É gripe ou Covid? Saiba o que distingue os sintomas

Esta semana, arrancou a administração simultânea das vacinas contra a gripe e a Covid-19. O que distingue os sintomas destas duas doenças?

Com a aproximação do inverno, Portugal prepara-se para enfrentar o habitual período de gripes. Mas, à semelhança do ano passado, a Covid traz uma preocupação adicional. Afinal, que sintomas são mais comuns nestas duas doenças?

Esta semana, arrancou a administração simultânea das vacinas contra a gripe e a Covid-19. A medida vai abranger cerca de dois milhões de pessoas, sendo que os portugueses vacinados com estas duas vacinas em simultâneo podem ser aconselhados a tomar paracetamol, tendo em conta a possibilidade de existirem mais reações adversas provocadas pela administração conjunta.

Assim, os portugueses elegíveis para receberem estas duas vacinas devem aguardar a convocatória, que será feita por SMS, carta ou telefone. A vacinação vai decorrer num misto entre centros de saúde e de vacinação, sendo que com a administração da terceira dose da vacina para os maiores de 65 anos, as autoridades de saúde decidiram manter cerca de 339 pontos de vacinação espalhados pelo país.

Recorde-se que, paralelamente, desde 27 de setembro que decorre a vacinação gratuita para a gripe sazonal, estando previstas para esta época gripal (2021/2022) 2,24 milhões de doses de vacinas, um aumento de 146 mil vacinas face ao ano anterior, segundo dados da Direção-Geral de Saúde. Além disso, e por forma a proteger os trabalhadores, há já algumas empresas a avançar com programas de vacinação contra a gripe sazonal.

Certo é que os sintomas da gripe podem ser muito semelhantes aos registados em pessoas infetadas por Covid-19. Nesse sentido, a linha SNS24, do Serviço Nacional de Saúde, faz a seguinte distinção sobre estas duas doenças:

  • Covid-19: Os sintomas mais comuns da Covid-19 são febre, com uma temperatura igual ou superior 38 graus, tosse persistente (geralmente seca ou associada a dores de cabeça e no corpo), dificuldade respiratória e uma perda do paladar e/ou olfato. Por vezes, as crianças infetadas por Covid-19 podem sofrer de dor de cabeça (cefaleias), vómitos e diarreia. Nos casos mais raros, pode levar “a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte”, lê-se. Nesta doença, o período de incubação pode chegar aos 14 dias.
  • Gripe: Entre os sintomas mais frequentes da gripe está a febre alta, fadiga e mal-estar, tosse seca, dores musculares e dores de cabeça. Além disso, por vezes, os pacientes têm inflamação nos olhos. Nas crianças mais velhas, os sintomas são semelhantes aos dos adultos, ao passo que nos bebés pode também surgir vómitos, diarreia e otites. Na gripe, o período de contágio “começa 1 a 2 dias antes do início dos sintomas aparecerem e vai até 7 dias depois”, sendo que nas crianças pode ser superior, sublinha o SNS 24.

Em linhas genéricas, comparando os sintomas mais comuns das duas doenças, a febre e as dores no corpo são sintomas comuns tanto para a Covid-19 como para a gripe. Já a falta de ar e perda de paladar e/ou olfato não afeta as pessoas com gripe, mas pode surgir em pessoas infetadas com o novo coronavírus. Por vezes, a linha que traça a fronteira entre uma e outra doença é tão ténue que no mercado há já testes para despistar estas duas doenças. É o caso da Unilabs, que há cerca de um ano comercializa um teste de diagnóstico que permite diferenciar a Covid de outros tipos de infeções respiratórias.

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Invenção portuguesa vai ao fundo do mar para subir à Noruega

Tecnologia criada pelo INESC TEC e IPMA cria “novo paradigma de comunicação” na exploração subaquática, com potencial de exportação via spin-off ou transferência para empresa estrangeira.

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) desenvolveram uma solução de comunicações de longo alcance e banda larga para ambiente subaquático, que torna possível uma ligação sem fios entre a superfície de água e o fundo do mar.

Desenvolvida no âmbito do projeto Grow, concluído em setembro e financiado em 240 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), esta tecnologia inovadora à escala internacional é apresentada como “um novo paradigma de comunicação” para apoiar a exploração subaquática, ao reduzir “significativamente” os custos e o atraso no acesso aos dados recolhidos debaixo de água.

O coordenador do projeto, Rui Campos, disse ao ECO que a comercialização e a criação de um negócio em torno desta solução deve demorar “quatro a cinco anos” e há duas hipóteses em cima da mesa. “A nível nacional há muito poucas empresas capazes de incorporar a tecnologia que desenvolvemos no seu portefólio. Por essa razão, a nossa abordagem passará pelo licenciamento ou transferência da tecnologia para uma empresa internacional ou pela criação de uma spin-off”, detalhou.

A nossa abordagem [comercial] passará pelo licenciamento ou transferência da tecnologia para uma empresa internacional ou pela criação de uma spin-off.

Rui Campos

Coordenador da área de redes sem fios do INESC TEC.

Testada em ambiente real, a 20 metros de profundidade, durante a campanha de mar que decorreu na baía de Sesimbra a bordo do navio de investigação RV Diplodus, esta solução combina tecnologias sem fios de curto alcance; veículos subaquáticos autónomos (AUV) que percorrem a coluna de água e funcionam como transportadores de dados; e comunicações acústicas que permitem o controlo da transmissão dos dados em tempo real.

Rui Campos liderou durante quase três anos uma equipa multidisciplinar composta por investigadores do INESC TEC na área das redes sem fios e robótica e também do IPMA na área da investigação oceanográfica e da geologia marinha. Descreve o “potencial de exportação” desta tecnologia — pode ser usada pelo próprio IPMA — e aponta como potenciais clientes “empresas ou entidades que realizam missões subaquáticas usando veículos autónomos submarinos ou que possuem observatórios marinhos, com necessidade de recolha periódica de dados”.

Embora todos os países costeiros possam ter “muito interesse” na tecnologia, fora de Portugal, o coordenador da área de redes sem fios no instituto ligado à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto coloca a Noruega “à cabeça” dos interessados, “pela sua aposta muito forte no mar, quer do ponto de vista científico, quer do ponto de vista empresarial”.

Rui Campos, coordenador do projeto Grow.D.R. 19 Outubro, 2021

Por outro lado, lembra que o mar tem cada vez maior relevância na economia mundial e no âmbito das alterações climáticas, o que “torna cada vez mais comum” a utilização de veículos autónomos na monitorização ambiental ou na inspeção de infraestruturas subaquáticas, como pipelines e pilares de torres eólicas offshore. E a tecnologia de comunicações desenvolvida por este grupo de investigadores portugueses, conclui, é “determinante para a extração dos dados recolhidos neste tipo de missões subaquáticas”.

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No final do ano, 1 em cada 8 portugueses serão beneficiários da ADSE

A ADSE vai contar com 1,3 milhões de beneficiários, depois de ter feito um alargamento aos funcionários com contrato individual. O aumento vai levar a uma maior receita com os descontos.

A ADSE estima que o número total de beneficiários titulares e familiares deva ser próximo de 1,3 milhões no final deste ano, o que quer dizer que 1 em cada 8 portugueses serão beneficiários do subsistema de saúde da Função Pública. Isto depois de se ter alargado o subsistema aos trabalhadores com contrato individual de trabalho (CIT).

Na Proposta de Lei do Orçamento da ADSE para 2022, prevê-se um aumento de 7,5% do número de beneficiários, nomeadamente devido ao alargamento aos CIT, de acordo com o parecer do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) sobre o documento. “Este número deve ser revisto para cima face a ter-se verificado um número de adesões superior”, indicam, sendo que o alargamento trouxe 105.507 novas inscrições.

Desta forma, está também contemplada uma subida na receita com os descontos dos beneficiários de 2,1%. O número é “idêntico ao previsto para 2021, o que parece manter a permanente subavaliação dos Orçamentos anteriores”, reitera o CGS, no parecer.

O aumento no montante obtido com os descontos (que reflete também a continuação das valorizações remuneratórias e a progressão de carreiras) contribui para o acréscimo líquido de 14.003.268 euros na receita, face ao valor aprovado no orçamento para 2021.

A receita, que totalizará os 736.992.554 euros, é também influenciada pelo “vencimento a 15 de abril de 2021 da aplicação CEDIM – Certificados Especiais de Dívida de Médio e Longo Prazo à taxa de juro 3,43% e, posterior constituição de uma nova aplicação CEDIC – Certificados Especiais de Dívida de Curto Prazo à taxa de juro de 0,10%”.

Por outro lado, a despesa irá também aumentar, nomeadamente devido à “expectativa de aumento das despesas com aquisição de bens e serviços no valor de 30.838.216 euros, relacionadas com a prestação de cuidados de saúde em regime convencionado e em regime livre, decorrentes do retorno à atividade normal no exercício de 2022, pós pandemia Covid-19, bem como pelo alargamento do número de beneficiários”.

Tendo em conta esta evolução, o orçamento da ADSE estima um resultado líquido positivo de 129.772.173 euros para 2021 e de 63.311.436 euros para 2022. “A variação do resultado líquido previsto para 2021, face ao período homólogo de 2020, está relacionada, fundamentalmente, com a previsão de um aumento expressivo, de 20%, na despesa com o regime convencionado e regime livre, decorrente do retorno à atividade pós pandemia”, explicam.

De salientar ainda que o Conselho liderado por João Proença considera que “não está devidamente refletida no Orçamento a necessária transferência de atos do Regime Livre para o Regime Convencionado com a entrada em vigor da nova Tabela do Regime Convencionado, por opção dos Beneficiários”.

O conselho consultivo sublinha também que “há que ter em conta que não foram recebidas as transferências relativas às isenções, constante das Recomendações do Tribunal de Contas, e não teve ainda continuidade o processo das regularizações”.

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PS viabilizou 21% das propostas do PCP na especialidade do OE2021

Os socialistas nunca tinham viabilizado tantas propostas dos comunistas como no ano passado, mas 2021 também foi o ano em que os comunistas apresentaram mais propostas desde a criação da geringonça.

No ano passado, o Partido Socialista viabilizou 21% das propostas do Partido Comunista Português na fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) para garantir a abstenção dos comunistas e, assim, assegurar a aprovação do OE. No caso do PAN e do PEV, também essenciais para viabilizar o Orçamento, os partidos viram 19% e 27% das suas propostas aprovadas, respetivamente, de acordo com os dados cedidos pelos serviços do Parlamento ao ECO. Neste momento, o PS negoceia à esquerda a viabilização da proposta do OE2022, especulando-se sobre que cedências estão em jogo.

Desde a criação da geringonça no final de 2015 que os parceiros parlamentares do PS foram conseguindo ver aprovadas propostas suas na fase de especialidade dos Orçamentos, as quais se somavam às medidas que já tinham sido negociadas com o Governo e inscritas no documento inicial. Como revelou o ECO no ano passado, os comunistas conseguiram viabilizar mais propostas do que os bloquistas ao longo dos últimos seis anos, antes do Bloco decidiu votar contra o OE2021.

De acordo com as estatísticas cedidas pela Assembleia da República, o PCP conseguiu ver aprovadas 205 propostas desde o Orçamento do Estado para 2016 (OE 2016) até ao OE 2020. Mais recentemente, no Orçamento Suplementar, no qual votou contra, 14 propostas do PCP foram aprovadas (23% do total de 60 apresentadas), o que compara com 25% no caso do Bloco (seis propostas aprovadas das 24 apresentadas), que ainda viabilizou esse Orçamento.

Daqui já se podem retirar algumas conclusões: os comunistas têm sido os que mais propostas entregam para a fase de especialidade e nem sempre uma maior percentagem de propostas aprovadas garante a sua abstenção como se viu no Suplementar. Além disso, esta análise não avalia o impacto (orçamental ou de outro tipo) de cada medida, mas apenas o número de propostas aprovadas, as quais dependem do voto favorável do PS, à exceção de algumas maiorias negativas.

Fonte: Serviços do Parlamento.

No caso do Orçamento do Estado para 2021, a divergência entre o PCP e o Bloco ficou mais evidente uma vez que os bloquistas decidiram apresentar apenas 12 propostas que consideravam essenciais para viabilizar o OE, das quais apenas uma foi aprovada — uma estratégia que repetem este ano com apenas nove propostas. Já os comunistas apresentaram 352 propostas, das quais retiraram seis, e viram 75 aprovadas (21% do total). Nunca o PS tinha viabilizado tantas propostas do PCP desde a criação da geringonça.

Recorde-se que no ano passado os partidos apresentaram um número recorde de propostas de alteração à proposta de Orçamento do Governo num total de 1.547 propostas, um cenário que poderá repetir-se este ano dada a insatisfação da esquerda com o documento. Porém, antes disso, o Executivo terá de dar garantias aos partidos sobre o que o PS viabilizará na fase de especialidade para que estes se abstenham na votação na generalidade na próxima quarta-feira, 27 de outubro, e assim se possa avançar para a próxima fase.

O Ministério das Finanças tem lutado contra esta tendência dos partidos de apresentarem centenas de propostas na fase de especialidade, apelando à “responsabilidade” dos partidos, nomeadamente do PSD, principalmente no que toca às chamadas “maiorias negativas” (direita unida com os partidos da esquerda). No ano passado, os social-democratas conseguiram aprovar 30 das suas 104 propostas de alteração ao OE, as quais se somam oito dos deputados eleitos pelo círculo da Madeira. O CDS conseguiu sete e a Iniciativa Liberal apenas duas.

PAN consegue viabilizar 19% das propostas e PEV 27%

A matemática parlamentar não permite que os socialistas se preocupem apenas com as propostas comunistas, sendo necessário conquistar também a abstenção do PAN e do PEV. Com o voto contra da direita e a hipótese do Bloco repetir o que fez há um ano, será preciso também convencer os três deputados do PAN e os dois deputados do PEV, os quais também já ameaçaram com um voto contra este ano.

No Orçamento Suplementar, o PAN avançou com 20 propostas, das quais três (15%) foram viabilizadas. No OE 2021, o partido subiu a parada e apresentou 266 propostas, das quais 50 (19%) foram viabilizadas. O partido reuniu-se esta segunda-feira com o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e admitiu que houve uma aproximação da parte do Governo, mas pediu “medidas concretas” nos próximos dias. Na quarta-feira volta a reunir-se com o Executivo, desta vez com António Costa.

Já o PEV é o partido que, em termos percentuais, mais propostas vê serem viabilizadas pelo PS: quatro das 19 propostas do Suplementar de 2020 (23%) e 33 das 123 do OE 2021 (27%). Na semana passada, o partido sinalizou que irá votar contra o Orçamento se não houver cedências nas negociações até à votação na generalidade. “O Orçamento conforme está apresentado não tem pernas para andar”, disse José Luís Ferreira, acrescentando que ainda “há condições, há tempo e há espaço” para negociar “soluções” de forma a se viabilizar o Orçamento na votação na generalidade a 27 de outubro.

Apesar de não precisar da abstenção das deputadas não inscritas para viabilizar o Orçamento, o PS também tem negociado com Cristina Rodrigues (ex-PAN) e Joacine Katar Moreira (ex-Livre). No ano passado, os socialistas viabilizaram 11 propostas de Joacine Katar Moreira, de um total de 60, e nove propostas de Cristina Rodrigues, de um total de 101.

Nos últimos anos, naturalmente o PS foi o partido que mais proposta conseguiu ver aprovadas na fase de especialidade, o que se repetiu no OE2021: todas as 65 propostas dos socialistas que foram a votos acabaram aprovadas. Muitas destas alterações eram aproximações às exigências dos parceiros da geringonça que depois viabilizam as propostas socialistas, tal como deverá acontecer este ano.

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Bloco de Esquerda tem quatro novas bandeiras orçamentais

Do fator de sustentabilidade aos dias de férias, o Bloco de Esquerda tem quatro novas propostas para o OE, em comparação com o pacote apresentado para 2021.

O Bloco de Esquerda enviou ao Governo nove propostas para as negociações do Orçamento do Estado para 2022. Desse pacote, constam cinco medidas que os bloquistas defenderam e viram rejeitadas no ano passado — como a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde e o fim da caducidade dos contratos coletivos –, além de quatro novas propostas que não estavam incluídas nas reivindicações apresentadas para o OE2021, como a reposição dos 25 dias de férias e a revogação do fator de sustentabilidade para alguns pensionistas.

“A pedido do Governo e em prol de um avanço na negociação” do Orçamento do Estado para o próximo ano, os bloquistas formalizaram, sob a forma de redação de norma legal, nove propostas, que giram em torno de três grandes temas: Saúde, Segurança Social e Código do Trabalho.

A primeira medida indicada nesse pacote diz respeito à contratação, dedicação plena e respetivos incentivos. Esta medida constou das reivindicações do BE para o OE2021, ainda que com algumas diferenças. Por exemplo, na proposta anterior, o BE sublinhava que a autonomia dada às instituições do Serviço Nacional de Saúde teria como objetivo a “celebração de contratos sem termo e o aumento efetivo do número de profissionais”. Já no pacote agora enviado, os bloquistas apontam que será de competência do órgão máximo de gestão dos serviços e estabelecimento de saúde do SNS a celebração de contratos a termo certo ou incerto ou contratos por tempo indeterminado.

Também na saúde, o BE volta a exigir a dedicação plena dos profissionais do SNS — mas encurta, por exemplo, o prazo em que o Governo tem para arrancar as negociações com os sindicatos — e a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, avançando agora com mais detalhes sobre que profissionais transitariam para essa nova carreira, caso esta medida fosse aprovada.

Já quanto ao Código do Trabalho, o Bloco de Esquerda repete três medidas face ao que tinha reivindicado para 2021, voltando a insistir no fim da caducidade dos contratos coletivos — o Governo avançou com uma moratória, mas os bloquistas insistem na revogação desta norma –, na revisão da compensação por despedimento — ainda que, desta vez, se exija que esse valor passe a equivaler a 30 dias e não a 20 dias — e na reposição do princípio do tratamento mais favorável.

Em comparação com o pacote apresentado para o OE2022, o partido coordenado por Catarina Martins deixa cair, por outro lado, a referência à necessidade de regular o trabalho nas plataformas digitais, sendo importante notar, contudo, que os bloquistas apresentaram, entretanto, um projeto de lei para esse fim na Assembleia da República fora do âmbito orçamental.

Outra medida que o BE deixa cair é a reversão do alargamento do período experimental feito em 2019. Isto já que, entretanto, o Tribunal Constitucional declarou que essa medida não fere a Constituição, exceto na parte que se refere aos trabalhadores que estejam à procura do primeiro emprego que anteriormente tenham sido contratados, com termo, por um período igual ou superior a 90 dias, por outros empregadores. O Bloco de Esquerda assegurou que iria insistir na redução do período experimental para os demais trabalhadores visados pela alteração feita em 2019, mas não inclui nada nesse sentido no pacote agora enviado ao Governo.

Por outro lado, os bloquistas trazem, desta vez, duas novas medidas, no capítulo da lei laboral: a reposição do direito a 25 dias úteis de férias e a reposição do direito ao descanso e à compensação pela prestação de trabalho suplementar. É relevante salientar que estas medidas são novas face às 12 propostas apresentadas, na especialidade, pelo BE, em 2020, mas já são bandeiras recorrentes do partido, noutros âmbitos.

Já no que diz respeito à Segurança Social, o Bloco de Esquerda coloca, este ano, em cima da mesa duas propostas: a valorização da idade pessoal de reforma e a revogação do fator de sustentabilidade e recálculo de pensões “para eliminar os cortes em pensões de beneficiários com longas carreiras contributivas e profissões de desgaste rápido”. Ambas as medidas não constavam do pacote bloquista apresentado para o Orçamento para 2021.

Por outro lado, desse conjunto, caem três medidas: a redução do prazo de garantia do subsídio de desemprego, o travão aos despedimentos nas empresas que beneficiem de apoios extraordinários — sendo que, no próximo ano, espera-se que a adesão a essas ajudas caia consideravelmente — e a revisão dos contornos do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores.

Além destas, o Bloco de Esquerda não inclui, desta vez, a medida que travava um eventual empréstimo do Fundo de Resolução para o Novo Banco, mesmo que esse dinheiro tivesse origem nos bancos do sistema e não no Estado diretamente. É que, da proposta de Orçamento do Estado para 2022, não consta qualquer menção a uma nova injeção no novo banco, pelo que esta bandeira deixou de fazer sentido, daí ter caído.

A proposta de Orçamento do Estado para 2022 será votada na generalidade a 27 de outubro. A aprovação do documento apresentado por João Leão na Assembleia da República ainda não está garantida, uma vez que não só a direita já disse que irá votar contra, o PCP diz que a negociação não está a ter “grande evolução” e o Bloco de Esquerda mostra-se desfavorável, ainda que tenha enviado as referidas 9 propostas, mostrando abertura para a negociação.

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Governo já pagou 8,4 milhões para casas mais eficientes

No que toca a Vales Eficiência para famílias pobres, o ministro anunciou que já foram distribuídos mais de 540 vales, com 6.831 candidaturas.

O ministro do Ambiente e da Ação Ambiental revelou em entrevista ao ECO/Capital Verde que o Fundo Ambiental já pagou 8,4 milhões de euros em apoios no Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis 2021. Este valor corresponde a 5.164 candidaturas.

Foram já submetidas 34.137 candidaturas, das quais 6.048 foram consideradas elegíveis, o que corresponde a um valor total de quase 10 milhões, ou seja, um terço do valor total deste primeiro aviso de 30 milhões para tornar as casas mais eficientes.

Em análise estão ainda 18.603 candidaturas, para uma dotação remanescente de 90 milhões de euros.

No que toca a Vales Eficiência, o ministro anunciou que já foram distribuídos mais de 540 vales, com 6.831 candidaturas. Destas, 550 foram consideradas elegíveis o que equivale a um valor 707 mil euros. Restam ainda mais de 31 milhões de euros para Vales Eficiência.

Quantos aos fornecedores que neste momento estão acreditados para receber estes vouchers, são 113, de acordo com o Fundo Ambiental.

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Governo disponível para aliviar impacto da subida do gasóleo nos transportes, diz Matos Fernandes

Ministro do Ambiente diz ao ECO que o Governo está disposto a apoiar setores mais atingidos pela subida dos combustíveis como o transporte de mercadorias e o transporte coletivo de passageiros.

O ministro do Ambiente diz em entrevista ao ECO que o Governo reconhece as dificuldades dos setores mais atingidos pela subida dos combustíveis e está disponível para tomar medidas que aliviem o impacto. As reuniões com as associações de transportes de mercadorias e de passageiros decorrem já esta semana.

“Estou certamente preocupado com isso e relativamente a alguns setores específicos da mobilidade estão a começar agora as conversas. O meu colega Pedro Nuno Santos tem já hoje [terça-feira, dia 19] os transportes de mercadorias e nós ainda esta semana reuniremos com a ANTROP [Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros]”, afirma o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Questionado sobre o que o Governo está disponível para fazer, Matos Fernandes respondeu que prefere esperar pela reunião com a ANTROP antes de fazer o anúncio de qualquer medida. “Mas é óbvio que se estamos a ter estas reuniões setoriais é porque reconhecemos que há setores mais afetados do que outros. Não pode ser posto em causa aquilo que é, por exemplo, a utilização do transporte coletivo”, acrescentou o governante.

E saiu em defesa do apoio a este setor: “A utilização do transporte coletivo, mesmo quando movido a diesel, tem sempre vantagens ambientais, porque estamos a falar de transportar muito mais pessoas por quilómetro do que num carro individual”. Matos Fernandes quer também garantir que o esforço orçamental feito com o Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) não foi em vão.

Nós não fizemos o esforço do PART para termos os transportes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que conheço melhor, com um grau de utilização de 60%. É desolador.

João Pedro Matos Fernandes

Ministro do Ambiente e da Ação Climática

“Nós não fizemos o esforço do PART para termos os transportes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, que conheço melhor, com um grau de utilização de 60%. É desolador”, disse o ministro. “Eu percebo que as pessoas em função da Covid tenham ainda este receio e não arrisco dizer em quanto tempo é que acho que o receio passa. O início do ano letivo trouxe mais pessoas aos transportes coletivos, mas estamos significativamente abaixo daquilo que era a procura, até antes do PART”, acrescentou.

As associações de transportes têm manifestado vocalmente o seu descontentamento pelo impacto da subida do preço dos combustíveis. Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP, já veio admitir a possibilidade de as empresas terem de aumentar o preço dos bilhetes, um cenário que Matos Fernandes quer evitar. Uma das medidas que defendem é o acesso ao gasóleo profissional, que permite um desconto até 18 cêntimos por litro, atualmente só disponível para as empresas de transporte de mercadorias.

Também a ANTRAM tem vindo a contestar o preço do gasóleo e elevada carga fiscal que sobre ele incide. Em declarações à agência LUSA, a associação que representa os transportadores rodoviários de mercadorias considerou no sábado que a descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), anunciado na passada sexta-feira, terá um “impacto muito reduzido” e lembra que as empresas “estão no seu limite”, antevendo insolvências “a breve trecho”. “Mais de 60 cêntimos em impostos em cada um euro de combustível é um exagero”, afirmou o porta-voz, André Matias de Almeida.

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Jovens têm metade do aumento salarial que tiveram os avós

Para os profissionais nascidos durante a década 90, cada ano adicional de escolaridade traduz-se num aumento salarial médio de 5%, metade do registado na geração da década de 40.

As gerações mais recentes são mais escolarizadas, mas o investimento na educação não está a refletir-se em melhores salários. Se quem nasceu entre 1940 e 1949 tinha, por cada ano de escolaridade, um ganho de 10% no salário, nos profissionais que nasceram na década de 90 essa subida salarial médio está reduzida a 5%, metade do que seria esperado na geração dos seus avós. A “geração mais e melhor qualificada” é também quem menos recebe de contribuições sociais, em termos proporcionais, face ao que paga à Segurança Social. E, entrando no mercado de trabalho em momentos de crise — caso da atual pandemia — fica com uma cicatriz para sempre: salários 5% mais baixos ao longo da sua carreira.

“As diferenças geracionais sobre a importância da escolaridade em termos de aumentos salariais podem resultar de vários fatores, nomeadamente da qualidade da escolaridade, procura de níveis mais elevados de escolaridade por parte das empresas, match entre a escolaridade proporcionada e escolaridade procurada…”, justifica Pedro Martins, professor na Nova School of Business and Economics (Nova SBE) e autor do estudo “A Equidade Intergeracional no Mercado de Trabalho em Portugal”, apresentado esta terça-feira pela Fundação Calouste Gulbenkian.

O maior peso de setores que têm retornos salariais mais baixos pode também explicar esta distorção entre evolução de salários e qualificações, já os mesmos têm um impacto negativo na média. “A mudança de composição das diferentes áreas, com maior peso de áreas que têm retornos mais baixos, pode também explicar que, em termos médios, considerando todas as áreas em conjunto, o nível médio do retorno seja efetivamente mais baixo”, continua o docente durante a apresentação online do estudo, que envolveu uma análise quantitativa, longitudinal e geracional, tendo sido estudadas até oito gerações e acompanhados trabalhadores durante cerca de 30 anos.

Perante os dados, o autor do estudo deixa algumas sugestões ao nível das políticas públicas que podem servir para contrariar a perda da importância da escolaridade na evolução remuneratória dos profissionais. E reforça a importância de olhar para a qualidade dos conteúdos de alguns cursos, nomeadamente em termos da sua ligação às necessidades das empresas e de informar (bem) os jovens na sua escolha.

“Em alguns casos talvez os jovens não tenham acesso a boa informação e podem acabar por fazer escolhas que não se traduzem nas expectativas que teriam em termos do impacto que seria previsível ao nível da frequência de um curso superior, por exemplo”, esclarece.

Ainda que o efeito acelerador da educação no salário esteja a perder velocidade ao longo das gerações, Pedro Martins defende a necessidade de uma contínua aposta na formação. Embora o retorno ao nível remuneratório esteja aquém das gerações mais antigas, fazendo uma análise mais alargada e inclusiva, é possível concluir que a educação continua a ter um impacto “positivo”, ao nível, por exemplo, dar ao jovem “mais oportunidades de emprego”.

Há aqui desequilíbrios muito grandes, em que os mais jovens são prejudicados, na medida em que recebem muito menos, em termos proporcionais, daquilo que pagam junto da Segurança Social.

Pedro Martins

 

Jovens recebem menos daquilo que pagam para S.S.

Ao nível dos subsídios e contribuições — ou seja, do que se paga à Segurança Social (S.S.) através de descontos e do que se recebe a título de prestações sociais — particularmente subsídio de desemprego, mas também de doença, parentalidade e lay-off — verificam-se também diferenças significativas entre as gerações.

“As gerações mais recentes recebem em subsídios uma percentagem do que contribuíram muito inferior às gerações anteriores”, alerta o estudo. Em concreto, para os indivíduos da geração dos anos 40 essa relação é de quase 70%, ou seja, 70% dos seus descontos são, de alguma forma, devolvidos através destas diferentes prestações sociais.

Já para os nascidos a partir de 1960, esse rácio entre subsídios e contribuições, é de apenas 22%. “O estudo levanta aqui alguma atenção sobre a vertente relacionada com as prestações recebidas durante o período em que a pessoa está ainda no mercado de trabalho de forma mais ativa. Há aqui desequilíbrios muito grandes, em que os mais jovens são prejudicados, na medida em que recebem muito menos, em termos proporcionais, daquilo que pagam junto da Segurança Social”, refere.

“Há aqui um desequilíbrio muito grande que obviamente vai também afetar aquilo que, de alguma forma, sobra em termos do orçamento da Segurança Social para outro tipo de pagamentos, nomeadamente das pensões de reforma”, acrescenta Pedro Martins.

Grande parte desta diferenciação vem, especialmente, do efeito do subsídio de desemprego. Apesar de Portugal ter uma taxa de desemprego jovem muito elevada, é sobretudo a partir dos 50 anos que o subsídio de desemprego tem um peso assinalável. “Este facto indicia a possibilidade de o subsídio de desemprego estar a ser utilizado mais como uma ponte para a reforma do que como uma prestação social”, lê-se no relatório.

“Diria que é uma possibilidade”, mas “seria útil desenvolver uma análise mais aprofundada para concluir a importância específica dessa vertente”, diz o docente lembrando que os dados do estudo são focados na vertente da participação no mercado de trabalho e não inclui a temática da transição para a reforma.

Seja qual for a causa, o que queremos salientar é que o sistema atual como está construído e como está a ser utilizado não está a endereçar a maior fatia de desempregado, que é a população mais jovem.

Luís Lobo Xavier

Diretor da Gulbenkian Strategy & Planning

Esta análise respeitante às contribuições e subsídio consegue ser explicada através das próprias regras do sistema, aponta Luís Lobo Xavier, diretor da Gulbenkian Strategy & Planning. “Não é surpreende que o Estado gaste pouco nos subsídios de desemprego dos mais jovens quando nós conhecemos as regras do sistema. Para uma pessoa receber subsídio de desemprego precisa de qualificar numa série de parâmetros e, portanto, como nós temos também muitos desempregados mais jovens que passam diretamente da escola ou da universidade para o desemprego, temos aqui uma grande percentagem que não qualifica”, esclarece.

“O que nós queremos mostrar é que temos aqui um tema que não está a ser endereçado. Seja qual for a causa, o que queremos salientar é que o sistema atual como está construído e como está a ser utilizado não está a endereçar a maior fatia de desempregado, que é a população mais jovem”, acrescenta.

Entrada no mercado em período de crise determina salários 5% mais baixos

Os jovens são, de facto, os mais afetados pelo desemprego. A Covid-19 não veio ajudar, tendo penalizado especialmente as gerações mais recentes e há “cicatrizes” que podem ser já para a vida. “As gerações que entram no mercado de trabalho durante uma crise económica veem a sua evolução profissional a médio prazo prejudicada relativamente às outras gerações”, lê-se no estudo.

Esses trabalhadores terão, à partida, redes profissionais e sociais mais fracas e não acumulam a mesma experiência profissional que trabalhadores que tenham a sorte de entrar no mercado de trabalho numa época mais favorável. Além disso, os seus salários serão 5% mais baixos ao longo de toda a carreira. “É quase uma cicatriz que os acompanha para a vida”, reforça Luís Lobo Xavier.

No que toca ao tipo de vínculo laboral, é possível concluir que os contratos a prazo têm vindo a ganhar importância. Dois terços das pessoas nascidas nos anos 90 têm contratos a prazo, quase o triplo dos nascidos antes de 1980. E o cenário não muda — como seria expectável — à medida que os trabalhadores envelhecem. Atualmente, menos de 15% dos contratos a prazo são convertidos em permanentes.

“Os resultados apontam para uma mudança estrutural em termos de uma utilização muito alargada dos contratos de trabalho a termos e temporários junto das gerações mais jovens”, afirma, acrescentando que será importante ter em conta o potencial impacto positivo destes contratos em termos de oferta de oportunidades de emprego aos trabalhadores.

As gerações que entram no mercado de trabalho durante uma crise económica veem a sua evolução profissional a médio prazo prejudicada relativamente às outras gerações.

Pedro Martins

Contudo, o docente e investigador considera que poderá ser mais importante prestar atenção aos incentivos que as empresas têm para utilizarem os contratos de trabalho sem termo ou mesmo para promoverem as conversões de contratos de trabalho a termo para contratos de trabalho sem termo.

“Isto obviamente pode levar-nos a pensar sobre o enquadramento legislativo no que diz respeito a matérias mais sensíveis como aquelas relacionadas com o despedimento individual, nomeadamente na vertente das causas subjetivas relacionadas com o desempenho dos colaboradores”, comenta.

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Netflix conquista 3,86 milhões de novos subscritores à boleia de “Squid Game”

  • ECO
  • 19 Outubro 2021

A Netflix apresentou um lucro por ação de 3,19 dólares, enquanto as receitas subiram 16%, para 7,5 mil milhões de dólares. "Squid Game" ajudou a aumentar número de assinantes.

O fenómeno sul-coreano Squid Game ajudou a Netflix a conquistar mais clientes do que o esperado no último trimestre, levando as ações da plataforma de streaming a disparar 3% em Wall Street.

Depois do abrandamento registado na primeira metade do ano, a Netflix conseguiu atrair mais 4,38 milhões de subscritores entre julho e setembro, atingido um total de 213,6 milhões de utilizadores a nível mundial.

O número ficou acima do esperado pelos analistas, que antecipavam mais 3,86 milhões de novos clientes no terceiro trimestre, de acordo com os dados da Refinitiv.

A pandemia impulsionou o número de utilizadores da Netflix, mas o crescimento abrandou de forma acentuada no primeiro semestre do ano, à medida que os países foram avançando no desconfinamento. Além disso, outras plataformas de streaming como a Disney+ e a HBO reforçaram as suas ofertas, aumentando a concorrência no mercado.

Entretanto, a estreia da série Squid Game a 17 de setembro deu um forte impulso à Netflix e surpreendeu tudo e todos ao tornar-se na série original mais vista no primeiro mês.

Até final do ano, a Netflix espera ter mais 8,5 milhões de novos subscritores, um número otimista em relação às previsões dos analistas e que tem a ver com os novos lançamentos que a plataforma promete para o último trimestre do ano.

Nas contas apresentadas esta terça-feira, a Netflix apresentou um lucro por ação de 3,19 dólares, enquanto as receitas subiram 16% para os 7,5 mil milhões de dólares.

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Primeiro ETF de bitcoin estreia-se na bolsa com subida de 4,85%

O ProShares Bitcoin Strategy ETF, considerado o primeiro fundo de bitcoin a negociar na bolsa, apresentou um ganho modesto na estreia em Wall Street.

O primeiro ETF que acompanha as subidas e descidas da bitcoin chegou esta terça-feira à bolsa de Nova Iorque, tendo fechado o primeiro dia de negociações com um ganho de 4,85%. As últimas unidades de participação trocaram de mãos a 41,94 dólares.

Nesta sessão inicial, mais de 24 milhões de ações do ETF trocaram de mãos, num montante total que se aproximou dos 900 milhões de dólares em valor. Perto das 21h45, já depois do fecho dos mercados em Wall Street, o preço da bitcoin avançava 4,91%, para 64.296,61 dólares.

O ProShares Bitcoin Strategy ETF é o primeiro fundo deste tipo a negociar num mercado regulado, pelo que o lançamento era amplamente aguardado pelos investidores em Wall Street e pelos entusiastas das criptomoedas. Ao contrário dos fundos de investimento tradicionais, os ETF são fundos de investimento que negoceiam na bolsa.

No entanto, este ETF da ProShares não detém bitcoin “fisicamente”. Para replicar a cotação da moeda virtual, a ProShares recorre a contratos futuros da bitcoin, um instrumento derivado que já existe há alguns anos. Por esse motivo, alguns analistas têm alertado que poderá não acompanhar com rigor o preço da maior criptomoeda do mundo.

Outras casas de investimento estão a preparar o lançamento de fundos de bitcoin alternativos. É o caso da Valkyrie Investments e da VanEck. Esta última ganhou alguma popularidade recentemente, por ter lançado um ETF que acompanha as ações mais mencionadas nas redes sociais — tem o ticker “BUZZ”.

A SEC — a “CMVM” dos EUA — não se opôs ao lançamento do ProShares Bitcoin Strategy ETF. No entanto, o regulador dos mercados parece mais reticente em aprovar um ETF que compre diretamente a bitcoin. Não é garantido, por isso, que alguma vez venha a existir um.

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Brent sobe quase 1% e passa os 85 dólares pela primeira vez desde 2018

  • Lusa
  • 19 Outubro 2021

Desde 2018 que a cotação do Brent não acabava uma sessão acima do limiar dos 85 dólares, apesar de ter chegado a passar este valor simbólico durante a sessão de segunda-feira.

A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em dezembro terminou esta terça-feira no mercado de futuros de Londres em alta de 0,90%, para os 85,08 dólares.

Desde 2018 que a cotação do Brent não acabava uma sessão acima do limiar dos 85 dólares, apesar de ter chegado a passar este valor simbólico durante a sessão de segunda-feira.

O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão no International Exchange Futures a cotar 76 cêntimos acima dos 84,32 dólares com que fechou as transações na segunda-feira.

O aumento da procura, subsequente à reanimação económica pós-pandemia, e a chegada do frio ao hemisfério norte levam os analistas a prever que a produção global não vai crescer ao mesmo ritmo, desajuste este que impulsiona os preços no sentido da alta.

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S&P 500 avança pela quinta sessão e fica a menos de 1% de bater recorde

Wall Street voltou a fechar em terreno positivo, deixando o influente S&P 500 mais perto de novo máximo histórico. Investidores estão otimistas com temporada de resultados.

Wall Street fechou a sessão desta terça-feira em alta, com os investidores confiantes numa boa temporada de resultados empresariais, sobretudo nos setores da tecnologia e da saúde.

O S&P 500, referência para os investidores em todo o mundo, avançou pela quinta sessão consecutiva, somando 0,74%, para 4.519,63 pontos. Está a menos de 1% de atingir um novo máximo histórico.

O tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones também encerraram em alta de 0,71% e 0,56%, respetivamente.

Em termos empresariais, as ações da Johnson & Johnson valorizaram 2,40%, para 163,96 dólares, depois de a farmacêutica melhorar as previsões para o lucro este ano. A seguradora Travelers ganhou 1,71%, para 155,5 dólares, após os lucros do trimestre terem superado as estimativas dos analistas.

Uma pool de analistas sondados pela Reuters antecipa uma subida de 32,4% dos lucros das empresas do S&P 500 no terceiro trimestre.

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