Indústrias do Norte reduzem horas de trabalho para poupar energia

  • ECO
  • 1 Novembro 2022

Nove em cada dez empresas que recorrem ao lay-off optam por reduzir o horário sem suspender o contrato do trabalhador. Cerâmica, têxtil, calçado e agroalimentar são os setores mais afetados.

O aumento dos custos da energia, acompanhado pela quebra de encomendas e a falta de matéria-prima, fez com que o número de reduções de horário de trabalho ao abrigo do lay-off tradicional tenha ultrapassado até setembro os valores verificados no total do ano passado, com a Segurança Social a registar 52.875 beneficiários este ano, contra 46.161 nos 12 meses de 2021.

Os dados oficiais noticiados pelo JN (acesso pago) mostram que nove em cada dez empresas que recorrem ao lay-off optam por reduzir o horário sem suspender o contrato do trabalhador, que fica com o vencimento reduzido em dois terços. Esta outra modalidade da suspensão temporária abrangeu 6.771 funcionários em 2022, o que compara com 36.882 casos no ano passado, em contexto de pandemia.

Andrea Araújo, membro da comissão executiva da CGTP-IN indica ao jornal que “é a Norte que mais relatos deste tipo de dificuldades têm chegado, nomeadamente nas empresas cerâmicas, têxteis, de calçado e de agroalimentar”. O líder da associação têxtil (ATP), Mário Jorge Machado, confirma o corte da atividade “em número de dias” para poupar energia, mas sustenta que o lay-off “é uma ferramenta importante para proteger postos de trabalho” e “evita um mal maior, que é o despedimento”.

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Fábrica de iPhones na China com surto Covid dá bónus para manter funcionários

  • Lusa
  • 1 Novembro 2022

Fábrica administrada pelo grupo taiwanês Foxconn emprega mais de 200 mil pessoas. Um surto de Covid-19, detetado em meados de outubro, resultou no bloqueio das instalações.

A maior fábrica de iPhones do mundo, situada no centro da China, prometeu esta terça-feira quadruplicar o bónus dos funcionários que permaneçam nas instalações, após centenas de trabalhadores terem escapado, devido a um surto de Covid-19.

A fábrica, administrada pelo grupo taiwanês Foxconn, emprega mais de 200 mil pessoas. Um surto de covid-19, detetado em meados de outubro, resultou no bloqueio das instalações.

Trabalhadores da Foxconn citados pela imprensa reclamaram da má qualidade dos alimentos e da falta de assistência médica para quem testou positivo. A empresa negou rumores de que 20.000 pessoas na fábrica tenham sido infetadas pela Covid-19, mas não detalhou um número.

Vídeos difundidos nas redes sociais chinesas este fim de semana mostram centenas de funcionários da Foxconn a saltar vedações e a caminhar ao longo da berma de uma estrada, carregados com malas e outros pertences.

A empresa anunciou esta terça-feira, através da sua conta oficial na rede social chinesa WeChat, que pagaria um bónus diário de 400 yuans (cerca de 55 euros) por dia de trabalho – quatro vezes o valor habitual.

O pessoal também vai receber um bónus adicional caso permaneçam na fábrica por pelo menos 15 dias em novembro e um bónus de até 15.000 yuans (2.075 euros), caso permaneçam nas instalações durante todo o mês.

A Foxconn, cuja fábrica em Zhengzhou é a que mais produz iPhones no mundo para o grupo norte-americano Apple, disse estar a enfrentar uma “longa batalha” contra o surto de Covid-19, mas não especificou o número de funcionários que estão sob confinamento.

A empresa garantiu estar a “cooperar com o governo para organizar pessoal e veículos” e permitir que os funcionários saiam se assim o desejarem. As autoridades locais pediram aos funcionários em fuga que se registem à chegada e, em seguida, façam uma quarentena de vários dias em casa.

A China registou mais de 2.000 novos casos de Covid-19, nas últimas 24 horas, pelo segundo dia consecutivo. A altamente contagiosa, a variante Ómicron do novo coronavírus obrigou as autoridades chinesas à imposição de medidas de confinamento cada vez mais extremas e frequentes, para salvaguardar a estratégia de ‘zero casos’, assumida como um triunfo político pelo secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping.

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Governo italiano quebra exclusividade na venda da antiga Alitalia

  • Lusa
  • 1 Novembro 2022

Fim das negociações exclusivas com consórcio formado por fundo americano Certares e Delta e Air France reabre oferta para compra da ITA Airways apresentada pela ítalo-suíça de navios MSC e Lufthansa.

O Governo italiano decidiu interromper as negociações exclusivas com o consórcio formado pelo fundo norte-americano Certares e as companhias aéreas Delta e Air France para vender a ITA Airways, nascida da falência da Alitalia.

A decisão foi tomada pelo novo ministro da Economia, Giancarlo Giorgietti, que pôs fim às negociações exclusivas com o consórcio Certares e informou, em comunicado, que “continuam as interlocuções para a definição de um possível acordo de transferência da companhia aérea”.

A decisão abre uma possibilidade para o outro grupo que apresentou uma oferta para compra da ITA, formado pela empresa ítalo-suíça de navios MSC e a transportadora aérea alemã Lufthansa.

Em 31 de agosto, no início da negociação exclusiva com a Certares, Giancarlo Giorgetti, então ministro do Desenvolvimento Económico do Governo Draghi, não escondeu que a decisão de escolher o fundo norte-americano “o apanhou de surpresa”.

Giogetti expressou, então, preocupação com a escolha, argumentando que a oferta não incluía um parceiro industrial, “uma das peças fundamentais da estratégia, que garantiria um futuro para a empresa italiana e para os seus trabalhadores”.

O Tesouro italiano, único acionista da ITA, explicou que escolheu a oferta liderada pelo fundo norte-americano, considerando-a “mais alinhada com os objetivos fixados pelo decreto do primeiro-ministro Mario Draghi” para a sua venda.

Segundo alguns analistas, citados pela EFE, a oferta da Certares-Delta-Air France pode ter convencido por prever deixar 45% das ações ao Estado italiano e, portanto, maior controlo sobre o futuro da empresa que nasceu em 15 de outubro, após a falência da Alitalia.

Analistas também apontaram a rigidez da oferta da MSC-Lufthansa na distribuição das ações, já que as duas queriam ficar com 80%, deixando 20% para o Tesouro italiano.

A proposta apresentada pela MSC e pela Lufthansa oferecia entre 850 e 900 milhões de euros por uma participação de 80%, segundo o diário financeiro Il Sole 24 ore.

O jornal La Repubblica avançou que o consórcio Certares ofereceu 650 milhões por 55% da companhia aérea, prevendo um bónus adicional se a ITA obtiver bons resultados financeiros e deu ao Tesouro dois dos cinco assentos no conselho de administração e o cargo de presidente.

Os meios de comunicação social italianos, citando fontes próximas à operação, apontaram que a Certares estava a trabalhar para chegar “rapidamente” a uma oferta “vinculante e definitiva”.

Retirada de poderes ao CEO

Em meados de outubro, o conselho de administração da ITA Airways retirou os poderes do presidente executivo, Alfredo Altavilla, inclusive a tarefa de negociar a venda da companhia aérea estatal italiana, transferindo-os para Fabio Lazzerini, denunciando que o líder estava a atrasar a venda da companhia.

O confronto entre o presidente e a comissão executiva da ITA foi para a Justiça, depois de o próprio Altavilla ter processado seis membros da comissão executiva. A assembleia geral marcada para 8 de novembro dará luz verde ao aumento de capital de 400 milhões de euros, segunda parcela do financiamento total de 1.350 milhões de euros, já autorizado pela União Europeia.

A ITA nasceu em outubro com um porte menor que o da Alitalia, pois conta com 52 aeronaves e pouco menos de 3.000 funcionários, contra os 11.000 que a antiga transportadora de bandeira italiana tinha, e busca um potencial parceiro industrial para promover a sua competitividade em um setor que foi duramente atingido pela pandemia de coronavírus.

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As duas caras das startups portuguesas um ano após vitória na Web Summit

Smartex e Cre.Mar conquistaram prémios pelas suas ideias de negócio na edição de 2021 da cimeira tecnológica. Um ano depois, tudo mudou para as duas startups portuguesas

Smartex e Cre.Mar foram as duas startups portuguesas que se destacaram na edição de 2021 da Web Summit. A Smartex, do Porto, ganhou o prémio Pitch, de melhor ideia, graças ao desenvolvimento de um dispositivo que ajuda a indústria têxtil a diminuir o desperdício. A Cre.Mar, com sede em Coimbra, ganhou o prémio de startup com melhor desempenho graças à transformação de cinzas em diamantes. Um ano depois, tudo mudou nas duas empresas portuguesas.

Comecemos pela Smartex. “Desde o início do ano que temos expandido o negócio para novas geografias. Abrimos mercados novos como o Uzbequistão, Paquistão e Egito, além de começarmos a apostar na Índia e no Bangladesh”, revela António Rocha, cofundador e responsável tecnológico (CTO), em declarações ao ECO.

A startup incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) desenvolve dispositivos que recorrem a câmaras para a captação de imagens dos tecidos, assim que saem dos teares. As imagens são passadas a pente fino por um software de inteligência artificial que permite reduzir os desperdícios de tecidos e peças de roupa com defeito.

O nosso crescimento a nível de emprego foi muito alavancado pela Web Summit

António Rocha

Co-fundador e CTO da Smartex

Quando ganhou o prémio da Web Summit, a Smartex contava com uma equipa de 30 pessoas e esperava contratar mais 40 ao longo de 2022. Mas foi preciso ‘esticar a manta’ para tentar responde a todas as solicitações. Atualmente, são mais de 100 os trabalhadores desta tecnológica. “O nosso crescimento a nível de emprego foi muito alavancado pela Web Summit”, reconhece António Rocha.

A nível de mercado, “faz mais sentido expandirmo-nos em geografia do que desenvolver o nosso produto para atacar um segmento de mercado mais conservador dentro da própria geografia. Queremos crescer da forma mais escalável possível, da forma que menos nos custa”, explica António Rocha.

António Rocha, cofundador e CTO da Smartex, na edição de 2021 da Web Summit.Web Summit via Flickr

A equipa e as encomendas cresceram tanto que foi preciso ocupar três espaços dentro do UPTEC: um para desenvolvimento de software, outro para fazer testes com os equipamentos e ainda um terceiro lugar que serve de armazém — fundamental para evitar falhas de materiais em contexto de crise de peças.

Antes da vitória na Web Summit, a startup tinha levantado em fevereiro de 2019, numa fase pré-seed, 250 mil dólares e, em outubro desse ano, 2,6 milhões de euros.

O outro lado do sucesso

Coimbra é a sede da Cre.Mar, negócio criado por Vítor Oliveira depois de uma questão familiar o ter alertado para o tema. A startup pretendia simplificar o processo de cremação através de uma plataforma online, prometendo a entrega da urna com cinzas em 72 horas, bem como a transformação das mesmas em diamantes. A empresa teve o melhor desempenho na competição Road 2 Web Summit e ganhou um prémio monetário de 5.000 euros.

Na época o serviço de cremação só funcionava na região de Braga e do Porto, mas os planos da startup eram ambiciosos: em 2022 pretendia ter uma cobertura de serviço nacional e, em cinco anos, dar o salto internacional, através de franchising. França, Finlândia e Espanha estavam na mira.

Um ano depois, Vítor Oliveira assume ao ECO que o negócio “está um pouco à frente do tempo. Carece muito de comunicação e de marketing”. O fundador admite também que foi vítima de um ataque informático. “Comecei a ser vítima de phishing [e-mails de spam disfarçados de sites fidedignos]. Comecei a ser contactado por empresas que se faziam passar pelo Facebook e pelo Google Ads, para fazermos promoção do produto. Gastávamos dinheiro e não tínhamos resultados.”

Queriam que pagasse os 800 euros do bilhete, mesmo que tivesse um convite da organização. Não há dinheiro para estar nesta edição

Vítor Oliveira

Fundador da Cre.Mar

Contas feitas, os 5.000 euros do prémio “não chegaram para quase nada”. No início do mês, Vítor Oliveira começou a trabalhar numa empresa que vende painéis solares. O fundador não desiste, apesar do infortúnio. “Voltámos à estaca zero. Preciso de calçar-me outra vez.”

O ‘calçar’ surgiu, entretanto, após a conversa com o ECO há duas semanas. Depois da publicação do artigo, o fundador adiantou que a empresa entrou “no programa de aceleração da SRS Lab”. Mas não só. “Conseguimos um investidor anjo e e um novo sócio entrou para a empresa”, refere ainda.

Estamos também a arrancar com uma plataforma direcionada para a cremação de animais de estimação”, revela o fundador da Cre.Mar.

Regresso à cimeira

A Smartex vai estar presente na edição deste ano da Web Summit, que arranca nesta terça-feira. “Vamos ter mais ou menos a mesma abordagem. Um evento como este ajuda-nos a termos um palco para sermos conhecidos e captarmos talento. Também queremos apostar no nosso crescimento.”

Além de andar pelos corredores da FIL e do Parque das Nações, António Rocha vai participar num debate sobre sustentabilidade nas cadeias logísticas, na sexta-feira, dia 4 de fevereiro.

A Cre.Mar ia estar ausente da Web Summit. “Queriam que pagasse os 800 euros do bilhete, mesmo que tivesse um convite da organização. Não há dinheiro para estar nesta edição”, referiu Vítor Oliveira há duas semanas ao ECO, em conversa por telefone. Mas, este cenário também se alterou. A convite da Startup Portugal, com as despesas pagas, Vítor Oliveira vai estar presente na cimeira tecnológica.

(Notícia atualizada às 18h49 com novas informações da Cre.Mar)

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Na visita à Web Summit, António Costa destaca a “nova oportunidade” do Brasil

Primeiro-ministro visitou a Altice Arena completamente vazia e espaços de exibição ainda por montar na FIL. Crescimento do espaço da cimeira deve-se à colocação de tendas.

Com capacete branco e um colete laranja igual ao dos voluntários, o primeiro-ministro visitou o recinto da Web Summit na véspera do arranque da edição de 2022. António Costa falou sobre a “maior presença de sempre das startups portuguesas” na cimeira e destacou a “nova oportunidade” nas relações com o Brasil depois da vitória presidencial de Lula da Silva.

Tem havido um crescimento consistente da Web Summit e das startups portuguesas. Este ano, vão ter o maior número de participação desde 2016. É uma dinâmica de empreendedorismo e de inovação, graças à qualificação dos recursos humanos. Isso tem ajudado a projetar Lisboa e Portugal”, destacou o primeiro-ministro junto ao espaço de exibição da associação Startup Portugal, responsável pela estratégia de empreendedorismo nacional.

Antes de falar aos jornalistas, o primeiro-ministro tinha tido direito a uma visita guiada a todo o recinto, também na companhia do ministro da Economia, António Costa e Silva. Paddy Cosgrave mostrou uma Altice Arena montada mas vazia de público e quatro pavilhões repletos de paletes, carpetes ainda com a cobertura de plástico ao som de berbequins e outras máquinas.

Pelo caminho, o irlandês comentou com António Costa que “nota-se uma grande mudança” no ecossistema de empreendedorismo português. “Antes, tudo estava focado em uma ou duas universidades em Lisboa e no Porto”, salientou o fundador da Web Summit.

Paddy Cosgrave também salientou que na Web Summit “temos mais espaço do que nunca”, apesar de o número de espetadores ser igual ao de 2019. Os pouco mais de 70 mil participantes na cimeira vão usufruir de um total de 204.386 metros quadrados, o que compara com o anterior recorde, de 2019, de 183.292.

Boa parte do crescimento do espaço deve-se às tendas provisórias montadas junto ao Pavilhão de Portugal, à sala Tejo do Altice Arena e também no parque de estacionamento junto ao pavilhão 4 da FIL. “Temos 24 mil metros quadrados em tendas, vindas da Alemanha e algumas de Portugal”, comentou Paddy Cosgrave com o primeiro-ministro. A montagem do recinto, nas últimas três semanas, envolveu mais de 2.000 pessoas.

Um “gigante adormecido” chamado Brasil

A eleição de Lula da Silva como Presidente do Brasil também entrou na conversa entre o primeiro-ministro e o fundador da Web Summit. “Foi muito bom ver a população brasileira na Europa tão entusiasmada”, comentou Paddy Cosgrave. Mais à frente, com os jornalistas, António Costa falava numa “nova oportunidade” para a reaproximação dos dois países.

A causa ambiental não ficou esquecida. “Vimos o Presidente eleito reafirmar o seu compromisso para a desflorestação zero da Amazónia e percebemos a grande contribuição do Brasil para o combate às alterações climáticas e para termos um mundo que possa, antes de atingir o ponto de não retorno, conseguir inverter a trajetória e reduzir a emissão dos gases de estufa, preservar os nossos oceanos e recursos naturais.”

Chico Buarque também foi assunto na reta final da visita, depois de o chefe de Governo português ter assinalado que Portugal vai finalmente entregar o Prémio Camões de 2019 ao artista e escritor brasileiro, crítico de Jair Bolsonaro. Paddy Cosgrave e António Costa falaram no Brasil como um “gigante adormecido” e um país como “grande potencial”. O irlandês ficou a saber quem é Chico Buarque.

É também no Brasil que a Web Summit vai ter a sua primeira edição na América do Sul, a partir de maio de 2023.

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Meloni decide fim da vacina anticovid obrigatória para profissionais de saúde

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

A medida servirá para reintegrar nos seus postos de trabalho cerca de 4.000 médicos e outros profissionais de saúde que não quiseram vacinar-se contra a covid-19.

As primeiras medidas do Governo italiano de Giorgia Meloni, aprovadas esta segunda-feira em conselho de ministros, incluíram o fim da vacinação obrigatória anticovid para profissionais de saúde e o agravamento de penas para organizadores e participantes em festas ‘raves’.

Meloni protagonizou a sua primeira conferência de imprensa como primeira-ministra, para informar sobre as medidas aprovadas e comunicar a nomeação de 31 subsecretários e oito vice-ministros.

Neste primeiro conselho de ministros, foi aprovado o fim a partir de terça-feira, 01 de novembro, da obrigatoriedade de vacinação dos profissionais de saúde contra a covid-19 em Itália, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter alertado de que a pandemia não acabou, está a aumentar o número de casos de infeção, de hospitalizações e de mortes e de que existe uma correlação cientificamente comprovada entre temperaturas ambientes mais baixas e uma maior propagação do coronavírus SARS-CoV-2.

Contudo, o novo ministro da Saúde italiano, Orazio Schillaci, sustentou, na conferência de imprensa: “O panorama epidemiológico mudou, em particular a partir dos dados, podemos ver que o impacto nos hospitais é limitado e há uma diminuição das infeções e estabilização dos hospitais”. A medida, muito criticada pela oposição, servirá também para reintegrar nos seus postos de trabalho cerca de 4.000 médicos e outros profissionais de saúde que não quiseram vacinar-se contra a covid-19 e ficaram, por isso, suspensos sem vencimento.

“Há falta de pessoal médico: portanto, o regresso destes médicos não-vacinados ao trabalho serve para combater a escassez e garantir o direito à saúde”, acrescentou o novo ministro da Saúde. “Não há uma abordagem ideológica da pandemia”, disse a primeira-ministra italiana, que atacou a gestão do anterior executivo, assegurando que “houve uma infinidade de medidas tomadas pelos Governos que não estavam assentes em provas científicas”.

A reação do secretário-geral do progressista Partido Democrata (PD), Enrico Letta, foi: “O primeiro ato do Governo é premiar os antivacinas”. Por outro lado, Meloni defendeu que “a luta contra o crime organizado é um dos objetivos do Governo”, razão pela qual foi aprovada uma lei que não permite conceder benefícios penitenciários aos presos ou reclusos que não colaborem com a Justiça.

Também foi adiada para 30 de dezembro a entrada em vigor do decreto legislativo com a reforma do processo penal aprovado pelo anterior Governo, para se poder fazer algumas melhorias, tendo o ministro da Justiça, Carlo Nordio, garantido que “não existe risco de perder os fundos europeus” relacionados com tais reformas.

Outra das medidas do novo Governo italiano é a criação de um novo crime, “o de invasão para reuniões perigosas”, que se refere à organização, entre outras coisas, de festas ilegais, as chamadas ‘raves’, como a última que se realizou em Modena (centro), em relação à qual o Ministério do Interior ordenou hoje à polícia que fosse evacuar o local onde decorria.

“Acreditamos, como acontece noutros países e noutras áreas, que a norma, uma vez implantada, possa ser um elemento dissuasor destes eventos”, explicou o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, sublinhando que a sanção para quem “organiza” uma ‘rave’ varia entre três e seis anos de prisão. Na opinião de Meloni, este vazio legal permitia que os jovens de toda a Europa escolhessem Itália para organizar estas festas ilegais.

Entretanto, quanto à nomeação anunciada na mesma conferência de imprensa de subsecretários e vice-ministros do novo Governo, um deles, o vice-ministro das Infraestruturas e Transportes, Galeazzo Bignami, membro do partido de extrema-direita – ou “pós-fascista”, como a líder, Giorgia Meloni, prefere que lhe chamem – Irmãos de Itália (FdI), é mais conhecido por uma foto datada de 2005 em que surge envergando uma farda nazi e uma faixa das SS no braço.

O Governo de coligação dirigido por Meloni, que tomou posse a 22 de outubro, é o mais à direita em Itália desde 1946. Após uma vitória histórica dos FdI nas legislativas antecipadas de 25 de setembro, esta romana de 45 anos tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra no país e subiu ao poder exatamente um século após o ditador Benito Mussolini, de quem chegou a confessar-se admiradora.

Com os seus parceiros de coligação, o dirigente populista e anti-imigração da Liga, Matteo Salvini, e o líder do Força Itália, o polémico ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, Giorgia Meloni dispõe de maioria absoluta nas duas câmaras do parlamento: Câmara dos Deputados e Senado.

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Portugal continuará a “contribuir solidariamente” para legítima defesa da Ucrânia

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

João Gomes Cravinho diz que sairia caro não apoiar a Ucrânia, pois os "valores básicos do direito internacional e da Carta das Nações Unidas seriam pouco relevantes face à força bruta”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, garantiu esta segunda-feira que o Orçamento de Estado para 2023 tem as dotações necessárias para que Portugal possa “contribuir solidariamente” para a legítima defesa da Ucrânia.

Portugal vai manter o apoio à Ucrânia nas várias vertentes – política, humanitária, militar e financeira – afirmou João Gomes Cravinho, ouvido no Parlamento no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2023.

Não sabemos exatamente qual será a despesa do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP) com o apoio à Ucrânia em 2023, e, por conseguinte, a parte que tocará a Portugal”, salvaguardou o ministro.

“Contudo, sabemos que não apoiar a Ucrânia na defesa da ordem internacional e da sua integridade territorial, sairia muito mais caro, porque significaria a nossa entrada numa nova era em que os valores básicos do direito internacional e da Carta das Nações Unidas seriam pouco relevantes face à força bruta”, sustentou.

A quota-parte que cabe a Portugal através da repartição solidária entre os países da União Europeia, é repartida em partes iguais pelos Ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, esclareceu ainda o chefe da diplomacia portuguesa.

A invasão da Ucrânia tem também uma outra consequência orçamental, anunciou o ministro, com a afetação de 800 mil euros suplementares para a Embaixada em Kiev, “que continua a precisar de ter uma retaguarda em Varsóvia, para além de ter despesas suplementares relacionadas com considerações de segurança”.

Gomes Cravinho recordou ainda que Portugal acolheu mais de 53 mil refugiados ucranianos desde a invasão russa da Ucrânia.

Portugal vai investir 19,5 milhões na criação de serviços consulares online

O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou ainda um investimento de 19,5 milhões de euros em 2023, para que portugueses no estrangeiro possam aceder a serviços consulares através de aplicações eletrónicas, e um aumento do número de funcionários neste setor.

“Estamos a trabalhar no ‘Consulado Virtual’, que permitirá aos nossos concidadãos nas comunidades acederem a muitos serviços consulares através de aplicações eletrónicas”, explicou João Gomes Cravinho. O chefe da diplomacia portuguesa destacou que uma “ambição importante” para 2023 diz respeito à “continuação do trabalho de melhoria do atendimento consular”.

João Gomes Cravinho apresentou três linhas de intervenção, a primeira relativa à disponibilização online de serviços consulares. “Muitos dos serviços que atualmente obrigam a deslocações em pessoa passarão a estar acessíveis através do telemóvel, da mesma forma que hoje em dia temos poucas necessidades de nos deslocarmos fisicamente aos bancos”, sublinhou.

Para isso, haverá em 2023 um investimento de 19,5 milhões de euros através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), adiantou. O ministro dos Negócios Estrangeiros realçou que, no entanto, nem todos os cidadãos “pelo mundo fora têm facilidade de acesso a serviços digitais” e que “há certos serviços que continuarão a exigir uma presença física nos consulados”.

Para reforçar a capacidade consular local, João Gomes Cravinho anunciou outras duas linhas de ação, a segunda que passa pelo aumento do número de funcionários neste setor. “Terminaremos o ano de 2023 com mais 249 efetivos do que no final de 2022, sendo a grande maioria deste aumento (nomeadamente 222 efetivos) para os serviços periféricos externos, muito em particular para os consulados”, atirou.

A terceira linha de ação diz respeito à necessidade de serem atualizadas as grelhas salariais que “em numerosos países estão desajustados face ao custo de vida local”. João Gomes Cravinho salientou que esta atualização é “essencial para a valorização dos funcionários consulares” para a atração e retenção de funcionários novos, “considerando o custo de vida, os salários e remunerações não podem ser iguais de posto para posto”.

“Nesta lógica iremos também implementar um novo mecanismo de correção cambial para fazer face a situações de inflação acentuada e degradação do câmbio em outros países”, adiantou ainda. Com este orçamento, a despesa com pessoal aumenta 6,1%, com um reforço suplementar por definir em função das negociações sobre grelha salariais nos diferentes países, explicou também o governante.

Também no Parlamento o ministro dos Negócios Estrangeiros rebateu a ideia de que o ministério que tutela tenha uma redução orçamental para o próximo ano e que tenha perdido força com a transferência dos Assuntos Europeus para a esfera do primeiro-ministro. “Este orçamento garante à nossa rede de embaixadas, e aos serviços do Ministério em Lisboa, condições financeiras para a execução da sua missão, nomeadamente com um acréscimo de dotação de 5,8 milhões de euros, passando de 490,4 milhões para 496,2 milhões de euros”, disse o ministro João Gomes Cravinho na sua intervenção inicial.

Sendo este o valor da dotação orçamental para despesa total consolidada que consta da proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2023, o PSD fez a leitura tendo em conta as dotações, e nomeadamente uma redução de 26,1 milhões de euros em Fundos Europeus, o que se traduz globalmente numa redução de 4% do orçamento deste ministério para 2023 comparando com 2022.

A esta leitura, feita pelo deputado Tiago Moreira de Sá, acrescentou Ricardo Sousa, também do PSD, que há que ter em conta ainda a inflação “e, com tudo, a queda real é de 12%”, afirmou, pondo em causa a remuneração dos funcionários e dizendo que assim os lugares são “pouco apelativos”.

João Gomes Cravinho rebateu dizendo que poderá parecer que há um corte em relação a 2022 se for feita “uma leitura superficial do documento” e insistiu numa leitura completa.

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Programa Mar 2030 abre candidaturas

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

A apresentação das candidaturas, relacionadas com iniciativas de desenvolvimento das comunidades costeiras, decorre até 31 de janeiro de 2023. Programa tem 48 milhões de euros.

O Programa Mar 2030 abriu esta segunda-feira as candidaturas ao processo de seleção dos Grupos de Ação Local para iniciativas de desenvolvimento das comunidades costeiras, contando com uma verba de 48 milhões de euros anunciou o Ministério da Agricultura.

A apresentação das candidaturas, no âmbito do Programa Mar 2023 e para o período 2021-2017, decorre até 31 de janeiro de 2023, tendo de ser feita em suporte eletrónico através do Balcão dos Fundos.

Em causa estão as candidaturas ao processo de seleção dos Grupos de Ação Local (GAL) que “serão responsáveis pela implementação de Estratégias de Desenvolvimento Local (EDL) das Comunidades Piscatórias e Aquícolas”, refere o Ministério da Agricultura e Alimentação em comunicado.

Este concurso, acrescenta a mesma informação, destina-se à qualificação das parcerias, “com o respetivo reconhecimento dos GAL, da determinação dos valores a alocar aos seus custos de funcionamento, dos seus territórios de atuação, bem como a aprovação das EDL, com as respetivas dotações financeiras”.

Do envelope de 48 milhões de euros para iniciativas de desenvolvimento das comunidades costeiras, 33,75 milhões de euros provêm do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), visando o “desenvolvimento, diversificação e competitividade da economia e a melhoria das condições de vida das populações locais”.

O programa Mar 2030 operacionalizará em Portugal os apoios do FEAMPA e terá por objetivo promover uma economia mais sustentável nas regiões costeiras, insulares e interiores, ou o desenvolvimento de comunidades piscatórias e de aquicultura.

O Ministério lembra que no âmbito do Programa Operacional (PO) Mar 2020, foram aprovados 12 Grupos de Ação Local da Pesca no continente e três na Região Autónoma dos Açores que agregam várias comunidades piscatórias, o que faz com que haja já entidades e atores locais com “experiência acumulada na elaboração e implementação das estratégias de desenvolvimento local”.

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Fosun de saída? “Medo é uma cena que não assiste” ao BCP

Miguel Maya diz que banco mantém o apoio dos seus acionistas, incluindo a Fosun, que se prepara para alienar alguns investimentos na Europa para lidar com a dívida de 38 mil milhões.

“O medo é uma cena que não nos assiste”, respondeu o CEO do BCP, Miguel Maya, depois de questionado se receava que a Fosun venda a sua participação de quase 30% por conta das dificuldades financeiras que o grupo chinês atravessa.

O conglomerado da China está a preparar a venda de ativos face à pressão de uma dívida de 38 mil milhões de euros e os investimentos em Portugal estão a ser considerados, avançou a agência Bloomberg na semana passada.

“O que eu tenho sentido dos acionistas é um suporte ao banco ao longo de todo este processo”, prosseguiu Miguel Maya na apresentação dos resultados do BCP. “Já se falou várias vezes na Sonangol e depois ouvia sempre a Sonangol dizer o contrário do que aparecia escrito nos jornais. A Sonangol continua com uma posição no BCP. A Fosun reiterou o apoio e interesse no investimento do BCP”, rematou o gestor.

A Fosun já veio assegurar publicamente que não vai vender a sua posição no BCP. Também garantiu isso em privado, revelou Miguel Maya. “Para mim é suficiente. Não fiz mais nenhuma pergunta porque não careço de mais nenhuma resposta”, adiantou.

Mais do que a eventual incerteza na estrutura acionista, o líder do BCP disse estar concentrado em criar as condições para ter “um banco mais moderno, inovador, com capacidade de merecer a preferência dos clientes, com capacidade de remunerar melhor os trabalhadores e os acionistas”.

Já se falou várias vezes na Sonangol, e depois ouvia sempre a Sonangol dizer o contrário do que aparecia escrito nos jornais. A Sonangol continua com uma posição no BCP. A Fosun reiterou o apoio e interesse no investimento do BCP.

Miguel Maya

CEO do BCP

“O que temos de fazer é, através da geração orgânica de capital, conseguir criar condições para fazer crescer e valorizar o banco. Gostaríamos muito de contar – e temos a expectativa – de continuar a contar com os acionistas, como temos vindo a contar até ao dia de hoje”, afirmou.

O BCP registou lucros de 97 milhões de euros entre janeiro e setembro, o que representa uma subida de 63% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Pilotos dizem que TAP vai cancelar 400 voos até ao fim do ano

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Sindicato diz que a empresa está a tentar justificar os cancelamentos "com a ausência de 40 pilotos, que foram pais e mães", para esconder que "faltam pilotos, faltam tripulantes de cabine" e aviões.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) diz que a TAP pretende cancelar mais de 400 voos, entre novembro e dezembro, acusando a companhia de culpar os profissionais por causa de licenças de parentalidade, segundo uma nota interna.

Na mensagem, a que a Lusa teve acesso, o SPAC disse que a TAP, “através da Comunicação Social, informou os portugueses de que está preocupada com 40 pilotos e 110 tripulantes de cabine que, de acordo com a lei, colocaram para o mês de dezembro as licenças de parentalidade”.

De acordo com a organização, “a empresa optou por despedir pilotos e tripulantes de cabine num passado recente, num processo trágico que ainda hoje se arrasta e escolheu alienar aviões que hoje tanta falta fazem”, acrescentando que a TAP “agora, ignora este facto e a escassez de pilotos e tripulantes, ignora o planeamento de voos desfasado da realidade que tem, ignora o direito consagrado na lei, transversal a todas as empresas e a todos os trabalhadores em Portugal de gozarem as suas licenças e atribui a responsabilidade colocando o ónus em 3% dos pilotos”.

“A não ser que a legislação que regula as licenças de parentalidade seja uma novidade deste ano, estamos perante uma tentativa de preparação da opinião pública para tornar plausível o cancelamento de mais de 400 voos, entre os meses de novembro e dezembro”, acusou o SPAC.

O sindicato disse que este número é “incompreensível”, referindo que “por mais que se tente justificar tantos cancelamentos com a ausência de 40 pilotos, que foram pais e mães, num universo de 1.200, nunca vão conseguir escamotear a verdade irrefutável: faltam pilotos, faltam tripulantes de cabine e faltam aviões”.

“Temos a mais sincera esperança que, na tentativa de escamotear esta realidade, não se recorra mais uma vez aos avultados gastos de capital na contratação de empresas externas (ACMI)”, disse o SPAC.

Para a estrutura sindical, “estas opções de gestão são reféns de um plano desajustado que foi incapaz de prever o futuro que todas equipas de gestão das empresas de aviação viram”, uma situação “que acarreta custos elevadíssimos para todos e causa danos graves, tanto na credibilidade da marca TAP, como na confiança dos passageiros”.

“Mais uma vez, revela-se a incapacidade e irresponsabilidade de uma gestão que não está à altura do bom nome da marca TAP”, acusou o SPAC.

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RealFevr levanta 10 milhões e lança “primeiro” trading moments game

Acelerar expansão internacional, a aquisição de novos direitos de propriedade intelectual e o lançamento do FEVR Battle Arena são as apostas da startup.

A portuguesa RealFevr levantou 10 milhões de euros numa ronda de investimento, para acelerar a expansão internacional, a aquisição de novos direitos de propriedade intelectual e o lançamento do primeiro trading moments game, o FEVR Battle Arena.

“Dadas as características reais do mercado, bem como os desafios económicos e políticos mundiais, assegurar dez milhões de euros reforça a visão que todos partilhamos, como equipa, para a RealFevr”, diz Fred Antunes, CEO da RealFevr, citado em comunicado.

A ronda, liderada pelo investidor desportivo global ADvantage, com a participação de Semapa Next, Shilling Capital Partners, entre outros, vai servir para “acelerar a expansão internacional”, para a “aquisição de novos direitos de propriedade intelectual e o lançamento do primeiro trading moments Game do mundo: FEVR Battle Arena, com lançamento previsto para as próximas semanas.”

“Estando na vanguarda da inovação num mercado tão competitivo e altamente tecnológico, estamos determinados a permanecer ousados num dos mercados mais transformadores que já vimos na nossa vida. A nossa equipa está orgulhosa e entusiasmada com os novos produtos que estamos a construir. E a parte mais satisfatória é que agora criámos a oportunidade de aumentar a nossa estrutura de forma explosiva e estaremos definitivamente à altura da responsabilidade”, refere ainda Fred Antunes.

Desde 2021, a startup lançou o primeiro marketplace de NFT de vídeo de futebol, fechou parcerias de propriedade intelectual com organizações desportivas – Liga Portugal, Federação Portuguesa de Futebol, Torino FC e Beach Soccer Worldwide – e com vários atletas.

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Dificuldades em pagar empréstimo? Reestruture apenas “se for absolutamente imprescindível”, aconselha presidente do BCP

Subida das taxas de juro está a criar dificuldades às famílias no pagamento dos empréstimos. Precisa de reestruturar? “Só se for absolutamente imprescindível”, aconselha presidente do BCP.

A subida agressiva das taxas de juro está a colocar muitas famílias em dificuldades no pagamento dos empréstimos à banca. O Governo prepara medidas para aliviar esta pressão, ao agilizar os processos de renegociação dos créditos. Mas o presidente do BCP, Miguel Maya, tem um conselho: “Apenas solicite a reestruturação se for absolutamente imprescindível”.

O responsável adiantou que o banco estará disponível para apoiar os clientes em dificuldades com as “soluções mais adequadas” para assegurar que não entram em incumprimento.

Contudo, sinalizou de seguida, “é um risco elevado para os clientes pensarem que isto é for free [de graça], que não vai ter consequências” no futuro.

Em causa está o facto de o cliente cujo crédito for reestruturado passar a estar marcado no sistema. Quando quiser pedir dinheiro ao banco no futuro, esta reestruturação vai constar no seu histórico, o que poderá dificultar a obtenção de um novo financiamento.

Não é irrelevante para quem [do banco] aprecia esse pedido de crédito o facto de saber que, mesmo num contexto de taxa de juro que permanece baixo, tenha sido necessário fazer uma reestruturação”, explicou na conferência de apresentação dos resultados do BCP até setembro, que subiram 63% para 97 milhões. “Qualquer gestor rigoroso e diligente tem em conta o histórico do cliente”, sinalizou.

Miguel Maya adiantou que o banco já tem capacidade para apresentar soluções aos clientes em dificuldades através dos regimes existentes do PARI e PERSI – de prevenção do incumprimento e de regularização do incumprimento, respetivamente – e não precisa das medidas do Governo. Mas também não vê inconveniente que se crie “um quadro adicional”, embora manifeste preocupação que “possa criar os incentivos errados que levem a comportamentos errados”.

Se for para corrigir situações de clientes que se endividaram em crédito pessoal noutros bancos e, agora, o BCP, porque é onde tem o crédito à habitação, é que vai pagar porque a taxa de esforço subiu, isto não faz sentido nenhum. É absolutamente despropositado”, atirou.

“Como é que vamos tratar um cliente que tem uma taxa de esforço superior porque a taxa de juro subiu ou porque até tinha uma taxa fixa, mas, entretanto, contraiu mais dez créditos noutros bancos?”, questionou. Miguel Maya diz que quer conhecer o diploma, pois há muitos fatores a ter em consideração neste tema.

O gestor assegurou, ainda assim, que o BCP “estará à altura de encontrar uma solução” se as dificuldades “tiverem a ver com o endividamento que o cliente tem no banco e o crescimento da prestação está a comprometer a vida digna das pessoas”.

De acordo com as simulações do ECO, um empréstimo de 150 mil euros poderá ver a prestação agravada até 230 euros (subida de 50%) se o contrato for revisto no próximo mês.

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