Fitch dá rating de investimento à Caixa, 11 anos depois
Caixa fica com rating de investimento junto de três agências internacionais: DBRS, Moody's e agora Fitch, que há 11 anos colocava a dívida do banco no patamar considerado de "lixo".
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a recuperar a sua credibilidade no mercado. Depois da Moody’s em julho do ano passado, agora foi a Fitch a subir o rating do banco público para um nível de “grau de investimento”, algo que não acontecia há 11 anos.
A agência de notação financeira americana subiu em um nível o rating de dívida sénior de longo prazo da CGD de “BB+” para “BBB-”, o que significa que deixa de ser considerada um “investimento especulativo” e passa a deter um “grau de investimento”. O outlook (perspetivas de evolução do rating) foi revisto de “Positivo para em “Estável”.
Um rating melhor significa que o banco liderado por Paulo Macedo conseguirá financiar-se no mercado a custos mais baixos, o que, em última instância, pode refletir-se em melhores condições nos financiamentos às famílias e empresas.
Com a decisão da Fitch, a Caixa tem agora avaliações em nível de investment grade por três agências internacionais, incluindo a Moody’s e a DBRS, “constituindo um importante marco na evolução e no posicionamento no mercado”, assinala o banco em comunicado enviado ao mercado.
De acordo com a Caixa, a subida do rating pela Fitch “reflete a melhoria da qualidade de ativos mesmo durante o período pandémico, a resiliência da rendibilidade — assente na liderança de mercado e fortes níveis de eficiência — e os melhores rácios de capital”.
Os resultados do banco no ano passado dão conta dessa evolução positiva: lucros de 583 milhões de euros, mais 18,7% em relação a 2020, subida de 0,9 pontos para 7% do ROE, menos custos e maiores volumes de negócios e rácios de capital bem acima das exigências regulatórias.
Também os ratings Issuer Default Rating (IDR) e da dívida sénior preferencial de curto prazo foram elevados de B para F3. Em simultâneo, o rating de dívida sénior não preferencial de longo prazo subiu igualmente em um nível de BB para BB+ e da dívida Tier 2 de BB- para BB.
Adicionalmente, o rating para os depósitos da Caixa foi elevado a BBB, um nível acima do atribuído à dívida sénior e igualando o rating da dívida pública portuguesa. “Esta notação reflete a maior proteção conferida aos depósitos em caso de resolução”, explica o banco.
Já na quinta-feira, o Governo saudou a melhoria do rating do banco, considerando que a decisão permitirá ao banco “consolidar a sua posição no mercado nacional”.
Além da Caixa, a Fitch também melhorou o outlook da notação de risco (IDR) do Banco Montepio de “Negativo para “Positivo”, reafirmando o rating de “B-“.
Na base da melhoria do outlook estão “progressos significativos” do Banco Montepio estão vários fatores, como “a redução dos ativos não produtivos e a expectativa de que esta tendência se mantenha no futuro“, o “reforço dos rácios de capital para níveis acima dos requisitos regulamentares”, e “o cumprimento com sucesso dos objetivos do plano de ajustamento operacional, nomeadamente no que diz respeito à otimização da rede de balcões e do quadro de pessoal“.
O banco liderado por Pedro Leitão diz que tudo isto irá “contribuir para uma melhoria da rendibilidade e eficiência a partir do corrente ano”
(Notícia atualizada às 10h05 de 10 de março)
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