Espanha promete a Bruxelas cobrar mais portagens nas autoestradas

O Governo espanhol incluiu no PRR a criação de uma rede mais robusta de portagens nas suas autoestradas, para financiar manutenção. Défice de investimento está perto de oito mil milhões de euros.

O Governo espanhol comprometeu-se com a Comissão da Europeia a alargar o pagamento de portagens nas autoestradas, para financiar a respetiva manutenção. O défice de investimento aproxima-se de oito mil milhões de euros, noticiou o El Economista.

“É preciso desenvolver um sistema de pagamento por uso da rede de estradas de alta capacidade que permita cobrir os custos da manutenção e integrar as externalidades negativas do transporte rodoviário, como acontece com as restantes infraestruturas”, lê-se no Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência espanhol, que foi apresentado esta semana e será enviado para Bruxelas nos próximos dias.

A medida é impopular e está a merecer contestação das empresas de transporte. Mas vem a ser defendida pelo Governo, nomeadamente por José Luis Ábalos, ministro dos Transportes, Mobilidade e da Agenda Urbana, em várias ocasiões.

A rede de autoestradas pagas em Espanha encolheu de 3.304 quilómetros para menos de 2.000 quilómetros em três anos. Segundo o jornal, significa que a rede sujeita a portagens encolheu de 18% para 11,5% nesse período, o que contrasta com a realidade de outros países da Europa onde a generalidade destas vias são pagas.

Em Itália, 86% da rede de autoestradas cobra portagens. Em França é de 79% e na Irlanda é de 38%, havendo ainda alguns países que cobram portagens em 100% da rede de autoestradas. Apenas Chipre, Estónia, Liechtenstein, Malta e Montenegro não cobram portagens.

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Cruzeiros proibidos de desembarcar em Portugal até 30 de abril

É a 21.ª vez que é prolongada a proibição de desembarque de navios cruzeiros em portos nacionais. Medida estará em vigor até, pelo menos, 30 de abril.

As restrições definidas em maio de 2020 para o desembarque de navios cruzeiros foram prolongadas mais uma vez. Assim, a interdição fica em vigor, pelo menos, até 30 de abril, segundo um despacho publicado esta quinta-feira em Diário da República.

“O presente despacho produz efeitos a partir das 00h00 do dia 15 de abril de 2021 até às 23h59 do dia 30 de abril de 2021, podendo ser prorrogado em função da evolução da situação epidemiológica”, lê-se no diploma.

A proibição do desembarque e licenças para terra de passageiros e tripulações dos navios de cruzeiro nos portos nacionais foi determinada pelo Governo pela primeira vez a 14 de maio do ano passado, até 15 de junho, e sucessivamente prorrogada, como uma das medidas de contenção das possíveis linhas de contágio, de modo a controlar a pandemia de Covid-19. Esta é a 21ª vez que a medida é prorrogada.

A justificação continua a ser a mesma, pois, segundo o documento, “a experiência internacional demonstra o elevado risco decorrente do desembarque de passageiros e tripulações dos navios de cruzeiro”.

Ainda assim, continua a ser permitido a “atracação de navios de cruzeiro nos portos nacionais para espera (em lay-up) não apenas para reparação naval, ainda que sob determinados condicionalismos, importando, face ao que antecede, monitorizar permanentemente a implementação desta medida, de forma a permitir a sua eventual reversão, caso tal se venha a justificar”. Nesta situação, os cruzeiros não podem ter passageiros e devem circular “apenas com a tripulação mínima para a operação”.

A regra “não se aplica aos cidadãos nacionais ou aos titulares de autorização de residência em Portugal” e poderão também haver outras exceções, desde que autorizadas pelas autoridades de saúde, como “razões humanitárias, de saúde ou para repatriamento imediato”.

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Nas notícias lá fora: Autoestradas espanholas, hedge funds e Tóquio2021

  • ECO
  • 15 Abril 2021

Hedge funds tiveram o melhor início de ano desde antes da crise financeira. Nos EUA empresários contra as restrições ao voto e Biden pode impor sanções à Rússia. Tóquio2021 pode não acontecer.

Espanha prepara-se para começa a cobrar autoestradas, enquanto os Jogos Olímpicos correm o risco de ainda serem cancelados. Nos EUA, os grandes empresários lutam pelo fim das restrições de voto em vários estados e pelas sanções que a administração Biden poderá impor à Rússia, por ataques cibernéticos. E os hedge funds obtiveram o melhor desempenho nos primeiros três meses do ano desde antes da crise financeira.

Financial Times

Hedge Funds têm melhor início de ano desde antes da crise financeira

Os hedge funds tiveram, no primeiro trimestre, o melhor desempenho desde antes da crise financeira global. Estes fundos tiveram um retorno de pouco mais de 1% em março, mas nos três primeiros meses do ano o retorno foi de 4,8%, o melhor primeiro trimestre desde 2006, segundo dados do Eurekahedge. Já dados do Hedge Fund Researcher mostram que os fundos ganharam 6,1% nos primeiros três meses do ano, o ganho mais forte no primeiro trimestre desde 2000. Alguns dos gestores destes fundos lucraram com a forte volatilidade nos mercados como a que se verificou no caso da GameStop.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

El Economista

Autoestradas em Espanha vão começar a ser pagas

Espanha poderá começar, em breve, a cobrar pela utilização das suas autoestradas. No Plano de Recuperação e Resiliência enviado a Bruxelas, o Executivo do país vizinho defende que é “preciso desenvolver um sistema de pagamento pelo uso da rede de autoestradas que cubra os custos de manutenção”. O défice na rede até agora, na sua grande maioria, de utilização gratuita ronda os oito mil milhões de euros.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol).

The Guardian

Warren Buffett, Amazon, Starbucks escrevem carta a condenar restrições ao voto

Amazon, BlackRock, Google, Starbucks, o investidor bilionário Warren Buffett e centenas de outras empresas publicaram uma carta conjunta em que condenam a “legislação discriminatória” destinada a impedir o direito de voto em alguns estados nos Estados Unidos. “Votar é a força vital da nossa democracia e apelamos a todos os americanos a tomar uma posição apartidária por este direito básico e fundamental de todos”, lê-se na declaração.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Bloomberg

EUA preparados para imporem sanções à Rússia

A administração Biden está pronta para tomar medidas contra entidades russas em retaliação pelos ataques cibernéticos, como o SolarWinds, e as tentativas para influenciar o resultado das eleições presidenciais nos EUA. Os EUA pretendem aplicar sanções contra cerca de uma dúzia de indivíduos, incluindo funcionários do governo e dos serviços secretos, e cerca de 20 entidades. Outra das medidas previstas pela administração Biden vai no sentido de impedir as instituições financeiras americanas de negociarem novos títulos de dívida que venham a ser emitidos pelo banco central russo, Ministério das Finanças e fundo soberano da Rússia.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Reuters

Jogos Olímpicos de Tóquio ainda podem ser cancelados

Faltam menos de 100 dias para o arranque dos Jogos Olímpicos que tinham sido adiados de 2020 para este ano. Tóquio tem tudo preparado, mas ainda há o risco de o evento ser cancelado. O secretário-geral do Partido Liberal Democrata, do qual faz parte Yoshihide Suga, o primeiro-ministro do Japão, diz que “se for impossível realizá-los [os Jogos], então teremos de os parar”. O cancelamento “é uma opção”, diz, salientando que se os Jogos forem uma fonte de novas infeções por Covid-19, “então para que servem?”

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

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BCP recua em bolsa após “profit warning” na Polónia

As ações do BCP estão a recuar depois de o Bank Millennium ter anunciado que vai apresentar um resultado negativo no primeiro trimestre. Lisboa oscila entre ganhos e perdas.

As bolsas europeias apresentam ganhos ligeiros, enquanto a bolsa de Lisboa negoceia pouco alterada. O PSO-20 oscila entre ganhos e perdas ligeiras, sendo o BCP o principal destaque da sessão.

Enquanto o Stoxx 600 sobe 0,2%, o índice de referência nacional segue a cotar em torno da fasquia dos 5.000 pontos. A conjugação de forças entre as cotadas do principal índice nacional está relativamente equilibrada.

De um lado, a EDP Renováveis pressiona com uma descida de 0,46%, para 19,44 euros. A Galp Energia recua 0,30%, para 9,948 euros, apesar da escalada dos preços do petróleo, enquanto os CTT perdem 0,29%, para 3,455 euros.

Mas é o BCP que se destaca em Lisboa. O banco liderado por Miguel Maya desvaloriza 0,41%, para 12,10 cêntimos, depois de o Bank Millennium, que o BCP controla na Polónia, ter anunciado aos investidores que vai apresentar um resultado líquido negativo relativo ao primeiro trimestre.

Do outro, a EDP ganha 0,12%, para 5,092 euros, mas é a Navigator que encabeça o top dos desempenhos, somando 0,93%, para 2,834 euros. A construtora Mota-Engil soma 0,35%, para 1,444 euros.

Já a operadora de telecomunicações Nos ganha 0,13%, para 3,046 euros, no dia em que anunciou uma providência cautelar contra a intenção da Anacom de alterar as regras do leilão de licenças para o 5G, que está em curso.

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Famílias carenciadas recebem 1.300 euros para aquecer a casa

  • ECO
  • 15 Abril 2021

Governo tem 130 milhões, abrangidos pelo PRR, para distribuir vales para a eficiência energética. 26 milhões podem chegar a 20 mil famílias ainda em 2021.

Ministério do Ambiente vai atribuir, já em 2021, 56 milhões de euros às famílias para tornarem as suas habitações mais eficientes e combater a pobreza energética. Deste valor, 26 milhões destinam-se a agregados familiares pobres e cada um receberá um vale de 1.300 euros, noticia o Jornal de Notícias. Estima-se que estes 26 milhões cheguem a 20 mil agregados, mas tudo depende das candidaturas a concurso, que o Governo espera iniciar no verão.

Este valor está incluído no Plano de Recuperação e Resiliência. Os vales para eficiência energética têm uma dotação de 130 milhões e pretendem chegar a um total de 100 mil famílias com carências económicas. No total, cerca de 300 milhões do PRR destinam-se ao combate à pobreza energética.

Segundo o jornal, quase um quarto da população não consegue aquecer as casas e 24,4% vivem em edifícios com infiltrações de água ou humidade. A estratégia adotada pelo Governo para combater a pobreza energética entra esta quinta-feira em consulta pública e tem como objetivo reduzir gradualmente estes problemas até 2050.

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Dimensão não deve excluir empresas do acesso ao PT2030, dizem os patrões

Empresas de maior dimensão só podem aceder ao Portugal 2030 se fizerem “investigação e inovação em cooperação com uma PME” ou se os projetos forem “predominantemente ambientais”.

Uma das novidades do novo quadro comunitário de apoio, o Portugal 2030, é a quase exclusão da elegibilidade das grandes empresas. O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) vai concentrar os apoios em micro, pequenas e médias empresas que empregam menos de 250 pessoas. Esta limitação é vista com preocupação por parte dos patrões já que temem que os investimentos produtivos fiquem quase excluídos e que se perca o efeito positivo de arrastamento.

“Não é a concentração dos apoios do FEDER nas PME que me preocupa. O que me preocupa é a excessiva limitação do acesso de não PME a esse fundo”, diz ao ECO, António Saraiva. O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) acrescenta ainda que outro motivo de inquietação é “a incoerência da Comissão Europeia a este respeito”.

O patrão dos patrões lamenta que, “por um lado, se promovam os chamados projetos importantes de interesse europeu comum, aos quais se pretende dar um tratamento privilegiado em termos de ajudas de Estado e, por outro lado, quase que se exclua por completo o acesso das não PME a apoios no âmbito da Política de Coesão”.

“Tenho defendido que a União Europeia deve ser coerente e, sem prejuízo de uma política para as PME que tenha em conta as suas necessidades e características (tratando diferentemente o que é diferente), deixe de discriminar as empresas em função da sua dimensão e as apoie fundamentalmente em função do mérito dos seus projetos”, complementa António Saraiva.

Tenho defendido que a União Europeia deve ser coerente e deixe de discriminar as empresas em função da sua dimensão e as apoie fundamentalmente em função do mérito dos seus projetos.

António Saraiva

Presidente da CIP

Posição idêntica tem o recentemente reeleito presidente da Confederação do Turismo de Portugal. “Os apoios ao investimento empresarial devem ter em consideração a estrutura do tecido empresarial, mas não devem excluir, no plano dos princípios, nenhum agente económico em função da sua dimensão”, diz ao ECO Francisco Calheiros. “Os futuros regulamentos de acesso ao financiamento, com recurso a fundos públicos, europeus e ou nacionais, devem ter esta situação em linha de conta e encontrarem as valências e as capacidades que todo o tecido empresarial pode contribuir para o desenvolvimento económico”, acrescenta.

De acordo com o que já se sabe, embora os regulamentos ainda não estejam publicados, as empresas de maior dimensão até podem aceder ao Portugal 2030 se fizerem “investigação e inovação em cooperação com uma PME” ou se os projetos forem “predominantemente ambientais”, contribuindo para “aumentar a eficiência energética, reduzir as emissões e promover as energias renováveis”, como explicou a comissária europeia da Coe­são e Reformas, em entrevista ao Expresso (acesso pago).

Elisa Ferreira, nessa mesma entrevista, explicou que há ainda “exceções” para os investimentos feitos nos Açores e na Madeira, já que são regiões ultraperiféricas. Mas também para as small mid cap e mid cap (que empregam até 499 ou três mil trabalhadores, respetivamente), ao nível dos projetos de investigação, desenvolvimento e inovação, sobretudo ligados à inovação e digitalização, e dos “instrumentos financeiros, como empréstimos e garantias”.

Para António Saraiva estas exceções “não são, de todo, suficientes” e o impacto positivo junto das PME não é compensador. “Não estamos perante um jogo de soma nula, em que o que uns perdem, os outros ganham. Isso seria esquecer a importância do efeito de arrastamento de empresas de maior dimensão sobre as PME”, acrescenta o presidente da CIP.

O empresário antecipa “um impacto obviamente negativo” da exclusão das grades empresas do PT2030, “uma vez que serão excluídos projetos relevantes quer do ponto de vista do desenvolvimento local, quer do ponto de vista do grande objetivo do relançamento de uma base industrial mais robusta”. “Quer numa perspetiva, quer noutra, está também em causa o efeito de alavancagem que, reconhecidamente, as empresas de maior dimensão exercem sobre as PME”, sublinhou ainda o responsável.

Francisco Calheiros acrescenta mais um ângulo à discussão: os efeitos da pandemia de Covid-19. “Importa que em tempos de pandemia e pós-pandemia os recursos financeiros públicos sejam afetos à totalidade do tecido empresarial. Caso contrário estaríamos a afastar agentes económicos de um esforço que tem que ser comum e totalmente abrangente”, sublinha o presidente da CTP.

Em tempos de pandemia e pós-pandemia os recursos financeiros públicos sejam afetos à totalidade do tecido empresarial. Caso contrário estaríamos a afastar agentes económicos de um esforço que tem que ser comum e totalmente abrangente.

Francisco Calheiros

Presidente da CTP

João Vieira Lopes tem uma visão mais benigna desta limitação. “Tendo em conta que historicamente estão excluídas da generalidade dos apoios e tendo em conta que as grandes empresas poderão participar em alguns projetos estruturantes, não há razão para grandes preocupações”, diz ao ECO o presidente da Confederação do Comércio e Serviços Portugal.

Para o responsável as exceções traçadas nos regulamentos são suficientes e, “tendo em conta as características do tecido empresarial” nacional “faz sentido” privilegiar o acesso das PME ao FEDER. “As PME, nomeadamente por maiores dificuldades de acesso a crédito bancário, precisam dos instrumentos do PT 2030, pelo que pensamos, que, com bons projetos o impacto será positivo”, explica. No entanto, isto “não quer dizer que, para projetos determinados, não seja vantajoso ter também a possibilidade de se integrarem empresas de maior dimensão”, acrescenta Vieira Lopes, cuja confederação representa mais de 200 mil empresas que dão emprego a 1,4 milhões de trabalhadores.

O desenvolvimento de projetos em ligação com PME e universidades não é propriamente novidade. “Já houve no passado alguns projetos que fizeram esta ligação”, recorda Vieira Lopes. “Valorizar as dinâmicas em rede e a cooperação entre empresas é um bom princípio em que todos ganham”, garante.

António Saraiva também não contesta as exigências da Comissão. “Não é a exigência de uma ligação às PME que contesto. Contesto, sim, a crescente e excessiva restritividade no acesso de grandes empresas aos fundos estruturais. Note que estarão praticamente excluídas de apoios ao investimento produtivo”, frisa o presidente da CIP.

Temos muitas dúvidas que possam existir já Programas Operacionais completamente estruturados para o arranque do novo ciclo de fundos estruturais.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

Quanto à possibilidade de as empresas poderem aceder ainda este ano ao novo quadro comunitário as opiniões divergem. António Saraiva diz categoricamente que assim o espera, até porque “o Governo tem alimentado a expectativa de abertura dos primeiros concursos no quarto trimestre de 2021” e, “recentemente, a comissária europeia Elisa Ferreira confirmou que há condições para tal”. Na mesma entrevista ao Expresso (acesso pago), a responsável disse que Portugal tem condições para o fazer, tal como o ministro do Planeamento o anunciou, também em entrevista ao Expresso (acesso pago). “Os concursos do Plano de Recuperação e Resiliência deverão começar a ser lançados no segundo trimestre. E os concursos do Portugal 2030 deverão abrir no quarto trimestre de 2021”, disse Nelson Souza.

Neste capítulo é Vieira Lopes que assume a posição pessimista: “Temos muitas dúvidas que possam existir já Programas Operacionais completamente estruturados para o arranque do novo ciclo de fundos estruturais”. “Já existem, no entanto, um conjunto de regras que permitem a antecipação de fundos comunitários, o que é positivo”, conclui o presidente da CCP, numa referência ao mecanismo de antecipação dos fundos europeus pelo Tesouro português que depois é refinanciado pelos fundos que chegarem do React-EU.

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Hoje nas notícias: Cheques para aquecer a casa, Efacec e BES

  • ECO
  • 15 Abril 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Irá o Governo dar “luz verde” à continuidade da reabertura do país? Os portugueses vão descobrir hoje, sendo provável mais um passo no desconfinamento esta segunda-feira, mas com alguns concelhos a terem de esperar mais um pouco. O Executivo deverá ainda aprovar a lista de candidatos finais à compra da Efacec, enquanto a “bazuca” europeia deverá dar “cheques” de 1.300 euros para as famílias mais carenciadas aquecerem as suas casas.

Famílias carenciadas vão receber 1.300 euros para aquecer a casa

Entra hoje em consulta pública a estratégia nacional de combate à pobreza energética, que prevê metas de redução gradual destas dificuldades até 2050. Desde logo, um dos objetivos é o de que este ano sejam atribuídos 56 milhões de euros da “bazuca” europeia às famílias para que tornem as suas habitações mais eficientes, dos quais 26 milhões destinam-se aos agregados mais carenciados. Estes receberão, em média, um vale de 1.300 euros, numa altura em que cerca de 1,2 milhões de famílias gastam mais de 10% do rendimento mensal com energia, apesar de um quarto da população não conseguir aquecer a casa.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Escolas secundárias e universidades devem reabrir na segunda-feira

No dia em que o Conselho de Ministros decide se o país dá mais um passo no desconfinamento, tudo indica que o Governo deverá dar ordem para a reabertura de escolas secundárias na segunda-feira, dia 19. As universidades também, mas têm autonomia para decidir como vão proceder. No geral, a hipótese mais provável é que o Governo dê luz verde a mais uma fase do desconfinamento, mas que atrase a reabertura numa série de concelhos com incidências da Covid-19 mais elevadas.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Depoimento liga Ricardo Salgado e Marcelo

A 31 de janeiro de 2018, Pedro Queiroz Pereira, antigo dono da Semapa, que morreu nesse mesmo ano, fez o seu depoimento no caso BES. Nesse dia, ligou o atual Presidente da República a Ricardo Salgado. Segundo Queiroz Pereira, depois de um atrito entre os dois, Salgado quis recuperar a relação com Marcelo, o que o levou a “comprar” o chefe de Estado, contratando o escritório da namorada. “Se for ao escritório da Dra. Rita Amaral Cabral, verá que mais de metade, 60%, do trabalho era o BES que lho dava”, disse. Marcelo respondeu a esta acusação dizendo-se ser “incomprável”.

Leia a notícia completa na Sábado (acesso pago).

Conselho de Ministros escolhe candidatos finais à compra da Efacec

A mesa do Conselho de Ministros desta quinta-feira não vai ter só o plano de desconfinamento. Também terá as 10 “propostas não vinculativas” para a compra da Efacec, uma lista de candidatos finais que deverá ser aprovada pelos governantes. Entre os nomes dos proponentes estão as empresas portuguesas Sodecia, DST e Oxy Capital, mas também há nomes internacionais, como a egípcia Elsewedy, a alemã Mutares e o fundo norte-americano Oaktree. Em declarações ao Jornal de Negócios, o presidente executivo da empresa, Ângelo Ramalho, assegura que “o processo de reprivatização em curso” não deve “distrair” a empresa “nem condicionar” a sua atividade.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Auditoria do TdC ao Novo Banco quase a ser conhecida

Depois da auditoria da Deloitte, é esperada a auditoria do Tribunal de Contas (TdC) ao Novo Banco, que deverá ser entregue ao Parlamento até ao final de abril. O primeiro relatório já seguiu para contraditório e o prazo para responder aos juízes é sexta-feira. Depois, segue-se a elaboração do relatório, crucial para decidir sobre a nova injeção de capital do Fundo de Resolução no Novo Banco.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Ataque de Sócrates ao PS é uma “tremenda injustiça”, diz Ana Catarina Mendes

  • ECO
  • 15 Abril 2021

Líder parlamentar do PS critica as declarações do antigo primeiro-ministro, que em resposta a Fernando Medina atacou a direção do PS, e António Costa.

Ana Catarina Mendes considera o ataque de José Sócrates à direção do PS, no seguimento das declarações de Fernando Medina, como uma “tremenda injustiça”. A líder parlamentar socialista diz que o PS “nunca apagou a história do seu partido”, aconselhando o antigo primeiro-ministro ao “recato”.

Sócrates, em entrevista à TVI, respondeu a Fernando Medina, que defendeu que as suspeitas que recaem sobre o antigo primeiro-ministro no âmbito da Operação Marquês minam a confiança dos portugueses e corroem a democracia.

“O essencial não é esse personagem”, disse Sócrates, referindo-se a Medina. “Falemos, portanto, do mandante que é a liderança do PS e a sua direção. E essas declarações dizem tudo sobre o que realmente pensa o Partido Socialista, ou melhor, a sua direção”, atirou o principal arguido da Operação Marquês, dizendo que saiu do PS por já não aguentar o silêncio do partido.

Em resposta a Sócrates, na Circulatura do Quadrado, também na TVI, Ana Catarina Mendes classificou o ataque de Sócrates de “uma tremenda injustiça”, quer “à direção do PS, quer ao próprio António Costa, considerando-o como um traidor, não só na entrevista de hoje, como nos últimos dias”.

A líder parlamentar do PS diz que o PS nunca apagou a história do seu partido”. Acrescentou que “sabe que José Sócrates deu a primeira e única maioria absoluta ao partido, foi secretário-geral, foi primeiro-ministro e entende que, em processo judicial sempre disse que deixaria o processo correr na justiça, deixando-a fazer o trabalho que tem de fazer”. Por isso, recomenda “recato” a Sócrates.

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Operadoras podem até hoje dar “contributos e sugestões” para acelerar leilão do 5G

A Anacom está a aceitar até ao fim do dia "contributos e sugestões" sobre formas de acelerar o leilão do 5G, por via da alteração do regulamento. Algumas operadoras estão perplexas, outras nem tanto.

As empresas de telecomunicações têm até ao final do dia para enviarem à Anacom “contributos e sugestões” a ter em conta na alteração ao regulamento do leilão do 5G. Não é obrigatório que o façam. E antes de qualquer mudança entrar em vigor, o regulador tem de promover uma consulta pública mais formal.

Mas a polémica está novamente instalada. Como já era esperado, os gestores das três principais operadoras do país mostraram descontentamento perante a intenção da Anacom de mudar as regras a meio do jogo. Ressurgiram, por isso, ameaças de processos judiciais e até um pedido da demissão da administração da Anacom, que é liderada por João Cadete de Matos.

Há exatamente uma semana, ia o leilão no 60.º dia quando a Anacom emitiu um comunicado a informar do início de um “procedimento de alteração” do regulamento do leilão em curso. A entidade justificou a decisão com a necessidade de “prevenir um eventual prolongamento excessivo da duração” da operação, queixando-se de que as operadoras estão a recorrer a licitações com incrementos de apenas 1%, fazendo arrastar o decurso do leilão.

Sendo surpresa a decisão de mudar o regulamento, não o é a preocupação com a duração do leilão. No ano passado, a Anacom chegou a prever ter o leilão concluído em janeiro. Noutra altura, previu encerrar o processo até ao final do primeiro trimestre. Esta quarta-feira foi concluído o 64.º dia de licitações da fase principal e Cadete de Matos não está satisfeito com a “delonga”: a Anacom admitiu que há risco de “retardamento no desenvolvimento e entrada em funcionamento das redes, em prejuízo dos cidadãos e das empresas”.

A visão das operadoras é outra. Ainda que a Anacom assegure que mudar as regras a meio do leilão “não desvirtua o procedimento”, Meo, Nos e Vodafone têm as baterias apontadas ao regulador, num clima de grande crispação.

A Vodafone manifestou “perplexidade” com a decisão: “É mais uma vez a prova da total falta de competência do regulador nacional”, disse fonte oficial da empresa. Já Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, dona da Meo, disse, pelo contrário, não ter ficado perplexo: “Este regulador já nos habituou a tirar coelhos da cartola que são, de facto, pérolas únicas a nível europeu ou mundial.”

Contudo, a posição mais dura foi a da Nos. Ao ECO, fonte oficial da empresa liderada por Miguel Almeida apontou diretamente ao Conselho de Administração da Anacom: “Com esta atuação, o regulador demonstra, mais uma vez, que acha que pode atuar acima ou à margem da lei e, para este comportamento, só há um caminho possível: o da demissão”.

Com este tipo de posicionamentos por parte das principais interessadas, é possível que o pedido de contributos da Anacom seja respondido com silêncio das três maiores operadoras de serviços de comunicações eletrónicas. Em todo o caso, as empresas têm até ao final do dia desta quinta-feira para, querendo, submeterem as suas posições.

O ECO enviou um conjunto de questões ao presidente da Anacom. Entre elas, se é sensível ao argumento das operadoras de que não se deve mudar as regras a meio do jogo, bem como o que pode fazer a Anacom recuar nesta ideia. Não obteve resposta até à publicação deste artigo.

A principal alteração ao regulamento que a Anacom propõe é impedir que as operadoras apresentem licitações de apenas 1% de incremento. Em alternativa, passariam a ter de apresentar licitações de 5%, 10%, 15% e 20%, o que aceleraria o fim do leilão e a descoberta do preço de cada lote.

Por esta altura, o braço de ferro concentra-se apenas nas frequências mais importantes para o 5G, havendo algumas cujo preço não mexe há mais de um mês.

Governo não explica divergência

Não se sabe o que pensa a tutela da decisão da Anacom. O ECO perguntou ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, mas não obteve resposta. Talvez porque o comunicado da Anacom tenha embatido de frente com a visão do ministro Pedro Nuno Santos para a venda das licenças do 5G.

Poucos dias antes da Anacom anunciar a intenção de acelerar o fim do processo, o governante tinha transmitido uma posição bem diferente. Afirmando estar “muito contente com o decurso do leilão”, Pedro Nuno Santos sublinhou: “Que continuem a aumentar as licitações porque nós precisamos de dinheiro que, depois, vamos investir noutro objetivo.”

Na mesma ocasião, disse também não haver “nenhum problema” com o leilão do 5G. “As operadoras queixam-se, mas isso é um problema das operadoras”, desvalorizou. As declarações foram recolhidas pela Lusa a 24 de abril, durante uma audição do ministro no Parlamento.

Regulamento já prevê acelerador do leilão?

E antes de terminar, também vale a pena destacar um último pormenor. Os mais atentos aos desenvolvimentos do setor das telecomunicações terão erguido o sobrolho perante a declaração de Alexandre Fonseca à Lusa e ao Diário de Notícias na quarta-feira, em que o gestor garantiu que “o próprio regulamento, por exemplo, tem já uma medida que nunca usou que poderia acelerar o leilão”.

Instado a explicar, Fonseca continuou: “Hoje os intervalos entre cada ronda são de 30 minutos. Mas o leilão permite que sejam encurtados para 15. Se isto acontecesse era mais uma ronda por dia. O regulador nunca usou esta diretiva. E agora vem dizer que afinal temos de mudar tudo.”

Será mesmo assim? Não é claro a que “diretiva” Fonseca se estava a referir. O regulamento determina que as rondas decorrem em dias úteis, entre as 9h00 e as 18h00, e que “cada ronda tem a duração de 60 minutos”. Mas determina também que os licitantes são avisados pela Anacom do início de cada ronda “com, pelo menos, 15 minutos de antecedência”.

As declarações de Fonseca deixam, assim, a ideia de que a Anacom estará a avisar as operadoras com uma antecedência de 30 minutos, mas tal não representa, propriamente, uma “diretiva” que permita acelerar o procedimento. Em todo o caso, o regulamento dá, efetivamente, algumas prorrogativas à Anacom: a de terminar uma ronda no momento em que todos tiverem licitado, ou “aumentar a duração de cada ronda”. Nada fala sobre diminuir essa duração.

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Portugal sabe hoje se continua a desconfinar. Isto é o que pode reabrir já na segunda-feira

O Governo anuncia hoje se há condições para continuar a reabertura a "conta-gotas". País deve poder continuar a desconfinar, mas alguns concelhos poderão ter de esperar mais um pouco. Veja o que abre.

A avaliar pelas declarações do Governo, é razoável acreditar que o país continuará a desconfinar. Mas, talvez, nem todo à mesma velocidade.Hugo Amaral/ECO

O Governo decide hoje se Portugal tem condições para dar mais um passo no plano de desconfinamento. Conhecido há um mês, o programa tem corrido de feição aos portugueses e permitiu o regresso às esplanadas dos cafés e restaurantes no passado dia 5.

Agora, se o Executivo decidir prosseguir com a reabertura a “conta-gotas”, reabrem também os espaços interiores desses estabelecimentos, com um máximo de quatro pessoas por mesa, já na segunda-feira, dia 19. As esplanadas passarão a poder contar com seis pessoas à mesa, ao invés das atuais quatro, e permanecer abertas até às 22h00 durante a semana, ou 13h00 nos fins de semana e feriados.

Está ainda previsto o regresso das aulas presenciais no ensino secundário e superior, a reabertura de cinemas, teatros e auditórios, as lojas do cidadão com atendimento por marcação, todas as lojas e centros de comerciais, as modalidades desportivas de médio risco, a atividade física ao ar livre até seis pessoas e ginásios sem aulas de grupo, eventos exteriores com lotação reduzida e casamentos e batizados com 25% da lotação.

Se o primeiro-ministro der “luz verde” a este plano, como foi desenhado em março, a vida dos portugueses volta a assemelhar-se um pouco mais ao que era antes da pandemia, depois de vários meses em que a palavra de ordem era ficar em casa (e continua a ser, visto que foi renovado até ao fim do mês o estado de emergência pelo Presidente da República).

Novos casos e mortes por Covid-19 em abril:

Clique na legenda para ver só um dos dados. Fonte: DGS

Reabertura a várias velocidades

Mas os portugueses podem ser surpreendidos esta quinta-feira com uma decisão de não prosseguir com o desconfinamento em alguns concelhos do país, ou mesmo adiar a reabertura por mais uns tempos. Tem havido pressão de especialistas nesse sentido.

A primeira opção é a mais provável. Há duas semanas, a 1 de abril, António Costa, primeiro-ministro, virou os holofotes para um conjunto de concelhos que estavam, então, na zona laranja da matriz de risco, por terem incidências da Covid-19 superiores a 120 casos por 100 mil habitantes acumulados a 14 dias. Falando em “especiais cautelas”, explicou que estes municípios poderão ter de aguardar mais um pouco, enquanto a incidência não diminui para um patamar abaixo do tal valor de referência.

A última informação pública sobre as incidências remonta a sexta-feira, dia 9, em que 29 municípios continuavam acima da incidência de 120. Não se conhecem dados mais atualizados, pois a DGS, agora, só atualiza os números mais locais à sexta-feira, enquanto antes fazia-o todas as segundas-feiras.

Matriz de risco a 14 de abril:

Fonte: DGS

Também a própria matriz de risco será posta à prova. Se, em março, um risco de transmissibilidade (Rt) acima de 1 podia ser motivo para não desconfinar, Portugal está já acima desse valor. Na quarta-feira, o Rt era de 1,06 a nível nacional e 1,05 contabilizando apenas o território continental. Mas a incidência continuava baixa, nos 69 em Portugal continental e 72,4 contando com as regiões autónomas.

A fazer fé em declarações anteriores do chefe do Governo, é razoável acreditar que o país continuará a desconfinar em mais esta fase, ainda que, eventualmente, a várias velocidades. Isto porque o Executivo já explicou, noutras ocasiões, que os eixos não da matriz não são rígidos e que há zonas verdes para lá de cada eixo (quando um dos indicadores está baixo em relação ao outro).

Recorde aqui o plano original de desconfinamento:

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Nos avança com providência cautelar contra alteração das regras do leilão do 5G

  • Lusa
  • 15 Abril 2021

"Não há circunstâncias excecionais que justifiquem uma mudança" de regras, nem o tema da pandemia, nem da duração do leilão, "nem o tema de que está em causa o lançamento do 5G".

A Nos vai avançar com uma providência cautelar contra a alteração das regras do leilão propostas pelo regulador Anacom, disse à Lusa a administradora executiva Filipa Carvalho, no dia em que termina o prazo para as operadores responderem.

Na quinta-feira, no 60.º dia de licitação principal, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) anunciou que “decidiu iniciar um procedimento de alteração do respetivo regulamento” para acelerar o leilão 5G (quinta geração), dando até hoje – 15 de abril – aos interessados para enviar os seus contributos e sugestões.

“Vamos meter uma providência cautelar”, afirmou Filipa Carvalho, salientando que “não há circunstâncias excecionais que justifiquem uma mudança” de regras, nem o tema da pandemia, nem da duração do leilão, “nem o tema de que está em causa o lançamento do 5G”, porque as obrigações das operadoras “continuam iguais”.

Entre as alterações – que visam viabilizar um maior número diário de rondas – está a redução da duração das rondas (60 para 15 minutos), e/ou alargando o período diário de licitações, prevendo-se ainda a possibilidade, “se for necessário, de inibir a utilização dos incrementos mínimos que os licitantes podem escolher numa dada ronda (1% e 3%).

A administradora executiva apontou que há “um conjunto de erros” na atuação da Anacom, que classificou “de leviana”.

O primeiro erro é “a mudança das regras a meio do jogo e a violação do princípio da confiança”.

Mediante as regras que estão em vigor, as operadoras estabelecem uma estratégia de licitação.

“Ao alterar as regras, altera-se a forma de jogar”, explicou.

Por exemplo, no que respeita à possibilidade proposta pelo regulador de alterar a forma de definição do preço, removendo incrementos de 1% e 3% nas licitações, isso influencia a abordagem estratégica e a negociação até agora estabelecida entre os licitantes e “altera a dinâmica de jogo”.

Estas alterações, segundo a Nos, não são menores ou pouco importantes e terão impacto no resultado do leilão.

Criticou ainda a criação de “uma tensão do interesse público versus interesse privado, quando ela não existe”.

Aliás, “os operadores estão do lado do interesse público”, agora “não podem é ser prejudicados naquilo que é uma dinâmica própria do leilão”.

A Nos “está do lado do interesse público”, asseverou a administradora executiva.

Acresce a isso o tema “das comparações erradas” dos países, apontou.

O regulador tinha afirmado, na semana passada, que a flexibilidade na determinação dos incrementos “é uma regra que tem sido usada noutros leilões de espectro, designadamente nos leilões do tipo ascendente, de múltiplas rondas, que se realizaram mais recentemente na Europa, como por exemplo na Alemanha (2018), Finlândia (2018), Itália (2018) e Eslováquia (2020)”.

Em nenhum dos quatro países citados, segundo a Nos, o regulador aumentou o incremento mínimo.

Também a Altice Portugal está a “equacionar mecanismos jurídicos”, os quais podem passar por providências cautelares, de acordo com o presidente executivo.

O processo tem sido bastante contestado pelas operadoras históricas, envolvendo processos judiciais, providências cautelares e queixas a Bruxelas, considerando que o regulamento tem medidas “ilegais” e “discriminatórias”, o que incentiva ao desinvestimento.

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5 coisas que vão marcar o dia

No plano económico, o Banco de Portugal vai dar a conhecer como evolui a economia. Esta quinta-feira, o Governo reúne para decidir medidas de desconfinamento.

O Governo reúne, em Conselho de Ministros, para decidir as medidas a aplicar a partir de 19 de abril. No plano económico, o Executivo vai entregar no Parlamento o Programa de Estabilidade 2021-2025, ao mesmo tempo, o Banco de Portugal atualiza o indicador diário de atividade económica. Esta quinta-feira termina o prazo para as operadores apresentarem alterações ao leilão do 5G.

Governo deverá dar “luz verde” à terceira fase do desconfinamento

O Governo reúne esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, para decidir se Portugal entra na terceira fase do plano de desconfinamento, numa altura em que o índice de transmissibilidade tem vido a subir e está em 1,06. Nesta reunião, o Executivo vai avaliar a evolução epidemiológica da pandemia em Portugal para decidir as medidas a aplicar a partir de dia 19 de abril. Em linhas gerais, o plano apresentado pelo primeiro-ministro a 11 de abril previa, para esta fase, a retoma das aulas presenciais do ensino secundário, a reabertura de cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos, bem como de todas as lojas e centros comerciais e lojas de cidadão com atendimento presencial por marcação. Além disso, restaurantes, cafés e pastelarias vão poder começar a receber clientes dentro dos estabelecimentos, havendo um limite de quatro pessoas por mesa. No caso das esplanadas, o limite é alargado para seis pessoas.

Programa de Estabilidade é entregue no Parlamento

Também esta quinta-feira, o Executivo vai entregar o Programa de Estabilidade 2021-2025, documento que define a trajetória das contas públicas e da economia para os próximos cinco anos. O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, já adiantou que o défice das contas públicas deste ano deverá ficar entre os 4,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da previsão de 4,3% que consta do Orçamento para 2021.

Como vai a economia portuguesa?

A instituição liderada por Mário Centeno vai revelar os dados relativos ao indicador de atividade económica, referentes à semana terminada a 11 de abril. Depois de um salto, a economia portuguesa abrandou no início de abril, período em que o país estava sujeito a restrições para travar convívios na Páscoa.

Termina prazo para operadoras reagirem à mudança do leilão do 5G

As operadoras de telecomunicações têm até esta quinta-feira para apresentarem sugestões a ter em conta na alteração ao regulamento do leilão do 5G. Na semana passada, a Anacom deu início a um procedimento de alteração do regulamento do leilão do 5G, para acelerar o fim da venda das licenças. Entre as mudanças admitidas pelo regulador está o aumento do número diário de rondas de licitação e, “se necessário”, aumentar o valor mínimo que as empresas podem licitar pelas frequências.

Pedro Machado é ouvido no inquérito ao Novo Banco

As audições do inquérito ao Novo Banco continuam. Esta quinta-feira é a vez de Pedro Machado,, ex-diretor adjunto do Departamento de Supervisão Macroprudencial do Banco de Portugal ser ouvido na Assembleia da República, no âmbito da comissão de inquérito ao Novo Banco.

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