Dissolução do Parlamento não impede novo estado de emergência

Mesmo com a dissolução da Assembleia da República, a comissão permanente poderá aprovar o estado de emergência, caso seja necessário por causa da evolução da pandemia, tal como no ano passado.

Por esta altura, no ano passado, Portugal já estava em estado de emergência. Um ano depois de pandemia e com 86% da população com a vacinação completa (e os idosos a receber a terceira dose), esse cenário, apesar do agravamento da situação pandémica, ainda não está em cima da mesa. Porém, com a Assembleia da República dissolvida a partir do final de novembro ou do início de dezembro para que haja eleições antecipadas a 30 de janeiro, coloca-se a questão: com o Parlamento dissolvido, é possível decretar o estado de emergência, se necessário?

De acordo com o regime do estado de sítio e do estado de emergência, é possível. A declaração do estado de emergência continua a ser da competência do Presidente da República, ouvido o Governo. Posteriormente, a declaração tem de ter a autorização da Assembleia da República “ou, quando esta não estiver reunida nem for possível a sua reunião imediata, da respetiva comissão permanente”, refere o regime. É esse o caso que Portugal viverá em dezembro e janeiro caso precise de entrar em estado de emergência.

“Quando autorizada pela Comissão Permanente da Assembleia da República, a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência terá de ser ratificada pelo Plenário logo que seja possível reuni-lo“, acrescenta o regime, especificando que “nem a Assembleia da República nem a sua Comissão Permanente podem, respetivamente, autorizar e confirmar a autorização com emendas”. A comissão permanente é composta por deputados indicados pelos grupos parlamentares de acordo com a respetiva representatividade.

Tal é corroborado pelo constitucionalista Tiago Duarte ao ECO: “A Constituição da República Portuguesa diz expressamente que no caso da dissolução da Assembleia da República é a comissão permanente quem decide“, explica, notando que deve ser convocado logo de seguida o plenário do Parlamento — até porque os atuais deputados mantêm o seu mandato até ao ato eleitoral — para que este vote. Caso a declaração chumbe, o estado de emergência tem de acabar.

Porém, o professor de direito constitucional na Universidade Católica acrescenta que o plenário seria convocado “apenas com o propósito de votar o estado de emergência, deixando depois de estar em funções”. Ou seja, os deputados não teriam nenhum instrumento parlamentar para fiscalizar e vigiar o Governo no que toca à regulamentação do estado de emergência, a qual é feita pelo Executivo em coordenação institucional com o Presidente da República.

A comissão permanente da Assembleia da República vai constituir-se após a dissolução, a qual pode acontecer tanto no fim de novembro como no início de dezembro. Por proposta do PSD, essa comissão permanente deverá ter uma reunião semanal até 30 de janeiro com a presença de membros do atual Governo. O líder parlamentar dos social-democratas, Adão Silva, admitiu que não é “habitual” a comissão permanente reunir-se semanalmente, mas argumentou que este será um período em que “Governo está em plenitude de funções” pelo que a fiscalização parlamentar tem de “ganhar a dinâmica possível dentro das regras constitucionais e regimentais”.

Até a uma eventual aprovação do estado de emergência há várias medidas que podem ser reintroduzidas uma vez que, neste momento, após a última fase de desconfinamento, são poucas as restrições que restam. No início deste mês, o Expresso escrevia que o Governo estava confiante de que não será necessário introduzir o estado de emergência — publicamente ninguém excluiu no passado essa hipótese –, bastando recorrer aos instrumentos da Lei de Bases da Proteção Civil consoante a evolução da pandemia nas próximas semanas.

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Alterações à lei laboral são “inoportunas”, avisa CCP

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

“Consideramos muito negativo que se pretenda reverter um conjunto de avanços feitos em matéria de legislação laboral no período da ‘troika’", disse Ana Vieira, secretária-geral da CCP.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considerou esta terça-feira “inoportunas” as diversas iniciativas de alteração à lei laboral que estão em discussão no parlamento por iniciativa de vários partidos.

Ouvida na Comissão de Trabalho e Segurança Social, Ana Vieira, secretária-geral da CCP, afirmou que, para esta confederação patronal, as iniciativas do PCP de combate à precariedade, bem como as do PCP e do BE sobre a reposição do pagamento do trabalho suplementar, são “inoportunas”, não só pelo contexto político, mas também pelo facto de as empresas continuarem a enfrentar um conjunto de constrangimentos devido à pandemia.

Consideramos muito negativo que se pretenda reverter um conjunto de avanços feitos em matéria de legislação laboral no período da ‘troika’, nomeadamente em relação ao trabalho suplementar e descanso compensatório”, começou por dizer Ana Vieira, salientando que estas são matérias que devem ser tratadas no âmbito da contratação coletiva.

A Comissão de Trabalho e Segurança Social está a ouvir os parceiros sociais sobre várias iniciativas legislativas no âmbito da legislação laboral, nomeadamente um projeto do PCP que prevê limitações aos contratos a prazo, reduzindo as situações em que uma empresa pode recorrer à contratação a termo, bem como do número máximo de renovações destes contratos, e altera o período experimental, retomando os 90 dias em vigor até à alteração do Código do Trabalho produzida em 2019.

A audição tem também como objetivo discutir iniciativas do BE e do PCP sobre a reposição dos valores de pagamento do trabalho suplementar e o descanso compensatório e várias iniciativas legislativas sobre a alteração do regime de luto parental.

Sá e Mello, consultor jurídico a CCP, acrescentou, por seu lado, que em matéria de trabalho suplementar o que se pretende é regressar ao período anterior a 2012, esquecendo o enquadramento de todas as mudanças que a legislação laboral sofreu desde então.

Relativamente às várias iniciativas sobre o luto parental, que genericamente preveem o aumento de cinco para 20 dias o período de faltas justificadas – com o do PSD a considerar que este passe a ser pago pela Segurança Social –, a CCP lembrou que o atual regime está na lei desde 1976 e que devido ao atual enquadramento se deveria esperar pela próxima legislatura.

Sublinhando a sensibilidade da questão, com a qual todos são solidários, Sá e Mello lembrou que numa microempresa a falta de um trabalhador por um período de 20 dias não é meramente uma questão financeira.

“Os trabalhadores fazem falta às empresas e por isso pedia reflexão deste aumento súbito de cinco para 20 dias”, referiu, recomendando que a questão seja levada à Concertação Social.

Nas suas intervenções, o PS relembrou os objetivos e alcance da Agenda para o Trabalho Digno do Governo e cuja proposta foi enviada para o parlamento, acentuando que “defender o trabalho digno para todos não é utopia”, enquanto o PSD se centrou sobretudo na sua iniciativa sobre o luto parental, que defende que a nova solução não onere as empresas.

o PCP afirmou que no trabalho suplementar o que está em causa é “repor direitos” que “foram retirados” em 2012.

Em 2012, com a alteração ao Código do Trabalho então produzida, os trabalhadores passaram a receber, por cada hora de trabalho suplementar, um acréscimo de 25% na primeira hora (em vez dos 50% até aí previstos) e de 37,5% nas seguintes (contra os anteriores 75%).

Em paralelo foi reduzida de 100% para 50% a majoração por cada hora de trabalho suplementar em dia feriado e a eliminação do descanso compensatório nos moldes até aí em vigor.

Em 2015, o corte de 50% no pagamento do trabalho suplementar, do trabalho em dia feriado ou em dia de descanso semanal foi revertido, mas apenas para as situações abrangidas pela contratação coletiva, solução que BE e PCP consideram não ser suficiente por deixar de fora muitos trabalhadores, defendendo a eliminação deste corte para todos.

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Regulador alemão suspende avaliação do gasoduto Nord Stream 2

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Novembro 2021

O regulador energético germânico, o Bundesnetzagentur, decidiu suspender o processo de certificação do Nord Stream 2, o novo gasoduto que iria fornecer gás russo diretamente à Alemanha.

O regulador energético alemão suspendeu esta terça-feira o processo de certificação do Nord Stream 2, o segundo gasoduto a ligar diretamente a Rússia à Alemanha, pressionando de imediato o preço do gás na Europa.

Segundo a entidade reguladora, o processo de certificação foi temporariamente suspenso devido ao facto de o consórcio por detrás do Nord Stream 2, sediado na Suíça, precisar primeiro de formar uma subsidiária na Alemanha, ao abrigo da legislação alemã, para obter uma licença de exploração.

“Uma certificação para o funcionamento do Nord Stream 2 só será considerada quando o operador estiver organizado de forma legal, em conformidade com a lei alemã”, afirmou o regulador, denominado Bundesnetzagentur.

Assim que estejam cumpridas estas condições prévias, o Bundesnetzagentur disse que poderá continuar a avaliar a apresentação no resto do período de candidatura de quatro meses. Antes da suspensão, esse período deveria ter decorrido até ao início de janeiro.

“Isto atrasa bastante os prazos previstos“, disse o analista do instituto Energy Aspects Trevor Sikorski, citado pela Reuters (acesso pago, conteúdo em inglês), acrescentando que não estava claro quanto tempo levaria o processo para estabelecer uma nova empresa e de solicitar novamente um pedido de certificação. Por isso, parece muito improvável que estejam disponíveis os primeiros fluxos através do novo gasoduto ​​no primeiro semestre de 2022, apontou.

Este gasoduto tem enfrentado uma forte oposição por parte dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que defendem que tornará a Europa muito dependente do gás russo. Porém, outros governos europeus dizem que a ligação é vital para garantir o fornecimento de energia, tendo em conta que os preços do gás têm vindo a subir nas últimas semanas e a ameaça de cortes de energia neste inverno.

O Nord Stream 2 adiantou que foi notificado pelo regulador sobre a decisão de certificação. “Não estamos em posição de comentar os detalhes do procedimento, a sua possível duração e os impactos no calendário de início das operações do gasoduto”, acrescentou.

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AR aprova na especialidade diploma sobre enriquecimento injustificado

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

A Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados aprovou um diploma relativo à criminalização do enriquecimento injustificado que altera a legislação sobre as obrigações declarativas de políticos.

A Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados aprovou esta terça-feira um diploma relativo à criminalização do enriquecimento injustificado que altera a legislação sobre as obrigações declarativas de políticos e altos cargos públicos, com alertas do PSD sobre inconstitucionalidade.

A comissão apreciou esta terça-feira um texto de substituição acordado pelos partidos proponentes dos nove projetos de lei (PS, PSD, BE, PCP, CDS-PP, PAN, PEV, Iniciativa Liberal e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues) relativos ao enriquecimento injustificado, ocultação de riqueza e alargamento das obrigações declarativas dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, que deram entrada no parlamento e desceram à especialidade sem votação.

A maior parte do texto comum acordado pelos vários partidos foi aprovada por unanimidade. O PSD absteve-se no artigo que refere que a não apresentação da declaração de rendimentos e património, “após notificação, é punida por crime de desobediência qualificada, com pena de prisão até três anos”.

Sobre este ponto, a deputada Mónica Quintela justificou, numa declaração de voto, que o PSD se absteve porque “foi retirado do texto a intencionalidade”, ou seja, “a não apresentação intencional de declaração”, algo que o partido queria ver na lei.

Os sociais-democratas votaram também contra a norma relativa a quem “omitir das declarações apresentadas, com a intenção de os ocultar, o aumento dos rendimentos, do ativo patrimonial ou da redução do passivo, bem como os factos que os originaram”.

Mónica Quintela indicou que o PSD queria que o aumento injustificado de rendimentos fosse comunicado ao Ministério Público, e não criminalizado de imediato, o que justificou o voto contra, uma vez que não consta no texto consensualizado entre os partidos.

“Ao ter que se declarar os factos que os originaram [os enriquecimentos injustificados], constituindo isto logo de ‘per si’ criminalização, o PSD entende que há aqui uma inconstitucionalidade e que se está a violar o tríptico garantístico da proibição de inversão do ónus da prova, de proibição da violação do princípio da presunção de inocência e da proibição do direito ao silêncio e à não auto-incriminação”, justificou.

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CIP recusa “sufocante” regresso ao passado na legislação laboral

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

“A dissolução a breve prazo do parlamento deve levar a que estes projetos não sejam discutidos e aprovados de forma apressada devendo esperar-se da próxima legislatura”, defende a CIP.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considerou esta terça-feira que alguns dos projetos de alteração à lei laboral em discussão no parlamento são um “sufocante” regresso ao passado, defendendo que não se façam aprovações apressadas no atual contexto político.

Ouvido na Comissão de Trabalho e Segurança Social, Nuno Biscaya, Departamento dos Assuntos Jurídicos e Sócio-Laborais da CIP observou o facto de estas alterações estarem a ser tratadas sem os parceiros sociais se terem pronunciado em Concertação Social.

A Comissão de Trabalho e Segurança Social está a ouvir os parceiros sociais sobre várias iniciativas legislativas no âmbito da legislação laboral, nomeadamente um projeto do PCP que prevê limitações aos contratos a prazo, reduzindo as situações em que uma empresa pode recorrer à contratação a termo, bem como do número máximo de renovações destes contratos, e altera o período experimental, retomando os 90 dias em vigor até à alteração do Código do Trabalho produzida em 2019.

A audição tem também como objetivo discutir iniciativas do BE e do PCP sobre a reposição dos valores de pagamento do trabalho suplementar e o descanso compensatório e várias iniciativas legislativas sobre a alteração do regime de luto parental.

Centrando-se nos projetos do PCP e do BE sobre a reposição dos valores do pagamento às horas extra e descanso compensatório, o representante da CIP considerou que ambos “apontam para um regresso ao passado totalmente sufocante” e para um tempo a que a CIP “não quer decisivamente voltar”.

Em 2012, com a alteração ao Código do Trabalho então produzida, os trabalhadores passaram a receber, por cada hora de trabalho suplementar, um acréscimo de 25% na primeira hora (em vez dos 50% até aí previstos) e de 37,5% nas seguintes (contra os anteriores 75%).

Em paralelo foi reduzida de 100% para 50% a majoração por cada hora de trabalho suplementar em dia feriado e a eliminação do descanso compensatório nos moldes até aí em vigor.

Em 2015, o corte de 50% no pagamento do trabalho suplementar, do trabalho em dia feriado ou em dia de descanso semanal foi revertido, mas apenas para as situações abrangidas pela contratação coletiva, solução que BE e PCP consideram não ser suficiente por deixar de fora muitos trabalhadores, defendendo a eliminação deste corte para todos.

Nuno Biscaya teceu também críticas ao projeto do PCP sobre o combate à precariedade laboral, classificando de “aberrantes” algumas das soluções defendidas para limitar a precariedade.

“Para evitarmos falsos recibos verdes vamos criar falsos contratos de trabalho e isto é que é uma aberração”, precisou o representante da CIP.

Durante a audição, o PS salientou a preocupação de combate à precariedade prevista na Agenda para o Trabalho Digno, aprovada pelo Governo, enquanto o PSD e o CDS-PP salientaram a necessidade de as mudanças à lei laboral serem discutidas previamente pelos parceiros sociais.

Em resposta a Nuno Biscaya, o PCP acentuou que “aberrante é a realidade precária” de centenas de milhares de trabalhadores e do impacto que isto tem nas suas vidas e rendimentos.

Relativamente às várias iniciativas sobre o luto parental que na sua generalidade propõem o alargamento do período de luto dos atuais cinco dias para 20 dias, Nuno Biscaya acentuou a sensibilidade da questão, mas alertou que esta mudança poderá acentuar o conjunto de constrangimentos que as empresas ainda atravessam devido à pandemia e sugeriu a realização de um estudo prévio sobre os impactos da medida.

Para o representante a CIP, perante a dissolução próxima do parlamento e a realização de eleições antecipadas, todas estas iniciativas deveriam esperar pela próxima legislatura.

“A dissolução a breve prazo do parlamento deve levar a que estes projetos não sejam discutidos e aprovados de forma apressada devendo esperar-se da próxima legislatura”, referiu, depois de notar que estas são matérias que devem ser tratadas e discutidas em sede de Concertação Social.

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OutSystems lança plataforma com ferramentas da elite tecnológica

O unicórnio português anunciou hoje uma nova plataforma de desenvolvimento de software, que permite às empresas acelerarem a produção de aplicações e aumentarem a escalabilidade.

A OutSystems anunciou hoje o lançamento de uma nova plataforma de desenvolvimento de software, que promete pôr à disposição dos developers as ferramentas e o tempo de produção das tecnológicas de elite. O Projet Neo, como se chama a plataforma internamente, será disponibilizado para experimentação ainda este ano, mas o lançamento oficial só ocorrerá em 2022, em data ainda por definir.

O anúncio foi feito pelo CEO, Paulo Rosado, durante o evento NextStep. O líder de mercado no desenvolvimento de software low-code, criou uma plataforma que nas palavras do fundador “permite a qualquer equipa de desenvolvimento construir qualquer aplicação à escala da internet”. Em vez de estarem “atolados numa complexidade que sufoca as suas capacidades para inovar e diferenciar”, os developers poderão ter acesso a ferramentas que “fomentam a criatividade” e proporcionam “uma elevada vantagem competitiva”, afirmou.

“As empresas que ganham no mercado têm elementos diferenciadores que vêm das plataformas que conseguem criar e sobre as quais construem as suas soluções”, de forma muito mais ágil e rápida, explica ao ECO Gonçalo Gaiolas, vice-presidente de Product Management da OutSystems. E cita os exemplos da Netflix, do Facebook ou das fintechs e insuretechs, “em que toda a arquitetura já é feita na cloud“.

Para as restantes empresas o desafio é muito maior, porque não há developers disponíveis e orçamento para para contratar talento, além de que o código é hoje 100 vezes mais complexo. “O Projet Neo nasce das observações dos nossos clientes, que queriam fazer mais soluções à escala global, à escala da internet”, conta. Daí a criação de uma plataforma inteiramente nova, que permite “levar o low-code para territórios que não existiam hoje, dando grande produtividade aos developers, permitido maior agilidade e capacidade de escalar as soluções”.

Segundo o comunicado da OutSystems, o Projet Neo permite lidar com os aspetos críticos, mas indiferenciados, do desenvolvimento: “automatiza os processos de DevOps, gere um cloud runtime avançado , documenta automaticamente o código, resolve dependências de código, realiza testes de regressão, aplica standards de arquitetura, adiciona continuamente novos recursos da plataforma e mantém todo o sistema atualizado ao minuto”.

Possibilita ainda que os developers “façam alterações críticas em aplicações em horas, em vez de dias ou semanas, incluindo várias alterações críticas a cada dia sem aumentar a dívida técnica” e o “auto-scaling de aplicações para o consumidor e para B2B em grandes picos de procura”. A empresa promete ainda a atualização automática com as tecnologias cloud mais recentes sem afetar as aplicações já em produção.

Os interessados podem inscrever-se para uma versão de teste que começará a ser disponibilizada nas próximas semanas. Após a fase de testes, o produto será lançado “algures em 2022”, refere Gonçalo Gaiolas.

Ainda que a nova plataforma possa a prazo tornar-se dominante, o produto bandeira da empresa fundada em 2001, o OutSystems 11, vai manter-se no mercado. “Vamos continuar a suportar e a fazer evoluir o nosso produto atual”, garante o vice-presidente de Product Management. Até porque, ao contrário deste, o Project Neo só funcionará na cloud.

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Aquisições encolhem 7,5% dos lucros da Greenvolt até setembro

A Greenvolt regista resultado líquido de 7,5 milhões nos primeiros nove meses, justificado com a compra da TGP, V-Ridium e Profit. Manso Neto quer “reforçar quota” europeia na geração descentralizada.

A Greenvolt registou receitas totais de 83,4 milhões de euros (+21%) e um EBITDA, excluindo custos de transação, de 33,8 milhões de euros (+34%) nos primeiros nove meses deste ano. O resultado líquido caiu 26,7%, para 7,5 milhões de euros, “reflexo dos resultados financeiros que traduzem as aquisições realizadas”.

No comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), a empresa de energias renováveis da Altri reforça que o terceiro trimestre de 2021 é “o primeiro que incluiu impactos na demonstração dos resultados das principais aquisições pela GreenVolt durante este ano”, como a Tilbury Green Power (concretizada a 30 de junho), a V-Ridium (14 de julho) e a Profit (24 de agosto).

“Ajustando o indicador de EBITDA para refletir um cenário de consolidação de todas as unidades de negócio durante a totalidade dos nove meses – espelhando um cenário teórico de todas as aquisições terem ocorrido no dia 1 de janeiro do ano de 2021 e considerando os dados de gestão, não auditados, do primeiro semestre das subsidiárias –, o EBITDA teria ascendido a cerca de 51 milhões de euros”, calcula a empresa.

João Manso Neto frisa que a Greenvolt “tem vindo a executar de forma criteriosa e rigorosa a estratégia definida, tendo reforçado – através da incorporação da TGP – o seu posicionamento como empresa líder na produção de energia elétrica através de biomassa residual”. E através da V-Ridium é “cada vez mais reconhecida no mercado europeu como um major no segmento de mercado da promoção e desenvolvimento de projetos de energia renovável eólica e fotovoltaica”.

“Por outro lado, os investimentos que está a realizar no segmento de produção energética descentralizada, através da aquisição da Profit Energy e da Perfecta Energia, empresas ibéricas com uma ambição europeia, reflete a nossa visão da evolução natural do mercado e da importância cada vez maior deste segmento para um processo de transição energética rápido e equitativo, contribuindo de forma inequívoca para a redução da fatura energética de empresas e famílias”, acrescenta o CEO.

Os investimentos no segmento de produção energética descentralizada refletem a nossa visão da evolução natural do mercado e da importância cada vez maior deste segmento para um processo de transição energética rápido e equitativo.

João Manso Neto

CEO da Greenvolt

A dívida financeira líquida da GreenVolt ascendia a 122,3 milhões de euros, o que equivale a uma redução “substancial” face ao valor registado no final do final do primeiro semestre deste ano. E que fica a dever-se, essencialmente, aos fluxos financeiros provenientes da Oferta Pública Inicial de ações, justifica a empresa, que completou a entrada na Euronext Lisbon em julho de 2021 e passou a integrar o PSI-20 durante o mês de setembro.

Já em novembro, a empresa voltou ao mercado para realizar uma emissão de green bonds, no montante de 100 milhões de euros, com uma maturidade de 7 anos e um cupão fixo de 2,625%. O valor da emissão ficou, assim, acima dos 75 milhões de euros inicialmente previstos, na sequência da “elevada procura registada junto de investidores institucionais”, como sublinhou na altura, em comunicado enviado às redações.

Reforçar quota europeia na geração descentralizada

Na produção de energia elétrica através de biomassa residual, a Greenvolt está atualmente presente em Portugal, onde detém cinco centrais de biomassa residual florestal, com uma capacidade instalada de cerca de 100 MW; e no Reino Unido, com uma participação maioritária (51%) na TGP, operando uma central com cerca de 42 MW que utiliza resíduos lenhosos urbanos.

No segmento de energia renovável solar fotovoltaica e eólica está sobretudo presente na fase de desenvolvimento e promoção de projetos, através da aquisição da V-Ridium. No terceiro trimestre celebrou ainda acordos de codesenvolvimento em Itália e na Roménia e adquiriu na Polónia uma participação maioritária (51%) na KSME, empresa de soluções de armazenagem energética com um pipeline de cerca de 5,6 GW, dos quais cerca de 1,4 GW com interligação assegurada à rede elétrica polaca.

Neste comunicado à CMVM, a geração energética descentralizada é apontada como uma área de negócio “estratégica” e em que ambiciona “reforçar a sua quota de mercado a nível europeu”, isto depois de ter fechado a aquisição de 70% da Profit Energy, empresa de engenharia especializada no desenvolvimento e conceção de projetos de produção de energia através de fontes renováveis e eficiência energética, com foco nos sistemas solares fotovoltaicos e na iluminação LED.

A Greenvolt destaca que a geração descentralizada é “um dos setores de energias renováveis mais dinâmico”, tendo o mercado global crescido 1,8 vezes entre 2018 e 2020. No entanto, em termos ibéricos, onde os níveis de irradiação são dos mais elevados da Europa, conclui a empresa, “o nível de instalação de geração descentralizada per capita é dos mais baixos da Europa”.

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Jerónimo Martins tomba 11% e leva PSI-20 a perder mais de 2%

O tombo de 11,08% da Jerónimo Martins, depois de o fundo Asteck decidir vender a participação de 5% no grupo, condicionou o desempenho do PSI-20, que recuou mais de 2%.

A bolsa de Lisboa terminou a sessão desta terça-feira a recuar mais de 2%, contrariando a tendência da generalidade das praças europeias. A penalizar o desempenho do índice de referência nacional esteve o tombo de 11,08% da Jerónimo Martins, depois de os holandeses venderem a participação de 5% que detinham na empresa dona do Pingo Doce.

As ações da Jerónimo Martins cederam 11,08% para os 19,215 euros, depois do fundo Asteck, da holding do setor petrolífero chamada Heerema, anunciar que vai vender a participação de 5% que tem na dona do Pingo Doce. Este grupo holandês tinha uma posição na retalhista portuguesa desde 2007, ano em que comprou 10% do capital, tornando-se na altura no segundo maior acionista, posição que manteve até agora.

O tombo da Jerónimo Martins atirou o PSI-20 para o vermelho, com o índice de referência nacional a terminar a sessão a recuar 2,17% para 5.654,80 pontos, com apenas seis cotadas em terreno positivo, uma inalterada e as restantes no “vermelho”.

Entre os “pesos pesados” nota ainda para o BCP e para a EDP. Os títulos do banco liderado por Miguel Maya caíram 0,69% para 0.1592 cêntimos, já as ações da EDP recuaram 0,81% para 4,803 euros.

Em contrapartida, a evitar quedas mais expressivas do PSI-20 e ainda pelo setor energético, a EDP Renováveis subiu 0,70% para 4,803 euros, ao passo que a Galp Energia somou 1,22% para 8.9280 euros, beneficiando da subida das cotações de petróleo nos mercados internacionais e depois de a UBS subir a recomendação para “buy. O Brent, de referência europeia, soma 0,58% para os 82,63 dólares, enquanto o WTI avança 0,21% para os 81,09 dólares, em Nova Iorque.

A praça lisboeta contrariou, deste modo, a tendência da generalidade das restantes praças europeias. Pela Europa, o Stoxx 600 subiu 0,2%, enquanto o alemão DAX somou 0,6% e o o francês CAC-40 somou 0,4%. Em contrapartida, o o britânico FTSE 100 caiu 0,2% o espanhol IBEX-35 recuou 0,6%.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h02)

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Portugal tem de “retirar quota de mercado aos velhos do Restelo” no digital

Secretário de Estado está satisfeito com a subida de Portugal no "ranking" digital da UE, mas avisa ser necessário "retirar quota de mercado aos velhos do Restelo" que duvidam das capacidades do país.

O secretário de Estado para a Transição Digital mostrou-se satisfeito com a notícia de que Portugal subiu três lugares no ranking digital da União Europeia (UE). No entanto, André de Aragão Azevedo avisou que o país precisa de “retirar quota de mercado aos ‘velhos do Restelo’ que continuam a ter dúvidas da nossa capacidade de nos afirmarmos na liderança europeia em termos de digitalização”.

“Acho que temos razões para estarmos relativamente satisfeitos, não querendo ser excessivamente otimista”, disse o governante numa conferência sobre e-commerce promovida pelos CTT, não concretizando quem entende serem os “velhos do Restelo”.

“Portugal subiu três lugares na posição geral, atrás de França, mas queremos ultrapassar todos os países. Estamos em 16.º, mas houve uma melhoria”, acrescentou André de Aragão Azevedo, rematando que os dados “ainda não estão atualizados face ao impacto da pandemia”.

Mesmo assim, os dados do Índice de Digitalização da Economia e da Sociedade (DESI) mostraram que existe “espaço de progressão muito significativo”, disse o secretário de Estado, apontando, por exemplo, que três quartos das empresas precisam “de uma reflexão séria de qual é o caminho para a competitividade que queremos perseguir”.

Mas também existem outras boas notícias. Segundo o governante, o país ficou na quarta posição em termos de volume de negócios em comércio eletrónico e 19% das pequenas e médias empresas vendem online, o que coloca Portugal em 12.º — “na metade de cima da UE, o que nos orgulha bastante”, elencou.

Perante uma plateia composta por parceiros dos CTT e stakeholders nacionais e internacionais de comércio eletrónico, o secretário de Estado aproveitou para sinalizar medidas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinadas a apoiar a digitalização desta franja do mercado. Entre elas, acelerar empresas de e-commerce, apoiar pequenas e médias empresas a venderem online ou ajudar as que já vendem pela internet para o estrangeiro a “alargarem o portefólio de destinos”.

“Estamos a procurar fazer a nossa parte enquanto Governo”, destacou André de Aragão Azevedo, admitindo, porém, que “o dinheiro e o investimento só não chega”. São necessários esforços e todos os stakeholders na adaptação a uma economia cada vez mais digital, concluiu.

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EDP Inovação analisa 93 startups para futuro investimento

Nesta edição da Web Summit, que marca o regresso presencial da cimeira de tecnologia, a EDP Inovação ouviu 323 pitches, do qual 93 startups passaram para a fase seguinte.

A EDP Inovação está a analisar 93 startups para futuro investimento, de um total de 323 pitches realizados durante a Web Summit. Defined.ai (antes DefinedCrowd), Aperio, Drivit e Ydata são as startups onde a elétrica nacional já investiu, um total de mais de 2,2 milhões de euros, depois de um pitch realizado na cimeira tecnológica. A companhia estima investir mil milhões de euros em inovação até 2025.

“Este foi um ano muito bom. Apesar de o evento ter tido menos afluência, foi o primeiro ano em que um conjunto de startups focadas no tema de energia e da sustentabilidade começou a aparecer e, para além destas, um outro grupo de startups que desenvolvem soluções que têm aplicações bastantes transversais aos diversos setores e que também podem ser aplicadas ao setor energético”, diz António Coutinho, presidente da EDP Inovação, ao ECO.

“A realidade é tão rápida e tão ampla que quem mais consegue aceder a um ecossistema de parceiros, como startups, é quem será mais bem-sucedida. É isso que nos move. O desafio da transição energética é tão grande, que nenhuma empresa é grande o suficiente para conseguir resolver esta equação sozinha”, acrescenta.

Nesta edição, que marca o regresso presencial da cimeira de tecnologia, a EDP Inovação ouviu 323 pitches, do qual 93 startups passaram para a fase seguinte. Um número que supera os 100 pitches de 2020 — ano em que o evento decorreu online — mas abaixo dos 412 da edição de 2019, o ano do elevator pitch.

Stands portugueses na Web Summit - 02NOV21
Stand da EDPHugo Amaral/ECO

Este ano as startups selecionadas movimentam-se sobretudo na área de Inteligência artificial, gestão de dados e machine learning, seguida de energias limpas/renováveis, seguida de mobilidade elétrica e redes inteligentes.

“As equipas da EDP Inovação de cada uma das áreas está a fazer uma investigação aprofundada sobre estas 93 startups – histórico, de onde são, quem é a equipa, se projeto que desenvolveram é viável – para passarem para reuniões aprofundadas. Têm até à próxima semana para as passar “a pente fino” e avançamos daí”, explica fonte oficial da elétrica.

Desde 2016, com o arranque da Web Summit, a EDP já ouviu 800 startups, tendo realizado quatro investimentos até agora, num montante superior a 2,2 milhões de euros: Defined.ai (1,2 milhões de euros); Aperio (não revelado a pedido da startup israelita); Drivit (500 mil euros) e Ydata (500 mil euros).

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Irlanda volta a impor recolher obrigatório para a hotelaria devido a aumento de casos

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

A partir de quinta-feira, bares, discotecas e restaurantes na Irlanda vão ser obrigados a encerrar à meia-noite. Medida foi tomada para travar o aumento de infeções por Covid-19.

O Governo irlandês apresentou esta terça-feira uma série de medidas para combater o aumento de novos casos de Covid-19, determinando que bares, discotecas e restaurantes serão obrigados a encerrar à meia-noite a partir de quinta-feira.

Na Irlanda, a hotelaria e a restauração tinham recuperado os horários habituais a 22 de outubro passado, depois de cumprirem a obrigatoriedade de encerrar às 23h30 desde janeiro, mas a evolução da pandemia do novo coronavírus voltou a ser “preocupante”, afirmou esta terça-feira o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin.

O Governo, uma coligação entre centristas, conservadores e verdes, também decidiu que, a partir de sexta-feira, os trabalhadores podem desempenhar as suas funções a partir de casa, a menos que seja imprescindível a sua presença no local de trabalho.

O executivo de Martin salientou ainda que será obrigatória a apresentação de certificados europeus de vacinação nas salas de teatro e de cinema, como já era em toda a hotelaria e restauração, embora os cabeleireiros e os ginásios continuem isentos do documento.

Martin insistiu que o Governo é obrigado a tomar as decisões para “toda a sociedade” e exortou a população a limitar os contactos e a interação social, uma vez que a situação pandémica “está a piorar” e que “vai piorar antes de melhorar”.

A imprensa irlandesa indicou esta terça-feira que o executivo acredita que serão necessárias mais restrições nas próximas semanas. O próprio Martin, porém, já referiu que não pensa decretar qualquer confinamento para os não vacinados num país em que mais de 90% dos maiores de 12 anos já foi imunizado com as duas doses.

Os últimos números oficiais dão conta de 4.570 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, enquanto o número de hospitalizados aumentou para 622, 40 a mais do que no dia anterior.

Do total de internados, 117 estão em unidades de cuidados intensivos, o que significa que a capacidade está próxima do limite, alertou o Serviço Nacional de Saúde (SMS) irlandês. A taxa de incidência acumulada por 100 mil habitantes também aumentou, chegando a 1.146,4 casos em 14 dias, quase o dobro do início do mês.

Desde o início da pandemia, no início de 2020, a Irlanda acumulou quase meio milhão de infetados, incluindo 5.600 mortos. A Covid-19 provocou pelo menos 5.105.488 mortes em todo o mundo, entre mais de 253,71 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia no final de 2019, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado na China e atualmente com variantes identificadas em vários países.

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Operação Miríade: Ministro da Defesa e chefes militares ouvidos sexta-feira no parlamento

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

O ministro da Defesa, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior do Exército vão ser ouvidos sobre as suspeitas de tráfico de diamantes envolvendo militares

O ministro da Defesa, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e o chefe do Estado-Maior do Exército vão ser ouvidos sexta-feira no parlamento, sobre as suspeitas de tráfico de diamantes envolvendo militares.

Os requerimentos apresentados por PSD e BE foram aprovados esta terça-feira na comissão de Defesa Nacional, com votos favoráveis de todos os partidos com representação nesta comissão: PS, PSD, BE, PCP e CDS-PP, e a audição, à porta aberta, está prevista para a próxima sexta-feira às 14:30.

O presidente da Comissão de Defesa Nacional, Marcos Prestrello, anunciou que a audição decorrerá à porta aberta por ser um “assunto de grande interesse público”.

O pedido social-democrata pede uma audição “muito urgente” de João Gomes Cravinho para “prestar os devidos esclarecimentos sobre as falhas de comunicação entre as referidas entidades que integram os órgãos de política de Defesa Nacional”.

No que se refere ao requerimento bloquista, pede-se uma “audição urgente” do Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) e do ministro da Defesa “relativamente às suspeitas da existência de uma rede criminosa de militares portugueses destacados na República Centro-Africana ao serviço da Organização das Nações Unidas (ONU)”.

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou em 8 de novembro a execução de 100 mandados de busca e 10 detenções, incluindo de militares e ex-militares, no âmbito da Operação Miríade, na sequência de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que “se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas”.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares e portugueses em missões na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como “correios” no tráfego de diamantes, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

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