Banco de Portugal aposta em segundo fundo verde do BIS

  • Capital Verde
  • 25 Janeiro 2021

Juntos, os dois fundos "verdes" do BIS irão gerir cerca de dois mil milhões em green bonds para os bancos centrais de todo o mundo. 

O Banco de Portugal anunciou esta segunda-feira em comunicado que participa no segundo fundo “verde” para bancos centrais lançado pelo Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), reforçando assim a sua aposta em práticas de investimento ambientalmente responsáveis.

Este fundo, agora em euros, surge após o primeiro fundo “verde”, em dólares, lançado em setembro de 2019 pelo BIS e onde o Banco de Portugal também participa. Juntos, os dois fundos “verdes” do BIS irão gerir cerca de dois mil milhões em green bonds para os bancos centrais de todo o mundo.

“Ao reforçar os requisitos de sustentabilidade na gestão dos seus ativos de investimento, o Banco de Portugal continua a concretizar o compromisso de contribuir para o esforço global de promoção dos objetivos ambientais e, em particular, no combate às alterações climáticas”, disse o banco central nacional no mesmo comunicado.

Desde dezembro de 2018, Banco de Portugal faz parte da Central Banks and Supervisors Network for Greening the Financial System (NGFS), a rede internacional que promove a responsabilidade ambiental no setor financeiro.

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Em 2020, Santander encerrou 60 balcões em Portugal

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2021

O banco prevê ainda encerrar mais 30 balcões até ao mês de março. Em causa está uma adaptação, que diz ser obrigatória para sobreviver, ao modelo de negócio da empresa.

O Santander encerrou 60 balcões em 2020 e estima fechar mais cerca de 30 este trimestre, numa adaptação ao modelo de negócio que diz obrigatória para sobreviver, segundo uma carta enviada esta segunda-feira aos colaboradores a que a Lusa teve acesso.

A Comissão Executiva, que assina a carta, começa por justificar o envio da nota “face a notícias recentes que envolvem o banco”, numa alusão aos apelos dos sindicatos para que suspenda o processo em curso dado o agravamento da pandemia e que, em 19 de janeiro, já a tinha levado a esclarecer não vigorar “qualquer processo de rescisões por mútuo acordo”, mas sim propostas de pré-reforma ou da revogação de contratos de trabalho.

“O Banco Santander é reconhecido desde há vários anos como o mais sólido Banco de Portugal. Nos últimos cinco anos, integrámos o Banif e o Banco Popular, o que provocou uma sobreposição de balcões e de serviços, quer na rede comercial, quer nos serviços centrais”, lembram de seguida.

Para além destas integrações, o banco diz que tem concentrado “os esforços e investimento em acompanhar a era da digitalização” que se vive, “com uma redução progressiva de balcões, redefinição funcional de outros, e a automação crescente de processos e funções ao nível dos serviços centrais”.

Ao mesmo tempo “tem adaptado” o modelo de negócio “a novas variantes da atividade bancária e às diferentes exigências e níveis de concorrência”, sublinhando tratar-se de um contexto de transformação “obrigatório para todos os bancos que queiram sobreviver no futuro, especialmente no contexto de forte compressão de receitas” que se vive e “tendo presente o aumento da concorrência com a entrada de novos agentes (Fintechs e BigTechs) e a alteração radical do comportamento dos clientes” bancários.

“Nos últimos anos, a rentabilidade dos bancos foi constrangida por diversos fatores que são por todos conhecidos, com destaque para a exigência de níveis de capital mais elevados (de 2008 para hoje, o aumento do capital regulatório mínimo de 8% para 12,5% implicou, no caso do Santander Totta, a necessidade de mais 750 milhões de euros de capital para simplesmente poder operar), a existência e persistência de taxas de juro negativas, e generalizadas limitações a comissões”, explica a Comissão Executiva.

Em termos nacionais, a gestão aponta condicionantes “como o custo que o banco tem com a resolução de outros bancos e outras taxas setoriais, que ascende hoje a mais de 74 milhões de euros/ano”.

O Santander adiciona a estas explicações “as atuais exigências dos clientes” com os serviços digitais e níveis de disponibilidade permanentes dos serviços bancários.

“No último ano, as vendas em canais digitais por cliente ativo aumentaram significativamente; tem vindo a descer sucessivamente, ano após ano, o número de clientes que visitam um balcão (29% em dois anos), bem como os novos clientes captados por este canal (22% em dois anos), num movimento que se manterá crescente nos próximos anos”, acrescentam.

E é neste quadro que o banco, reafirma, que tem vindo a fazer “desde há vários anos”, propostas de “acordos de saída (reforma ou revogação de contrato) a muitos colaboradores dos serviços centrais e da área comercial, diretivos e não diretivos”.

Um fenómeno que, reforça, é “comum a todo o setor bancário”. O grupo, tal como os “internacionais, tem vindo a concretizar a transformação do modelo de negócio nos países europeus em que opera”, nomeadamente “com redimensionamentos” nas suas filiais de Espanha, Polónia, Portugal e Reino Unido.

“Como anteriormente, durante o ano de 2020, o contacto com os colaboradores manteve-se, agora com necessária predominância de propostas de acordos de revogação, apresentando o banco a cada colaborador as melhores condições do setor e ímpares na nossa economia, assegurando ainda uma rede de acompanhamento futuro a cada colaborador que saia do banco, que incluirá, entre outras, assessoria à recolocação profissional, apoio social, garantias de saúde, a par de manutenção de muitas das condições de que beneficiam os colaboradores do Banco”, garante.

A Comissão Executiva admite que este ajustamento vai continuar durante 2021, “em linha com o encerramento de balcões e redimensionamento de serviços centrais”, referindo que o banco “fechou mais de 60 balcões em 2020, e tem estimado encerrar cerca de 30 agências durante este trimestre, estando previsto implementar durante este ano diversas automações e alterações de processos nos serviços centrais, de forma crescente”.

E é neste contexto que diz que procurará que as saídas de colaboradores “sejam feitas de comum acordo”, “privilegiará sempre que possível as aceitações voluntárias a processos unilaterais e formais”, tendo “sempre em consideração o contexto individual de cada colaborador e o contexto coletivo dos tempos atuais”.

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Nas notícias lá fora: Reino Unido, IAG e Vivendi

  • ECO
  • 25 Janeiro 2021

O grupo IAG encontra-se em negociações avançadas para criar um terminal de cargas no aeroporto de Barajas. Já o grupo Vivendi anunciou ter aumentado a sua participação na Prisa.

Numa altura em que o Reino Unido tem sido sujeito a inúmeros desafios, nomeadamente o Brexit e a crise pandémica, o antigo primeiro-ministro britânico referiu que o país se encontra em vias de ser um “Estado falhado”, caso não se sujeite a certas reformas. Esta segunda-feira fica ainda marcada pela notícia relativa à infeção por Covid-19 do Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. Na tecnologia, destaca-se o caso da startup de condução autónoma Uisee, que atraiu a atenção de investidores estatais chineses. Conheça estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

Cinco Días

IAG em negociações para criar centro de cargas em Barajas

O grupo IAG, liderado por Luis Gallego, está em negociações avançadas com a Aena, entidade que gere o Aeroporto Adolfo Suarez Madrid-Barajas, para criar nesse local um terminal de cargas, intitulado IAG Cargo. No entanto, as dúvidas prendem-se com o financiamento necessário para colocar o projeto em andamento, com as fontes consultadas pelo Cinco Días a indicarem que o grupo IAG já apresentou, ao Ministério da Indústria, um plano que tem em vista a obtenção de fundos europeus para financiar o mesmo.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Expansión

Vivendi aumenta participação na Prisa

O grupo francês Vivendi anunciou esta segunda-feira ter aumentado a sua participação no conglomerado mediático espanhol Prisa. Três dias depois de ter assumido uma participação de 7,6% na empresa, este valor cresceu agora para os 9,9%. A Vivendi destacou que este seu investimento na Prisa visa “reforçar a sua posição como grupo global de conteúdos, meios de comunicação e comunicações”, ao mesmo tempo que expande “o seu acesso aos mercados de língua espanhola na Europa, América Latina e Estados Unidos”. Adiante-se ainda que o preço pago pela empresa francesa a propósito desta operação não foi avançado por nenhuma das partes.

Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Reuters

Sem reformas, Reino Unido corre o risco de ser um “Estado falhado”

A população do Reino Unido perdeu a fé na forma como o país tem sido governado. A crença é de Gordon Brown, antigo primeiro-ministro britânico, que defendeu que o país necessita ser alvo de reformas, de forma a evitar que se torne num “Estado falhado”. Em particular, é na Escócia onde essa mesma insatisfação atinge o seu expoente máximo, depois de cinco anos marcados pela crise do Brexit e, mais recentemente, pela crise pandémica que tem assolado os territórios do Reino Unido.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

AP

Presidente do México está infetado com Covid-19

O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de 67 anos, anunciou que está infetado com Covid-19 e que está a fazer “tratamento médico”. “Lamento informá-los que estou contagiado com Covid-19. Os sintomas são leves, mas estou a fazer tratamento médico. Como sempre, estou otimista. Vamos todos seguir em frente”, informou o Chefe de Estado na conta oficial da rede social Facebook.

López Obrador explicou que, durante os próximos dias, a secretária de Governação, Olga Sánchez Cordero, vai substituí-lo nas conferências de imprensa matutinas diárias. No fim de semana, López Obrador participou em cerimónias públicas junto de vários membros do Governo e nunca usou máscara, uma vez que se nega a usá-la desde o início da pandemia. O México conta com um total de 1,7 milhões de infetados e 150 mil mortos.

Leia a notícia completa na AP (acesso livre, conteúdo em espanhol)

TechCrunch

Estado chinês investe em startup de condução autónoma

Numa altura em que a China não esconde o seu objetivo de se tornar, no espaço de uma década, no país líder no que toca à inteligência artificial a nível mundial, a startup chinesa Uisee, dedicada à condução autónoma, foi a mais recente a ser alvo de financiamento por parte do Estado chinês. A empresa avançou, esta segunda-feira, ter fechado uma ronda de financiamento na ordem dos 150 milhões de dólares, onde contou com a participação, entre outros, do Fundo Nacional de Transformação e Atualização da Indústria Transformadora, o qual é apoiado pelo Estado e que tem o Ministério das Finanças como seu principal acionista.

Leia a notícia completa no TechCrunch (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Ministério da Educação manda escolas preparar aulas online

  • ECO
  • 25 Janeiro 2021

“Tendo as escolas, na preparação do ano letivo, previsto o funcionamento em regime não presencial, este deve estar preparado para poder ser ativado”, lê-se no email enviado aos diretores das escolas.

A pandemia continua a aumentar e o regresso às aulas presenciais após duas semanas de férias parece cada vez menos possível. Nesse sentido, o Ministério da Educação já deu indicações às escolas para prepararem o ensino online, avança o Correio da Manhã (acesso pago), citando um email enviado aos diretores das instituições de ensino.

“Tendo as escolas, na preparação do ano letivo, previsto o funcionamento em regime não presencial, este deve estar preparado para poder ser ativado”, lê-se no email enviado na quinta-feira, dia em que o Governo anunciou que as aulas paravam por duas semanas.

O email, assinado pelo diretor-geral dos Estabelecimentos Escolares, contém “instruções e recomendações” aos diretores, nomeadamente o facto de as escolas voltarem a ter acesso a plataformas de editoras e outros recursos oferecidos no ano letivo passado para apoiar a implementação do ensino à distância.

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Lisboa recupera ao fim de três sessões. Energia trava maiores ganhos

A bolsa nacional abriu a semana no verde, depois de três sessões no vermelho. A impedir um ganho mais acentuado do índice está, contudo, o setor da energia.

A bolsa nacional abriu no verde, recuperando da tendência de perdas observada nas últimas sessões da semana passada. A maioria das cotadas está a valorizar, mas alguns dos “pesos pesados” estão a cotar no vermelho, impedindo uma subida mais acentuada do índice. Lisboa acompanha, assim, a tendência positiva que se vive nas restantes praças europeias.

O PSI-20 sobe 0,08% para 5.044,40 pontos, com a Ramada a liderar as subidas ao valorizar 1,52% para 4,69 euros. Destaque ainda para as ações das papeleiras. A Navigator soma 0,71% para 2,544 euros, a Semana ganha 0,56% para 8,91 euros e a Altri cresce 0,38% para 5,26 euros.

No lado oposto, e a impedir ganhos mais expressivos do índice, está o setor energético. A EDP Renováveis abriu a cair, estando neste momento a subir 0,2%, enquanto a EDP recua 0,19% para 5,298 euros.

Contudo, a Galp Energia está a cair 0,39% para 8,766 euros, no dia em que o preço do barril de petróleo está a valorizar nos mercados internacionais. Nos “pesos pesados” da bolsa, destaque ainda para a Jerónimo Martins que recua 0,07% para 2,974 euros.

Lisboa acompanha, assim, a tendência de ganhos que se vive no resto da Europa, com o Stoxx-600 a valorizar 0,36% para 410,01 pontos. O cenário é de otimismo por todo o mundo, numa altura em que o plano de Joe Biden de estímulos à economia está cada vez mais perto de ser uma realidade.

“Os investidores veem uma política monetária de ‘torneira aberta’ e mais estímulos orçamentais”, diz o analista da Bannockburn Global Forex, citado pela Bloomberg. “Juntamente com o lançamento da vacina, isso vai gerar uma massa crítica de crescimento económico mais robusto à medida que o ano avança”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 8h33 com mais informação)

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Ministério Público chumba venda de mega herdade do GES

  • ECO
  • 25 Janeiro 2021

A Herdade do Vale Feitoso é a maior propriedade privada murada do país. Começou por estar à venda por 36,4 milhões e já vai nos 24 milhões. Mas propostas não passam dos 18 milhões.

A Herdade do Vale Feitoso, em Idanha-a-Nova, foi comprada em 2004 por 27,5 milhões de euros pelo Grupo Espírito Santo (GES) aos condes da Ponte, amigos da família Salgado. São 7.300 hectares que estão ao abandono desde 2017. De 2018 para cá houve várias tentativas de venda, mas sem sucesso. O preço pedido pelo Novo Banco, que executou a hipoteca, começou nos 36,4 milhões de euros, mas vai já nos 24 milhões. Contudo as propostas não passam dos 18 milhões, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

A primeira tentativa de venda foi em novembro de 2018, com um preço base de 36,4 milhões de euros, mas houve apenas um interessado que acabou por nem apresentar proposta, preferindo esperar por uma redução de preço. Em janeiro de 2019 nova tentativa, desta vez com um preço base de 32,7 milhões de euros, seguindo-se uma terceira tentativa em 2020 por 32 milhões e uma quarta no início deste ano por 24 milhões de euros.

O Negócios avança que neste último procedimento foram recebidas três propostas. A mais alta (17 milhões de euros) foi de um grupo português, que acabou por não cumprir os requisitos. Houve uma segunda (13,1 milhões) de origem nacional e outra (16,8 milhões) de origem espanhola. O proponente português desistiu, levando o espanhol a aumentar a parada para 17,8 milhões. Mas o Ministério Público e o próprio Novo Banco recusaram e decidiram abrir novo procedimento, na tentativa de conseguirem propostas mais altas.

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Santana Lopes deixa Aliança, partido que fundou em 2018

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2021

O fundador e ex-presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, esclarece a sua decisão, dizendo ter chegado "o momento" de sair.

O fundador e ex-presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, desfiliou-se do partido que fundou em 2018, justificando que “chegou o momento” de sair, anunciou aquela força política. “A Comissão Executiva do Aliança tomou conhecimento no domingo à noite do pedido de desfiliação do militante e fundador do partido, Pedro Santana Lopes”, anunciou o partido em comunicado.

De acordo com a Aliança, o antigo primeiro-ministro endereçou uma carta ao presidente do partido, Paulo Bento, na qual “assumiu que ‘chegou o momento’ da desfiliação, sublinhando que ‘é um momento de uma intensidade emocional grande’”. O comunicado refere que Pedro Santana Lopes considerou que o futuro da Aliança “só poderá existir” sem si e argumentou que “é assim por várias razões, sendo a principal a identificação que a generalidade dos portugueses faz” de si com o PSD, partido que também liderou.

Pedro Santana Lopes afirma que deu ‘tudo aquilo de que era capaz’ e pede ‘desculpa por não ter conseguido melhores resultados’”, prossegue a nota. A Aliança aponta ainda que o fundador indicou que “um partido não é de ninguém, é dos seus militantes”, deixando-lhes “o reconhecimento e orgulho” por terem “lutado juntos por Portugal”.

No final de agosto, o partido anunciou que o antigo primeiro-ministro e então presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, iria deixar a liderança do partido que fundou, não se recandidatando no congresso que decorreu em setembro, mas já tinha “suspendido as funções executivas” dois meses antes.

O antigo da câmara de Torres Vedras, Paulo Bento, substituiu Santana Lopes à frente do partido, depois de ter sido eleito presidente nessa reunião magna do ano passado.

Em meados de dezembro, o presidente do PSD jantou com Pedro Santana Lopes num quadro de “reaproximação” entre os dois, mas Rui Rio afastou qualquer “intenção política”, tendo recusado responder se seria um bom candidato autárquico ou até se gostaria de o ver regressar ao partido.

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Hoje nas notícias: GES, aulas online e vacinas

  • ECO
  • 25 Janeiro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A pandemia continua a crescer no país e os números não param de aumentar. Esta semana, deverá haver cerca de sete mil pessoas internadas com a doença e cerca de 300 mortes por dia. Quem já esteve infetado deverá ficar por vacinar nesta primeira fase, mesmo que pertença a grupos de risco. Fora da pandemia, destaque para o chumbo dado pelo Ministério Público e pelo Novo Banco à venda de uma mega herdade que pertenceu desde 2004 ao Grupo Espírito Santo.

Ministério Público chumba venda de mega herdade do GES

Em Idanha-a-Nova, Castelo Branco, está localizada a Herdade do Vale Feitoso, uma das maiores da Península Ibérica, que foi parar às mãos do Grupo Espírito Santo (GES) em 2004. Desde a falência do GES, já foi posta à venda por várias vezes, com o preço base a ser sucessivamente revisto em baixa. Dos 36,4 milhões de euros já vai nos 24 milhões, mas mesmo assim as propostas recentes oferecidas apontam para os 16,8 milhões, tendo o Ministério Público e o Novo Banco recusado na expectativa de alcançarem um valor mais alto. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Ministério da Educação manda escolas preparar aulas online

A pandemia continua a aumentar e o regresso às aulas presenciais após duas semanas de férias parece cada vez menos possível. Nesse sentido, o Ministério da Educação já deu indicações às escolas para prepararem o ensino online. Este “deve estar preparado para poder ser ativado”, lê-se num email enviado aos diretores das instituições de ensino, que refere ainda que as escolas voltam a ter acesso a plataformas de editoras e outros recursos oferecidos no ano letivo passado. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Mais de 600 mil infetados ficam por vacinar na primeira fase

O coordenador do Plano Nacional de Vacinação confirmou que as pessoas que já contactaram com o novo coronavírus (mais de 630 mil) não devem ser vacinadas numa primeira fase, mesmo que pertençam a grupos prioritários. Isto porque, “em princípio, já ganharam imunidade através da doença”, podendo a vacina ser atribuída a quem não detém qualquer tipo de defesas contra o vírus. Ainda assim, Francisco Ramos realça que estas pessoas poderão ser vacinadas “lá mais para a frente”, quando o número de vacinas disponíveis for superior. Leia a notícia completa no Público (acesso livre)

Portugal caminha para 300 mortes por dia

Os números da pandemia continuam a aumentar e Portugal deverá atingir esta semana mais de sete mil pessoas internadas com coronavírus nos hospitais. O número atual está nos seis mil. Exemplo disso é o hospital de campanha no Estádio Universitário que admite ficar lotado numa semana, estando já a preparar um segundo pavilhão. O número de mortes vai também continuar a aumentar, devendo chegar a 300 mortes diárias por coronavírus. Leia a notícia completa no Jornal I (link indisponível)

Máscaras profissionais ou comunitárias? Todas, desde que certificadas

Nos últimos dias, foram vários os países europeus, como a Alemanha, Áustria e França, a proibirem a utilização das chamadas máscaras comunitárias ou sociais em público, obrigando os cidadãos a recorrem às máscaras FFP1 (cirúrgicas) ou às FFP2, detentoras de um maior nível de proteção. Porém, especialistas portugueses não colocam grande ênfase nessa distinção, esclarecendo que a regra deverá passar por uma utilização de máscaras certificadas e de acordo com as orientações das autoridades de saúde. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

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Coaching. Amor ou ódio?

Trata-se de um "nice to have", mas que ainda não faz parte da gestão das empresas. Acontece em sessões pontuais, mas sem uma estratégia contínua. Está na moda, mas carece de credibilidade.

Duplicar a produtividade. Fortalecer a cultura empresarial. Aumentar a motivação e o sentimento de pertença dos colaboradores. Estes são apenas alguns dos vários benefícios que a implementação de uma cultura de coaching pode trazer para as organizações. Contudo, nem sempre encontramos terreno fértil para pôr em prática esta disciplina de forma estratégica.

O coaching é ainda um “nice to have”, mas não faz parte da gestão das empresas. Acontece pontualmente em sessões de formação, mas não está integrado num programa de desenvolvimento estruturado. É um fenómeno de moda, mas com anticorpos criados ainda antes de se tornar moda. E, hoje em dia, carece de credibilidade.

Fatores culturais, questões de liderança, falta de regulamentação, “coaching de divã” e uma vertente comercial excessiva são apenas alguns dos motivos apontados por estes profissionais para justificar a aversão das pessoas pelo coaching.

Um “nice to have”…

Para Ana Tereza Maçarico, consultora e mentora na Optimistic Consulting, o coaching está na moda. “Quando as empresas querem mostrar que são modernas e estão preocupadas com os colaboradores, é muito comum falarem em coaching”, começa por dizer. No entanto, só programas estruturados e integrados na gestão das empresas, e relacionados com a estratégia de negócio é que podem alcançar resultados altamente eficazes, considera.

“Uma coisa é ter no plano de formação sessões pontuais e quase de curiosidade intelectual, outra coisa é ter uma verdadeira cultura de coaching nas organizações, e isso poucas têm”, diz Tereza Maçarico, acrescentando que o coaching não assume a mesma importância de uma estratégia de negócio ou de posicionamento de mercado. “Ainda é um nice to have, mas não é estratégico”, remata.

Mas, afinal, o que faz um coach?

Por definição, um coach é um profissional especializado em mudança e desenvolvimento profissional e pessoal. Numa empresa, é responsável por trabalhar com os colaboradores, individualmente e em equipa, com o objetivo de acelerar, mediante diferentes técnicas de apoio, o seguimento e alcance dos objetivos da organização.

Segundo a International Coaching Federation (ICF), o trabalho de um coach numa empresa pode aumentar a produtividade até 70%. Mas, para Nuno Machado Lopes, strategic coach & exO trainer, apesar de as empresas serem cada vez mais conscientes da necessidade de investir em Learning & Development, raramente avançam para soluções de coaching.

Uma regressão na cultura de coaching

Para o coach estratégico, neste momento, há dois desafios que os líderes têm pela frente: técnicos e adaptativos. “O software resolve os problemas técnicos, mas não resolve os adaptativos, que não são tecnologia. O que está a acontecer é que os líderes tentam usar tecnologia para resolver problemas adaptativos”, diz.

"As questões adaptativas são aquelas com que as empresas não conseguiram e continuam a não conseguir lidar e, por isso, vemos muitas empresas a quererem voltar ao antigamente, dizendo que sentem falta do calor humano no escritório.”

Nuno Machado Lopes

Strategic coach & exO trainer

Se, numa primeira fase do atual quadro da pandemia mundial, o principal desafio foi pôr as equipas a trabalhar remotamente, o que foi “relativamente simples de resolver”, agora o desafio é maior. “As questões adaptativas são aquelas com que as empresas não conseguiram e continuam a não conseguir lidar e, por isso, vemos muitas empresas a quererem voltar ao antigamente, dizendo que sentem falta do calor humano no escritório” refere.

A vontade de voltar ao local de trabalho e ao “horário das 9 às 5” é, para Nuno Machado Lopes, resultado da necessidade de controlo e microgestão por parte das organizações. “As pessoas estão em Zoom calls back to back. É microgestão através da tecnologia e esse é, precisamente, o grande desafio dos líderes”, diz. Desafio esse que não se resolve enquanto não existir uma cultura inclusiva nas empresas.

“Se eu olho para a Maria e ela está naquilo que parece uma cama ou um sofá, lá estamos nós a pensar que a Maria não está a levar o seu trabalho a sério. Se, durante a videochamada, aparece um cão ou um gato, como é que ela faz o seu trabalho?”, exemplifica. Mais do que tirar estas conclusões, Nuno Machado Lopes considera importante perceber que “pessoas que não são produtivas remotamente, não eram produtivas no trabalho”.

Para Ana Tereza Maçarico, a pandemia evidenciou uma liderança pouco coach: controlam-se tempos de trabalho e não resultados. “As lideranças sentem necessidade de controlar o tempo que as pessoas estão disponíveis para trabalhar e os colaboradores, por sua vez, sentem necessidade de estarem sempre disponíveis para não serem criticados e julgados”, afirma a consultora.

"Há uma regressão na cultura de coaching, de desenvolvimento e de resultados.”

Ana Tereza Maçarico

Consultora e mentora na Optimistic Consulting

“Isto acaba até por ser até anti-coaching, porque o coaching, em vez de controlar, dá as ferramentas e a motivação para a outra pessoa encontrar os seus próprios caminhos e soluções. Há uma regressão na cultura de coaching, de desenvolvimento e de resultados“, considera.

A “panaceia” para resolver problemas estruturais

No centro das razões que justificam esta atual ausência de estratégias de coaching nas organizações — e até mesmo a falta de credibilidade da própria profissão –, Ana Tereza Maçarico destaca a forma como o coaching foi utilizado, desde o seu princípio, pelas lideranças, sendo encarado como a “panaceia” para resolver o que estava a dar origem ao mau funcionamento das equipas. “O que acontecia era que não se resolviam os problemas estruturais e esperava-se que o coaching mudasse as pessoas”, explica.

Desta forma, esta disciplina foi criando alguma aversão nas pessoas, sobretudo por parte de quem era integrado nestes programas. “A sensação era que as pessoas não eram válidas. Era esperado que, ao fazerem coaching, se tornassem pessoas diferentes e que fizessem as coisas de forma diferente”, continua Ana Tereza Maçarico, acrescentando que o coaching, pelo contrário deve basear-se precisamente nos pontos fortes de cada um e não nas suas fraquezas.

Por outro lado, um dos fatores críticos para a implementação de uma cultura coaching é o envolvimento de todos os colaboradores da organização, independentemente do nível hierárquico que ocupem. Significa isto que, tanto líderes como colaboradores de níveis mais baixos devem estar integrados em programas de formação comportamental. “Uma cultura de empresa não funciona de um nível para baixo de uma maneira e de um nível para cima de outra”, diz.

“Há muito coach de divã”

Segundo o “2020 ICF Global Coaching Study”, elaborado pela PricewaterhouseCoopers LLP (PwC), em 2019, havia cerca de 71 mil profissionais de coaching em todo o mundo, o que representa um aumento de 33% em relação aos números de 2015. Só no continente europeu, há 9.500 profissionais certificados pela International Coaching Federation (ICF) mas, tratando-se de uma profissão não regulamentada, a estes números juntam-se, ainda, os coaches não certificados.

Para todos os efeitos, qualquer pessoa pode ser coach. De acordo com o mesmo estudo, a nível mundial, praticamente três em cada quatro profissionais de coaching (74%) possuem um certificado emitido por uma das entidades profissionais que acredita a formação. A percentagem, relativa a 2019, é quatro pontos percentuais superior ao valor registado em 2016.

"Ainda há muita aldrabice no mercado, há muito coach de divã.”

Tereza Maçarico

Consultora e mentora na Optimistic Consulting

O grande problema da democratização do coaching é, para Ana Tereza Maçarico, que nem todos sabem realmente fazer coaching. “Ainda há muita aldrabice no mercado, há muito coach de divã. Muitas pessoas tornaram-se coaches porque está na moda, pensando que dá dinheiro. São estes exageros, esta falta de estratégia que acaba por prejudicar os bons profissionais de coaching“, explica a mentora.

A massificação da profissão acaba, para Nuno Machado Lopes, por criar uma saturação de experiências negativas, o que não ajuda na construção de credibilidade. “Basta a pessoa ter uma ou duas experiências negativas para achar, por defeito, que é tudo assim. Como há tanta gente neste momento a ser coach, acabamos por ficar saturados de experiências negativas”, considera. Da mesma forma, a vertente “demasiado comercial” de alguns coaches de maior sucesso pode “inquietar” as pessoas.

Team coaching, a solução para recuperar a credibilidade?

Nas organizações, o desenvolvimento de uma cultura coaching deve ser feito, não só a nível individual, mas também em equipa e, para Ana Tereza Maçarico, o team coaching pode mesmo ser o fator que trará de volta a credibilidade desta disciplina. “Quando faço coaching individual e vou integrando também sessões de team coaching, as pessoas percebem que trabalham no seu desenvolvimento pessoal e organizacional, mas que estão a trabalhar incluídas e integradas num projeto organizacional”, conta.

Por outro lado, para que as empresas invistam em coaching, também é preciso mudar a forma como se apresentam resultados, pois, acima de tudo, para qualquer investimento deve apresentar-se um retorno. “O coaching é uma intervenção cuja relação custo-benefício é difícil de medir e, por isso mesmo, ainda se torna mais importante o team coaching. Conseguimos um retrato da equipa e de cada indivíduo e elaboramos mapas de cores — que identificam zonas de passividade, colaboração, entre outras –, que funcionam como um momento de autoconsciência para a organização”, explica Ana Tereza Maçarico.

Após cerca de nove meses, o exercício é repetido para que a empresa veja o que realmente mudou com as sessões de coaching. “Não se consegue exatamente medir, mas percebe-se que houve uma mudança cultural”, diz.

Mas a comunicação não deve ser feita apenas no final do programa. Aliás, o segredo é uma comunicação recorrente com relatórios de acompanhamento que põem a administração a par da evolução do coachee. “Quem patrocina o programa tem de perceber o que a pessoa está a fazer e como está a evoluir. Não se pode investir e não saber sequer o que o coach e o coachee andam a fazer”, afirma, acrescentando que é precisamente por alguns coaches não darem satisfações que se cria a ideia de que a intervenção pode não compensar.

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Biocombustíveis somam meio cêntimo ao litro de gasolina e diesel em 2021

Fazendo as contas a um depósito médio de 55 litros, os portugueses vão pagar mais 36 cêntimos para atestar um carro a diesel. Num carro a gasolina, a fatura aumentará 26 cêntimos na bomba.

O aumento da taxa de incorporação de biocombustíveis de 10% para 11% em 2021 vai ter pouco impacto no bolso dos condutores. A garantia é dada pelo ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) ao ECO/Capital Verde: “O impacto estimado do aumento da meta de incorporação de biocombustíveis para os 11% é residual. Estima-se que no gasóleo tenha um impacto de cerca de 0,0066 €/litro e na gasolina cerca de 0,0048 €/litro”.

Ou seja, um aumento de cerca de meio cêntimo tanto no litro da gasolina como no do gasóleo. Fazendo as contas a um depósito médio de 55 litros, os portugueses vão assim pagar mais 36 cêntimos para atestar um carro a diesel por conta dos biocombustíveis. Num carro a gasolina, a fatura aumentará 26 cêntimos na bomba.

“Os biocombustíveis são a alternativa viável, de larga escala e de mais rápida implementação, para a substituição dos combustíveis fósseis. O aumento da meta de incorporação de biocombustíveis em 2021 é uma decisão natural para atingir os objetivos a que este Governo se propõe, dando um importante sinal aos operadores económicos de que esta é uma das transições a considerar”, explicou o MAAC em declarações ao ECO/Capital Verde.

Fontes do setor petrolífero ouvidas pelo ECO Capital Verde confirmam que o impacto do sobrecusto dos biocombustíveis será inferior a um cêntimo por litro tanto na gasolina como no gasóleo. No entanto, frisam que a subida de um ponto percentual na taxa de incorporação de biocombustíveis em 2021 poderá aprofundar ainda mais a diferença de preços na bomba entre Portugal e Espanha, que este ano aumentou a sua taxa apenas para os 9,5%, longe ainda dos 11% do outro lado da fronteira. Para 2022, o Executivo de Madrid já avisou que proporá que a taxa se fixe nos 10%.

No entanto, a diferença histórica de preços nos combustíveis entre Portugal e Espanha, muito por conta dos impostos mais baixos no país vizinho poderá ser revertida já em 2021, dizem as mesmas fontes do setor. Em cima da mesa e em discussão no Parlamento espanhol está um aumento da carga fiscal que se traduzirá num aumento de 7 cêntimos por litro ainda este ano.

O que dizem as petrolíferas sobre o aumento da incorporação de biocombustíveis?

Para António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), o sobrecusto apurado pelo Governo para a incorporação dos biocombustíveis não terá um reflexo impactante nos valores semanais dos combustíveis e dos preços a pagar na bomba. “Com o aumento de um ponto percentual na taxa de incorporação de biocombustíveis, o impacto no preço e no consumo será marginal”, garantiu em declarações ao ECO/Capital Verde.

Questionado sobre o que motivou o Governo a aumentar a taxa de incorporação dos biocombustíveis para 11% em 2021, diz que a decisão se “enquadra na política do Governo de promover as energias renováveis e a descarbonização da economia. Neste momento a eletricidade e os biocombustíveis são as tecnologias mais maduras para prosseguir essa via, até que outras atinjam a maturidade nos próximos anos (hidrogénio e combustíveis sintéticos, por exemplo)”, avançou.

Na visão da BP, “o aumento da obrigatoriedade legal de incorporação de biocombustíveis, assim como a limitação das categorias de biocombustíveis a utilizar, implicam inevitavelmente um aumento na formulação do custo final de um litro de combustível (bio + fóssil)”, indicou fonte oficial da empresa.

A petrolífera sublinha que variáveis como a repartição de vendas entre gasolina e gasóleo (entre muitos outros fatores) podem condicionar enormemente o custo final subjacente a um determinado operador face aos outros, “com diferenças muito significativas nos custos entre operadores que cumprem a lei”.

Ao aumentar a obrigatoriedade de incorporação de biocombustíveis, face à incapacidade das entidades oficiais agirem no controlo de incorporação, está-se a aumentar exponencialmente o nível de fraude já existente por parte de operadores já identificados e sem consequências. Isto enviesa a concorrência no mercado e defrauda o Estado em dezenas de milhões de euros por ano”, alerta a BP.

Por seu lado, a Repsol vê com bons olhos o incremento de biocombustíveis em 2021, mas defende em paralelo a incorporação de outras matérias-primas de baixo carbono, como os combustíveis sintéticos e os biocombustíveis avançados. “O maior constrangimento nos biocombustíveis é o custo de produção face ao volume de matéria-prima obtida. O quadro legal deveria ter em consideração todos estes fatores, de forma a podermos aumentar gradualmente a incorporação sem onerar excessivamente os consumidores”, disse fonte da petrolífera.

Biocombustíveis avançados prometem surpreender em 2021

Outra decisão do Governo para 2021 passa por tornar obrigatória a incorporação de 0,5% de biocombustíveis avançados, produzidos a partir de resíduos e outras matérias-primas consideradas ambientalmente mais sustentáveis. A medida é justificada com a necessidade de uma “descarbonização mais acelerada do setor dos transportes”.

O Governo quer também apostar na produção destes biocombustíveis avançados, para posterior incorporação nos combustíveis de origem fóssil vendidos em Portugal e decidiu isentar do pagamento de imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) os biocombustíveis avançados e os gases de origem renovável, como o biometano e o hidrogénio, entre outros.

Neste momento, o Governo está também a trabalhar na Diretiva das Energias Renováveis (RED II), que deverá ser transposta até 30 de junho de 2021. “A decisão do Governo para 2021 já incorpora os princípios da RED II: procedeu à revisão, em alta, da meta de incorporação de biocombustíveis, determinando que os biocombustíveis avançados têm de contribuir, obrigatoriamente, em 0,5% desse valor. Paralelamente, manteve a limitação da utilização de biocombustíveis obtidos a partir de culturas alimentares num máximo de 1 ponto percentual superior à incorporação efetiva em 2020, mas limitado a um máximo de 7%, para 2021″, explicou fonte do MAAC, acrescentando que “na próxima década, manter-se-á, gradualmente, o sentido ascendente da contribuição dos biocombustíveis avançados”.

Fontes do setor petrolífero garantem que os biocombustíveis avançados “vão surpreender este ano e ultrapassar em larga escala a meta de 0,5% estabelecida”.

Por seu lado, António Comprido, da APETRO, considera que “os biocombustíveis de primeira geração são ainda a única solução com escala para ajudar na descarbonização dos transportes. Os biocombustíveis avançados e outras soluções de combustíveis líquidos ainda têm um caminho a percorrer até atingirem níveis de produção e preços aceitáveis”, rematou.

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Só Guterres e Cláudia Azevedo representam Portugal em Davos

Governo português não vai estar presente no encontro virtual de Davos que arranca esta segunda-feira. As empresas que costumam marcar presença estão a avaliar a participação no encontro em Singapura.

O Governo português, apesar de assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, é o grande ausente do Fórum Económico Mundial de Davos, que arranca esta segunda-feira em modo totalmente digital. A presença portuguesa será assegurada por António Guterres, na qualidade de secretário-geral das Nações Unidas, e por Cláudia Azevedo, CEO da Sonae SGPS.

Cláudia Azevedo vai ser oradora, terça-feira, de um painel sobre a reorientação dos conselhos de administração das empresas para o longo prazo. A filha de Belmiro de Azevedo vai ajudar a refletir sobre “a pressão que acionistas e stakeholders exercem para que os conselhos de administração apresentem resultados financeiros de forma responsável e focada no ambiente e saúde da empresa a longo prazo”.

Que passos concretos podem dar os líderes empresariais para criar um mundo empresarial mais focado nos stakeholder? Esta é uma das perguntas a que Cláudia Azevedo vai tentar responder em conjunto com Jean Raby, presidente executivo do Natixis; André Hoffmann, chairman do Massellaz; Masayuki Hyodo, presidente e CEO da Sumitomo Corporation; Paul Bulcke, chairman da Nestlé e Adam Robbins, responsável pelas iniciativas futuras de investimento do Fórum Económico Mundial.

A reunião anual do Fórum de Davos, presencial, foi adiada para maio e o cenário não serão os tradicionais Alpes Suíços, mas sim Singapura. Empresas que tradicionalmente marcam presença neste get together entre os principais líderes internacionais, empresários e diferentes entidades estão ainda a avaliar a participação no país asiático. É o caso da Galp, EDP e Jerónimo Martins que, por diferentes razões, não vão estar presentes na reunião virtual desta semana, confirmou o ECO.

Mas além da ausência das empresas também o Governo português não marca presença. O ECO contactou o gabinete do primeiro-ministro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Economia e o Ministério das Finanças e nenhum tem na agenda uma participação no Fórum de Davos. Uma opção que contrasta com a participação do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, a ministra espanhola dos Negócios Estrangeiros, Arancha González e Teresa Ribera, ministra da Transição Ecológica, que têm todos lugar em painéis do evento. Uma participação que iguala, por exemplo, a de responsáveis do Governo brasileiro.

O encontro desta semana tem como tópico central “um ano crítico para restaurar a confiança”, que é dividido em três subtemas: “Covid-19, clima e cooperação”. De acordo com a edição de 2021 do “Global Risks Report” do Fórum Económico Mundial, publicado na terça-feira, as epidemias e o aumento da pobreza são as variáveis que mais ameaçam a estabilidade mundial, assim como os possíveis desastres meteorológicos nos próximos dois anos.

Num horizonte de três a cinco anos, os riscos mais citados são económicos: a explosão de bolhas financeiras alimentadas nos últimos anos pela generosidade dos bancos centrais, falhas de infraestruturas tecnológicas globais e preocupações com a estabilidade de preços no futuro.

O encontro será ainda marcado pela segunda intervenção do Presidente chinês, Xi Jinping, que, apesar da pandemia conseguiu um crescimento de 2,3%. Foi a única grande economia que terminou o ano com um resultado positivo depois de praticamente conter a epidemia de Covid-19 no país.

A edição de 2020 foi dominada por Donald Trump, mas Joe Biden, que acabou de tomar posse, não vai participar. Mas outros líderes de países europeus estarão presente, como Alemanha, França, Itália e Espanha, assim como alguns Estados emergentes, como Argentina, Costa Rica, Colômbia, África do Sul, Gana e Ruanda.

A União Europeia (UE) estará representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. Também participarão na cimeira virtual o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, e seu homólogo indiano, Narendra Modi, assim como os presidentes da Coreia do Sul, Moon Jae-in, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e do rei Abdallah da Jordânia.

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“O vírus é invisível”. Como as autoridades combatem a Covid-19 nas redes

  • Tiago Lopes
  • 25 Janeiro 2021

Autoridades não poupam esforços e estão a usar todos os recursos disponíveis para tentar passar uma mensagem: “fique em casa”.

Portugal vive um momento particularmente complicado no que diz respeito ao número de novos casos, internamentos e mortes por Covid-19, com o primeiro-ministro a afirmar que o país está a viver “o momento mais grave da pandemia”. Nas últimas semanas o Governo tem vindo a fazer vários ajustes nas medidas que obrigam a um confinamento semelhante ao vivido em março como forma de travar o novo coronavírus.

Na semana passada, António Costa deu a conhecer as novas medidas para travar o avanço do vírus no país, que passam pelo fecho de vários estabelecimentos, a obrigatoriedade do teletrabalho, a proibição da permanência em espaços públicos de lazer, o encerramento das escolas por pelo menos um período de 15 dias, entre outras medias que foram apresentadas.

No entanto, o combate à Covid-19 faz-se em várias frentes e todos os canais de comunicação estão a ser utilizadas para passar uma mensagem: “fique em casa”. Neste particular, as redes sociais desempenham um papel de destaque devido ao seu enorme alcance e a uma comunicação rápida e direta.

Desde o início da pandemia em Portugal que as autoridades recorrem em força a este meio para tentar sensibilizar as pessoas para o perigo de um “vírus invisível”. “É difícil perceber quem está infetado”, escreve a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil na sua conta do Twitter, acompanhado de uma imagem que levanta uma questão: “consegue identificar quem está infetado?”.

Na mesma rede social, a página do SNS colocou um vídeo com a mensagem “o vírus circula em todo o lado, através de todos nós. Cabe a cada um fazê-lo parar. Reforce as medidas de prevenção e de distanciamento.”

Num outro vídeo que faz parte desta campanha de sensibilização na luta contra a disseminação do vírus da Covid-19, e que também foi divulgado nas redes sociais do SNS, é possível ver um homem numa cama de um hospital ligado a um ventilador. O vídeo termina com uma mensagem que as autoridades de saúde insistem em divulgar: “uma simples máscara podia ter ajudado a evitar tudo isto.”

Outra publicação da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil explica, através de um vídeo, o ciclo de vida de uma máscara, recordando que “o uso da máscara é uma das principais medidas para travar a transmissão da Covid-19”.

Também o INEM recorre às redes sociais para tentar sensibilizar todas as pessoas e pedir que sejam evitados os convívios. “Nós fazemos a nossa parte. Obrigado por fazer a sua!”, lê-se na publicação.

A Direção-Geral da Saúde lembra que para “parar a transmissão da Covid-19 depende de cada um de nós. As regras são simples e podem fazer a diferença”, terminado com uma mensagem: “Cuide de si, cuide de todos!”.

Na mesma conta do Twitter, a DGS aproveita também para alertar para possíveis fraudes. “Há pessoas a bater às portas e a fazerem-se passar por profissionais de saúde que vão agendar a vacinação. Não abra a porta e denuncie o caso à polícia.”, avisa a Direção-Geral da Saúde.

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