Recuperação económica tem de ser feita “com os olhos postos no futuro”, diz António Costa

  • Lusa
  • 25 Julho 2021

“Se queremos manter entre nós as novas gerações, temos de assegurar condições para que as novas gerações possam ter autonomia de vida e viverem entre nós", disse António Costa.

O líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, salientou este domingo que a recuperação económica do país “tem que ser feita com os olhos postos no futuro”, considerando essencial assegurar condições às novas gerações para se autonomizarem.

“A recuperação económica tem de ser feita com os olhos postos no futuro e, por isso, os dois grandes motores dessa recuperação são enfrentar dois grandes desafios que temos pela frente — a transição climática e a transição digital –”, afirmou o secretário-geral do PS, que discursava em Coimbra, nos claustros do Convento de São Francisco, durante a apresentação do candidato socialista à Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado.

Durante o discurso, António Costa destacou o “ambicioso programa” para assegurar habitação condigna aos “milhares de famílias” que não o têm, assim como “habitação a custos acessíveis às classes médias, em particular às novas gerações, e aos estudantes que se têm que deslocar para fazerem os seus estudos universitários”.

O investimento previsto de 2.750 milhões de euros previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) permitem não apenas “contribuir para a reanimação imediata da economia”, mas também “resolver um problema estrutural do país”, notou.

“Se queremos manter entre nós as novas gerações, nós temos de assegurar condições para que as novas gerações possam ter autonomia de vida e viverem entre nós. Se queremos enfrentar o desafio demográfico, nós temos de criar condições para as novas gerações se autonomizarem e poderem construir a família que desejem construir”, frisou.

António Costa apontou também para os investimentos para melhorar a eficiência energética dos edifícios e a mobilidade, recordando que no caso da região de Coimbra já foi assegurada a verba necessária no próximo quadro comunitário para a aquisição de material circulante para que o Sistema de Mobilidade do Mondego “seja mesmo uma realidade”.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS recordou ainda a importância da reindustrialização no contexto da recuperação da crise provocada pela pandemia, apontando para o exemplo do Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, e destacou também o papel que as autarquias terão nos mais variados investimentos previstos no PRR.

Durante o fim de semana, António Costa tem marcado presença na apresentação de vários candidatos autárquicos na região Centro.

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Monchique ainda aguarda reparação dos danos do incêndio de 2018

  • Lusa
  • 25 Julho 2021

Passados quase três anos há quem ainda aguarde por uma solução para a sua casa e há quem tenha perdido a esperança de reabilitar o seu património.

Em Monchique, ainda se aguarda a reparação de grande parte dos danos do incêndio de 2018, que durante uma semana consumiu mais de 27 mil hectares de floresta e terrenos agrícolas e destruiu dezenas de habitações.

Passados quase três anos há quem ainda aguarde por uma solução para a sua casa, há quem já tenha conseguido uma nova habitação e há quem tenha perdido a esperança de reabilitar o seu património.

Alferce é uma das freguesias onde é fácil encontrar vestígios do incêndio, com muitas árvores queimadas e algumas casas destruídas pelo fogo ainda bem visíveis, como a que José António tinha arrendada.

“Estavam ali pessoas a viver, ardeu e tiveram de sair, porque a casa ficou como está agora. Com o problema da falta de dinheiro não a vou poder reconstruir tão cedo”, lamenta já que, como se trata de uma segunda habitação, ficou fora dos apoios garantidos pelo Governo.

Também a propriedade onde cultivava citrinos biológicos que exportava para a Alemanha foi afetada, tendo submetido um projeto para apoios, que foi aprovado, mas a necessidade de se endividar fê-lo desistir da ideia.

“Tinha que pagar tudo à cabeça e depois receber a apoio. Para isso tinha que recorrer a bancos e acabava por não conseguir suportar a minha parte”, sustenta, adiantando que acabou por vender o terreno estando a “tentar viver” com o dinheiro que recebeu.

Com a responsabilidade de gerir uma área de 90 hectares e pouco menos de 500 habitantes, o presidente da Junta de Alferce lamenta que, passado este tempo, ainda não tenho sido reposta a “normalidade” já que ainda haja “casas e atividade florestal e agrícola por recuperar”.

“Não fomos todos competentes para dar a resposta que era necessária”, aponta José Gonçalves.

Numa freguesia com “grande parte do território” incluído na reserva agrícola ou ecológica nacional ou na Rede Natura 2000, o autarca aponta a “dificuldade com a legislação”, a existência de “algumas ampliações” ilegais ou a “falta de capacidade das famílias” em completarem os projetos, como algumas das razões para a não recuperação das casas.

O governante queixa-se que a legislação não permite a deslocalização das habitações caso estejam num zona de “risco muito elevado ou elevado”, mesmo que se adotem medidas como “sistemas automáticos de combate a incêndios” ou outras que permitiram manter as populações nas zonas de baixa densidade. “É uma legislação que terá de ser alterada”, destaca.

A cerca de sete quilómetros percorridos em estradas estreitas e sinuosas fica a Picota, local onde vivia Roquelina Varela, com o irmão e a cunhada, mas o fogo tornou a casa inabitável e uma discordância com uma outra irmã não permitiu que fosse reabilitada.

A solução encontrada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e o município foi adquirirem uma nova, para onde se mudaram há dois anos, depois de um a residirem numa casa emprestada pela paróquia.

É na nova habitação que, anos 76 anos, revela que finalmente viram o problema “resolvido”, mas que não esquece o que aconteceu em 2018 já que ficou apenas com a roupa que “tinha vestida”.

Este é um dos quatro casos que foram resolvidos, três por compra e uma por reabilitação num processo que o presidente da Câmara aponta como “muito longo”.

Rui André explica que alguns casos “foram excluídos” por razões várias e apenas 26 foram aceites para apoio, sendo que algumas pessoas não mostraram vontade em avançar com o processo.

Nesta altura há “sete agregados em casa arrendadas”, as quatro que foram resolvidas e 12 casos que estão “em fase ou arranque de obra”.

O autarca manifesta discordância com a não inclusão das segundas habitações no apoios, defendendo que se poderia ter encontrado uma solução que permitisse abrigar os arrendatários e recuperar o património do proprietário.

Em relação à recuperação da área florestal ardida, destaca alguns projetos interessantes de “replantação e reconversão”, mas alerta que o processo para se redesenhar a paisagem está “aquém” do que esperava.

“A burocracia e o facto de o Governo não estar a abrir mais avisos para os proprietários têm levado a que esta janela de oportunidade se esteja cada vez mais a fechar e temo que ela se possa perder”, realça.

As novas regras que limitam as áreas de plantação de eucalipto podem, segundo o autarca, fazer com que algumas empresas de celulose “saiam do concelho”, deixando os terrenos nas mãos dos proprietários e “sem gestão”.

Pode haver um problema sério no futuro para Monchique, já que a atividade florestal é um importante ativo económico no concelho, gerador de emprego e de riqueza. Certamente há muita coisa a corrigir no ordenamento, mas essa mudança tem de ser feita com as pessoas”, sustenta.

Para Rui André, o futuro passa também pela elaboração de várias áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), uma delas envolve a criação de um “anel ecológico e de proteção” à volta da vila de Monchique e das Caldas, que incluí um “corredor ecológico” entre os dois núcleos para que “nunca mais” o fogo entre na vila.

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Custos da tarifa social da internet não podem ser só das operadoras, diz Mota Soares

  • ECO
  • 25 Julho 2021

Antigo líder parlamentar do CDS, elogiou Nuno Melo por ter admitido disputar a liderança do partido no próximo congresso e lamenta o facto de, neste momento, não haver uma alternativa de direita.

O secretário-geral da Apritel, Pedro Mota Soares, defende que os custos da tarifa social da internet não podem ser apenas das operadoras. Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Pedro Mota Soares não nega a importância da tarifa social da internet mas defende que deve ser feito um estudo de mercado e uma consulta pública antes de definir o valor a praticar.

O Governo anunciou um pacote de 10GB de dados e uma velocidade de download de 30 mbps por cinco euros/mês, o que representa uma redução superior a 66%, de acordo com o responsável pela Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas.

Para Pedro Mota Soares não faz sentido o regulador dizer que com a introdução do 5G os preços das comunicações vão baixar, mas não se quis pronunciar sobre os atrasos no leilão do 5G, garantindo apenas que todos os operadores em Portugal estão preparados para disponibilizar a tecnologia 5G assim que a decisão for tomada.

Do ponto de vista politico, o antigo líder parlamentar do CDS, elogiou Nuno Melo por ter admitido disputar a liderança do partido no próximo congresso em 2022, por ser uma das pessoas com capacidade para liderar o CDS e lamenta o facto de, neste momento, não haver uma alternativa de direita.

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Pareceres atribuem prejuízos da recompra de obrigações à administração que sucedeu a Salgado

  • Lusa
  • 25 Julho 2021

Dois pareceres concluem que decisão de recompra das obrigações BES foi tomada pelo conselho de administração em funções no final de julho de 2014, já depois da saída da administração de Salgado.

Dois pareceres juntos pela defesa de Ricardo Salgado no processo do Eurofin atribuem à gestão que lhe sucedeu a responsabilidade pelos prejuízos gerados pela recompra das obrigações BES e que levaram à sua condenação pelo supervisor.

Os pareceres, consultados pela Lusa, constam do processo que está em julgamento no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, para o qual o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) recorreu da coima de 4 milhões de euros que lhe foi aplicada em setembro de 2020 pelo Banco de Portugal (BdP).

Ricardo Salgado foi condenado pelo supervisor por atos dolosos de gestão ruinosa praticados em detrimento de clientes, investidores e demais credores, entre outras infrações relacionadas com a emissão e colocação de obrigações BES em clientes do banco, em que a Eurofin interveio como intermediária (market maker).

No âmbito do processo que corre no TCRS, juntamente com o processo BES Angola, a defesa de Salgado juntou dois pareceres, um, datado de maio último, dos professores de finanças empresariais Miguel Gonçalves e Vítor Massena Baptista e do market maker manager Pedro Amorim, e outro, de abril, da TPricing Consultores.

Ambos os pareceres concluem que foi a decisão de recompra das obrigações BES tomada pelo Conselho de Administração em funções no final de julho de 2014, já depois da saída da administração liderada por Ricardo Salgado (em 13 desse mês), que levou aos prejuízos e provisões imputados nas contas do primeiro semestre de 2014 (da ordem dos 1.127 milhões de euros) e que estão na base deste processo contraordenacional do BdP.

Para a TPricing, o facto de, nesse período, o BES se ter substituído ao Eurofin “levou a que as menos-valias decorrentes das recompras de obrigações, que de um ponto de vista técnico-financeiro seriam de imputar àquela entidade, fossem por si assumidas”.

Segundo a consultora, o “reembolso antecipado do capital a preços diversos do valor pelo qual o BES se financiou, não é consistente com um racional técnico-financeiro, pelo que, deste ponto de vista, essa recompra poderia ter sido evitada ou minorada”.

“Para tal, bastava ao BES continuar a adquirir aos intermediários as obrigações por estes recompradas a clientes aos preços praticados antes de julho de 2014 e não aos preços a que os intermediários recompraram essas obrigações junto dos clientes”, afirma.

O outro parecer refere o contexto em que foram emitidas as obrigações, lembrando que o período em causa, entre 2009 e 2014, abrangeu a intervenção da troika, com os juros a atingirem valores que dificultavam o acesso das empresas a financiamento a taxas atrativas no longo prazo.

Para os especialistas, perante a dificuldade dos bancos no acesso a financiamento nos mercados de dívida, o BES emitiu obrigações “para garantir a estabilidade financeira da instituição”, tendo o recurso a market makers permitido “os sucessos das emissões e da liquidez das recompras e revendas, permitindo assim o financiamento estável”.

O Eurofin realizava operações para colocação e recompra de obrigações BES junto dos clientes do banco para prazos mais curtos, facilitando assim a captação de financiamento. “No nosso entender, fica completamente de fora a tese de que o market maker obteve mais-valias financeiras fora da normalidade”, afirmam.

No processo Eurofin, que foi apenso ao do BESA, Salgado é ainda acusado de não ter respeitado as determinações do BdP que impunham a alimentação da conta escrow (conta caução ou de garantia) com recursos alheios ao Espírito Santo Finantial Group e a obrigação de eliminar a exposição não garantida da ESFG à Espírito Santo International (ESI)/Espírito Santo Resources (ESR).

Em causa está ainda a “desobediência ilegítima” à proibição do aumento de exposição direta e não coberta do BES à ESI, com as chamadas cartas de conforto passadas a dois investidores institucionais venezuelanos, no valor de 267,2 milhões de euros.

Salgado foi ainda condenado pelo supervisor por desobedecer à determinação que “impôs a proibição de comercialização, de forma direta ou indireta, de dívida de entidades do ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo (GES) junto de clientes de retalho”, bem como de financiar ou refinanciar, direta ou indiretamente, as entidades financeiras do GES que não integravam o Grupo BES e ainda por violação das regras sobre conflitos de interesses.

No julgamento, iniciado no passado dia 2 de junho e com alegações marcadas para 25 e 26 de agosto, estão em causa os recursos apresentados por Ricardo Salgado, visado no processo BESA (coima de 1,8 milhões de euros) e no Eurofin (4 milhões de euros), Amílcar Morais Pires (coima de 1,2 milhões de euros do BESA e 3,5 milhões de euros do Eurofin), José Manuel Silva (1,250 milhões de euros do Eurofin), havendo, no processo do Eurofin, ainda coimas de 4 milhões de euros ao BES (suspensas na totalidade por cinco anos) e de 1 milhão de euros à Espírito Santo Finantial Group (ESFG).

No processo do BESA, recorrem ainda Rui Silveira (coima de 400.000 euros) e Gherardo Petracchini (150.000 euros).

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Exportações de azeite sobem 5% até junho e consumo recua

  • Lusa
  • 25 Julho 2021

Exportações de azeite ultrapassaram, pela primeira vez na sua história, em 2020, a barreira das 200.000 toneladas. Os dados preliminares do primeiro semestre indicam que esse marco vai ser superado.

As exportações de azeite subiram mais de 5% para 94.161 toneladas no primeiro semestre, mas o consumo recuou, apesar de ser expectável uma manutenção dos níveis de 2020, avançou à Lusa a Casa do Azeite.

No primeiro semestre, as exportações portuguesas de azeite atingiram as 94.161 toneladas, acima das 89.323 toneladas registadas no mesmo período do ano anterior, segundo dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Eurostat, citados pela associação.

As exportações nacionais de azeite tiveram um extraordinário desempenho em 2020, tendo ultrapassado, pela primeira vez na sua história, a barreira das 200.000 toneladas. A julgar pelos dados relativos ao primeiro semestre de 2021, tudo indica que as exportações de azeite de 2021 superarão, novamente, as 200.000 toneladas”, apontou, em resposta à Lusa, a secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos.

Já o consumo, de acordo com os dados provisórios da Casa do Azeite, situou-se nas 19.202 toneladas, valor que compara com as 19.994 toneladas contabilizadas entre janeiro e junho de 2020.

Conforme notou Mariana Matos, em 2020, verificou-se um crescimento no consumo de azeite na ordem dos 10,5% face ao aumento do consumo doméstico perante as medidas de confinamento devido à pandemia de Covid-19.

No corrente ano, os números apurados pela associação indicam que o consumo “segue a mesma tendência do ano 2020″, mantendo-se quase estável. “Para além do facto de os consumidores cozinharem mais em casa, pensamos que o facto de o azeite ser reconhecidamente uma das mais saudáveis gorduras também pode contribuir para o aumento de consumo, uma vez que as pessoas demonstram um maior cuidado com a alimentação e com a utilização de produtos saudáveis, que reforcem a sua imunidade. Boas notícias para o setor”, concluiu Mariana Matos.

Com atividade desde 1976, a Casa do Azeite é uma associação patronal de direito privado, que representa a quase totalidade das associações de azeite de marca embalado em Portugal.

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Morreu Otelo Saraiva de Carvalho

  • ECO
  • 25 Julho 2021

O coronel responsável pela elaboração do plano de operações militares do 25 de Abril de 1974 morreu.

Morreu o capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho este domingo aos 84 anos, no Hospital Militar, onde estava internado, avançou a TSF em primeira mão e depois e confirmada à Lusa por Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril.

Otelo foi o responsável pelo setor operacional da Comissão Coordenadora e Executiva do Movimento dos Capitães, elaborou o plano de operações militares do 25 de Abril de 1974 e dirigiu, com outros militares, as operações a partir do posto da Pontinha, no Regimento de Engenharia n.º 1.

Considerado um dos elementos mais carismáticos do MFA, Otelo foi nomeado comandante da Região Militar de Lisboa, e Comandante do COPCON, após a revolução. Além disso, pertenceu ao Conselho dos 20 e ao Conselho da Revolução.

Quem com ele privou destaca-lhe as características de liderança, mas também o otimismo. “Um homem de coração enorme”, disse Vasco Lourenço, em declarações à RTP1, sublinhando que Portugal tem de lhe “estar grato”. “Um homem cheio de espírito de intervenção que ia atrás das suas ideias repentinas”, recordou, por seu turno, o capitão de Abril, Garcia dos Santos. “Nunca teve inimigos”, garante Paulo Moura autor da biografia de Otelo, ouvido pela SIC Notícias, dando como exemplo o general Ramalho Eanes que o mandou deter, na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro. Foi libertado três meses mais tarde. Otelo voltou a ser detido em 1985 pela liderança das FP-25 de Abril, uma organização terrorista de extrema-esquerda, que operou em Portugal entre 1980 e 1987, e à qual foi imputada a autoria de 13 mortes e de dezenas de atentados. Por isso, para muitos, “Otelo é considerado uma figura controversa”, tal como sublinhou Nuno Gonçalo Poças, que escreveu um livro sobre a amnistia do Processo FP-25 de Abril, na SIC Notícias.

É ainda cedo para a História o apreciar com a devida distância”, diz Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota na página oficial da presidência da República. “No entanto, parece inquestionável a importância capital que teve no 25 de abril, o símbolo que constituiu de uma linha político-militar durante a revolução, que fica na memória de muitos portugueses associado a lances controversos no início da nossa Democracia, e que suscitou paixões, tal como rejeições”, acrescenta o Chefe de Estado, sublinhando que está “consciente das profundas clivagens que a sua personalidade suscitou e suscita na sociedade portuguesa”.

“A capacidade estratégica e operacional de Otelo Saraiva de Carvalho e a sua dedicação e generosidade foram decisivas para o sucesso, sem derramamento de sangue, da Revolução dos Cravos”, sublinha o Executivo num comunicado enviado às redações. “Tornou-se, por isso, e a justo título, um dos seus símbolos. Neste dia de tristeza honramos a memória de Otelo, como um daqueles a que todos devemos a libertação consumada no 25 de Abril e, portanto, o que hoje somos”, acrescenta a mesma nota.

O presidente da Assembleia da República homenageou “o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”, que concretizou o sonho de todos os que “ansiavam por viver em liberdade”. “Apesar dos excessos que se possam apontar, nomeadamente no período pós 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho foi, e será sempre considerado, o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”, pode ler-se numa mensagem de pesar de Eduardo Ferro Rodrigues, a que a Lusa teve acesso. “No momento do seu desaparecimento, e pelo seu decisivo contributo, é justo render-lhe a mais sentida homenagem”, enalteceu.

“Sobre o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho deve registar-se, no essencial, o seu papel no levantamento militar do 25 de Abril. O momento do seu falecimento não é a ocasião para registar atitudes e posicionamentos que marcam o seu percurso político”, refere uma nota do gabinete de imprensa do PCP.

A capacidade estratégica e operacional de Otelo Saraiva de Carvalho e a sua dedicação e generosidade foram decisivas para o sucesso, sem derramamento de sangue, da Revolução dos Cravos.

Comunicado do Governo

Rui Rio reconheceu “o papel corajoso e decisivo” de Otelo no 25 de Abril, considerando que será a história, com isenção, que avaliará o que “fez de bom e de mau”. “O dia da morte de Otelo Saraiva de Carvalho é momento para reconhecer o seu papel corajoso e decisivo no 25 de Abril e na conquista da liberdade”, disse Rui Rio, no Twitter.

“Uma dívida de gratidão” porque é a ele que Portugal “deve a democracia e a liberdade”, sublinha a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins em declarações à Sic Notícias. “Uma figura maior do que a história”, disse ainda nas redes sociais.

“O CDS regista com tristeza” a morte de Otelo Saraiva de Carvalho, disse o vice-presidente do partido Miguel Barbosa assegurando à Lusa que o partido “não se deixa embriagar pela história”, naquele que considera ser “um dia agridoce para os portugueses”.

“Era um prático sem formação ideológica”, salientou Ana Gomes, explicando assim o seu papel nas FP-25 de Abril. “Inebriado pela dinâmica revolucionária, deixou-se instrumentalizar por outras pessoas com ideologia totalitária e anti-democrática“, disse em declarações na SIC Notícias. sublinhando que, “em política, a ideologia conta”, “as referências de ideias e objetivos, valores e princípios que orientam a ação prática”, porque “quem é um tático tanto pode trabalhar para um lado como para o outro” e “terá sido isso que explica a história de Otelo Saraiva de Carvalho”.

Para a antiga dirigente do extinto do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), movimento que exerceu atividade clandestina através das suas Brigadas Revolucionárias (no PRP-BR), Isabel do Carmo, com o desaparecimento do militar e estratego do 25 de Abril de 1974, “acaba também uma época e uma utopia”.

O desaparecimento de Otelo ganha um certo simbolismo dada a proximidade dos 50 anos do 24 de Abril, defendeu a historiadora Irene Flunser Pimentel, ouvida pela RTP3.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h43 com a reação do CDS)

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“Não se negoceia com um partido racista”, diz Jorge Moreira da Silva

  • ECO
  • 25 Julho 2021

"Estamos numa fase de passa-culpas, de quase pausa. Este deserto de ideias é confrangedor", diz Moreira da Silva, que diz não aceitar "qualquer tipo de relativismo ético e moral".

Nunca, jamais em tempo algum o PSD deve coligar-se, entender-se, dialogar, negociar com um partido que é racista, xenófobo, extremista e radical. Essa é a minha linha vermelha”. É desta forma que Jorge Moreira da Silva, antigo ministro do Ambiente e atual diretor para a Cooperação e Desenvolvimento na OCDE responde quando questionado sobre a possibilidade de diálogo com o Chega, quebrando assim o silêncio a que se tem vetado sobre o partido, em entrevista à TSF e Jornal de Notícias.

Moreira da Silva exige mesmo a Rui Rio a necessidade de clarificação sobre os entendimentos com o partido de André Ventura. “Ao não sermos claros nessa linha vermelha, estamos a permitir ao eleitorado moderado ou que não regresse ao PSD tendo votado no PS nas últimas eleições, ou até que vá para o PS. E estaríamos a dizer ao eleitorado de direita que vota no PSD que estão a perder votos se votarem no Chega. Esta clareza seria fundamental para que o eleitorado moderado considerasse que o PSD era um valor suficientemente seguro para não fazer o que o PS fez depois das eleições de 2015, que foi não dizer ao que ia e acabar coligado, na prática, com o PCP e com o Bloco de Esquerda”, diz Moreira da Silva.

Defende ainda um PSD com alternativas e sem “taticismos” e não fecha a porta a uma eventual candidatura no congresso em janeiro, admitindo que está em reflexão.

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SIGI “são muito interessantes” e “regulamentação é bastante vantajosa”, diz presidente-executivo da Ktesios

A SOCIMI espanhola Ktesios chegou agora a Portugal e não exclui a hipótese de criar uma SIGI, o regime semelhante em Portugal. "Never say never", diz Henry Gallego ao ECO.

Chegou a Portugal há dias, mas os planos são muito “ambiciosos”. O primeiro passo foi a entrada em bolsa, mas o objetivo é criar casas com rendas acessíveis “para a classe trabalhadora”, a oscilar entre os 350 e os 400 euros, revelou em entrevista ao ECO Henry Gallego, CEO da Ktesios. Mas durante o percurso em território nacional, a estratégia poderá passar pela criação de uma SIGI, veículo que o responsável diz ser “muito interessante”.

Never say never [nunca digas nunca]”, diz ao ECO Henry Gallego, quando questionado se há intenções de criar uma SIGI em Portugal.

A Ktesios é uma SOCIMI (Sociedade Anónima Cotizada de Inversión en el Mercado Inmobiliario), um veículo de investimento imobiliário com sede em Espanha, semelhante aos famosos REIT (Real Estate Investment Trust). Portugal também criou no verão de 2019 o seu próprio mecanismo: as Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI), contudo, a adesão foi baixa, contando-se apenas uma criada até ao momento.

“Na minha opinião, do ponto de vista do que fazemos, parece-nos uma regulamentação bastante avançada e vantajosa”, continua o responsável pela Ktesios, referindo que há “alguns fatores de regulação das SIGI” que são “muito positivos” e “muito interessantes”. “Vejo muito potencial”, acrescenta.

Henry Gallego prefere não se comprometer, mas saúda o Governo português pelo “grande trabalho” que fez ao idealizar este regime. “Obviamente que há sempre coisas que se podem melhorar, mas na minha opinião, está bastante bem feito”, diz. Contudo, reconhece que por ser uma lei nova, estão a ser estudados todos os detalhes, uma vez que “há questões que é preciso entender”.

Até ao momento conta-se apenas uma SIGI criada, a Ores, resultado de uma parceria entre a Sonae Sierra e o Bankinter. Contudo, também a Merlin Properties, uma SOCIMI espanhola cotada na bolsa de Lisboa demonstrou interesse em aderir a este regime.

O problema é que, para esta imobiliária, a legislação portuguesa não é vantajosa. “Gostaríamos de ser uma SIGI mas, tal como estão regulamentadas, não nos permite”, disse ao ECO Inês Arellano, responsável pelas relações com investidores da Merlin, em 2019. Recentemente, em entrevista ao ECO, o presidente-executivo da Merlin mostrou que essa convicção se mantém. “A lei necessita de ser alterada. (…) e ser mais ‘investment friendly‘”, disse Ismael Clemente.

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Nível historicamente baixo do Rio do Paraná na Argentina pressiona preços dos alimentos a nível mundial

Argentina é um dos principais exportadores mundiais de milho e de trigo, assim como o maior fornecedor mundial de soja, o principal alimento do gado.

Os navios que saem do porto de Rosario, na Argentina, têm agora de reduzir em 25% as suas cargas devido baixo nível das águas do rio Paraná, a via de eleição para escoar 80% dos produtos agrícolas para exportação. Aumenta assim a pressão sobre os preços dos alimentos.

As águas do Paraná estão no nível mais baixo dos últimos 77 anos tendo em conta o longo período de seca que se verifica no Brasil, onde o rio nasce, o que tem afetado os carregamentos da Argentina de produtos chave como a soja, trigo e milho. Para contornar esta situação, que não deverá ter solução nos próximos meses, os navios estão a reduzir as cargas no pico da campanha da soja. De acordo com a Reuters, crescem as preocupações de como a capacidade de usar esta via fluvial para exportar o trigo, no final do ano.

“Os navios estão a carregar menos 25% do que quando os níveis do rio são normais”, diz Guillermo Wade, gestor da Câmara argentina de atividades marítimas e portuárias, em entrevista à Reuters. “Se a situação não se inverter, e nada sugere que isso aconteça, perdemos 40% da capacidade de transporte normal dos navios”.

A Argentina é um dos principais exportadores mundiais de milho e de trigo, assim como o maior fornecedor mundial de soja, o principal alimento do gado e este problema com os níveis de água surge num momento de enorme pressão dos preços dos alimentos a nível internacional, com os preços da soja e milho norte-americanos a escalar devido à seca nos principais estados agrícolas dos EUA.

A severidade do problema levou mesmo as autoridades argentinas a pedir às pessoas para limitarem o consumo de água para aliviar a pressão sobre o Rio Paraná, o oitavo mais comprido do mundo. A exportação de cereais é a principal fonte de divisas estrangeiras, fundamentais para alimentar as reservas do banco central da Argentina afetadas pela fragilidade do peso e uma longa recessão.

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Acidente com hidroavião em França deixou concelhos de norte a sul de Portugal sem eletricidade

  • ECO
  • 24 Julho 2021

Existe um problema no fornecimento de eletricidade a nível europeu que está a atingir vários países, incluindo Portugal.

Vários concelhos no país ficaram sem eletricidade devido a um problema no fornecimento a nível europeu que atingiu vários países, incluindo Portugal, confirmou à Lusa fonte da EDP. Em causa está um hidroavião que provocou um incidente nas redes de muita alta tensão em França, provocando um apagão em Espanha e Portugal. O fornecimento de energia já foi entretanto restabelecido.

Em algumas localidades, as falhas são longas. Em Vila do Conde, por exemplo, nas freguesias de Vila Chã e Mindelo, as casas estiveram sem eletricidade durante mais de meia hora, avança a Renascença (acesso livre), e em Tomar a luz faltou cerca de hora e meia apurou o ECO, e em Vila Praia de Âncora, Fafe, Famalicão, Guimarães e Braga, Trofa, Caldas da Rainha, Sesimbra, Santo Tirso, Soure, Paços de Ferreira, Felgueiras, Lousada, Parede, Penafiel e em concelhos mais a sul como Setúbal, Sesimbra, Moscavide, Olivais, Sintra, Loures e Lagoa são alguns dos locais que registaram falta de eletricidade, relatam a Renascença e o Correio da Manhã (acesso livre).

“Na sequência de um problema registado hoje na rede elétrica europeia, a rede nacional foi afetada, tendo sido necessário proceder, por indicação da REN a uma interrupção de serviço nalgumas zonas específicas para garantir a estabilidade da rede”, disse fonte oficial da E- Redes, em comunicado enviado às redações. Pelas 18 horas a gestora da rede de distribuição informou “que o serviço de fornecimento de energia já foi reposto, encontrando-se a rede em regime de funcionamento normal”, segundo avançou a Lusa.

O próprio centro operacional do 112 de Lisboa foi afetado pela falha de eletricidade, mas o atendimento das chamadas foi assegurado com a entrada em funcionamento dos sistemas de redundância, segundo a PSP. O porta-voz da PSP, Nuno Carocha, disse à Lusa que a falha de eletricidade abrangeu o 112 em Lisboa, mas “de imediato” entraram em vigor os protocolos de redundância. “O atendimento de emergência foi plenamente assegurado a todo o tempo”, acrescentou.

Contactada pelo Expresso (acesso livre), a gestora da rede de distribuição, explicou que em causa está um “deslastre de frequência na rede europeia”, que consiste numa falha técnica na rede de transporte (em muito alta tensão), com impacto nas redes de média e baixa tensão.

O problema teve origem no sul França, segundo Jordi Martínez, diretor de comunicação da rede elétrica espanhola (RedElectrica), e “devido aos protocolos internacionais a rede catalã foi desligada durante alguns minutes”. Na Catalunha há 640 mil lares afetados. Mas, em Espanha as comunidades autónomas mais afetadas são Madrid, Catalunha, Andaluzia, Aragão, Navarra, País Basco, Castela e Leão, Extremadura e Múrcia.

Mas na Catalunha, o problema já foi solucionado, como explicou a Rede Elétrica, avançando as causas do problema: um hidroavião que deixou a península Ibérica desligada do resto da Europa.

Também em França, a Costa Basca está a ser afetada por cortes de energia ao longo da tarde, de acordo com relatos de meios de comunicação locais, que noticiam apagões desde Hendaye até Bayonne e afetam outras centenas de milhares de pessoas. Na região de Borgonha, cerca de 25.000 casas estão sem energia, depois de fortes tempestades que afetaram a região.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h45 com a informação do restabelecimento da eletricidade)

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Estes são os pilotos de Fórmula 1 mais bem pagos. Veja a fotogaleria

A Forbes elaborou um ranking dos pilotos de Fórmula 1 que mais dinheiro receberão este ano, onde Hamilton lidera o topo da lista, com um valor total estimado em 62 milhões de dólares.

A Forbes elaborou uma lista dos 10 pilotos de fórmula 1 mais bem pagos em 2021, num ranking onde constam, sem qualquer surpresa, as caras mais conhecidas deste desporto motorizado, como o caso de Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel.

Segundo a publicação norte-americana, a estrela da Mercedes, Lewis Hamilton, será o piloto que mais dinheiro receberá na Fórmula 1 em 2021, com um valor total estimado em 62 milhões de dólares (o que inclui salários e bónus a receber). Em segundo lugar aparece Max Verstappen, da Red bull Racing, devendo amealhar um total de 42 milhões de dólares até ao final do ano.

Por fim, no terceiro posto do pódio surge o espanhol Fernando Alonso, piloto da Alpine, que, de acordo com as estimativas da Forbes, irá auferir cerca de 25 milhões de dólares até janeiro de 2022.

De referir ainda que no top-10 estão presentes pilotos de seis equipas diferentes, são elas a Red Bull Racing, Mercedes, Aston Martin, Ferrari, Alpine e, por fim, a McLaren.

Veja todos os nomes na fotogaleria abaixo:

 

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Desenvolvimento de antivirais contra a Covid-19 ainda está em fase embrionária

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

"EMA está a avaliar os dados sobre quatro tratamentos Covid-19" em processo de avaliação, que recorrem a anticorpos projetados para se ligarem à proteína "spike" do vírus, diz Aranda da Silva.

Ao contrário das vacinas, o rápido desenvolvimento de medicamentos específicos para tratar a Covid-19 não parece tão promissor, apesar de a atenção do regulador europeu estar centrada em seis fármacos à base de antivirais e anticorpos.

A investigação de um medicamento específico seria a situação ideal, mas estamos ainda longe de o conseguir, mesmo tendo em conta os enormes recursos que estão a ser utilizados, dado estarmos perante uma pandemia com grande impacto económico e social em todos os países”, adianta à Lusa o especialista em indústria farmacêutica José Aranda da Silva.

Para já, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) apenas aprovou, em junho de 2020, o antiviral remdesivir para o tratamento da Covid-19 em adultos e adolescentes a partir de 12 anos e com pneumonia, que requerem oxigénio suplementar.

De acordo com a EMA, quatro tratamentos antivirais estão ainda em análise continua pelos especialistas da organização europeia, enquanto outros dois medicamentos imunossupressores já estão na fase mais avançada de avaliação com vista à autorização de comercialização nos países da União Europeia (UE).

“A EMA está, atualmente, a avaliar os dados sobre quatro tratamentos Covid-19″ em processo de avaliação continua, que recorrem a anticorpos projetados para se ligarem à proteína “spike” do vírus, reduzindo a sua capacidade de atingir as células do corpo, adiantou o regulador europeu à Lusa, que garante que o processo decorre “no prazo mínimo necessário” para garantir uma avaliação completa dos riscos e benefícios destes medicamentos.

A revisão continua é uma ferramenta regulatória ao dispor da EMA para acelerar a avaliação de um novo medicamento em situações de emergência de saúde pública, tendo já sido utilizado para a aprovação de comercialização das quatro vacinas contra o vírus SARS-CoV-2 que estão a ser usadas nos países da UE.

Além dos processos de avaliação, o regulador europeu também disponibiliza aconselhamento às empresas e laboratórios farmacêuticos sobre as mais recentes orientações regulamentares e científicas.

Aranda da Silva, primeiro presidente do Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), salienta que a comunidade científica ainda está a conhecer a forma como o SARS-CoV-2 se comporta no organismo, o que se deve ao facto de o seu genoma ter sido divulgado há pouco mais de um ano.

Além disso, “se analisarmos a disponibilidades de terapêuticas de anti-infecciosos — bactérias e vírus — registamos que, comparativamente com outras patologias, têm sido aprovados poucos medicamentos nos últimos anos. São poucos os antibióticos recentes no mercado. Quanto a antivíricos, ao que me recordo, os últimos, específicos para a hepatite C, foram aprovados há mais de cinco anos“, disse o antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.

No desenvolvimento deste tipo de medicamentos “é preciso ter em conta que os vírus são diferentes”, salientou José Aranda da Silva, apontando o exemplo do vírus da sida, para o qual não se conseguiu até agora descobrir uma vacina, uma vez que a “forma como interage como o sistema imunitário tem impedido essa descoberta”.

De acordo com o especialista em regulamentação farmacêutica, a Organização Mundial da Saúde e algumas autoridades reguladoras nacionais desenvolveram também ensaios clínicos com diversos fármacos já conhecidos e que poderiam ser úteis no tratamento da Covid-19, mas os seus resultados “não têm sido muito animadores”.

Perante esse possível impasse, Aranda da Silva defende que, até final deste ano, a questão fundamental passa por reforçar a cobertura vacinal em todos os países, aumentando a produção de vacinas, tendo em conta que “tudo aponta que a imunização provocada não é muito duradoura e a efetividade global (mundo real), como acontece noutras vacinas, poderá ser inferior a 80%”.

O antigo membro da administração da EMA atribuiu também a rapidez com que foram desenvolvidas as vacinas ao facto de já existirem estudos, desde a epidemia de SARS em 2003 e da MERS em 2012, que tentavam encontrar novas plataformas para a sua produção, assim como ao “enorme investimento” público nos Estados Unidos e na Europa que permitiu acelerar o processo.

“O terceiro fator foi a resposta das autoridades reguladoras, como a EMA e a Food and Drug Administration [dos Estados Unidos], que encontraram novas formas de avaliação. Estes procedimentos permitiram avaliar de forma paralela e não sequencial os diversos estudos em curso” sobre o desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19, sublinhou.

O especialista manifestou-se, porém, esperançado que a “mudança de atitude de muitos governos e organizações”, como a União Europeia, sobre a importância dos sistemas de saúde para o desenvolvimento e bem-estar das populações, “trará benefícios à investigação de novas soluções terapêuticas”.

“A saúde não pode ser considerada só como uma despesa, mas também como um investimento”, concluiu José Aranda da Silva.

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