Santa Sé sextuplica défice em 2020 para 66 milhões de euros

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

O património líquido da Santa Sé é de cerca de 1.379 milhões de euros e os escritórios e nunciaturas romanas representam 36% do orçamento total.

A Santa Sé sextuplicou o seu défice, em 2020, para 66 milhões de euros, devido à pandemia de Covid-19, embora o número estivesse dentro das expectativas, anunciou este sábado a Secretaria de Economia do Vaticano.

A Santa Sé publicou este sábado as suas contas para 2020 e — pela primeira vez e nas vésperas da primeira audiência, no dia 27 de julho, do julgamento no Vaticano sobre o caso da venda de um imóvel em Londres — o orçamento da Administração do Património da Sé Apostólica (APSA).

O prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, Juan Antonio Guerrero, disse, em entrevista ao portal noticioso Vatican News, que este ano o orçamento da APSA é divulgado pela primeira vez, mas que isso não significa que a Santa Sé “não tivesse feito as suas próprias contas, no passado, e que não as tenha enviado para aprovação”.

“Os órgãos de controlo controlam. Torná-las públicas é, sem dúvida, um avanço no sentido da transparência”, explicou Juan Guerrero.

De acordo com o orçamento, a Santa Sé teve receitas de 248 milhões de euros e despesas de 315 milhões de euros.

O património líquido da Santa Sé é de cerca de 1.379 milhões de euros e, em termos de fluxo de caixa, os escritórios e nunciaturas romanas representam 36% do orçamento total, enquanto 14% diz respeito ao Estado da Cidade do Vaticano, 18% ao IOR (banco do Vaticano), 24% a outras fundações e fundos, 05% ao Óbolo de São Pedro e 03% aos demais fundos relativos à Secretaria de Estado.

“As fontes de receitas já são conhecidas: 58% (68% em 2019) foram geradas internamente (receitas, investimentos, visitas e serviços prestados); 23% (18% em 2019) doações de fontes externas (dioceses ou outras instituições) e 19% (14% em 2019) vêm de entidades relacionadas (como o IOR ou o Governo)”, pormenorizou Guerrero.

A Santa Sé informou que o seu défice ordinário foi 14,4 milhões de euros inferior em 2020 face a 2019, já que no ano passado foi de 64,8 milhões de euros contra 79,2 milhões de euros em 2019. A rentabilidade dos investimentos foi reduzida em 51,8 milhões de euros, em 2020, face ao ano anterior e o resultado extraordinário também foi inferior em 17,8 milhões de euros.

As contas foram reveladas no momento em que o Vaticano vai julgar dez pessoas por crimes ligados a investimentos imobiliários da Secretaria de Estado em Londres, incluindo o cardeal Angelo Becciu, que apresentou a renúncia ao papa no ano passado do seu cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, depois de ser envolvido numa investigação sobre a venda de um prédio em Londres e sobre a gestão do St. Peter’s Mite, o fundo que arrecada doações dos fiéis para as obras de caridade do pontífice.

O cardeal Becciu e as outras nove pessoas — incluindo funcionários leigos e religiosos do Vaticano e figuras das finanças internacionais — além de quatro empresas, terão de comparecer no próximo dia 27 de julho na primeira audiência do julgamento sobre crimes financeiros como peculato, lavagem de dinheiro, fraude, extorsão e abuso de poder.

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20 mortes e mais 3.396 casos de Covid-19 em Portugal

Desde o início da pandemia o país soma 950.434 casos e 17.284 óbitos por Covid-19. Desde março que não morria tanta gente em Portugal.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou mais 3.396 casos de infeção por SARS-CoV-2, elevando o número total de infetados do país para 950.434 desde o início da pandemia. A região Norte voltou a ter mais novos casos do que Lisboa, mas apenas seis casos separam as duas regiões. O boletim epidemiológico deste sábado dá conta de 20 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas: dez na região de Lisboa, sete no Norte e uma na região Centro, outra no Alentejo e outra no Algarve. Já morreram 17.284 pessoas desde que a pandemia chegou a Portugal. Este é o valor mais elevado desde 18 de março.

O boletim dá conta de um total de 880.368 recuperados, mais 4.128 que no dia anterior. Atualmente há 52.782 casos ativos, menos 752 que na sexta-feira, ou seja, o número de novos casos foi inferior ao dos recuperados.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 835 (-20) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 181 (+3) nos cuidados intensivos. Há mais de 82 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, cerca de mais mil do que no dia anterior (+1.073).

A região Norte e de Lisboa concentram a maioria das novas infeções registadas nas últimas 24 horas: mais 1.286 e 1.280, respetivamente. Depois surge a região Centro com mais 302 novos casos.

(Notícia atualizada com mais informações)

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A fibra ótica não chega à sua porta? Conheça as alternativas

Se não tem cobertura de fibra ótica em casa, existem alternativas que podem valer a pena explorar. Do 4G ao ADSL, passando pela internet por satélite, conheça outras opções.

Quase 90% das famílias portuguesas têm banda larga fixa em casa, mais de metade por fibra ótica. Porém, a tecnologia não chega a todo o lado. As operadoras têm vindo a investir na cobertura de norte a sul do país e ilhas, mas existem regiões onde a baixa rentabilidade inviabiliza o investimento privado.

O Governo está consciente do problema. Em maio, Pedro Nuno Santos, o ministro responsável pela pasta das infraestruturas, disse que se o país quer “atrair pessoas” para o interior e combater a desertificação, “todo o território tem de estar ligado com fibra ótica”.

A fibra ótica é o meio mais privilegiado para o acesso à internet. Mas não é o único. Desde logo, a rede móvel é uma alternativa. Assim como o acesso à internet via satélite. Se ainda não tem cobertura de fibra ótica na sua região, poderá querer conhecer estas alternativas.

Rede móvel 4G e 3G

A rede móvel é a alternativa mais óbvia aos acessos por fibra ótica. No caso concreto do mercado português, grande parte dos portugueses contratam pacotes de telecomunicações. Por isso, as operadoras costumam vender o acesso à internet via 4G apenas nas zonas onde só exista televisão via satélite.

Estes acessos caracterizam-se por velocidades até 40 Mbps, abaixo da velocidade da fibra, e dependem muito da zona específica em que se encontra o ponto de acesso.

Por exemplo, num dado sítio da casa, a cobertura pode ser bem melhor do que noutro. Mas esta forma de acesso tem uma vantagem: a instalação é rápida e não exige mais do que ligar o router à tomada elétrica. Se o aparelho está na cozinha e o Wi-Fi não chega à sala, basta desligar e ligar noutro local mais próximo.

No entanto, em algumas zonas do país, o acesso por 4G não é possível, por não haver cobertura de rede móvel de quarta geração. Nesses casos, a cobertura pode ser de 3G, mas é mais lenta e terá impacto nos débitos. Ou até inexistente.

A rede móvel de 4G é a alternativa mais comum à fibra ótica.Pixabay

Acesso ADSL

O velhinho ADSL não desapareceu por completo e pode ser uma alternativa para os casos em que não exista fibra e rede móvel. O acesso à internet via ADSL é feito por cabo, geralmente através da ficha do telefone fixo. Se usa telefone fixo em casa, não há problema: por norma, aplica-se um microfiltro que divide as duas ligações.

Aceder à internet via ADSL proporciona débitos de 24 Mbps. O “A” em ADSL significa “assimétrico”, o que significa que, neste tipo de acessos, a velocidade de download tende a ser superior à velocidade de upload.

É uma tecnologia mais cara, que algumas operadoras estão já a tentar descontinuar. Um pacote triple play de ADSL pode chegar a custar 37,99 euros na Meo.

Algumas operadoras ainda comercializam ligações via ADSL.Pixabay

Acesso via satélite

No passado, nem valia a pena falar em aceder à internet via satélite. Mas os tempos são outros. A tecnologia está mais avançada e as velocidades de download podem chegar aos 100 Mbps por segundo.

O problema é sempre o upload. Como é mais complicado fazer com que o sinal chegue ao espaço, o débito é sempre inferior a 6 Mbps no envio de informação.

Nem por isso estas ofertas deixam de ser uma alternativa à fibra. Aliás, em abril, a Anacom emitiu um comunicado para destacar que existem várias empresas a prestar este tipo de serviço no mercado português, podendo ser uma opção para as zonas onde não há cobertura de redes terrestres de nova geração.

Existem ofertas com vários preços e feitios. Umas exigem a instalação por técnicos, outras permitem que seja o cliente a fazer tudo. Mas terá de optar por empresas com nomes pouco conhecidos para o português comum: Eutelsat (Konnect), Greenmill (Tooway), Nextweb (Onesat) e Satélite da Sabedoria (Bigblu) são algumas delas.

Além disso, se quiser esperar mais um pouco, é público que Elon Musk, patrão da Tesla, criou em Portugal a empresa SXPT, para fornecer no país o serviço de internet por satélite da Starlink.

É possível aceder à internet por satélite. Na imagem, uma constelação de satélites da Starlink.Jud McCranie via Wikimedia Commons

Em breve: rede 5G

A Anacom está a vender às operadoras as licenças que vão permitir lançar o 5G em Portugal. Espera-se que venha a substituir o 4G e, quiçá, até a própria fibra. Mas o país e a Lituânia são os dois únicos da União Europeia que ainda não têm ofertas comerciais de quinta geração.

Ainda não há data para o lançamento do 5G — espera-se que seja “em breve”. Mas as operadoras vão estar sujeitas a obrigações de cobertura, que poderão fazer com que a rede de quinta geração, no futuro, chegue a algumas zonas onde ainda não exista cobertura de nenhuma outra alternativa.

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“Nunca nos poderemos perdoar se desperdiçarmos oportunidade” que fundos europeus oferecem, diz Costa

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

"É absolutamente essencial ter à frente das autarquias quem tenha uma visão clara da estratégia para a sua região e a ambição de que cada região seja um motor do desenvolvimento do país”, disse Costa.

O líder do PS, António Costa, afirmou este sábado que Portugal vai contar, nos próximos sete anos, com “o dobro” de fundos comunitários para investimento, considerando que esta “é uma oportunidade única” que não pode ser desperdiçada.

“Vamos ter a oportunidade de ter, nos próximos sete anos, em média, para investir o dobro do que tivemos, em média, para investir desde que aderimos e até agora à União Europeia”, frisou o também primeiro-ministro, em Portalegre.

António Costa, que falava na sessão de apresentação da candidatura do PS à Câmara de Portalegre, liderada por Luís Moreira Testa, sublinhou que “esta é daquelas situações em que não há mesmo uma segunda oportunidade”. “É uma oportunidade única e, se a desperdiçarmos, nunca nos poderemos perdoar a nós próprios e aqueles que são as próximas gerações nunca nos perdoarão se não cumprirmos”, insistiu.

É uma oportunidade única e, se a desperdiçarmos, nunca nos poderemos perdoar a nós próprios e aqueles que são as próximas gerações nunca nos perdoarão se não cumprirmos.

António Costa

Primeiro-ministro

O secretário-geral socialista assinalou que estes recursos financeiros da União Europeia foram disponibilizados para fazer face “à necessidade de responder, à escala europeia, à crise gerada pelo Covid-19”.

Nesse sentido, advertiu, “é absolutamente essencial ter à frente das autarquias quem tenha uma visão clara da estratégia para a sua região e a ambição de que cada região seja um motor do desenvolvimento do conjunto do país”.

Costa salientou que “na política não há caminhos sem surpresas” e que, agora, existe “uma pandemia que ninguém imaginou” que pudesse surgir, mas recusou “atirar a toalha ao chão” ou “baixar os braços”.

Considerando que é preciso “encontrar forças redobradas para continuar a fazer” o que estava previsto e “ainda fazer o que se tornou necessário para combater a pandemia”, o líder do PS apelou a “uma mobilização nacional” para a recuperação do país. “Se o temos feito para combater a pandemia, vamos seguramente ter o mesmo espírito de unidade, de mobilização e de sentido coletivo e solidário no processo de recuperação do país”, acrescentou.

Na sua intervenção, entre elogios ao candidato do PS, António Costa afirmou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem “as verbas necessárias para fazer, de uma vez por todas, a Barragem do Pisão”, no concelho do Crato, distrito de Portalegre.

Já o candidato socialista à Câmara de Portalegre, Luís Moreira Testa, apresentou as suas principais propostas para o concelho, destacando a criação de postos de trabalho, ao dizer por três vezes seguidas a palavra “emprego”.

“Esse é um fator decisivo que faz com que os nossos jovens fiquem em Portalegre e que outros encontrem em Portalegre o seu local para viver e trabalhar”, realçou.

A atração de novas indústrias, cuja área está na “génese” da cidade, a criação de uma nova zona de acolhimento empresarial exclusiva para empresas tecnológicas e dinamizar “uma cidade de cultura” são outras das apostas de Luís Moreira Testa.

O município de Portalegre é liderado por Adelaide Teixeira, eleita pela Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP), que já anunciou a sua recandidatura para tentar conquistar um terceiro mandato.

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BE quer limitar estufas para que Odemira não seja “um mar de plástico”

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

Bloco de Esquerda vai apresentar "proposta muito simples" na AR em setembro para travar expansão das estufas em Odemira e para gestão pública da água do perímetro de regra do Mira.

O Bloco de Esquerda vai apresentar no Parlamento uma proposta para “nem mais um metro de estufa” em Odemira e a gestão pública da água do perímetro de regra do Mira, tendo Catarina Martins desafiado os restantes partidos para este compromisso.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, esteve este sábado de manhã em Odemira, distrito de Beja, na sessão de apresentação da candidatura autárquica do BE naquele concelho, sendo a lista à câmara encabeçada por Pedro Gonçalves, deputado municipal do partido.

“O desafio que fazemos — um desafio nacional e um desafio local porque a hipocrisia de se dizer uma coisa do ponto de vista local, enquanto se defende programas políticos que fazem o contrário, também tem de acabar – é que em setembro se encontre o compromisso claro para com Odemira: nem mais um metro de estufa e a água do perímetro de regra do Mira tem gestão pública”, apelou.

Catarina Martins deixou a garantia que, em setembro, “mal os trabalhos parlamentares retomem”, “o Bloco de Esquerda vai apresentar uma proposta muito simples, como apenas dois pontos, para ver se há avanço”, considerando que estas “são duas medidas mínimas, básicas e sensatez”. “O primeiro ponto é nem mais um metro de estufa. Nem mais um metro de estufa. Não podemos continuar. O segundo ponto é que a água do perímetro de rega do Mira tenha gestão pública”, detalhou.

Na perspetiva da líder bloquista, “não são os donos das estufas que mandam na água que é de todos”, sendo urgente que esta gestão seja pública.

“O PS tem-nos dito que já limitou as estufas porque quando fez o decreto prevê menos estufas do que previa o programa do Governo da direita anterior, mas, na verdade, não limita as estufas de maneira nenhuma. Diz que pode ser feito menos do que em teoria se dizia que podia ser feito antes, mas o que está previsto permite legalmente triplicar a área de estufa que já há nesta região”, criticou.

Para que Odemira não seja “um mar de plástico”, segundo Catarina Martins, esta proposta que o partido vai apresentar é fundamental.

A coordenadora do BE recordou ainda propostas já apresentadas pelo partido e que foram chumbadas no Parlamento, a primeira das quais para “uma transição ecológica no perímetro de regra do Mira” e uma segunda, mais recente, precisamente para criar um “programa para que o perímetro de rega do Mira e água da barragem tivesse uma gestão pública e não fosse gerida pela associação que basicamente representa os interesses das estufas contra a população de Odemira”.

“Aquilo que propuseram foi irem estudar o problema da água. O PS e a direita aparentemente não sabem que há um problema da água em Odemira. Querem ir estudar”, criticou, acusando estes partidos de um “cinismo insuportável”.

Segundo Catarina Martins, o que já se sabe é que os pequenos produtores na região “não têm água para as suas necessidades mais básicas”, estando o Rio Mira a deteriorar-se “com as opções que são feitas a cada dia pelos donos das estufas”.

“Não há nada mais absurdo do que fechar a água a quem nunca foi um problema para continuar a correr a água em quem está a agravar o problema da falta de água e continuar a alimentar as estufas super intensivas”, condenou.

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Grupo de trabalho conclui que só jovens com doenças de risco devem ser vacinados

  • ECO
  • 24 Julho 2021

Grupo de trabalho conclui de forma unânime que não há benefício em vacinar os jovens entre os 12 e os 15 anos. Mas resultado da votação não foi declarado vinculativo.

Só devem ser vacinados os menores que com doenças que constituam um risco para a Covid-19. Esta foi a posição unânime do grupo de trabalho criado para avaliar se os jovens entre os 12 e os 15 anos devem ser inoculados contra o novo coronavírus, revela o Público (acesso condicionado).

Os especialistas defendem que não há um benefício para os jovens entre os 12 e os 15 que justifique a sua vacinação, porque esta serve, sobretudo, para proteger as pessoas da doença grave e da morte, situações que praticamente não ocorrem nos jovens desta faixa etária. Por outro lado, os cerca de 12 pediatras consideram que ainda não há dados suficientes sobre a segurança das vacinas, uma vez que se registaram alguns casos de miocardia (inflamação no coração), em adolescentes tanto nos Estados Unidos como na Europa, cerca de um mês depois da primeira dose da vacina.

Mas, ao contrário do que aconteceu com outros assuntos, o resultado desta votação unânime não foi declarado vinculativo.

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Trabalhadores com filhos menores de seis anos podem recusar bancos de horas

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

CGTP considera medidas "enganadoras", porque "a legislação atual favorece mais a conciliação entre o trabalho e a família, protegendo os trabalhadores com filhos até aos 12 anos".

O Governo avançou com a possibilidade de os trabalhadores com filhos até seis anos recusarem adaptabilidade ou bancos de horas e dos com filhos até 8 anos poderem optar pelo teletrabalho, mas a CGTP considera a atual lei mais protetora.

O alargamento do acesso aos regimes de trabalho flexíveis para que os pais cuidem dos filhos é um objetivo do Executivo com pelo menos dois anos, previsto no Programa para a Conciliação da Vida Profissional, Pessoal e Familiar, e determinado numa diretiva comunitária de 2019, que ganhou atualidade esta semana.

Na quarta-feira, na Comissão Permanente de Concertação Social, a ministra do Trabalho apresentou a Agenda para o Trabalho Digno e horas depois enviou aos parceiros sociais um conjunto de medidas para melhorar a qualidade do emprego, combater a precariedade laboral e melhorar a conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar.

No âmbito da promoção da igualdade entre homens e mulheres, o Governo propôs aperfeiçoar o regime de licenças de parentalidade e, para promover a conciliação entre o trabalho e a família, propôs a melhoria da gestão dos tempos de trabalho.

Nesta área, o documento do Governo prevê “fazer depender de autorização expressa dos trabalhadores a aplicação de regimes de adaptabilidade de horários de trabalho e bancos de horas a trabalhadores com filhos menores até seis anos ou filhos com deficiência ou doença crónica, nomeadamente quando se demonstre impossibilidade de outro progenitor assegurar o acompanhamento da criança, podendo esta possibilidade ser ajustada às realidades setoriais e empresariais apenas através de negociação coletiva”.

A proposta a discutir com os parceiros prevê ainda “alargar aos trabalhadores e trabalhadoras com filhos menores de oito anos de idade ou filhos com deficiência ou doença crónica o direito a exercer a atividade em regime de teletrabalho, condicionado a partilha entre homens e mulheres e quando compatível com as funções”. Atualmente a lei prevê esta possibilidade para os trabalhadores com filhos até três anos e a recusa à adaptabilidade ou bancos de horas para as grávidas, puérperas ou lactantes.

Os parceiros sociais têm até 6 de agosto para enviar o seu parecer e ainda não tiveram tempo para analisar em detalhe o documento do Governo, mas Fátima Messias, da comissão executiva da CGTP, considerou que estas duas medidas “são enganadoras”, pois “a legislação atual favorece mais a conciliação entre o trabalho e a família, protegendo os trabalhadores com filhos até aos 12 anos”.

“As medidas relativas à organização do tempo de trabalho são sempre do interesse das empresas, por isso dizer que os trabalhadores podem não dar acordo à adaptabilidade ou aos bancos de horas é uma falsa questão, porque sabemos o difícil que é enfrentar a pressão patronal. Por isso, esta é uma medida enganadora e perigosa”, disse à agência Lusa.

Quanto à possibilidade de optar pelo teletrabalho quando se tem filhos menores de oito anos, a sindicalista disse não perceber qual é a intenção do Governo, dado que nesta época de pandemia “ficou mais do que provado que o teletrabalho não é compatível com o cuidar de crianças pequenas”.

Para a dirigente da CGTP, “a atual lei está benfeita e os trabalhadores estão muito mais defendidos, porque podem pedir o horário flexível até os filhos completarem 12 anos”.

Fátima Messias, que coordena a comissão da igualdade da CGTP e integrou o grupo de trabalho criado na Concertação Social para analisar as questões relacionadas com a conciliação entre o trabalho e a família, defendeu que “a melhor forma de conciliação é a redução do horário de trabalho”.

“A CGTP reivindica a redução do horário de trabalho semanal para as 35 horas e há livros que mostram que os trabalhadores produzem mais com horários mais reduzidos, sofrem menos ‘stress’ e têm maior possibilidade de conciliar a vida profissional com a familiar”, disse.

O grupo de trabalho tripartido sobre a conciliação, que funcionou entre setembro de 2019 e o início de fevereiro deste ano, debateu um conjunto de medidas promotoras da conciliação, propostas pelo Governo, nomeadamente a possibilidade de fazer depender de autorização expressa dos trabalhadores a aplicação de regimes de adaptabilidade de horários de trabalho e bancos de horas a trabalhadores com filhos menores até 12 anos ou com deficiência ou doença crónica.

O “aumento da margem de acesso à gestão flexível dos horários, como horários reduzidos, concentrados, ou teletrabalho, e dispensas de trabalho por parte de trabalhadores” foram também discutidos nessa sede.

Em julho de 2019 foi aprovada a diretiva europeia 2019/1158, que terá de ser transposta para a legislação nacional até agosto de 2022, e que determina que os Estados-membros “devem tomar as medidas necessárias para garantir que os trabalhadores, com filhos até uma determinada idade, de pelo menos oito anos, e os cuidadores tenham o direito de solicitar regimes de trabalho flexíveis para poderem ocupar-se da prestação de cuidados”.

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Regulador brasileiro pede mais diligências para analisar venda da rede móvel da Oi

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

CADE alertou que pode vir a pedir o alargamento do prazo para se pronunciar sobre a negociação, uma decisão que aumenta possibilidades de a operação ser rejeitada ou aprovada com restrições.

O órgão antimonopólio do Brasil pediu este sábado mais diligências no processo de aprovação da venda da rede móvel da brasileira Oi às filiais das operadoras espanhola Telefónica (Vivo), mexicana América Móvil (Claro) e Telecom Italia (TIM), considerando-o “complexo”.

Em comunicado, o Conselho Administrativo de Defesa Económica (CADE), órgão regulador responsável pela livre concorrência no Brasil, informou que “determinou a realização de novas diligências” no processo de venda da rede móvel da operadora brasileira, da qual a portuguesa Pharol é acionista.

O CADE alertou ainda que pode vir a pedir o alargamento do prazo para se pronunciar sobre a negociação, uma decisão que, segundo analistas ouvidos pela agência Efe, aumenta as possibilidades de que a operação seja rejeitada ou aprovada com restrições.

A venda da unidade de ativos móveis da Oi, a maior operadora de telefones fixos no Brasil, às filiais brasileiras da operadora espanhola Telefónica, América Móvil, do México, e Telecom Italia (TIM), foi anunciada em dezembro passado, no âmbito do processo de recuperação da empresa, após o pedido de falência apresentado em 2016.

O consórcio constituído pelas três empresas, os maiores operadores móveis do Brasil, concordou em pagar 16.563 milhões de reais (cerca de 2.814,1 milhões de euros) pelos ativos móveis e licenças da Oi.

O consórcio vencedor foi o único a fazer uma proposta no leilão, pelo que o Juízo da 7.ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da empresa, aprovou a venda da rede móvel da empresa aos seus concorrentes, que pretendem partilhar os clientes.

A aprovação do CADE tem sido desde então considerada o principal obstáculo à operação, já que as empresas que adquiriram a quarta rede móvel do Brasil e que pretendem distribuir os 36,5 milhões de clientes da Oi (16% do mercado) já são as três maiores operadoras de telefonia do país, com participação conjunta da 82% do mercado (33% dos clientes brasileiros usam a operadora Vivo [Telefónica], 26% a Claro e 23% a TIM).

Com a distribuição dos ativos e licenças adquiridas, a participação de mercado da Vivo pode subir para 37%, da TIM para 32% e a da Claro para 29%.

A Oi, cujos credores aprovaram a venda de grande parte de seus ativos, pretende permanecer exclusivamente com as operações de telefone fixo e fibra ótica para banda larga residencial, na qual já tem dois milhões de clientes.

A Oi iniciou um pedido de falência em 2016 para negociar as suas dívidas, que na altura somavam mais de 64 mil milhões de reais (cerca de 9,7 mil milhões de euros).

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Certificação de dispositivos médicos vai poder ser feita em Portugal

Com a criação de um Organismo Notificado para a Certificação de Dispositivos Médicos, os fabricantes de dispositivos médicos em Portugal deixarão de estar dependentes de entidades noutros países.

Os fabricantes de dispositivos médicos em Portugal vão deixar de estar dependentes de entidades estrangeiras para certificar os seus produtos. O Organismo Notificado para a Certificação de Dispositivos Médicos, criado esta semana, vai avaliar a conformidade dos produtos com a diretiva específica da União Europeia relativa aos dispositivos médicos para diagnóstico in vitro.

Este organismo, o primeiro em Portugal, nasce de uma parceria entre a Universidade da Beira Interior (UBI), a Universidade de Aveiro e a Universidade de Coimbra, com a coordenação técnica da Associação de Empresas para uma Rede de Inovação em Aveiro (Inova-Ria), sendo que o projeto será concretizado na UBI, na Covilhã.

Para já, esta parceria vai incidir apenas sobre “dispositivos que incorporem, utilizem ou sejam controlados por software, sensores ou que incluam componentes eletrónicos, desde que não implantáveis”, explica o Ministério da Coesão num comunicado enviado às redações. Mas o objetivo é que possa ser alargada a outros domínios científicos ou áreas de intervenção. Agora, os fabricantes destes dispositivos podem certificar os seus produtos em território nacional.

A CCDR-C vai ajudar a identificar potenciais fontes de financiamento para a concretização deste Organismo Notificado, nomeadamente no contexto do próximo quadro comunitário de apoio, o Portugal 2030.

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Mundo está a assistir a uma nova ordem fiscal global

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

Com o acordo para uma taxa mínima de IRC, o tempo dos offshore “já passou”, diz o fiscalista Patrick Dewerbe.

O fiscalista Patrick Dewerbe considera que o mundo está a assistir a uma nova ordem fiscal focada na boa governação e que, independentemente dos detalhes e ritmo do acordo para uma taxa mínima de IRC, o movimento será “imparável”.

“Estamos confrontados com a criação de uma nova ordem fiscal a nível mundial”, “focada na boa governação fiscal”, com a qual se pretende uma correta gestão das matérias fiscais por parte das empresas e dos governos, refere o fiscalista, acentuando que este é um “movimento imparável” e que, acredita, “vai acontecer mais rapidamente” do que se poderia esperar.

Em declarações à Lusa na sequência do acordo alcançado pelo G20 sobre a criação de um novo mecanismo tributário para as empresas multinacionais, que vai abranger 130 países e jurisdições, e da decisão da Comissão Europeia de apenas apresentar a sua proposta para tributação mínima das multinacionais da área digital depois de aquele acordo ser concretizado, Patrick Dewerbe acentua que, perante esta nova ordem global fiscal, o tempo dos offshore “já passou”.

O fiscalista da sociedade de advogados CMS Rui Pena & Arnaut reconhece, contudo, que o processo de concretização dos dois pilares contemplados no acordo “vai ser complicado”, uma vez que vai ser necessário redefinir todo um conjunto de regras e criar outras novas.

O novo paradigma que se está a desenhar conjuga a aplicação de uma taxa mínima global de imposto sobre as grandes empresas com o pagamento dos impostos nos países onde as receitas são obtidas (independentemente do local onde estão fisicamente sediadas), dois pilares do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ao longo dos últimos anos no âmbito do combate à erosão da base tributária e à transferência de lucros (BEPS).

No início de julho, numa entrevista à Lusa e outros meios europeus em Bruxelas o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, referiu que a Comissão Europeia só vai apresentar a sua proposta para tributação mínima das empresas multinacionais, nomeadamente da área digital e que operam na União Europeia (UE), depois do acordo na OCDE, para “não minar” o entendimento global.

Posteriormente, numa reunião de dois dias em Veneza, os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais do G20 garantiram um acordo político para apoiar este sistema impulsionado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que tratará de evitar que as multinacionais fujam aos impostos ou desviem os seus lucros para paraísos fiscais.

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Turismo pede maior previsibilidade nas medidas de apoio

CTP pede "novas medidas estruturantes", como a reativação do lay off simplificado, apoio à capitalização das empresas e reforço dos programas Apoiar.

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) exige ao Governo que anuncie medidas de apoio às empresas com maior previsibilidade e pede que os apoios anunciados cheguem efetivamente à economia e com celeridade.

“As medidas não podem ser anunciadas a conta-gotas. Só com medidas de médio e longo prazo é possível garantir estabilidade às empresas. Não podemos viver em constante incerteza, sem saber com o que podemos contar nos próximos meses”, diz o presidente da CTP num comunicado enviado às redações este sábado.

“É urgente que os apoios sejam finalmente desbloqueados”, frisa Francisco Calheiros, lembrado que o Governo anunciou, no início do mês, um conjunto de apoios que até agora ainda não chegaram aos empresários. “É urgente a implementação do plano para reativar o Turismo que prevê um investimento superior a seis mil milhões”, acrescenta. “Não basta ao Governo anunciar, é preciso concretizar”, atira.

Tal como a CIP, também a CTP pede “novas medidas estruturantes”, como a reativação do lay off simplificado, para permitir a manutenção de postos de trabalho, o apoio à capitalização das empresas, o reforço dos programas Apoiar em todas as suas vertentes e rever a questão das moratórias, além do final do ano de 2021. Por exemplo, a semana passada, o ministro da Economia anunciou que o Apoiar ia ser alargado aos estabelecimentos de diversão noturna, empresas que continuam encerradas por causa da pandemia.

Para a confederação é necessário manter as atuais condições do apoio extraordinário à retoma progressiva para as empresas até ao final de 2021 e não apenas em julho e agosto, isto porque, “até à data, não há retoma que permita o aligeirar destas medidas”, pode ler-se no comunicado. De acordo com o indicador diário de atividade económica (DEI) publicado pelo Banco de Portugal, a atividade económica em Portugal na semana que terminou a 18 de julho diminuiu face à semana anterior.

“Estamos praticamente no final do mês de julho e as empresas enfrentam inúmeras dificuldades devido aos vários constrangimentos que ainda existem decorrentes da pandemia”, lembra Francisco Calheiros. A lista de concelhos de “risco muito elevado” passou de 47 para 61, enquanto a lista de concelhos de “risco elevado” passou de 43 para 55.

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Abandono no ensino superior aumentou

  • Lusa
  • 24 Julho 2021

Nos cursos técnicos, que já apresentavam as percentagens mais altas em anos anteriores, houve mais alunos a deixar de estudar. Foi aqui que se registou o maior aumento, de 17% para 18,7%.

Quase 13 mil estudantes que se matricularam no ensino superior em 2018 já não estavam no sistema um ano depois, o que corresponde a 11,3%, segundo dados oficiais atualizados este sábado, que indicam um aumento nas licenciaturas e cursos técnicos.

Das licenciaturas aos mestrados integrados, incluindo também os cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP), a percentagem de estudantes que já não estavam no sistema de ensino superior um ano após iniciarem o curso aumentou ligeiramente e de forma transversal no ano letivo 2019/2020, em instituições públicas e privadas.

Os dados são do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e foram disponibilizados no portal Infocursos (http://infocursos.mec.pt/), que reúne informação estatística detalhada sobre os cursos superiores em Portugal, desde licenciaturas a mestrados, em universidades e institutos politécnicos, para ajudar os estudantes portugueses a escolherem o curso que querem frequentar de forma mais informada.

No total, 12.726 entre os cerca de 112 mil alunos que começaram a estudar no 1.º ou no 2.º ciclo do ensino superior em 2018, já não voltaram à universidade no ano seguinte, o correspondente a 11,3%.

Comparando as diferentes formações no ensino superior, que houve um aumento generalizado, contrariando aquilo que vinha a ser a tendência decrescente dos anos anteriores e que se manteve apenas nos mestrados de 2.º ciclo.

Nas licenciaturas, por exemplo, 9,1% dos caloiros de 2018/2019 não regressaram à faculdade no ano seguinte, registando-se um ligeiro aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior, a mesma diferença no caso dos mestrados integrados, onde a taxa de abandono passou de 3,4% para 3,7%.

Também nos cursos técnicos, que já apresentavam as percentagens mais altas em anos anteriores, houve mais alunos a deixar de estudar e foi aqui que se registou o maior aumento, de 17% para 18,7% no ano passado.

Por outro lado, comparando as instituições de ensino superior, continua a ser menos provável os estudantes voltarem a matricular-se no privado do que no público, seja em licenciatura, cursos técnicos, ou mestrados.

Ainda assim, olhando para um período mais alargado, o abandono ao fim do primeiro ano continua a ser mais baixo em comparação a 2015, sobretudo nos cursos técnicos, onde a diferença é de 9,7 pontos percentuais (passou de 28,4% para 18,7%).

No portal Infocursos é possível analisar, curso a curso, este e outros indicadores, como a percentagem de estudantes que continuavam inscritos no mesmo curso um ano após ingressarem no ensino superior, e que voltou a aumentar, exceto nos cursos técnicos.

Também é possível consultar dados sobre a percentagem de recém-diplomados que acabaram por se inscrever no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) como desempregados e, a este nível, a plataforma mostra que no segundo semestre de 2020 esse número aumentou ligeiramente (de 3,3% para 4,6% no público e de 3,9% para 5,7% no privado), depois de ter diminuído consecutivamente nos cinco anos anteriores.

A forma como os estudantes ingressaram nos cursos, a idade média dos alunos que frequentam os cursos, se há mais raparigas ou rapazes inscritos, a média das notas de ingresso dos alunos, quantos estrangeiros existem no curso ou as classificações finais dos diplomados são outras das informações disponibilizadas.

Com as atualizações que hoje ficam disponíveis, será possível consultar dados sobre 4.043 cursos ministrados em 101 instituições de ensino superior.

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