Ordem apela à Entidade Reguladora da Saúde que se pronuncie sobre tabela da ADSE

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

A Ordem dos Médicos diz estar preocupada com o impacto negativo da nova tabela no acesso a cuidados de saúde por parte dos beneficiários da ADSE.

A Ordem dos Médicos apelou esta quarta-feira à Entidade Reguladora da Saúde para que analise e se pronuncie sobre a nova tabela de preços da ADSE tendo em vista o fomento da transparência e equidade do setor da saúde. Em comunicado, a Ordem dos Médicos (OM) diz estar preocupada com o impacto negativo da nova tabela no acesso a cuidados de saúde por parte dos beneficiários da ADSE e também na qualidade dos mesmos.

“Apesar de a Ordem dos Médicos estar legalmente impedida de intervir nas regulações económicas dos médicos, não pode deixar de salientar que a nova tabela da ADSE poderá implicar desvalorizações dos atos médicos para níveis muito preocupantes”, é referido.

De acordo com a OM, no caso das cirurgias, de dispositivos médicos e de medicamentos, por exemplo, há valores fechados com quebras de 18% e que não podem ser ajustados em função do que o doente efetivamente necessita, o que pode representar uma barreira no acesso à inovação. “Este subfinanciamento terá, inevitavelmente, um impacto na qualidade”, sublinha a OM.

A Ordem dos Médicos salienta que o “ato médico implica um conhecimento especializado e diferenciado, e um desenvolvimento profissional contínuo que fica, assim, desvalorizado, temendo-se que muitos dos médicos mais qualificados optem por deixar de trabalhar no âmbito da prestação de serviços aos beneficiários da ADSE”.

Para a OM, esta é uma “situação que inevitavelmente se repercutirá na qualidade dos cuidados de saúde e afastará os doentes do acompanhamento pelo seu médico habitual, visto que o regime de reembolso também deixa de estar previsto”. A OM considera igualmente que “serão colocadas dificuldades éticas nas decisões, nomeadamente ao nível da escolha de dispositivos e materiais a utilizar por parte das unidades de saúde, que poderão passar a ter de optar apenas pelas soluções mais baratas em detrimento da qualidade”.

Por isso, a OM apela à Entidade Reguladora da Saúde para que, em cooperação com a Autoridade da Concorrência, analise e se pronuncie sobre a tabela, tendo em vista o fomento da transparência, da eficiência e da equidade do setor da saúde, bem como a defesa da legislação, do interesse público e dos interesses dos doentes.

A OM diz ainda que “ficará atenta ao evoluir da situação e não hesitará, no âmbito das suas competências, em tomar as medidas que forem necessárias para proteger a qualidade da medicina e os doentes”. As novas tabelas de preços do regime convencionado da ADSE, que definem o preço a pagar pelo subsistema de saúde e beneficiários aos prestadores com acordo, foram publicadas na terça-feira e entram hoje em vigor.

Com as novas tabelas, o preço das consultas a cargo do beneficiário aumenta dos atuais 3,99 euros para 5 euros, enquanto o valor comparticipado pela ADSE sobe de 14,47 euros para 20, mas, refere a ADSE numa nota publicada no seu ‘site’, há situações em que sucede o inverso, ou seja, em que os novos preços se traduzem numa diminuição do valor pago pelo beneficiário.

Entre as regras específicas, as tabelas referem que as consultas acima dos limites anuais na tabela Consultas Médicas são objeto de autorização prévia ou que a ADSE apenas financia uma consulta médica de Clínica Geral ou da mesma especialidade por dia, independentemente de a mesma ter sido realizada em regime livre ou regime convencionado.

Além disso, sempre que se verifique a realização de um número significativo de consultas médicas, num determinado período, a ADSE poderá exigir a emissão de um relatório médico a justificar a sua necessidade.

Além desta atualização de preços – com a qual se pretende reforçar a rede convencionada evitando o recurso ao regime livre – a revisão das tabelas inclui novos atos médicos e suprime outros que estavam desatualizados e impõe tetos máximos para milhares de procedimentos cirúrgicos, medicamentos hospitalares e próteses. O objetivo destes tetos máximos é evitar “surpresas” na faturação, como tem referido a ADSE.

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Governo tem de acomodar mais dois mil milhões no OE2022

  • ECO
  • 1 Setembro 2021

No Quadro de Políticas Invariantes entregue à Assembleia da República, Governo identifica despesas e poupanças adicionais para o próximo Orçamento do Estado face a 2021.

O Governo terá de acomodar custos adicionais de 2.053,8 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2022, mesmo que não adote quaisquer novas medidas, avança o Jornal de Negócios (acesso pago), esta quarta-feira, citando o Quadro de Políticas Invariantes enviado à Assembleia da República. Este valor é o impacto adicional previsto para o próximo ano das medidas assumidas no passado.

Segundo lembra o jornal, no arranque do processo orçamental, o Governo tem de calcular, todos os anos, quais as despesas e as receitas adicionais face a 2021 decorrentes de medidas de política já em vigor. É uma espécie de herança das decisões passadas. Estas contas são, depois, um ponto de partida para as decisões que vierem a ser tomadas para o ano seguinte.

Para 2022, o Executivo de António Costa identifica 2.425 milhões de euros de gastos adicionais e apenas conta com 371,2 milhões de euros para os compensar. Do lado das despesas, destaque para os gastos com pessoal decorrente das contratações em curso e das progressões, bem como para a atualização automáticas das pensões. Já do lado das receitas, está, por exemplo, o encaixe adicional de IRS decorrente do aumento do número de funcionários públicos.

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HBO Max chega a Portugal em 2022

Serviço de streaming chega a Portugal e a outros países da Europa Central e de Leste no próximo ano. Em Espanha estará disponível já este outono.

A HBO Max, plataforma de streaming da WarnerMedia, vai chegar a Portugal em 2022, ao mesmo tempo que outros países da Europa Central e de Leste. O lançamento vai acontecer depois de o serviço arrancar em Espanha e nos países nórdicos neste outono, de acordo com a Variety (acesso livre, conteúdo em inglês).

“A Europa é uma grande prioridade para nós”, indicou Priya Dogra, presidente da WarnerMedia Europe, Médio Oriente, África e Ásia (exceto China), num fórum. Depois de já ter feito sucesso nos EUA e na América Latina, onde vê “crescimento”, a empresa faz mira à Europa, que diz ser “um mercado complicado, mas empolgante”.

O plano da HBO é “oferecer aos consumidores um preço muito competitivo e uma forma muito flexível de aceder aos produtos“, tanto de forma direta como através de parceiros de distribuição já “bem estabelecidos nas regiões”, acrescentou Christina Sulebakk, gerente geral da HBO Max EMEA, no mesmo local.

A plataforma deverá incluir todo o portefólio da WarnerMedia, incluindo a HBO, Max originais, DC, Warner Bros. e a Cartoon Network. A responsável adiantou também que a empresa procura conteúdos locais, que serão priorizados.

Em dezembro do ano passado, durante a Web Summit, Andy Forssell, líder da HBO Max Global, anunciou que as plataformas de streaming HBO na Europa iriam começar a evoluir para HBO Max a partir da segunda metade de 2021. Será o caso da HBO Portugal.

No mercado nacional, a empresa entrou com o serviço de streaming HBO Go em fevereiro de 2019, serviço que estava igualmente disponível nas boxes da Vodafone.

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Preço da eletricidade bate novo recorde acima dos 140 euros por MWh

Depois de oito recordes batidos em agosto, o mês de setembro começa assim com dois novo máximos históricos do preço da enegria elétrica comercializada no MIbel.

O salto é de gigante: o preço da eletricidade no mercado grossista ibérico (Mibel) disparou e vai atingir, esta quinta-feira, 2 de setembro, um novo pico histórico de 140,23€/MWh (máximo de 148€/MWh e mínimo de 137€/MWh), de acordo com o Omie, operador de mercado elétrico para a gestão do mercado diário e intradiário de eletricidade na Península Ibérica.

Será o quarto recorde consecutivo em quatro dias. Isto depois dos 124,45€/MWh registados na segunda-feira, dos 130,53€/MWh de terça-feira e do anterior novo máximo de 132,47€/MWh esta quarta-feira.

O mês de agosto teve assim oito recordes (cinco deles em dias consecutivos, entre os dias 9 e 13), o que fez com que o mês fechasse com um um preço médio de 105,99 euros/MWh em Portugal, ligeiramente acima do que no mercado espanhol (105,94€/MWh).

Em termos anuais, mostra o Data Hub da REN que o preço médio no Mibel para 2021 está já acima dos 69 euros por MWh.

Governo quer inibir aumento das contas da luz

Para já, este é o cenário — nada animador — nos mercados grossistas, mas mantêm-se a dúvida sobre quais serão as consequências desta alta e preços sem precedentes no Mibel. Em Espanha o impacto já é visível, com a taxa de inflação a subir para os 3,3% em agosto, o valor mais elevado registado desde 2012. A ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, foi ao Parlamento avisar que a fatura da eletricidade pode disparar 25% este ano: dos 512 euros em 2020 para 644 euros em 2021, em termos médios anuais.

Por cá, o Governo “está atento”, sem alarmismos, mas descarta aumentos e fala em “medidas em benefício dos consumidores” —, com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, a sublinhar que dispõe de “muitas almofadas” para “inibir o aumento do preço da eletricidade aos consumidores” em 2022 ou, até mesmo, “reduzir” esse preço.

Disse ainda que o Governo tem “uma vontade muito grande, sem qualquer promessa, de fazer com que a eletricidade não aumente”, mas lembrou que o aumento dos custos de produção de eletricidade (por causa dos preços do gás natural e das licenças de emissões de CO2 em alta) “é um fator que inibe a possibilidade de podermos reduzir” tarifas.

Deco diz que “almofadas” políticas não vão travar preços

A defesa do consumidor alertou ao ECO/Capital Verde que alguns comercializadores de menor dimensão que operam no mercado livre já se viram forçados a atualizar os seus tarifários por causa da alta de preços no Mibel. A tendência pode alargar-se a todo o mercado, por isso a Deco Proteste pede uma descida do IVA da luz para uma taxa mínima de 6% em toda a fatura de eletricidade.

Do lado das grandes elétricas, como a EDP, Endesa e Galp, fica a promessa que não vão mexer nos tarifários este ano, estando a aguardar a proposta tarifária da ERSE para 2022.

Diz a Deco que o Governo pode intervir já em algumas componentes da tarifa que dependem da decisão politica, e isso pode refletir-se na proposta tarifária. “Mas esta atuação será escassa para contrabalançar o quase triplicar do preço no mercado grossista”, atesta, em declarações ao ECO/Capital Verde.

“Perante a dimensão do aumento do preço da eletricidade, não é razoável assumir que o preço atual final se mantenha, pelo que no imediato será de todo desejável uma intervenção a nível fiscal, nomeadamente sobre a taxa de IVA”, diz a defesa do consumidor.

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Gustavo Barreto passa a Chief Commercial Officer do grupo Ageas Portugal

  • ECO Seguros
  • 1 Setembro 2021

O até agora diretor de Distribuição e Marketing da Ageas Seguros vai também integrar Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal.

Gustavo Barreto quer incrementar ainda mais o investimento em tecnologias emergentes para “ampliar a capacidade de angariação e de retenção de Clientes”.

Gustavo Barreto assumiu o cargo de Chief Commercial Officer da Ageas Portugal, ao mesmo tempo que vai integrar a comissão executiva das sociedades que compõem o Grupo Ageas Portugal: Ageas Portugal Holdings, Ageas Seguros, Ageas Vida, Ocidental Seguros e Médis.

O anterior Diretor de Distribuição e Marketing da Ageas Seguros já desempenhou diferentes funções ao longo dos 29 anos de carreira, desde Estratégia e Inovação, Business Intelligence e Marketing e Distribuição, em diversos canais de venda (Mediadores, Corretores, Banca, Parcerias, Affinities), e em várias marcas (Império Bonança, Médis, Ocidental e Ageas Seguros).

Assumiu ainda funções internacionalmente, como Business Analyst na Eureko, bv na Holanda, e entre 2012 e 2014, enquanto Diretor Regional de Marketing e Oferta, na Ageas Continental Europe, na Bélgica.

Este ano “vai exigir de nós uma forte capacidade de implementação, de agilidade e de eficiência, num momento em que caminhamos para um modelo híbrido phygital, isto é, baseado numa rede de distribuição de serviços física e digital”, refere Gustavo Barreto que considera fundamental “incrementar ainda mais o investimento em tecnologias emergentes, para ampliar a capacidade de angariação e de retenção de Clientes”, conclui.

Gustavo Barreto é formado em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, complementado pelo Programa Avançado de Gestão, pela Insead, em Fontainebleau.

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Bruxelas aprova ajuda de Estado de 10 milhões para agricultores açorianos

  • Lusa
  • 1 Setembro 2021

Bruxelas deu aval a um auxílio estatal de 10 milhões de euros para agricultores ativos nos Açores. Em causa estão subvenções diretas que não podem exceder os 225.000 euros por beneficiário.

A Comissão Europeia deu esta quarta-feira aval a um auxílio estatal de 10 milhões de euros para agricultores ativos na Região Autónoma dos Açores no âmbito da pandemia de Covid-19.

O regime de apoio aos agricultores foi aprovado, segundo um comunicado do executivo comunitário, ao abrigo do Quadro Temporário de Auxílios Estatais.

A ajuda de Estado em causa assumirá a forma de subvenções diretas que visam atenuar a falta de liquidez que os beneficiários enfrentam, e abordar parte das perdas sofridas devido ao surto do coronavírus SARS-CoV-2 e às medidas restritivas postas em prática para limitar a sua propagação.

O auxílio estatal em causa cumpre as regras estipuladas pela Comissão Europeia: não excederá 225.000 euros por beneficiário e será concedida o mais tardar até 31 de dezembro.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.507.823 mortes em todo o mundo, entre mais de 216,98 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.743 pessoas e foram contabilizados 1.037.927 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

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OIT apela a que medidas extraordinárias de proteção social sejam mantidas até recuperação estar em “etapa avançada”

Crise pôs a nu lacunas nos sistemas de proteção social, às quais os Governos deram uma resposta "sem paralelo". Medidas extraordinárias são para manter até recuperação estar avançada, recomenda OIT.

As medidas extraordinárias de proteção social criadas em resposta à pandemia de coronavírus deverão ser mantidas até que a “crise diminua” e a recuperação esteja numa “etapa avançada”, defende a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Num relatório publicado esta quarta-feira, a agência das Nações Unidas liderada por Guy Ryder sublinha que a Covid-19 expôs lacunas e fragilidades não só na cobertura, mas também na abrangência e adequação da proteção social “em todos os países”.

“As medidas de proteção social no âmbito da Covid-19 devem ser mantidas até que a crise diminua e a recuperação esteja numa etapa avançada. Tal exigirá um investimento contínuo em sistemas de proteção social para manter o nível de vida, assegurar o acesso equitativo às vacinas e aos cuidados de saúde e evitar uma maior contração económica“, sublinha a OIT, no “Relatório Mundial sobre Proteção Social 2020–22”.

Segundo a organização, a crise pandémica expôs “desigualdades profundas e lacunas significativas” na cobertura, abrangência e adequação dos sistemas de proteção social em todos os países, mas os Governos avançaram com uma “ação política sem precedentes“, isto é, com respostas para proteger a saúde, o emprego e os rendimentos dos cidadãos, bem como para assegurar a estabilidade social. “Sempre que necessário, os Governos estenderam a cobertura a grupos até então desprotegidos, aumentaram os níveis das prestações ou instauraram novas prestações, adaptaram mecanismos administrativos e de execução e mobilizaram recursos financeiros adicionais”, detalha a agência das Nações Unidas. São essas medidas e esforços extraordinários que deverão ser mantidos até que a recuperação esteja avançada, sendo que, atualmente, esse processo de retoma socioeconómica é “incerto”.

Por outro lado, a OIT reconhece que os países estão hoje numa “encruzilhada face à trajetória dos seus sistemas de proteção social“, já que muitos enfrentam constrangimentos orçamentais significativos. Daí que, depois do período mais grave da pandemia, a escolha agora seja entre uma estratégia de “soluções mais ambiciosas” quanto ao investimento na proteção social — caminho defendido pela OIT — ou de “soluções menos ambiciosas”, mais minimalistas e “sucumbindo às pressões orçamentais e políticas” — caminho que a organização vê como uma oportunidade perdida de reconfigurar as sociedades para um futuro melhor.

Assim, a agência liderada por Guy Ryder apela a que se evite a “tentação de reverter” o reforço feito durante a pandemia para pagar agora as “massivas despesas públicas exigidas pela Covid-19”, frisando que as crises anteriores mostraram que a austeridade “deixa profundas cicatrizes sociais”.

Em alternativa, é sugerido no relatório: “Lutar por uma recuperação rica em termos de empregos, centrada nas pessoas, alinhada com os objetivos de saúde, sociais, ambientais e em matéria de alterações climáticas pode contribuir para a segurança de rendimento, a criação de emprego e os objetivos de coesão social, expandir a base tributável e ajudar a financiar a proteção social universal”.

A OIT remata defendendo que é preciso estabelecer uma proteção social universal que realize o direito humano à segurança social. Tal é a “pedra angular de uma abordagem centrada nas pessoas para obter justiça social” e contribui para prevenir a pobreza, conter as desigualdades, reforçar a produtividade, promover a dignidade e dar “um novo impulso ao contrato social”.

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Indico colidera ronda de 2,2 milhões para lançar plataforma de NFTs de luxo

A Exclusible quer ser a plataforma de referência para o luxo digital, à semelhança de marketplaces de luxo como a Farfetch, atraindo entusiastas de NFTs e consumidores de luxo tradicionais.

A Indico Capital Partners, a White Star Capital e a Tioga Capital colideraram uma ronda de financiamento seed de 2,2 milhões de euros para o lançamento da Exclusible, plataforma de ativos digitais, que vai permitir às marcas de luxo publicar e vender NFTs (tokens não fungíveis) exclusivos e personalizáveis. O campeão de Fórmula E, António Félix da Costa, e o piloto Mitch Evans, através da APEX Capital, também participaram nesta ronda de financiamento.

A Exclusible ambiciona tornar-se a plataforma de referência para o luxo digital, à semelhança de marketplaces de luxo como a Farfetch ou Net-a-porter, atraindo entusiastas de NFTs e consumidores de luxo tradicionais, permitindo que transacionem em criptomoeda ou outros meios de pagamento tradicionais, como cartões de crédito.

Temos a convicção de que irá acontecer uma migração progressiva da nossa vida social e digital para metaversos (universos virtuais), e que as marcas tradicionais vão querer estar presentes neste espaço. Isto será decisivo para a indústria de luxo, dada a importância do valor das suas marcas e a necessidade de estarem presentes onde estão os consumidores”, disse Thibault Launay, cofundador, CEO da empresa fundada em Portugal e um experiente colecionador de NFTs global, baseado em Cascais, citado em nota de imprensa.

Temos a missão de ajudar as marcas a transitar para o metaverso, ao mesmo tempo que oferecemos aos colecionadores um mercado de referência para comprar, trocar e exibir NFTs emitidos pelas marcas de luxo”, disse ainda Romain Girbal, co-fundador, na mesma nota.

Os NFTs (tokens não fungíveis) são um meio de registo na blockchain que certifica que um ativo digital é único, podendo ser usados para certificar a autenticidade de ativos digitais como fotos, vídeos ou áudio, e, posteriormente, exibidos na galeria digital do comprador (incluindo em plataformas de realidade virtual ou aumentada), partilhado nas redes sociais ou vendido no mercado secundário.

Os NFTs têm registado uma forte procura, com “vendas superiores a 1,2 mil milhões de dólares em julho — o equivalente a quase metade do volume de vendas observado durante o primeiro semestre de 2021”, informa nota de imprensa.

“Estamos muito satisfeitos por estar a contribuir desde o início para a visão inicial da Exclusible e de apoiar a sua missão de se tornar no mercado global de NFTs de luxo de referência. As marcas de luxo contêm ativos digitais de grande valor onde a exclusividade da propriedade é altamente valorizada pelos consumidores dessas marcas. A Exclusible junta de forma natural esses ativos com fãs e colecionadores”, justifica Stephan Morais, presidente da Indico Capital Partners, citado em nota de imprensa.

Plataforma premium para ativos digitais colecionáveis no setor de luxo, com a Exclusible, “os colecionadores podem obter acesso a NFTs de edição limitada, bem como experiências emitidas pelas marcas de luxo mais desejadas do mundo” em quatro verticais (supercarros, relógios, moda e joalharia).

Os utilizadores serão “incentivados a partilhar os seus NFTs e a construir uma comunidade interativa com elementos sociais e de gamificação em torno das marcas”. A plataforma já tem “cartas de intenção assinadas com designers globais de referência e está em negociações com diversas marcas de luxo em todo o mundo.”

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A Gestão de Risco Empresarial

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 1 Setembro 2021

Empreender é aceitar riscos, no entanto, é necessário ser consciente e não aceitar o intolerável, explica Sebastião Correia Barros, assessor da administração da Amplitude Seguros.

O risco é como um condimento, tanto pode transformar um alimento num prato apetitoso, como o pode tornar amargo ou indigesto. Empreender é aceitar riscos, no entanto, é necessário ser consciente e não aceitar o intolerável.

Existem noções diversas de risco, sendo que a Gestão de Risco Empresarial considera risco qualquer evento que possa afetar negativamente a realização dos objetivos da empresa.

A metodologia da Gestão de Risco Empresarial utiliza quatro fases sucessivas: a identificação dos riscos; a sua análise e avaliação; o controlo ou redução e finalmente a transferência.

Ao identificar risco, encontramos acidentes com pessoas; cataclismos da natureza; incêndio; queda de estruturas; avaria de máquinas; danos causados a terceiros; defeito em produtos depois de vendidos; ataques cibernéticos; perda de fornecedores ou de clientes; deterioração do relacionamento com financiadores ou franchisadores; danos ao ambiente e muitos outros.

O estudo dos incidentes permite a identificação dos riscos que lhes deram origem e a sua análise, redução ou contenção de modo a que ocorra o menor número de acidentes possível e com a menor gravidade. A regra prática é a de que por cada vinte e cinco incidentes há um acidente.

Na análise e avaliação de cada risco estudamos a frequência e a gravidade e o seu possível impacto no património ou imagem da empresa.

"Para cada risco há um método próprio de contenção, sendo exemplos a construção antissísmica que permite reduzir o impacto do sismo e a divisão de uma unidade industrial em vários compartimentos separados por estruturas corta-fogo que permite reduzir a perda máxima possível nessa unidade.”

Sebastião Correia Barros

Assessor da administração da Amplitude Seguros

Um exemplo de dano à imagem da empresa é a ocorrência de um acidente mortal, que poderia ter sido facilmente evitado. Outro exemplo é o afundamento propositado de uma grande plataforma marítima como ocorreu há anos. O público reagiu com um grande boicote na compra dos produtos dessa empresa e os prejuízos foram tais que a obrigaram a vender várias operações, nomeadamente a da Península Ibérica.

O controlo ou redução do risco tenta minimizar ou, se possível, anular o mesmo.

Os Planos de Emergência e Planos de Contingência, são elementos muito valiosos na contenção e redução do risco. O primeiro organiza e rentabiliza os recursos existentes, o segundo permite que a empresa retome a sua atividade normal no menor espaço de tempo e que o dano à sua imagem seja o menor possível.

Para cada risco há um método próprio de contenção, sendo exemplos a construção antissísmica que permite reduzir o impacto do sismo e a divisão de uma unidade industrial em vários compartimentos separados por estruturas corta-fogo que permite reduzir a perda máxima possível nessa unidade.

Depois de identificar, avaliar e conter ou reduzir os riscos, a empresa pode reter ou transferir a parte que não conseguiu anular. A retenção pode ser efetuada através de franquias aplicadas a contratos de seguro ou, caso a empresa tenha capacidade financeira para absorver o risco, pela não colocação do seguro para determinados riscos. Por exemplo, uma frota automóvel de muito grande dimensão não justifica a colocação do seguro da cobertura de danos próprios ou apenas a justifica se houver uma minoria de veículos com valor muito mais elevado que os restantes. Nesse caso apenas se coloca a cobertura de danos próprios para as viaturas de valor muito elevado.

Se a empresa tiver uma dimensão e dispersão de risco considerável, pode assumir uma parte significativa do risco através de uma seguradora cativa.

Não podemos esquecer que as seguradoras são também empresas, pelo que o seu objetivo é obter lucro com a aceitação de riscos. Daí que todo o risco que a empresa possa aceitar, sem pôr em causa o seu equilíbrio financeiro, representa um lucro.

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OMS está a vigiar a Mu, a nova variante da Covid-19

  • Carolina Bento
  • 1 Setembro 2021

A nova variante em vigilância pode pôr em risco a imunidade oferecida pelas vacinas, diz a OMS, mas ainda se tem de fazer mais estudos para comprovar essa hipótese.

A Mu, a nova variante da Covid-19, foi considerada esta semana uma “variante de interesse” pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que está a vigiar o seu desenvolvimento, avança o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

“A epidemiologia da variante Mu na América do Sul, particularmente com a co-circulação da variante Delta, será monitorizada para alterações”, refere a OMS no relatório semanal sobre a situação epidemiológica mundial, acerca do novo coronavírus, elaborada pela organização e disponível no website oficial.

Desde que foi identificada em janeiro, na Colômbia, “existiram casos esporádicos da variante Mu e alguns surtos maiores em outros países da América do Sul e na Europa”, refere a OMS. “Ainda que a prevalência global de casos provocados pela variante tenha diminuído e se encontre abaixo dos 0.1%, a sua presença na Colômbia (39%) e no Equador (13%) tem aumentado consistentemente”, avisa a organização.

Cientificamente designada B.1.621, a variante pode mostrar resistência à imunidade das vacinas, mas são precisos ainda mais testes para comprovar essa hipótese. “A variante Mu tem uma série de mutações com possibilidade de resistência à imunidade”, alerta a OMS, citada pela agência de notícias AFP.

Deste modo, a OMS continua a monitorizar cinco variantes: a Delta, responsável por 100% dos casos de infeção em Portugal; a Beta, também com mutações que apresentam resistência às vacinas; a Alpha, registada pela primeira vez no Reino Unido; a Gamma, presente em 91 países; e, agora, a Mu.

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Serviços públicos sem marcação prévia arrancam hoje

  • Lusa e ECO
  • 1 Setembro 2021

A partir desta quarta-feira, os serviços públicos, como as Lojas do Cidadão, passam a funcionar sem marcação prévia. Medida faz parte da segunda fase do plano de desconfinamento.

Os serviços públicos, como as Lojas do Cidadão, passam a funcionar sem marcação prévia a partir desta quarta-feira. Esta é uma medida que consta da segunda fase do plano de desconfinamento do Governo, no âmbito da pandemia, aprovado em Conselho de Ministros.

A partir de hoje já pode ir aos serviços públicos sem necessidade de marcar antecipadamente. Com o evoluir da situação pandémica no país, o Governo deu mais um passo e, no sentido de facilitar a vida das pessoas, voltou a abrir as portas dos serviços públicos, num regresso à normalidade.

A medida foi anunciada a 20 de agosto pela ministra do Estado e da Presidência que, em conferência de imprensa após Conselho de Ministros, referiu: “Os serviços públicos, no caso das lojas do cidadão onde ainda só funcionavam a partir de marcação prévia, a partir de dia 1 de setembro, e nos termos já anunciados nesta semana, passam a funcionar sem marcação prévia“.

Contudo, apesar de ser uma medida positiva para os cidadãos, não é assim tão bem aceite pela Função Pública, uma vez que há “falta de pessoal para atender os cidadãos agendados e os que surgirão ao balcão, ao mesmo tempo”, como disse a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), em declarações ao Jornal de Notícias.

Este passo acontece mais cedo do que o previsto, uma vez que estava inicialmente estimado acontecer apenas dia 5 de setembro. Faz parte da segunda fase do desconfinamento, por se ter atingido os 70% da população vacinada contra a covid-19 no dia 18 de agosto.

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Dívida pública cai para 274,6 mil milhões em julho

A descida da dívida pública em julho "refletiu, essencialmente, amortizações de títulos de dívida", explica o Banco de Portugal.

A dívida pública, na ótica de Maastricht (a que interessa a Bruxelas), caiu 2,9 mil milhões de euros em julho para os 274,6 mil milhões de euros, depois de ter atingido um novo máximo no mês anterior, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). “Esta descida refletiu, essencialmente, amortizações de títulos de dívida”, explica a instituição liderada por Mário Centeno.

Já os depósitos das administrações públicas recuaram 1,6 mil milhões de euros no sétimo mês do ano. Retirando estes depósitos, a dívida pública diminuiu 1,3 mil milhões de euros, para 254,7 mil milhões de euros, sinaliza o BdP.

De recordar que em meados do mês de julho, Portugal foi ao mercado recomprar obrigações do Tesouro, dessa vez títulos emitidos em dólares. O IGCP amortizou antecipadamente 1,12 mil milhões de dólares emitidos originalmente em 2014.

“Portugal veio ao mercado comprar 1.124 milhões de dólares da obrigação com cupão de 5,125%, com maturidade em 2024 e que fica agora com um montante disponível de 3.376 milhões de dólares”, apontou na altura Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

Com a redução verificada em julho, a dívida pública voltou assim a ficar abaixo dos 275 mil milhões de euros. De sublinhar que, apesar de o valor atingido em junho ser o mais elevado de sempre, o rácio terminou o segundo trimestre nos 132,8% do PIB, menos do que os 137,2% do PIB no primeiro trimestre.

(Notícia atualizada às 11h25)

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