Mais de 20% das moratórias do crédito da casa terminam no final do mês

Valor do crédito em moratória ascendia a 45,7 mil milhões de euros em janeiro. Do montante de 17,1 mil milhões das moratórias da casa, 21,6% volta a ter de pagar prestações a partir de 1 de abril.

Mais de 20% das moratórias dos empréstimos da casa terminam no final deste mês, quando acabar o regime privado da Associação Portuguesa de Bancos (APB) para o crédito hipotecário.

Os números foram divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, que vai passar a atualizar mensalmente, ao final de cada mês, os dados relativos à evolução das moratórias bancárias que foram introduzidas em março do ano passado por causa do impacto da pandemia na economia.

Em janeiro, havia um total de 45,7 mil milhões de euros de crédito em moratória, o que representa uma descida de 400 milhões de euros face a dezembro, de acordo com o supervisor. Em Portugal, o recurso à moratória atingiu dimensões relevantes, como reconheceram as autoridades, que agora estão preocupadas com uma “saída ordenada” para não deixar famílias, empresas e bancos em xeque.

Do total do crédito em moratória, cerca de 24 mil milhões de euros dizem respeito ao valor das moratórias concedidas a sociedades não financeiras (33% do total do crédito empresarial) e outros 20 mil milhões de crédito correspondem a moratórias dadas a particulares (16% do crédito a particulares). Há ainda 1,7 mil milhões de crédito em moratória relativos a outras entidades que não estão nestes setores, como empresas financeiras ou não residentes.

Dentro das moratórias particulares, que permitem a mais de 407 mil famílias uma suspensão temporária do capital e juros do crédito, 17,1 mil milhões de euros de empréstimos em moratórias correspondem a crédito da habitação, com a grande maioria dos contratos abrangidos pelo regime público, que termina em setembro na maioria dos casos. Mas há 3,7 mil milhões de euros de empréstimos hipotecário em moratória (21,6% das moratórias da casa) encontram-se ao abrigo do regime privado da APB, que termina já a 31 de março. Poderá haver mais moratórias, ainda assim, a expirarem dentro de uma semana.

Neste momento estão em vigor dois regimes de moratórias: um regime público, que termina a 30 de setembro (exceto para novas adesões); e um regime privado promovido pela APB, com duas vertentes: crédito hipotecário, que expira agora no final do mês, e crédito pessoal, que expira em junho.

Os bancos têm estado a monitorizar de perto os clientes para perceber a capacidade de retomarem as prestações do crédito após o fim das moratórias.

Moratórias descem há quatro meses

Setembro foi o pico do valor do crédito em moratória, com 48,1 mil milhões de euros em empréstimos concedidos pelos bancos sem pagarem juros ou capital, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Entretanto, o montante está em queda desde então.

No final de dezembro, havia um total de 46,1 mil milhões de euros de crédito em moratória, valor que baixou em cerca de 400 milhões em janeiro, para 45,7 mil milhões. O Governo abriu a porta a novas adesões à moratória a partir do início deste ano, mas a adesão tem sido fraca, com o valor líquido do crédito em “suspenso” a cair consecutivamente pelo quarto mês.

Setores mais vulneráveis com 60% do crédito em moratória

Nas empresas, com cada 1 euro em moratória em cada 3 euros de crédito, as empresas dos setores mais afetados pela pandemia como a hotelaria e restauração foram as que mais recorrem às moratórias. Os dados do Banco de Portugal permitem perceber que estes setores tem quase 60% do seu crédito da banca em moratória.

Na semana passada, o presidente da APB revelou que o setor e o Governo estão a trabalhar no sentido de evitar um “efeito precipício” quando os regimes acabarem. Faria de Oliveira revelou na RTP 3 que os apoios que estão a ser desenhados vão envolver subsídios a fundo perdido às empresas e outras soluções de capitalização com garantia do Estado.

O Banco de Portugal volta a atualizar a informação sobre moratórias de crédito no próximo dia 31 de março, com montantes (saldos em fim de mês), número de contratos abrangidos e peso relativo de cada segmento (empresas, famílias, habitação, consumo).

(Notícia em atualização)

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Economia da Zona Euro cresce em março pela primeira vez em seis meses

O PMI compósito da Zona Euro subiu significativamente em março, passando para um patamar de crescimento, após seis meses de contração da economia europeia.

Pela primeira vez desde setembro, o PMI compósito da Zona Euro, que mede a atividade económica da indústria e dos serviços, subiu para lá dos 50 pontos, o que significa que há crescimento. Este é um sinal claro de que a economia europeia está a recuperar, antecipando-se melhores números para o PIB do primeiro trimestre. Porém, a recente deterioração da pandemia em vários países europeus poderá reverter esta tendência.

A economia da Zona Euro superou as expectativas em março, mostrando uma expansão muito melhor do que a antecipada graças, principalmente, a uma subida recorde na produção manufatureira“, diz Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit, consultora que é responsável por medir este indicador.

O PMI compósito da Zona Euro aumentou de 48,8 pontos para os 52,5 pontos em março, beneficiando particularmente do setor manufatureiro que subiu para os 63 pontos, o valor mais elevado de sempre, o que é explicado pelo desempenho da Alemanha. As encomendas novas subiram este mês com as exportações a crescer rapidamente.

De acordo com Chris Williamson, esta subida recorde da indústria está a pressionar as cadeias de fornecimento em “dimensões sem precedentes, levando à maior subida dos custos numa década”. O economista-chefe da IHS Markit antecipa que essas pressões nos custos vão “provavelmente” ter impacto nos preços dos produtos vendidos aos consumidores “nos próximos meses”.

Já o setor dos serviços continua bastante pior, apesar de estar a melhorar com uma subida de 45,7 pontos para os 48,8 pontos em março. É nesta área que os renovados confinamentos podem afetar mais significativamente a atividade económica no curto prazo.

Ainda que esta melhoria tenha superado as expectativas dos analistas, os economistas do banco ING antecipam que, mesmo assim, o PIB da Zona Euro vá contrair no primeiro trimestre em cadeia (face ao mês anterior), mas menos do que o previsto anteriormente. A má notícia é que as maiores restrições da pandemia deverão condicionar a retoma no segundo trimestre pelo que a aposta é que o PIB vai acelerar no segundo semestre.

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Chocolates da Imperial vendidos a empresa espanhola

A maior fabricante de chocolates a nível nacional foi vendida pelo fundo Vallis à espanhola Chocolates Valor. Com esta aquisição, o grupo espanhol reforça a sua posição no setor ibérico do chocolate.

A Imperial, a maior fabricante de chocolates do país, foi vendida pelo fundo Vallis ao grupo espanhol Chocolates Valor. A empresa portuguesa conta com mais de 90 anos de história e é detentora de marcas emblemáticas como Regina, Jubileu, Pantagruel, Pintarolas e Allegro. O valor da transação não foi revelado.

“O fundo Vallis Sustainable Investments I informa que acordou com a Chocolates Valor a alienação de 100% do capital da Imperial“, revelou a empresa de capital privado (private equity) num comunicado. A Vallis tinha adquirido a chocolateira Imperial ao Grupo RAR em 2015, igualmente por um montante publicamente desconhecido.

Durante os cinco anos em que fez parte do portefólio da Vallis, a Imperial registou um percurso de sucesso, sustentado no reconhecimento pelos seus clientes da qualidade dos seus produtos, da notoriedade das suas marcas, e num ambicioso plano de reforço da sua capacidade industrial, que representou um investimento superior a 16 milhões de euros em cinco anos, assegura o fundo.

Com esta operação, a Chocolates Valor concretiza a sua primeira operação de aquisição internacional e reforça a sua posição no setor ibérico do chocolate. A combinação das duas empresas potenciará o desenvolvimento dos seus negócios, reforçando e projetando as suas marcas e maximizando as sinergias de ambas.

O presidente executivo da Vallis Capital Partners, Eduardo Rocha, referiu que “é com satisfação que, com esta transação, a Imperial vê reconhecido o seu percurso ao longo dos últimos cinco anos, nos quais consolidou o prestígio e notoriedade das suas marcas, ao mesmo tempo que investiu na modernização das suas instalações industriais. Além disso, afirmou a sua convicção de que a Chocolates Valor, pela sua solidez e reputação no setor será o acionista certo para continuar potenciar o crescimento da Imperial”, afirmou, citado na mesma nota.

Noutra informação enviada à imprensa, Pedro López, presidente executivo da Chocolates Valor, indicou que “a Imperial enquadra de forma perfeita todos os requisitos que procurávamos: é uma empresa especialista em chocolate, muito querida e enraizada em Portugal, com marcas de qualidade e tradição, com sabores únicos, com uma sólida estrutura de fabrico, uma boa abordagem ao mercado e com um portefólio complementar ao da Chocolates Valor.”

“Tratou-se de uma decisão cuidada e que resultou do facto de termos encontrado uma empresa com a qual nos identificamos e que nos complementa. O nosso roadmap integra o crescimento orgânico e inorgânico, e nesse sentido analisamos inúmeras propostas para encontrar o parceiro de viagem perfeito”, destacou também o gestor.

A operação encontra-se sujeita a decisão de não-oposição pela Autoridade da Concorrência. A Imperial, que conta com um volume de negócios de 33 milhões de euros, exporta para mais de 50 países nos cinco continentes e produz cerca de seis mil toneladas de chocolate por ano. No ano passado, marcado pela pandemia, a maior fabricante de chocolates a nível nacional registou um crescimento de cerca de 5% em comparação com o ano anterior.

Compra vai “potenciar” negócio, cá e lá fora

A empresa espanhola explicou ao ECO que tem a intenção de manter toda a equipa da Imperial a laborar e que o seu maior objetivo é “potenciar a complementaridade de ambas as empresas e potenciar o seu know-how enquanto especialistas em chocolate”.

Neste sentido, a Chocolates Valor adianta que a missão passa por reforçar tanto as marcas, que são fortes e com grande tradição (Regina, Jubileu, Pantagruel, Pintarolas, entre outras), como o resto do negócio da empresa, dentro e além-fronteiras. Tanto para a Imperial como para a empresa espanhola, líder no setor de chocolate, “a inovação e a internacionalização sempre foi uma prioridade estratégica” e nesse sentido, a Chocolates Valor “tem como objetivo continuar a potenciar”.

A empresa espanhola Chocolates Valor produz mais de 22 mil toneladas de chocolate a partir das suas fábricas e no período de julho 2019 a junho 2020 obteve um volume de negócios de 138 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h39 com mais informação)

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Governo diz que Casimiro pagou a Groundforce depois de ter recebido 7,6 milhões da própria empresa

Comissões de gestão mais que compensaram o valor da venda, segundo explica o ministro Pedro Nuno Santos. O montante só foi pago seis anos depois de a operação ter sido fechada.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, acusa o anterior Executivo PSD/CDS de ter privatizado a Groundforce às “escuras” e no segredo de gabinetes fechados pela noite dentro, num processo no qual Alfredo Casimiro “foi pago” para ficar com a empresa de handling. Segundo o governante, o empresário recebeu 7,6 milhões de euros antes de fazer qualquer pagamento.

“Havia a dúvida se [Alfredo Casimiro] pagou ou não [pela compra da Groundforce]. Pagou 3,6 milhões de euros em 2018”, explica Pedro Nuno Santos sobre a compra que aconteceu em 2012. “Até 2015, recebeu 5,4 milhões de euros em fees de gestão. Entre 2017 e 2018 recebeu mais 2,2 milhões. Portanto, depois de ter recebido 7,6 milhões de euros é que pagou 3,6 milhões”, clarifica.

Nascida em 2003, a empresa de handling era totalmente detida pela TAP, que foi forçada pela Autoridade da Concorrência a vender a maioria do capital. A privatização, com a alienação aos espanhóis da Globália, acabou por gerar uma guerra acionista e a participação acabaria em 2008 nas mãos da banca. Em 2012, o Governo fecha novo negócio com o Grupo Urbanos de Alfredo Casimiro, depois da desistência da belga Aviapartner.

“Quantos empresários gostavam de ter a Groundforce sem pagar nada e ainda ganhar por cima? Isto é grave. O senhor Alfredo Casimiro não comprou empresa nenhuma, recebeu dinheiro para ficar com a empresa“, criticou Pedro Nuno Santos, na audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação esta quarta-feira.

Aliás, também numa audição parlamentar na semana passada, Casimiro admitiu que, na altura, lhe ligou um membro do Governo para propor que avaliasse o negócio. Tanta era a pressa que viria a ser feito com a Urbanos e só mais tarde é que a participação passaria para a Pasogal (que é a atual acionista, com 50,1% do capital).

As comissões de gestão acordadas no momento da venda estão associadas às receitas, sendo que a TAP é o principal cliente responsável por 70% da faturação. Além destas, foram também distribuídos dividendos já que a Groundforce passou de prejuízos a lucros em 2013 e, com Casimiro, acumulou 28,8 milhões de euros em lucros até 2019, tendo distribuído quase 17 milhões de euros em dividendos.

“Os dividendos decorrem da empresa estar a dar lucro. Estava a dar lucro até à pandemia e são decisões normais da empresa”, referiu. Considera, no entanto, que os resultados positivos não foram conseguidos por mérito da gestão privada, mas sim às custas de contratos demasiado caros para a TAP.

Pedro Nuno Santos atribui a culpa da situação ao Executivo que liderou o processo de privatização, que considera não ter sido transparente. “Que a direita portuguesa queira privatizar tudo o que mexe, que privatize, mas não venda ao primeiro que aparece“, atirou à oposição. “Há quem ache que as negociações devem ser feitas no recato dos gabinetes, pela noite dentro, mas não é essa a minha forma de estar. Estes processos devem ser conduzidos aos olhos de todos”, defendeu.

O governante acrescentou que ainda menos possível seria manter as negociações para solucionar os problemas financeiros da Groundforce porque “estamos a falar de um empresário que, na relação com o Estado, esteve a enganar e a mentir até ao fim”, referindo-se ao acionista privado Alfredo Casimiro. “Deve o Estado comportar-se como se fosse o Estado multibanco ao seu dispor? Com este governo não”, acrescentou.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h23)

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Número de voos da TAP cai pelo quarto mês consecutivo

O número de voos operados pela companhia aérea nacional desceu pelo quarto mês consecutivo, "com fevereiro a verificar uma queda mais acentuada", indica documento da empresa, a que o ECO teve acesso.

Fevereiro foi mais um mês em que se acentuou a “tendência decrescente” no número de voos e capacidade da TAP, comparativamente com o mesmo mês do ano passado. Resultado do “agravamento das medidas restritivas” para travar a pandemia, a companhia aérea nacional reduziu em 89% o número de voos e em 92% a sua capacidade, refere um documento enviado esta quarta-feira aos trabalhadores, a que o ECO teve acesso.

Perante este cenário, a 10 de março, a TAP ajustou a “oferta de capacidade em menos 10% face à operação publicada em janeiro para o primeiro trimestre deste ano, em virtude do impacto das restrições em mercados como Angola, Brasil e UK [Reino Unido], resultando numa variação de menos 83% face ao primeiro trimestre de 2019″, indica o documento interno da TAP.

Esta tendência decrescente foi também visível na evolução do número de voos “ao longo dos últimos meses”. “Pelo quarto mês consecutivo o número de voos tem descido, com fevereiro a verificar uma queda mais acentuada”, diz a empresa, notando que a taxa de ocupação média global dos seus aviões entre outubro e dezembro de 2020 foi de 52%.

Para o segundo trimestre, “as projeções são um pouco mais otimistas”, com a empresa a estimar que a percentagem da capacidade suspensa face a igual período de 2019 “venha a diminuir, gradualmente, com valores de: menos 61% em abril, menos 58% em maio e menos 45% para junho”.

O mesmo documento refere que a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) reviu em baixa as projeções de capacidade da TAP “em todos os cenários, particularmente no curto prazo”: menos sete pontos percentuais em março e menos um ponto percentual de abril em diante. “A TAP projeta, para os próximos meses, uma capacidade em linha com o cenário moderado da IATA”, lê-se.

Para o futuro, “no curto prazo e no cenário moderado”, a projeção da IATA em termos de procura nos mercados onde a TAP opera aponta para uma recuperação de 63% do tráfego global, 77% do tráfego doméstico e 55% do tráfego internacional, “comprovando a retoma lenta estimada, particularmente no tráfego internacional”, diz a empresa.

A acompanhar este documento enviado aos trabalhadores está uma mensagem de Ramiro Sequeira, onde o CEO nota que “este cenário pode-se alterar rapidamente em virtude da evolução das restrições e imposições à mobilidade das pessoas”. “É neste contexto operacional que nos mantemos confiantes de que o Plano de Reestruturação (…) é chave para alcançar o gradual e progressivo reequilíbrio económico-financeiro“, remata.

(Notícia atualizada às 11h20 com mais atualização)

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Representantes de motoristas TVDE discutem hoje com Governo melhores condições de trabalho

  • Lusa
  • 24 Março 2021

Grupo de trabalho vai defender que motoristas não podem continuar desprotegidos e que tem que existir regulamentação de tarifas e contingentes.

Um grupo de trabalho criado num sindicato da CGTP para apoiar os motoristas das plataformas digitais reúne-se esta quarta-feira com o Governo para tentar melhorar a regulamentação e as condições de trabalho no setor.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e um dos seus filiados, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), têm acompanhado o setor do transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica (TVDE) e conseguiram que algumas dezenas de motoristas se sindicalizassem.

No início de novembro de 2020 estes motoristas fizeram a primeira concentração de protesto e aprovaram o caderno reivindicativo elaborado pela Fectrans e entregue ao Governo. No mesmo mês, no âmbito do STRUP, foi criado um grupo de trabalho que pretende negociar com a tutela governamental a melhoria das condições laborais e de funcionamento do setor. O “grupo executivo” foi eleito em plenário geral, integra dois parceiros, dois motoristas e o coordenador do STRP, Fernando Fidalgo.

Depois de várias ações de protesto e pedidos de reunião, este grupo conseguiu finalmente o seu objetivo e vai hoje defender junto do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, que estes motoristas não podem continuar completamente desprotegidos e que tem que existir regulamentação de tarifas e contingentes que garantiam aos trabalhadores um rendimento digno.

“Pretendemos discutir o nosso caderno reivindicativo com o secretário de Estado e reafirmar as nossas prioridades, porque estas pessoas não podem continuar a depender inteiramente das decisões das plataformas sem terem quais quer garantias nem direitos“, disse à Lusa Fernando Fidalgo.

O documento reivindicativo começa por defender a criação de um grupo de trabalho no âmbito do Ministério do Ambiente, que tutela o setor, com todos os intervenientes da atividade, para definir as regras e clarificação do tipo de relação de trabalho que deve existir entre os motoristas e os motoristas/parceiros e as plataformas digitais.

Segundo Fernando Fidalgo, as plataformas digitais não têm qualquer tipo de vínculo com os motoristas, só estabelecem contrato de prestação de serviço com os chamados parceiros, a quem exigem que se constituam como empresa, podendo ser eles próprios motoristas ou terem vários carros e motoristas ao dispor.

“Não há nada que impeça as plataformas de estabelecerem uma relação laboral diretamente com os motoristas, mas eu não conheço nenhum caso desses, porque as plataformas não têm qualquer interesse nisso e os motoristas ficam completamente desprotegidos e mal ganham para sobreviver”.

Por isso, o caderno reivindicativo defende que seja aplicado a todos os motoristas do setor TVDE uma regulamentação coletiva de trabalho, que deveria ser o mesmo Contrato Coletivo de Trabalho do setor do transporte ligeiro de passageiros.

A regulação de tarifas e a definição do preço do custo da atividade, a fiscalização do serviço TVDE definido na lei e a definição de um contingente máximo de viaturas para o exercício da atividade, para que esta seja sustentável, são outras das reivindicações. O documento prevê ainda que, para iniciar a atividade seja obrigatório dominar a língua portuguesa, para além das habilitações legais obrigatórias.

A discussão deste caderno reivindicativo deverá também servir de contributo para a revisão da legislação de 2018, que definiu o regime jurídico aplicável à atividade de TVDE. O Governo pretende levar a regulação laboral das plataformas digitais à concertação social após a publicação do Livro Verde sobre o futuro do trabalho que deveria ter sido apresentado até final de 2020.

Em 24 de fevereiro, a Comissão Europeia iniciou uma consulta aos parceiros sociais europeus sobre como melhorar as condições de trabalho das pessoas que trabalham através de plataformas digitais e pretende elaborar uma diretiva sobre a matéria.

Também em fevereiro, no Reino Unido a Uber foi obrigada pelo tribunal a classificar os condutores como trabalhadores próprios e não autónomos, reconhecendo-lhes todos os direitos laborais básicos, nomeadamente férias pagas. O tribunal britânico decidiu a favor de um grupo de cerca de 20 motoristas que acreditavam ter direito ao estatuto de trabalhador, dado o tempo ao serviço e o controlo exercido pelo grupo sobre a sua avaliação.

Decisão da Uber no Reino Unido pode pressionar outras plataformas na Europa

A decisão da Uber de dar mais direitos aos seus condutores, bem-vinda no Reino Unido, poderá pressionar outras plataformas digitais no país e na Europa que prosperam na gig economy. Segundo o dicionário de Cambridge, “gig economy” é uma forma de trabalho baseada em pessoas que têm empregos temporários ou que fazem trabalhos como freelancers, pagas separadamente, em vez de trabalharem para um empregador fixo.

Sindicatos e Governos falam de um passo na direção certa, na sequência do anúncio das medidas, uma estreia mundial para o gigante americano de aluguer de automóveis que foi forçado a agir após um revés em tribunal. A Uber concedeu aos seus mais de 70.000 motoristas britânicos o estatuto de “trabalhador assalariado”, que lhes dá direito ao salário mínimo, férias pagas e acesso a um fundo de pensões.

Este é um estatuto híbrido específico da legislação laboral britânica: mais do que o estatuto de trabalhador independente que tinham até então, mas menos do que um estatuto de trabalhador por conta de outrem. A plataforma teve de agir rapidamente precisamente um mês depois de uma retumbante derrota no Supremo Tribunal britânico, que decidiu em 19 de fevereiro que os motoristas podiam ser considerados como “trabalhadores” e, portanto, beneficiar de direitos sociais.

Para David Osbourne, um motorista da Uber em Londres, citado pela AFP, foi “um passo na direção certa”. “Pelo menos, estamos a receber um pouco mais de dinheiro”, precisa David Osbourne. “Mas ainda não chegou ao fim”, disse Osbourne à AFP, uma vez que os benefícios serão concedidos a partir do momento em que o condutor aceitar um serviço, e não quando se ligar à aplicação.

Para o sindicato britânico GMB, “outras empresas da ‘gig economy’ devem tomar nota. Este é o fim da estrada para um emprego independente desastroso”. De acordo com Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown, citada pela AFP, a decisão de Uber “vai ter impacto em toda a ‘gig economy'”.

É difícil ter uma estimativa precisa do número de pessoas que trabalham na economia gigante, mas a imprensa britânica menciona por vezes o número de 5,5 milhões. A Uber não deu qualquer indicação do impacto financeiro, mas dificilmente pode dar-se ao luxo de aumentar demasiado as suas tarifas, especialmente em Londres, onde a concorrência é feroz, sem perder quota de mercado.

Por outro lado, os olhos poderiam voltar-se para as plataformas de entrega de alimentos, tais como a Uber Eats, subsidiária de Uber, ou a Deliveroo. Os trabalhadores de entregas da Deliveroo estão de facto à espera da decisão do Tribunal de Recurso de Londres para avaliarem se podem beneficiar de um acordo coletivo. Mas esta mudança pode também ter consequências na Europa, onde as coisas estão a avançar nestas questões, particularmente em Espanha, que agora considera automaticamente os trabalhadores de entregas ao domicílio de todas as plataformas digitais como empregados.

A decisão de Uber “deve ser tomada em consideração pela Comissão Europeia”, de acordo com Streeter. Bruxelas lançou uma consulta sobre os direitos dos trabalhadores da plataforma e poderá decidir sobre nova legislação até ao final do ano.

Mas Ludovic Voet da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) adverte contra o estatuto híbrido proposto no Reino Unido. “Somos contra a promoção de um terceiro estatuto que seja um estatuto de empregado, menos protegido do que o atual estatuto de empregado, mas também menos independente e menos flexível do que o estatuto de trabalhador por conta própria. Não seria uma melhoria”, disse Voet à AFP.

O mesmo é verdade em França, onde o Tribunal de Recurso reconheceu um antigo motorista como empregado em 2020, embora esta decisão não tenha tido muito efeito. “O Governo francês tem feito tudo durante mais de um ano para propor um estatuto de terceiro. Pedimos-lhe que deixe de impedir que os condutores sejam requalificados”, disse Jerome Giusti, um advogado à AFP, que defende os condutores de Uber.

Para Brahim Ben Ali, secretário do sindicato francês INV, que agrupa cerca de 2.000 condutores de TVDE (Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados a Partir de Plataforma Eletrónica) e um opositor vocal da companhia americana, o anúncio de Uber “é fumo e espelhos”. “Querem colocar-nos no terceiro estatuto para que a União Europeia, por sua vez, nos traga nessa direção. Um verdadeiro empregado tem uma verdadeira proteção social. Não cabe a Uber decidir, existe uma lei laboral, deve ser respeitada”, refere.

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Líderes empresariais estão menos adeptos do teletrabalho e só esperam retoma em 2022

Quase metade dos presidentes executivos de 500 empresas globais só esperam o regresso ao "normal decurso" dos seus negócios em 2022. Apenas três em cada dez consideram um modelo híbrido de trabalho.

Quase metade dos presidentes executivos (CEO) de 500 empresas mundiais espera um regresso dos negócios à normalidade apenas em 2022. A conclusão resulta de inquérito promovido pela KPMG, que revela também uma menor inclinação para incentivar o trabalho remoto face ao verificado há seis meses.

Apesar de a maioria esperar uma melhoria da atividade já só no próximo ano, o KPMG CEO Outlook Pulse Survey de 2021 aponta que 31% dos gestores inquiridos acreditam que a retoma da “normalidade” na atividade das suas empresas deve acontecer ainda este ano. 24% confessam que o seu modelo de negócio ficou permanentemente alterado pelo impacto da pandemia.

Do estudo, feito entre fevereiro e março de 2021, resulta também a conclusão de que os gestores estão menos inclinados para o teletrabalho do que estavam há seis meses. “Apenas 17% dos líderes empresarias procuram reduzir a presença física no escritório, em resultado da pandemia, por oposição a 69% dos inquiridos em agosto de 2020”, refere a KPMG em comunicado. “Apenas três em cada dez admitem um modelo híbrido no que diz respeito aos tipos de trabalho dos seus recursos humanos: remoto e físico”, acrescenta a consultora.

A maioria destes líderes (61%) diz esperar ver mais de metade da população vacinada antes de avançar para o regresso ao escritório. Aliás, a maioria (55%) está também apreensiva com a demora deste processo e, consequentemente, com o demorado acesso dos seus colaboradores à vacina, o que influencia esse regresso e a retoma.

Alguns admitem estar inseguros devido à “desinformação” relacionada com as vacinas, por poder motivar a recusa dos trabalhadores em serem vacinados. Assim, a quase totalidade dos responsáveis (90%) consideram pedir aos funcionários que reportem informação à empresa quando forem vacinados.

“O cenário de terem os seus colaboradores vacinados dá uma dose de otimismo, sobre a qual [os líderes] se baseiam para preparar a nova realidade”, explica Bill Thomas, presidente global da KPMG, citado em comunicado.

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Preço dos combustíveis sobe em fevereiro. Saiba em que distritos paga menos para abastecer

Gasóleo e gasolina encareceram 4% em fevereiro. ERSE revela em que distritos é mais barato encher o depósito e garante que postos dos hipermercados permitem poupar 14 cêntimos/litro de combustível.

O preço do gasóleo subiu 3,9% em fevereiro, enquanto o da gasolina aumentou 3,4%, comparativamente com o mês anterior. Braga, Viseu, Aveiro e Santarém são os distritos onde os combustíveis são mais baratos, enquanto Bragança, Lisboa, Beja, Portalegre e Faro são aqueles onde fica mais caro atestar o depósito.

Os números fazem parte do Boletim do Mercado dos Combustíveis e GPL relativo a fevereiro e publicado esta quarta-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). De acordo com o regulador, os preços dos combustíveis rodoviários acompanharam a cotação do petróleo e derivados no mercado internacional, num mês em que o valor do barril “manteve a trajetória ascendente”, negociando acima dos 60 dólares.

“Em fevereiro, o preço da gasolina na Europa aumentou face ao mês anterior, atingindo o máximo dos últimos 11 meses. […] A diminuição das restrições de circulação em alguns países europeus e norte-americanos pode ter contribuído para o aumento dos preços”, explica a ERSE no referido relatório. Quanto ao preço do gasóleo, a subida também está em linha com a valorização do crude, mas “este incremento não se refletiu nas margens de refinação, uma vez que a Rússia aumentou o fluxo de gasóleo no mercado”.

Além da discriminação pelas regiões do país onde é mais caro e mais barato abastecer, a ERSE destaca que “os hipermercados continuam a apresentar as ofertas mais competitivas, 3,4% abaixo dos operadores do segmento low-cost e 8,7% inferiores aos dos postos de abastecimento que operam sob a insígnia de uma companhia petrolífera, representando uma poupança de 14 cêntimos por litro”.

GPL mais caro em Faro, Beja, Setúbal, Lisboa e Coimbra

Quanto às cotações do GPL (gases de petróleo liquefeito) na Europa, “aumentaram em fevereiro face a janeiro”, indica a ERSE. A entidade sublinha também que “o propano negociou, em média, 2,7% acima do butano”. “O propano atingiu um preço máximo de 52,7 cêntimos por quilograma e o butano 51,3 cêntimos por quilograma, e um preço mínimo de 45,3 cêntimos por quilograma e 45,2 cêntimos por quilograma, respetivamente”, acrescenta.

“Viana do Castelo, Bragança e Vila Real registaram, para Portugal continental, a garrafa de GPL (butano e propano) com o menor custo. Já Faro, Beja, Setúbal, Lisboa e Coimbra apresentaram os preços mais elevados”, frisa a ERSE.

Quanto ao jet fuel, o combustível usado na aviação, o preço “voltou a aumentar em fevereiro, seguindo o preço do contrato de gasóleo subjacente, apesar da perspetiva de diminuição da procura durante o primeiro trimestre”. “As restrições de produção no território europeu, bem como a diminuição de importações foram fundamentais para o aumento do preço. Em contraciclo, a diminuição na atividade da maioria das companhias aéreas europeias, durante o primeiro trimestre do ano, está a conter a subida”, afirma o regulador dos serviços energéticos.

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Garrigues assessora a Feedzai numa ronda de investimento de 200 milhões de dólares

A equipa da Garrigues foi coordenada pelo sócio Mário Lino Dias, com a participação dos advogados José de Seabra Marcão e Inês Freire de Andrade.

A sociedade de advogados Garrigues assessorou a Feedzai, empresa líder mundial na gestão de risco e combate à fraude com base em machine learning e inteligência artificial, numa ronda de investimento pelo total de 200 milhões de dólares liderada pela KKR, a qual valorizou a empresa em 1,3 biliões de dólares, tendo ainda contado com a participação da Sapphire Ventures e Citi Ventures.

A equipa da Garrigues foi coordenada pelo sócio Mário Lino Dias, com a participação dos advogados José de Seabra Marcão e Inês Freire de Andrade, tendo representado a Feedzai e atuais acionistas de referência.

“Esta é a primeira vez que uma ronda de investimento desta magnitude, elevando uma empresa ao estatuto de unicórnio, é negociada e implementada totalmente a partir de Portugal”, refere a Garrigues.

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Subsídio de risco para profissionais do SNS chega ao terreno

O Governo publicou a portaria que regulamenta o prometido subsídio extraordinário de risco para profissionais do SNS. É pago de dois em dois meses e vale 20% da remuneração base mensal, com limites.

O prometido subsídio extraordinário de risco para profissionais de saúde do setor público que trabalhem diretamente com pessoas infetadas com Covid-19 vai finalmente chegar ao terreno. O Governo acaba de publicar em Diário da República a portaria que regulamenta este “bónus”, que a ministra da Saúde garantiu que começa a ser pago ainda este mês.

“A resposta adequada […] à evolução da doença Covid-19 determinou que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) fossem chamados à linha da frente no tratamento da doença, o que tem sido feito num contexto de especial exigência e responsabilidade”, lê-se no sumário do documento. “O risco acrescido face às funções que desempenhariam fora do contexto pandémico justifica a atribuição de um subsídio específico extraordinário”, acrescenta também.

Desta feita, a referida portaria, que operacionaliza uma medida aprovada no Orçamento do Estado para 2021, prevê o pagamento de um subsídio “extraordinário e transitório” durante o presente ano, “enquanto persistir” a pandemia “em período de emergência, calamidade ou contingência”. O montante a ser pago aos profissionais elegíveis corresponde “a 20% da remuneração base mensal de cada trabalhador, sendo calculado proporcionalmente nos casos em que o período de exercício seja inferior a um mês”.

O subsídio de risco, apesar de “vencer mensalmente”, é pago de dois em dois meses. Em todos os casos, o montante mensal está limitado a 50% do valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), o que significa, por outras palavras, que os profissionais de saúde não receberão, com este “bónus”, mais do que 219,41 euros referentes a cada mês.

Para poderem beneficiar desta prestação, os profissionais do SNS têm de praticar “atos direta e maioritariamente relacionados com pessoas suspeitas e doentes infetados com a doença Covid-19, de forma permanente, e em serviços ou áreas dedicadas, quer enquanto prestadores diretos de cuidados de saúde, quer como prestadores de atividades de suporte”. As condições exatas estão descritas na lei.

Como manda a lei do Orçamento do Estado, o subsídio também é pago no valor de “10% da remuneração base diária de cada trabalhador, obtida por aplicação da proporção de 1/30 sobre a remuneração base mensal”, aos “demais profissionais dos serviços essenciais da responsabilidade do Estado”, como trabalhadores das “forças e serviços de segurança e de socorro, incluindo os bombeiros voluntários, e das forças armadas”, e “trabalhadores dos serviços públicos essenciais, de gestão e manutenção de infraestruturas essenciais”. Nestes casos, o cálculo é feito “por referência aos dias de prestação efetiva de funções do trabalhador”.

Recentemente, segundo a RTP, a ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou que o subsídio de risco vai ser pago ainda este mês. Os sindicatos reclamam, alegando que os salários de março já foram processados sem incluírem o subsídio.

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Nelson Pires vence Pessoas Award na categoria “Influencer”

O diretor-geral da Jaba Recordati expressa as suas ideias e opiniões nas redes sociais, é autor de um blog e participante assíduo em conferências.

Se é verdade que as pessoas estão no centro, que “fazem” as empresas e, muitas vezes, ditam o sucesso das organizações, os Pessoas Awards surgem para premiar as boas práticas, reconhecendo os bons líderes e distinguindo-os dos demais. Reconhecer a sua liderança é, também, torná-la influenciadora e inspiradora para outros. Nelson Pires, diretor-geral da Jaba Recordati, é o líder distinguido com o Pessoas Award na categoria “Influencer”, a única sujeita a votação do público

Nelson Pires é diretor-geral da Jaba Recordati

“Mais vale ser influente do que ser poderoso”

Se tivesse de escolher entre autoridade e influência, Nelson Pires, escolheria, certamente, a influência. “Mais vale ser influente. Perdura no tempo”, começa por dizer, argumentando que é uma escolha mais inteligente. Nelson Pires expressa as suas ideias e opiniões nas redes sociais, é autor de um blog e participante assíduo em conferências. Além disso, assume-se como um líder mobilizador que consegue, inclusive, que os seus colaboradores sejam embaixadores daquilo que faz enquanto líder, bem como daquilo que a Jaba Recordati faz enquanto organização.

A sua postura relativamente à influência tem trazido uma maior exposição à empresa e, consequentemente, tem contribuído para os níveis de atração e retenção de talento. “Passámos de uma empresa muito discreta para uma muito exposta, obviamente com os riscos da exposição. Mas, a verdade é que isso traz muita atração. As pessoas que estão a iniciar carreira querem vir trabalhar para aqui, que era algo que não acontecia há alguns anos. Tem muito a ver com a imagem que o líder transmite, uma imagem de responsabilidade social, de equilíbrio, de preocupação com as pessoas…”, refere Nelson Pires.

"Passámos de uma empresa muito discreta para uma muito exposta, obviamente com os riscos da exposição. Mas, a verdade é que isso traz muita atração.”

Nelson Pires

Diretor-geral da Jaba Recordati

A retenção do melhor talento fica, também, beneficiada com esta postura de líder influenciador. “Neste momento não temos rotação voluntária de pessoas que se vão embora. Conseguimos manter as boas pessoas cá dentro, o que é uma mais-valia”, acrescenta o líder da empresa do ramo farmacêutico.

 

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Bem-vindo ao modelo híbrido. Quatro tendências que vão moldar o futuro do trabalho

A Microsoft está a desenvolver a sua própria estratégia de trabalho híbrido, para mais de 160 mil empregados em todo o mundo. Um passo que, para a tecnológica, é "inevitável" para as empresas.

Se, em março do ano passado, quando as empresas se viram obrigadas a enviar os seus colaboradores para casa devido à pandemia mundial, a mudança foi abrupta e inesperada, agora estamos perante uma mudança igualmente diruptiva mas para a qual algumas organizações já estão a preparar-se. É novo modelo — de trabalho híbrido — é o passo que se segue, o que significa que alguns colaboradores regressam ao escritório, mas que outros continuam a trabalhar a partir de casa.

Para a Microsoft — uma dessas empresas que estão a desenvolver a sua própria estratégia de trabalho híbrido, neste caso para mais de 160 mil empregados em todo o mundo — trata-se de um passo “inevitável”. “Com mais de 40% da força laboral a considerar deixar o seu atual emprego este ano, uma abordagem atenta ao trabalho híbrido será fundamental para atrair e reter diversos talentos”, lê-se numa publicação feita pela Microsoft no site.

Foi precisamente para ajudar as empresas nesta revolução laboral que a tecnológica desenvolveu o “2021 Work Trend Index“, um estudo com mais de 30 mil pessoas em 31 países. Entre as principais conclusões, tendências e desafios está a certeza de que o teletrabalho veio para ficar, de que os líderes precisam de uma wake-up call, de que a alta produtividade está a esconder trabalhadores exaustos e, finalmente, de que, com o regime híbrido, o talento está em qualquer parte do mundo.

1. Teletrabalho veio para ficar

De acordo com a tecnológica, mais de 70% dos profissionais querem que as opções de trabalho remoto e flexível se mantenham após a pandemia mundial, algo que faz com que 66% dos decisores empresariais estejam já a considerar redesenhar os escritórios, de modo a desenvolver melhores ambientes de trabalho híbridos. “Flexibilidade e trabalho híbrido definirão o local de trabalho pós-pandémico”, afirma a tecnológica.

Fonte: The 2021 Work Trend Index

“As expectativas dos trabalhadores estão a mudar e teremos de definir a produtividade de forma muito mais ampla, incluindo a colaboração, a aprendizagem e o bem-estar para impulsionar a progressão na carreira de cada trabalhador (…) Tudo isto precisa de ser feito com flexibilidade de quando, onde e como as pessoas trabalham”, diz Satya Nadella, CEO da Microsoft.

2. Os líderes precisam de uma wake-up call

“Os encontros no escritório ajudam a manter os líderes honestos. Com o trabalho à distância, há menos hipóteses de perguntar aos trabalhadores: ‘Olá, como estás?’ e conseguir algumas pistas importantes à medida que eles respondem. Precisamos de encontrar novas formas de combater isto”, afirma Jared Spataro, CVP da Microsoft 365.

Encontrar soluções capazes de colmatar a distância física e, ao mesmo tempo, que usem a tecnologia para potenciar a proximidade entre equipas e líderes é um dos principais desafios dos decisores agora mesmo. No entanto, há que fazê-lo sempre a pensar nas pessoas. E, neste momento, os colaboradores sentem “falta de conexão”, revela a Microsoft. Por outro lado, 37% sente também que a sua empresa está a exigir demasiado deles.

3. Alta produtividade está a esconder trabalhadores exaustos

Segundo o estudo da empresa liderada por Satya Nadella, apesar das várias mudanças ao nível do modelo e dinâmicas de trabalho, a produtividade não foi afetada durante o ano passado. Aliás, se houve alguma alteração, foi, maioritariamente, positiva, tendo a produtividade aumentado em alguns casos. No entanto, esse aumento teve um custo.

Um em cada cinco profissionais diz que o seu empregador não se preocupa com o seu equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal, revela o estudo. Além disso, mais de metade dos inquiridos afirmam sentir-se sobrecarregados de trabalho, enquanto 39% diz estar exausto.

De facto, com a pandemia mundial, a intensidade digital disparou. Aumentaram as videochamadas, bem como a duração das mesmas, as mensagens trocadas por chat e o número de emails. Para que tenha uma ideia, a duração média de uma reunião é agora dez minutos superior, passando de 35 para 45 minutos. Um membro de uma equipa aumentou, em média, 45% o seu número de mensagens semanais e, muitas vezes, enviadas após o horário de trabalho.

4. O talento está em qualquer parte do mundo

Por outro lado, uma das principais mudanças que o trabalho remoto traz é a possibilidade de alargar o mercado de talentos que vê, cada vez mais, as fronteiras esbaterem-se. As ofertas de emprego para trabalhar à distância aumentaram cinco vezes durante a pandemia, o que faz com procurar e encontrar o melhor talento não se restrinja à área de localização do escritório.

“As pessoas já não têm de abandonar a sua secretária, casa ou cidade para expandir a sua carreira, o que terá um impacto profundo no panorama dos talentos”, diz a Microsoft. Com esta possibilidade, quase 50% dos trabalhadores remotos inquiridos revelam mesmo que estão a planear mudar-se para um novo local durante este ano.

"Esta mudança é suscetível de manter-se, e é boa para democratizar o acesso às oportunidades. As empresas nas grandes cidades podem contratar talentos de grupos sub-representados que podem não ter os meios ou o desejo de se mudarem para uma grande cidade. E, nas cidades mais pequenas, as empresas terão agora acesso a talentos que podem ter um conjunto de competências diferente da que tinham anteriormente.”

Karin Kimbrough

Chief economist do LinkedIn

“Esta mudança é suscetível de manter-se, e é boa para democratizar o acesso às oportunidades. As empresas nas grandes cidades podem contratar talentos de grupos sub-representados que podem não ter os meios ou o desejo de se mudarem para uma grande cidade. E, nas cidades mais pequenas, as empresas terão agora acesso a talentos que podem ter um conjunto de competências diferente da que tinham anteriormente”, considera Karin Kimbrough, chief economist do LinkedIn, empresa que contribuiu também para o “2021 Work Trend Index”.

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