Inetum quer contratar 150 pessoas no próximo ano. Maioria serão formandos do programa UPskill

A maioria das vagas deverá ser preenchida por formandos do programa UPskill, direcionado à qualificação e requalificação de pessoas desempregadas ou em situação de subemprego. 

A Inetum pretende aumentar o número de colaboradores no próximo ano, com o reforço de 150 novos profissionais. A maioria das vagas deverá ser preenchida por formandos do programa UPskill, direcionado à qualificação e requalificação de pessoas desempregadas ou em situação de subemprego.

“Prevemos contratar em 2022, pelo menos, 80% destes formandos”, adianta fonte oficial da empresa à Pessoas, acrescentando que já há 179 pessoas inscritas para a segunda edição do programa UPskill. O número cresce significativamente quando comparado com os resultados da primeira edição do programa de qualificação e requalificação, em que foram formadas dez pessoas e contratadas nove pela empresa de serviços de TI com sede em França.

Desta vez, a formação no âmbito do UPskill – Digital Skills & Jobs alarga o programa às áreas de SAP e OutSystems, bem como estende o espetro geográfico às cidades de Lisboa, Porto e Bragança. Responder de forma efetiva à falta de recursos qualificados nas áreas do digital e tecnologia nas empresas é o grande objetivo.

“Não queremos apenas formar e requalificar em abstrato, queremos qualificar quadros alinhados com aquilo que é a cultura da Inetum e as necessidades dos mercados onde atuamos. No atual contexto, ter uma equipa coesa é a resposta para uma organização mais resiliente. Por isso, para a Inetum o programa UPskill é a oportunidade perfeita para aumentarmos a nossa competitividade, formando profissionais qualificados que podem responder de forma eficaz às exigências e necessidades dos nossos clientes e parceiros”, refere Francisco Febrero, SAP global business line CEO & head of Inetum Portugal, citado em comunicado.

O programa UPskill surge com o propósito de dar respostas ao Plano de Recuperação e Resiliência e à Transição Digital e, subsequentemente, falta de recursos humanos qualificados nas áreas das tecnologias da informação e comunicação (TIC). Para a Inetum este programa tem representado uma oportunidade para reforçar as suas equipas, tanto ao nível de novos talentos, como no que diz respeito à sua capacidade operacional.

Não queremos apenas formar e requalificar em abstrato, queremos qualificar quadros alinhados com aquilo que é a cultura da Inetum e as necessidades dos mercados onde atuamos.

Francisco Febrero

SAP global business line CEO & head of Inetum Portugal

Cada curso tem uma duração estimada de seis meses em ambiente letivo, seguido de três meses de formação profissional em contexto de trabalho na Inetum. “De uma forma geral, temos encontrado profissionais com uma enorme vontade de abraçar um novo desafio, muito motivados com a mudança de carreira e que agarraram esta oportunidade com entusiasmo sendo que alguns estavam, efetivamente, em situação de desemprego”, acrescenta Francisco Febrero.

A fase de candidaturas para segunda edição do programa UPskill arrancou a 14 de outubro, mas o prazo foi prolongado até 26 de novembro. Os interessados devem submeter a sua candidatura através deste link. Além dos formandos, também as empresas interessadas em juntar-se ao programa podem inscrever-se.

A Inetum é um grupo tecnológico que, em Portugal, integra o grupo Gfi, i2s, ROFF e Iecisa, e conta com 1.060 colaboradores (universo SAP Business Line, ex-ROFF). O grupo opera em mais de 26 países, contando com quase 27 mil trabalhadores, e gerou receitas no valor de 1,966 mil milhões de euros, em 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quer a sua empresa com emissões zero? Siga estes cinco passos

  • Capital Verde
  • 17 Novembro 2021

A McKinsey sugere cinco passos que podem ajudar os executivos a definir um plano eficaz de emissões zero para os próximos anos. Quem tiver o melhor plano vai distinguir-se dos outros e ganhar vantagem

Se algo ficou bem claro após a Cimeira Climática de Glasgow é que os compromissos ali lançados irão mudar por completo a forma de fazer negócios em todo o mundo, dizem os analistas da McKinsey, especializados em sustentabilidade.

“Durante a COP, os executivos disseram-nos que esperam uma aceleração da ação climática em toda a economia real: seja ao nível do sistema, em todos os setores e indústrias e mesmo dentro das organizações”, salientam os autores da análise Harry Bowcott, Daniel Pacthod, and Dickon Pinner.

Essas conversas, dizem, também mostraram que os compromissos da neutralidade carbónica já estão a ultrapassar a formação de cadeias de valor, mecanismos de mercado, modelos de financiamento e estruturas e soluções necessárias para suavizar o caminho de descarbonização.

Para as empresas, as metas climáticas criarão oportunidades para inovar e liderar ações coordenadas pela indústria, parceiros da cadeia de valor, investidores e políticos. Ao mesmo tempo, estas metas também apresentam riscos adicionais de preços mais altos das matérias-primas.

Com essas oportunidades e riscos em mente, a McKinsey sugere cinco passos fundamentais que podem ajudar os executivos a definir um plano eficaz de emissões zero para os próximos anos. Quem tiver o melhor plano vai distinguir-se dos outros e ganhar vantagem, dizem os autores.

“A base da competição mudou. Há agora uma avaliação premium para quem tiver um bom plano para a neutralidade carbónica, e que seja bem executado”, garantem, acrescentando: Há que deitar mãos à obra, não perder tempo e explicar o plano aos stakeholders e investidores.

Estes são os elementos que devem fazer parte de um bom plano de neutralidade climática, de acordo com a McKinsey Sustainability:

  • Metas de emissões para os âmbitos 1, 2 e 3 (os mais difíceis de cumprir). Estes devem incluir metas de longo prazo, bem como metas de curto prazo para 2025 e 2030, todas alinhadas com trajetórias de mitigação baseadas na ciência ou trajetórias setoriais específicas de autoridades confiáveis;
  • Uma visão estratégica dos riscos e oportunidades do clima para cada parte do portfólio da empresa, cobrindo tanto a dinâmica competitiva quanto as exposições ambientais;
  • Uma avaliação sobre o capital que será necessário para reduzir as emissões, especialmente face a ativos intensivos em emissões poluentes, juntamente com uma postura confiável sobre o uso de licenças de emissão e créditos de carbono de alta qualidade:
  • Um programa para monitorizar as condições externas, tomar decisões sobre como atualizar o plano emissões zero da empresa e implementá-lo;

“Os líderes corajosos ajudarão as empresas a navegar na transição. Terão de eliminar o ruído e criar uma Estrela do Norte para o futuro de sua empresa, apoiados por um plano detalhado para chegar lá. Concentrar-se nos cinco passos acima descritos pode ajudá-los a alcançar a clareza de pensamento necessária para um planeamento eficaz”, rematam Harry Bowcott, Daniel Pacthod, and Dickon Pinner

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Renovação das contribuições extraordinárias garante 368 milhões de receita em 2022

O Parlamento prepara-se para aprovar a proposta de lei do Governo que prorroga a cobrança de contribuições extraordinárias a vários setores. O Executivo garante assim 368 milhões de receita em 2022.

As contribuições extraordinárias setoriais que são renovadas todos os anos desde a sua criação ficaram em risco com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022). Era possível aplicá-las retroativamente como aconteceu em 2016 e 2020, mas o Governo decidiu acautelar já esta situação, apresentando ao Parlamento uma proposta de lei que prorroga a vigência destas contribuições para 2022. Assim, se os deputados aprovarem, ficam garantidos 368 milhões de euros de receita para o Estado no próximo ano.

Esta quarta-feira é discutido no plenário da Assembleia da República a proposta de lei do Governo que procede à regulação da aplicação de contribuições especiais para o ano de 2022. “A segurança jurídica aconselha que, mesmo em relação a essas, seja explicitamente prorrogada a sua vigência normativa”, explica o Executivo na exposição de motivos da sua proposta, admitindo que “a referida prorrogação é realizada no intuito de não comprometer o financiamento da despesa a realizar durante o ano de 2022“.

A agenda do Parlamento refere que poderá haver uma “eventual votação” na sessão desta quarta-feira. Se não acontecer, a proposta deverá ser votada na sexta-feira em conjunto com outros diplomas discutidos esta semana no Parlamento. De acordo com o Jornal de Negócios, a geringonça (PS, Bloco, PCP e PAN) vai juntar-se para aprovar esta proposta do Governo, sendo que PSD e CDS não divulgaram a sua posição.

São cinco as contribuições extraordinárias que vão ser prorrogadas: a contribuição sobre o setor bancário, o adicional de solidariedade sobre o setor bancário, a contribuição sobre a indústria farmacêutica, a contribuição extraordinária sobre os fornecedores da indústria de dispositivos médicos do Serviço Nacional de Saúde e a contribuição extraordinária sobre o setor energético. A estes acresce o adicional em sede de imposto único de circulação (IUC), cuja receita não consta no relatório do OE2022.

Ao todo, estas contribuições, sem incluir o adicional do IUC (cuja receita é consignada ao Fundo Florestal Permanente), vão gerar uma receita de 368 milhões de euros no próximo ano, de acordo com as previsões do Governo que constam do relatório do Orçamento chumbado. A maior é a contribuição do setor bancário (178,8 milhões de euros), seguindo-se a do setor energético (125 milhões de euros), cujo valor é consignado ao Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético.

O adicional à banca renderá 34 milhões de euros — os quais são consignados integralmente ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social —, a contribuição extraordinária sobre a indústria dos dispositivos médicos equivale a 16,3 milhões de euros e a que incide sobre a indústria farmacêutica corresponde a 13,9 milhões de euros.

A aprovação desta proposta de lei não impede que o novo Governo que sair das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro não mude de ideias. Na exposição de motivos, o atual Executivo esclarece que a prorrogação é feita “sem prejuízo da respetiva confirmação ou alteração na lei que vier a aprovar o Orçamento do Estado para 2022”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresas gastam mais 693 euros por trabalhador com novo salário mínimo, mas Governo admite apoio

A subida do salário mínimo proposta pelo Governo significa, entre encargos remuneratórios e TSU, mais 693 euros de custos anuais por trabalhador para as empresas. Ministro da Economia admite apoio.

O Governo quer aumentar o salário mínimo nacional para 705 euros, no próximo ano. Em causa está um salto de 40 euros, que implica também um acréscimo das contribuições sociais devidas pelo empregador por cada trabalhador. Contas feitas, no conjunto do ano, cada trabalhador com o salário mínimo poderá passar a “custar” mais 693 euros, entre encargos remuneratórios e com a taxa social única (TSU). As confederações patronais já avisaram que há empresas que poderão ficar em dificuldades e o Governo respondeu dizendo-se disponível para as ajudar a suportar, pelo menos, uma parte do acréscimo dos custos.

Na reunião de Concertação Social desta terça-feira, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, propuseram aos parceiros sociais aumentar a retribuição mínima mensal garantida (RMMG) para 705 euros, em linha com o que já tinha sido sinalizado pelo primeiro-ministro ao longo do debate parlamentar do Orçamento do Estado e já mesmo depois do chumbo desse documento, numa entrevista recente à RTP.

Do lado dos sindicatos, revelou Siza Vieira, o Executivo ouviu que esta proposta é insuficiente — uma vez que fica abaixo dos 715 euros exigidos pela UGT e dos 850 euros reivindicados pela CGTP — enquanto do lado das confederações patronais foi notado que as empresas, na generalidade, conseguem absorver esta atualização, embora haja alguns segmentos específicos (por exemplo, as empresas mais expostas à concorrência internacional e as tipologias particularmente fragilizadas) que poderão enfrentar dificuldades.

É que a subida do salário mínimo não acarreta apenas mais gastos com remunerações, isto é, implica também um crescimento das contribuições sociais devidas pelo empregador por cada trabalhador, fizeram questão de sublinhar os patrões à saída da reunião, em declarações aos jornalistas.

Vamos a contas. Só no que diz respeito à subida do salário mínimo em si, os patrões vão ter de desembolsar, todos os meses, mais 40 euros além do que já pagavam até aqui. No conjunto do ano (14 meses, incluindo, pois, o subsídio de férias e de natal), são mais 560 euros a sair das contas das empresas.

A esse valor junta-se o acréscimo da taxa social única decorrente da atualização da retribuição mínima mensal garantida. Todos os meses, os patrões têm de pagar à Segurança Social uma contribuição no valor de 23,75% da remuneração bruta. Logo, a subida do salário mínimo implica que o valor devido à Segurança Social por cada trabalhador passará de 157,94 euros para 167,44 euros. Em causa está um acréscimo mensal de 9,50 euros, que ao fim do ano se traduz num custo extra de 133 euros face ao que os empregadores tiveram de pagar, ao longo de 2021, em contribuições sociais.

Tudo somado, em 2022, os empregadores terão de gastar mais 693 euros por cada trabalhador que esteja a receber o salário mínimo do que este ano, entre encargos remuneratórios e com a taxa social única.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) já pediu ao Governo para ponderar uma redução temporária das contribuições sociais para os empregadores com trabalhadores que recebam a RMMG, mas o ministro da Economia deixou claro que essa hipótese está fora de questão. “Não me parece que, neste momento, esteja em cima da mesa a discussão da TSU”, frisou Siza Vieira. Em causa está uma medida que já foi avaliada noutros momentos e que chegou mesmo a gerar polémica em 2017, tendo sido chumbada, nessa altura, pela Assembleia da República.

Ainda assim, o ministro da Economia admitiu avançar com um apoio para “ajudar as empresas” a suportarem, pelo menos, uma parte do acréscimo dos seus encargos decorrente da atualização do salário mínimo. “O Governo tem disponibilidade para ajudar as empresas a absorverem uma parte dos encargos que resultam disto [da atualização do salário mínimo]”, disse o governante. E acrescentou: “Se faz sentido fazê-lo de maneira geral, como fizemos [este ano], se faz sentido dirigir a alguns segmentos específicos, é uma discussão que iremos ter”.

Este ano, o Governo decidiu disponibilizar um subsídio a fundo perdido (entre 43 euros e 84,5 euros) para apoiar todas empresas a absorver uma parte dos custos decorrentes da subida da RMMG. A medida custou 33 milhões de euros aos cofres do Estado, mas não escapou às críticas dos patrões, que garantiram haver centenas de empresas a serem excluídas.

Esta terça-feira, o ministro da Economia não descartou a repetição desse modelo, mas sublinhou que, desta vez, poderá fazer mais sentido fazer um apoio “mais dirigido” somente para as empresas mais vulneráveis. Isto já que em 2021 todas as empresas estavam ainda a ser fortemente castigadas pela pandemia enquanto em 2022 prevê-se uma recuperação gradual, mas confiante da economia e, à boleia, do mercado de trabalho.

De acordo com um documento partilhado pelo Governo com os sindicatos e com as confederações patronais, os dados mais recentes (relativos a junho de 2021) indicam que há 880 mil trabalhadores a receber o salário mínimo, isto é, tal como escreveu o ECO, cerca de um quarto dos trabalhadores portugueses.

É entre as mulheres que a incidência do salário mínimo é mais expressiva (27% contra 22,6% dos homens), entendendo o Governo que a atualização desse valor é também uma forma de contribuir para a mitigação da desigualdade salarial entre géneros. Por outro lado, é o “Alentejo que apresenta atualmente a incidência mais elevada do salário mínimo (31,7%), seguido de perto pelo Algarve (30,8%)”.

O Governo detalhou, além disso, que o salário mínimo tem uma presença mais pronunciada nas “atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio (45,4%), o setor do alojamento, restauração e similares (45,3%) e a agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (44%), seguidas pelas atividades imobiliárias (35,2%) e pela construção (34,6%)”.

A discussão sobre o salário mínimo nacional continuará no dia 26 de novembro (sexta-feira), embora as confederações patronais estejam certas de que não haverá mudanças no valor da atualização. Já a UGT acredita que ainda será possível fazer uma evolução. O novo valor da retribuição mínima mensal garantida deverá aplicar-se a partir de 1 de janeiro de 2022.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP perde 12 ‘slots’ e quer 250 milhões de privados em 2023

Governo prepara-se para ceder o dobro dos slots previstos na proposta original, indo ao encontro das exigências de Bruxelas. Emissão junto de investidores privados avança em 2023.

A TAP deverá ceder 12 slots no Aeroporto Humberto Delgado, o dobro dos seis que constavam na proposta original, mas quer poder escolher pelo menos metade das faixas horárias que serão alienadas, segundo apurou o ECO. É neste ponto que estão as negociações do plano de reestruturação com Bruxelas, que poderão ainda evoluir nas próximas semanas. Mas o Governo e a gestão da TAP acreditam que pode haver acordo até ao final do ano.

A questão das faixas de aterragem é, desde o início das conversações, um ponto de clivagem com a Direção-Geral da Concorrência europeia (DG Comp). A proposta do Governo de ceder apenas 6 slots (o equivalente a 12 movimentos de aterragem e descolagem) foi considerada insuficiente pela Comissão Europeia, que na carta em dá a conhecer ao Governo a abertura de uma investigação aprofundada aos auxílios de Estado aponta a “a falta de um compromisso quanto à alienação de faixas horárias em Lisboa, dado o elevado nível de congestionamento desse aeroporto e à elevada percentagem de faixas horárias detidas pela TAP (50-60%)”.

A questão das faixas horárias tem sido também uma questão central nas críticas da Ryanair. O CEO da companhia aérea de baixo custos acusou, por mais de uma vez, a TAP de “bloquear” slots em Lisboa, pressionando a Comissão Europeia a agir. “Se esses slots forem libertados, vamos investir mais em Portugal e o turismo irá recuperar mais depressa”, chegou a dizer Michael O’Leary. Mais recentemente, a Ryanair responsabilizou a TAP pelo cancelamento de 700 voos e três rotas para Lisboa, justamente por causa das faixas horárias.

Com o ano a acabar e uma injeção de capital ainda por fazer, o Governo deverá ceder os 12 slots pretendidos pela Comissão Europeia, condição para aumento da concorrência no aeroporto de Lisboa. Como o também ECO noticiou, neste momento, o ponto mais relevante das negociações não é o número de slots, mas as horas que serão libertadas e o procedimento de alocação a potenciais interessados, nomeadamente à Ryanair.

O impacto para a TAP será maior se estiverem envolvidas faixas mais valiosas, com mais movimento de passageiros e que permitem a ligação aos voos de longo curso para os EUA ou Brasil. O Executivo pretende que metade das faixas a libertar seja escolhida pela TAP, ficando as restantes ao critério da DG Comp.

Não tenhamos ilusão sobre a necessidade de devolver ou abdicar de slots no Aeroporto Humberto Delgado. Isso decorre do plano de restruturação”, afirmou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, na sexta-feira passada. Acrescentou mesmo que “neste momento a TAP não tem capacidade ou interesse em usar todos os slots“. Apesar das cedências, a existência do ‘hub’ em Lisboa não está em causa.

Financiamento de 250 milhões em 2023

Além dos slots, outra questão central das negociações tem sido o aumento da contribuição própria da TAP para o esforço de reestruturação. O Governo tenciona aumentá-la de 36% para mais de 40% através da dedução das compensações pelos prejuízos provocados pela Covid-19 no montante total da ajuda e da constituição de uma almofada de liquidez através de uma emissão sem garantia de Estado, ao contrário do inicialmente previsto. Ao que o ECO apurou, em cima da mesa está a realização de um financiamento de 250 milhões de euros em 2023 junto de investidores privados.

No dia 10 de dezembro terá passado um ano desde que o plano de reestruturação da TAP, que prevê a injeção de entre 3,2 a 3,7 mil milhões de euros na companhia, foi enviado para aprovação da Comissão Europeia. A companhia aérea já recebeu 1.662 milhões, dos quais 462 milhões em compensações pelos prejuízos da Covid-19 pagos este ano.

Para breve é esperada a autorização de um segunda tranche de 100 milhões de euros, mas ficam a faltar 436 milhões que é suposto o Estado injetar na transportadora ainda este ano. Para isso, necessita de chegar a acordo com a Direção-Geral da Concorrência, até porque durante boa parte do próximo ano a gestão orçamental terá ser feita em duodécimos.

TAP espera luz verde de Bruxelas até ao Natal

Christine Ourmières-Widener afirmou esta terça-feira que espera que a Comissão Europeia dê luz verde ao plano de reestruturação antes do Natal. “Houve uma investigação profunda… o caso foi encerrado e respondemos a todas as perguntas. Estamos agora nas discussões finais e nossa expectativa é ter a aprovação antes do Natal”, disse a presidente executiva da TAP, citada pela agência Reuters.

Declarações que reforçam a esperança e a pressão para que o plano que viabilizará a ajuda de estado à companhia aérea seja aprovado por Bruxelas ainda este ano. Na segunda-feira, também o ministro do Estado e das Finanças afirmou estar confiante numa aprovação “em breve”. “Estamos em contacto com a Comissão Europeia (CE) e contamos ter o plano aprovado o mais cedo possível”, disse João Leão em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia de tomada de posse do novo presidente da CMVM.

Christine Ourmières-Widener afirmou ainda que a companhia aérea poderá fazer no futuro parte de movimentos de consolidação no setor, uma intenção que o Governo nunca escondeu, mas que “essa não é agora a prioridade”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Impulso no retalho dá sessão positiva a Wall Street

A Home Depot esteve em destaque em Nova Iorque: as ações subiram 5,8% para 392,55 dólares, depois de a retalhista tem anunciado vendas de cerca de 2 mil milhões de dólares acima do esperado.

Wall Street fechou a sessão desta terça-feira em terreno positivo, com os investidores animados com os resultados da Home Depot e com a subida das vendas a retalho, que aliviam os receios em relação a uma postura mais agressiva da Reserva Federal para travar a inflação.

As vendas a retalho subiram 1,7% em outubro, a maior subida desde março e acima dos 1,4% esperados pelos analistas, com muitos americanos a anteciparem o período de compras para evitar a escassez de produtos por causa dos problemas nas cadeias de distribuição global.

Por outro lado, as ações da Home Depot subiram 5,8% para 392,55 dólares, depois de a retalhista tem anunciado vendas cerca de dois mil milhões de dólares acima do esperado.

“Isto dá aos investidores um suspiro de alívio, pelo facto de as perspetivas do retalho serem ainda muito otimistas. A perspetiva é de que os preços estão a subir, mas os gastos dos consumidores continuam fortes”, adiantou Brian Jacobsen, da Allspring Global Investments, citado pela Reuters.

Neste cenário, o índice industrial Dow Jones somou 0,15% para 36.142,22 pontos e o S&P 500 e tecnológico Nasdaq ganharam 0,39% e 0,76%, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo defende reposição do uso de máscara na rua

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

Marcelo diz que "é evidente" que deve regressar o uso obrigatório da máscara na rua.

O Presidente da República defendeu esta terça-feira que deve ser reposto o uso obrigatório de máscara na rua, mas remeteu a decisão sobre as medidas a adotar para conter a propagação covid-19 para depois da reunião no Infarmed.

Em declarações aos jornalistas junto ao Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, questionado sobre as medidas a adotar face ao crescimento do número de casos e de mortes por covid-19 em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que se deve “esperar pela reunião do Infarmed” com especialistas, marcada para sexta-feira.

Questionado, depois, se entende que deve ser retomado o uso obrigatório de máscara na rua, o chefe de Estado respondeu: “Isso, claro, isso é evidente”.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que atualmente o número de casos de infeção pelo novo coronavírus, “1500, 1600, 1700”, e o número de mortes por covid-19, “inferior a 20”, são inferiores aos de há um ano, quando se registavam “80 e tal mortes” e “cinco mil a seis mil” casos por dia.

“Portanto, vamos ponderar calmamente, serenamente. Temos uma vacinação que não tínhamos. E depois se atuará em conformidade”, afirmou.

Interrogado sobre as medidas que podem ser adotadas sem recurso ao estado de emergência, aconselhou: “Vamos esperar”.

O Presidente da República falava aos jornalistas antes de assistir ao concerto de abertura oficial das comemorações do centenário do nascimento do escritor José Saramago.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Venda da Dielmar travada. Juiz manda ouvir outras propostas

Com o surgimento de mais interessados na Dielmar, o tribunal mandou travar a venda à Valérius, cuja proposta teve o dedo e o apoio do Governo. Processo de liquidação pode arrastar-se mais três meses.

Em menos de uma semana, cai por terra todo o cenário desenhado pelo Ministério da Economia para a reabilitação rápida da Dielmar. A apresentação de outras propostas para ficar com a marca e os ativos industriais da empresa de vestuário de Alcains — como a da leiriense Outfit 21 em parceria com um investidor brasileiro e até uma nova por parte de José Cláudio Monteiro Nunes, que ficou conhecido como o “Ronaldo de Viseu” e acena agora com cinco milhões de euros –, vem “[alterar] os pressupostos da pronúncia dos credores” durante a assembleia realizada na semana passada.

Segundo um despacho assinado pelo juiz Filipe Guerra, a que o ECO teve acesso, o administrador de insolvência, João Maurício Gonçalves, deve “promover a liquidação do ativo da massa insolvente, com a maior brevidade possível, conferindo aos interessados a possibilidade de apresentarem (…) as respetivas propostas”. O gestor judicial tem agora um prazo máximo de 90 dias para apresentar um “relatório atualizado acerca das diligências levadas a cabo”.

Depois de a assembleia de credores ter votado por unanimidade o encerramento definitivo e de a Valérius ter feito uma proposta de 250 mil euros que foi dada como praticamente fechada pelo Ministério da Economia, surgiu logo no dia seguinte outra empresa interessada em ficar com a Dielmar. Inclusive, a oferecer mais dinheiro (295 mil euros) e a prometer salvar mais alguns empregos (até 215) do que o grupo de Barcelos, que falara em duas centenas.

Perante o fecho de portas e a venda dos ativos decidida na reunião realizada no Tribunal do Fundão, a Outfit 21, uma empresa de confeções de Leiria que há três semanas tinha retirado a proposta apresentada após falhar o empréstimo bancário por faltarem as garantias do Estado, apresentou ao gestor judicial uma proposta para o que considerava uma nova fase do processo – algo validado agora pelo juiz –, considerando mesmo ilegal a votação vinculativa da solução da Valérius, com o argumento de que não tinha sido dada oportunidade a outros interessados.

Ameaça de Estado contra o Estado

Concretizada na sequência de um pedido de última hora feito pelo Governo, como apurou o ECO junto de fontes envolvidas no processo negocial, a proposta do grupo liderado por José Manuel Vilas Boas Ferreira – comendador minhoto especialista na reestruturação de empresas – foi de imediato acolhida com entusiasmo pelo ministro da Economia.

Pedro Siza Vieira confirmou que já tinha acertado com a Valérius o arrendamento das instalações industriais, que pertencem a um fundo estatal (FIEAE), e que o Estado, através do Banco de Fomento e da Garval, iria votar favoravelmente esta proposta. E antecipava também que a Segurança Social e os bancos estariam disponíveis para dar “luz verde” a esta solução no prazo de cinco dias que tinha sido dado pelo gestor judicial, que terminou esta segunda-feira.

Porém, a decisão do juiz Filipe Guerra invalida essa votação favorável realizada na assembleia de credores e também a que a tutela dizia ser previsível por parte desses outros grandes credores, que tinham pedido para responder por escrito. No entanto, segundo noticia o Público, foram a Segurança Social e a Caixa Geral de Depósitos a contrariar o desejo de Siza Vieira, ao dizerem ao tribunal não estar “em condições” de votar a proposta do grupo de Barcelos, que tem um prazo de validade de 30 dias e, assim, poderá cair por terra.

Fruto de vários apoios públicos concedidos nos últimos anos, o Estado detinha cerca de 30% do capital da empresa de confeções fundada em 1965, que até ao final de julho era liderada por Ana Paula Rafael. Logo após a apresentação da empresa à insolvência, a 2 de agosto, com uma dívida total de quase 17 milhões de euros a 355 credores, Siza Vieira avisou que “o dinheiro público não serve para salvar empresários” e reconheceu, que “se calhar” o Estado não [iria] recuperar o montante que tinha concedido à empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sindicato dos tripulantes critica gestão da operação da TAP e avança com queixa na ACT

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

Sindicato do pessoal de voo criticou a forma como a transportadora aérea realizou o planeamento das próximas semanas, que inclui datas festivas, e a despromoção de dezenas de chefes de cabine.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) criticou esta terça-feira a gestão de operações da TAP e avançou com uma queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), segundo uma mensagem aos associados.

Na comunicação, a que a Lusa teve acesso, a estrutura sindical criticou a forma como a transportadora realizou o planeamento das próximas semanas, que inclui datas festivas, tendo a empresa decidido efetuar o downgrade de 40 Chefes de Cabine de Médio Curso e de 20 Chefes de Cabine de Longo Curso.

“Este ato unilateral da empresa demonstra, uma vez mais, que ao contrário do que afirma a administração e publicita em vários órgãos de comunicação, a ‘gestão da operação’ não está ajustada à realidade atual e ao número de tripulantes necessário“.

“Reafirmamos que em vez de fazer malabarismos e brincar com a vida dos tripulantes e das suas famílias, a empresa tem de assumir que errou nos seus cálculos e previsões iniciais, que a operação cresceu mais do que era expectável” e que não se justificam reduções excecionais e temporárias.

O sindicato disse depois que “não é admissível que a empresa, quando alertada pela direção do SNPVAC no passado dia 15 de abril sobre a necessidade de se fazer um ajuste dos quadros, com vista a alcançar uma maior equidade na distribuição do trabalho e do rendimento, alegou que ‘não via necessidade para tal’ e refugiando-se na volatilidade da operação empurrou para finais de novembro tais negociações, como está previsto” no acordo de empresa (AE).

No dia 04 de novembro, refere, “realizou-se esta reunião, tendo a direção do SNPVAC ficado de analisar os dados apresentados pela empresa até à próxima reunião a agendar”, disse o sindicato, acusando a TAP de se furtar a agendar novo encontro.

“Queremos deixar bem claro que o SNPVAC não anuiu a qualquer ajuste dos quadros, não aceitou a mobilidade funcional dentro daqueles moldes, nem pode aceitar que, a pretexto de os tripulantes exercerem os seus direitos de parentalidade, apliquem medidas unilaterais e arbitrárias violadoras dos direitos dos mesmos”, salientou.

Na mensagem, o SNPVAC salientou que “perante este ataque à classe, pela omissão de informação, pela ausência de respostas concretas e taxativas sobre vários temas operacionais que têm vindo a acontecer nos últimos seis meses, não resta outra alternativa a esta direção” que não seja “pedir a todos os tripulantes para não aceitarem quaisquer convites para voar em folga e em período de descanso, cumprindo assim o que está estipulado em AE” e “suspender as negociações e “voos teste” do ‘Welcome Drink’ programados”.

A direção do SNPVAC disse ainda que “enviou de imediato uma queixa a ACT e irá reunir-se com o seu gabinete jurídico para decidir quais os outros trâmites a tomar, nomeadamente o recurso a uma providência cautelar com vista a impugnar de imediato o processo de ‘downgrades’ forçados”, por entender “que existe uma grosseira desigualdade de tratamento entre trabalhadores”.

O sindicato vai ainda pedir uma reunião com caráter de urgência à presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener.

A Lusa questionou a TAP, que apenas se quis pronunciar sobre “o absentismo do pessoal de cabina”.

“Durante o fim de semana, registou-se um absentismo do pessoal de cabina superior em cerca de 20% à média. Em consequência, fomos obrigados a cancelar/ atrasar um número significativo de voos. Estamos a trabalhar em conjunto para encontrar formas de mitigar esta situação”, referiu fonte oficial da companhia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vacinação em “casa aberta” disponível para maiores de 75 anos

  • Lusa
  • 16 Novembro 2021

DGS anunciou que a vacinação contra a gripe e de reforço contra a covid-19 está disponível a partir desta terça-feira para as pessoas com 75 ou mais anos na modalidade de casa aberta.

A vacinação contra a gripe e de reforço contra a covid-19 está disponível a partir desta terça-feira para as pessoas com 75 ou mais anos na modalidade de casa aberta, anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Em comunicado, a DGS adiantou que, antes de se dirigirem aos centros de vacinação da sua área de residência, os utentes devem consultar o respetivo horário de funcionamento no portal covid-19 do ministério da Saúde.

Em 9 de novembro, esta modalidade de vacinação, que não requer marcação prévia, ficou disponível para os idosos com 80 ou mais anos.

“Está também disponível o agendamento local para os utentes elegíveis, sendo dada prioridade às pessoas com mais idade e abrangendo, gradualmente, faixas etárias mais baixas, até chegar aos 65 anos”, adiantou ainda DGS.

Os utentes continuam a ser convocados através de uma mensagem SMS para a toma em simultâneo da vacina contra a gripe e contra a covid-19 ou apenas para a vacina contra a gripe, nos casos em que não são elegíveis para receber o reforço de imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2.

Paralelamente, encontra-se disponível o autoagendamento para toma das vacinas para idosos com 70 ou mais anos.

Podem receber a dose de reforço contra a covid-19 as pessoas que tenham 65 ou mais anos, que não tenham tido a infeção e que tenham a vacinação completa há pelo menos 180 dias.

“A DGS mantém o apelo à vacinação contra a gripe e contra a covid-19. Esta é melhor forma de proteção dos mais vulneráveis, especialmente nesta altura do ano, em que as temperaturas são mais baixas”, salientou o comunicado.

Segundo os dados hoje divulgados, 548 mil pessoas já receberam a terceira dose ou a dose adicional da vacina contra a covid-19, tendo sido ainda administradas mais de 1,2 milhões de vacinas contra a gripe, cerca de 350 mil das quais em farmácias.

Cerca de 356 mil vacinas foram administradas em simultâneo, avançou a DGS.

A covid-19 provocou pelo menos 5.105.488 mortes em todo o mundo, entre mais de 253,71 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.274 pessoas e foram contabilizados 1.110.155 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PRR pouco ‘amigo’ não ajuda cidades a serem mais inteligentes

  • Fatima Ferrão
  • 16 Novembro 2021

Disponibilizar um conjunto de serviços úteis aos habitantes, otimizar recursos e antecipar necessidades são os grandes desafios das cidades inteligentes, mas, na maioria dos casos, falta dinheiro.

A falta de orçamento das autarquias é um dos grandes problemas com que a administração local se debate e que, em muitos casos, trava a inovação essencial ao desenvolvimento de projetos que transformem as cidades em ecossistemas inteligentes.

“O Governo central ainda não dá a devida atenção às cidades, desde logo com a disponibilização dos orçamentos para as autarquias”, aponta Miguel Pinto Luz. Na opinião do vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que podia ser uma oportunidade, falha em termos estratégicos. “É muito centralizado, pouco virado para as parcerias público-privadas, e não acredito que seja empregue de forma adequada”. Uma opinião partilhada pelos presidentes dos municípios do Seixal, Coimbra e Aveiro, que marcaram igualmente presença no painel de debate que abriu o Smart Cities Summit, que começou hoje e que decorre até à próxima quinta-feira, na FIL, em Lisboa.

Joaquim Santos critica, essencialmente, a falta de diálogo com as autarquias sobre a aplicação do PRR. “O Governo está a usar o PRR para suprir as suas falhas na gestão do Estado”, acredita o presidente da Câmara do Seixal. “Não temos a descentralização que é necessária”, acrescenta José Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro.

Já para José Manuel Silva, “não será com uma chuva de dinheiro que se resolvem os problemas do país”. O recém-eleito presidente da Câmara de Coimbra acredita que o problema é estrutural, de organização política, de transparência e de corrupção. “Temo que cheguemos ao fim do PRR sem capacidade para aplicá-lo e para fazer a diferença no desenvolvimento que o país precisa para o futuro”.

Aplicar a inteligência das TIC à vida urbana

Para os responsáveis dos quatro municípios, uma cidade inteligente é aquela que se preocupa com os cidadãos, antecipa as suas necessidades e procura adaptar-se através da oferta de serviços. O objetivo, diz Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, “será sempre servir melhor as populações, usando a tecnologia como um instrumento para potenciar o serviço aos cidadãos”. O projeto Seixal On, com foco nas questões da sustentabilidade e do ambiente, é disso exemplo. “Temos um living-lab para a descarbonização que já reduziu o consumo energético do município em 28%, e vamos investir sete milhões de euros na sustentabilidade ao longo dos próximos dois anos”.

O desenvolvimento da Smart City Seixal não fica por aqui. O município faz a valorização de bio resíduos, através da recolha seletiva, que depois são encaminhados para a produção de biogás e energias renováveis, e conta com a presença da Gestene, empresa que está a produzir a primeira molécula de hidrogénio verde para ser injetada na rede energética.

Já em Aveiro, exemplifica José Ribau Esteves, “tentamos dar resposta às necessidades dos cidadãos através das tecnologias e das redes que temos”. O Presidente da Câmara destaca a rede piloto 5G que a cidade está a testar, e os Living Labs, onde as empresas da região podem ensaiar as suas ideias e projetos antes de entrarem em fase de comercialização. No entanto, o município sofre da falta de talento especializado que possa contribuir mais ainda para a digitalização da cidade e das empresas locais. Um problema comum a outras regiões, e também ao país. “É preciso investir na capacitação de todos”, diz Ribau Esteves, destacando o projeto Aveiro Steam City, que visa formar para estas aprendizagens, desde tenra idade.

"Quem nos governa não está a querer reagir, e fica pela qualificação dos recursos altamente qualificados, mas isto não chega.”

José Ribau Esteves

Presidente da Câmara de Aveiro

Nas escolas do concelho, e para os diferentes níveis de ensino, existem TecLabs, que contribuem para esta capacitação. Em Coimbra, revela José Manuel Silva, a autarquia procura trabalhar de perto com as universidades e o ecossistema de inovação, “para desenvolver uma cidade inteligente e para criar as condições para a atração e retenção de talentos”.

Mas esta capacitação, diz José Ribau Esteves, tem que começar pela requalificação de recursos como, por exemplo, de desempregados. “O país tem que passar de investir no desemprego para incentivar a atividade profissional, através de políticas de emprego ativo”. Atualmente, acrescenta, “quem nos governa não está a querer reagir, e fica pela qualificação dos recursos altamente qualificados, mas isto não chega”.

“As pessoas querem trabalhar fora das grandes cidades”

O fenómeno dos nómadas digitais, que ganhou relevo ao longo da pandemia, depois da Madeira ter criado a primeira comunidade nacional dedicada aos trabalhadores remotos, foi outro dos temas em destaque no primeiro dia do Smart Cities Summit. Colocar a ilha no radar dos trabalhadores remotos foi o grande objetivo deste projeto, lançado em setembro de 2020, e que já contou com a visita de 3500 nómadas digitais. Segundo Rui Barreto, Secretário Regional da Economia do Governo Regional da Madeira e responsável pelo projeto Nómadas Digitais, o projeto superou as expectativas e tem ajudado muito a economia local. “Neste momento, a Madeira está entre os 10 destinos preferidos pelos nómadas digitais no mundo”, salienta.

Com um gasto mensal médio individual na ordem dos 1800 euros, os nómadas digitais permitem à Madeira diversificar a sua economia, muito focada no turismo e nos serviços, abrindo portas a outras atividades com impacto como, por exemplo, a economia do conhecimento. Até ao final de 2022, acredita Rui Barreto, passarão pela Ponta do Sol (a nómada village) mais de 5.000 trabalhadores remotos, com estadias médias de três a quatro meses, o que permitirá criar um ecossistema “muito propício a uma economia digital”.

Gonçalo Hall, fundador do Remote Work Movement, e outro dos convidados do painel sobre nómadas digitais no Smart Cities Summit, é um dos parceiros do projeto madeirense desde o início. Questionado sobre quais as condições para tornar um destino atrativo para estes trabalhadores, não tem dúvidas. “Internet, alojamento de qualidade, boa oferta de restauração, com enfoque na alimentação vegetariana, uma vez que 30 a 40% dos nómadas praticam esta opção, e uma aposta na criação de comunidade são os elementos-chave”, afirma. Para o também nómada digital, “não basta atrair. É preciso garantir uma experiência de qualidade”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Simulador: Quanto as seguradoras vão pagar para reconstruir a sua casa

  • ECO Seguros
  • 16 Novembro 2021

É o segurado que diz quanto custa reconstruir a habitação que quer proteger, mas convém acertar para não ser vítima da regra proporcional. Simule aqui e fique já a saber o valor a dar às seguradoras.

O Simulador do Custo de Reconstrução de Imóveis (SCRIM) foi agora lançado pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores e vai permitir que qualquer pessoa possa saber logo quanto custa reconstruir a sua casa em caso de sinistro total. É esse o valor que deve indicar como capital a segurar nas apólices de seguros de Incêndio e Elementos da Natureza e de Multirriscos de habitação.

Indicando características de uma habitação, o SCRIM permite encontrar de imediato o valor e evitar os riscos de ser vítima da regra proporcional que pode causar novas surpresas desagradáveis após os momentos negativos do próprio sinistro.

O Supervisor ASF explica que a “a regra proporcional aplica-se quando o capital seguro é inferior ao custo de reconstrução (no caso de edifícios) ou ao custo de substituição por novo (no caso de mobiliário e recheio). Nesta situação, o segurador só paga uma parte dos prejuízos, proporcional à relação entre o custo de reconstrução ou substituição à data do sinistro e o capital seguro. Se se verificar o oposto e o capital seguro for superior ao valor de reconstrução ou de substituição, a indemnização paga pelo segurador terá como limite máximo o valor de reconstrução ou de substituição.

Por este motivo, embora exista a tentação de declarar um valor inferior para reduzir o prémio de seguro, o risco de ter surpresas é elevado. A ASF adianta um exemplo: Se um edifício ou habitação tiver um custo de reconstrução de 100 mil euros e estiver seguro por 80 mil euros, o segurador será responsável apenas por 80% dos prejuízos, ficando os restantes 20% a cargo do segurado. Assim, se ocorresse um sinistro parcial que causasse danos de 50 mil, o segurador apenas indemnizaria 40 mil euros (80% de 50 mil), suportando o segurado os restantes 10 mil euros.

Simulador da APS ajuda a encontrar o valor certo

Explica a APS que nos seguros de Incêndio e Elementos da Natureza e de Multirriscos, a determinação do capital seguro é da responsabilidade do tomador do seguro, devendo, no caso dos edifícios, corresponder ao custo de mercado da respetiva reconstrução, tendo em conta o tipo de construção ou outros fatores que possam influenciar esse custo. Atenção que o valor de reconstrução não inclui o valor do terreno onde está implantado.

Assim, o SCRIM calcula o custo indicativo de reconstrução do imóvel partindo do valor da área bruta indicada pelo utilizador e do valor atual do custo padrão por metro quadrado de um apartamento ou moradia de qualidade média aplicando-lhe um conjunto de coeficientes majorantes ou minorantes que traduzem a influência de outros parâmetros característicos da qualidade, localização e arquitetura do imóvel, introduzidos pelo utilizador.

Com valores atualizados para 2021, o simulador contém um inquérito simples de preencher em que se pergunta se o imóvel a avaliar pelo custo de reconstrução é apartamento ou moradia, qual a região de Portugal onde se localiza, o tipo de estrutura de que dispõe, classe energética, área bruta, número de instalações sanitárias prevendo ainda a possibilidade de colocar extras como piscina, estacionamentos ou muros.

Tendo em consideração todos os pressupostos e exceções, no mesmo momento pode obter o custo estimado de reconstrução da sua casa, um valor muito aproximado ao valor útil para fixar o capital a proteger pelas seguradoras e não correr o risco de más surpresas via regra proporcional.

Simule aqui .

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.