Têxtil nacional em alerta com obrigatoriedade de máscaras FFP2 na Europa

Países europeus estão a tornar obrigatório o uso de máscaras FFP1 ou FFP2. Citeve alerta que medida vai prejudicar o setor têxtil português, principalmente no que respeita às exportações.

A Alemanha, a França e a Áustria tornaram obrigatório o uso máscaras FFP1 ou FFP2 em locais públicos e proibiram o uso de máscaras comunitárias. Para o Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve) esta decisão vai ter um impacto negativo no setor têxtil português principalmente nas exportações, tendo em conta que a indústria viu neste produto uma espécie de tábua de salvação.

“Esta regra vai ter um impacto muito negativo nas vendas e nas exportações de máscaras a partir de Portugal. Nós temos vindo a exportar muitas máscaras para países que fizeram agora esta alteração, como França e Alemanha. Este é um mercado que vai fechar portas às exportações, entre elas as portuguesas”, alerta o diretor geral do Citeve, Braz Costa.

Para o diretor do Citeve, esta obrigatoriedade nos países europeus prende-se especialmente com a falta de controlo de qualidade das máscaras. “Alemanha e a França são países que não produzem, que importam. Chegaram à conclusão que estariam a importar um mau produto” e na dúvida optaram por impor as FFP1 e FFP2. Se não houvesse dúvidas, nesses países, sobre a qualidade das máscaras comunitárias que circulam no mercado, não haveria razão para impor a obrigatoriedade do uso de FFP1 ou FFP2“, destaca Braz Costa.

Quando utilizadas corretamente, as máscaras FFP2 terão capacidade para filtrar pelo menos 94% das partículas. Para o diretor do Citeve, “não há nenhuma evidencia que um nível de filtração de 70% ou 95% sejam diferentes no tipo de utilização que se fazem às mascaras comunitárias. Temos máscaras de nível 2 com níveis de filtração de 90%”, explica Braz Costa. Acrescentando ainda que “no pressuposto de não existir nenhuma deriva de qualidade nós não vemos nenhuma razão para não usar as máscaras comunitárias certificadas”.

Se não houvesse dúvidas, nesses países, sobre a qualidade das máscaras comunitárias que circulam no mercado, não haveria razão para impor a obrigatoriedade do uso de FFP1 ou FFP2.

Braz Costa

Diretor geral do Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário

Braz Costa admite que “é possível fazer uma máscara que seja reutilizável e que responda a este nível de filtração com materiais têxteis. Existem vários exemplos desses no nosso país”, menciona. Para o diretor do Citeve o que está em causa “é o nível de proteção e não a tipologia da máscara”, e que cabe às autoridade de saúde decidir se devemos passar para um nível de filtração de 90% ou mais ou se devemos continuar a admitir as máscaras com 70% de filtração.

Tendo em conta esta novo nicho de mercado, Braz Costa adiantou ao ECO que o Citeve já está em processo de certificação das máscaras FFP2, mas que é “um processo caro, moroso e difícil de arranjar quem faça”. Braz Costa diz que Portugal tem “alguma capacidade” para produzir máscaras FFP2, embora fique a dúvida se será autossuficiente.

Apesar de o setor têxtil e vestuário continuar a ser castigado pela pandemia, as máscaras de proteção foram encaradas como uma espécie de tábua de salvação para o setor. Desde o início da pandemia, o Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário já certificou cerca de 3.300 modelos de máscaras. Atualmente estão a certificar cerca de 200 máscaras.

O diretor do Citeve apela a um maior controlo de qualidade nas máscaras que estão a circular no mercado. “Se não existir um controlo é um convite para que apareça no mercado tudo e mais alguma coisa, máscaras que não cumprem sequer os mínimos de qualidade”. Acrescentando ainda que “há muita porcaria no mercado, e isso inclui as mascaras cirúrgicas e as FFP2″.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já apreendeu pouco mais que 1,4 milhões de máscaras por não cumprirem a devida certificação. Braz Costa admite que a ASAE está a fazer o seu trabalho, mas destaca que é “importante que seja conhecido o controlo que está a ser feito”.

“Nós vemos a proliferação de máscaras à venda que não têm evidencia nenhuma que a sua qualidade tenha sido controlado (…) Alerta que “uma deriva na qualidade das máscaras pode de facto levar a perigos desnecessários nesta situação pandémica que estamos a viver”, conta o diretor do Citeve.

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Ordem dos Contabilistas Certificados contra teletrabalho obrigatório na profissão

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2021

Para a Ordem dos Contabilistas Certificados, algumas situações impedem o exercício da atividade em teletrabalho, como certas obrigações fiscais e contributivas e o fecho de contas anuais.

A Ordem dos Contabilistas Certificados entende que estes profissionais nem sempre podem exercer funções em teletrabalho e alerta para a necessidade de se dar mais tempo para o cumprimento das obrigações fiscais que ocorrem nos primeiros meses do ano.

Depois de ações de fiscalização da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) a gabinetes de contabilidade que se encontravam a funcionar, a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) disponibilizou um documento para ser apresentado às entidades onde defende que estes profissionais “podem exercer as suas funções nos seus escritórios, desde que, tal não seja possível no regime de teletrabalho e se verifiquem nos escritórios, todas as condições de saúde e bem-estar decretadas pelas entidades de saúde pública competentes para o efeito”.

Desde que em 15 de janeiro passou a vigorar o dever geral de recolhimento, o teletrabalho é obrigatório sempre que este seja compatível com a atividade desempenhada e o trabalhador disponha de condições para a exercer, sendo dispensada a necessidade de acordo entre as partes.

Para a OCC, o exercício da profissão de contabilista certificado é uma das situações que poderá “obstaculizar” à adoção do regime de teletrabalho e justificar a “continuação do exercício da atividade no respetivo gabinete”.

Em declarações à Lusa, a bastonária da OCC, Paula Franco, aponta algumas das situações que impedem o exercício da atividade em regime de teletrabalho, nomeadamente o conjunto de obrigações fiscais e contributivas e de fecho de contas anuais que têm de ser observadas nestes primeiros meses do ano.

Nestes dois meses [janeiro e fevereiro] são imensas as obrigações fiscais. Estamos numa altura de fecho do ano”, refere Paula Franco para observar que “não é exequível os contabilistas andarem a levar dezenas de pastas” com documentos para casa.

É que, lembra a bastonária da OCC, apenas em janeiro de 2020 passou a ser permitido ter os dossiês fiscais em suporte eletrónico sendo que nem todas as empresas conseguiram ainda adotar este procedimento, o que faz com que muita da documentação seja ainda em suporte de papel.

Este contexto e a necessidade de haver um equilíbrio entre o cumprimento das orientações das autoridades de saúde para conter a evolução da pandemia de covid-19 e a necessidade de os contabilistas conseguirem exercer a sua atividade, levaram a OCC a preparar um documento para ser enviado à Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais sobre as principais obrigações fiscais cujos prazos de cumprimento ocorrem por esta altura do ano.

Em causa estão todos os procedimentos relacionados com o IVA, a entrega do Modelo 10 ou a comunicação dos inventários de 2020, entre outras.

“O nosso objetivo não é pedir um alargamento dos prazos, mas a não aplicação de sanções até determinada data”, precisou a bastonária da OCC.

Paula Franco adiantou ainda que a Ordem está em contacto com a ACT para perceber o entendimento das autoridades no caso do teletrabalho e dos gabinetes de contabilidade.

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Merkel anuncia mais 100 milhões para Fundo Climático para países em desenvolvimento

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2021

A chanceler alemã alertou, esta segunda-feira, para o “perigo” das alterações climáticas para a economia e para a segurança mundial.

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu esta segunda-feira 100 milhões de euros adicionais para o Fundo de Adaptação Climática (FAC) investir em soluções práticas nos países em desenvolvimento afetados pelas consequências do aquecimento global.

Discursando na Cimeira de Adaptação Climática (CAC), organizada pelos Países Baixos, que decorre em Haia, Merkel alertou para o “perigo” das alterações climáticas para a economia e para a segurança mundial.

“Em dezembro [de 2020] prometemos 50 milhões de euros adicionais para o Fundo de Adaptação, que melhora o acesso ao financiamento climático internacional dos países em desenvolvimento. A Alemanha porá à disposição do Fundo outros 100 milhões de euros para os países menos desenvolvidos”, anunciou a chanceler alemã.

Segundo Merkel, a mitigação das alterações climáticas e dos seus impactos “ficará mais fácil” se se confiar num trabalho conjunto e na mesma direção “com um espírito de associação” em todo o mundo.

No que respeita à Alemanha, pode dizer-se que o país está a fazer tudo o que pode. Todos sabemos e podemos ver que as alterações climáticas põem em perigo o meio ambiente, a economia e a segurança em todo o mundo. Acredito firmemente que trabalhar em conjunto é a forma de se conseguir mitigar os impactos” na vida dos cidadãos e no mundo”., frisou Merkel.

Apesar da pandemia de covid-19, acrescentou a chanceler alemã, a Alemanha tem mantido com regularidade a sua Estratégia de Adaptação às Alterações Climáticas, aprovada em 2008, enquanto trabalha na “redução de emissões para atingir a neutralidade carbónica” no funcionamento económico e social do país nas próximas décadas.

“Estamos a desenvolver medidas tanto para a adaptação como para a redução (das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera) e também no contexto do nosso financiamento à questão climática internacional. Em particular, estamos a trabalhar arduamente para promover o financiamento e a segurança dos riscos climático”, disse.

Entre outras medidas, Merkel assegurou que Berlim está a ajudar a associação internacional InsuResilience para que se possa garantir mais de 400 milhões de pessoas pobres e vulneráveis contra os riscos climáticos, tentando ainda aliviar as consequências de más colheitas e inundações até 2025 com um fundo que lhes daria acesso a cobertura de seguro direto ou indireto após desastres naturais.

 

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Queda do governo italiano está iminente

  • ECO
  • 25 Janeiro 2021

Desentendimentos sobre o uso do fundo de recuperação trouxeram uma crise política a Itália. Novas eleições podem estar perto.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, está prestes a demitir-se, mas espera formar um novo governo que possa contar com uma maioria mais ampla, informa a imprensa italiana.

“O meu objetivo é encontrar um acordo que dê uma perspetiva política clara para governar até ao fim do mandato”, disse Conte, segundo o jornal La Repubblica. Conte deverá entregar a sua demissão já esta terça-feira no gabinete do Presidente Sergio Mattarella. Ao oferecer antecipadamente a sua demissão a Mattarella, que supervisiona a formação de coligações no governo, o Presidente dará a Conte outra oportunidade de formar um governo, de acordo com a Bloomberg. A nova coligação deverá recorrer a elementos centristas e ditos “responsáveis” do parlamento.

O executivo de Conte está em crise desde o início do ano por questões relacionadas com a gestão da crise do novo coronavírus e do futuro fundo de recuperação, que levaram à saída do partido de Matteo Renzi, Italia Viva, da coligação governamental.

Embora Conte tenha sobrevivido a uma subsequente votação de confiança no Parlamento na semana passada, não conseguiu obter uma maioria absoluta no Senado, o que significa que terá dificuldade em aprovar qualquer agenda política, a menos que possa contar com novo apoio. Por isso, os próprios aliados apelam a que “oficialize” a crise, apresentando a sua demissão.

No entanto, a decisão Conte demora em chegar, pois quer garantias de que será escolhido para liderar o terceiro executivo caso se demita. Algo difícil com Renzi em jogo. Apesar da desavença, Conte quer que Renzi volte a integrar o governo e procura criar um “governo de segurança nacional”, que também teria o apoio de alguns políticos moderados de centro-direita, indicou o jornal Corriere della Sera.

Os principais partidos dizem que eleições rápidas, dois anos antes do previsto, serão a única saída para o impasse político, a menos que seja rapidamente encontrada uma solução. Ainda assim, os líderes da coligação ainda consideram que esta é uma opção improvável.

Caso haja eleições, o partido da coligação Movimento 5 Estrelas deverá ser o mais prejudicado, avança a Bloomberg.

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A pandemia, a recuperação económica e a unidade do país. O guia do discurso de vitória de Marcelo

Já perto da meia noite, Marcelo Rebelo de Sousa fez o discurso da vitória esperada com o foco na pandemia e na crise económica. Em 17 minutos, resumiu o que os portugueses querem e o que não querem.

Marcelo Rebelo de Sousa elegeu a pandemia como a sua “primeira missão” enquanto Presidente da República reeleito para um segundo mandato que arrancará a 9 de março, assumindo que tirará “ilações” dos votos dos portugueses que interpretou como mais e melhor “gestão da pandemia”. Nos 17 minutos do seu discurso de vitória, o inquilino de Belém falou de unidade e democracia liberal, em contraste com “aventuras”, e prometeu determinação para que “a esperança não esmoreça”: controlada a Covid-19, o foco estará na “reconstrução” da economia e no combate à pobreza, às desigualdades e à exclusão.

“Tenho consciência de que a confiança agora renovada é tudo menos um cheque em branco“, disse Marcelo no seu discurso de vitória numa eleição em que conseguiu melhorar o resultado face a 2016 (52%), alcançando 60,7% dos votos (2.533.799 votos). O que fará com esta votação? É uma incógnita o que esta frase significará para o segundo mandato, o qual tende a ser visto como de maior confrontação com o Governo. Rui Rio pediu-lhe isso mesmo, para ser “um bocadinho mais exigente com o Governo”, mas confrontado com a declaração do líder do seu partido o Presidente hesitou e disse que “as circunstâncias mudam, mas a pessoa é a mesma”.

A pandemia: “Tudo começa no combate à pandemia” que é a sua “primeira missão”

Começou e acabou o discurso na pandemia. Marcelo Rebelo de Sousa interpretou o reforço do voto dos portugueses como dando prioridade, “e de modo urgente”, a ter mais e melhor “gestão da pandemia”. “Entendi esse sinal e dele retirarei as devidas ilações“, acrescentou, sem concretizar. O objetivo é ter a pandemia “dominada o mais rápido possível” para que os portugueses deixem de ter a “vida congelada”.

Tudo começa no combate à pandemia. Se a pandemia durar mais e for mais profunda, tudo o resto que queremos tanto será pior“, diz Marcelo, reconhecendo que “tudo é urgente, mas o mais urgente do urgente é o combate à pandemia e por isso temos de fazer tudo para travar e depois inverter um processo que está a pressionar em termos dramáticos as nossas estruturas de saúde”. O Presidente da República apelou a todos os portugueses que ajudem os profissionais de saúde que se sacrificam para cuidar dos doentes para que não haja “dois Portugais”.

Continua a ser essa, e é bom que isso fique claro esta noite, a minha primeira missão“, disse, prometendo colaboração institucional com o Governo, a Assembleia da República e os parceiros sociais. Só depois é possível fazer ao resto. E voltou a colocar-se no centro da gestão da pandemia: “Não deixa de ser uma desafiante ironia do destino que esta missão possa continuar a contar como Presidente reeleito com alguém que pertence a um grupo de risco, simbolizando que estamos todos unidos — os mais novos e os menos novos –, a unidade essencial do nosso combate comum. Mais um combate que custe o que custar vamos vencer”. “A melhor homenagem que podemos prestar aos mortos é cuidar dos vivos e com eles recriar Portugal“, disse.

A recuperação económica: Marcelo quer dar “perspetiva de futuro” com recuperação “rápida” para evitar que “esperança esmoreça”MÁRIO CRUZ/LUSA

A outra interpretação que o Presidente fez dos resultados eleitorais é que “os portugueses não querem uma pandemia infindável e uma crise económica sem termo à vista” — notando os efeitos na pobreza e na desigualdade –, o que levará a um “empobrecimento agravado e um recuo em comparação com outras sociedades europeias”.

Os portugueses “querem uma recuperação mais rápida de emprego, rendimentos, crescimento, investimento, exportações e mercado interno”, disse, prometendo trabalhar para que haja “uma perspetiva de futuro efetivo para as micro, pequenas e médias empresas (MPME)”. O objetivo é que a “reconstrução vá além da mera recuperação”, dando prioridade às “qualificações, clima, energia, digital, justiça, na luta contra a corrupção, na reforma do Estado, na defesa e na segurança”. E tal obrigará a “fundos europeus bem geridos em transparência e eficácia“, tal como já tinha assinalado ao ECO.

“Dentro de três anos, estaremos no meio século do 25 de abril e é inconcebível que não se possa dizer então que não somos muito mais livres, muito mais desenvolvidos, solidários e justos do que éramos no início da caminhada e tanto quanto prometemos nesse início”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que foi deputado da Assembleia Constituinte, assumindo que “temos de partir o quanto antes para se atingir a meta a tempo de não deixar esmorecer a esperança”.

A unidade: “O Presidente é um só e só um e representa todo o Portugal”

Como é habitual no discurso de vitória, o Presidente da República fez questão de sublinhar que “exercido o voto, o Presidente é um só e só um e representa todo o Portugal”. Ou seja, vai “continuar a ser o Presidente todos”. Mas foi mais além da simples mensagem de unidade, admitindo que a pandemia promoveu ainda mais a divisão da sociedade portuguesa. “Temos de reencontrar o que perdemos na pandemia, refazer os laços desfeitos, quebrar as barreiras erguidas, ultrapassar as solidões multiplicadas, fazer esquecer as xenofobias, as exclusões, os medos instalados“, pediu. Em contrapartida, “temos de recuperar e valorizar todos os dias as inclusões, as partilhas, os afetos, as cidadanias esvaziadas pela pobreza, pela dependência, pela distância”.

As “aventuras”: “Os portugueses não querem radicalização e extremismo”

Na noite em que a extrema-direita ficou em terceiro lugar com 11,9% (496 mil votos), Marcelo Rebelo de Sousa não fez referência diretas, mas não se esqueceu do fenómeno, utilizando palavras subtis. Será “um Presidente próximo, que estabilize, que una, que não seja de uns, os bons, contra os outros, os maus, que não seja um Presidente de fação, um Presidente que respeite o pluralismo e a diferença, que nunca desista da justiça social”, prometeu, contrastando com a promessa de André Ventura de ser o “presidente dos portugueses de bem”.

Para o Presidente da República os resultados eleitorais mostram que os “portugueses não querem radicalização e extremismo nas pessoas, nas atitudes, na vida social e política“. E notou novamente a sua preocupação por promover um “sistema político estável e uma alternativa também forte para que a sensação de vazio não convide a desesperos e a aventuras“, uma palavra que não foi usada por acaso. “Os portugueses querem que a democracia constitucional responda aos seus dramas e angústias. Uma democracia democrática, não iliberal, ou seja, não democrática”, rematou.

A lei eleitoral: Marcelo vai insistir no voto por correspondência

Não esquecendo que a taxa de abstenção atingiu um recorde de 60,5% — ainda que inferior aos níveis temidos por causa da pandemia –, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu aos portugueses que irá “persuadir” quem faz leis (leia-se, os deputados) para que reveja as “objeções” contra o voto postal ou por correspondência, de modo a que os próximos atos eleitorais possam “ajustar-se a situações como a vivida”. Essas objeções “tanto penalizaram os eleitores”, em especial os emigrantes, pelo que insistirá para que seja “finalmente acolhido” o voto por correspondência.

Nesta eleição presidencial houve milhares de eleitores que não tiveram a oportunidade de votar seja por terem ficado infetados ou em isolamento profilático após a data limite para pedirem voto domiciliário, seja por terem de ser deslocar presencialmente às mesas de voto nos consulados ou embaixadas no estrangeiro (e a impossibilidade de votar antecipadamente em mobilidade em território nacional), o que complicou o voto dos emigrantes.

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Aon anuncia seguro que protege de variações no preço do fuel

  • ECO Seguros
  • 25 Janeiro 2021

A nova solução foi especialmente desenhada para setores e empresas que consomem grandes volumes de fuel, como a marinha mercante e a aviação.

A Aon Plc, líder global de corretagem de risco em áreas como as pensões de reforma e saúde, anunciou o lançamento de um novo produto de proteção contra os picos de preço no combustível de uso industrial.

A nova cobertura, concebida para proteger empresas de shipping (transporte marítimo) e da aviação comercial perante subidas acentuadas nos preços do fuel, pode ser ativada sempre que a fatura do combustível exceda determinado limite, como acontece nas soluções paramétricas. Transposto o limiar contratualizado, a apólice assegura o pagamento da diferença entre o preço acordado (entre segurador e segurado) e o valor mais alto efetivamente pago pelo fóssil numa base mensal.

Chris Bhatt, responsável global de vendas da Aon para o mercado Marine, explicou: “Com o lançamento desta solução, temos o prazer de apoiar os nossos clientes à medida que navegam num ambiente comercial cada vez mais complexo e lidam com riscos amplificados enquanto tentam promover a resiliência e sustentabilidade empresarial”.

A solução tem a vantagem de reduzir o custo da exposição, por exemplo, dos operadores de transportes ao setor dos combustíveis, ajudando-os igualmente a contornar os picos mais elevados nas variações de preços, explica a Aon em comunicado.

O novo produto, que a companhia considera ser um dos primeiros na sua categoria, apresenta-se como uma solução vantajosa para setores e empresas que dependem do consumo de grandes volumes de fuel, como a marinha mercante, a aviação, construção, indústria mineira e energia.

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Subscrição chega ao ensino. Porto Business School tem novo modelo de formação para empresas

O modelo de "executive education as a service" permite subscrever programas de formação, onde o pagamento é feito mensalmente à medida que são escolhidos os módulos a frequentar.

A Porto Business School (PBS) acaba de apresentar um novo modelo de formação para as empresas, através de subscrição. A escola de negócios da Universidade do Porto é a primeira a oferecer este modelo de formação que permite às empresas pagar à medida que escolhem os módulos que querem realizar.

“Pensado para se adaptar cada vez mais ao modo de vida e às necessidades de empresas e executivos, este novo modelo de ‘executive education as a service’ permite subscrever programas de formação, onde o pagamento é feito mensalmente durante o tempo e os módulos que se escolher frequentar”, pode ler-se no comunicado.

Flexibilidade ao nível do pagamento, mas também ao nível da oferta formativa, são as principais vantagens deste modelo de subscrição para o ensino. Por outro lado, proporciona a possibilidade de aprender de uma forma mais contínua e com uma maior costumização. “A empresa define e adapta o plano de formação em função do colaborador e dos seus objetivos”, refere a PBS.

O Nanodegree é um dos programas a beneficiar deste novo modelo de subscrição. Trata-se de uma formação desenhada exclusivamente para empresas e que permite ao empregador oferecer aos seus colaboradores licenças de utilização em formação executiva com “liberdade total de escolha”, podendo escolher entre mais de 80 programas, em áreas distintas, em função das necessidades das empresas e do perfil do colaborador.

“A velocidade da mudança obriga-nos a aprender mais e esta aprendizagem deve ser contínua e não acontecer apenas num só momento do tempo. Num novo contexto, que condiciona, mas também estimula as nossas escolhas, somos cada vez mais nós próprios a gerir as nossas carreiras, o nosso tempo, a forma e o modo como queremos aprender”, refere Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School.

Para a Porto Business School, esta é também uma ferramenta para as empresas atraírem e reterem talento, uma vez que investem na formação dos seus colaboradores a longo prazo. O programa vai estar disponível já a partir de 8 de fevereiro.

Outra das novidades apresentas por esta instituição é o novo plano de certificação, bem como a oferta de pós-graduações e programas de MBA flexíveis para 2021. A apresentação do seu portefólio pode ser revista no canal de Youtube da PBS.

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Estas são as 21 “Top Employers” em Portugal este ano

Esta metodologia avalia 200 práticas de gestão de recursos humanos em áreas estruturais da gestão de pessoas, tais como liderança, gestão da mudança, aquisição de talento, formação e engagement.

Cada vez mais empresas procuram desenvolver e implementar iniciativas que proporcionem aos seus colaboradores uma maior satisfação laboral e profissional. Tal é provado pela duplicação do número de empresas certificadas como “Top Employers” em Portugal. 21 empresas em território nacional consideradas as melhores empregadoras de 2021, mais 50% do que em 2020.

“Apesar deste contexto conturbado e dos enormes desafios, [as organizações “Top Employers”] continuam focadas em melhorar as suas práticas de gestão de pessoas. Estas organizações têm contribuído, mesmo numa conjuntura tão instável, para melhorar o mundo do trabalho”, diz Marisa Martins, european business development manager da Top Employers Institute, em comunicado.

As quase 1.700 organizações em 120 países, onde a Top Employers Institute está presente, tiveram de superar com êxito os critérios da HR Best Practices Survey, que é aplicada em todos os países e considera as referências globais das melhores práticas de gestão de pessoas. Esta metodologia avalia 200 práticas de gestão de recursos humanos em 20 áreas estruturais da gestão de pessoas, tais como liderança, gestão da mudança, aquisição de talento, formação, engagement, reconhecimento, diversidade e inclusão.

Conheça a 21 empresas em Portugal que passaram no teste e são consideras “Top Employers” 2021:

  • Angelini Pharma
  • AstraZeneca
  • Bankinter
  • BNP Paribas Personal Finance
  • DHL Parcel
  • DHL Supply Chain
  • EDP
  • EDP Renováveis
  • Huawei
  • JTI
  • Novartis
  • Olympus
  • PepsiCo
  • Randstad
  • Saint-Gobain
  • SAP
  • Sandoz
  • Servier
  • SCANIA
  • Takeda
  • Whitestar Asset Solutions

Tendências 2021: bem-estar, tecnologia, diversidade e monitorização

Com base nos resultados da pesquisa desta edição “Top Employers 2021”, destacam-se ainda algumas tendências globais na gestão de recursos humanos, como a importância da saúde e bem-estar, encarada pelas empresas como uma prioridade. “Não só relativamente à pandemia, mas também no que respeita à saúde mental e equilíbrio emocional dos colaboradores”, lê-se no comunicado.

Por outro lado, a diversidade e a inclusão revelam-se, em todas as suas dimensões, “imperativas para as organizações”, bem como o aumento da implementação de tecnologia específica para processos de acolhimento e integração. Entre as tendências globais em recursos humanos, há que destacar, ainda, a importância de obter feedback frequente sobre o desempenho do colaborador para direcionar o desempenho e o desenvolvimento de competências, numa perspetiva de líder-coach.

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Portugal tem apenas 14% de mulheres em lugares de gestão de topo. Há “espaço para melhorar a vários níveis”

Das empresas analisadas, apenas os CTT, a Jerónimo Martins e a F. Ramadas Investimentos têm um índice de diversidade de género superior à média europeia.

Portugal está em 13.º lugar no ranking europeu de representatividade de género nos conselhos de administração e nos cargos executivos das maiores empresas europeias. Ainda que esteja longe das melhores posições, segundo o estudo Gender Diversity Index 2020 (GDI), as 600 empresas registadas no STOXX Europe de 16 países europeus, incluindo Portugal, têm progredido, embora lentamente, relativamente à igualdade de género.

Com uma pontuação de 0,44 no índice de diversidade de género, o país apresenta um resultado que é 0,12 pontos abaixo da média europeia, pode ler-se em comunicado. Aliás, Portugal apresenta uma pontuação inferior à média em quase todos os indicadores do índice, com pontuações especialmente baixas para a percentagem de mulheres com cargos executivos de gestão (14%) e mulheres em comités (21%).

“Nenhuma das empresas analisadas em Portugal tem um diretora executiva feminina, enquanto 6% das empresas têm uma mulher no conselho de administração”, revela o estudo. Apenas três empresas portuguesas têm um índice de diversidade de género superior à média: CTT, Jerónimo Martins e F. Ramadas Investimentos. A classificação máxima foi para os CTT que, embora não tenham mulheres na liderança do conselho de administração, elas representam 60% dos cargos de direção e do comité de gestão.

"Para além do género, são hoje questões estruturantes a integração de diferentes gerações e culturas, o acolhimento de millennials, as competências-chave para a permanente mudança, os novos segmentos de negócio, o ambiente tecnológico, as condições de trabalho remoto e a gestão de equipas à distância.”

Mariana Branquinho

Board member da PWN Lisbon

“A edição de 2020 do índice revela que Portugal está numa posição com espaço para melhorar a vários níveis. Para além do género, são hoje questões estruturantes a integração de diferentes gerações e culturas, o acolhimento de millennials, as competências-chave para a permanente mudança, os novos segmentos de negócio, o ambiente tecnológico, as condições de trabalho remoto e a gestão de equipas à distância”, afirma Mariana Branquinho, board member da PWN Lisbon, em comunicado.

Pouco a pouco, há mais diversidade de género na Europa empresarial

De uma maneira geral, o estudo revela que houve um progresso no que toca à diversidade de género na Europa empresarial. “O número de mulheres CEO’s aumentou de 28 para 42, o número de empresas com uma quota feminina de 99 para 129, e as mulheres nos conselhos de administração representam agora 9% em comparação com os 7% em 2019. O GDI médio aumentou de 0,53 para 0,56 e o número de empresas com um GDI superior a 0,8 duplicou de 30 para 62”, refere Päivi Jokinen, presidente da European Women on Boards.

No entanto, quando se analisa individualmente cada um dos países, o estudo apresenta grandes diferenças. As empresas cotadas em bolsa da Noruega, França, Reino Unido, Finlândia e Suécia são as que estão mais próximas de ter uma liderança equilibrada em termos de diversidade de género, com as mulheres a assumirem cargos de gestão de topo. Por outro lado, são as empresas da Polónia e da República Checa as que mais longe estão de ser equilibradas nas suas escolhas de liderança.

Impacto da pandemia foi mais negativo para as mulheres

O Gender Diversity Index 2020 analisou, também, o impacto da pandemia mundial e concluiu que, a par da saúde, a Covid-19 acabou por prejudicar o bem-estar e o equilíbrio entre a vida profissional e familiar de muitos profissionais, expondo muitos a despedimentos ou a medidas de desemprego temporário.

As mulheres foram, no entanto, as mais afetadas pela perda de postos de trabalho. Além disso, “sofreram um maior stress por terem de combinar o trabalho doméstico com o acompanhamento escolar em casa e outras tarefas familiares”.

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No “ano mais difícil da sua história”, lucro da Navigator recua 35% para 109 milhões

Ao longo do quarto trimestre, a Navigator tinha conseguido retomar os níveis de produção e registar uma evolução positiva em relação ao trimestre anterior.

A Navigator lucrou 109,2 milhões de euros, em 2020, um ano que diz ser o “difícil da sua história”. A pandemia penalizou tanto a procura como os preços dos produtos da empresa portuguesa, lembrando a uma redução de 35,1% nos resultados líquidos. Apesar desse impacto, as vendas de tissue aumentaram em 10% e as da pasta em 25%.

“O ano ficou marcado pela queda expressiva no consumo global de papel em resultado da pandemia do Covid-19, sobretudo no segundo trimestre, tendo-se assistido no terceiro e quarto trimestres a uma recuperação expressiva, particularmente na Europa”, diz a Navigator, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Ao longo do quarto trimestre, apesar do contexto de novos confinamentos parciais em vários países europeus, a Navigator tinha conseguido retomar os níveis de produção e registar uma evolução positiva em relação ao trimestre anterior. Os resultados líquidos dos últimos quatro meses do ano atingiram 34 milhões de euros, um crescimento de 9% relativamente ao 3º trimestre e de 64% face ao 4º trimestre de 2019.

“A empresa conseguiu atenuar a quebra de vendas de UWF através de uma maior diversificação do seu negócio, com crescimento nas vendas de pasta e de tissue“, explica a Navigator. Na totalidade do ano, o volume de negócios da empresa atingiu 1.385,4 milhões de euros em 2020 (menos 17,9% do que em 2019).

As vendas de papel representaram cerca de 68% do volume de negócios, as vendas de pasta 11%, as vendas de tissue 10% e as vendas de energia também 10%. Pasta e tissue cresceram, enquanto o negócio de papel recuou. A mesma tendência de queda foi verificada na energia, que “reflete o impacto da transição de regime remuneratório”, segundo a Navigator. O EBITDA da empresa (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou 23,3% para 285,5 milhões de euros.

Além do impacto nas vendas, a pandemia levou a Navigator a reverter o plano de investimentos. Assim, o capex situou-se 81 milhões de euros em 2020, o que compara com 158 milhões em 2019. “Este montante inclui maioritariamente investimentos direcionados para a manutenção da capacidade produtiva e melhoria de eficiências. Inclui ainda 25 milhões de euros na área ambiental, com particular destaque para a Nova Caldeira de Biomassa na Figueira da Foz“, explica.

Para 2021, a Navigator destaca aumentos de preços anunciados em janeiro, nomeadamente da fibra longa e curta e do papel, bem como os reduzidos stocks de ambos. “No entanto, no enquadramento atual, persiste uma elevada incerteza relativamente à duração, extensão e impacto dos atuais confinamentos nos países europeus e na potencial 2ª/3ª vaga nos mercados internacionais”, ressalva.

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Constitucional confirma ilegalidade de imposto de selo retroativo a fundos de pensões

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2021

Tribunal Constitucional confirma ilegalidade de norma do OE2016 que permitiu ao Fisco cobrar retroativamente imposto do selo às às comissões de gestão cobradas pelas gestoras de fundos de pensões.

O Tribunal Constitucional, num acórdão publicado esta segunda-feira, confirma a ilegalidade de uma norma do Orçamento do Estado para 2016 que permitiu ao Fisco cobrar retroativamente imposto do selo às comissões de gestão cobradas pelas gestoras de fundos de pensões.

“Declara a inconstitucionalidade, com força obrigatória geral da norma […] [que] determina a aplicabilidade nos anos fiscais anteriores a 2016, da norma […] do Código do Imposto do Selo […] segundo a qual a isenção objeto de tais preceitos não abrange as comissões de gestão cobradas pelas sociedades gestoras aos fundos de pensões por elas geridos”, lê-se no acórdão publicado esta segunda-feira, datado de finais de dezembro.

Já em 2017, o Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) apreciou aquela norma do OE2016, a pedido de uma sociedade gestora de fundos de pensões, e decidiu anular a liquidação de 30 mil euros de imposto de selo, que tinha sido emitida pela Autoridade Tributária (AT) na sequência de uma inspeção tributária de verificação do enquadramento fiscal das comissões de gestão dos fundos de pensões em sede de Imposto de Selo (IS), e julgar procedente o pedido de indemnização por garantias indevidamente prestadas.

Em causa, esteve a interpretação do Código do Imposto do Selo conjugada com a norma da lei do OE2016, segundo a qual não são abrangidas pela isenção do imposto do selo prevista as comissões de gestão cobradas pelas sociedades gestoras aos fundos de pensões por elas geridos, e podendo aplicar-se nos anos anteriores a 2016, o que levantou problemas de ser compatível com a proibição de criação de impostos com natureza retroativa, estabelecida na Constituição.

O princípio constitucional da proibição de aplicação da lei fiscal nova a factos ocorridos no âmbito da vigência fiscal da lei antiga (retroatividade da lei fiscal) foi invocado pelo CAAD, mas o Tribunal Constitucional, no acórdão publicado esta segunda-feira, defende que, no caso da norma do OE2016, “nem sequer é necessário discutir se a proibição constitucional de leis interpretativas em matéria fiscal é […] absoluta”, podendo tal questão ser deixada em aberto, “uma vez que é muito reduzido o número de decisões de tribunais superiores ou de tribunais arbitrais tomadas antes da entrada em vigor” daquela norma da lei do OE2016.

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ONU prevê um crescimento da economia mundial de 4,7% em 2021

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2021

A Organização das Nações Unidas prevê que a economia mundial cresça 4,7% em 2021, depois de uma recessão apontada de 4,3% em 2020 devido à pandemia de Covid-19.

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que a economia mundial cresça 4,7% em 2021, depois de uma recessão apontada de 4,3% em 2020 devido à pandemia de Covid-19, foi divulgado esta segunda-feira.

Nas previsões económicas divulgadas esta segunda-feira, a ONU sublinha que a atual crise pôs à vista os problemas do sistema económico mundial e diz que o seu impacto pode fazer-se notar durante anos, sobretudo se não se tomarem as medidas adequadas, de acordo com a agência Efe.

O relatório da ONU apela aos governos a evitar a todo o custo políticas de austeridade e alerta o impacto devastador que a pandemia teve no emprego e no aumento da pobreza e das desigualdades.

A ONU calcula que 131 milhões de pessoas caíram na pobreza em 2020, com as mulheres e meninas a serem especialmente afetadas, enquanto os ricos dos mais ricos viram aumentar as suas fortunas durante a pandemia.

O documento destaca como exemplo o caso dos Estados Unidos, onde quase oito milhões de pessoas perderam o seu emprego durante a crise e a taxa de pobreza passou de 9,3% para os 11,7%.

No entanto, entre março e outubro, a riqueza total de 644 multimilionários aumentou 31,6% e as cinco maiores fortunas multiplicaram o seu património em 66%.

As Nações Unidas advertem ainda que a desigualdade também está a crescer nos países como consequência dos enormes pacotes de estímulo económico dos países mais ricos, que têm uma perspetiva de recuperação muito melhor que os países com menos recursos, que não puderam atuar com a mesma contundência.

Assim, a ONU pede mais medidas de apoio aos países em desenvolvimento, entre elas ações de alívio das dívidas.

Segundo a organização multilateral internacional, os estímulos públicos da economia evitaram que a pandemia origine uma “grande recessão”, ainda que as economias desenvolvidas sejam as que mais sofreram como consequência do impacto do vírus e das medidas para o combater.

Assim, os países mais ricos viram as suas economias a contrair 5,6%, segundo as previsões da ONU, e devem esperar um crescimento de 4% em 2021.

No caso das nações em desenvolvimento, a ONU estima que a contração do ano passado tenha sido de 2,5%, e que com a recuperação de 2021 crescerão 5,6%.

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