Supervisor angolano aperta controlo sobre Seguradoras

  • ECO Seguros
  • 16 Novembro 2021

Em 15 dias foi anunciado que há mais uma companhia suspensa, duas entraram em liquidação mas cinco cumpriram exigências de aumentos de capital. O supervisor ARSEG está a disciplinar o mercado.

A Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) comunicou ao público em geral que Vera Daves, Ministra das Finanças de Angola, suspendeu a autorização para a subscrição de novas apólices de seguro à empresa Internacional Seguros por um período de 180 dias, abrangendo tal proibição a subscrição de novos riscos, a partir de 10 de novembro de 2021.

Segundo a ARSEG, a medida resultou se terem “constatado e devidamente comprovado infrações, que, com efeito, constituem transgressão à legislação do sector de seguros, ao abrigo do Decreto n.º 7/02 de 09 de Abril sobre as Transgressões as Infracções à Legislação do Sector de Seguros e Resseguros e às Disposições de Natureza Regulamentar Emitidas pela ARSEG”.

O Supervisor dos seguros em Angola acrescenta que vai permitir que a Seguradora “dedique os seus melhores esforços na implementação, com o acompanhamento direto do Regulador, das medidas e reformas necessárias para restabelecer as condições adequadas de operabilidade”.

A ARSEG refere ainda que a suspensão da autorização para a celebração de novos contratos de seguros “não prejudica a obrigação da referida seguradora cumprir com os compromissos previamente assumidos relativamente aos contratos de seguro atualmente em vigor”. A Seguradora deve agora apresentar um plano de financiamento e de recuperação no prazo de 45 dias.

Garantia e Master Seguros entram em liquidação e 5 aumentam capital

A ARSEG comunicou entretanto ao público em geral, que, tendo em consideração a revogação das autorizações de constituição das empresas de seguros Garantia Seguros e da Master Seguros procedeu à nomeação das comissões liquidatárias para a condução dos processos de liquidação das referidas sociedades, ambas com sede em Luanda.

Em sentido oposto cinco companhias que tinham sido obrigadas a reforçar capitais para reverter situações de insuficiências de garantias financeiras, cumpriram as exigências e a ARSEG aprovou os pedidos de aumento de capital social da Fortaleza Segura, Aliança Seguros, STA Seguros, Liberty & Trevo e Global Seguros.

Com a implementação destas medidas o supervisor refere que passam a garantir “um maior nível de protecção das responsabilidades decorrentes dos contratos de seguros assumidos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Generali lucra 2,25 mil milhões de euros até final de setembro

  • ECO Seguros
  • 16 Novembro 2021

O grupo segurador que em Portugal consolida a Tranquilidade e outras marcas concluiu os primeiros nove meses do ano com volume bruto de prémios a crescer acima de 6%.

A Assicurazioni Generali, grupo segurador global em ano de celebrar 190 desde a sua fundação (26 de dezembro 1831), apresentou 4,42 mil milhões de euros de resultado operacional nos primeiros nove meses de 2021, ou 10% acima do apurado em igual período em 2020, beneficiando de desempenho positivo nos seguros Vida, área de gestão de ativos e negócios da Holding (Banca Generali e atividade de private equity).

O volume bruto de prémios de seguro consolidado pelo grupo – que em Portugal detém as marcas Tranquilidade, LOGO e Açoreana – progrediu 6,4% em variação homóloga, ascendendo a 54,9 mil milhões de euros, beneficiando de crescimento relativo de 6,5% nos seguros de Vida e de 6,2% nos ramos P&C (não-Vida). No segmento Vida, as entradas líquidas cresceram em 9,5 mil milhões de euros (+3% face ao período comparável no ano precedente), sob impulso de produtos unit-linked e desempenho nas diferentes linhas de proteção.

Referindo que os números apresentados confirmam “excelente desempenho do grupo,” Cristiano Borean, Chief Financial Officer (CFO) do grupo Generali, salientou ainda “rentabilidade técnica e tendência sólida em todas as empresas com um dos rácios de solvência mais elevados do setor”.

Apesar de custos acrescidos com sinistros de catástrofes naturais e quebra de 2,4% no volume bruto de prémios no segmento P&C, o valor de novos negócios cresceu perto de 28% com a respetiva margem a avançar +0,66 pontos, para 4,76%. No fecho do período reportado, o rácio combinado agravou-se 1,6 pontos percentuais, sendo calculado em 91,3%.

A área de gestão de ativos (asset management) gerou resultado operacional de 451 milhões de euros, apontando crescimento de 32% face a setembro de 2020.

Por fim, o lucro líquido aumentou em 73,6% até 2,25 mil milhões de euros, suportado pelo aumento do resultado operacional e a refletir os resultados das áreas não operacionais. Nos primeiros nove meses do exercício, o ativo total sob gestão do grupo Generali aumentou 4,2% face ao fecho de 2020, totalizando agora 682,1 mil milhões de euros, enquanto a posição de capital progrediu de 224% no final de 2020, para um rácio de solvabilidade que agora é de 233%.

Estes resultados, acrescentou ainda o CFO no comunicado dirigido ao mercado, “estão em plena consonância com o sucesso e conclusão do plano estratégico Generali 2021′, representando uma base sólida para o novo plano trienal apresentaremos ao mercado no dia 15 de dezembro”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Huawei inaugura laboratório de 5G e inteligência artificial em Aveiro

Já estão a decorrer testes com esta tecnologia no Porto de Aveiro e fábricas da região. Valor do investimento no laboratório 5GAIner não foi revelado.

É a mais recente aposta da Huawei no 5G. A tecnológica chinesa inaugurou esta terça-feira em Aveiro o laboratório 5GAIner, em parceria com a Universidade de Aveiro (UA) e o Instituto de Telecomunicações (IT). O novo laboratório quer facilitar o desenvolvimento e teste de novas soluções 5G, para mercados verticais. Já estão a decorrer testes no Porto de Aveiro e fábricas da região. Valor do investimento não foi revelado.

O 5G + IA Networks Reliability Center (5GAIner) tem a sua base no Instituto de Telecomunicações, mas o seu raio de acção abrange outras áreas da região, incluindo o Porto de Aveiro e algumas fábricas instaladas na zona, como a Bosch Termotecnologia, S.A. (Bosch TT), onde já decorrem diversos testes, nomeadamente nos sistemas de produção flexíveis e no controlo de localização, informa a Huawei.

Este investimento da Huawei em Portugal, não só cria um hub de competências na região, como reforça a vontade da empresa em contribuir para a inovação e transição digital do país, explorando todo o potencial de tecnologias como as redes de quinta geração ou a Inteligência Artificial”, assegura Tony Li, CEO da Huawei Portugal, citado em nota de imprensa.

É de interesse estratégico para Portugal beneficiar do know-how da Universidade de Aveiro e do IT para a criação de um campos experimental na área das telecomunicações”, disse Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, na cerimónia de inauguração. “Esta iniciativa da Huawei assume-se como um projecto relevante para gerações futuras”, reconhece.

O projeto dedicado ao 5G e à Inteligência Artificial — com a liderança executiva de Rui Luís Aguiar, docente da Universidade de Aveiro e coordenador nacional de Redes e Serviços do Instituto de Telecomunicações — está a ser implementada no seguimento do protocolo assinado em 2020 entre a Huawei, UA e IT, com o objectivo de “apoiar a indústria na criação, em parceria com a academia, de soluções fiáveis para diferentes setores que permitam assegurar uma transição bem-sucedida para a sociedade digital em Portugal”.

“Este laboratório potencia a transição digital, um passo determinante para a economia portuguesa”, refere ainda a tecnológica chinesa, referindo um estudo divulgado este ano pela Deloitte, que aponta que 17 mil milhões de euros do crescimento económico em Portugal, até 2035, vão dever-se às inovações introduzidas pela rede 5G.

A nível mundial, já em 2030, estima-se que a quinta geração móvel tenha um impacto de 1,08 biliões de dólares no PIB, aponta a consultora PwC.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catástrofes naturais: Resseguradoras poderão ter de reduzir exposição, diz Fitch

  • ECO Seguros
  • 16 Novembro 2021

Frequência e severidade de desastres naturais agravados pela mudança climática vão obrigar as resseguradoras europeias a reforçar provisões ou reduzir exposição, antecipa a Fitch.

As quatro maiores resseguradoras europeias obtiveram, nos primeiros nove meses de 2021, resultados claramente melhores do que um ano antes, afirma a Fitch Ratings em relatório. Apesar da elevada incidência de catástrofes naturais no 3º trimestre do ano, a agência de notação financeira destaca crescimento dos resultados para o conjunto do quarteto Munich Re, Swiss Re, SCOR e Hannover Re.

A evolução positiva foi impulsionada por número significativamente menor de sinistros relacionados com a pandemia (covid-19) nos ramos de não-Vida, tendo beneficiado também do incremento no volume de prémios e da resiliência no rendimento dos investimentos, detalha a agência de notação num dossiê especial.

À luz da rendibilidade sobre capitais próprios (RoE), os ganhos obtidos pelas 4 majors europeias cresceram em média 5 p.p. comparando com resultados no final dos primeiros nove meses de 2020. Excetuando o caso da Swiss Re, que reduziu exposição no agregado Bens (property) e limitou coberturas para certos riscos naturais (secondary perils), todas beneficiaram de preços mais elevados no resseguro de não-Vida, crescendo dois dígitos na arrecadação de prémios de resseguro.

No final dos nove primeiros meses do exercício, os custos com sinistros associados a catástrofes naturais (Cat Nat na gíria do setor), cuja incidência foi mais evidente no 3º trimestre (inundações na Europa e furacão Ida nos EUA), situaram-se acima das previsões orçamentadas pelas companhias incluídas na análise. O fardo das Cat Nat, que aumentam em frequência e severidade por causa das alterações climáticas, deverá justificar um reforço do budget para estes riscos ou forçará uma redução da exposição a eventos dessa natureza, perspetiva a agência de rating.

No entanto, segundo consideram os analistas da Fitch, as quatro resseguradoras ajustaram-se às perdas mais pesadas e fecharam os nove meses fortes em eficiência, apresentando um rácio combinado em torno de 95%.

Por outro lado, as taxas de mortalidade associada à pandemia, em particular nos EUA e em África, continuaram a pressionar os resultados no negócio Vida e Saúde. Em média, os custos relacionados com fatalidades por covid-19 representaram 7% dos prémios líquidos entre janeiro e setembro, acima dos 4,5% que precisaram em igual período de 2020 para absorver o excesso de mortalidade por covid.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“É natural que CTT queiram ter o melhor contrato possível”, diz CEO sobre nova concessão

O presidente executivo dos CTT indicou que "é natural" que a empresa queira negociar com o Governo "o melhor contrato possível" para a futura concessão do serviço postal universal.

O presidente executivo dos CTT CTT 0,00% diz ser “natural” que a empresa esteja a tentar negociar com o Governo “o melhor contrato possível” para a nova concessão do serviço postal universal. Questionado sobre se as novas condições estão a ser desenhadas à medida das reivindicações da empresa, João Bento considerou essas eventuais críticas como “insensatas”.

“A Resolução do Conselho de Ministros conhecida nos primeiros dias de setembro, no fundo, estabelece as condições que o Governo considerou adequadas para este efeito. E nós estamos a responder na medida do possível. É natural que os CTT queiram ter o melhor contrato possível. Achamos que há elementos na Resolução — e é explicitamente definido isso — que podem assegurar um contrato mais sustentável. É isso que esperamos alcançar”, disse o gestor, à margem de uma conferência da empresa sobre comércio eletrónico.

Como o ECO noticiou, o Governo decidiu retirar à Anacom o poder de fixar os indicadores de qualidade do serviço postal universal que os CTT têm de cumprir a cada ano. A Anacom apertou esses critérios em 2018 e tinha anunciado a intenção de os apertar ainda mais na próxima concessão. Ora, nos últimos anos, os CTT não têm conseguido atingir tais objetivos, sendo penalizados com descidas obrigatórias do preço do correio, o que levou a empresa a admitir que os indicadores eram “impossíveis” de cumprir.

Dessa forma, o Governo cedeu à reivindicação dos CTT e decretou que, nos próximos anos, é o Executivo que escolhe os objetivos de qualidade do serviço. Além disso, o CEO dos CTT disse recentemente que a penalização vai mudar, passando a estar ligada a obrigações de investimento na rede, mostrando-se satisfeito com o novo enquadramento.

Questionado esta terça-feira pelo ECO sobre se a nova concessão está a ser desenhada pelo Governo à medida da empresa, o presidente executivo dos CTT disse que essas eventuais críticas são “insensatas”. “Os CTT desde há muito tempo, mas mesmo muito tempo, que declararam que consideravam que as condições em que o contrato atual chegou eram anacrónicas e tornaram o contrato objetivamente insustentável do ponto de vista económico”, respondeu.

“Acresce que houve quedas substanciais nunca pensadas do correio, portanto acelerou muito o ritmo de queda do correio. E não é uma decisão dos CTT, mas sim do Governo português — de qualquer Governo português — definir em que condições é que o serviço público de correio deve ser financiado. A escolha que foi feita no contrato anterior e que tudo indica será a mesma para a frente é que o serviço é financiado pelos seus próprios utilizadores. Ou seja, por via do preço”, explicou.

João Bento não respondeu diretamente à pergunta sobre se espera que os próximos indicadores sejam mais fáceis de cumprir. No entanto, sublinhou que a empresa tem vindo a fundamentar “objetivamente” quais são as condições que considera ser “mais razoáveis e qual é a tendência que se tem observado em todos os países da UE”.

Evolução das ações da empresa em Lisboa:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente da CGD diz que é “fundamental” executar PRR mas pede correções

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

“Vale mesmo a pena ver como é que vamos gastar este dinheiro”, calculando os retornos de cada investimento e “corrigindo o que há a corrigir”, defende Paulo Macedo.

O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, defendeu esta terça-feira que é “fundamental” executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas sublinhou que ainda há tempo para fazer as correções necessárias.

Em Barcelos, na abertura de um Encontro Fora da Caixa, Paulo Macedo lembrou que em causa estão “números muito grandes”, que Portugal não pode desperdiçar.

“Os fundos canalizados para os PRR dos vários países europeus são várias vezes o Plano Marshall”, vincou.

Por isso, acrescentou, “vale mesmo a pena ver como é que vamos gastar este dinheiro”, calculando os retornos de cada investimento e “corrigindo o que há a corrigir”.

“Independentemente das críticas que se podem fazer ao PRR – e podem com certeza fazer-se muitas -, nós precisamos de executar o PRR”, alertou, sublinhando que se trata de um programa “fundamental” para a retoma económica do país.

Paulo Macedo disse ainda que também o setor bancário, designadamente a Caixa, assume papel central na retoma da economia.

“A economia tem muita liquidez, nós temos hoje o maior nível de depósitos da história. Temos aumentos de depósitos de instituições, empresas e particulares. Nunca houve tanta liquidez na economia”, disse ainda Paulo Macedo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preço do gás natural já faliu 21 fornecedores no Reino Unido

  • ECO
  • 16 Novembro 2021

A Neon Reef e a Social Energy Supply são as duas últimas empresas de energia britânicas a fechar portas. Mais de dois milhões de clientes já ficaram sem fornecedor desde o início de setembro.

Acaba de subir para 21 o número de empresas de energia no Reino Unido que entraram em situação de falência, apenas desde o início de setembro, por causa do aumento dos preços do gás natural.

A Neon Reef, que servia 30 mil clientes domésticos, e a Social Energy Supply, que abastecia 5.500 famílias, são as últimas duas fornecedoras a abandonar o mercado, anunciou esta terça-feira o regulador britânico (Ofgem).

De acordo com a Sky News, mais de dois milhões de clientes já foram afetados por estes encerramentos, impulsionados pelo recorde de preços que têm sido registados no mercado do gás. Sobretudo empresas desprotegidas contra as flutuações, tendo de comprar energia a preços elevados e presas a contratos para venda a preços muito inferiores.

No entanto, a principal razão que estas empresas têm invocado para cessar a atividade é o teto imposto pelo Ofgem para as tarifas no mercado doméstico, que atualmente estão abaixo do preço de custo. “Isso é insustentável”, denunciara a Pure Planet, uma das últimas a falir, referindo que “infelizmente, muitos outros deverão fechar”.

Os clientes destas empresas estão a ser notificados de que vão ter um novo fornecedor e que o abastecimento de energia vai continuar sem interrupções, além de terem o dinheiro protegido, caso tenham créditos.

“A prioridade é proteger os consumidores. Sabemos que é um tempo preocupante para muita gente e que a notícia de um fornecedor a sair do mercado pode ser inquietante. Quero garantir aos clientes afetados que não precisam de se preocupar: sob a nossa rede de segurança, o fornecimento de energia vai continuar”, referiu o diretor de retalho da Ofgem, Neil Lawrence.

Logo em meados de setembro, quando começaram a falir as primeiras empresas, o ministro da Economia britânico, Kwasi Kwarteng, admitiu que mais fornecedoras de energia iriam sair do mercado nas semanas seguintes por causa do aumento do preço do gás, mas garantiu que não haverá cortes no serviço às habitações.

O Governo liderado por Boris Johnson está igualmente sob pressão das indústrias de consumo intensivo de energia, como as metalúrgicas ou as empresas do ramo da cerâmica, para impor um teto ao custo da energia para estas companhias, sob risco de cessarem atividade e desencadearem milhares de despedimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CTT admitem “evidências” de falsas tentativas de entrega de encomendas

CEO dos CTT admitiu pela primeira vez que existem "evidências" de falsas tentativas de entrega de encomendas por parte de estafetas da empresa. Fala em "comportamentos individuais" de trabalhadores.

O presidente executivo dos CTT admitiu existirem “evidências” da ocorrência de falsas tentativas de entrega de encomendas por parte de estafetas ao serviço da empresa. Nesta que foi a primeira vez que abordou publicamente o assunto, João Bento explicou que o grupo está a tentar resolver o problema com recurso a tecnologia.

“Há evidências de que isso acontece”, respondeu o gestor esta terça-feira, quando confrontado pelo ECO com esta queixa recorrente feita por utilizadores. “Tem a ver com comportamentos individuais e achamos que é por via da tecnologia que se pode melhorar”, afirmou o líder do grupo postal, salientando que os CTT estão “muito ativos” nessa vertente. O responsável falava à margem do CTT e-Commerce Day, uma conferência sobre comércio eletrónico organizada pela empresa em Lisboa.

As falsas tentativas de entrega acontecem quando um estafeta da empresa não toca à campainha do destinatário da encomenda, ou não tenta o contacto com o mesmo, optando apenas por deixar um aviso de tentativa de entrega na caixa do correio. Os utilizadores são, depois, forçados a levantar a encomenda mais tarde num posto de correios, mesmo que estivessem na morada de destino, prontos para a receber.

Uma pesquisa no Google mostra múltiplos resultados de queixas de utentes que alegam falsas tentativas de entrega por parte da empresa portuguesa. “Já é a sexta vez num mês que recebo avisos de tentativa de entrega no correio, sendo que eu estive sempre em casa”, lê-se numa queixa publicada no site da Deco Proteste. No Portal da Queixa, outro utente alega ter estado o dia todo em casa à espera de uma encomenda, tendo encontrado o aviso de tentativa na caixa do correio.

A recorrência do problema chegou a fazer do tema uma piada repetida no Twitter: “Eu consigo acreditar em tudo, menos nos avisos de tentativa de entrega dos CTT”, escreveu um utilizador na rede social. “Eu gostava de saber como é que os CTT dizem que houve uma tentativa de entrega, se esteve gente todo o dia em casa e ninguém apareceu”, publicou outro na mesma plataforma. O ECO não confirmou de forma independente as queixas destes utilizadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UTAO estima em 6.014 milhões impacto orçamental direto da pandemia em 2021

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

A UTAO reviu em alta o impacto orçamental direto da pandemia em 923 milhões de euros, para 6.014 milhões. A maior revisão acontece na 'Saúde', cujo impacto no saldo sobe 632 milhões de euros.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estimou esta terça-feira que o impacto direto da pandemia de covid-19 nas contas públicas seja de 6.014 milhões de euros (ME) este ano, de acordo com um relatório publicado esta terça-feira.

Segundo o relatório que analisa a evolução orçamental de janeiro a setembro de 2021, “a estimativa dada à estampa no presente documento foi atualizada para 6.014 milhões de euros, o que representa uma revisão em alta de 923 milhões de euros nas medidas com impacto direto no saldo global“.

A comparação é feita face a uma anterior estimativa da UTAO, realizada na apreciação à proposta de Orçamento do Estado para 2022, que foi entretanto rejeitada no parlamento.

De acordo com os técnicos que dão apoio à Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República (AR), “a maior revisão acontece na tipologia ‘Saúde’, cujo impacto no saldo sobe 632 milhões de euros”.

“As medidas de despesa em ativos financeiros valem 96 ME, sem impacto no saldo global”, refere também o texto, que esclarece que “somando as medidas de despesa em ativos financeiros às que entram na receita e na despesa efetivas, obtém-se uma estimativa do impacto orçamental total de 6.109 ME para a execução financeira das medidas de política covid-19 ao longo de 2021”.

A UTAO refere ainda que “não estima o impacto no final do ano das medidas com registo extra-orçamental”.

De acordo com uma tabela disponibilizada pela unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras, que sintetiza as estimativas, o setor da Saúde representará um impacto de 1.902 milhões de euros.

Já o apoio à economia representará um impacto direto no saldo de 4.112 milhões de euros, segundo as estimativas da UTAO, e divide-se entre a proteção dos rendimentos das famílias, através do reforço do sistema de proteção social (703 milhões), a prorrogação e isenção de obrigações fiscais e contributivas (596 milhões), medidas de apoio ao emprego e manutenção da laboração do lado da despesa (2.285 milhões), e outros (527 milhões).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um em cada cinco portugueses pressionado a “furar” a ética no emprego

Portugal é o pior classificado no Índice de Ética no Trabalho, que avaliou 13 economias. Portugueses justificam má conduta com tempo e obediência ao chefe, mas denunciam pouco porque "nada acontece".

Os trabalhadores portugueses consideram as suas empresas mais honestas (2 pontos percentuais) do que a média dos trabalhadores em 13 países desenvolvidos incluídos num estudo internacional, mas sentem-se mais pressionados (10 p.p.) a comprometer a ética e também observaram mais más condutas (2 p.p.), embora as reportem menos (-8 p.p.).

Estas são as principais conclusões do estudo Ethics at Work: 2021 Survey of Employees, desenvolvido pelo Institute of Business Ethics (IBE) e aplicado num total de 13 países – Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Reino Unido, Irlanda, EUA, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Pela segunda vez, os resultados nacionais contaram com o apoio do Fórum de Ética da Católica Porto Business School.

No Índice de Ética no Trabalho, relativo às perceções sobre a cultura do local de trabalho, Portugal surge com a pontuação mais baixa (76,6). O índice liderado pelos EUA (84,8) está focado em vários aspetos da cultura organizacional, como a capacidade das chefias serem um bom exemplo de comportamento profissional ético, da organização atuar responsavelmente em todas as práticas de negócio (com clientes, fornecedores e parceiros) ou de responsabilizar as pessoas quando quebram princípios e normas de atuação ética.

“Uma das razões para estarmos em último lugar é as pessoas não acreditarem que aconteça alguma coisa se reportarem algo, não acreditarem que sejam tomadas medidas corretivas. É importante mostrar que acontece alguma coisa e começar a haver relatórios sobre o que acontece quando há uma reclamação ou denúncia dentro de uma empresa — e que medidas foram tomadas. Às vezes não tem a ver com pessoas, mas com procedimentos”, sustenta Ana Roque, da Católica Porto Business School.

Falamos dos programas, dos códigos, dos regulamentos e das formações. Mas depois aquilo que as pessoas veem todos os dias tem sempre mais força. E isso é a ética informal e a cultura.

Ana Roque

Coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School

A co-coordenadora do Fórum da Ética, a par de Helena Gonçalves, pede uma “reflexão séria” sobre estas questões por parte da alta direção e das chefias intermédias. Para “perceberem elas próprias onde estão e qual o caminho” e, numa espécie de apelo à coerência e consistência, “para os colaboradores sentirem que não é um momento pontual, mas que a organização tem a ética incorporada nas suas políticas, nos seus procedimentos e na sua vida”.

“Há uma diferença entre ética formal e informal. Falamos dos programas, dos mecanismos, dos códigos, das linhas, dos regulamentos e das formações. Mas depois aquilo que as pessoas veem todos os dias tem sempre mais força. E isso é a ética informal e a cultura [da empresa]”, acrescenta Ana Roque, em declarações ao ECO.

Do abuso de autoridade ao assédio

Apresentado esta tarde numa conferência realizada no campus da Foz da Católica Porto, o estudo começa por mostrar que os portugueses são dos que consideram mais ações “inaceitáveis”. Como utilizar a impressora ou a gasolina da empresa para fins pessoais, favorecer familiares ou amigos no recrutamento ou adjudicação de contratos, exagerar as despesas com deslocações ou fingir estar doente para tirar o dia de folga.

Também do ponto de vista do negócio, as várias situações listadas como “irregularidades menores” também foram apontadas como menos aceitáveis, face à média global. Por exemplo, quando são questionados sobre se pequenas violações das regras são inevitáveis numa empresa moderna, sobre a hipótese de “aumentar artificialmente os lucros nos registos desde que nenhum dinheiro seja roubado” ou a preocupação com irregularidades menores “desde que se cumpram prazos e orçamentos”.

Por outro lado, o estudo mostra que os portugueses (20%) estão entre os que mais dizem que no último ano tiveram conhecimento de condutas do empregador ou de colegas que, na sua opinião, violaram a lei ou as normas éticas da empresa. São apenas superados pelos sul-africanos, pelos espanhóis e pelos americanos.

E que tipos de incumprimento chegaram ao seu conhecimento? Abuso de autoridade (40%); declaração incorreta do número de horas trabalhadas (31%); bullying / assédio (29%); práticas de contratação inadequadas por favorecimento de familiares ou amigos (29%); utilização indevida de dados, quebra de confidencialidade ou violações de privacidade (21%); e discriminação por etnia, género ou idade (21%).

“Homens e mulheres estão de acordo quanto à má prática mais comum: abuso de autoridade. A partir daí algumas coisas mudam. Se procurarmos em todas as categorias do estudo quem mais sentiu bullying encontramos este perfil: mulher, gestora do setor financeiro, que trabalha em grandes organizações. São também elas — as gestoras do setor financeiro e serviços –, que mais referem as práticas de recrutamento impróprias”, lê-se na apresentação do estudo “A voz dos portugueses: ética no trabalho 2021”.

Tempo e obediência “furam” ética laboral portuguesa

Um em cada cinco (21%) trabalhadores portugueses já se sentiu pressionado a comprometer os atuais princípios e normas de atuação ética da empresa. É o valor mais elevado entre os países analisados e compara com a média global de 11%. As principais pressões sentidas para atuar de forma não ética são justificadas pelo “tempo” e por estar “a cumprir as ordens do patrão”, escolhidos por 39%. Seguidos, na mesma proporção (27%), pelo “cumprimento de objetivos ou prazos irrealistas” e pela “pressão por parte de colegas para trabalhar em equipa”.

No relatório divulgado esta terça-feira, as coordenadoras do Fórum de Ética da Católica Porto Business School salientam que “a obediência e o tempo são temas importantes para a reflexão ética”. “São simultaneamente pressões e justificações. A obediência e o tempo, ao aparecem como algo não controlado pelo autor da má prática, colocam-na fora do âmbito da responsabilidade individual, fora da escolha, fora da ética”, contextualizam.

Qual o papel das chefias? Apenas 63% dos inquiridos em Portugal refere a chefia direta como bom exemplo de comportamento profissional ético – compara com 71% a nível global. Além disso, dá pouco apoio na aplicação das normas éticas da empresa e menos explicações sobre a importância da honestidade e da ética nas funções a desempenhar. Finalmente, um terço dos inquiridos admite mesmo que a chefia direta recompensa quem apresenta bons resultados, mesmo que adote práticas eticamente questionáveis.

“Queixar-me para quê?”

Se, por um lado, os portugueses são os que mais veem más práticas e se sentem mais pressionados a furar as normas éticas, por outro, estão igualmente entre os que menos reportam esse tipo de situações. Apenas 46% – vs. 57% a nível global e apenas abaixo dos suíços – “levantou a questão ou falou sobre os seus receios junto da direção, com outra pessoa adequada ou utilizou outro mecanismo”.

E depois de ser feito esse relato a nível interno, menos de metade (46%) diz ficar satisfeito com os resultados dessa denúncia. É o pior resultado no conjunto dos 13 países incluídos nessa análise e fica novamente muito abaixo da média global (62%) e a larga distância dos americanos (75%), que são os que ficam mais satisfeitos com as consequências retiradas pela organização.

Helena Gonçalves, coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School.

“Os portugueses são dos que menos reportam e quem menos está satisfeito quando reporta. Isso não tem necessariamente a ver com retaliação, área em que Portugal está na média [42% vs. 43%]. Pode ter a ver com a confirmação da expectativa de que não vai acontecer nada – “não acreditei que seria tomada qualquer ação corretiva” –, que é a principal razão para não reportar, apesar de não ser a da média”, interpretam Helena Gonçalves e Ana Roque.

Os portugueses são dos que menos reportam e quem menos está satisfeito quando reporta. Pode ter a ver com a confirmação da expectativa de que não vai acontecer nada, que é a principal razão para não reportar.

Helena Gonçalves e Ana Roque

Coordenadoras do Fórum de Ética da Católica Porto Business School

Aliás, no universo de 13 países analisados, é em Portugal que menos trabalhadores referem que a organização “pune os colaboradores que violem os princípios e normas de atuação ética da organização” (56%, contra 63% a nível global) e também que as pessoas na organização são mesmo responsabilizadas por causa dessas quebras comportamentais (60% vs. 68%).

“Ainda que os mecanismos de SpeakUp e aconselhamento tenham crescido, a par com a formação em ética, ainda estamos posicionados na metade inferior da tabela”, frisa o estudo. Por exemplo, a empresa disponibilizar aos trabalhadores um meio de reportar incumprimentos de forma confidencial, sem indicar o nome ou outras informações que possam identificá-los facilmente; ou oferecer aconselhamento ou um canal de informações onde pode obter conselhos sobre uma conduta ética no trabalho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Associação de Bioenergia diz que seria “penoso” Portugal apostar só em mobilidade elétrica

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

A associação defende que Portugal aposte num “mix energético", incluindo biocombustíveis de resíduos e avançados.

A secretária-geral da Associação de Bioenergia Avançada (ABA), Ana Calhôa, defendeu esta terça-feira que para Portugal “seria muito penoso uma aposta única e exclusiva” na mobilidade elétrica, acreditando que o Governo irá apostar no “‘mix’ energético”.

“Acredito que para nós seria muito penoso uma aposta única e exclusiva na mobilidade elétrica, apesar de ser para onde caminhamos”, observou a secretária-geral da ABA, entidade sem fins lucrativos que representa os operadores na área da bioenergia.

Ana Calhôa, que falava à Lusa a propósito da ausência de Portugal na declaração para deixar de produzir automóveis com motores de combustão e dedicar-se aos veículos elétricos até 2040, o panorama económico português “não permite uma transformação total para a mobilidade elétrica”.

Acho que a mobilidade elétrica é boa, útil e uma boa aposta, tal como o hidrogénio. Só que temos de perceber que são realidades que vão demorar mais tempo, precisam de amadurecer mais as suas tecnologias, bem como as questões económicas”, salientou.

Lembrando que a média do parque automóvel em Portugal é de cerca de 12,8 anos para os veículos ligeiros e de 15 anos para os veículos pesados, Ana Calhôa afirmou que a migração para os veículos elétricos será uma “maratona longa e dura a vários níveis”, na medida em que pressupõe uma migração de veículo a veículo.

Ao mesmo tempo que decorria a 26.ª conferencia do clima das Nações Unidas (COP26), um grupo de países e empresas anunciou planos para deixar de produzir automóveis com motores de combustão e dedicar-se aos veículos elétricos até 2040 nos principais mercados, mas Portugal ficou de fora.

A declaração foi apoiada por países como Cabo Verde, Canada, Chile, Dinamarca, Índia, Nova Zelândia, Polónia, Suécia, Turquia e Reino Unido. A Ford, General Motors, Mercedes Benz e Volvo, assim como vários estados e cidades nos Estados Unidos e em outros países subscreveram, bem como outras empresas como a energética portuguesa EDP, a farmacêutica AstraZeneca ou a plataforma de transportes Uber.

A responsável disse acreditar que a aposta em Portugal passe pelo “mix energético e não só por uma fonte de energia”, considerando que os biocombustíveis de resíduos e avançados (provenientes de resíduos como óleos alimentares, gorduras animais, borras de café ou molhos) podem “contribuir muito” para as metas desejadas da neutralidade carbónica.

Os biocombustíveis de resíduos e avançados permitem reduções de emissões de gases de efeito de estufa em mais de 83% quando comparados com os combustíveis fosseis”, observou, salientando não ser preciso “mudar de carro para se ser sustentável”.

Esta migração para as energias renováveis líquidas, como os biocombustíveis, é algo que ajuda a descarbonizar dezenas de milhares de veículos uma só vez, acelerando bastante este processo com todos os benefícios de o país aproveitar os veículos já em circulação”, frisou.

A responsável defendeu ainda que os biocombustíveis são a “forma mais fácil e eficaz para não deixar ninguém para trás”, uma vez que em causa não estão alterações de veículos, infraestruturas ou postos de abastecimento.

À Lusa, Ana Calhôa reiterou que a aposta nos biocombustíveis não substitui, no entanto, outras fontes renováveis, considerando-os um “complemento”.

O ‘mix’ energético é o que faz sentido. Não deixar de lado nenhuma tecnologia que seja comprovadamente sustentável, tal como combustível ou solução de fonte renovável. Acredito que o Governo tenha percebido isso e que a nossa realidade não é a mesma de outros países”, considerou.

A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) adotou formalmente, no sábado, uma declaração final com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.

A alteração foi proposta pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento da COP26 pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.

A proposta acabou por ser aprovada pelo presidente da cimeira, Alok Sharma, que afirmou de voz embargada “lamentar profundamente a forma com este processo decorreu”.

O documento final aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, comentou o acordo alcançado em Glasgow alertando que apesar de “passos em frente que são bem-vindos, a catástrofe climática continua a bater à porta”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

União Europeia já tem pelo menos 106 mil “antenas” 5G

União Europeia conta com pelo menos 106 mil estações base de 5G. Com quase um milhão de estações base, a China tem nove vezes mais "antenas" do que os europeus e 18 vezes mais do que os EUA.

A União Europeia (UE) tem pelo menos 106 mil estações base de 5G instaladas no território. A informação faz parte do mais recente relatório do Observatório do 5G da Comissão Europeia, que passa um cartão vermelho a Portugal por ainda não ter lançado comercialmente a tecnologia.

Desta forma, segundo o instituto, existem 4.224 cidadãos europeus por cada “antena” 5G. O relatório cita ainda dados da Ericsson que indicam que, em 2020, havia oito milhões de assinantes de serviços móveis de quinta geração na UE.

O número real de estações base na UE deverá ser superior às 106 mil, visto que ainda não está contabilizada a infraestrutura que já se encontra instalada em Portugal (na parte sobre o país, o documento refere apenas que não existem “dados reportados”). Todas as três principais operadoras no país garantem estar prontas para começar a comercializar serviços 5G assim que tenham as licenças para tal.

Enquanto isso, a China tem já perto de um milhão de estações base de 5G (916 mil), “nove vezes mais do que a União Europeia e 18 vezes mais do que os EUA”, lê-se no documento. Com uma população superior a 1,4 mil milhões, o país asiático tem uma “antena” 5G por cada 1.531 cidadãos, que compara com as 6.590 pessoas por “antena” nos EUA, as 319 na Coreia do Sul e as 2.516 no Japão.

Em relação ao número de assinantes nestes mercados internacionais, o relatório cita dados que apontam para 173 milhões de subscritores na China e 15,8 milhões nos EUA.

Portugal leva cartão vermelho no 5G

À semelhança do relatório anterior, o documento referente ao terceiro trimestre de 2021 volta a destacar que Portugal e Lituânia são os únicos Estados-membros sem ofertas comerciais de 5G. Este facto é mesmo colocado em primeiro lugar numa tabela dedicada aos principais problemas do 5G europeu e potenciais “soluções” ou “recomendações”.

“Investigar a raiz do problema de lançar serviços comerciais é o primeiro passo para uma potencial solução. No caso de Portugal, o leilão de espetro multifaixa demorou um tempo excecionalmente longo e só terminou a 28 de outubro, depois de 201 dias de licitações. Isto depois da Anacom ter tomado medidas para acelerar o processo, como aumentar os incrementos mínimos das ofertas e o número de rondas diárias”, lê-se no relatório.

Mais detalhadamente, num subcapítulo dedicado a Portugal, o país leva cartão vermelho na parte do lançamento comercial e cartão amarelo em aspetos relacionados com as obrigações de cobertura. Há, no entanto, um aspeto que parece agradar ao Observatório do 5G da Comissão Europeia: 22% do Plano de Recuperação e Resiliência é dedicado ao “digital”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.