Meo já oferece tarifário 5G por 30 euros/ano

No site da Meo já surge uma oferta de quinta geração móvel por 30 euros/ano. Operadoras aproveitam Black Friday para pôr telemóveis 5G nos bolsos dos portugueses.

As licenças do 5G ainda não chegaram às operadoras, mas a Meo já tem em curso uma campanha para captar clientes. A empresa chegou a anunciar uma oferta a 60 euros por ano, mas promete agora o mesmo serviço a metade do preço: 30 euros por ano.

“Adiciona ao teu tarifário móvel Meo a opção de net móvel 5G à máxima velocidade. Prepara-te para seres o primeiro a sentir o 5G e adere já”, propõe a Meo no seu site, anunciando que o serviço móvel de quinta geração estará “brevemente disponível”. O tarifário permitirá, assim, o acesso ao 5G à velocidade máxima tecnicamente possível no momento, e só onde houver cobertura, que poderá ser relativamente limitada nos primeiros tempos.

O ECO visitou também os sites da Nos e da Vodafone Portugal, mas as empresas ainda não indicam claramente quanto custará o 5G aos respetivos clientes. Ambas entrarão na quinta geração, tendo adquirido espectro no longo leilão que terminou no mês passado, e têm há bastante tempo páginas dedicadas ao 5G, com informação útil para os consumidores.

Para já, e numa semana marcada pela Black Friday, as operadoras aproveitam a oportunidade para lançar campanhas de descontos na compra de telemóveis. As empresas tentam, deste modo, pôr telemóveis mais modernos e com capacidade 5G no bolso dos portugueses — algo que muitos dos modelos atualmente usados ainda não permitem.

A Anacom aprovou na terça-feira o relatório final do leilão do 5G, mais um passo no processo burocrático que conduzirá à atribuição efetiva das licenças. Como o ECO noticiou recentemente, só com sorte é que Portugal tem 5G ainda este ano — não é impossível, mas é necessário que vários stakeholders acelerem o passo.

O presidente da Anacom está mais confiante. João Cadete de Matos disse na semana passada que existem “condições” para haver 5G ainda em 2021.

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Turcos saem à rua em protesto após “crash” da lira

  • Lusa
  • 24 Novembro 2021

Cidadãos turcos protestaram na terça-feira contra o regime de Recep Tayyip Erdogan, no rescaldo do "crash" do valor da lira turca contra o dólar. Inflação de 20% obriga a mudar preços todos os dias.

Grupos de cidadãos turcos protestaram terça-feira em várias cidades da Turquia contra o colapso da lira, após perder 11% do seu valor durante o dia e atingir mínimos históricos, exigindo a demissão do governo, informam vários jornais locais opositores.

Dezenas de pessoas marcharam em dois bairros no centro da capital, Ancara, gritando palavras de ordem como “Governo, demissão”, enquanto outras batiam com panelas à janela, com a polícia a tentar impedir as manifestações, noticia o jornal Birgün.

A polícia turca dispersou, com gás lacrimogéneo, um protesto de estudantes universitário da Universidade Técnica do Médio Oriente (ODTÜ), tendo detido uma pessoa, disseram participantes nas redes sociais.

Também em Istambul e Izmir houve pequenos protestos nas ruas ao final da tarde, informa o diário Evrensel. De acordo com Cumhuriyet, a polícia isolou a praça central Taksim, em Istambul, para evitar protestos.

A lira perdeu terça-feira 11% do seu valor, situando-se em 13 unidades por dólar e 14,5 por euro, acumulando assim uma perda de 20% desde a última terça-feira e 37% desde o início do ano.

O colapso começou na tarde de segunda-feira durante discurso do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no qual defendeu a política de baixar os juros abaixo da inflação, atualmente em 20%, para criar postos de trabalho e atacou aqueles que “sobem os preços sob o falso pretexto do valor do câmbio”.

O aumento do custo de vida é evidente no comércio na Turquia, onde alguns empresários afirmam que é necessário alterar os preços “diariamente”, uma vez que o custo dos produtos locais depende do mercado do câmbio, porque o país importa muitas matérias-primas, como combustível e energia.

“Tenho de aumentar os preços. Quando o euro estava em oito liras [no verão passado], pedi 3.000 euros emprestados e agora não sei como pagá-los”, disse hoje um mecânico de automóveis, apoiante do partido islâmico (AKP), em Ancara, à agência de notícias EFE.

Na semana passada, dois dos maiores partidos da oposição, o social-democrata CHP e o de direita IYI, convocaram eleições antecipadas, marcadas para junho de 2023, mas Erdogan rejeitou o pedido e indicou que iria manter a data.

O antigo primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, ex-aliado de Erdogan e desde 2019 líder do pequeno partido extraparlamentar Gelecek (Futuro), reuniu-se hoje com o líder do CHP Kemal Kiliçdaroglu, tendo tuítado que as “eleições antecipadas não são necessárias, mas imediatas” para salvar o país do desastre.

Aydin Ünal, até 2018 deputado do AKP, e durante vários anos responsável por escrever os discursos do presidente turco, disse no Twitter que a Turquia “está à beira do desastre” e pediu para nomear um governador do Banco Central “independente” para instituir uma política económica diferente.

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Trabalhadores da Central do Pego continuam a receber salário se aceitarem formação

  • Lusa
  • 24 Novembro 2021

Cerca de 150 trabalhadores da Central do Pego vão continuar a receber salário se aceitarem receber formação. Garantia foi dada a um sindicato pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

Os cerca de 150 trabalhadores da central a carvão do Pego vão receber formação profissional e continuar a auferir o vencimento atual, mesmo após o fecho da unidade industrial, a 30 de novembro, anunciou o sindicato.

A garantia foi dada na terça-feira aos representantes dos trabalhadores pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, disse à Lusa Luís Santos, coordenador do SIESI – Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, da CGTP-IN, tendo o responsável afirmado sair “mais tranquilo” com o que considerou ser um “pequeno avanço” do Governo relativamente à garantia de proteção social e formação profissional à totalidade dos trabalhadores, diretos e indiretos.

Segundo o dirigente sindical, “a única condição é que os trabalhadores adiram ao processo de formação e requalificação profissional”, cujas inscrições já abriram para um processo que arranca a 15 de dezembro, “comprometendo-se o governo a complementar o valor do subsídio atribuído pela formação até à totalidade dos ordenados atuais” de cada trabalhador.

“Saio um pouco mais tranquilo [da reunião], considerando este um pequeno avanço da parte do governo em que todos os trabalhadores da central durante estes últimos 30 anos, que têm feito a central trabalhar, não só os da Pego, como todos os que trabalham à volta da central, vão fazer parte do processo e ninguém fica de fora”, disse Luís Santos, tendo referido ser um “passo muito positivo” a “garantia de que nenhum dos 150 trabalhadores vai deixar de receber salário”, apesar do fecho da central a carvão, a 30 de novembro.

“A garantia do senhor ministro é que a partir do dia 15 [de dezembro] todos os trabalhadores que adiram à formação e requalificação profissional, recebem o valor da formação e o Governo assume o complemento até ao salário que estes trabalhadores estavam a receber até saírem”, ou seja, “até ao fecho da central”, um compromisso que, notou, se estende “até final do próximo ano”, ou seja, até dezembro de 2022.

Quanto à reivindicação do SIESI da “manutenção daquelas instalações a produzir energia, até que sejam dadas garantias que assegurem o futuro daqueles trabalhadores”, a mesma “deixa de fazer sentido”, disse, tendo em conta que “ninguém vai para o desemprego a 30 de novembro e existe proteção social aos trabalhadores e às suas famílias, a par do processo de formação, importante para a reintegração profissional” dos atuais trabalhadores.

“Com os salários e proteção social assegurada, o que pretendemos é que estas formações sirvam para os trabalhadores poderem integrar as novas formas de produzir energia” na central, no âmbito do concurso público em curso até 17 de janeiro para a reconversão da central a carvão, “e uma forma de poderem dar continuidade ao seu trabalho e ao seu emprego, no âmbito do enquadramento em novas oportunidades que possam surgir na região”, notou.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática assegurou no domingo que não vão existir problemas sociais para os trabalhadores com o fim da central elétrica do Pego e mostrou-se confiante de que estes serão integrados em novos projetos.

Em entrevista à RTP3, João Pedro Matos Fernandes considerou “muito relevante” o dia que marca o fim da utilização de carvão para produção de eletricidade em Portugal e destacou que o Governo está a “cuidar” dos trabalhadores e dos projetos alternativos que se perspetivam para este ponto de ligação à rede elétrica.

“Não vai haver nenhum problema social, porque soubemos com tempo o que ia acontecer e estamos mais do que preparados. Percebo a preocupação dos trabalhadores, mas vai mesmo correr bem. E vai correr em três dimensões: no apoio social; no concurso para aquele local, que é um ponto de ligação com uma dimensão enorme e em que até 17 de janeiro as propostas serão conhecidas; (…) e o fundo para a transição justa”, explicou.

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Vão arrancar os leilões para as centrais solares flutuantes. Há sete barragens à escolha

Neste terceiro leilão do solar, a novidade é que os interessados licitam por um pacote que inclui a ligação à rede elétrica e a superfície da barragem que será ocupada com painéis solares.

O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos, vai finalmente apresentar esta quarta-feira oficialmente o novo leilão de capacidade solar. Será o terceiro, desde que o primeiro leilão foi lançado em 2019 e que o segundo decorreu em 2020, já com a possibilidade de integrar baterias e capacidade de armazenamento.

Desta vez há também uma grande novidade: o leilão será para centrais solares flutuantes. Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Montalegre), Salamonde (Vieira do Minho), Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira) são as barragens eleitas pelo Governo para terem na superfície das suas águas parques solares fotovoltaicos de grandes dimensões. Quanto às potências a atribuir a cada barragem ainda não estão fechadas e os valores finais só serão revelados na sessão pública que terá lugar esta quarta-feira no Ministério.

Neste leilão, os interessados terão de fazer “duas licitações, mas são em simultâneo, o que na prática a torna numa só”, de acordo com esclarecimentos do MAAC,

E que duas licitações em simultâneo são essas? Uma pelo preço baixo para produzir eletricidade a partir da energia solar tal como nos anos anteriores; e ainda outra licitação para a ocupação de um espaço que é de todos nós, o domínio público hídrico, explicou o Governo ao ECO.

Ou seja, os interessados de facto licitam para duas coisas (ligação à rede elétrica e superfície da barragem) mas a licitação é única (tipo pacote combinado), não havendo uma para energia e outra para a superfície da barragem, explicou a mesma fonte

Para a parte do preço haverá de novo duas modalidades disponíveis, tal como nos anteriores: com remuneração à rede ou tarifa fixa, por 15 anos.

Com os leilões de energia renovável para 2021 já atrasados desde setembro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, já tinha avançado em entrevista ao ECO/Capital Verde que os leilões de solar só para os espelhos de água iriam ser “lançados muito em breve”.

Nessa mesma entrevista, o ministro tinha dado uma explicação diferente sobre a forma de licitação.

“O que motivou o atraso é que neste leilão de 2021, ao contrário dos outros dois anos anteriores, os promotores interessados em participar não vão fazer uma só licitação mas duas. Vão fazer uma igual a todas as outras, por um preço baixo para produzir eletricidade a partir da energia solar, e outra licitação para a ocupação de um espaço que é de todos nós, o domínio público hídrico. Isso obrigou a configurar a lei e esse decreto-lei estará certamente para ser aprovado muito em breve”, avançou Matos Fernandes ao ECO/Capital Verde.

Pelas mãos da EDP, no Alto Rabagão já decorreu um projeto piloto de solar flutuante, que tornou possível depois escalar o projeto para outro de maior dimensão que foi instalado este verão no Alqueva: 12 mil painéis solares (4 MW) espalhados por quatro hectares do grande lago alentejano.

“O Governo quer expandir as fronteiras do solar fotovoltaico nos próximos leilões. É um desafio importante em termos técnicos mas ao mesmo tempo os promotores vão ter uma mitigação do risco em termos de disponibilidade dos terrenos e dos respetivos custos. A diferença passa pela previsibilidade da ocupação de longo prazo”, dizia Galamba em setembro.

“A melhor resposta que podemos dar aos preços em alta no Mibel é acelerar as renováveis em Portugal, nomeadamente o solar, a tecnologia menos desenvolvida e com mais potencial. O solar flutuante é uma das formas de revertermos o subdesenvolvimento do solar fotovoltaico em Portugal. Apesar de ser o país com um dos maiores potenciais, a atual capacidade instalada solar é bastante baixa em termos percentuais no mix energético em Portugal quando comparado com os restantes países europeus”, disse Galamba.

O secretário de Estado revelou também que os ganhos apurados dos leilões de 2019 para os consumidores portugueses ao longo de 20 anos — no valor de 600 milhões de euros — já duplicaram entretanto para 1,2 mil milhões de euros, de acordo com as últimas contas feitas em junho aos preços em alta no Mibel. Quanto aos ganhos apurados de 560 milhões em relação ao leilão de 2020, Galamba garante que “também vão aumentar” e beneficiar os consumidores.

(Notícia alterada às 9h00 após esclarecimentos do MAAC)

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que o primeiro-ministro continua a ouvir os partidos sobre as medidas de restrição, o Parlamento vota propostas contra a precariedade. Energia, sustentabilidade e inovação também na agenda.

Que medidas vão ser adotadas pelo Governo para travar as infeções por Covid-19? Os deputados ainda vão mexer nas regras laborais antes da dissolução parlamentar? Estas são duas das questões em aberto, num dia em que pode haver ainda novidades sobre a eletricidade e em que, de Lisboa a Bruxelas, vão ser debatidas a sustentabilidade e a inovação.

Costa ouve PS e PSD sobre medidas anti Covid

Depois da Iniciativa Liberal, CDS-PP, Chega, PCP, Verdes, Bloco e PAN, o primeiro-ministro recebe esta quarta-feira em São Bento as delegações do PS e do PSD, o maior partido da oposição. O objetivo destas reuniões é analisar as potenciais medidas que podem ser adotadas pelo Governo para controlar a propagação da pandemia de Covid-19 no país, a aprovar no Conselho de Ministros agendado para quinta-feira. Estes encontros foram anunciados depois da última reunião com os especialistas no Infarmed.

Parlamento vota diplomas contra a precariedade

A poucos dias da dissolução parlamentar, a comissão do Trabalho discute e vota o projeto do PCP para combater a precariedade, aprovado em junho na generalidade. O diploma prevê, por exemplo, a revogação dos contratos especiais de muito curta duração, a fixação do limite máximo de duas renovações dos contratos a termo certo, a limitação dos contratos a termo incerto a quatro anos ou a reversão do alargamento do período experimental para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração (uma das medidas mais polémicas da revisão do Código do Trabalho de 2019).

Consulta pública da revisão do sistema elétrico

Termina esta quarta-feira o período de consulta pública do projeto de decreto-lei do Governo que revê o funcionamento do sistema elétrico nacional e que está a preocupar os promotores de centrais solares por incluir um artigo (276) que ameaça fazer cair 78 projetos que a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) já tinha classificado como elegíveis para firmar acordos com a REN. Outro ponto sensível é o prazo de um ano que é dado para a obtenção da licença de produção, quando a maior parte dos projetos exige um Estudo de Impacto Ambiental.

Conferência anual do BCSD Portugal

Este ano é “Sustentabilidade: desafios da década 20-30”. É este o mote da conferência anual do BCSD Portugal, que arranca esta manhã na Estufa Fria, em Lisboa, e que encerra as celebrações dos 20 anos desta organização no país, debatendo os desafios da década com um painel de especialistas nacionais e internacionais. No primeiro dia do evento, o foco é a construção de um futuro tendo por base os 4Ps: People, Planet, Profit & Purpose. A abertura será feita pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e por João Castello Branco, presidente do BCSD Portugal. No encerramento estará o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Cimeira europeia para a inovação, em Bruxelas

O novo Conselho Europeu da Inovação, lançado em março de 2021, celebra a sua primeira cimeira, que arranca esta quarta-feira em Bruxelas. Com a participação de Mariya Gabriel, comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, o encontro é apresentado como uma “oportunidade única” para o networking entre start-ups, PME, investigadores ou investidores. Vai debater as patentes e os direitos de propriedade intelectual, a transferência de tecnologia, apresentar o Fundo European Innovation Council (EIC) e anunciar os vencedores de vários prémios europeus, incluindo o que teve Braga e Cascais no grupo de semifinalistas para “cidade inovadora em ascensão na Europa”.

 

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Das horas extra aos contratos, deputados votam mais mexidas à lei laboral

Esta quarta-feira é dia de uma série de diplomas que mexem na lei laboral ir a votos na especialidade. O objetivo é levar os projetos a votação final ainda esta semana, antes da dissolução da AR.

Os deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social vão discutir e votar, esta quarta-feira, mais de uma dezena de projetos de lei, entre os quais constam diplomas que visam repor os valores de pagamento do trabalho suplementar, mudar as regras dos contratos de trabalho e até reverter o polémico alargamento do período experimental. O objetivo é levar estas propostas a votação final global ainda esta semana, antes da dissolução da Assembleia da República.

Em resposta à reprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o Chefe de Estado decidiu dissolver a Assembleia da República e antecipar as eleições legislativas, provocando uma “corrida contra o tempo” entre os deputados para aprovarem os vários diplomas que estavam em discussão no Parlamento, nomeadamente propostas que mexem no Código do Trabalho.

Foi nesse contexto que a 5 de novembro o Parlamento deu “luz verde”, por exemplo, a uma série de mudanças às regras do teletrabalho, depois de uma maratona de votações no grupo de trabalho criado para analisar essas propostas e na comissão correspondente.

E é também nesse ambiente que ocorre, esta quarta-feira, a votação na especialidade de mais de uma dezena de diplomas, entre os quais está o projeto de lei n.º 525 do PCP que combate a precariedade laboral e reforça os direitos dos trabalhadores, o projeto de lei n.º 44 também do PCP que repõe os valores de pagamento do trabalho suplementar para todos os trabalhadores e o projeto de lei n.º 955 do Bloco de Esquerda que repõe o valor do trabalho suplementar e o descanso compensatório.

De notar que estes três diplomas foram viabilizados pelo PS (com o voto favorável e com a abstenção, respetivamente), na votação na generalidade, não sendo certo que os socialistas repitam agora o seu sentido de voto — aliás, não quiseram, até ao momento, revelar a sua posição.

O objetivo, de todo o modo, explica a deputada comunista Diana Ferreira ao ECO, é que as propostas possam ser submetidas a votação final global no plenário desta sexta-feira, ainda antes da iminente dissolução da Assembleia da República. “Esperemos que, da parte do PS, haja uma convergência entre as palavras de preocupação [expressas pelos deputados em relação ao mercado laboral] e o sentido de voto“, atira a mesma, reforçando que o objetivo do PCP, com o referido projeto de lei n.º 525, é mesmo “erradicar a precariedade“.

Mas, afinal, o que prevê esse diploma, que, antes do verão, mereceu os votos favoráveis do PCP, do PEV, do Bloco de Esquerda, do PAN, das duas deputadas não inscritas e do PS? O projeto de lei em questão revoga os contratos especiais de muito curta duração, fixa o limite máximo de duas renovações dos contratos a termo certo, limita os contratos a termo incerto a quatro anos, reforça o mecanismo de presunção do contrato de trabalho (acrescentando dois pressupostos passíveis de serem usados para esse fim), cria de sanções económicas, fiscais e contributivas para os empregadores que promovam a precariedade e — num dos pontos mais polémicos —reverte do alargamento do período experimental para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração determinado pela revisão do Código do Trabalho de 2019.

Sobre esta última medida é importante notar, contudo, que, meio mês depois da aprovação na generalidade do diploma, o deputado socialista Nuno Sá veio dizer, em declarações ao Público (acesso condicionado), que o PS não via necessidade de fazer mudanças nesse âmbito, o que deixa agora prever um voto desfavorável na votação desta quarta-feira. Já da parte do Bloco de Esquerda, José Soeiro garantiu ao ECO que se mantém a posição favorável a este projeto de lei do PCP.

Por outro lado, vai a também a votos um projeto de lei comunista relativo ao trabalho suplementar, que prevê que essas horas devem ser pagas pelo valor da retribuição com os seguintes acréscimos: 50% pela primeira hora ou fração desta (atualmente, o acréscimo é de 25%) e 75% por hora ou fração subsequente em dia útil (atualmente, o acréscimo é de 37,5%). Em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, ou nos feriados, o PCP quer que o trabalho suplementar seja pago com um acréscimo de 100% por cada hora ou fração (hoje o acréscimo é de 50%).

O diploma estipula ainda que deve ser aplicado o princípio do tratamento mais favorável ao trabalho suplementar — isto é, o que está no Código do Trabalho só pode ser afastado por negociação coletiva se for mais favorável — e altera as regras do descanso compensatório por trabalho suplementar. Assim, o PCP quer o trabalhador que preste trabalho suplementar em dia útil ou em dia de descanso semanal complementar tenha também direito a descanso compensatório remunerado, correspondente a 25% das horas de trabalho suplementar realizadas, norma que chegou a estar na lei laboral mas foi revogada em 2012.

O projeto de lei do Bloco de Esquerda relativo ao trabalho suplementar vai, de modo geral, no mesmo sentido que as propostas comunistas, acrescentando-lhes a reposição da norma também revogada em 2012 que indica que o descanso compensatório de trabalho suplementar prestado em dia útil ou feriado pode ser substituído por prestação de trabalho remunerado com acréscimo não inferior a 100%, mediante acordo entre empregador e trabalhador.

Em declarações ao ECO, José Soeiro sublinha que o PS “optou por viabilizar os projetos na generalidade”, restando agora “saber se era só propaganda” ou se era porque o partido queria mesmo que estas mudanças à lei laboral avançassem.

O deputado lembra que, pouco antes da votação do OE2022, o Governo ainda aprovou em Conselho de Ministros a reversão do corte do valor das horas suplementares a partir das 120º hora anual, mas adianta que o PS não apresentou essa proposta no Parlamento. “Vamos verificar na votação se o PS vai votar pela manutenção do corte da troika“, frisa, por isso, José Soeiro.

Depois da votação desta quarta-feira, estas propostas terão ainda de ser submetidas a votação final global em plenário e ao crivo do Presidente da República, antes de serem publicadas em Diário da República e chegaram, assim, ao terreno. O Governo tinha preparado também um pacote de mexidas à lei laboral — ao qual deu o nome de Agenda do Trabalho Digno — mas a iminente dissolução do Parlamento torna improvável a sua aprovação nessa sede.

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Fisco investiga fundos por abusos nos benefícios à inovação

Auditoria está a passar sociedades de capital de risco a pente fino para evitar investimento em fundos só para poupar na fatura de IRC ou empresas a beneficiar duplamente do SIFIDE.

Com o ano a chegar ao fim, os fundos de investimento apostam forte na comunicação junto das empresas para aproveitarem o benefício fiscal que lhes permite reduzir o IRC em 82,5%. A prática é legal, mas existem dúvidas se é sempre utilizada corretamente. Por isso, a Inspeção Geral de Finanças e a Autoridade Tributária estão a levar a cabo um conjunto de auditorias específicas ao funcionamento do SIFIDE. O objetivo é identificar potenciais abusos no regime e posteriormente introduzir alterações para os travar.

O SIFIDE é um incentivo fiscal que permite deduzir no IRC uma percentagem das despesas de Investigação & Desenvolvimento, na parte não comparticipada a fundo perdido pelo Estado ou por fundos europeus. Mas há comportamentos que estão a desvirtuar um sistema criado inicialmente para ajudar a colmatar a falta de capital de risco para as fases iniciais dos projetos (semente) e mais arriscadas. Os problemas passam, por exemplo, pela certificação da idoneidade dos projetos em que é possível investir e dos fundos através dos quais esse investimento pode ser feito — uma certificação que é feita pela Agência Nacional de Inovação (ANI) — ou ainda de algumas empresas beneficiar duplamente do mesmo.

O problema não é novo e já está identificado desde 2020. Por isso, o regime teve uma primeira afinação no âmbito do Orçamento do Estado para 2021 com o objetivo de “conferir mais controlo e eficiência a este benefício”, explicou ao ECO fonte oficial do Ministério das Finanças. Em causa estão sobretudo as aplicações indiretas. Inicialmente o crédito fiscal entre 32,5% e 82,5% destinava-se apenas às despesas realizadas pelas empresas em I&D (despesas com pessoal, equipamentos e patentes). Mas, a partir de 2011, na nova versão (SIFIDE II) passou a ser abrangida a participação em fundos de capital de risco, públicos ou privados destinados a financiar empresas dedicadas sobretudo a I&D. Assim, tanto os fundos de investimento como as empresas que assumam uma participação nesse mesmo fundo têm direito ao incentivo.

Mas, por vezes as empresas fazem spin offs de projetos de I&D e assim beneficiarem duplamente deste incentivo: através do fundo de capital de risco que criaram e através da participação que têm nesse mesmo fundo. E esta é uma utilização do benefício que gera dúvida no seio do Executivo.

Assim, “por despacho do Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, de 17 de dezembro de 2020, foi determinado à Inspeção Geral de Finanças e à Autoridade Tributária e Aduaneira o desenvolvimento de um conjunto de auditorias específicas ao funcionamento do SIFIDE, em particular quando estejam em causa aplicações relevantes em I&D na vertente indireta (ex: através de fundos de investimento)”, confirmou ao ECO fonte oficial das Finanças.

Mas estas auditorias ainda estão “em curso” e só depois da apresentação das conclusões finais serão identificados “aspetos específicos que possam merecer uma atuação no plano legislativo ou operacional”, acrescentou a mesma fonte. O ECO sabe que o Executivo estava a apontar para “uma intervenção legislativa mais séria no início do próximo ano ao nível dos fundos de investimento”, uma intervenção que colide, contudo, com a realização de eleições legislativas a 30 de janeiro.

As primeiras alterações ao modo de funcionamento deste benefício foram feitas no âmbito do Orçamento do Estado para 2021. Passou a ser obrigatório manter as unidades de participação nos fundos durante um período mínimo de cinco anos e o investimento em I&D, quer por fundos de investimento quer pelas respetivas entidades financiadoras, também tem de ser no prazo máximo de cinco anos (para que o dinheiro não fique parado nos fundos indefinidamente). Por outro lado, passou a ser obrigatório que 80% da atividade do fundo seja dedicada à I&D, os restantes 20% têm por objetivo garantir a diversificação e rentabilidade do fundo. Além disso, também foi clarificado o conceito de empresa dedicada sobretudo a I&D: tem de investir em I&D o equivalente a pelo menos 7,5% da faturação do ano anterior ou ser proveniente de uma incubadora certificada e éter menos de três anos de existência.

Mas perante a agressividade dos fundos de investimento ao “venderem” este benefício fiscal de 82,5% para abater diretamente na coleta de IRC até 31 de dezembro caso tenham de pagar imposto este ano ou nos próximos oito, leva ao Executivo a acreditar na necessidade de voltar a afinar o sistema. “Elevado potencial de retorno, investimento com perfil de risco baixo e possível isenção do terceiro pagamento por conta”, são alguns dos slogans usados para atrair as empresas.

Os fundos têm consciência que o cenário atual pode mudar novamente e por isso deixam uma nota aos investidores a alertar que “existe o risco da AT no final dos cinco anos após a subscrição realizar uma correção oficiosa do IRC”, o que a acontecer reduz a poupança fiscal de 71,7%. Mas consideram o “risco reduzido” e recordam que “uma eventual ação da AT pode ser alvo de contestação”.

As alterações introduzidas foram “um penso rápido, agora há que ir mais a fundo”, explicou ao ECO uma fonte familiarizada com o processo. Apesar da atuação destes fundos estar, à partida, dentro da lei, não respeita o espírito da lei que vigora até 2025. “O regime tem brechas que é preciso mexer”, explico ao ECO uma fonte que conhece o processo.

O próprio Tribunal de Contas alertou para a concentração da despesa fiscal em IRC num reduzido número de benefícios e beneficiários pedindo a reavaliação desses benefícios fiscais, o Fundo Europeu de Investimento já chamou a atenção do Executivo para os eventuais abusos que estão a ser cometidos, sabe o ECO, e os eurodeputados do PSD questionaram a Comissão Europeia, em abril deste ano, se entendia que o SIFIDE II “respeita integralmente as regras de concorrência, designadamente em matéria de ajudas de Estado.

Em cima da mesa está a hipótese de aumentar para 90% a atividade dos fundos dedicada a I&D (e não 80% como até agora), impedir empresas detenham fundos e que ambos sejam beneficiários do SIFIDE e obrigar a Agência Nacional de Inovação (ANI) a ser mais rigorosa na certificação dos projetos de I&D elegíveis para os fundos investirem, mas também dos próprios fundos. Estes fundos estão agora a ser “passados a pente fino”.

No despacho do Executivo era pedido à Inspeção Geral de Finanças para “incluir no plano de atividade para este ano a realização de uma auditoria específica ao funcionamento do SIFIDE, avaliando não só a quantidade e qualidade da despesa fiscal gerada em 2018 e 2019, mas também o perfil de beneficiários deste incentivo”, em particular os fundos de investimento. Este benefício fiscal já estar em vigor desde 1997, apenas com uma interrupção em 2004 e 2005, e é um dos incentivos fiscais com maior relevância e peso na despesa fiscal. Entre 2006 e 2019, a despesa fiscal total do SIFIDE foi de 2.796 milhões de euros, tendo atingido em 2019 o valor mais elevado (430 milhões), equivalendo a cerca de um terço de toda a despesa fiscal.

O próprio Tribunal de Contas alertou para a concentração da despesa fiscal em IRC num reduzido número de benefícios e beneficiários pedindo a reavaliação desses benefícios fiscais, o Fundo Europeu de Investimento já chamou a atenção do Executivo para os eventuais abusos que estão a ser cometidos, sabe o ECO, e os eurodeputados do PSD questionaram a Comissão Europeia, em abril deste ano, se entendia que o SIFIDE II “respeita integralmente as regras de concorrência, designadamente em matéria de ajudas de Estado”.

Segundo os eurodeputados Lídia Pereira e José Manuel Fernandes, “a utilização por fundos de investimento pode representar situações de dupla dedução (de dois sujeitos passivos diferentes: fundo e empresa), de recurso indevido (relevante em matéria de fiscalização) ou de problemas de concorrência, uma vez que a aplicação deste capital não sofre fiscalização no que diz respeito à dedução e à ultima ratio da aplicação do capital, que apenas pode ser aplicado em projetos de I&D”.

Também o Bloco de Esquerda enviou em outubro questões ao Governo para saber qual o montante dos benefícios fiscais atribuídos a fundos de investimento ao abrigo do SIFIDE, qual o montante de investimentos efetivamente realizado e se não existem esquemas de financiamento cruzados entre fundos. A deputada Mariana Mortágua, que assina a pergunta enviada, sublinha que a Lince Capital até disponibiliza no seu site um simulador para calcular “as poupanças” associadas ao “investimento em SIFIDE” e que a BlueCrow explica as vantagens de um investimento em fundos de capital de risco só para poupar na fatura de IRC, independentemente da performance desse mesmo fundo.

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Marcelo promulga diploma contra “pirataria” de conteúdos online

  • Lusa
  • 23 Novembro 2021

A diretiva foi criada para proteger conteúdos de artistas, músicos, escritores e jornalistas na internet. Imprensa pode ter perdido 22 milhões no 1º semestre com partilha ilegal de jornais e revistas.

O Presidente da República promulgou esta terça-feira a aprovação de procedimentos vocacionados à fiscalização, controlo, remoção e impedimento do acesso em ambiente digital a conteúdos protegidos, que servirão para combater a pirataria ‘online’, o acesso ilegítimo a sistemas informáticos.

“Atendendo à criatividade parlamentar testemunhada, bem como à quase total inexistência de oposição ao novo regime e que a prática demonstrará, a prazo não muito longo, as virtualidades e as sobreposições que eventualmente dele possam resultar, o Presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República que aprova procedimentos tendentes à fiscalização, controlo, remoção e impedimento do acesso em ambiente digital a conteúdos protegidos”, lê-se numa pequena nota publicada no ‘site’ na Internet da Presidência.

Em 22 de outubro, o parlamento aprovou a baixa à especialidade sem votação de dois diplomas que transpõem diretivas europeias relativas aos direitos de autor e direitos conexos.

As duas propostas de lei relativas a direitos de autor e direitos conexos, que vertem na ordem jurídica nacional duas diretivas europeias sobre esta matéria, deveriam ter sido transpostas até ao passado dia 7 de junho.

Um dos diplomas estabelece normas sobre o exercício do direito de autor e direitos conexos aplicáveis a determinadas transmissões ‘online’ dos organismos de radiodifusão e à retransmissão de programas de televisão e de rádio, a fim de reforçar a diversidade europeia e aumentar o número de programas de rádio e televisão disponibilizados ‘online’ aos consumidores europeus.

O outro diz respeito aos direitos de autor e direitos conexos no mercado único digital, e procura compatibilizar a regulação do uso de obras autorais em ambiente digital (nomeadamente em plataformas da Internet) com a defesa da liberdade de expressão, o progresso da investigação e o desenvolvimento tecnológico.

Esta diretiva foi criada para proteger a titularidade dos conteúdos de artistas, músicos, escritores e jornalistas na internet, criando regras para a utilização do seu trabalho por terceiros.

Como explicou a ministra da Cultura, Graça Fonseca, no parlamento, o pressuposto fundamental desta diretiva assenta no facto de a distribuição online de conteúdos protegidos por direitos de autor ser transnacional, pelo que só mecanismos adotados à escala europeia poderão assegurar o correto funcionamento do mercado de distribuição de obras e assegurar a sustentabilidade do setor da edição face aos desafios do meio digital.

No mês de julho, o diretor executivo da Visapress disse à Lusa que a imprensa portuguesa perdeu 22 milhões de euros no primeiro semestre deste ano com a partilha ilegal de jornais e revistas nas redes sociais.

“A partilha ilegal [de jornais e revistas] tem impactado nestes primeiros seis meses de uma forma muito significativa as vendas em banca, para não falar já do que aconteceu o ano passado, e tem vindo a acontecer, das partilhas nas redes sociais, principalmente naqueles ‘softwares’ de conversação como o Telegram e o WhatsApp”, afirmou Carlos Eugénio, diretor executivo da Vitapress à Lusa, na ocasião.

A entidade responsável pela gestão coletiva dos direitos de autor imanentes dos jornais, revistas e jornalistas analisou os principais grupos de Telegram que partilham jornais e revistas, e concluiu que a imprensa nacional, nos primeiros seis meses de 2021, deixou de arrecadar mais de 22 milhões de euros em publicações vendidas em banca.

Na altura, Visapress classificava de imprescindível o projeto de Lei 706 para o combate à pirataria. “Vimos com muita satisfação o projeto de Lei 706, que esteve a ser discutido na especialidade, que poderia ser um dos caminhos para o bloqueio imediato de remoção de conteúdos de uma forma mais coerciva, mas como último rácio para todos os esforços que nós tínhamos de desenvolver no sentido de chamar as organizações, detentoras das plataformas”, já que os denominados piratas o fazem de forma reiterada.

Com a partilha ilegal de conteúdos editorais não é só o setor dos media que perde dinheiro, mas também o Estado, que recebe menos receita fiscal.

A Visapress estima que o Estado tenha sido lesado, não tendo arrecadado mais de 1,3 milhões de euros em IVA no primeiro semestre deste ano.

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Fotogaleria: CNN Portugal já está no ar

A TVI24 cedeu o lugar na grelha à CNN Portugal, num acontecimento que promete agitar o mercado dos media em Portugal. A apresentação e lançamento decorreu no Mosteiro dos Jerónimos.

Já está no ar a CNN Portugal. O grupo de comunicação social multinacional ocupa desde segunda-feira o lugar na grelha televisiva que antes pertencia à TVI24. A ocasião foi assinalada com um evento de gala onde estiveram presentes os acionistas do grupo Media Capital acompanhados por uma comitiva da CNN Internacional com Rani Raad, Richard Quest e Mike McCarthy, à cabeça.

Pelo Mosteiro dos Jerónimos, “palco” escolhido para assinalar o arranque oficial do canal de notícias, passaram ainda Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, o ministro da Economia Siza Vieira, a ministra da Cultura Graça Fonseca e representantes de vários partidos políticos. Entre cerca de 400 convidados, também marcaram presença vários empresários e figuras da sociedade e artes ligadas ao grupo Media Capital.

No lançamento do canal, o presidente do Conselho de Administração da Media Capital, Mário Ferreira, defendeu um “jornalismo forte, escrutinador e verdadeiramente livre” num acontecimento que virá agitar o mercado dos media em Portugal.

Veja na fotogaleria abaixo alguns momentos do evento de lançamento da CNN Portugal.

 

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Tecnológicas atiram Nasdaq para a segunda sessão de quedas em Wall Street

Os principais índices norte-americanos terminaram a sessão oscilando entre ganhos e perdas, com o setor tecnológico a ser penalizado pela subida dos juros da dívida nos EUA.

As principais bolsas norte-americanas fecharam a sessão desta terça-feira, sem tendência definida numa altura em que a subida dos juros da dívida dos EUA pesa sobre os títulos ligados ao setor tecnológico.

O índice de referência S&P 500 ganhou 0,17%, para 4.690,99 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avançou 0,57%, para 35.823,72 pontos. Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq recuou 0,15%, para 15.768,31 pontos, terminando no “vermelho” pela segunda sessão consecutiva.

A influenciar o desempenho dos mercados acionistas está a subida dos juros da dívida norte-americana, depois de Jerome Powell ter sido reconduzido em mais um mandato à frente da Fed, e numa altura em que se antecipam subidas das taxas de juros pelo banco central a partir de junho de 2022.

Perante a subida dos juros da dívida nos EUA, os títulos ligados ao setor tecnológico estão entre os mais penalizados, levando os investidores a preferir ações de setores cíclicos. Neste contexto, a Tesla cedeu 4,14% para 1.109,03 dólares, a Microsoft recuou 0,63% para 337,68 dólares e a Alphabet, dona da Google, desvalorizou 0,22% para 2.935,14 dólares.

Por outro lado, o setor da banca esteve entre os mais beneficiados. O Goldman Sachs somou 2,57% para 406,34 dólares, o JP Morgan valorizou 2,39% para 168,28 dólares e o Bank of America subiu 2,64% para 47,50 dólares.

Esta terça-feira foi ainda anunciado pela Casa Branca que os Estados Unidos vão colocar no mercado 50 milhões de barris de petróleo da sua reserva estratégica de emergência, com o intuito de tentar baixar os preços dos combustíveis. Face a esta notícia, a Chevron Corp ganhou 2,07% para 116,30 dólares, enquanto a Exxon Mobil somou 2,63% para 63,13 dólares.

Por outro lado, um relatório da consultora IHS Markit, citado pela Reuters, revelou que a atividade empresarial dos EUA desacelerou modernamente em novembro, devido à escassez de mão-de-obra e atrasos nas matérias-primas.

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Galp aponta paz como condição para investir em Moçambique

  • Lusa
  • 23 Novembro 2021

A Galp faz parte do consórcio de exploração de gás natural em Cabo Delgado. Andy Brown diz que só com "paz duradoura" pode continuar a investir. FMI defende o gás moçambicano é "razoavelmente limpo".

O presidente executivo da petrolífera Galp defendeu esta terça-feira, em Maputo, que a paz duradoura e sustentável em Cabo Delgado é fundamental para o investimento nos projetos de gás no norte de Moçambique e para o desenvolvimento do país.

A Galp realmente sente que precisamos de uma paz sustentável e duradoura, primeiro para ajudar as pessoas, que precisam de segurança e educação“, disse Andy Brown aos jornalistas. “Também precisamos disso [paz] para podermos investir biliões de dólares nos empreendimentos do gás”, acrescentou.

Aquele responsável falava após a assinatura de entendimentos com a organização não-governamental Helpo e a plataforma Makobo que preveem que a petrolífera portuguesa continue a apoiar as duas entidades em projetos humanitários em Cabo Delgado.

Andy Brown frisou que a manutenção da paz em Cabo Delgado, província que enfrenta uma insurgência armada desde 2017, é fundamental para o desenvolvimento daquela região, na medida em que os investimentos nos projetos de gás vão gerar empregos.

“É realmente importante que tenhamos uma paz duradoura e bem-estar. Se tivermos isto, eu acho que poderemos continuar a investir muito dinheiro, o que vai promover emprego e benefícios para Moçambique”, frisou.

Os memorandos assinados esta terça-feira entre a Galp, a Helpo e a Makobo preveem que a petrolífera continue a apoiar as duas entidades na assistência às populações deslocadas devido ao conflito em Cabo Delgado, com destaque para o apoio a projetos de educação e luta contra desnutrição de menores.

O valor do apoio às duas entidades não foi anunciado, mas segundo dados avançados pelo presidente da empresa, a petrolífera disponibilizou perto de um milhão de euros nos últimos três anos para projetos humanitários em Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada há quatro anos por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

A Galp, com 10%, faz parte do consórcio da área 4 de exploração de gás natural. O consórcio é liderado pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma joint venture da Exxon Mobil, Eni e CNPC (China) que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. Além da Galp, a KOGAS (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detém também, cada uma, participações de 10%.

A exploração da área 4 arranca em 2022 com uma plataforma flutuante de liquefação de gás extraído a cerca de 50 quilómetros da costa de Cabo Delgado, enquanto o arranque do projeto mais vultuoso, para exploração das restantes reservas e liquefação em terra, continuam por anunciar.

É pouco sensato limitar projetos de gás em Moçambique, defende FMI

O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique, Alexis Meyer-Cirkel, considerou esta terça-feira pouco sensato pensar em limitar o desenvolvimento dos projetos de gás do país.

“Não me parece muito sensato esse movimento” oposto àqueles investimentos, referiu Meyer-Cirkel, em resposta a questões do público, após uma apresentação feita na Internet sobre as perspetivas económicas regionais e da nação lusófona.

O representante do FMI reconheceu que “as alterações climáticas têm efeitos negativos óbvios”, mas a sua ligação ao consumo de combustíveis fósseis “é um problema para ser resolvido a nível global” e não à custa um ou outro país.

Moçambique é um país que emite muito pouco” carbono, proporcionalmente à população (30 milhões de habitantes) e em comparação com os restantes países no mundo, disse.

Por outro lado, “a transição para fontes renováveis vai levar algum tempo e essa transição só pode ser feita com fontes não renováveis, pelo menos por um certo tempo”.

Alexis Meyer-Cirkel considerou que “o gás de Moçambique é um gás razoavelmente limpo” comparado com outras fontes não renováveis.

“Acho que essa discussão, o impedimento de Moçambique desenvolver essa riqueza, penaliza desproporcionalmente um país que não tem contribuído” como outros “para a criação do problema e que é um país mais pobre”, sublinhou.

Moçambique começa a exportar a partir de 2022 gás natural liquefeito a partir da bacia do Rovuma, onde foram descobertas algumas das maiores reservas do mundo. O gás deverá desempenhar um papel fundamental na economia moçambicana na próxima década.

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Innovarisk antecipa forte procura de seguros Cyber em 2022

  • ECO Seguros
  • 23 Novembro 2021

Representante exclusiva da Hiscox em Portugal, a Innovarisk regista desempenho confortável face aos 16% de crescimento alcançado pela seguradora internacional na operação ibérica até setembro.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
Gonçalo Baptista: Para 2022, “iremos ter mais novidades do lado do Marketing e da Formação à rede.”Henrique Casinhas/ECO

O Diretor Geral da Innovarisk Underwriting aborda o desempenho da agência geral de seguros nos últimos nove meses e revela alguns detalhes para 2022. Representante exclusiva pela atividade do grupo Hiscox Ltd em Portugal, a Innovarisk “alcançou um crescimento de janeiro a setembro próximo dos 20%, com o segmento das linhas financeiras (RC Profissional, D&O e Cyber) a ter a maior contribuição,” detalhou Gonçalo Baptista em briefing com ECOseguros.

Posicionada no mercado como uma MGA (sigla internacional que designa agente geral habilitado a subscrever contratos de seguro em nome de uma ou mais seguradoras) – a Inovarisk Underwriting superou desempenho alcançado pela representada (Hiscox Ltd) no conjunto do mercado ibérico.

No mais recente reporte da seguradora conhecida pela especialização em riscos menos comuns (Specialties), e linhas de responsabilidade em várias áreas de risco, a Hiscox Ltd indicou crescimento de 6,1% até final de setembro reportando 3,46 mil milhões de dólares em volume bruto de prémios emitidos, do qual cerca de 1,76 mil milhões foram gerados através da Hiscox Retail, principal fonte de receita da seguradora que este ano celebra 120 anos.

Do montante global de prémios, a Europa – que juntamente com a Hiscox UK forma unidade de retalho do grupo – apontou crescimento de 17,4% (9,4% em base cambial constante), faturando 428,2 milhões de dólares (355,9 milhões de euros). Enquanto a Alemanha, maior negócio da seguradora na Europa, cresceu 12,6% a taxas de câmbio constantes, apoiada em linhas de proteção pessoal e comercial, a França progrediu 2,4%, menos do que o Benelux (16,8%) e a comparar com expansão de 15,7% na região ibérica, onde a companhia beneficiou da atividade junto dos canais de mediação (corretagem) e do “saudável pipeline de parcerias,” detalhou a Hiscox Ltd num comunicado.

A crescer próximo de 20% no espaço português, os números da Innovarisk “mostram o acerto do reforço no investimento em tecnologia e operações que possibilitaram a expansão da rede de distribuição mantendo os níveis de eficiência e rentabilidade,” explica o Diretor Geral da MGA que acumula estatuto de coverholder para o mercado Lloyd’s.

Gonçalo Baptista espera que o próximo ano acentue a “tendência de crescimento na procura de seguros de Cyber, refletindo a preocupação crescente dos clientes com este risco.” Para 2022, “iremos ter mais novidades do lado do Marketing e da Formação à rede, esperando com isso aumentar o interesse na nossa atividade e soluções,” acrescentou ainda o responsável.

Um dos produtos da Hiscox é o CyberClear, cujas vantagens, Laura Tavares, subscritora de Linhas Financeiras e Riscos Cyber, descreve no blog da Innovarisk.

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