João Leão mantém prémio máximo aos trabalhadores do fisco

  • Lusa
  • 9 Novembro 2021

O ministro das Finanças fixou em 5% a percentagem da cobrança coerciva realizada em 2020 a canalizar para o Fundo de Estabilização Tributário.

O ministro das Finanças, João Leão, fixou em 5% a percentagem da cobrança coerciva realizada em 2020 a canalizar para o Fundo de Estabilização Tributário (FET), mantendo o prémio de produtividade máximo aos trabalhadores do fisco, foi anunciado esta terça-feira.

A parcela da cobrança coerciva que pode ser atribuída ao FET é anualmente definida pelo ministro das Finanças, até um máximo de 5%, sendo que ao longo dos últimos anos os vários titulares do cargo têm optado por manter o valor máximo.

“A percentagem, a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 335/97, de 02 de dezembro, com a redação dada pelo Decreto -Lei n.º 113/2017, de 7 de setembro, é fixada em 5% do montante constante da declaração anual do diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira de 31 de janeiro de 2021, relativamente ao ano de 2020”, refere a portaria publicada esta terça-feira em Diário da República.

A atribuição da receita ao FET resulta da avaliação que o ministro das Finanças faz do desempenho ou produtividade global dos serviços da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) face ao grau de execução dos planos de atividade e de cumprimento dos objetivos globais estabelecidos.

Segundo o Relatório de Combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiras 2020, o valor global da cobrança coerciva situou-se nesse ano em 1.063 milhões de euros, sendo 932 milhões de euros relativos a cobrança coerciva de dívidas fiscais.

Recorde-se que além de dívidas de impostos a AT procede também à cobrança de outras tipologias de dívidas, como são exemplo as de portagens ou de taxas moderadoras de saúde.

A portaria assinada por João Leão destaca que “os resultados alcançados no desenvolvimento das atividades globais da AT e da realização de projetos ou programas com vista à obtenção de uma melhor e mais equitativa repartição do esforço tributário coletivo são reveladores do elevado grau de cumprimento dos objetivos estabelecidos para a AT no ano de 2020, ano caracterizado por condições particularmente adversas provocadas pela pandemia da Covid-19”.

A receita deste fundo garante o financiamento de suplementos remuneratórios dos funcionários da AT, destinados a compensá-los do grau de especificidade das tarefas associadas ao processo de cobrar receita fiscal e aduaneira e ao controlo da entrada de bens no espaço europeu.

De acordo com a legislação em vigor “o património do FET e o rendimento que ele potencie serão afetos a obras sociais e ao pagamento dos suplementos atribuídos em função de particularidades específicas da prestação de trabalho dos funcionários e agentes” da AT.

Em abril de 2017, o Conselho de Ministros aprovou uma fusão do FET com o fundo equivalente para os funcionários das alfândegas, o FEA, ambos fundos para financiar suplementos remuneratórios dos trabalhadores da AT.

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Patrões regressam à Concertação Social

As confederações patronais anunciaram que "estão disponíveis para retomar, dentro do atual contexto político, a agenda de trabalhos da Comissão Permanente da Concertação Social".

As confederações patronais dizem estar disponíveis para retomar a sua participação na Comissão Permanente da Concertação Social (CPCS), a tempo de discutirem a atualização do salário mínimo nacional.

“A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) estão disponíveis para retomar, dentro do atual contexto político, a agenda de trabalhos da CPCS, designadamente a discussão sobre o aumento do salário mínimo para o próximo ano“, foi anunciado, esta terça-feira, numa nota partilhada pelo patronato.

Foi a 22 de outubro que os parceiros sociais patronais decidiram suspender a sua participação na Concertação Social, na sequência da aprovação em Conselho de Ministros de várias medidas laborais — nomeadamente o reforço da compensação por cessação de contrato a termo e para a reposição do valor das horas extraordinárias, a partir da 120º hora anual — sem que estas tivessem sido negociadas com os patrões e com os sindicatos, apesar de, na véspera, ter havido uma reunião entre estes e o Governo.

O primeiro-ministro, António Costa, acabou por pedir “desculpa” aos parceiros sociais pelo “lapso” e por receber os patrões, que anunciaram, assim, esta terça-feira, o seu regresso à CPCS. Isto a tempo da negociação do salário mínimo nacional para 2022, que o Governo já disse querer puxar para 705 euros mensais.

“Para uma efetiva discussão da atualização da remuneração mínima mensal garantida (RMMG) para 2022 é fundamental que o Governo apresente os fundamentos económicos que suportam a referida proposta, designadamente os cálculos relativos à inflação e aos ganhos de produtividade e o relatório de acompanhamento da evolução da RMMG“, avisam agora a CIP, a CCP, a CAP e a CTP. E frisam: “Não menos importante, é fundamental que o Governo cumpra os compromissos assumidos relativamente a anteriores aumentos do salário mínimo, em concreto, a atualização de preços nos contratos públicos, matéria relativamente à qual o Governo se comprometeu tanto para 2020 como para 2021 e que ainda não cumpriu”.

De notar que, este ano, face ao contexto pandémico, o Governo decidiu dar uma contrapartida aos empregadores pelo aumento do salário mínimo nacional, não sendo certo se em 2022 se repetirá ou não essa medida. Ao que o ECO apurou a primeira reunião para discutir o salário mínimo deverá na próxima terça-feira, dia 16 de novembro. Segundo o Código do Trabalho, o Governo tem de ouvir os parceiros sociais para atualizar a RMMG, mas não precisa do seu “sim”, cabendo-lhe a última palavra.

Na nota partilhada esta terça-feira, as quatro confederações patronais mostram-se, além disso, disponíveis para uma “discussão aprofundada e calendarizada do futuro PT2030“, recusando uma “auscultação meramente protocolar, que sirva apenas para referenciar que forma cumpridas as exigências de Bruxelas”.

Tanto no que diz respeito ao salário mínimo nacional, como no que diz respeito aos fundos comunitários, os patrões sublinham que o agendamento das reuniões “não deverá ser feito unilateralmente, mas acordado entre todas as entidades integradas da CPCS”. E rematam: “A CAP, a CCP, a CIP e a CTP reafirmam o seu empenhamento num processo de diálogo social sólido e construtivo, como sempre o demonstraram ao longo das últimas décadas”.

As medidas que levaram à suspensão da participação dos patrões da Concertação Social não deverão, de qualquer modo, ser “postas no terreno”, já que, face ao chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, não deverá haver tempo para o Parlamento aprovar o pacote de mexidas ao Código do Trabalho no qual se incluem, que ainda está em consulta pública.

Por outro lado, é importante explicar que, mesmo com a iminente dissolução da Assembleia da República, o Governo mantém-se capaz de subir o salário mínimo nacional, já que o faz por decreto-lei e não por via do Orçamento do Estado.

(Notícia atualizada às 15h53)

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Wall Street abre misto com General Electric a brilhar

Multinacional norte-americana anunciou que vai dividir-se em três empresas diferentes, com foco na aviação, saúde e energia. Bolsas em Wall Street abrem mistas.

Os principais índices de Wall Street abriram em terreno positivo, num dia em que foi conhecido que os preços no produtor EUA aumentaram acentuadamente em outubro. Ao mesmo tempo, a impulsionar as bolsas está a General Electric, que anunciou que vai “dividir-se” em três empresas, focadas na aviação, na saúde e na energia.

O índice de referência S&P 500 está a subir 0,12%, para 4.707,21 pontos, acompanhado pelo tecnológico Nasdaq, que avança 0,18%, para 16.010,6 pontos. A contrariar esta tendência está o industrial Dow Jones, que recua 0,12%, para 36.389,34 pontos.

Este desempenho acontece depois de o Departamento do Trabalho ter revelado que o Índice de Preços no Produtor cresceu 8,6% face ao ano passado, sinalizando que a alta inflação poderá persistir durante algum tempo, enquanto ainda existem restrições nas cadeias de fornecimento, explica a Reuters.

A aceleração da inflação e uma política monetária mais rígida tornaram-se uma preocupação para os investidores. “Acho que a maioria dos investidores percebeu agora que a inflação está a aumentar. Não está a crescer tão rapidamente quanto se temia, mas ainda está a crescer”, diz Robert Pavlik, gerente sénior de portfólio da Dakota Wealth, citado pela agência.

A dar impulso às bolsas está a General Electric, cujas ações valorizam 5,78%, para 114,69 dólares, depois a empresa ter anunciado que vai “dividir-se” em três empresas diferentes: uma focada na aviação, outra na saúde e uma terceira na energia.

Destaque ainda para a Tesla, que cai 0,86%, para 1.152,88 dólares, dando continuidade à queda de quase 5% esta segunda-feira. Isto depois de Elon Musk ter criado uma sondagem no Twitter onde perguntou aos internautas se deveria vender a participação que tem na empresa — 57,9% votaram a favor.

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Há mais oito mortes e 1.182 casos de Covid-19 em Portugal

Desde o início da pandemia, o país soma 1.099.307 casos de infeção e 18.217 mortes por Covid. Há 1.047.347 pessoas recuperadas da doença.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 1.182 novos casos de Covid-19, elevando para 1.099.307 número de infetados desde o início da pandemia. O boletim desta terça-feira indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram oito pessoas com a doença, perfazendo um total de 18.217 óbitos.

O boletim dá conta de um total de 1.047.347 recuperados, mais 1.283 do que no balanço anterior. Há, neste momento, 33.743 casos ativos em Portugal, menos 109 face a segunda-feira.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa e registou-se um ligeiro aumento no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 361 doentes estão internados em unidades hospitalares (mais um nas últimas 24 horas), dos quais 60 em unidades de cuidados intensivos (menos dois).

Por regiões, a maioria das novas infeções continua a ser registada em Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Dos 1.182 novos casos confirmados, 410 localizam-se nesta região (34,7%), seguindo-se a região Norte, que contabilizou 319 novas infeções (cerca de 27%).

Boletim epidemiológico de 9 de novembro:

Neste contexto, LVT é a região com mais casos e mortes registados até ao momento (424.393 casos de infeção e 7.754 mortes), seguindo-se o Norte (418.424 casos e 5.608 mortes), o Centro (148.970 casos e 3.193 mortes), o Alentejo (40.405 casos e 1.056 mortes) e o Algarve (44.561 casos e 484 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 9.496 casos e 46 mortos, enquanto a Madeira regista 13.058 casos e 76 vítimas mortais.

Há ainda 25.264 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, mais 414 face a segunda-feira.

(Notícia em atualizada pela última vez às 15h14)

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Obrigações fiscais na distribuição têm “de estar na agenda” do próximo governo, diz APED

  • Lusa
  • 9 Novembro 2021

As obrigações fiscais da distribuição são uma matéria que "tem de estar na agenda do próximo governo", defendeu o diretor-geral da associação que representa o setor.

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) defendeu, em declarações à Lusa, que as obrigações fiscais do setor são uma matéria que “tem de estar na agenda do próximo governo”.

Gonçalo Lobo Xavier falava à Lusa no final da XXI Conferência Executive Digest sobre “Desafios e Oportunidades da Economia pós-covid”, que decorreu esta terça-feira no Museu do Oriente, em Lisboa.

Na sua intervenção, durante a conferência, o diretor-geral tinha destacado a questão das obrigações fiscais na distribuição, recordando que pouco antes da pandemia a APED tinha lançado um estudo sobre este tema.

Em média, [são] 109 obrigações de pagamento por ano, 73 relativas a impostos, 36 relativas a taxas e tarifas“, afirmou Gonçalo Lobo Xavier à Lusa.

Em termos de obrigações acessórias, “as empresas estão vinculadas a entregar 59 declarações referentes aos diferentes impostos, no total são 169 obrigações e isto tem um ano e pouco”, salientou, admitindo a possibilidade de agora as empresas até terem mais.

“É preciso que o Estado perceba que os impostos deviam ser coisas simples, com clareza, e não muitas vezes usados, como vimos nos últimos anos, como meio de negociação para convencer alguns partidos a aprovar o orçamentos“, prosseguiu o diretor-geral da associação.

“A APED não se mete em política, mas isto é política das empresas e quando temos uma miríade de requisitos e de complexidade fiscal que atormenta o crescimento das empresas, independentemente da sua dimensão e natureza, algo não está bem”, alertou Gonçalo Lobo Xavier.

“Por isso, achamos seguramente que é uma matéria que tem de estar na agenda do próximo governo, quase num pacto de regime para libertar as empresas de um fardo”, sublinhou o responsável.

“No caso da distribuição, nós somos muito impactados, há agora cada vez mais uma tendência para complicar com algumas obrigações e penalizações pelo não cumprimento de alguma legislação que podia ser evitado se a legislação fosse mais bem discutida, se fosse tido em conta a realidade das empresas, os períodos de adaptação para cumprir os objetivos de sustentabilidade“, argumentou.

No caso dos plásticos, “defendemos sempre a utilização racional do plástico e a sua reutilização, há todo um conjunto de obrigações que subscrevemos, mas que tem subjacente uma penalização e um ambiente relativamente hostil para a distribuição que é injusto, na medida em que somos contribuintes líquidos para os objetivos da sustentabilidade, da reutilização, da descarbonização”, sublinhou Gonçalo Lobo Xavier.

O diretor-geral avançou à Lusa que a APED está a fazer “um trabalho profundo” no sentido de criar um roteiro para a descarbonização que vai “seguramente ajudar as empresas”, quer sejam micro, pequenas ou grandes, “a terem boas práticas ambientais e a ter um setor amigo do ambiente”, que é um dos objetivos da associação.

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BES: Ivo Rosa diz que prazo de instrução é “humanamente impossível”. Juiz quer exclusividade

A instrução do caso BES foi entregue a Ivo Rosa, mas o juiz diz ser "humanamente impossível" cumprir o prazo de quatro meses. Pede exclusividade já que este processo é seis vezes maior que o Marquês.

O juiz Ivo Rosa admite que o prazo previsto para o encerramento da fase de instrução do processo do Universo Espírito Santo, de quatro meses, é “humanamente impossível de alcançar”. Segundo o requerimento de Ivo Rosa, as razões prendem-se com as complexidades dos autos bem como da natureza dos crimes e das questões jurídicas suscitadas. O juiz vai ainda pedir ao Conselho Superior da Magistratura a exclusividade no processo, segundo avançou a revista Sábado. Questionado pelo ECO, por três vezes na última semana, fonte oficial do Ticão apenas disse que “será tomada posição no processo”.

“Na verdade, a nossa experiência como juiz, sobretudo como juiz de instrução criminal e intervenção em outros processos igualmente complexos, permite-nos afirmar que estaremos, seguramente, em presença do maior e mais complexo processo complexo perante a justiça criminal portuguesa“, lê-se no requerimento.

O processo em causa é composto por 767 volumes, entre autos principais, arrestos, incidentes de oposição e apensos bancários e 171 volumes de autos principais, processados até à data da distribuição em 687.398 folhas. Mais todos os apensos bancários, de buscas e diversos (mais de duas centenas) e equipamentos informáticos apreendidos. A acusação conta com 3.552 folhas, assinadas por sete procuradores.

Em causa estão também 356 crimes imputados aos 25 arguidos, dos quais 18 pessoas individuais e sete pessoas coletivas. No processo estão constituídos 105 assistentes.

O juiz Ivo Rosa, a quem foi entregue a fase instrutória a 28 de outubro deste processo, pede assim mais tempo para conseguir analisar toda a documentação e, dessa forma, “chegar a uma decisão séria, justa, motivada e independente”.

“Este exercício, como é notório no caso concreto, é particularmente complexo difícil, exigente e moroso em resultados dos dados objetivos que, numa primeira e superficial análise, podemos já identificar”, diz o magistrado.

Consciente que segundo a Constituição Portuguesa existe o direito a uma decisão judicial em prazo razoável, Ivo Rosa alerta que este prazo razoável é também a “garantia necessária de que os tribunais não operam em excessiva rapidez, suscetível de violar os direitos dos cidadãos”.

Ivo Rosa requereu ainda a exclusividade no processo, sublinhando mais uma vez a complexidade deste caso e por ter “em mãos” outros processos complexos. O juiz relembrou ainda que voltou a assumir a totalidade das suas funções desde o fim da decisão instrutória da Operação Marquês.

A investigação ao Universo Espírito Santo resultou em 25 acusados, entre 18 pessoas e 7 empresas, segundo o despacho de acusação de 4.117 páginas do Ministério Público. Ricardo Salgado é o principal arguido mas há mais como os seus dois primos — tendo sido ilibado José Maria Ricciardi — e outros nomes conhecidos como Amílcar Morais Pires e Francisco Machado da Cruz.

Entre os crimes de que são acusados está o crime de associação criminosa e os crimes de corrupção ativa e passiva no setor privado, de falsificação de documentos, de infidelidade, de manipulação de mercado, de branqueamento e de burla qualificada contra direitos patrimoniais de pessoas singulares e coletivas.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, “a investigação levada a cabo e que termina com o despacho de acusação em referência apurou um valor superior a 11 mil e oitocentos milhões de euros, em consequência dos factos indiciados, valor que integra o produto de crimes e prejuízos com eles relacionados”.

O inquérito teve origem em notícia divulgada em agosto de 2014 sobre a medida de resolução do, então, BES e visava o apuramento de um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo. “Com base neste conjunto de conhecimentos, o inquérito teve por objeto a investigação de dados patrimoniais de um conjunto de empresas do Grupo em questão, incluindo unidades com licenças públicas para o exercício de atividade bancária e de intermediação financeira”, explica a PGR.

Segundo o Ministério Público, os factos que envolvem o processo do aumento de capital do BES, em junho de 2014, são investigados em processo distinto.

O ex-líder do BES, Ricardo Salgado, terá criado uma estrutura fraudulenta dentro do banco, sustentada no Departamento Financeiro e de Mercados, tutelado pelo diretor financeiro, à data, Amílcar Morais Pires. Uma estrutura alegadamente montada sem conhecimento da maioria da equipa de gestão do BES, nem do Banco de Portugal (BdP).

Amílcar Morais Pires, braço direito de Ricardo Salgado, e a diretora financeira do BES, Isabel Almeida e José Manuel Espírito Santo, primo de Salgado e antigo administrador, foram também acusados. Além de crimes de falsificação, respondem por associação criminosa, burlas qualificadas, abuso de confiança e branqueamento de capitais.

No centro da acusação estão também responsáveis da Eurofin, entidade com sede na Suíça, que era útil ao Grupo Espírito Santo, num alegado esquema de lavagem de dinheiro.

O centro da investigação concentrou-se nas condições que determinaram a resolução do Banco Espírito Santo, assim como da insolvência da Espírito Santo Internacional, da Rioforte, da Espirito Santo Control, da ESFIL e da Espírito Santo Financial Group, no Luxemburgo, bem como da liquidação do Banque Privée Espírito Santo, na Suíça, a liquidação do ES Bank of Panama, no Panamá, e o ES Bankers Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos.

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Gestor português José Manuel Dias da Fonseca é “Personalidade do Ano” no Brasil

A distinção reconhece o papel do CEO global do Grupo MDS, bem como o da companhia, na promoção de negócios e relações entre Portugal e Brasil.

José Manuel Dias da Fonseca lidera o Grupo MDS.

José Manuel Dias da Fonseca, CEO global do Grupo MDS, foi distinguido como “Personalidade do Ano” pela Câmara Portuguesa de Comércio em São Paulo. A distinção reconhece o papel do gestor português e o da empresa que lidera na promoção de negócios e relações entre Portugal e Brasil.

“A MDS tem uma matriz transatlântica, afirmando-se como um broker lusófono com posições de liderança em Portugal, no Brasil e em África, resultado do trabalho desenvolvido, mas também na consultoria e acompanhamento de clientes que contribuem para o desenvolvimento do comércio bilateral. Apesar de ser um reconhecimento pessoal, este prémio distingue o trabalho desenvolvido por toda a equipa do Grupo MDS, bem como a confiança dos nossos acionistas, que nos têm permitido continua a investir e a crescer, nomeadamente no Brasil, que é para nós um mercado estratégico”, afirma José Manuel Dias da Fonseca, em comunicado.

“É uma honra ‘suceder’, após vários anos, ao engenheiro Belmiro de Azevedo, um grande exemplo e impulsionador desta relação com o Brasil”, acrescenta.

José Manuel Dias da Fonseca será homenageado na gala anual da instituição, o maior evento da comunidade empresarial luso-brasileira, que se realiza a 22 de novembro, em São Paulo.

A MDS no Brasil é responsável por prémios de 440 milhões de euros e emprega mais de 600 colaboradores, estando entre os cinco maiores brokers de seguros no país. José Manuel Dias da Fonseca está à frente do grupo há quase três décadas, tendo sido sob a sua liderança que o grupo entrou no mercado brasileiro, em 2000, através de um acordo comercial com o grupo Suzano, o qual culminou, dois anos depois, no nascimento da Lazam|MDS, joint-venture no Brasil com o Grupo Suzano.

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Empresas têm de “vencer o minifúndio que têm na cabeça”, diz Costa

Após verificar resultados do projeto da Bosch com a Universidade do Minho, o primeiro-ministro apontou ao “emparcelamento” das empresas e do sistema científico e tecnológico para ganhar escala global.

António Costa apresentou esta terça-feira a parceria entre a fábrica da Bosch em Braga e a Universidade do Minho, iniciada em 2013, como a inspiração para “dar força ao programa Interface” e para avançar com as chamadas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que obrigam à criação de consórcios com empresas e entidades do sistema científico e tecnológico.

“Sabemos que há um problema cultural no país. Todos temos um minifúndio na nossa cabeça. Temos de vencê-lo e proceder ao emparcelamento. As empresas, as universidades e as estruturas administrativas [do país] são pequenas demais. Temos de ganhar escala para ter o músculo necessário para enfrentar os desafios à escala global”, apontou.

O primeiro-ministro falava esta terça-feira no encerramento do evento Next – Driving Tomorrow, em Braga, onde a Bosch e a Universidade do Minho mostraram os resultados da parceria de inovação iniciada há oito anos. Acumulou um investimento de 165 milhões de euros e já resultou no registo de mais de 70 patentes nos domínios da mobilidade do futuro e da transformação digital da indústria.

Lembrando que esteve em 2016 na fábrica de Braga, que emprega 3.280 pessoas, durante a visita da ainda chanceler alemã Angela Merkel — no início da terceira fase deste projeto dedicado à condução autónoma e à digitalização da indústria –, valorizou o facto de as PME portuguesas que fornecem a Bosch Car Multimedia terem também, a reboque deste projeto, ganho “um trampolim para expandir a atividade” internacional.

Os cursos tecnológicos são decisivos para responder às necessidades do mercado de trabalho e das empresas, que precisam de doutorados, mas também de técnicos altamente especializados.

António Costa

Primeiro-ministro

Para António Costa, que tenta a reeleição nas legislativas agendadas para 30 de janeiro, houve “um salto enorme no posicionamento de Portugal na cadeia de valor global”. “Hoje não somos só um local onde se produz – que queremos continua a ser -, mas também onde se inventa o que vai ser produzido cá e um pouco por todo o mundo”.

“Aumentar a nossa participação na cadeia de valor não é só ter mais produtos e serviços de valor acrescentado. Mas entrar nessa cadeia numa fase decisiva para a geração desse valor”, completou o chefe do Executivo. Promete perseguir a meta de 3% do PIB aplicado em investigação e desenvolvimento em 2030 (vs. 1,6% na atualidade) e dramatizou que o país não pode “desperdiçar o seu recurso mais precioso – mais até do que os fundos comunitários -, que é o capital humano”.

O primeiro-ministro contabilizou ainda que há neste momento 134 localidades com oferta de ensino superior, incluindo 919 cursos de formação superior tecnológica, que apontou como “decisiva para responder às necessidades do mercado de trabalho e das empresas que precisam de doutorados, mas também de técnicos altamente especializados”.

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Volkswagen Financial Services quer atingir portefólio de 1,5 mil milhões de euros em 2026

No ano passado, a Volkswagen Financial Services (FS) em Portugal fez mais de 69 mil contratos de financiamento. O objetivo da empresa é mais do que duplicar esta carteira em cinco anos.

A Volkswagen Financial Services em Portugal quer atingir um portefólio de 1,5 mil milhões de euros até 2026. O objetivo do ramo de serviços financeiros da Volkswagen, presente no país há uma década, é o de mais que duplicar a carteira de financiamentos atual, para contar com mais de 180 mil contratos de financiamento e serviços.

A estratégia da empresa passa pela aposta na digitalização do negócio e na mobilidade elétrica, tendo em vista “facilitar o acesso dos portugueses à aquisição ou usufruto de viaturas das marcas do grupo”, como Volkswagen, Audi, Porsche, Ducati, Lamborghini e Bentley. No ano passado, a Volkswagen Financial Services em Portugal fez mais de 69 mil contratos de financiamento, com o volume de negócios da carteira a chegar aos 640 milhões de euros.

Esta estratégia também terá impacto no recrutamento. “Os próximos anos vão trazer uma revolução ao processo de contratação, pois estamos a implementar ações que vão permitir uma desmaterialização completa do mesmo”, sinaliza João Rias, country manager da Volkswagen Financial Services Portugal, citado em comunicado. No próximo ano, a empresa vai “fazer uma forte aposta nos produtos de pós-venda e nos serviços, bem como na simplificação do nosso processo de vendas”, acrescenta.

Durante os dez anos que a empresa marcou presença em Portugal, foram financiados mais de 2 mil milhões de euros a mais de 47.000 clientes particulares e empresas. Quanto ao investimento, este atingiu os 25 milhões de euros em desenvolvimento tecnológico de produtos e serviços.

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Ricardo Cabral de Melo é o novo diretor digital da Atrevia em Portugal

O profissional iniciou o seu percurso no jornalismo, mas foi na área da comunicação digital que desenvolveu a sua carreira, contando já com mais de 20 anos de experiência.

A Atrevia anunciou a contratação de Ricardo Cabral de Melo como novo diretor digital na equipa de Portugal. A nomeação tem como objetivo consolidar o posicionamento da agência de comunicação entre as principais consultoras digitais no mercado, reforçando a sua capacidade de responder a qualquer desafio digital, com uma base estratégica sólida e ideias criativas.

“O mundo e a forma de comunicar mudou de forma vertiginosa nos últimos anos com o crescimento do digital. Continua a mudar a cada segundo que passa e é essa a velocidade a que as marcas têm de se adaptar. Mas há algo que é imutável: ninguém resiste a uma boa ideia e essas continuam a ser o caminho para o sucesso. É nesse território que queremos deixar marca, fortalecendo o posicionamento da Atrevia como uma agência criativa que responde de forma ágil com grandes ideias, inovação e impacto”, afirma Ricardo Cabral de Melo, em comunicado.

Ricardo Cabral de Melo é diretor digital da Atrevia em Portugal.

 

Licenciado em relações públicas e publicidade, Ricardo Cabral e Melo iniciou o seu percurso profissional no jornalismo. Contudo, foi na área da comunicação digital que desenvolveu a sua carreira, contando já com mais de 20 anos de experiência. Começou na área do design e desenvolvimento web, mercado em que fundou e geriu uma empresa, passando depois para áreas complementares de comunicação digital.

Os seus últimos nove anos foram dedicados à liderança estratégica e criativa do digital na agência de marketing e publicidade Euro M, durante a qual trabalhou na comunicação digital de marcas como a Trident, Schweppes, Royal, Chips Ahoy! e Repsol. Ao longo dos anos foi também galardoado com alguns prémios, tais como os “CSS Design Awards” e “Lusófonos da Publicidade”.

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Governo vai abrir avisos para jovens agricultores no valor de 55 milhões

  • Lusa
  • 9 Novembro 2021

“Em dezembro, vamos lançar dois avisos com 55 milhões para os jovens agricultores”, adiantou a ministra da Agricultura. Um dos avisos vai abranger todo o território e outro as zonas mais vulneráveis.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou esta terça-feira, em Lisboa, que o executivo vai lançar, em dezembro, dois avisos, com 55 milhões de euros, destinados aos jovens agricultores.

“Em dezembro, vamos lançar dois avisos com 55 milhões de euros para os jovens agricultores”, adiantou Maria do Céu Antunes, em resposta aos deputados, na comissão parlamentar de Agricultura e Mar.

A ministra referiu ainda que um dos avisos vai abranger todo o território e outro as zonas mais vulneráveis, não tendo revelado mais detalhes.

Na mesma audição, a titular da pasta da Agricultura disse ainda que vai ser lançado um concurso de cinco milhões de euros, para ser utilizado em dois anos, destinado a fomentar os circuitos curtos.

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Criação de empresas sobe 8% para 34.466 empresas até outubro

  • Lusa
  • 9 Novembro 2021

Criação de empresas em Portugal aumentou 8,2% até outubro face ao ano anterior, com 34.466 novas empresas, mas está 18,4% abaixo de 2019. Só no setor das TIC foram criadas mais de duas mil empresas.

A criação de empresas em Portugal aumentou 8,2% até outubro face ao ano anterior, com 34.466 novas empresas, mas está 18,4% abaixo de 2019, antes do impacto da pandemia, segundo o Barómetro da Informa D&B.

No setor das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), até 31 de outubro, foram criadas 2.131 novas empresas, aumentando 1,1% face a 2019 e 22% face a 2020, entre as quais a maioria (1.642) no subsetor Informática.

Em termos geográficos, o barómetro regista os maiores crescimentos em número absoluto de constituições das TIC nos distritos do Porto, Setúbal, Funchal e Coimbra.

Até final de outubro, além das TIC, apenas o setor das atividades imobiliárias registou crescimento face a 2019 e 2020.

Os setores que, segundo o barómetro, estão mais distantes de recuperar a atividade de 2019, último ano antes da pandemia da Covid-19, são os transportes (queda de 58%), o alojamento e restauração (-29%) e serviços gerais (-29%).

O barómetro regista também uma descida nos encerramentos e insolvências, entre janeiro e outubro, assinalando continuarem com valores inferiores a 2019, “muito provavelmente devido às medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas”, lembra a Informa D&B.

Este Barómetro – que não analisa os processos de insolvência de empresários em nome individual, de profissionais liberais, ou de particulares – registou este ano o encerramento de 9.859 empresas, menos 6,4% do que no período homólogo anterior e menos 22,3% do que em 2019, concluindo que todos os setores de atividade registaram níveis inferiores a 2019, exceto o setor dos transportes que manteve o nível de encerramentos.

Até 31 de outubro, 1.678 empresas iniciaram um processo de insolvência, segundo o barómetro, uma descida de 13,9% face a 2020 (menos 272 processos) e de 9,8% face a 2019 (menos 183 processos).

A Informa D&B assinala que a “esmagadora maioria” dos setores de atividade se encontra em níveis inferiores a 2019, com a exceção do alojamento e restauração (mais 79 processos).

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