O que se está a fazer na Europa para combater a segunda vaga da Covid-19?

Com o número de pessoas infetadas a disparar, os governos implementam novas medidas mais restritivas para travar a propagação da Covid-19. De Espanha à Áustria, veja o que está a ser feito na Europa.

Um pouco por toda a Europa, são vários os países que já adotaram medidas mais drásticas para combater a evolução da pandemia. À medida que o número de pessoas infetadas com a doença vai subindo, batendo-se recordes diários de novos casos, os governos europeus desdobram-se em medidas para travar a disseminação do surto, que ameaça os sistemas de saúde do Velho Continente.

Também o Governo português não fugiu à tendência verificada na Europa, tendo definido medidas mais restritivas para 121 concelhos, que entrarão em vigor já esta quarta-feira. Além disso, o Executivo propôs ao Presidente da República que seja declarado o Estado de Emergência” com uma natureza preventiva, para poder eliminar dúvidas jurídicas” em algumas dimensões, adiantou esta segunda feira o primeiro-ministro, à saída de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas Portugal não está sozinho e pela Europa há medidas ainda mais restritivas, como o confinamento parcial, o recolher obrigatório ou encerramento de bares, cafés ou hotéis. De Espanha à Áustria, conheça as medidas tomadas pelos países europeus, de forma a evitar ao máximo a propagação do surto.

Espanha em estado de emergência até maio de 2021

Para tentar conter a propagação do surto de Covid-19 que assola o país, Espanha vai ficar em estado de emergência até 9 de maio de 2021. A decisão de o prolongar por mais seis meses foi aprovada pelo Parlamento espanhol na passada quinta-feira, com os votos favoráveis da maioria dos deputados. O atual estado de emergência no país vizinho determina um recolher obrigatório em todo o país das 23h às 6h da manhã. No entanto, os governos regionais poderão ajustar ligeiramente este período, atrasando ou adiantando em uma hora.

Além disso, tal como aconteceu este fim de semana em Portugal, o governo regional de Madrid decidiu confinar a população da região durante estes últimos dois fins de semana, que coincidem com dois feriados no território espanhol. Estes fins de semana incluem o feriado no Dia de Todos os Santos – 1 de novembro que se comemora em Espanha no dia seguinte, segunda-feira 2 de novembro – e o feriado regional da Nossa Senhora de Almodena – 9 de novembro, padroeira de Madrid. A ideia é a ideia é impedir a habitual deslocação de milhões de madrilenos nestas ocasiões.

Supermercados em França só vendem bens essenciais

França foi um dos primeiros países a voltar a confinar devido à pandemia. Depois de Emmanuel Macron ter anunciado a semana passada que iria impor no país um confinamento parcial, o primeiro-ministro francês decidiu apertar ainda mais as restrições. Em entrevista ao TF1, citada pelo Le Fígaro (acesso livre, conteúdo em francês), o chefe de Governo anunciou que a partir desta terça-feira, os supermercados só poderão vender bens de primeira necessidade. Assim, estes passam agora a enfrentar as mesmas proibições de venda de produtos não essenciais que as pequenas lojas, não tendo permissão para vender produtos como sapatos, roupas e flores. Segundo explicou Jean Castex, a medida foi tomada com o objetivo de “justiça” para com os pequenos comerciantes que tiveram que fechar as portas, com o novo confinamento.

Para fazer face aos prejuízos, o primeiro-ministro garantiu ainda que os comerciantes iriam ser apoiados com 20 mil milhões de euros adicionais. “Temos de respeitar esse confinamento, é imperativo. […] é sobre a sobrevivência da economia, é sobre a nossa saúde coletiva. A prioridade é proteger a saúde dos nossos concidadãos”, insistiu Jean Castex.

Na sequência do confinamento parcial, desde sexta-feira que os franceses estão proibidos de circular entre regiões. Os estabelecimentos comerciais estão encerrados, assim como bares e restaurantes. Os cidadãos apenas podem sair de casa para trabalhar, prestar assistência familiar, ir a uma consulta médica ou mesmo para praticar exercício, mas devem procurar ficar nos seus lares para travar a propagação do vírus. Além disso, para desincentivar os encontros sociais estão proibidos os ajuntamentos fora do âmbito familiar. Contudo, as escolas mantêm-se abertas. Estas medidas duram pelo menos até dia 1 de dezembro, mas Macron já avisou que apenas serão aliviadas quando o nível de novas infeções regressar a cerca de 5.000 por dia.

Itália pondera antecipar recolher obrigatório

O Governo de Giuseppe Conte prepara-se para anunciar um novo pacote de medidas para travar os números crescentes de novas infeções pelo novo coronavírus registadas em Itália. Entre as medidas aplicadas está a antecipação do recolher obrigatório a nível nacional para as 22h, em vigor já nalgumas comunidades, ou a partir da meia-noite, noutras. Prevê-se ainda que as restrições mais severas recaiam sobre algumas das cidades mais afetadas atualmente pela pandemia, como Milão, Turim e Génova. Também nas zonas de maior incidência da Covid-19, o ensino a partir do 7.º ano passará a ser feito totalmente à distância, ao contrário de outros países europeus, segundo avança o La Reppublica (acesso livre, conteúdo em italiano).

Há ainda a possibilidade de os centros comerciais encerrarem ao fim de semana, assim como de outras lojas do comércio tradicional. Os museus e casas de apostas também deverão fechar portas. Ao mesmo tempo, a lotação dos transportes públicos poderá ficar reduzida a 50%. “A pandemia está a evoluir repentinamente na Europa, forçando cada país a promulgar mais medidas a cada semana. As novas restrições estarão prontas na quarta-feira”, revelou o primeiro-ministro italiano esta segunda-feira.

Anteriormente, o Executivo italiano já tinha decretado o encerramento de piscinas, ginásios, teatros e cinemas a partir desta segunda-feira, bem como o fecho às 18h dos bares e restaurantes. Estas últimas medidas vão durar até 24 de novembro, tendo os italianos de continuar a usar máscara em todos os momentos — uma medida obrigatória — recomendando-se que sejam evitadas as visitas em casa.

Reino Unido volta ao confinamento durante um mês

Decidido a tentar travar o aumento do número de casos de coronavírus no país, o primeiro-ministro anunciou no passado sábado um novo confinamento para Inglaterra, numa altura em que o Reino Unido ultrapassou a fasquia de um milhão de casos de infeção por Covid-19. Sob estas novas restrições, todas as lojas de serviços considerados não essenciais vão fechar portas e restaurantes e bares só poderão funcionar com entregas take away, tal como aconteceu no primeiro confinamento.

Além disso, as pessoas só podem sair de casa por razões contidas numa pequena lista, na qual se inclui o exercício físico. Atividades que vão desde ir cortar o cabelo ou ir de férias para o estrangeiro ficam de novo canceladas. Neste contexto, estão proibidas pernoitas e viagens internacionais em lazer, já que só são admitidas por questões profissionais. Tal como recomendando anteriormente, o teletrabalho é recomendado sempre que possível.

Em contrapartida, ao contrário do que aconteceu no início do ano, creches, escolas e universidades vão permanecer também abertas. Também as empresas de construção e indústria continuarão a funcionar. Estas novas regras, que serão publicadas esta terça-feira e votadas no dia seguinte, deverão entrar em vigor na quinta-feira e durar pelo menos um mês, segundo o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês.

Alemanha em confinamento light

A par com França, também a Alemanha decretou na semana passada um novo confinamento parcial. Entre as medidas anunciadas pelo Governo alemão está o encerramento parcial, durante quatro semanas, de restaurantes, bares e teatros devido ao elevado aumento de casos de coronavírus no país. Segundo a chanceler alemã, os poderes regionais concordaram com este encerramento ao longo de novembro, incluindo também a proibição da oferta cultural, mantendo, no entanto, e “enquanto for possível”, as escolas e o comércio abertos.

Aquando do anúncio, a chanceler alemã sublinhou ainda que os contactos sociais e as reuniões entre pessoas que não convivem deverão ser limitados ao mínimo. Além disso, todas as competições desportivas profissionais vão decorrer a partir de agora sem público. Estas medidas entraram em vigor esta segunda-feira e vão ser aplicadas em todo o país durante um mês, sendo revistas ao fim de duas semanas. Deverão custar à economia alemã 19.000 milhões de euros e cerca de 600.000 empregos, segundo estimativas contidas em estudos de institutos de estudos económicos.

Face a este impacto, deverá existir um apoio para os negócios que tenham de encerrar, tendo Merkel garantido que compensará 75% das receitas que os empresários teriam caso permanecessem abertos, revela a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês). Apesar de terem um sistema de rastreamento de contactos bem implementado, os números da Covid-19 têm aumentado de dia para dia no país.

Bélgica fecha comércio não essencial e reduz contactos

Poucos dias depois de ter entrado em confinamento parcial e a par com o Reino Unido, também a Bélgica anunciou um novo confinamento total. O primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, decretou na passada sexta-feira o encerramento do comércio não essencial, incluindo “profissões de contacto não sanitário”, como cabeleireiros e salões de beleza — mantendo-se abertos supermercados, mercearias e farmácias.

Assim, todos as atividades económicas consideradas não essenciais estão encerradas a partir desta segunda-feira e durante um período de seis semanas. Ao mesmo tempo, os supermercados estão autorizados a vender apenas bens essenciais, “portanto, não é preciso armazenar produtos”, alertou o chefe de Governo citado pela Lusa. Tal como acontece no Reino Unido, os serviços de take-away e as entregas em casa continuarão a ser permitidas e o teletrabalho passa também a ser obrigatório, sendo que, nos casos em que não for possível, será obrigatório o uso de máscara e ventilação.

Os ajuntamentos em locais públicos ficam limitados a um máximo de quatro pessoas e cada agregado familiar poderá receber apenas um convidado de cada vez nas suas casas. Já as férias escolares de Todos os Santos — cujo final estava previsto para esta semana — são prolongadas até dia 15 de novembro e os funerais limitados a um máximo de 15 participantes. Estas medidas mais restritas têm como por objetivo travar a disseminação do surto no país, que colocou os hospitais sobre elevada pressão.

Áustria impõe recolher obrigatório e fecha hotéis e restaurantes

A Áustria foi um dos últimos países a anunciar um confinamento parcial, num esforço para travar a propagação do vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença da Covid-19. Este sábado o Governo austríaco decretou o recolher obrigatório noturno e o fecho de hotéis, restaurantes e organizações culturais e desportivas, face a números recorde de contágios nos últimos dias. “Um segundo confinamento é aplicado a partir de terça-feira e até ao final de novembro”, afirmou o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, citado pela Lusa.

Neste contexto, a medida central deste confinamento parcial é o recolher obrigatório, que vigorará entre as 20h00 e as 06h00. Escolas e creches, assim como lojas e cabeleireiros vão permanecer abertos, adiantou o chanceler austríaco, mas as escolas secundárias e universidades regressam ao ensino à distância. Face ao impacto económico destas medidas, as empresas afetadas vão ser compensadas com o equivalente a 80% dos seus rendimentos em novembro de 2019, mas estão impedidas de despedir trabalhadores.

Relativamente poupado na primeira vaga da pandemia, o país de 8,8 milhões de habitantes regista atualmente 301,1 casos de infeção por 100.000 habitantes, quase o triplo da vizinha Alemanha (110,9), e uma taxa de hospitalizações muito elevada.

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Banco de Fomento arranca sem estrutura e sem nova gestão

"Temos uma grande esperança naquilo que o Banco de Fomento pode vir a fazer", disse ao ECO o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes.

A data de nascimento do Banco Português de Fomento foi assinalada em Diário da República logo no início de setembro. Quarenta dias depois, a instituição que resulta da fusão na Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM), da Instituição Financeira de Desenvolvimento e da PME Investimentos vai ver a luz do dia. Mas para já não há nada de novo, com exceção de um logótipo que já está definido.

As expectativas em torno do banco de fomento, que esteve prometido para os primeiros cem dias de Governo, são grandes. “Temos uma grande esperança naquilo que o Banco de Fomento pode vir a fazer”, disse ao ECO o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes. “Parte daquilo que são as realidades que o país já tem do ponto de vista da atuação junto das empresas, como os instrumentos de garantia mútua, tem experiência acumulada ao nível do interface com instituições como o Banco Europeu de Investimento (BEI), vai ter uma função que tem a ver com agência de crédito à exportação, vai poder dedicar-se aquilo que são falhas de mercado e sobretudo vamos poder também reunir um conjunto de profissionais que têm desenvolvido experiência e know how, e de certeza forma aproveitar as suas capacidades de forma mais concentrada”, explicou o responsável.

“Esta capacidade acrescida da União Europeia de disponibilizar instrumentos financeiros, como tem feito através do BEI, e as capacidades acrescidas do BEI, poderão vir a, em função das decisões tomadas para fazer face a esta crise, potenciar a atividade do Banco de Fomento. Temos uma perspetiva muito positiva, especialmente de complementaridade e alavancagem, e não naturalmente de concorrência ao setor bancário. Está a ocupar um espaço que não estava ocupado e pode fazê-lo de uma forma mais eficaz e produtiva. O Ministério das Finanças e o Ministério da Economia têm colaborado muito para o Banco de Fomento”, sublinhou ainda João Nuno Mendes, em entrevista ao ECO.

Mas essa colaboração não tem resultados práticos para as empresas, para já. Tal como o ministro da Economia anunciou aos quadros dirigentes das três instituições que se vão fundir, numa reunião há duas semanas, o dia 3 de novembro será um dia como todos os outros. Não há uma nova estrutura montada, nem uma nova administração para entrar em funções.

A nova administração do banco de fomento é tema que tem feito correr tinta. São vários os nomes que têm vindo a público, como por exemplo o ex-secretário de Estado e adjunto do ministro das Infraestruturas, Alberto Souto Miranda, que terá abandonado o Governo para ocupar um cargo no novo Banco Português de Fomento. Mas também José António Barros, antigo presidente da AEP, ou o antigo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, foram nomes ventilados, mas nunca confirmados. Aliás, o silêncio do Executivo sobre esta matéria é total e o Banco de Portugal também não esclarece se já está a analisar a idoneidade de personalidades que poderão vir a integrar a administração do BPF, remetendo quaisquer quaisquer esclarecimentos para o Ministério da Economia.

Nos últimos meses, foi sendo preparado terreno para o nascimento do banco. A Globaz foi contratada para fazer o “estudo, definição de estratégia, design, desenvolvimento criativo e gráfico tendentes à conceção de um novo logótipo, identidade visual e branding” do BPF.

O processo de fusão das esquipas está a ser conduzido pela Mercer, enquanto a definição da estrutura propriamente dita do banco está nas mãos da Oliver Wyman. O portal que permita aos seus clientes do BPF apresentarem candidaturas de forma ágil, simples e autónoma está a ser desenvolvida pela Unipartner It Services. A Franca Arquitetura é o atelier que vai fazer a remodelação das suas instalações. Finalmente, a comunicação está a cargo da Cunha Vaz e a assessoria e consultoria jurídica de Pedro Acácio Cruz e Silva.

De acordo com o decreto-lei que já foi publicado em Diário da República e com as orientações da Comissão Europeia isto é aquilo que já se sabe do Banco:

  • O banco vai fazer a coordenação estratégica dos apoios para eliminar eventuais sobreposições e dar resposta às falhas de mercado na oferta de produtos financeiros;
  • Vai financiar diretamente as empresas (retalho);
  • Vai poder apoiar empresas em dificuldades, mas a Comissão Europeia obriga a que esse apoio seja feito com condições de rentabilidade que uma instituição privada aceitaria;
  • Vai conceder garantias bancárias, entrar no capital social de empresas, promover o lançamento de novas empresas, ajudar a revitalizar outras, subscrever e comprar ações, atuar como agência de crédito à exportação, gerir o Fundo de Contra Garantia Mútua, gerir os instrumentos de apoio financeiro à exportação e internacionalização e ainda obter recursos financeiros junto de outras instituições, nacionais e estrangeiros, para depois os repassar à banca comercial;
  • Vai conceder crédito de longo prazo, porque um banco promocional pode dar maturidade;
  • Vai fazer as mesmas coisas que as suas congéneres europeias (KfW, ICO, BPI France), algo que antes não era possível;
  • Tem “de convidar explicitamente” os promotores a obterem o financiamento junto do setor privado. E os promotores têm, por sua vez, de demonstrar que o tentaram fazer junto de pelo menos duas instituições diferentes, seja através de uma call de investimento que não reuniu os fundos necessários;
  • Nunca pode assumir posições maioritárias (em termos de direitos de voto) nas empresas em que investe e deve investir em projetos que, à partida, garantem um retorno suficiente;
  • Tem de criar um mecanismo interno de reclamações através do qual uma terceira parte, seja uma empresa ou um empresário em nome individual, possa apresentar queixa das atividades do BPF;
  • Terá de apresentar aos acionistas um ponto de situação anual sobre se essas queixas foram sanadas ou resolvidas. Com ou sem queixa, o banco tem o prazo de um ano para pôr um ponto final em atividades que tenham “um efeito indesejável na concorrência do mercado”;
  • Vai ter um reforço do capital social para 255 milhões de euros, um montante que será aumentado à medida das necessidades;
  • O IAPMEI passará a ter 47% do capital do banco, a Direção Geral do Tesouro e Finanças 41,28%, o Turismo de Portugal 7,93% e a Aicep 3,77%;
  • A fusão, extinção e transferência total do património da IFD e da PME Investimento é automático e não está dependente de nenhuma formalidade;
  • O IAPMEI vai ter de comprar os 0,63% que os privados ainda detém no capital social da SPGM;
  • A sede continuará a ser no Porto;
  • Terá nove a 11 membros do conselho de administração sendo que, só o conselho de administração da SPGM se manterá em funções até à nomeação de um novo board;
  • A nomeação do presidente e vice-presidente está a cargo dos quatro acionistas da instituição;
  • Está prevista a criação de um conselho consultivo compostos por dez a 20 representantes dos stakeholders relevantes para a atividade do banco, mas também por personalidades independentes.

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Novas regras do teletrabalho “são utópicas” e “não trazem nada de vantajoso”, diz sindicato da ACT

A proposta enviada aos parceiros sociais diz que, perante a recusa do teletrabalho pelo empregador, o trabalhador pode recorrer à ACT. Sindicato dos inspetores diz que é "muito bonito, mas utópico".

O agravamento da pandemia levou o Governo a tornar obrigatório o teletrabalho em 121 concelhos do país, estando previsto que, caso o empregador recuse a adoção deste regime, os trabalhadores podem recorrer à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Para a presidente do Sindicato dos Inspetores do Trabalho (SIT), Carla Cardoso, estas orientações são “muito bonitas, mas são utópicas”, já que as empresas que não respeitem a decisão da autoridade terão apenas de pagar uma coima e “o trabalhador ficará na mesma”.

De acordo com a proposta de decreto-lei enviada pelo Governo aos parceiros sociais, a adoção do teletrabalho é obrigatória “independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam e o trabalhador disponha de condições para as exercer”.

Ainda assim, abre-se a porta a que o empregador recuse o trabalho remoto, de modo excecional e caso entenda que não estão reunidas as condições necessárias para esse efeito, devendo comunicar essa decisão por escrito ao trabalhador. Compete à empresa “demonstrar que as funções em causa não são compatíveis com o regime do teletrabalho ou a falta de condições técnicas mínimas para a sua implementação”, explica o documento enviado a sindicatos e patrões.

Perante a recusa do empregador, o trabalhador pode, no prazo de três dias úteis, pedir à ACT que verifique se existe ou não compatibilidade entre as funções e o trabalho remoto, analise se existem ou não condições para recorrer a esse regime e avalie os “factos invocados pelo empregador”.

“A Autoridade para as Condições do Trabalho aprecia a matéria sujeita a verificação e decide no prazo de cinco dias úteis, tendo em conta, nomeadamente, a atividade para que o trabalhador foi contratado e o exercício anterior da atividade em regime de teletrabalho ou através de outros meios de prestação de trabalho à distância”, é detalhado na proposta de decreto-lei.

Caso não cumpra a decisão da ACT — e continue a rejeitar o teletrabalho –, o empregador arrisca uma coima entre 612 euros e 9.690 euros, como avançou o ECO.

Em declarações ao ECO, a presidente do SIT salienta que estas novas orientações vêm criar expectativas sobre os inspetores do trabalho e que estes não “têm competências” para cumprir.

Carla Cardoso explica que, neste quadro, as decisões da ACT serão traduzidas, na prática, em meros pareceres indicativos, já que os profissionais não têm força para obrigar, por exemplo, uma empresa a ir para teletrabalho. “A empresa paga a coima e o trabalhador fica na mesma“, salienta a sindicalista.

É uma lei muito bonita, mas é utópica“, frisa a presidente do SIT, defendendo que o diploma em causa não trará “nada de vantajoso”. “É propaganda política”, atira, referindo que, como os meios da ACT são bastante limitados, estas novas competências vão significar “parar trabalho provavelmente mais urgente”, como uma situação de salários em atraso, para emitir um “parecer que não resolve a situação dos trabalhadores”.

O ECO questionou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre a força dos inspetores do trabalho, nestes casos, e sobre um eventual reforço da ACT, mas ainda não obteve resposta.

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5 coisas que vão marcar o dia

O BPI apresenta contas, enquanto o Parlamento discute o OE. Lá fora, há reunião do Eurogrupo e Bruxelas assinala o Dia da Igualdade Salarial. EUA elegem Trump ou Biden.

O BPI apresenta as contas dos nove primeiros meses do ano. O Parlamento continua a discutir a proposta de Orçamento do Estado para 2021. No plano europeu, o Eurogrupo reúne-se tendo como pano de fundo as medidas para combater a crise e a Comissão Europeia assinala o Dia da Europeu da Igualdade Salarial. Nos EUA, chegou o grande dia: os americanos são chamados a eleger o novo Presidente: Trump ou Biden.

BPI apresenta resultados até setembro

O BPI apresenta os resultados relativos aos primeiros nove meses do ano. Ao final da manhã há lugar à conferência de apresentação das contas com o CEO João Oliveira e Costa. O banco é detido pelos espanhóis do CaixaBank, que na semana passada anunciou uma redução de 42% dos lucros para 726 milhões de euros, tendo o BPI contribuído com cerca de 100 milhões.

Trump ou Biden: EUA vão a eleições

Os norte-americanos vão às urnas para escolher o próximo Presidente dos EUA. O candidato republicano Donald Trump foi eleito há quatro anos e procura renovar o mandato por mais quatro. Do outro lado está o democrata Joe Biden, que as sondagens dão como vencedor destas eleições.

Eurogrupo reúne-se

A reunião do Eurogrupo, o encontro informal dos ministros das Finanças da Zona Euro, discutirá as perspetivas económicas e os desafios no contexto da Covid-19. Os ministros farão um balanço dos progressos na implementação de redes de segurança como resposta à crise. Será também discutida uma possível introdução futura de um euro digital.

Continua discussão do OE no Parlamento

O Parlamento continua a discutir o Orçamento do Estado para 2021, prosseguindo as audições aos ministros das várias pastar. Esta terça-feira retomam-se os trabalhos, com as audições do ministro da Administração Interna (16h00) e da ministro do Mar (9h00) na comissão de Orçamento e Finanças.

Bruxelas assinala Dia Europeu da Igualdade Salarial

Na União Europeia, as mulheres ainda ganham, em média, menos 16,2 % do que os homens, números que levam a Comissão Europeia a assinalar este dia com o objetivo de chamar a atenção para a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Este é o dia do ano em que, simbolicamente, as mulheres deixam de ser pagas, em comparação com os homens, tendo ainda dois meses de trabalho pela frente se igualarem em termos salariais.

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Norte-americanos escolhem hoje o próximo presidente

  • Lusa
  • 3 Novembro 2020

Espera-se uma das mais baixas taxas de abstenção na história recente das eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Os norte-americanos escolhem hoje o próximo Presidente, numa altura em que mais de 80 milhões de eleitores já votaram antecipadamente e sem certezas de quando haverá um resultado final.

Depois de um dia intenso de comícios por parte dos dois principais candidatos eleitorais, o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, espera-se hoje uma das mais baixas taxas de abstenção na história recente das eleições presidenciais dos Estados Unidos.

As autoridades estão preocupadas com a possibilidade de incidentes em algumas cidades, especialmente depois de grupos organizados de cidadãos terem anunciado manifestações de apelo ao voto ou operações de vigilância das mesas eleitorais, que podem ser confundidas com manobras de intimidação de eleitores.

As sondagens mais recentes dão uma confortável vitória a Joe Biden, com cerca de 10 pontos de vantagem no voto popular nacional, mas na análise aos resultados dos Estados considerados essenciais para determinar uma vitória (como é o caso da Pensilvânia, Florida, Wisconsin, Michigan e Texas) as diferenças de intenção de voto são mais próximas (em alguns casos caem na margem de erro) pelo que o desfecho é ainda imprevisível.

Para além de Biden e Trump, na maioria dos Estados, aparecem ainda no boletim de voto os nomes de Jo Jorgensen, pelo Partido Libertário, e de Howie Hawkins, do Partido Verde, para além de um leque de candidatos de pequenas organizações cívicas, que apenas concorrem em alguns círculos.

O elevado número de votos antecipados (presenciais e por correspondência) pode atrasar a contagem dos votos, especialmente depois de o Supremo Tribunal ter permitido a aceitação de boletins até sexta-feira, em alguns Estados, fazendo com que o vencedor oficial apenas possa vir a ser conhecido dentro de alguns dias ou semanas.

Com o Presidente em exercício, Donald Trump, a lançar a suspeita de “fraude eleitoral” na contagem de votos antecipados, as autoridades eleitorais antecipam mesmo a possibilidade de litígios legais sobre os resultados, que podem atrasar o anúncio do vencedor das eleições.

Em último caso, e depois de eventualmente o Supremo Tribunal se ter pronunciado sobre as possibilidades de recontagem de votos em alguns estados, o processo pode transitar para o Congresso, onde o número de Grandes Eleitores (a figura abstrata que representa o peso de cada Estado no resultado final) pode ser disputado pelos membros da câmara de representantes, até haver um resultado final.

Num caso extremo, a líder da câmara de representantes, a democrata Nancy Pelosi, pode ser chamada a assumir o cargo de Presidente, interinamente, no dia 20 de janeiro (data em que um novo líder deve, pela Constituição, tomar posse), até que se processem todas as decisões, onde o senado terá uma palavra final.

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Empresas dos municípios em quarentena produzem 80% da riqueza do país

As novas regras de confinamento parcial que entram em vigor esta quarta-feira vão abranger apenas 40% dos municípios, mas estes albergam empresas responsáveis por 80% da riqueza criada no país.

É já esta quarta-feira que uma parte do país volta a entrar em confinamento, embora com regras mais flexíveis face a março quando o país “fechou” por causa do primeiro surto da pandemia da Covid-19.

No Conselho de Ministros deste fim de semana, o Governo decidiu alargar a mais concelhos as restrições que já se aplicavam a Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, acrescentando mais algumas.

Para definir se um determinado município está no grupo de risco, o Governo definiu como critério principal que este tenha tido, nos últimos 14 dias, um número de casos por cada 100 mil habitantes superior a 240. A aplicação deste critério resultou numa lista de 121 concelhos que, pelo menos nas próximas duas semanas, terão de cumprir regras mais apertadas, nomeadamente o dever de permanência no domicílio.

Os 121 municípios representam 40% do total dos concelhos existentes em Portugal (308) e, tal como tinha anunciando o primeiro-ministro, albergam 70% da população do país.

Em termos de riqueza produzida pelo país, o número é ainda mais expressivo. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as empresas dos 121 concelhos que esta quarta-feira voltam a confinar são responsáveis por 80% da riqueza que é produzida no país.

O indicador utilizado para aferir o grau de riqueza em cada um dos 308 municípios é o valor acrescentado bruto (VAB) das empresas (dados do final de 2018), ou seja, o valor bruto da produção deduzido do custo das matérias-primas e de outros consumos no processo produtivo.

O VAB dos 121 concelhos que vão estar em quarentena ascende a 78 mil milhões de euros, ou seja, quase 80% da riqueza produzida pelas empresas não financeiras do país (98,6 mil milhões de euros). As empresas dos restantes 187 municípios que não terão de cumprir esta nova quarentena produzem apenas 20 mil milhões de euros de VAB, ou seja, cerca de 20% do total nacional.

Na lista dos municípios que vão entrar em confinamento parcial estão Lisboa, Oeiras e Porto, os três onde as empresas contribuem mais para a criação de riqueza no país (ver tabela). Ao contrário daquilo que aconteceu em março, as medidas de confinamento vão ser mais suaves e não deverão provocar tantos estragos económicos.

Mesmo assim, as empresa e os habitantes destes 121 concelhos, a partir desta quarta-feira, terão de cumprir estas regras:

  • Dever de permanência no domicílio, devendo os cidadãos abster-se de circular em espaços e vias públicas, bem como em espaços e vias privadas equiparadas a vias públicas, prevendo-se algumas exceções.
  • Todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, bem como os que se encontrem em conjuntos comerciais, terão de encerrar até às 22h00.
  • Os restaurantes terão de fechar às 22h30.
  • Prevê-se a obrigatoriedade de adoção do regime de teletrabalho, independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam, salvo impedimento do trabalhador.
  • E, para as outras empresas com mais de 50 trabalhadores, passa a ser obrigatório o desfasamento de horários, tal como já acontece nas empresas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

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Teletrabalho é obrigatório para trabalhadores com filhos que sejam doentes de risco

O Governo alargou aos trabalhadores com filhos menores de 12 anos que sejam doentes de risco o direito de impor a adoção do teletrabalho.

Os trabalhadores cujos filhos menores de 12 anos sejam doentes de risco e, por isso, não consigam ir às aulas têm direito a trabalhar remotamente, mesmo contra a vontade do empregador. De acordo com a Resolução do Conselho de Ministros publicada esta segunda-feira, a adoção do teletrabalho é obrigatória quando requerido por tais trabalhadores, independentemente do vínculo laboral e sempre que as funções o permitam.

Segundo o referido diploma, o empregador deve “proporcionar ao trabalhador condições de segurança e saúde adequadas à prevenção de riscos de contágio decorrentes da pandemia da doença Covid-19″. Para tal, pode nomeadamente adotar o regime de teletrabalho, conforme está no Código do Trabalho, isto é mediante um acordo escrito com o trabalhador.

Esse requisito (o acordo) é dispensado, contudo, em três situações excecionais, isto é, o trabalho remoto “é obrigatório quando requerido” por trabalhadores pertencentes a um dos grupos seguintes:

  • Doentes crónicos e imunodeprimidos (hipertensos, diabéticos, doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica, doentes oncológicos e portadores de insuficiência renal) mediante certificação médica;
  • Trabalhadores com deficiência, com grau de incapacidade igual ou superior a 60%;
  • Trabalhadores com filhos (ou outro dependente a cargo) menores de 12 anos (ou, no caso de serem portadores de deficiência ou doença crónica, independentemente da idade) que sejam doentes de risco e se encontrem “impossibilitados de assistir às atividades letivas e formativas presenciais”.

De acordo com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), esses dois primeiros grupos já estavam abrangidos pelo direito de impor unilateralmente a adoção do teletrabalho, sempre que as funções o permitam. A novidade trazida pela Resolução do Conselho de Ministros desta segunda-feira está, por isso, na extensão dessa medida aos pais cujos filhos preencham as referidas condições.

Isto numa altura em que o Governo decidiu endurecer as restrições em mais de uma centena de concelhos, determinando que, nessas regiões (as mais afetadas pela pandemia), o teletrabalho passa a ser obrigatório sempre que as funções sejam compatíveis com esse regime e haja condições para o adotar.

De notar que o teletrabalho também é obrigatório quando não sejam cumpridas as das orientações da DGS e da Autoridade para as Condições do Trabalho. Esta medida aplica-se a todo o território nacional.

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Wall Street em alta na véspera das eleições norte-americanas

A um dia de os norte-americanos escolherem quem será o próximo Presidente, os índices de Nova Iorque recuperaram das perdas das últimas semanas.

Os principais índices de Wall Street encerraram a primeira sessão da semana em terreno positivo, naquilo que representa uma recuperação face às perdas dos últimos dias. A contribuir para esta onda de alívio sobre os mercados estão as eleições dos Estados Unidos, que acontecem esta terça-feira, e onde será escolhido o próximo Presidente norte-americano.

Depois daquela que foi a pior semana desde março, com perdas na casa dos 6%, os índices financeiros de Nova Iorque recuperaram. O S&P 500 valorizou 1,18% para 3.303,38 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que somou 1,6% para 26.925,05 pontos. Pelo mesmo caminho seguiu o tecnológico Nasdaq ao avançar 0,42% para 10.957,61 pontos.

Este desempenho acontece na véspera das eleições norte-americanas, com os cidadãos a terem de escolher entre a continuidade de Donald Trump ou a mudança com Joe Biden. Dependendo de quem for o escolhido, os mercados esperam alguma turbulência comercial a curto prazo e grandes mudanças nas políticas de longo prazo relacionadas com impostos, gastos do Estado, comércio e regulamentação, diz a Reuters.

Joe Biden segue à frente nas estatísticas, mas há Estados que podem ditar a eleição de Donald Trump. Alguns analistas afirmam que o resultado que mais provavelmente vai abalar os mercados a curto prazo será não haver um “nome” já esta terça-feira. “Os traders acreditam que o simples facto de ter um resultado já será bom para os mercados”, diz Rick Meckler, sócio da Cherry Lane Investments, citado pela Reuters.

Outros dois temas que irão marcar esta semana serão a reunião de dois dias da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) e o relatório mensal com dados do emprego.

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Marcelo já fez mais de 20 testes à Covid-19

"Sempre critiquei, como analista, os políticos que ocultavam o que se passava com a saúde porque não dava jeito para eleições", recordou o Presidente da República.

O Presidente da República revela que já fez mais de 20 testes à Covid-19, mas apenas “um ou dois” terão sido feitos “à custa do Estado”.

Em entrevista à RTP, Marcelo Rebelo de Sousa explica o elevado número de testes pela necessidade de proteção dos outros, porque tem “um grau de contacto e de projeção, de centenas de pessoas, ou de milhares “não todas ao mesmo tempo”. “Seria uma irresponsabilidade não saber o estado em que me encontro, explicou.

O Chefe de Estado defendeu a necessidade de saber o que se passou com a sua saúde e “dizer tudo sobre a saúde, em todos os aspetos” é “fundamental”. “Sempre critiquei, como analista, os políticos que ocultavam o que se passava com a saúde porque não dava jeito para eleições”, recordou.

A saúde foi uma das condicionantes que Marcelo Rebelo de Sousa colocou para decidir sobre uma eventual recandidatura ao cargo de Presidente da República. Para já continua a não levantar a ponta do véu e explica que os portugueses o elegeram para ser Presidente até ao final do mandato e não para ponderar eventuais recandidaturas. “Até 9 de março continua a pandemia e tenho a obrigação de ser Presidente e não fazer cálculos eleitorais”, afirmou, garantindo que ainda não tomou a decisão.

“Não fui eleito para pensar numa eventual recandidatura, tenho de tratar da pandemia até lá”, explicou o Chefe de Estado, sublinhando que decide “friamente” e não tem estados de alma. Marcelo deu a garantia de que, “o mais tardar, até ao final do mês de novembro serão convocadas as eleições” presidenciais, porque considera que “quem deve convocar as eleições é o Presidente e não o candidato”.

O aproximar das eleições traz uma preocupação acrescida, porque o Chefe de Estado perdeu o poder de dissolução da Assembleia da República e por isso Marcelo não quer acrescentar mais uma crise — a política — às outras duas que o país atravessa. “Vamos acrescentar a isto uma crise política? Convinha que não. Termos três crises apenas limita a capacidade do Governo responder à crise de saúde pública e à crise económica”. O Presidente até admite que para a oposição essa possa ser uma boa notícia, mas o problema é que o Governo não cai mais depressa por isso.

Marcelo reconheceu que “se contam pelos dedos” os governos e Presidentes que geriram uma pandemia e tenham sido reeleitosa última sondagem da Aximage para o Jornal de Notícias e TSF revela que a tendência de descida continua de Marcelo persiste, acentuada pelo crescimento da pandemia — e admite que “há um cheiro a crise desde a pandemia”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Marcelo antecipa um estado de emergência “muito limitado”

O Presidente da República nota que, a ser decretado um novo estado de emergência, este será "muito limitado" e "diferente" do primeiro, que aconteceu em março.

O Governo pediu ao Presidente da República para ser decretado novamente o estado de emergência no país e Marcelo Rebelo de Sousa está a ponderar essa hipótese. O Chefe de Estado ouviu esta segunda-feira os partidos com assento parlamentar e antecipa que, caso venha realmente a acontecer, este novo estado de emergência será “diferente”, na medida em que será “muito limitado”.

“Nunca deixámos de estar verdadeiramente em estado de emergência”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista à RTP, fazendo uma linha cronológica de toda a pandemia desde que esta apareceu em março no país.

Assim, sobre as intenções do Governo em decretar um novo estado de emergência, o Presidente da República diz estar a “ponderar”. Contudo, nota que, a acontecer, não será como o de março. “Há oito meses a economia estava bem, agora não está. Conheceu sinais de recuperação, mas está numa situação de queda de riqueza nacional”, explicou, justificando a sua inclinação com o facto de as condições sanitárias o permitirem, porque o clima social assim o aconselha, mas também porque a economia não aguenta.

Por isso, Marcelo antecipou estado de emergência diferente. “Está a ser ponderada uma coisa diferente porque a situação é diferente. Será um estado de emergência muito limitado, de efeitos muito preventivos e não muito extensos”, detalhou, referindo que “esta é a inclinação dos partidos” que ouviu esta segunda-feira, faltando agora ouvir os parceiros sociais.

Atribuindo grande parte do sucesso no combate à primeira vaga da pandemia ao confinamento voluntário dos portugueses, Marcelo sublinha que “a sociedade não é a mesma”, “está fatigada”, mas também “preocupada com a situação económica”.

Além disso, também”os setores políticos não são iguais”, acrescentou, recordando que se nenhum partido votou contra o estado de emergência da primeira vez, o mesmo não aconteceu nas vezes seguintes. Agora a situação não será diferente. O Presidente revelou que das audições dos partidos esta segunda-feira retira que a “resposta é não a um confinamento muito vasto”, mas que ainda assim tem “uma maioria clara de dois terços a um estado de emergência limitado, mas não uma unanimidade”.

O Chefe de Estado adiantou que, seguindo um modelo “puramente matemático”, Portugal poderá registar a “duplicação do número de infetados”, o que significará 8.000, 9.000 ou até 10.000 infetados no final de novembro, mas que “a progressão matemática não tem batido certo com a realidade clínica”. Ainda assim, admitiu que “o número de mortes pode aumentar significativamente nas próximas semanas”.

Contributo dos setores privado, social e cooperativo “permite fazer frente” à pandemia

Tal como o Governo já tinha explicado, Marcelo enumerou as situações para as quais está previsto o estado de emergência, entre as quais a “ampliação do rastreio”, um dos pontos que considera que não correu bem, porque “não havia máquina para isso” — e a “medição de temperatura” nos acessos aos serviços públicos.

Além disso, o Presidente da República falou na utilização de meios do setor privado, social e cooperativo. “O setor social foi recebendo doentes para desbloquear a situação”, explicou o Chefe de Estado, notando que “a capacidade global do SNS mais o contributo dos setores privado, social e cooperativo permite permite fazer frente a evolução previsível se outas medidas forem assumidas pelos portugueses”.

Questionado porque é que esta medida não foi adotada mais cedo, Marcelo explicou que isso estava previsto, mas que se esperava uma segunda vaga da pandemia apenas entre o outono e o inverno. E que, por isso, foram sendo feitos acordos de região para região.

Marcelo ainda acabou por admitir ser o “maior responsável pelos erros” que foram cometidos no âmbito desta pandemia. “Houve erros e eu sou o maior responsável por eles. O Presidente da República é o maior responsável pelos erros”, disse, referindo ter a “responsabilidade suprema por tudo isto”, ilibando, assim, as autoridades de saúde.

Assumindo que estava a fazer o papel de comentador e não de decisor politico, Marcelo convidou os portugueses a colocarem-se no papel de quem decide, porque “a pandemia conheceu avanços e recuos, mas também zig zags” e que devem reconhecer o “mérito enorme para quem tem feito as conferências de imprensa diárias”.

Mas como tudo o que se repete no tempo cansa, há uma parte dos portugueses que continua a seguir mas outros cansam-se”, explica. Além disso, Marcelo recorda que “esta é a primeira pandemia com redes sociais, o que tem uma componente psicológica muito importante” e por isso defende que “é preciso reinventar a forma de comunicação”.

(Notícia atualizada às 22h30 com mais informação)

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Brasil RE e B3 desenvolvem plataforma blockchain para mercado de seguros

  • ECO Seguros
  • 2 Novembro 2020

A ferramenta tecnológica chegará ao mercado em 2021, e possibilitará concluir, em segundos, processos que hoje podem durar meses, afirma a resseguradora brasileira.

A IRB Brasil RE, maior companhia de resseguro no país, assinou um acordo de parceria com a B3, entidade que agrega os principais mercados bolsistas da federação, “para desenvolver uma plataforma inédita no Brasil para conectar corretores, seguradoras e resseguradoras em uma única rede e permitir que as operações, envolvendo contratos de seguros e resseguros, sejam realizadas via internet”, anunciou a IRB Brasil RE.

Criada em 2008, a tecnologia blockchain já é utilizada pelo mercado financeiro e “funciona, na prática, como um livro de registos virtual formado por uma rede incorruptível de blocos”, explica a Brasil RE. Tal estrutura não permite alteração das informações e oferece criptografia segura para a troca, em grande volume, de ativos digitais, sem a necessidade de um intermediário, reforça a fonte. “Aplicada ao setor de seguros e resseguros, possibilitará negociações multilaterais, com segurança, alta velocidade e oferta de informações precisas em tempo real”, garante o comunicado no site da instituição.

“A união do IRB, com mais 80 anos de experiência no mercado de seguro e resseguro, e da B3, com know-how e capacidade de processamento de registos e de liquidações financeiras, além de todas as credenciais conferidas pela Susep, endossa o avanço seguro dessa nova tecnologia no mercado”, disse o CEO e presidente do Conselho de Administração do IRB, Antônio Cássio dos Santos. “É mais um sinal inequívoco de que estamos dando ênfase no processo de transformação digital, por meio de inovação e parcerias disruptivas”, completou o responsável citado na imprensa brasileira.

A IRB Brasil Resseguros SA (IRB Brasil RE) tem origem no antigo Instituto de Resseguros do Brasil, por sua vez criado em 1939 com a missão de reter no país os riscos de empresas nacionais que antes eram transferidos para o exterior.

O Instituto passou por diversas alterações estatutárias e societárias. Em 1960, foi dotada de competências de regulação do mercado de resseguro a partir da criação do Sistema Nacional de Seguros Privados. No ano 2000, o organismo transferiu para o organismo brasileiro de supervisão (Susep) a responsabilidade pela regulação do mercado de resseguro. Em 2007, o IRB encerrou um ciclo de quase sete décadas, virando a página com o fim do monopólio no mercado brasileiro de resseguro e, em 2013, transformou-se numa sociedade de capitais privados, a IRB Brasil RE.

Em 2017, com a nova plataforma bolsista brasileira (B3), a companhia foi admitida no mercado acionista e assume a 8ª posição entre os 10 maiores resseguradores do mundo em valor de mercado, refere o cronograma institucional da companhia brasileira. A companhia opera em praticamente todas as linhas de resseguro e é maioritariamente participada pela Bradesco Seguros, Itaú Seguros e a norte-americana BlackRock.

Já a B3 (“Brasil-Bolsa-Balcão”), com é designada a gestora e operadora dos mercados de valores mobiliários do Brasil (desde março de 2017), resultou da fusão das operadoras de bolsa BM&F e Bovespa (combinadas em 2008) com a Cetip (central de custódia e liquidação criada em 1984, com o apoio do Banco do Brasil).

Desde a sua constituição há três anos, a B3 assume-se como maior depositária de títulos de renda fixa da América Latina e a maior central de ativos privados do país.

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Estas são as 26 exceções à regra de confinamento nos 121 concelhos

  • ECO
  • 2 Novembro 2020

O país volta a estar em estado de calamidade e isso é sinónimo de medidas mais apertadas para os cidadãos. Em 121 concelhos as pessoas não devem sair de casa, exceto para algumas situações.

O estado de calamidade trouxe para os portugueses novas restrições, todas com o objetivo de conter a propagação da doença. Contudo, há 121 concelhos com medidas de controlo mais apertadas, desde logo a recomendação de permanência no domicílio, salvo para situação extremamente necessários. Na Resolução do Conselho de Ministros publicada esta segunda-feira são conhecidas todas as 26 exceções.

Todo o país está em estado de calamidade, mas há 121 concelhos com medidas mais apertadas. Nestes concelhos, “os cidadãos devem abster-se de circular em espaços e vias públicas, bem como em espaços e vias privadas equiparadas a vias públicas, e permanecer no respetivo domicílio”. Contudo, estão previstas as seguintes exceções:

  • Aquisição de bens e serviços;
  • Deslocação para efeitos de desempenho de atividades profissionais ou equiparadas;
  • Procura de trabalho ou resposta a uma oferta de trabalho;
  • Deslocações por motivos de saúde, designadamente para efeitos de obtenção de cuidados de saúde e transporte de pessoas a quem devam ser administrados tais cuidados ou dádiva de sangue;
  • Deslocações para acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica ou tráfico de seres humanos, bem como de crianças e jovens em risco, por aplicação de medida decretada por autoridade judicial ou Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, em casa de acolhimento residencial ou familiar;
  • Deslocações para assistência de pessoas vulneráveis, pessoas com deficiência, filhos, progenitores, idosos ou dependentes;
  • Deslocações de menores e seus acompanhantes para frequência dos estabelecimentos escolares, creches e atividades de tempos livres;
  • Deslocações de pessoas com deficiência para frequência de centros de atividades ocupacionais;
  • Deslocações para acesso a equipamentos culturais;
  • Deslocações de curta duração para efeitos de atividade física;
  • Deslocações para participação em ações de voluntariado social;
  • Deslocações por outras razões familiares imperativas, designadamente o cumprimento de partilha de responsabilidades parentais, conforme determinada por acordo entre os titulares das mesmas ou pelo tribunal competente;
  • Deslocações a estabelecimentos escolares;
  • Deslocações para visitas, quando autorizadas, ou entrega de bens essenciais a pessoas incapacitadas ou privadas de liberdade de circulação;
  • Deslocações para participação em atos processuais junto das entidades judiciárias ou em atos da competência de notários, advogados, solicitadores e oficiais de registo;
  • Deslocações de curta duração para efeitos de passeio dos animais de companhia e para alimentação de animais;
  • Deslocações de médicos veterinários, de detentores de animais para assistência médico-veterinária, de cuidadores de colónias reconhecidas pelos municípios, de voluntários de associações zoófilas com animais a cargo que necessitem de se deslocar aos abrigos de animais e serviços veterinários municipais para recolha e assistência de animais;
  • Deslocações por parte de pessoas portadoras de livre-trânsito, emitido nos termos legais, no exercício das respetivas funções ou por causa delas;
  • Deslocações por parte de pessoal das missões diplomáticas, consulares e das organizações internacionais localizadas em Portugal, desde que relacionadas com o desempenho de funções oficiais;
  • Deslocações necessárias ao exercício da liberdade de imprensa;
  • Retorno ao domicílio pessoal;
  • Deslocações para a frequência de formação e realização de provas e exames;
  • Deslocações para visitas a utentes de estruturas residenciais para idosos e para pessoas com deficiência, unidades de cuidados continuados integrados da Rede Nacional de Cuidados Integrados e outras respostas dedicadas a pessoas idosas, bem como para atividades realizadas nos centros de dia;
  • Deslocação a estações e postos de correio, agências bancárias e agências de mediadores de seguros ou seguradoras;
  • Às deslocações necessárias para saída de território nacional continental;
  • Deslocações para outras atividades de natureza análoga ou por outros motivos de força maior ou necessidade impreterível, desde que devidamente justificados.

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