicar as medidas propostas pelos comunistas, que contrariam as do PS, que propõem a exclusividade para os médicos no SNS de imediato e não “para quando terminar a pandemia”.

O sentido de voto final do PCP, insistiu, a exemplo do que tem feito nas últimas semanas, não está definido e dependerão das propostas que vierem a ser aceites pelo executivo e de saber se dão “resposta global” aos problemas causados pela pandemia.

A proposta do PS de pagamento a 100% do lay-off é positiva, mas os comunistas, segundo João Oliveira, pretendem que todos os trabalhadores afetados recebam na íntegra o seu ordenado, independentemente do tipo de “corte” que sofram em medidas de apoio na resposta à crise pandémica. “Temos pela frente um longo trabalho”, disse, referindo-se ao debate e votações na especialidade.

Se o PCP vai bater-se pelas cerca de 320 propostas como se fossem “linhas vermelhas”, importantes para viabilizar o OE2021, por comparação com as “12 medidas essenciais” apresentadas pelo BE, João Oliveira deu uma resposta curta: “Mais do que ‘linhas vermelhas’, nós apresentamos ‘vias verdes’ para resolver problemas do país.”

Mais uma vez, João Oliveira relativizou a responsabilização do PCP numa eventual crise se o orçamento não passar no parlamento, porque, argumentou, ele “depende da expressão de voto de vários grupos parlamentares”.

E afirmou que “só não haverá respostas” aos problemas que o país atravessa “se o Governo e o PS tiverem a opção de mão aprovar” as propostas dos comunistas que abarcam todas as áreas da vida nacional, do trabalho à cultura, da segurança nacional ao apoio às pequenas e médias empresas.

Entre as cerca de 150 propostas entregues hoje, o PCP propôs, do lado da receita, a criação de uma “contribuição extraordinária sobre o setor segurador”, que incida sobre os “volumosos lucros acumulados na situação de epidemia”, dando como exemplo a França, que avançou com uma proposta idêntica. Esta é uma ideia que ainda não foi discutida com o executivo, afirmou.

O objetivo de ter tantas propostas, para todas as áreas, disse o líder parlamentar comunista, é dar “respostas imediatas e urgentes”, a par de “opções mais estruturais”, como a contratação de pessoal para o SNS.

Nesta área, os comunistas querem “um reforço de 20% no orçamento do SNS para 2021”, enquanto no setor da segurança social uma das ideias é eliminar o “fator de sustentabilidade” no acesso à reforma e um aumento até 1% do Orçamento as verbas a dedicar à cultura. A votação final global do Orçamento do Estado de 2021 está agendada para 26 de novembro, na Assembleia da República.

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Impress fecha ronda de 5 milhões de euros. Portuguesa Bynd reinveste

Depois do primeiro investimento, no início do ano, a Bynd Venture Capital volta a investir na clínica ortodôntica. Através de uma app, pacientes são monitorizados 24 horas por dia.

Com vinte clínicas em Espanha e uma em Itália, a Impress chegou a Portugal em janeiro de 2020.D.R.

A Impress fechou uma ronda de cinco milhões de euros de investimento, que contou com a participação da portuguesa Bynd Venture Capital, e ainda com financiamento da TA Ventures, Sabadell VC e outros investidores.

A clínica especializada em ortodontia invisível conta com um “serviço digital de última geração” e, num ano, conseguiu escalar negócio em mais de 40 cidades de Espanha, Itália e Portugal, país onde está desde janeiro deste ano.

Liderada pelo chefe de ortodontia Khaled Kasem, membro da Sociedade Europeia de Ortodontia e com mais de 15 anos de experiência, e pelos empreendedores em série Dilara e Vladimir Lupenko, o financiamento vai servir para continuar a fazer crescer o projeto, “investindo numa maior digitalização dos processos ortodônticos” e expandindo, tanto para novas cidades nos países em que já está como para outras localizações.

“Os pacientes e o seu bem-estar são fundamentais para o que fazemos. Nunca comprometemos a saúde. Disponibilizamos aos nossos pacientes uma app que permite que a nossa equipa de médicos acompanhe a sua evolução a cada duas semanas. Através de fotografias tiradas pela pessoa, os nossos médicos conseguem ver o progresso e podem aconselhar os pacientes a irem à clínica mais próxima para receberem um tratamento médico presencial. Isto origina um resultado melhor e mais rápido, e uma necessidade de ajustes ao tratamento muito abaixo da média da indústria, que muitas vezes utiliza alinhadores adicionais para corrigir problemas quando o tratamento já deveria estar concluído”, explica Khaled Kasem, citado em comunicado.

A monitorização digital individualizada que a aplicação permite está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e a partir de qualquer lugar. De acordo com dados fornecidos pela empresa, mais de 70% dos pacientes da Impress terminam os seus tratamentos em apenas 6 a 7 meses, em comparação com os tradicionais 9 a 12 meses.

Esta é a segunda vez que a portuguesa Bynd investe no projeto, depois do financiamento de estreia, no início deste ano.

Francisco Ferreira Pinto, diretor executivo da Bynd Venture Capital, explica que o fundo volta a reforçar “a confiança” que tem no projeto “não só por vermos um grande potencial de mercado, mas acima de tudo por identificarmos, na sua equipa fundadora, perfis complementares e experiência na indústria dentária, em negócios digitais e na fundação de startups, e uma grande ambição de crescimento a nível europeu”.

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Privados com 669 camas afetas ao SNS, 86 para doentes da pandemia

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

Os hospitais privados disponibilizaram ao Serviço Nacional de Saúde 669 camas, 86 das quais para doentes Covid-19, revelou o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.

Os hospitais privados disponibilizaram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) 669 camas, 86 das quais para doentes Covid-19, revelou esta sexta-feira o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).

Num comunicado, a associação escrevia que nos últimos dias os hospitais privados têm sido contactados por algumas Administrações Regionais de Saúde (ARS) para formalizar a relação com as unidades do SNS e em declarações à Lusa o presidente adiantou que foram já disponibilizadas mais de 660.

“Neste momento, o número total de camas que estão a ser afetas ao SNS é qualquer coisa como 580 camas para não-covid e 86 para covid-19”, afirmou, precisando mais tarde o número de camas para os outros doentes, que é de 583.

O número mais reduzido de camas para o internamento de doentes com covid-19 é explicado pelo facto de os hospitais privados não estarem preparados para receber estes pacientes em número elevado, uma vez que durante a pandemia mantiveram a sua atividade habitual.

“Sem haver uma reprogramação maior das próprias estruturas e das equipas, normalmente os hospitais privados não estão preparados para receber Covid e, portanto, essas 86 camas que agora aparecem já decorrem daquilo que é o esforço que estamos a fazer no sentido de dar satisfação àquilo que é uma necessidade nacional”, justificou.

Segundo Óscar Gaspar, a maioria dos pedidos chegou da ARS do Norte, onde também se têm registado a maioria dos novos casos nas últimas semanas, mas também já surgiram contactos da região de Lisboa e Vale do Tejo.

“Suponho que as ARS estão a fazer os contactos de acordo com as necessidades que têm”, disse o presidente da APHP, acrescentando que os hospitais privados estão disponíveis para alargar a sua colaboração.

Questionado sobre até onde poderia ir essa colaboração, explicou que isso está dependente do tempo de preparação necessário, mas assegurou que se houver necessidade, não deixariam de responder.

Essa resposta poderá passar por ajustar a atividade normal, de forma a aumentar o número de camas afetas ao SNS, como fizeram os hospitais públicos. “O Governo tem dito que o SNS é elástico e eu diria que, obviamente numa outra dimensão, nós também temos elasticidade para aumentar”, sublinhou Óscar Gaspar, reiterando, por outro lado, que o valor pago pelo Estado não entra sequer na equação.

Em comunicado, a AHPH refere que o Ministério da Saúde decidiu administrativamente valores abaixo do preço de custo, mas à Lusa o presidente da associação disse que isso não é impeditivo do envolvimento dos privados. “Independentemente do preço, a nossa disponibilidade existia, manifesta-se e está a ser cumprida com esta disponibilização efetiva de camas”, sublinhou.

Óscar Gaspar aproveitou ainda para elogiar as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que rejeitou esta sexta-feira “fantasmas” utilizados por quem traça fronteiras ideológicas entre o Estado e os setores social e privado.

“Acho que hoje todos nós compreendemos que o país está sob a ameaça da Covid-19 e aquilo que interessa é termos uma resposta. E para essa resposta temos de dar as mãos, partilhar recursos e suprir aquilo que sejam as necessidades de uns e de outros”, disse o representante dos privados.

Portugal atingiu esta sexta-feira um novo máximo de casos diários de covid-19 ao contabilizar mais 6.653 nas últimas 24 horas e registou 69 óbitos, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS). Desde o início da pandemia, Portugal já registou 3.250 mortes e 204.664 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando até esta sexta-feira ativos 84.032 casos, mais 2.891 do que na quinta-feira.

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TVI e SIC juntas contra proibição das chamadas de valor acrescentado

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

TVI e SIC estão contra a proibição das chamadas de valor acrescentado. Dizem que recomendação da Provedora "teria forte impacto" sobre as televisões e "queda significativa" de receitas para o Estado.

A SIC e a TVI alertaram esta sexta-feira que a proibição de concursos com chamadas de valor acrescentando, recomendada pela Provedora de Justiça, “teria um forte impacto” sobre as televisões e “queda significativa” de receitas fiscais para o Estado.

A Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, recomendou ao Governo a proibição dos concursos televisivos que utilizam números de telefone de custos acrescidos, para proteger os idosos e outros grupos vulneráveis.

Em comunicado conjunto, as duas estações referem que “a proibição da realização dos concursos televisivos que recorrem à utilização de chamadas para os números da gama 760-761, tal como proposto pela Provedora de Justiça, em plena pandemia e crise económica e social, teria um forte impacto sobre os operadores televisivos SIC e TVI e sobre outros elementos da cadeia de valor”.

Tal como “um consequente aumento na precariedade em todo o setor do audiovisual, provocando ainda uma queda significativa em receitas fiscais para o Estado”, alertam a SIC e a TVI.

“Os operadores televisivos SIC e TVI foram surpreendidos pela notícia da emissão, pela Provedora de Justiça, da Recomendação n.º 7/B/2020 (com o assunto: ‘Concursos e passatempos – Linhas telefónicas 760/761 – Proteção dos consumidores’), com implicações significativas na sustentabilidade económico-financeira das respetivas atividades, mas sobre a qual não foram sequer consultados ou ouvidos”, salientam as estações televisivas.

A SIC e a TVI criticam a recomendação, considerando que “carece de fundamentação, não se baseia em elementos técnicos objectivos e omite o facto de os operadores de televisão cumprirem com o quadro legal aplicável a esta actividade, a qual é sujeita à intervenção regulatória de diversas entidades, além das obrigações assumidas pelas televisões e que decorrem da autorregulação em vigor”.

Além disso, a mesma recomendação “omite que as chamadas para os números da gama 760-761 foram e são utilizadas frequentemente para campanhas de sensibilização e de angariação de receitas para fins de interesse público e de solidariedade, sem qualquer ganho para os canais de televisão”, sublinham a SIC e TVI.

Na recomendação dirigida ao secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, Maria Lúcia Amaral defende que deve ser inviabilizada a realização dos concursos em que as estações de televisão recorrem, designadamente, a “linhas telefónicas da gama 760 e 761”.

“A proteção acrescida dos consumidores é tanto mais importante quanto, por força da atual pandemia provocada pela Covid-19, o confinamento proporciona uma maior disponibilidade das pessoas para participarem neste tipo de concursos”, sublinha a recomendação.

O texto da recomendação ao Governo foi divulgado pela Associação Portuguesa de Direito do Consumo (apDC), com sede em Coimbra, presidida pelo jurista e professor universitário Mário Frota.

Na recomendação ao Governo, assinada em 19 de outubro e agora divulgada na quinta-feira pela apDC, Maria Lúcia Amaral considera também que “a realização de concursos que apelam à realização de chamadas telefónicas através de números com prefixo 760 e 761, que são números de tarifa especial majorada, coloca em causa o cumprimento da Lei do Jogo”.

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PS propõe reforçar valor do novo apoio social e alargá-lo aos sócios-gerentes

O PS quer que o novo apoio social previsto no Orçamento do Estado para 2021 também abranja os sócios-gerentes. Propõe também o reforço do valor dessa ajuda.

Os socialistas querem alargar aos sócios-gerentes o novo apoio social previsto no Orçamento do Estado para 2021, tendo apresentado uma proposta nesse sentido, esta sexta-feira, na Assembleia da República. Defendem também que o valor dessa ajuda deverá ser superior ao originalmente previsto.

O Orçamento do Estado para 2021 cria o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores, que se destina a quem perca o subsídio de desemprego a partir de janeiro do próximo ano, a quem fique sem trabalho e não tenha proteção social ou a quem tenha uma quebra considerável dos rendimentos.

Na proposta originalmente apresentada pelo Governo na Assembleia da República não havia qualquer menção aos sócios-gerentes, mas os socialistas decidiram resolver essa “lacuna”.

Assim, entregaram, esta sexta-feira, no Parlamento uma proposta de alteração que prevê que também os membros de órgãos estatuários com funções de direção cuja prestação de desemprego termine após janeiro de 2021 ou que percam o posto de trabalho sem terem acesso a proteção social (mas contando com três meses de contribuições nos últimos 12 meses) devem ter acesso ao novo apoio social.

É também proposto que os sócios-gerentes das micro empresas, e os empresários em nome individual (com, pelo menos, três de contribuições nos últimos 12) que registem quebras no rendimento relevante médio mensal superiores a 40 %, entre março e dezembro de 2020 face ao período homólogo, “e, cumulativamente, entre a última declaração trimestral disponível à data do requerimento do apoio e o rendimento relevante médio mensal de 2019” fiquem abrangidos por esta ajuda, bem como os sócios-gerentes de empresas que se encontrem sujeitas ao dever de encerramento de instalações, como bares e discotecas.

Os socialistas sugerem, além disso, que se crie um quarto escalão de entrada neste apoio, destinado aos trabalhadores informais. Em causa estão “os trabalhadores em situação de desproteção económica e social que não tenham acesso a qualquer instrumento ou mecanismo de proteção social, que não se enquadrem em nenhuma das situações previstas nas alíneas anteriores e que se vinculem ao sistema de Segurança Social como trabalhadores independentes e mantenham essa vinculação durante a atribuição do apoio e nos 30 meses subsequentes”.

O documento apresentado pelos socialista propõe, por outro lado, o reforço do apoio para uma situação em particular: os trabalhadores independentes, trabalhadores do serviço doméstico e sócios-gerentes com as referidas quebras de 40%. O Governo tinha sugerido pagar uma ajuda correspondente a 50% da quebra de rendimentos, mas o PS quer que esse montante seja equivalente, afinal, a dois terços desse recuo, com o limite de 501,16 euros.

Outra das alterações defendidas pelos socialistas é que os trabalhadores (por conta de outrem, do serviço doméstico, independentes ou membros de órgãos estatuários) que percam o subsídio de desemprego a partir de janeiro, bem como os “recibos verdes” e sócios-gerentes cujas atividades estejam encerradas por imposição legal devem aceder a este apoio sem condição de recursos, nos primeiros seis meses. Essa era uma das principais reivindicações do Bloco de Esquerda. Nestes casos, o apoio tem o valor do subsídio de desemprego que auferiam à data da sua cessação ou que teria direito, até 501,16 euros.

No que diz respeito à duração desta ajuda, os socialistas defendem que não só os trabalhadores que percam o subsídio de desemprego, como aqueles que que percam o posto de trabalho devem ficar protegidos por 12 meses. Os demais recebem este apoio durante seis meses.

Por outro lado, os socialistas defendem, na proposta de alteração ao OE, que os portugueses que fiquem excluídos deste apoio por causa dessa condição de recursos devem receber “uma vez em cada semestre de 2021” (ou seja, duas vezes no total do ano) “um valor adicional do abono de família igual ao valor normalmente recebido”.

Todas estas alterações materializam, segundo os socialistas, “os compromissos de reforço do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores assumidos durante as negociações para o OE2021″.

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Lucro da REN cai quase 12% para 76 milhões até setembro

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

Empresa liderada por Rodrigo Costa diz que resultado é penalizado pela CESE, cujo valor totalizou 28,2 milhões de euros.

A REN – Redes Energéticas Nacionais registou 76,1 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, menos 11,9% face a igual período do ano passado, um resultado impactado pela Contribuição Extraordinária para o Setor Energético (CESE).

“A REN concluiu os primeiros nove meses do ano de 2020 com um resultado líquido de 76,1 milhões de euros, menos 10,3 milhões de euros (-11,9%) do que no mesmo período de 2019, com o negócio internacional a contribuir com 10,4 milhões de euros (13,6%)”, indicou, em comunicado, a empresa.

Conforme explicou a empresa, este resultado é penalizado pela CESE, cujo valor totalizou 28,2 milhões de euros.

Por sua vez, os resultados financeiros avançaram, no período em causa, 7% para um resultado negativo de 36,7 milhões de euros, “sustentados pelo menor custo médio da dívida (1,9% contra 2,2%)”.

De janeiro a setembro, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da empresa cedeu 4,2% para 352,5 milhões de euros.

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PS quer prolongar novo lay-off para 2021 e garantir salários a 100%

O PS quer incluir no Orçamento do Estado uma autorização legislativa para o Governo prolongar o apoio à retoma para 2021 e reforçar a compensação garantida aos trabalhadores.

O PS apresentou, esta sexta-feira, no Parlamento uma proposta de autorização legislativa que, caso seja aprovada, permitirá ao Governo prolongar para o próximo ano o apoio à retoma progressiva, regime criado para suceder ao lay-off simplificado. O Executivo ficará também autorizado a garantir as remunerações a 100% aos trabalhadores que sejam abrangidos por esta medida.

O ministro da Economia já tinha adiantado que a o Governo tinha intenção de propor à Assembleia da República o alargamento para 2021 do apoio à retoma progressiva, tendo frisado que estava a ser avaliada a possibilidade de passar a garantir aos trabalhadores abrangidos por este regime uma compensação mais robusta do que está hoje em vigor.

Esta sexta-feira, os socialistas apresentaram uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2021 que concretiza essa intenção. O PS quer incluir, assim, no OE uma autorização legislativa que, caso seja aprovada, permitirá ao Executivo “criar, alterar ou prorrogar, no âmbito da pandemia da doença Covid-19, um apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade em empresas em situação de crise empresarial com redução de período normal de trabalho e a estabelecer limitações aos despedimentos e à distribuição de dividendo”.

O documento entregue pelos socialistas detalha que a referida situação crise empresarial deverá ser definida em função da quebra da faturação, que os empregadores que adiram a este regime excecional poderão reduzir os períodos normais de trabalho e as respetivas remunerações, em função da dimensão da quebra de faturação e do período de aplicação do regime, que ficará limitada a cessação dos contratos de trabalho e que será assegurada integralmente “a retribuição normal ilíquida até a um valor igual ao triplo da retribuição mínima mensal garantida aos trabalhadores abrangidos”.

Enquanto as três primeiras características mencionadas não são novidade face ao regime que já está em vigor, a quarta destaca-se ao representar um reforço dos salários em relação aos valores que hoje são assegurados aos trabalhadores. Atualmente, é garantida uma fatia entre 88% e 93% da remuneração bruta aos trabalhadores cujos horários sejam cortados, no quadro do apoio à retoma progressiva.

Já em 2021, o Governo ficará autorizado, se for aprovada a proposta do PS, a subir esse valor para 100% do salário bruto, ou seja, eliminando os cortes salariais implicados no apoio à retoma progressiva, que tantas críticas mereceram da esquerda. Isto até ao limite máximo correspondente ao triplo do salário mínimo nacional, isto é, 1.905 euros, se fosse ditado pela remuneração mínima hoje em vigor. O Governo já disse, contudo, que quer aumentar o SMN, pelo que esse teto deverá ficar acima do montante referido.

Atualmente, os empregadores com quebras iguais ou acima de 25% podem aderir ao apoio à retoma progressiva, no quadro do qual podem reduzir os horários dos trabalhadores ao mesmo tempo que recebem um apoio para o pagamento dos salários. No limite, podem cortar em 100% o período normal de trabalho e receber da Segurança Social um cheque para cobrir a totalidade da compensação devida ao trabalhador, que é a correspondente, nesse caso, a 88% da sua remuneração bruta.

Até ao momento, já aderiram a este regime cerca de 14 mil empregadores, indicou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social esta quinta-feira.

(Notícia atualizada às 19h08)

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PS propõe eliminar o fator de sustentabilidade de mais pensões dos regimes especiais

O PS propõe que as pensões dos regimes especiais pedidas em 2019 também beneficiem do fim do fator de sustentabilidade, como defende o PCP, mas coloca em cima da mesa duas condições para tal.

Os socialistas propõem que a eliminação do fator de sustentabilidade nas profissões consideradas de desgaste rápido abranja as pensões pedidas a partir de 1 de janeiro de 2019. A legislação atualmente em vigor prevê que só podem beneficiar dessa despenalização as pensões requeridas desde o início de 2020, mas o PS quer agora alargar esse universo tendo apresentado, esta sexta-feira, uma proposta nesse sentido no Parlamento, no âmbito do Orçamento do Estado para 2021.

“Os pensionistas que tenham requerido a sua pensão entre 1 de janeiro de 2019 e 1 de janeiro de 2020 ao abrigo dos regimes de antecipação da idade de acesso à pensão de velhice previstos no artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 70/2020 de 16 de setembro, têm direito ao recálculo da sua pensão no sentido da não-aplicação do fator de sustentabilidade”, lê-se no documento que deu entrada na Assembleia da República.

O PS deixa claro, contudo, que esse recálculo não deverá ser feito de forma oficiosa pela Segurança Social — isto é, será feito mediante requerimento do próprio pensionista — e sugere que os acertos no valor resultantes da eliminação do fator de sustentabilidade só se devem aplicar às pensões pagas a após 1 de agosto de 2020.

O fim do fator de sustentabilidade (isto é, um corte de 15,2%) para as pensões dos regimes especiais já estava previsto no Orçamento do Estado para 2019, mas a publicação do diploma que faltava para concretizar essa medida acabou por acontecer só em setembro deste ano. E apesar do referido alívio estar previsto desde 2019, o decreto-lei em causa refere que a eliminação do fator de sustentabilidade só abrange as pensões requeridas desde janeiro de 2020, sendo a correção dos valores feita automaticamente.

Em reação a este desenho da legislação, o PCP pediu a apreciação parlamentar deste diploma, defendendo que as pensões requeridas desde janeiro de 2019 devem beneficiar do fim do corte de 15,2%. Também no âmbito do Orçamento do Estado, os comunistas entregaram uma proposta nesse sentido. “A demora na implementação desta medida defraudou as reais e justas expectativas de muitos trabalhadores e contribuiu para possíveis situações de injustiça pelas quais os trabalhadores não têm responsabilidade e que têm de ser corrigidas”, frisa a bancada de João Oliveira, nesse documento.

Ou seja, a proposta entregue esta sexta-feira pelo PS aproxima-se do que vem sendo defendido pelo PCP, ainda que coloque duas condições para a satisfação dessa exigência, isto é, prevê retroativos mais curtos e um processo não automático de reconhecimento do alívio.

De notar que a eliminação do fator de sustentabilidade abrange os trabalhadores do interior das minas, lavarias de minério e os trabalhadores da extração ou transformação primária da pedra; os trabalhadores abrangidos por acordos internacionais nos Açores; as bordadeiras de casa na Madeira; os profissionais de bailado clássico ou contemporâneo; os trabalhadores do efetivo portuário nacional; os trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio; os controladores de tráfego aéreo; os pilotos comandantes e copilotos de aeronaves de transporte público comercial de passageiros, carga ou correio; e os pescadores e os trabalhadores marítimos da marinha de comércio de longo curso de cabotagem e costeira e das pescas.

As pensões referentes a estas profissões de desgaste rápido não sofrem também a penalização de 0,5% por cada mês antecipado face à idade legal da reforma, como está previsto para os demais beneficiários.

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CML quer acabar com desconto de 20% no IMI cobrado aos senhorios. Dá isenção nas rendas acessíveis

Os senhorios de Lisboa tinham um desconto de 20% no IMI mas, a partir de 2021, Fernando Medina quer acabar com esta redução. Oferece, em contrapartida, isenção total para quem tiver rendas acessíveis.

Há “muitos anos” que os proprietários com casas arrendadas em Lisboa beneficiavam de um desconto de 20% no Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI), disse o vice-presidente da autarquia. Contudo, de forma a incentivar os senhorios a praticarem rendas mais acessíveis, a Câmara de Lisboa (CML) decidiu acabar com esta redução. Em contrapartida, propõe dar total isenção de IMI a quem se inscrever nos programas de rendas acessíveis.

“Tínhamos consagrado há muitos anos um desconto de 20% para todos os arrendamentos da cidade”, explicou João Paulo Saraiva, também vereador das Finanças, esta sexta-feira, durante a apresentação do Orçamento municipal para 2021.

Contudo, para o próximo ano, a autarquia pretende implementar alterações. “Estamos a propor — vai a reunião de Câmara na próxima semana — que essa regra seja retirada e reconvertida numa outra: quem tiver rendas acessíveis, nomeadamente através dos programas municipais, poderá ter uma isenção de 100% do IMI, deixando aqueles que praticavam rendas especulativas de ter a possibilidade de usufruir de 20% de desconto“, detalhou.

A proposta prevê que os senhorios que adiram ao Programa de Renda Acessível Concessão, que vai arrancar no próximo ano depois da “luz verde” do Tribunal de Contas, e também ao Programa de Renda Segura (PRA) tenham direito a esta isenção. Recorde-se que este último programa prevê que os privados arrendem os seus imóveis (sobretudo de alojamento local) à autarquia, sendo estes depois subarrendados através do PRA.

O vice-presidente da CML sublinhou ainda o desejo da CML em continuar a penalizar os proprietários de imóveis devolutos na cidade de Lisboa através do agravamento do IMI. “Vamos continuar a penalizar todos os que optam por não disponibilizar os seus imóveis”, disse João Paulo Saraiva, adiantando que as áreas que preveem a penalização destes imóveis serão alargadas.

(Notícia atualizada às 18h16 com mais informação)

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Lucros da Glintt cresceram 5,8% para 1,012 milhões nos primeiros nove meses

  • Lusa
  • 13 Novembro 2020

O volume de negócios da empresa sofreu o “impacto das restrições à atividade empresarial que se têm verificado na sequência da crise pandémica da covid-19".

A tecnológica Glintt registou lucros de 1,012 milhões de euros, um crescimento de 5,8%, em termos homólogos nos primeiros nove meses deste ano, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo a mesma nota, o volume de negócios consolidado do grupo até setembro “ascendeu a 65,9 milhões de euros estando ‘em linha’ com os 66,7 milhões de euros verificados no período homólogo de 2019”.

Ainda assim, de acordo com a Glintt, esta ‘performance’ sofreu o “impacto das restrições à atividade empresarial que se têm verificado na sequência da crise pandémica da covid-19, tendo o impacto no mercado internacional sido mais severo do que no mercado doméstico”.

Analisando o volume de negócios, a Glintt indicou que se verificou ”uma evolução favorável de 2,4% nas prestações de serviços, e uma evolução desfavorável de 11,5% na componente das vendas”.

Nos primeiros nove meses de 2020, o grupo obteve um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 8,72 milhões de euros, um crescimento de 11,9%, face ao período homólogo, segundo a mesma nota.

Este aumento resulta “essencialmente da melhoria da eficiência operacional refletida na melhoria da margem EBITDA de 11,7% para 13,2% (cerca de 930 mil euros)”, revelou a empresa, acrescentando que “no atual contexto da crise pandémica da covid-19 e dos seus impactos na atividade empresarial, a Glintt tem vindo a implementar medidas de contenção e de controlo de custos, o que permitiu que, apesar do ligeiro decréscimo do volume de negócios, a rentabilidade aumentasse de forma relevante”.

A empresa analisou ainda as suas perspetivas futuras, indicando que “faz uma avaliação regular do impacto da pandemia no negócio e, com a informação disponível à data, não prevê impactos materialmente relevantes até ao final do corrente ano na ‘performance’ do negócio para além das registadas nestes primeiros nove meses de 2020”.

O grupo garantiu que “implementou medidas de defesa da rentabilidade e de capitalização que permitem encarar com tranquilidade o último trimestre do ano”, destacando “que a situação é, contudo, objeto de permanente acompanhamento pela administração que continuará a implementar as medidas que se afigurem necessárias em função da alteração das circunstâncias”, lê-se no comunicado.

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