Ex-administradores do Montepio pedem absolvição e que Tribunal pondere destino do “último grande banco português”

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

Alexandre Mota Pinto afirmou que o supervisor nunca alertou o banco para as eventuais ilegalidades com que construiu os processos, sendo muito crítico de toda a atuação do Banco de Portugal.

O mandatário dos ex-administradores do Montepio, condenados a coimas de 2,8 milhões de euros, pediu esta terça-feira a absolvição e que o Tribunal pondere o efeito da sua decisão sobre “o último grande banco português que resiste à invasão estrangeira”.

Nas alegações finais do julgamento, iniciado no final de outubro de 2020 no Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, Alexandre Mota Pinto procurou desmontar durante cerca de cinco horas todos os pontos das decisões do Banco de Portugal (BdP) na origem dos pedidos de impugnação das coimas aplicadas, em dois processos apensos, um de fevereiro de 2019 e outro de fevereiro de 2020, à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), ao seu ex-presidente António Tomás Correia e a ex-administradores.

Mota Pinto pediu à juíza Mariana Machado para, no momento da decisão, “ver a floresta e não a árvore”, olhando ao contexto em que surgiram estes processos, traçado no depoimento prestado por Tomás Correia, em que num “diagnóstico notável” da situação da banca nacional, deixou clara a “prevalência de interesses estrangeiros” e da “influência de abutres” em tudo o que se passou na crise iniciada em 2007-2008.

Sublinhando que a CEMG “é o último grande banco português que resiste à invasão estrangeira”, o advogado questionou se não será vontade do Banco Central Europeu que assim não seja.

“Vai o Tribunal participar nisso?”, questionou, alertando para os efeitos de uma condenação de milhões de euros, tanto em mais uma eventual “corrida aos depósitos”, dando de “mão beijada” o banco a “interesses estrangeiros”, como por passar a ideia de que, também no Montepio, houve “um bando de malfeitores bancários”, alimentando os discursos que levam o povo a fazer “escolhas arriscadas” para a democracia.

Muito crítico de toda a atuação do BdP, que fez sempre questão de denominar como “Entidade Administrativa”, Alexandre Mota Pinto afirmou que o supervisor nunca alertou o banco para as eventuais ilegalidades com que construiu os processos, sublinhando que houve sempre um esforço para corrigir as desconformidades que iam sendo apontadas, com referência de “aspetos a melhorar”.

Mota Pinto realçou o percurso e o perfil “inatacável” das pessoas visadas no processo, reafirmando a convicção declarada por Tomás Correia no seu depoimento de que o processo surgiu porque este “ousou defrontar a estratégia” do BdP para separar a Caixa Económica da Associação Mutualista, pondo em causa a génese do banco, criado para servir os fins sociais da associação.

Citando um dos depoimentos, afirmou que o supervisor “lançou o míssil balístico” a Tomás Correia e os outros “foram apanhados pelos estilhaços”.

O mandatário, que representa os recorrentes Tomás Correia, Almeida Serra, Álvaro Dâmaso, Eduardo Farinha, Jorge Barros Luís, Fernando Magalhães e Pedro Ribeiro (as infrações imputadas a Rui Amaral foram consideradas prescritas no início do julgamento), insistiu, nomeadamente, na utilização “abusiva” da infração permanente.

No seu entendimento, as infrações imputadas a Almeida Serra, Álvaro Dâmaso e Eduardo Farinha prescreveram em 17 de setembro de 2020, já que, ao ser classificado de “urgente”, o processo não beneficia das “suspensões covidianas”.

Mota Pinto insistiu ainda na questão da violação do direito de defesa, que esteve na origem de uma primeira sentença do TCRS, de setembro de 2019, que anulou a decisão administrativa e que o advogado considera ter transitado em julgado, questão alvo de recurso.

Salientando que tomou conta de um processo com 303 ‘dossiers’ sem qualquer índice remissivo (só elaborado depois da sentença de setembro de 2019) e com “milhares de ficheiros” sem saber “para que servem”, o advogado apontou ainda questões como a existência de imputações sem indicação da norma concreta alegadamente violada.

O julgamento no TCRS incide sobre os pedidos de impugnação da decisão do BdP de fevereiro de 2019, sobre alegadas violações das regras de controlo interno e incumprimento nos deveres de implementação de controlo interno, referentes à concessão de crédito por parte da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), entidade a que foi aplicada uma coima de 2,5 milhões de euros, sendo Tomás Correia condenado ao pagamento de 1,25 milhões de euros, Almeida Serra a 400.000 euros, Eduardo Farinha 300.000, Álvaro Dâmaso 140.000, Barros Luís 75.000, Fernando Magalhães 32.000 e Pedro Ribeiro 17.500.

Para estes dois, o Ministério Público pediu, na segunda-feira, nas suas alegações, que seja aplicada apenas uma “admoestação”, defendendo Mota Pinto que não devem sofrer qualquer condenação.

A este processo foi apenso o que resultou da decisão do BdP de fevereiro de 2020, por alegadas irregularidades nos mecanismos de prevenção de branqueamento de capitais ocorridas em 2015, que originaram uma coima de 400.000 euros ao Banco Montepio e de 150.000 euros a Tomás Correia e, de igual valor, ao ex-administrador que também teve responsabilidades na área do ‘compliance’, José Almeida Serra, das quais também recorreram.

Alexandre Mota Pinto considerou que, neste caso, a juíza Mariana Machado “não vai aplicar o direito, vai fazer história”, salientando que não é possível punir comportamentos que são anteriores às normas que os penalizam (datadas de 2013).

Neste caso, a procuradora do Ministério Público, Edite Carvalho, defendeu a “absolvição total” de Tomás Correia e “uma mera admoestação” a Almeida Serra, tendo Mota Pinto salientado que o único erro deste foi não ter demitido o diretor de prevenção de branqueamento Rui Quental, que havia transitado do Finibanco, já que são vários os documentos que provam os seus esforços para o “cumprimento estrito da lei” e as garantias daquele de que estavam a ser feitas diligências nesse sentido.

Nas suas alegações, a procuradora considerou, em relação ao primeiro processo, provado que da ação dos administradores poderá ter resultado “dolo eventual”, mas pediu a “absolvição parcial” de todos os arguidos, uma “redução das coimas” aplicadas a cada um e a “suspensão da execução de metade das coimas” que vierem a ser decididas pelo tribunal.

O mandatário do BdP, Henrique Salinas, alegou que o tribunal “deverá manter a condenação” de todos os arguidos, que contribuíram “causal e dolosamente” nos processos de concessão de crédito, “sabendo que os mecanismos de monitorização de risco não foram suficientes nem eficazes”, bem como quanto aos mecanismos de prevenção de branqueamento de capitais.

Já o mandatário do Montepio, Nuno Casanova, que também proferiu alegações na segunda-feira, apontou hoje “erros graves” ao processo, considerando que a condenação assenta numa visão redutora da análise de risco.

A leitura da sentença ficou marcada para o próximo dia 5 de fevereiro, admitindo Mariana Machado poder ter de alterar a data, dada a complexidade do processo e o facto de não lhe ter sido concedida exclusividade, tendo marcado para quinta-feira o início do julgamento das impugnações da auditora KPMG às coimas aplicadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

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Ministro da Educação defende manutenção do ensino presencial nas escolas durante confinamento

  • ECO
  • 12 Janeiro 2021

Tiago Brandão Rodrigues defende que o “custo do encerramento das escolas é bem superior ao risco que possa existir”.

Para a nova vaga de confinamento, que se deve iniciar na próxima quinta-feira, Tiago Brandão Rodrigues defendeu a atividade letiva em regime presencial.

O ministro da Educação, durante a audição esta terça-feira no Parlamento, salientou que o “custo do encerramento das escolas é bem superior ao risco que possa existir”, depois de ter já destacado como os estabelecimentos de ensino mostraram, durante o primeiro período deste ano letivo, “ser um espaço de confiança e segurança”.

Além do mais, Tiago Brandão Rodrigues anunciou ainda a aquisição, por parte do seu Ministério, de mais 75 mil computadores, os quais deverão ser distribuídos pelos alunos que fazem parte do programa “Escola Digital”.

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Pós-Brexit: Cartão Europeu de Seguro Doença continua válido no Reino Unido

  • ECO Seguros
  • 12 Janeiro 2021

O governo britânico lançou um novo cartão de saúde internacional (Global Health Insurance Card) para que os residentes no Reino Unido possam substituir o cartão europeu de seguro doença.

 

O Governo britânico criou um novo “Cartão Global de Seguro de Saúde” para os residentes no país como parte do acordo Reino Unido-UE, aplicável às relações para o período pós-Brexit. Por força da reciprocidade, princípio fundamental do Direito Internacional Público, o Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD) instituído na UE mantém-se válido em território britânico, sendo aceite pelo sistema de saúde local (National Health Service).

Para os residentes no Reino Unido, o novo Global Health Insurance Card (GHIC) irá substituir gradualmente os CESD existentes, os quais se mantêm válidos no espaço europeu até à data de expiração, pelo que só será preciso requerer o novo GHIC quando o CESD de que são portadores perder a validade.

O reconhecimento mútuo do GHIC e do CESD ficou assegurado ao abrigo do novo acordo britânico com a UE, refere informação do ministério da Saúde do Reino Unido.

Citado no comunicado do Governo (departamento da Saúde e Segurança Social), o ministro adjunto da Saúde, Edward Argar, afirma: “O acordo com a UE garante aos nossos cidadãos o direito de acesso aos cuidados de saúde necessários nas suas férias e viagens para países da UE continuará. O GHIC é um elemento chave da futura relação do Reino Unido com a UE e proporcionará certeza e segurança a todos os residentes no Reino Unido”.

Em resultado do entendimento diplomático, os residentes do Reino Unido mantêm direito a cuidados de saúde de emergência e medicamente necessários quando viajarem na União Europeia (em férias, estudos ou em deslocação de negócios), incluindo-se o tratamento medicamente necessário para uma condição preexistente ou crónica.

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Turismo de Portugal lança nova linha de apoio de 300 milhões

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

O Turismo de Portugal explicou esta terça-feira que a linha de apoio à qualificação “se destina a apoiar o esforço de investimento das empresas do turismo".

O Turismo de Portugal (TP) lançou uma nova linha de apoio à qualificação da oferta, com uma dotação de 300 milhões de euros, depois de esta segunda-feira ter sido publicado um apoio à tesouraria de 100 milhões de euros.

Em comunicado, o TP explicou que a linha de apoio à qualificação “se destina a apoiar o esforço de investimento das empresas do turismo, em particular no que diz respeito à requalificação dos respetivos empreendimentos e estabelecimentos, tendo em vista adaptar e preparar a oferta turística, perspetivando o processo de recuperação do setor”.

Na mesma nota, a entidade deu conta de que este instrumento “se dirige a todas as empresas do turismo” e tem “o foco no desenvolvimento de projetos sustentáveis e inclusivos”, reforçando “a intensidade de auxílio, através do aumento da componente de fundo perdido a que as empresas podem aceder, a título de prémio de desempenho”.

A linha de apoio conta com uma “parceria entre o Turismo de Portugal e 12 instituições de crédito (Abanca, Bankinter, BPI, BPG, CCAM, CGD, Eurobic, Millennium BCP, Montepio, Novo Banco, Novo Banco dos Açores e Santander), nos termos da qual o financiamento a conceder é partilhado entre o instituto e uma daquelas instituições de crédito”, de acordo com a mesma nota.

No que se refere à parte do financiamento do Turismo de Portugal, “até 30% da mesma pode ser convertida em fundo perdido, em função da dimensão da empresa”, informou.

A entidade deu ainda conta que “os dados registados até hoje pelas linhas que a antecederam confirmam a pertinência, oportunidade e adequação da mesma”, com a aprovação de 342 candidaturas, um investimento associado de 534 milhões de euros e um financiamento de 280 milhões de euros.

A linha de apoio à tesouraria para micro e pequenas empresas do Turismo de Portugal foi reforçada em 100 milhões de euros, segundo um despacho publicado em Diário da República esta segunda-feira.

Em causa estão alterações que “dizem respeito ao reforço do orçamento para 100 milhões de euros, ao alargamento da aplicação do mecanismo de conversão de 20% do financiamento a fundo perdido a todas as candidaturas, assim como à introdução da possibilidade de empresas que não se encontrem em atividade efetiva acederem à linha de apoio, desde que estejam impossibilitadas de a exercer em virtude de determinações administrativas de não abertura”.

Além disso, estabelece o despacho, alarga-se “a possibilidade de acesso a este instrumento de apoio às pequenas empresas, também fortemente afetadas pelos efeitos económicos da atual crise sanitária, procedendo-se aos ajustamentos que se afiguram pertinentes para o efeito, nomeadamente quanto ao montante máximo do apoio, uma vez que o mesmo é calculado em função dos postos de trabalho, e à data referência para verificação da obrigação de manutenção do emprego, uma vez que só agora tais empresas têm acesso à presente linha de crédito”.

A linha de Apoio à Tesouraria para Micro e Pequenas Empresas do Turismo, gerida pelo TP “e criada como mecanismo de apoio à tesouraria das empresas do turismo no contexto da pandemia de Covid-19, já apoiou mais de 7.300 empresas, com um financiamento aprovado de cerca de 57 milhões de euros”, revelou esta terça-feira a entidade.

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Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 em “negociações avançadas”

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

A realização da prova "vai depender de dois fatores", que são a vontade do Governo e a possibilidade da presença de público, refere o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.

O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Ni Amorim, admitiu esta terça-feira que “há negociações avançadas para haver Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 a 2 de maio“.

Em declarações à agência Lusa, o responsável máximo do automobilismo em Portugal ressalvou, no entanto, que a realização da prova “vai depender de dois fatores”, a vontade do Governo e a possibilidade da presença de público.

“Haver público, pois só faz sentido com público nas bancadas, e se o Estado português quiser”, frisou Ni Amorim.

Ao contrário do que aconteceu em 2020, ano em que Portugal entrou no calendário do Mundial por convite do organizador, devido ao cancelamento de diversos eventos em todo o mundo por causa da pandemia de Covid-19, em 2021 será necessário pagar uma taxa de inscrição, cujo valor Ni Amorim não quis especificar.

“É preciso pagar, sim. A F1 não se mexe de borla. O Grande Prémio [de Portugal de 2020] deu um retorno extraordinário e os dados já estão na posse do Governo. Mas entendemos que neste momento há outras prioridades e ainda não foi possível discutir o assunto”, explicou à Lusa.

Além disso, o dirigente sustentou que “os acordos são confidenciais”, pelo que optou por “não fazer comentários”.

Frisando que os responsáveis do Autódromo Internacional do Algarve (AIA) estão “em contacto diário com o promotor [do campeonato]”, mostra-se “otimista” quanto à possibilidade de a Fórmula 1 regressar a Portugal pela 18.ª vez, a segunda consecutiva a Portimão.

Neste momento, a pasta está entregue ao “Turismo, Desporto, autarquia de Portimão, AIA, FPAK e IPDJ”.

Ni Amorim disse esperar uma decisão “até final de fevereiro”, pois “para montar um GP desta envergadura é preciso tempo”, acrescentando que “falta o Governo estudar os números que lhe chegaram e a Direção-Geral da Saúde (DGS) aprovar um plano” para o evento, que teria de se realizar a 2 de maio.

O sítio oficial da Fórmula 1 na Internet iniciou esta terça-feira um processo de pré-venda de bilhetes para o Grande Prémio de Portugal, sem confirmar a prova, no mesmo dia em que a organização do Mundial reviu o calendário.

O campeonato, que vai arrancar uma semana depois do previsto, no Bahrain, a 28 de março, deixa em aberto a data da terceira corrida do ano, a 2 de maio, sendo que a página oficial na Internet, na secção destinada à venda de bilhetes, aceita registos de interesse em bilhetes para o Grande Prémio de Portugal de 2021, ressalvando que está sujeito a confirmação.

O calendário revisto e apresentado esta terça-feira pela Liberty Media, organizadora do Grande Circo, prevê um recorde de 23 provas, entre 28 de março e 12 de dezembro, quando vai ser disputada a corrida de Abu Dhabi.

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Mapfre vai distribuir produtos e serviços da Iberdrola

  • ECO Seguros
  • 12 Janeiro 2021

Os três mil escritórios de vendas da Mapfre em Espanha vão oferecer aos clientes produtos da empresa de energia Iberdrola, segundo acordo entre as empresas e que poderá estender-se a Portugal.

O acordo, assinado pelos diretores de vendas da Mapfre Iberia e da Iberdrola em Espanha, terá duração inicial de três anos e destina-se inicialmente a cobrir a Espanha, mas ambas as empresas não excluem a sua extensão a outros mercados onde ambos os grupos operam, como acontece em Portugal.

O acordo com a Iberdrola, uma empresa com a qual partilhamos muitos valores e filosofia empresarial, visa expandir as soluções que oferecemos aos nossos clientes e que os nossos escritórios diversifiquem a sua carteira de produtos para empresas e particulares, gerando novas oportunidades de desenvolvimento neste ambiente complexo”, diz Raúl Costilla, director geral de vendas e negócios da Mapfre Iberia, citado no portal Aseguranza.

Os produtos inicialmente incluídos no acordo são planos de eletricidade e gás para particulares e PME (pequenas e médias empresas), e serviços de valor acrescentado tais como a Proteção Elétrica Doméstica e o Pacote de Manutenção de Gás, embora a gama de produtos disponíveis possa ser expandida no futuro.

“Na Mapfre encontrámos o parceiro ideal com quem explorar novas oportunidades” que marcam o presente e o futuro da energia, “tais como soluções personalizadas e 100% renováveis para os nossos clientes. A capilaridade da sua rede e a referência que é no setor dos seguros reforçam os nossos pontos fortes no mercado da energia para empresas e particulares”, complementou Alfonso Calderón, diretor de vendas da Iberdrola em Espanha.

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Novo confinamento pode levar PIB a crescer apenas 1,3% este ano

O cenário severo previsto pelo Banco de Portugal há um mês encaixa na realidade que Portugal irá viver com um novo confinamento geral. A economia poderá recuperar apenas 1,3% em 2021.

Passou apenas um mês, mas o cenário severo das previsões do Banco de Portugal tornou-se drasticamente mais realista. Com o número de casos e os internamentos a subir significativamente, o Governo prepara um novo confinamento geral e a “normalidade” continua adiada. Esta descrição encaixa como uma luva na previsão feita pelo banco central no boletim económico de dezembro onde antecipava um cenário em que o PIB apenas recuperaria 1,3% em 2021 em vez do crescimento de 3,9% do cenário central.

No boletim económico, o Banco de Portugal detalhou o que teria de acontecer para os números do cenário severo tornarem-se mais realistas. “O cenário severo assume uma maior dificuldade em controlar o crescimento dos novos casos no final de 2020 e um aumento de novas infeções no primeiro trimestre de 2021″, explicava, acrescentando que “este contexto obriga a um reforço das medidas de contenção, incluindo a possibilidade de introdução de confinamentos mais rigorosos e prolongados“.

Ora, a situação vivida entre 14 de dezembro, dia em que o boletim foi divulgado, e esta quarta-feira, 13 de janeiro, corresponde a esta descrição. Portugal passou a ter entre 7 a 10 mil infetados por dia, aplicando uma pressão no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o aumento dos internamentos, que levou o Governo a decretar um confinamento generalizado “próximo” do de março e abril. As regras em específico só serão conhecidas esta quarta-feira, mas mesmo com exceções (dentistas, tribunais e escolas, por exemplo) o impacto económico deverá ser significativo.

Esta é a parte má da descrição do BdP que acaba por confirmar-se. Mas este cenário severo também pressupunha que “a solução médica eficaz surge na primeira metade de 2021, mas a sua implementação em larga escala é gradual”. E aí até houve uma boa notícia: na União Europeia, a autorização da vacina acabou por chegar antes, pouco dias depois de o boletim ser divulgado, e a vacinação já começou, mas as autoridades de saúde têm baixado as expectativas dos cidadãos uma vez que este será um processo longo que decorrerá ao longo de todo o ano.

Este cenário assumia também que a reação dos decisores de política mitiga os efeitos da crise”, isto é, que tanto a política monetária, através do Banco Central Europeu, como a política orçamental, entra em jogo novamente para compensar a perda de rendimentos. Sobre o Orçamento, o banco central assinalava que este cenário considera “um reforço e extensão das medidas de apoio implementadas e, na política monetária, a adoção de medidas que limitam a amplificação financeira da crise”. Falta saber se ainda haverá poder de fogo em ambas as políticas para fazer frente à crise pandémica.

No cenário severo, PIB chega a 2023 abaixo do nível de 2019

A má notícia é que se a recuperação de 2021 for fraca tal significará que a economia estará em maus lençóis por mais tempo e com uma capacidade de retoma menor. “No cenário severo, a necessidade de imposição de medidas adicionais de contenção e a redução da confiança dos agentes económicos têm um impacto negativo sobre a atividade económica“, sintetizava o Banco de Portugal, notando que “o mercado de trabalho é particularmente afetado”, com a taxa de desemprego a chegar aos 10% este ano, fruto das falências de empresas.

Este enquadramento implica uma recuperação do consumo privado, do investimento e das exportações mais lenta do que a antecipada no cenário base, em particular das exportações de turismo“, concluía o banco central, antecipando um crescimento de 3,1% em 2022 e de 2,4% em 2023, abaixo do cenário base. Com esta trajetória, a economia portuguesa chegaria ao final de 2023 com um PIB cerca de 2% abaixo do nível de 2019, o ano anterior à crise. Em suma, a recuperação seria “mais fraca e prolongada”.

Este cenário mais severo tem também consequências nas contas externas, tendo um impacto mais negativo sobre as exportações de serviços — ou seja, uma retoma menos dinâmica do turismo — que implicaria uma deterioração maior da balança de bens e serviços este ano. “A par da evolução mais desfavorável da procura externa, podem observar-se também impactos mais negativos sobre as cadeias de valor global e o comércio internacional de serviços”, avisava o BdP.

O boletim referia que estes cenários alternativos “ilustram os riscos significativos – em alta e em baixa – em torno da projeção”, pelo que a “materialização destes riscos continuará a estar dependente da evolução da pandemia e da implementação no curto prazo de uma solução médica eficaz em larga escala”. Um mês depois, a incerteza elevada não foi embora.

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Arseg revoga licença da Garantia Seguros em Angola

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

O regulador angolano decidiu revogar a licença à Garantia, mas afirma que diligenciará no sentido de assegurar as carteiras ativas e tratamento de sinistros e indemnizações pendentes.

A Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg) anunciou hoje que revogou a licença da sociedade “Garantia Seguros, S.A” por “dificuldades financeiras” para o exercício da atividade seguradora e incapacidade para “indemnizar sinistros” há anos.

Em comunicado, a Arseg afirma que a licença da referida sociedade foi revogada ao abrigo da Lei de Bases das Instituições Financeiras e da Lei Geral da Atividade Seguradora.

Segundo a entidade reguladora de seguros em Angola, a revogação resultou da “inexistência de garantias financeiras” por parte da empresa, associada à “indisponibilidade dos acionistas para a injeção de recursos financeiros necessários para a satisfação de requisitos mínimos de solvabilidade”.

De acordo com o documento, a sociedade deixou de “reunir as condições necessárias para o exercício da atividade”.

A Arseg refere que também esteve na base da medida aplicada a “redução de mais de 80% da atividade da empresa e o número de reclamações dos segurados, acumuladas ao longo de vários anos, relativamente à dificuldade da empresa indemnizar os sinistros”.

A referida sociedade, observa a Arseg, “entra imediatamente em liquidação”, em conformidade com a legislação vigente, tendo o regulador “tomado as medidas cabíveis” para que o Procurador-Geral da República “requeira a declaração de falência”.

O órgão, tutelado pelo Ministério das Finanças angolano, garante que diligenciará no sentido de “assegurar a transferência das carteiras ativas, bem como tratamento dos processos e sinistros e indemnizações junto dos tomadores e beneficiários”.

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Vendas da Jerónimo Martins sobem 3,5% e grupo distribui 20 milhões aos trabalhadores

Apesar da pandemia, as vendas da Jerónimo Martins subiram 3,5% em 2020, para 19.293 milhões de euros. Grupo distribui 20 milhões de euros aos colaboradores.

As vendas do grupo Jerónimo Martins cresceram 3,5% em 2020 e alcançaram 19.293 milhões de euros. O “forte desempenho” da dona do Pingo Doce foi registado num ano atípico de pandemia, marcado por confinamentos em toda a Europa e por restrições generalizadas no comércio.

Numa nota sobre as vendas preliminares, enviada à CMVM, o grupo indica que fecha 2020 “com forte desempenho marcado por uma ação mais do que nunca focada nas necessidades do consumidor, num contexto particularmente difícil”

Este crescimento, que foi de 6,7% a taxas de câmbio constantes, assenta sobretudo no negócio na Polónia. As vendas da cadeia Biedronka subiram 6,7%, para o equivalente a 13.465 milhões de euros, enquanto as vendas do Pingo Doce em Portugal caíram 1,9%, para 3.869 milhões de euros.

Em simultâneo, as vendas do Recheio afundaram 15,9%, para 847 milhões de euros. As da cadeia Ara, na Colômbia, cresceram 8,9%, para 854 milhões de euros.

“A exigência sem precedentes de 2020 colocou-nos à prova e convocou-nos a darmos o melhor de nós. Num contexto pandémico marcado por uma incerteza muito elevada, as nossas equipas superaram-se e asseguraram um notável crescimento ao nível do grupo, ao mesmo tempo que reforçaram a competitividade em todas as insígnias”, considera o presidente executivo da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, numa mensagem que acompanha o relatório.

Restrições no fim do ano pesaram mais

No que respeita ao negócio em Portugal, o grupo declara que as “regras de confinamento em vigor no quarto trimestre foram, para o setor do retalho alimentar, as mais restritivas desde o início da pandemia”.

“A partir do segundo fim de semana de novembro, a imposição do recolher obrigatório à uma da tarde aos sábados e domingos, com obrigação de encerramento à mesma hora das lojas alimentares com mais de 200 metros quadrados, em grande parte dos municípios do país (incluindo Lisboa e Porto), afetou significativamente a atividade económica”, confessa a empresa.

Apesar do período mais desafiante, o Pingo Doce “reforçou a sua dinâmica comercial e de comunicação e manteve a sua expansão, conseguindo mitigar o impacto da perda de horas de vendas ao fim de semana e entregar as vendas do trimestre sensivelmente em linha com o quarto trimestre de 2019″.

Grupo distribui 20 milhões aos colaboradores

Na mesma mensagem que acompanha o relatório, o líder do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, informa que foi aprovada a distribuição de 20 milhões de euros pelos colaboradores por ocasião do Natal.

“Foram doze meses de superação conquistados pelo trabalho dedicado das nossas equipas, especialmente das que trabalham nas lojas e nos centros de distribuição, que deram o seu melhor para servir os consumidores em circunstâncias de grande imprevisibilidade e de fortíssima pressão”, indica.

Assim, “neste contexto excecionalmente difícil, que exigiu das nossas equipas na linha da frente uma grande resiliência, o Conselho de Administração aprovou, em reconhecimento do seu compromisso e sentido de missão, a distribuição, por ocasião do Natal, de um valor equivalente a cerca de 20 milhões de euros ao nível do grupo”, conclui.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h01)

Evolução das ações da Jerónimo Martins em Lisboa:

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Carlos Gomes da Silva deixa liderança da Galp Energia. É substituído por Andy Brown

Mandato de Gomes da Silva terminava apenas no fim de 2022 e não são conhecidas as razões para a saída pedida pelo próprio. Sucessor tem mais de 35 anos de experiência na energia, incluindo na Shell.

Carlos Gomes da Silva vai deixar liderança da Galp Energia, após seis anos à frente da maior petrolífera portuguesa, segundo anunciou a empresa. A razão para abandonar funções antes do fim do mandato (acabava apenas em dezembro de 2022) não foi divulgada, sendo apenas claro que a saída foi pedida pelo próprio. O gestor irá manter-se em funções apenas até 19 de fevereiro para garantir o “processo de passagem de testemunho” para o próximo CEO da Galp Energia, Andy Brown.

Carlos Gomes da Silva apresentou hoje [terça-feira] a sua renúncia aos cargos de vice-presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva da Galp e aos demais cargo de administração exercidos pelo mesmo em sociedades ou entidades participadas pela Galp”, anunciou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Carlos Gomes da Silva era CEO da Galp desde 2015 e integrava a comissão executiva desde 2007, tendo também desempenhado funções de administrador executivo em áreas como distribuição, trading, comercialização e marketing de produtos petrolíferos, bem como gás natural e eletricidade. No ECO Insider — a newsletter semanal exclusiva para assinantes — de 16 de outubro, eram noticiadas as divergências entre Carlos Gomes da Silva e Paula Amorim, que poderiam resultar na saída antecipada do gestor. “Já não são um segredo as divergências entre Carlos Gomes da Silva, presidente executivo, e Paula Amorim, a chairwomen da petrolífera e maior acionista em nome do grupo Amorim. O atual mandato termina em dezembro de 2022, mas há quem antecipa mudanças já na próxima assembleia geral, entre março e abril de 2021. As próximas semanas vão ser reveladoras do que vier a suceder na equipa de gestão“. Posteriormente, já em dezembro, o ECO questionou a Galp Energia sobre a saída de Carlos Gomes da Silva, mas a empresa não quis comentar.

“O Conselho de Administração da Galp agradece ao Senhor Eng. Carlos Gomes da Silva os importantes serviços prestados à Galp ap longo de cerca de 14 anos no exercício de funções de gestão executiva, fazendo votos de continuados sucessos profissionais”, refere ainda o comunicado.

Sobre o novo CEO, explica que será cooptado a 19 de fevereiro e, após a cooptação, a ratificação será submetida aos acionistas na próxima assembleia geral. “Andy Brown é um gestor de topo com mais de 35 anos de experiência no setor da energia, reconhecido pelo seu perfil de liderança dinâmico, foco na performance, segurança, bem-estar e desenvolvimento de pessoas”.

Brown ocupou várias funções de gestões na Royal Dutch Shell, tendo sido membro da Comissão Executiva desde 2012, com funções de diretor de internacional upstream e, desde 2016, como diretor de upstream. Após o seu percurso na Shell, de onde saiu em 2019, Andy assumiu funções de vice-presidente na SBM, consultor sénior na McKinsey and Co., Consultor na JMJ e Consultor na ZeroAvia, uma empresa start-up / células de combustível para aviação.

(Notícia atualizada às 18h20)

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Apoio para pagar rendas chegou a 748 famílias na pandemia

O regime de apoio a inquilinos, com comprovada quebra de rendimentos e que podem recorrer aos empréstimos sem juros do IHRU para pagamento de rendas, continua em vigor até 1 de julho de 2021.

O apoio ao pagamento de renda habitacional chegou a 748 famílias desde o início da pandemia. Entre abril e dezembro de 2020, o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) recebeu um total de 3.076 pedidos de apoio, relativos a 2.370 famílias (706 pedidos foram reapresentados e reformulados), de acordo com dados do Ministério das Infraestruturas e Habitação. A taxa de aprovação foi de 32%.

“No total deste universo de pedidos, foi aprovado o apoio a 748 famílias (32%), num total de mais de 1,5 milhões de euros (contabilizando já prorrogações)“, diz o Ministério liderado por Pedro Nuno Santos, em comunicado. “Registou-se um total de 1.187 candidaturas arquivadas, rejeitadas, indeferidas ou alvo de desistência do respetivo requerente, bem como um conjunto significativo de candidaturas que foram devolvidas aos requerentes e que aguardam eventual reformulação ou envio de dados adicionais relevantes (1.065), assim como candidaturas que estão em avaliação junto do IHRU (76)”.

Os principais fatores que levam ao indeferimento ou rejeição das candidaturas prendem-se com a existência de desconformidades quanto ao comprovativo da relação contratual, à quebra de rendimentos ou à declaração de honra, elementos essenciais para a atribuição do apoio, explica ainda o ministério.

O regime de apoio para inquilinos com comprovada quebra de rendimentos, que podem recorrer aos empréstimos sem juros do IHRU para pagamento de rendas, foi prorrogado, tendo-se iniciado a 1 de janeiro um novo período para situações de mora no pagamento da renda no mercado habitacional, em resposta ao impacto da pandemia Covid-19. Este está em vigor até 1 de julho de 2021.

“A par com a prorrogação da medida, procedeu-se ainda à definição de um regime equitativo e progressivo de conversão dos empréstimos do IHRU, I.P. em comparticipações financeiras não reembolsáveis (a fundo perdido), podendo a referida comparticipação corresponder à totalidade do valor do empréstimo no caso de agregados familiares em que a taxa de esforço é igual ou superior a 100%. Esta conversão em subsídio a fundo perdido aplica-se também, dando cumprimento ao PEES, aos empréstimos já atribuídos”, refere o Governo.

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Mota-Engil dispara mais de 5%, mas família EDP trava bolsa de Lisboa

Lisboa acompanhou as perdas registadas na Europa. Nem o disparo de 5,62% da Mota-Engil "salvou" a bolsa em mais uma sessão de quedas para a EDP Renováveis.

Lisboa terminou a sessão em baixa ligeira, acompanhando a tendência da generalidade das praças europeias. No PSI-20 a “estrela” da sessão foi a Mota-Engil, que disparou 5,62%, após ter fechado o maior contrato da sua história. Contudo, as perdas da família EDP pesaram no índice de referência nacional.

Na Europa, o Stoxx 600 avançou 0,1%, enquanto o britânico FTSE 100 desvalorizou 0,6%, o francês CAC-40 perdeu 0,2%, a par como o espanhol IBEX-35, já o alemão DAX cedeu 0,1%, isto numa altura em que os investidores aguardam pelo arranque da ernings season dos EUA relativa ao quarto trimestre. Lisboa acompanhou a tendência vivida nas restantes praças europeias, com o PSI-20 a recuar 0,21% para os 5.126,95 pontos, com 13 cotadas em “terreno” positivo e cinco no “vermelho”.

Na praça nacional, o destaque da sessão foi a Mota-Engil que viu as suas ações valorizar 5,62% para os 1,5040 euros por títulos, após a empresa ter fechado um contrato de 1.820 milhões de dólares (cerca de 1.488 milhões de euros) na Nigéria, o qual diz ser o maior da sua história.

Entre os “pesos-pesados”, nota positiva ainda para o BCP e Galp Energia. Depois do “tombo” de mais de 6% na sessão anterior, o banco liderado por Miguel Maya avançou 3,68% para os 13,75 cêntimos. Ao mesmo tempo, a petrolífera portuguesa valorizou 3,15% para os 9,5080 euros, beneficiando do avanço das cotações de petróleo nos mercados internacionais. O Brent, de referência europeia, avança 1,62% para os 56,57 dólares, ao passo que o WTI está a ganhar 1,61% para os 53,09 dólares, em Nova Iorque.

Em contraciclo, e a impedir o PSI-20 de valorizar estiveram as cotadas da família EDP. Após uma semana de recordes, a EDP Renováveis voltou a estar sob pressão. A subsidiária recuou 3,51% para os 23,40 euros, depois de esta terça-feira a Kepler Cheuvreux ter cortado a avaliação dos seus títulos, atribuindo-lhes, ainda assim, um preço-alvo de 25 euros. Também no dia anterior, a JP Morgan cortou a recomendação para “neutral” de “overweight“, considerando que as ações estão caras. O banco de investimento defendeu que, para justificar o atual preço, a eólica precisava de mais 4,6 GW de energias renováveis por ano até 2030, o que é 2,2 vezes o planeado para 2021.

Esta terça-feira a EDP Renováveis anunciou, em comunicado, que vai receber um financiamento de 112 milhões de euros do Banco Europeu de Investimento (BEI) e do Banco BPI para construir em Portugal dois parques eólicos com uma capacidade instalada total de 125 MW, nos distritos de Coimbra e da Guarda. Ao mesmo tempo, a “casa-mãe” recuou 3,03% para os 5,38 euros.

A pesar no índice de referência nacional, esteve também a Jerónimo Martins. Os títulos da retalhista recuaram 2% para os 14,49 euros, isto no dia em que a empresa dona do Pingo Doce divulga os resultados preliminares relativos às vendas de 2020.

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