Novo Banco regista prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020

Banco liderado por António Ramalho anunciou esta sexta-feira que teve um resultado líquido negativo de 1.329,3 milhões de euros no ano passado. A pandemia pesou, mas não só.

O Novo Banco fechou 2020 com prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, anunciou o banco esta sexta-feira. O resultado compara negativamente com a perda de 1.059 milhões de euros registada em 2019.

As contas eram aguardadas com expectativa sobretudo por causa do pedido (que poderá ser o último) que o banco vai fazer ao Fundo de Resolução: apresentou uma fatura de 598,3 milhões, acima do que o Governo esperava. Ainda assim, há dúvidas sobre 160 milhões desse pedido por causa da venda da operação em Espanha.

A instituição liderada por António Ramalho explica o agravamento dos resultados no ano passado com três fatores:

  • um impacto negativo de 300,2 milhões resultado de avaliações independentes aos fundos de reestruturação;
  • 1.191,5 milhões de euros de imparidades e provisões, em resultado da descontinuação do negócio em Espanha e do agravamento do nível de incumprimento de alguns clientes (crédito a clientes, garantias e instituições de crédito), sendo 268,8 milhões de euros de imparidade adicional para riscos de crédito decorrentes da pandemia Covid-19; e
  • 123,9 milhões de euros de reforço da provisão para reestruturação.

No que diz respeito ao negócio, a margem financeira subiu 8,3% para 555,1 milhões de euros, com os rendimentos com serviços de clientes (comissões) a caírem 12,9% para 271,9 milhões.

O produto bancário praticamente duplicou dos 300 milhões para os 617 milhões, uma subida que se deve sobretudo a um desagravamento da rubrica “Outros Resultados de Exploração”, que passaram de -326,8 milhões para -136,6 milhões, com António Ramalho a explicar esta evolução com a redução do legado do BES.

Do produto bancário há que subtrair os custos operacionais de 431,8 milhões (-1,6%) para se chegar ao resultado operacional positivo de 186,1 milhões de euros.

Ao contrário dos outros bancos, o Novo Banco viu a carteira de crédito emagrecer ligeiramente para 25,2 mil milhões de euros. Já os depósitos de clientes subiram (acompanhando a tendência do setor) para 26,1 mil milhões de euros.

Ao nível da qualidade do crédito, o rácio NPL baixou consideravelmente de 12% para 8,9% no final do ano passado, uma evolução que reflete, em boa parte, a venda de carteiras de malparado por parte do banco.

Enquanto isso, os rácios de solvabilidade baixaram de 13,5% para 11,3% (CET1 e Tier1) e 15,1% para 13,3% no caso do rácio de fundos próprios.

“Moratórias são para resolver já”

O Novo Banco tem 6,9 mil milhões de euros de crédito em moratória, representando cerca de 27% da carteira de créditos a clientes. António Ramalho está ciente do desafio que o setor tem pela frente quando as moratórias expirarem depois de setembro. E defende que as soluções devem ser pensadas sem mais demoras.

As moratórias são assunto para resolver já e não para resolver em setembro. Costumo dizer e volto a repetir: não deixemos em setembro o que podemos fazer em março. Não deixemos para 2022 o que podemos fazer em 2021″, disse António Ramalho. “Adiar problemas não resolve nada em banca”.

(Notícia atualizada às 19h14)

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Banco de Portugal mantém crescimento de 3,9% em 2021. Revê em alta 2022

No boletim económico de março, o banco central mantém a previsão de crescimento do PIB de 3,9% em 2021, mas revê em alta a retoma em 2022 de 4,5% para 5,2%.

Apesar da terceira vaga da pandemia e do segundo confinamento em Portugal, a previsão do Banco de Portugal para o crescimento da economia portuguesa em 2021 não mudou entre dezembro e março. O banco central continua a estimar um salto de 3,9% do PIB este ano, após a queda de 7,6% em 2020 causada pela pandemia. Porém, reviu em alta o crescimento de 2022 de 4,5% para os 5,2%, acelerando assim a retoma no próximo ano.

“Ao longo do período 2021-23 projeta-se um crescimento económico de 3,9%, 5,2% e 2,4%”, revela o banco central no boletim económico de março divulgado esta sexta-feira, o que compara com 3,9%, 4,5% e 2,4% estimados em dezembro. Estas previsões assumem que as “restrições serão gradualmente levantadas a partir do segundo trimestre de 2021” e que a vacinação “estará concluída até ao início de 2022, em paralelo em Portugal e na área do euro”.

O Banco de Portugal detalha que “a recuperação é diferenciada entre setores e componentes da despesa”, com o principal contributo a vir das exportações e do consumo privado, que foram as componentes que mais se reduziram em 2020. “O investimento cresce 5% em média, beneficiando da entrada de fundos europeus, em particular no âmbito do novo instrumento Next Generation EU”, acrescenta. Entre setores, a retoma será “mais lenta nos serviços mais dependentes de contactos pessoais”.

Ainda que o crescimento do PIB seja o mesmo do boletim anterior, há alterações nas componentes que refletem a evolução da situação económica desde então. Como mostra a tabela seguinte, o consumo privado, o consumo público e o investimento vão crescer menos em 2021 face ao previsto em dezembro. Já as exportações vão crescer mais, equilibrando a balança.

Fonte: Banco de Portugal. Boletim económico de março.

Apesar de manter a previsão de 2021, o banco central alerta que a “incerteza permanece elevada, não obstante os progressos no controlo da pandemia“. É por isso que o Banco de Portugal volta a apresentar um cenário adverso em que vê o PIB a crescer apenas 1,6% em 2021, seguindo um crescimento de 3,2% em 2022 e em 2023. Caso seja esta a trajetória, Portugal não recuperará da crise pandémica no final de 2023. No cenário central, essa retoma é concluída durante 2022.

“No cenário adverso, assume-se uma disseminação mais gradual da vacina e que o surgimento de novas variantes permanece uma ameaça, podendo traduzir-se em novos períodos de confinamento e restrições à circulação entre fronteiras ao longo de 2021″, detalha o banco central, assinalando o “impacto negativo na confiança dos agentes económicos” e a “evolução mais contida do consumo privado”, principalmente nos serviços de maior contacto pessoal. Neste cenário, a taxa de poupança continua elevada e o consumo privado cresce menos.

Mas também há um cenário favorável. Neste caso, o PIB cresce 4,7% em 2021, 5,4% em 2022 e 2,3% em 2023. “No cenário favorável, o melhor controlo das infeções e o levantamento mais rápido das medidas de contenção traduzem-se numa redução da incerteza e num aumento da confiança dos agentes económicos”, explica o Banco de Portugal, referindo a taxa de poupança iria cair mais rapidamente e o consumo privado cresceria mais. Este cenário assume que as “famílias gastam parte da poupança acumulada em 2020, em larga medida de natureza forçada, o que permite repor mais rapidamente a despesa adiada durante a pandemia“.

Centeno admite desgaste da economia com confinamento prolongado, mas confia na resiliência

Na conferência de imprensa de apresentação do boletim económico de março, o governador do Banco de Portugal disse que os números mostram que “parece haver uma relação bastante negativa entre a duração do confinamento e a evolução da economia“, através do “desgaste da economia”, o que é visível quando o confinamento tem uma “duração prolongada” e quando não existe uma “ideia clara do futuro”. É isso que mostra o indicador diário de atividade económica do BdP (DEI) que registou “taxas mais negativas” nas últimas semanas do confinamento atual, após um período de melhoria.

A perspetiva de Mário Centeno é que o PIB regista uma queda em cadeia no primeiro trimestre, face ao quarto trimestre, mas depois deverá iniciar um “perfil de recuperação bastante rápido” no segundo e no terceiro trimestre de 2021. Contudo, Centeno alertou que “o futuro não é mais incerto que o presente” pelo que o exercício de previsão é ainda mais complexo. Por outro lado, os indicadores de consumo caíram mais de 10%. Por outro lado, há uma “certa resistência das exportações de bens” e da atividade industrial.

Além da evolução da pandemia, um dos elementos mais decisivos para a retoma da economia é o comportamento dos agentes económicos, principalmente dos cidadãos. As previsões do Banco de Portugal apontam para que “em nenhum dos anos desta crise o rendimento disponível dos particulares, em termos agregados, cai” e o mesmo se aplica aos salários, com a massa salarial a crescer 1% em 2020 e 2,6% em 2021. Estes são bons indicadores para a “reversão gradual do aumento da poupança”, um fator primordial para o consumo privado, a maior componente do PIB.

A expectativa do banco central é que a taxa de poupança, após ter atingido um máximo de 2002 no ano passado, chegue a 2023 no mesmo nível de 2019 (cerca de 6,8% do rendimento disponível). Contudo, “se a redução for mais moderada, poderemos ter uma recuperação mais lenta”, admitiu Centeno, recordando que “não seria a primeira vez que um processo de crise estivesse associado a alterações estruturais do comportamento das famílias e a uma redução mais lenta da taxa de poupança“.

Quanto às empresas, Centeno mostrou-se confiante, detalhando vários indicadores em que se vê a resiliência, logo a começar pelo investimento, o qual deverá aumentar o seu peso no PIB durante os próximos anos. “O investimento é uma das grandes novidades desta crise”, disse, argumentando que tal de ser ao facto da crise “ser considerada temporária e de haver uma situação económica-financeira das empresas bastante positiva“. Essa situação é demonstrada pelos dados dos depósitos das empresas que aumentaram 9.166 milhões de euros entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021, subindo 192%, o que não tem precedente na série destas estatísticas. Nas crises anteriores, estes depósitos tinham descido.

(Notícia atualizada às 18h09 com mais informação)

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Resultados da TAP não vão contar (para já) para o défice

Apesar de o Estado controlar a transportadora aérea, a TAP não vai voltar a fazer parte do perímetro das administrações públicas pelo que os resultados não vão contar (para já) para o défice.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) decidiu esta sexta-feira não voltar a colocar a TAP dentro do perímetro das administrações públicas, pelo que os resultados da empresa não deverão contar (para já) para o saldo orçamental. Em 2019, o gabinete de estatísticas tinha retirado a transportadora aérea dessa classificação por considerar que, apesar de deter 50% do capital, o Estado não controlava a estratégia da empresa. A decisão mantém-se mesmo com o aumento da posição que ocorreu em 2020 por causa do impacto da pandemia e os apoios do Estado neste ano atípico.

A TAP é uma empresa pública mercantil classificada no setor institucional das sociedades não financeiras“, responde o gabinete de estatística ao ECO, concretizando que “a alteração societária ocorrida em 2020 não alterou a respetiva classificação“. A lista das Entidades do Setor Institucional das Administrações Públicas em 2020 foi atualizada esta sexta-feira com a divulgação da estimativa do défice de 5,7% do PIB.

Ou seja, a TAP continua a ser uma empresa detida pelo Estado, mas fica fora do perímetro das administrações públicas. Esta é uma questão técnica de classificação estatística, com critérios previstos no Manual do Défice e da Dívida (uma bíblia das contas públicas do Eurostat e dos gabinetes nacionais), mas que tem implicações concretas sobre o défice orçamental.

Ao manter a TAP fora do perímetro das administrações públicas em 2020, os resultados da empresa continuam a não contar para o défice orçamental, tal como acontece atualmente com a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo. Caso a TAP fosse integrada no perímetro, as despesas e as receitas da empresa — cujo resultado se perspetiva que seja de prejuízo nos próximos tempos — passariam a contar para o défice todos os anos, influenciando as contas do Ministério das Finanças.

Para já, os resultados não deverão contar, mas as injeções que o Estado planeia fazer na TAP ao abrigo do plano de reestruturação (que está a ser negociado com a Comissão Europeia), à semelhança dos 1,2 mil milhões de euros que emprestou em 2020, deverão continuar a entrar no défice, penalizando as contas públicas. Para 2021 o Governo planeia uma injeção entre 970 e 1.164 milhões de euros na transportadora aérea. O plano é que o Estado financie a TAP em mais 473 a 500 milhões em 2022, 379 a 438 milhões em 2023 e 392 a 420 milhões em 2024.

Contudo, nas próximas atualizações da lista de entidades que fazem parte do perímetro das administrações públicas, a avaliação do INE e do Eurostat pode mudar com a inclusão de nova informação. Em causa estão critérios como a intensidade dos subsídios do Estado a uma empresa para a sua sobrevivência, se esta é financiada por objetivos de políticas públicas e não pelas regras do mercado ou se a receita mercantil da empresa for inferior a 50% dos custos totais.

Em julho do ano passado, o Eurostat admitia ao Jornal de Negócios a entrada da TAP no perímetro das administrações públicas: “Em geral, a existência de uma injeção de capital pode ser um indicador de que o recetor pode não estar a cumprir este critério”. O critério era a TAP ser um produtor de mercado, ou seja, uma entidade mercantil “que providencia toda ou a maior parte da sua produção (bens e serviços) a preços que são ‘economicamente relevantes'”.

Já o ministro das Finanças, João Leão, na conferência de imprensa em que anunciou a operação na TAP, afastou a possibilidade da empresa entrar no perímetro (o que se veio a confirmar), apesar de admitir um impacto “residual” por parte da holding TAP SGPS nos próximos anos. “Há muitas empresas públicas que não estão no perímetro das contas públicas”, disse Leão, explicando que “são empresas que, como a TAP, SA (a transportadora), têm natureza mercantil, por isso não integram as contas públicas“.

Contudo, a classificação não é eterna, mudando consoante a incorporação de nova informação. “O reforço da posição do Estado no capital da empresa, por si só, não altera a classificação”, respondia o INE em setembro do ano passado ao ECO, assinalando que “a análise da natureza da produção (mercantil ou não mercantil) das empresas públicas é efetuada regularmente, com base nas demonstrações financeiras anuais”.

Esta resposta indicia que a decisão do INE e do Eurostat poderá demorar ainda algum tempo — tal como aconteceu quando retirou a TAP do perímetro em 2019, com efeitos retroativos a 2016 —, esperando pelos resultados da empresa de 2020 ou até mais. Além disso, aguardam mais informação sobre a operação, nomeadamente a versão final do plano de reestruturação que está a ser negociado pela empresa e o Estado português com a Comissão Europeia.

Ainda não se sabe quando é que a empresa vai divulgar os resultados finais de 2020, mas até setembro de 2020 a TAP acumulava um prejuízo de 700 milhões de euros devido à pandemia que condicionou fortemente a atividade das transportadoras aéreas em todo o mundo.

Entidades que integram o perímetro das administrações públicas em 2020:

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Mais voos para a Madeira e novas rotas para África. TAP já tem planos para o verão

A TAP reforçou os voos para o Funchal, Porto Santo e Cabo Verde, e ao mesmo tempo inaugurou oito novas rotas para África e outros países da Europa.

O verão ainda é um pouco incerto, mas o setor do turismo já se começa a preparar, dotado de um certo otimismo. A pensar nos portugueses ansiosos por viajar e nos turistas ansiosos por voltar a Portugal, a TAP já preparou o plano de rotas para o verão, reforçando os voos para certos destinos, como a Madeira e Cabo Verde, e criando novas rotas para a Europa e para África.

Para agosto, a companhia aérea nacional planeia operar 879 voos por semana, num total de 100 rotas, informou esta sexta-feira, em comunicado de imprensa. Naquele que é o mês de maior afluência turística, a TAP vai contar com oito rotas nacionais com 126 voos por semana.

O destaque deste verão é a Madeira, destino na qual a companhia “reforçará a sua operação nos próximos meses”: em agosto haverá cinco voos diários de Lisboa para o Funchal e dois voos diários com partida do Porto. Já para o Porto Santo, a estimativa é de retomar a operação a partir de junho com cinco voos semanais.

Para os habitantes (e viajantes dos Açores), haverá 22 voos por semana. Para Ponta Delgada serão 12 por semana com saída de Lisboa e três semanais com saída do Porto. A rota Lisboa – Terceira terá um voo diário. Ainda dentro de território nacional, haverá quatro voos por dia entre Lisboa e Porto e três voos diários entre Lisboa e Faro.

Em comunicado, a empresa explica que este planeamento está a ser feito “de acordo com as contingências da evolução da pandemia, oportunidades de procura detetadas e rentabilidade das rotas, tendo em vista a sustentabilidade da empresa no âmbito do processo de reestruturação em curso“.

Novos destinos na Europa e em África

A pensar nos viajantes que preferem conhecer outros países, e também nos turistas curiosos sobre Portugal, a TAP decidiu criar oito novas rotas para a Europa — Fuerteventura (Espanha), Ibiza (Espanha), Santiago de Compostela (Espanha) e Zagreb (Croácia) — e para África — Djerba (Tunísia), Agadir (Marrocos), Monastir (Tunísia) e Oujda (Marrocos).

No total, serão 555 voos por semana para destinos europeus em agosto, dos quais 83 para o continente africano: seis voos semanais para Luanda, três para Maputo, três para Bissau, quatro para São Tomé, dez para Praia, três para o Sal e sete para São Vicente.

Destaque ainda para a América, que não podia ficar esquecida. A TAP vai operar 61 voos por semana entre Portugal e o Brasil em agosto, enquanto na América do Norte operará 51 voos por semanais para Boston, Newark, Chicago, Washington, S. Francisco, Toronto e Montreal. A companhia vai estrear-se na América Central com três voos por semana entre Lisboa-Cancun (México).

Em comunicado, a empresa refere que, “ao longo dos próximos meses, vai repor gradualmente a sua operação, ainda que com uma recuperação lenta devido aos constrangimentos legais que existem atualmente à mobilidade das pessoas e ao tráfego aéreo”. Afirmado estar a acompanhar a evolução da pandemia, a TAP diz que a lista de rotas e voos “será ajustada sempre que as circunstâncias o exijam”.

A empresa nota ainda que os bilhetes comprados até 31 de maio, com data de viagem marcada até 31 de dezembro de 2021, podem ser alterados sem qualquer custo.

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Vai tomar a vacina da Pfizer? Da AstraZeneca ou da Moderna? Isto é o que tem de saber sobre cada uma

Em que situações a vacina da Pfizer é contraindicada? E que precauções devo ter para a da Moderna? Quais as reações adversas associadas à vacina da AstraZeneca? O ECO "descodificou" o manual da DGS.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) divulgou um manual sobre a Literacia em Saúde e Comunicação, com o intuito de promover a adesão da população à vacinação contra a Covid-19, numa altura em que a suspensão temporária da vacina da AsraZeneca (que já foi entretanto retomada) levou a uma quebra de confiança nas vacinas.

Neste documento, as autoridades de saúde salientam “o papel dos profissionais de saúde na disseminação de mensagens que promovam a vacinação e no esclarecimento da população”. Nesse sentido, a DGS apela a que estes profissionais recomendem a vacina aos seus utentes, explicando os benefícios da vacinação “a nível individual e coletivo” e “informando sobre a baixa prevalência de efeitos secundários“, mas também elencando que os benefícios são “largamente superiores aos riscos”.

Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde devem sublinhar que, mesmo que tome a vacina deve continuar a manter as medidas de prevenção habituais, como a utilização da máscara, assegurar distância física de outras pessoas ou lavar as mãos com frequência, já que a proteção não é imediata e “ainda não há evidência que garanta que uma pessoa vacinada não seja transmissora do vírus”, aponta a DGS.

Além disso, neste manual consta também um “guia” prático para os utentes que recebam cada das três vacinadas que estão a ser administradas em Portugal. Em linhas gerais, os indivíduos não devem ser vacinados caso tenham alguns dos sintomas relacionados com a Covid-19, isto é, febre, tosse, dificuldade respiratória ou alterações no paladar ou olfato, devendo nestes casos contactar a linha SNS 24.

Caso não tenham nenhuma destas patologias têm “luz verde” para serem vacinados, sendo que devem “manter-se junto do local onde foram vacinados durante pelo menos 30 minutos”, por forma a serem prontamente assistidos casos desenvolvam alguma reação alérgica adversa, que embora sejam “são muito raras”, surgem “geralmente pouco tempo após a administração”.

Mas afinal, em que situações a vacina da Pfizer é contraindicada? E que precauções devo tomar para a vacina da Moderna? E quais as reações adversas relacionadas com a vacina da AstraZeneca? Ponto por ponto, o ECO “descodificou” o manual da DGS com tudo o que precisa de saber sobre cada tipo de vacina.

O que deve saber sobre a vacina da Pfizer/BioNTech?

A vacina da Pfizer desenvolvida em conjunto com a BioNTech contra a Covid-19 foi a primeira a ser aprovada pela Agência Europeia Medicamento, a 21 de dezembro, apenas seis dias antes de arrancar o plano de vacinação em Portugal. Cientificamente registada como COMIRNATY®, esta é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA) que “codifica para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2” e é indicada para indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos.

Tal como as restantes vacinas que estão atualmente a ser administradas em Portugal, esta é uma vacina de duas tomas, cujo intervalo de administração entre as tomas é de 28 dias. Recorde-se que o intervalo de administração foi alargado no ínicio deste mês, sendo que antes disso era de 21 dias.

Quanto às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:

  • Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos;
  • Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia), bem como se “tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes”, aponta a DGS.

Assim, a instituição liderada por Graça Freitas aponta que esta vacina é contraindicada para pessoas com historial de “hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos seus excipientes”, ou caso tenham desenvolvido “uma reação anafilática a uma dose anterior desta vacina”. Nestas situações, o melhor é mesmo contactar o seu médico. Estas contraindicações aplicam-se também às vacinas da Moderna e da AstraZeneca.

Relativamente às reações adversas relacionadas com a vacina da Pfizer as mais frequentes são: dor ou inchaço no local da injeção (leia-se no músculo do braço), fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dor nas articulações ou febre. Neste último caso, pode tomar paracetamol. Ao passo que “se apresentar dor, inchaço ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele”.

Estas reações são geralmente ligeiras e desaparecem alguns dias após a vacinação, no entanto, “devem ser notificadas no Portal RAM para serem monitorizadas“. Em caso de persistência, deve contactar o seu médico ou a linha SNS 24. De notar que estas duas recomendações aplicam-se a qualquer tipo de vacina.

E sobre a vacina da Moderna?

A vacina da farmacêutica norte-americana Moderna foi a segunda a ter “luz verde” do regulador europeu, a 6 de janeiro. Tal como a vacina da Pfizer é uma vacina de mRNA, pelo que as duas têm várias semelhantes quer ao nível de administração (duas tomas com um intervalo de 28 dias), quer o nível de precauções e efeitos adversos. Mas se a vacina da Pfizer é recomendada para indivíduos com idade igual ou superior a 16 anos, esta é recomendada para pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.

Quanto às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:

  • Já teve uma reação anafilática a outros medicamentos;
  • Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia);
  • Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes. Esta é, portanto, a grande diferença para a da vacina da Pfizer, neste âmbito.

No que toca aos efeitos adversos, “com esta vacina podem surgir dor, inchaço ou vermelhidão no local de injeção, edema ou sensibilidade na axila, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, febre, arrepios ou náuseas“, refere a DGS. Tal como da vacina da Pfizer, se tiver febre pode tomar paracetamol, ao passo que “se apresentar dor, inchaço ou vermelhidão ou calor no local da injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele.

Quais são as recomendações para a vacina da AstraZeneca?

A vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford foi aprovada a 29 de janeiro e tem várias diferenças face às anteriormente mencionadas. Desde já, esta é uma vacina que utiliza um vírus geneticamente modificado (o chamado “vetor viral”) que contem o ácido desoxirribonucleico (ADN) para a proteína S (“spike”) do vírus SARS-CoV-2. Esta é também uma vacina de dose dupla, mas o intervalo entre as doses é consideravelmente superior: 12 semanas. E tal como a vacina da Moderna é recomenda para indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos.

No que concerne às precauções que devem ser tidas em conta antes de tomar esta vacina, o utente deve informar o profissional de saúde se:

  • Tem imunodeficiência ou realiza terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia), tal como acontece na vacina da Pfizer e da Moderna;
  • Tem doenças da coagulação, alteração das plaquetas ou faz terapêutica com anticoagulantes, à semelhança da vacina da Moderna.

Com esta vacina podem surgir os seguintes efeitos adversos: sensibilidade, dor, calor ou comichão ou hematoma no local de injeção, fadiga, mal-estar, dores musculares, dor nasarticulações, febre, arrepios, dor de cabeça ou náuseas. Tal como nas outras duas vacinas, se tiver febre pode tomar paracetamol, enquanto “se apresentar dor, calor ou hematoma no local de injeção, pode aplicar gelo várias vezes ao dia, por curtos períodos, evitando o contacto direto com a pele”.

Ao mesmo tempo, as autoridades de saúde aconselham a que se sentir um “mal-estar persistente”, como dores de cabeça frequentes ou dores no corpo fortes”, num prazo superior a três dias ou pontos vermelhos ou manchas na pele fora do local de injeção deve consultar “de imediato o seu médico”.

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Nicolau Santos escolhido para presidente da RTP

  • ECO e Lusa
  • 26 Março 2021

O jornalista Nicolau Santos e o atual administrador da RTP, Hugo Figueiredo, são os nomes escolhidos para integrar o novo Conselho de Administração da RTP.

O atual presidente da Lusa, Nicolau Santos, e o administrador da RTP, Hugo Figueiredo, foram convidados pelo Conselho Geral Independente (CGI) da RTP para apresentarem um projeto estratégico para os próximos três anos e integrarem o novo Conselho de Administração da RTP.

“Terminado o procedimento, o CGI entendeu, por decisão unânime, dirigir à equipa constituída por Nicolau Fernando Ramos dos Santos e Hugo Graça Figueiredo um convite para, juntamente com um vogal responsável pela área financeira, a designar pelo CGI após parecer prévio e vinculativo do membro do Governo responsável pela área das finanças, apresentarem um Projeto Estratégico da empresa para os próximos três anos, com vista a futura indigitação como membros do Conselho de Administração da RTP”, lê-se no comunicado.

“Na escolha da equipa Nicolau Santos e Hugo Figueiredo, o CGI teve em consideração, muito em particular, a considerável experiência de ambos os membros em áreas da comunicação social, e a relevância da sua capacidade de gestão e de liderança, aliada a uma sólida cultura de serviço público”, justifica o CGI.

O órgão “ponderou igualmente o interesse das propostas apresentadas pela equipa em matéria de valorização, capacitação e rejuvenescimento dos recursos humanos da empresa, num contexto de cultura de mérito; considerou as ideias apresentadas em termos de inovação e desenvolvimento tecnológico, em especial das necessidades de transformação digital da RTP; registou a disponibilidade da equipa para mobilizar a RTP com vista a reforçar a promoção da literacia mediática, dando especial atenção à formação crítica das gerações mais jovens”.

O Conselho Geral Independente “valorizou igualmente as propostas adiantadas para uma gestão rigorosa da empresa, assente na sua sustentabilidade financeira“, acrescenta.

O CGI, “nesta escolha difícil, face à qualidade das pessoas interessadas, tem fundada esperança em que o Conselho de Administração leve a cabo, de forma serena, mas efetiva, as mudanças necessárias para que a RTP possa, mantendo-se na vanguarda do novo ecossistema mediático, cumprir integralmente a sua missão de serviço público, enquanto instituição de cidadania democrática”.

Nicolau Santos, que é presidente cessante da Lusa, onde entrou em 2018, irá liderar a nova administração da RTP, sucedendo a Gonçalo Reis, que estava à frente da empresa desde 2015 (dois mandatos).

Hugo Figueiredo, que é administrador da RTP com o pelouro dos conteúdos desde 2018, foi administrador e presidente da direção do jornal Público, é engenheiro civil pelo Instituto Superior Técnico (IST) e tem um MBA pela Universidade Nova de Lisboa.

Liderou projetos nas áreas do digital, conteúdos, marketing e parcerias estratégicas, foi administrador da Rádio Nova e desempenhou funções na direção das operadoras NOS e Optimus.

No comunicado, o CGI “saúda a diversidade e a qualidade das pessoas e das equipas interessadas, bem como a riqueza estimulante das versões preliminares de projetos estratégicos apresentadas“.

O órgão, presidido por José Carlos Vieira de Andrade, que tem entre as suas funções a escolha dos membros do Conselho de Administração da RTP, recorda que “decidiu, numa primeira fase, promover, mediante anúncio público, a apresentação de manifestações de interesse, em conjunto, por parte de candidatos a presidente e vogal do órgão”.

Além do currículo, os candidatos tiveram de juntar uma versão preliminar de um projeto estratégico para a RTP para o triénio 2021-2023.

“Essas manifestações de interesse foram procuradas ou recebidas pela Boyden, escolhida pelo CGI como empresa especializada em recursos humanos, a qual, neste particular, assessorou o CGI e lhe apresentou um relatório de análise de cada um dos currículos dos interessados e das aptidões das equipas em matéria de gestão”, salienta o órgão.

O CGI “avaliou os perfis dos interessados e a sua complementaridade, analisou e ponderou, designadamente à luz das Linhas de Orientação Estratégica, as versões preliminares dos projetos estratégicos apresentados” e, numa fase final, “selecionou e realizou entrevistas com algumas das equipas”.

Pelo menos 12 duplas tinham apresentado candidaturas à administração da RTP.

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Tribunal Constitucional alemão bloqueia legislação para UE emitir dívida

A lei necessária para que a emissão de dívida comum europeia possa avançar foi colocada em pausa pelo Tribunal Constitucional alemão.

O Tribunal Constitucional alemão bloqueou temporariamente a assinatura, por parte do presidente alemão, da legislação que foi aprovada, pelo Parlamento do país, para aumentar os recursos próprios da União Europeia. Esta é uma lei necessária para que a emissão de dívida comum europeia possa avançar.

A notícia foi avançada através de uma nota no site do próprio Tribunal Constitucional Federal, referindo que “por despacho publicado” esta sexta-feira, a legislação “relativa ao sistema de recursos próprios da União Europeia” não pode “ser executada pelo Presidente Federal até que o Tribunal Constitucional Federal se pronuncie sobre o pedido de uma injunção temporária”.

Foi, assim, colocada uma “ordem de suspensão” temporária à assinatura desta lei por Frank-Walter Steinmeier, o presidente alemão. Essa assinatura é necessária para que o fundo de recuperação europeu, para ajudar a combater os prejuízos económicos da Covid-19, possa ser colocado em andamento no final deste ano.

A posição do Tribunal Constitucional é conhecido um dia depois dos deputados nacionais terem aprovado a legislação no Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento. Com 478 votos favoráveis, 95 votas contra e 72 abstenções, o aumento dos recursos próprios do bloco europeu foi assim aprovado pelo Parlamento, com vista à emissão de 750 mil milhões de euros de dívida comum em nome da União Europeia, de forma a apoiar os vários Estados-membros.

Também esta sexta-feira, foi a vez do Bundesrat, a Câmara Alta do Parlamento, aprovar a referida legislação. Ficou, assim, ratificado o plano de recuperação pós-pandemia do bloco europeu.

(Notícia atualizada às 16h06 com mais informação)

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Bloqueio do Canal do Suez retém bens avaliados em 9,6 mil milhões de dólares diários

  • Lusa
  • 26 Março 2021

Pelo menos 237 navios, incluindo 24 petroleiros e 41 porta-contentores, continuam a aguardar a possibilidade de cruzar o Canal do Suez, depois de um porta-contentores ter encalhado há três dias.

O bloqueio do Canal do Suez (Egito) por um porta-contentores encalhado há três dias está a provocar uma retenção de mercadorias avaliada em 9.600 milhões de dólares diários (8.100 milhões de euros), informou esta sexta-feira a Lloyd’s List.

Esta publicação especializada, fundada em Londres em 1734, calcula que o tráfego até ao ocidente através deste Canal tem um valor diário de 5.100 milhões de dólares (4.322 milhões de euros) enquanto em direção a oriente está avaliado em 4.500 milhões de dólares (3.800 milhões de euros).

Pelo menos 237 navios, incluindo 24 petroleiros e 41 porta-contentores, continuam a aguardar a possibilidade de cruzar o Canal, por onde circula mais de 10% do comércio marítimo mundial e 25% dos contentores, indicou a Lloyd’s List.

O presidente da Autoridade do Canal do Suez, Osama Rabie, anunciou esta sexta-feira que os trabalhos para retirar a areia da proa do porta-contentores Ever Given”, encalhado desde a passada terça-feira numa das margens após uma tempestade de areia, estão concluídos em 87%, após a retirada de cerca de 17.000 metros cúbicos de areia.

O porta-contentores da companhia taiwanesa Evergreen e com bandeira panamiana mede 400 metros de comprimentos e tem uma capacidade para 224.000 toneladas de carga.

A Autoridade, que na quinta-feira suspendeu temporariamente a navegação por via marítima, está a contar com o apoio da empresa japonesa Shoei Kisen, proprietária do barco, e da multinacional Bernhard Schulte Shipmanagement, gestora da mercadoria.

A autoridade gestora também informou que recebeu uma oferta dos Estados Unidos para ajudar nos trabalhos, apesar de os analistas preverem que as obras poderão prolongar-se por semanas.

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CPLP aprova proposta de livre circulação de pessoas na lusofonia

  • Lusa
  • 26 Março 2021

A proposta de mobilidade na CPLP, que será agora apreciada na cimeira de Luanda, vai tornar possível “transformar uma comunidade de países numa comunidade de pessoas".

O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovou esta sexta-feira, em reunião extraordinária presidida por Cabo Verde, a proposta de livre circulação de pessoas no espaço lusófono, para ser levada à cimeira de Luanda.

“Chegámos a uma solução de geometria variável, que permite a todos os Estados-membros as melhores soluções no quadro da mobilidade”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde, país que detém a presidência rotativa da comunidade, Rui Figueiredo Soares.

O governante presidiu, a partir da Praia, a esta 15.ª reunião extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP (que junta os ministros dos Negócios Estrangeiros ou das Relações Exteriores dos Estados-membros), realizada em formato de videoconferência, devido à pandemia de covid-19.

Com a aprovação deste projeto de acordo sobre a mobilidade na CPLP, disse, será possível “transformar uma comunidade de países numa comunidade de pessoas na qual os cidadãos se possam sentir integrados”.

O chefe da diplomacia cabo-verdiano admitiu que este “não foi um consenso fácil” e que não era possível “fazer um acordo que fosse único para todos os países”, pelo que a solução passa por entendimento com “vários níveis de mobilidade” e com “diferentes velocidades”.

Trata-se de uma convenção geral que depois de ratificada na próxima cimeira ainda carecerá de regulamentação própria de cada país, em função dos quadros legais dos vários Estados, das suas “disposições constitucionais” e das exigências ou limitações dos espaços territoriais em que cada um está integrado, precisou Rui Figueiredo Soares.

“Nós não podemos fazer aqui um prognóstico geral quanto à data em que cada um dos Estados-membros sejam cumpridas as formalidades e o acordo possa entrar em vigor”, acrescentou o ministro cabo-verdiano, recordando que os parlamentos de cada país ainda terão se chamados a ratificar o acordo, após aprovado pelos chefes de Estado e do Governo da CPLP.

No entanto, admitiu que no caso de Cabo Verde será possível aprovar o acordo em definitivo em outubro, logo após as férias parlamentares de agosto e setembro.

Na sessão pública de abertura desta reunião, o secretário-executivo da organização, o embaixador português Francisco Ribeiro Telles, sublinhou que a esperada aprovação do acordo representa “um virar de página na CPLP”.

“E o ponto em que nos encontrámos neste processo negocial, que culminará em Luanda, é uma garantia de que aprovaremos um texto ambicioso, inovador, exequível, que permitirá concretizar o desígnio da mobilidade que já vem desde os acordos de Brasília, de 2002”, destacou.

A aprovação do acordo representa também o ponto alto da liderança da CPLP por Cabo Verde – que foi prolongada por um ano devido às limitações em 2020 com a pandemia de covid-19 -, e o documento terá ainda ser ratificado na 13.ª Conferência de Chefes de Estado e do Governo, prevista para julho, em Luanda, que vai marcar a transição da presidência da organização para Angola.

Este acordo penso que é o mais valioso legado que a excelente presidência cabo-verdiana deixará à CPLP”, assumiu Francisco Ribeiro Telles.

Também o primeiro-ministro português, António Costa, reagiu a este novo acordo, através de duas publicações na sua conta no Twitter, dizendo que a CPLP entra agora “numa nova fase da sua história”. Fala, assim, de “um projeto que será um marco, dado o seu impacto prático nas vidas” dos cidadãos da CPLP.

A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

(Notícia atualizada às 19h59 com a reação de António Costa)

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Pluricosmética: E-commerce “é mais uma aposta segura”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 26 Março 2021

A Pluricosmética foi E-Commerce do Ano em Higiene e Cosmética, com duas distinções de ouro e uma de prata na edição do Portugal E-Commerce Awards do ano passado.

Criada em 2001, a Pluricosmética é uma empresa que comercializa produtos de beleza e cosmética profissional, apostando nos preços baixos e no atendimento personalizado, tendo iniciado o seu e-commerce em 2013. Na edição de 2020 do Portugal E-Commerce Awards, uma iniciativa do Lisbon Awards Group, em parceria com o ECO, que visa distinguir os melhores projetos de e-commerce no país, foi E-Commerce do Ano em Higiene e Cosmética, tendo recebido o ouro nas categorias Melhor Chat e Melhor ‘Explicação’ dos Artigos à Venda, e a prata em Maior Variedade de Artigos.

Tiago Paraty, responsável de marketing & comunicação da Pluricosmética, explica a aposta que a empresa tem feito no comércio eletrónico e a sua perspetiva da evolução desta área em Portugal, em particular no setor da cosmética.

Quais foram as vantagens proporcionadas com a participação no Portugal E-Commerce Awards?

Não queria deixar de ressalvar a importância de iniciativas como o Portugal E-Commerce Awards para o tecido empresarial português. É importante que este tipo de projetos existam para fomentar a confiança dos consumidores nos esforços digitais das marcas e, por outro lado, para impulsionar e motivar estas a melhorarem continuamente e se adaptarem às melhores práticas do mercado.

Acreditamos que esta participação reforçou a consistência da nossa aposta num atendimento personalizado que permite ao consumidor tomar uma decisão de compra personalizada e informada.

Quais as tendências que apontam nesta área para o futuro?

Considerando que o confinamento de março do ano passado acabou por acelerar a familiarização com as compras online, uma vez que os consumidores apenas podiam recorrer a estes serviços para colmatar as suas necessidades, penso que o próximo passo será a exigência logística com as encomendas. Este processo de gestão de expectativas deve ser o mais transparente, rápido e eficaz possível de modo a garantir que o cliente se sinta acompanhado e fique satisfeito com o serviço prestado.

Numa perspetiva mais específica do setor da cosmética e beleza, acreditamos que irá haver um grande interesse com a experimentação digital. Devido à pandemia, a utilização de testers não é permitida e, muitas vezes, estas ferramentas eram o fator decisivo na escolha de determinado produto. Assim sendo, o desenvolvimento de plataformas para simular o efeito dos produtos pode ser crucial na tomada de decisão de compra.

Qual o futuro do e-commerce na sua marca: uma alternativa ou o caminho a seguir?

O nosso e-commerce surgiu em 2013 como resposta à procura crescente por comodidade e inovação e, neste momento, acreditamos que é mais uma aposta segura ao nosso dispor para além das 76 lojas físicas.

Não temos dúvidas que estes dois canais se beneficiam mutuamente. É comum termos clientes que se informam no site para comprar em loja, como também é frequente o inverso. No final de contas, existe uma complementaridade que eleva os nossos esforços omnicanal.

Quais eram as vossas expectativas quando se candidataram ao Portugal E-Commerce Awards?

Quando nos candidatamos, tínhamos dois objetivos: por um lado queríamos perceber como nos comparávamos a outras empresas de referência em Portugal, e, por outro, validar o investimento e tempo despendido em transportar a experiência de compra informada, personalizada e diferenciada que caracteriza as nossas lojas físicas para um ambiente digital.

Sabíamos que estávamos num bom caminho, mas não deixa de ser importante o reconhecimento deste trabalho, iniciado em 2013.

E-commerce em 2015 e agora em 2021 – como consideram este crescimento e evolução?

É natural que exista um crescimento devido à habituação às novas tecnologias e a várias melhorias logísticas, nomeadamente ao nível de canais de distribuição. A crescente procura por comodidade e rapidez também impacta positivamente esta evolução.

Para além destes fatores, os hábitos de consumo e cuidado próprio também se alteraram e o self-care ocupa, agora, um lugar especial na rotina diária de cada pessoa e nós sentimos isso no crescimento do nosso negócio.

Como é que a pandemia e o confinamento alteraram as vossas rotinas?

Obviamente que existiram alterações na rotina da empresa, nomeadamente ao nível do teletrabalho. De qualquer forma, rapidamente equipámos o nosso armazém e as nossas lojas para garantir a segurança dos colaboradores e clientes, seguindo as indicações das autoridades competentes.

Qual foi a característica funcional ou política de e-commerce que deu origem ao vosso prémio no Portugal E-Commerce Awards?

Sem dúvida o atendimento personalizado e a experiência do consumidor. Estas duas características são fundamentais no ramo dos cosméticos e beleza, uma vez que os clientes procuram produtos que correspondam às suas características ou necessidades individuais.

Neste sentido, o trabalho das nossas conselheiras de beleza responsáveis pelo atendimento na loja online, e do nosso Centro de Formação Profissional, o Instituto Pluri, tem sido fundamental para garantir uma elevada qualidade no chat e nas descrições de produtos, respetivamente.

Com o grande crescimento de e-commerce nos últimos tempos, como é que se conseguem distinguir da concorrência?

Mais do que tudo, mantendo-nos fiéis aos pilares que têm sustentado o crescimento da Pluricosmética desde a sua criação: o atendimento personalizado, a confiança em produtos profissionais e a distribuição exclusiva de marcas inovadoras em Portugal.

Quais são os maiores desafios para quem trabalha na área do e-commerce?

Tendo em conta a situação pandémica atual, sem dúvida a capacidade de adaptação e resposta. Neste momento, o planeamento tem de ser definido para um período mais curto e a flexibilidade dos esforços superior.

Manter a par de todas as novidades também pode ser um desafio, no entanto, é importante experimentar os próprios serviços, assim como os serviços de outras marcas de vários setores, numa perspetiva de consumidor para identificar oportunidades de melhoria.

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Repsol submeteu 30 projetos ao Next Generation da UE no valor de 5,9 mil milhões

O portfólio inclui oito projetos de hidrogénio renovável, nove de economia circular, quatro de geração renovável e armazenamento, oito de energia distribuída e mobilidade elétrica.

O chairman da Repsol, Antonio Brufau, anunciou esta sexta-feira, na assembleia-geral de acionistas em Madrid que no âmbito das convocatórias de manifestações de interesse levadas a cabo pelo Governo espanhol a petrolífera tem 30 projetos candidatos aos fundos europeus Next Generation, com um investimento total associado de 5.959 milhões de euros, que “combinam tecnologia, descarbonização, economia circular, criação de emprego de qualidade e equilíbrio territorial”.

Este portefólio de iniciativas propostas pela Repsol inclui oito projetos de hidrogénio renovável, nove de economia circular, quatro de geração renovável e armazenamento, oito de energia distribuída e mobilidade elétrica, e um que incide na infraestrutura e transformação digital.

Para o responsável, a eletrificação e as renováveis serão as grandes protagonistas do futuro e “aí estaremos com 15 GW de potência instalada em 2030”, mas também serão imprescindíveis os biocombustíveis, os combustíveis sintéticos, o hidrogénio e a captura de armazenamento de CO2, tal como estabelecem as instituições internacionais de referência.

Estas mesmas organizações consideram que os combustíveis líquidos são também necessários para descarbonizar setores onde a eletrificação não é possível, pelo que a “Repsol assume plenamente a necessidade de evoluir para combustíveis cujo ciclo de vida tenha emissões líquidas nulas de CO2”.

“Isso dá sentido à transformação dos nossos complexos industriais para que se tornem em centros de economia circular e continuem a criar e manter empregos de qualidade com um efeito de equilíbrio territorial”, acrescentou.

“É um facto que os combustíveis líquidos e liquefeitos vão continuar a ser a melhor solução para a mobilidade durante décadas. Os hidrocarbonetos e as atividades de exploração e produção, de refinação e petroquímica, sob rigorosas premissas de descarbonização, vão continuar a ser parte da solução para proporcionar os níveis de prosperidade reclamados pela sociedade”, explicou ainda.

Por fim, Brufau ratificou o objetivo da Repsol de alcançar as zero emissões líquidas em 2050. “O compromisso com os nossos acionistas, colaboradores e clientes, com os cidadãos e a sociedade da qual fazemos parte, não é outro senão continuar a avançar com o nosso projeto estratégico de uma transição energética ordenada, onde os hidrocarbonetos, a economia circular, as energias renováveis e o hidrogénio têm o seu papel e as suas oportunidades”.

Na sua intervenção perante os acionistas, o presidente executivo da Repsol, Josu Jon Imaz, lembrou os marcos de 2020, ano em que a Repsol apresentou o seu Plano Estratégico para os próximos anos, que contempla um investimento total de 18.300 milhões de euros no período 2021-2025, dos quais cerca de 30% serão destinados a projetos baixos em carbono.

“A combinação de diferentes tipos de energia tornará possível alcançar o objetivo de zero emissões líquidas de forma mais eficiente, rápida e com o menor custo possível para o cidadão”, assegurou Josu Jon Imaz.

Destacam-se os projetos industriais de descarbonização através do hidrogénio e os combustíveis sintéticos que serão instalados em Bilbao; a primeira unidade de biocombustíveis avançados de Espanha, que será situada em Cartagena; o desenvolvimento de ativos renováveis na Península Ibérica e a expansão internacional deste negócio, com a criação de uma joint venture no Chile.

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Expectativas de recuperação económica dão gás a Wall Street

Investidores apostam nas cotadas da banca e da energia em Wall Street, com recuperação económica à vista.

Wall Street arranca a última sessão da semana a prolongar ganhos, com as expectativas de um crescimento rápido da economia norte-americana já este ano, após a recuperação da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Os investidores estão a apostar nas cotadas do setor da energia e da banca, que impulsionam o desempenho das bolsas.

Dados económicos animadores, nomeadamente uma queda nos pedidos de subsídio de desemprego e uma revisão em alta do crescimento económico no último trimestre do ano passado, e declarações do presidente da Reserva Federal norte-americana a apontar para uma recuperação económica rápida animam os investidores em Wall Street.

O industrial Dow Jones subiu 0,19%, na abertura para os 32.681,07 pontos, e o financeiro S&P 500 avançou 0,19%, para 3.917,12 pontos. O tecnológico Nasdaq ganhou 0,14%, para os 12.996,026 pontos.

Em destaque estão as cotadas da energia e da banca. O Bank of America avança 2,07% para os 38,44 dólares, o JPMorgan sobe 1,27% para os 154,49 dólares e o Citigroup ganha 1,54% para os 72,83 dólares.

Já a Nike recupera de perdas recentes, devido a controvérsias na China, com a reavaliação das ações por parte do banco de investimentos Baird. Os títulos da fabricante de artigos desportivos avançam 3,35% para os 132,97 dólares.

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