Petróleo volta a subir com redução de stocks nos EUA

Matéria-prima sobe pelo terceiro dia com dados que mostraram uma redução maior do que o esperado nos stocks de petróleo nos EUA.

Os preços dos petróleo voltam a subir esta quarta-feira, mantendo a tendência dos últimos dois dias, cerca de um dólar por barril, depois de terem sido divulgados novos dados que sinalizam uma queda nos stocks do “ouro negro” dos Estados Unidos e cortes nos fluxos de gás russo para a Europa, que alimentam os receios de um arrefecimento da procura, e o aumento das taxas de juro nos Estados Unidos.

Pelas 20h15 de Lisboa, o Brent, que serve de referência às importações nacionais, avança 2,62% para 102,07 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, valoriza 2,81% para 97,65 dólares.

Este desempenho acontece depois de o Instituto Americano do Petróleo (API, na sigla em inglês) ter revelado, na terça-feira, que os sotcks de petróleo nos EUA encolheram em cerca de quatro milhões de barris na semana passada. Este valor é um número quatro vezes superior ao estimado pelos analistas consultados pela Reuters. Já os stocks de gasolina recuaram em cerca de 1,1 milhão de barris.

Além disso, a Casa Branca anunciou que vai libertar mais 20 milhões de barris da sua reserva estratégica de petróleo, num esforço para acalmar os preços do ouro negro, que têm disparado desde o início da guerra, e à medida que a procura se recupera na sequência da pandemia. Já em março, os EUA tinham anunciado que iam libertar um milhão de barris de petróleo por dia da reserva estratégica do país, durante seis meses.

Ainda esta quarta-feira, a Fed anunciou uma subida das taxas de juro em 75 pontos base, naquela que foi a quarta subida este ano. “Um declínio mais acentuado nos stocks deve sustentar os preços do petróleo, mas a recuperação foi limitada devido aos receios com uma potencial procura fraca, e a Casa Branca anunciou que liberará ainda mais reservas estratégicas”, resume Leon Li, analista da CMC Markets em Xangai, citado pela Reuters.

(Notícia atualizada às 20h14 com novas cotações)

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Sindicatos e Governo chegam a acordo para incluir grelha salarial dos médicos nas negociações

  • Lusa
  • 27 Julho 2022

Governo e sindicatos incluem grelha salarial de médicos do SNS nas negociações. Presidente da FNAM apela à “iniciativa e celeridade do Governo” na resolução do problema da falta de médicos.

Governo e sindicatos acordaram esta terça-feira incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde nas negociações entre as duas partes que agora se vão iniciar, anunciou esta terça-feira uma das estruturas sindicais representativas desses profissionais de saúde.

“Após cedências bilaterais que são necessárias nestes processos negociais, podemos dizer que estamos em condições de iniciar este processo negocial, com o acordo sobre o protocolo” que estabelece os temas que serão alvo de negociação, adiantou o presidente da Federação Nacional do Médicos (FNAM).

Noel Carrilho falava aos jornalistas após uma reunião de mais de sete horas com o Ministério da Saúde, em que também participou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), para acertarem os termos das negociações, com as estruturas representativas dos clínicos a alertarem, previamente, que não abdicariam da exigência de incluir a tabela salarial no protocolo negocial.

O presidente da FNAM adiantou que, além dos temas que já estavam previstos, como a dedicação plena, a valorização do trabalho em serviço de urgência e a regulamentação da organização do trabalho médico, a reunião permitiu assegurar “também o compromisso da grelha salarial dos médicos” nas negociações que agora se vão iniciar.

“Isso foi acordado e temos uma abertura para desenvolver um processo negocial com sucesso, que apenas agora se inicia”, adiantou Noel Carrilho, para quem o acordo alcançado esta terça-feira pode ser um “bom sinal” para atrair mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O responsável garantiu que os sindicatos dos médicos continuarão o seu trabalho no sentido de atrair os médicos para o SNS, e disse que é preciso que “haja iniciativa e celeridade do Governo” para resolver o problema da falta de médicos no SNS.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM, também em declarações no final da reunião, congratulou-se por se iniciar, ao fim de 10 anos, um processo negocial, salientou que os sindicatos médicos prezam a paz social e tudo estão a fazer para que o SNS seja reforçado.

Os sindicatos, disse, gostavam de poder mitigar os problemas que vão surgir nos próximos meses, alertando para a necessidade de o Governo fazer os possíveis para que os problemas no SNS sejam ultrapassados.

Roque da Cunha disse esperar assinar em breve o acordo entre Governo e sindicatos, mas salientou que o processo se inicia “hoje”. A próxima reunião com o Governo está já marcada para agosto, disse.

“Da nossa parte estamos totalmente disponíveis para avançar, mas apelamos firmemente ao Governo para que acelere as propostas, não esteja à espera que a situação piore, porque nos próximos meses vamos ter seríssimos problemas pela incompetência e incapacidade demonstrada nos últimos anos, e não foi por falta de avisos por parte dos sindicados”, avisou.

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Hoje nas notícias: Construtoras, PSP e urgências

  • ECO
  • 27 Julho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As construtoras portuguesas temem que atraso nas grandes obras nacionais levem a concursos de grande dimensão que favoreçam empresas estrangeiras. Presidente do sindicato dos profissionais da polícia alerta que o fecho de esquadras por falta de efetivos pode acontecer nos próximos dias, e agravar no próximo mês. Apenas 34% do total de obstetras, ou 609, pode trabalhar nas urgências hospitalares e os tetos máximos na despesa colocam em causa aumentos nas horas extraordinárias dos médicos em serviço de urgência.

Empresas portuguesas temem ser excluídas das grandes obras

As construtoras portuguesas temem que o atraso no lançamento das grandes obras a nível nacional, previstas no novo ciclo de investimentos, dite a opção pelo lançamento de concursos de grande dimensão, o que favorece as empresas estrangeiras. “O pior que pode acontecer é dizerem que temos de entregar as obras de qualquer forma porque senão perdemos fundos europeus, e consequentemente se opte por processos de concursos chave na mão ou de um só lote em vez de cinco”, aponta o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Há mais esquadras da PSP em risco de fechar em agosto

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) sinaliza que agosto “é um período de férias e, juntando a isso, há quem esteja de baixa prolongada”, o que acaba “por descompensar muito o serviço em esquadras”, pelo que avisa que o fecho de esquadras por falta de efetivos pode acontecer nos próximos dias e agravar-se no próximo mês. Esta noite as esquadras de Valongo e da Maia vão encerrar entre as 00h00 e as 08h00.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Só um terço dos obstetras está obrigado a fazer urgências

Do total de 1.772 médicos especialistas em ginecologia/obstetrícia inscritos na Ordem dos Médicos, 66% têm 55 ou mais anos, o que lhes confere a possibilidade de pedirem escusa do trabalho das urgências. Nesse contexto, há apenas 609 médicos, ou seja, 34% do total, com idade e formação para trabalhar nas urgências hospitalares, sendo que boa parte está em exclusivo no privado.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Tetos máximos na despesa comprometem aumentos nas horas extra dos médicos

Os valores máximos definidos, entre os 50 e os 70 euros, a pagar pelas horas extraordinárias dos médicos estipulam que esta despesa não pode ultrapassar a do segundo semestre de 2019, segundo o decreto-lei para o novo regime remuneratório do trabalho suplementar dos médicos em serviços de urgência. Para Xavier Barreto, presidente da associação dos administradores hospitalares, este teto máximo pode prejudicar a aplicabilidade do diploma, pelo que é incompreensível, e considera normal o aumento do número de horas extraordinárias em função da redução do número de horas dos prestadores de serviços.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Transferência de terrenos rurais acontece principalmente de forma hereditária

Existe em Portugal uma predominância para a transferência hereditária de propriedade em (51,1%), sendo esta a principal causa para a mudança de propriedade dos terrenos rurais. Adicionalmente, 30% das propriedades são de herança indivisa, sendo que em 11,5 milhões de terrenos, 3,4 milhões encontram-se nesta situação, concluiu também o levantamento feito pelo Grupo de Trabalho para a Propriedade Rústica (GTPR). Estes elementos aliados a questões como a fragmentação das propriedades a Norte do rio Tejo, justificam a ineficácia das sucessivas reformas da floresta.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

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Lucros da EDP Renováveis disparam 87% à boleia da subida dos preços da energia

Preço médio de venda da energia aumentou 27% em termos homólogos, revela a empresa, "maioritariamente devido aos preços de mercado na Europa e a atualização do quadro regulatório em Espanha".

A EDP Renováveis aumentou os lucros em 87% para 265 milhões de euros no primeiro semestre do ano, um resultado que compara com os ganhos de 142 milhões registados há um ano e é explicado pelo aumento dos preços da energia, anunciou a empresa ao mercado.

Os “resultados sólidos no primeiro semestre, maioritariamente impactada pelo aumento do preço médio de venda e de produção, resultando num
EBITDA e resultado líquido robustos”, escreve a empresa na apresentação de resultados. As receitas totalizaram 1.237 milhões de euros, ou seja um aumento de 45% face aos seis primeiros meses de 2021 (381 milhões de euros). O preço médio de venda aumentou 27% em termos homólogos, revela a empresa, “maioritariamente devido aos preços de mercado na Europa e a atualização do quadro regulatório em Espanha”.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 49% em termos homólogos para 976 milhões de euros. Já o EBIT (lucro antes dos juros e impostos) subiu 76% para 640 milhões de euros “resultado do forte desempenho ao nível de receitas.

Por outro lado, os custos operacionais ascenderam a 463 milhões de euros neste período, uma subida homóloga de 40% que se deveu à maior capacidade operacional e aos custos antecipados para lidar com o crescimento acelerado. “A sólida performance operacional da EDPR no primeiros semestre foi impactada pela maior produção de energia” devido à “capacidade instalada adicional e melhor recurso renovável”. A empresa sublinha que em junho “alcançou o seu nível máximo histórico de capacidade em construção, suportada pela nova capacidade a ser adicionada em 2022 e 2023”.

A EDP Renováveis revelou também que a dívida líquida totalizava os 5,23 mil milhões de euros no final de junho, correspondendo a um aumento de 2,3 mil milhões em relação a dezembro. Este agravamento é explicado pelos investimentos feitos neste período, nomeadamente a compra da Sunseap, por 600 milhões de euros. Para o agravamento da dívida contribuiu também “a caixa gerada por ativos e a estratégia de rotação de ativos”, rotação que gerou proveitos operacionais de 134 milhões de euros, ou seja, menos seis milhões face ao ano anterior, “devido principalmente às transações de rotação de ativos concluídas na Polónia e Espanha que geraram 99 milhões de mais-valias”.

A EDP Renováveis é a segunda empresa na área da energia a apresentar resultados esta semana (na segunda-feira foi a vez da Galp) e é a segunda a registar aumentos significativos os lucros. Estes resultados estão a alimentar novamente a discussão de uma eventual introdução de um imposto sobre os lucros excessivos, uma medida reclamada pela oposição e que o Governo descartou. O ministro da Economia depois de defender abertamente os windfall tax, à semelhança do FMI e da OCDE, recuo e diz que o Executivo “está a monitorizar tudo o que se está a passar”, sempre que é questionado sobre o tema.

(Notícia atualizada com mais informação)

 

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Julho 2022

No dia em que termina a reunião da Reserva Federal dos EUA, entra em vigor a subida das taxas de juro na Zona Euro. CTT e EDP Renováveis apresentam resultados do 1.º semestre.

Em dia de apresentação de resultados de mais empresas cotadas na bolsa de Lisboa (desta vez, dos CTT e da EDP Renováveis), entra em vigor a primeira subida das taxas de juro na Zona Euro em mais de uma década, enquanto do outro lado do Atlântico se aguarda pelo anúncio de uma nova subida das taxas. Por cá, destaque ainda para dados do Banco de Portugal, sobre os empréstimos e depósitos bancários em junho, e do INE, sobre a avaliação das casas pela banca.

Resultados de cotadas da bolsa de Lisboa

Os CTT e a EDP Renováveis apresentam esta quarta-feira os resultados semestrais. No caso da operadora postal, os lucros caíram 38% nos primeiros três meses deste ano, para 5,4 milhões de euros, enquanto os lucros da energética aumentaram em 75% no mesmo período, para 66 milhões de euros. A Endesa também divulga os resultados do primeiro semestre e a Altice Portugal apresenta contas do segundo trimestre.

Empréstimos e depósitos bancários

O Banco de Portugal (BdP) divulga esta quarta-feira as estatísticas sobre os empréstimos e depósitos na banca em junho. No final de maio, contavam-se 98,7 mil milhões de euros em empréstimos para a compra de casa, um aumento de 4,8% face ao período homólogo. Os depósitos de particulares ascenderam a um recorde de 178,4 mil milhões de euros em maio, enquanto as empresas depositaram 63,4 mil milhões nos bancos residentes, representando, respetivamente, um crescimento de 6,8% e 11,8% face a maio de 2021.

Entrada em vigor da subida das taxas de juro na Zona Euro

A subida das taxas de juro diretoras, anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE) na semana passada, entra em vigor esta quarta-feira. A taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0% para 0,50%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica agora em 0,75% e a taxa de depósito, que estava em terreno negativo (-0,50%), sobe para 0%.

Novo recorde na avaliação das casas?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação relativo a junho. A avaliação dos imóveis pelos bancos atingiu um novo recorde em maio, pelo nono mês consecutivo: o valor mediano de avaliação bancária foi de 1.380 euros por metro quadrado, mais 24 euros por metro quadrado do que em abril.

Fed anuncia nova subida de juros

A Reserva Federal (Fed) dos EUA termina esta quarta-feira uma reunião de dois dias, cujo tema em cima da mesa é uma nova subida das taxas de juro. Numa conferência de imprensa prevista para as 14 horas locais (19 horas em Lisboa), prevê-se que o comité do mercado aberto anuncie uma subida de 75 pontos base. Será a quarta vez que o banco central norte-americano aperta a política monetária este ano, numa tentativa de controlar a inflação, que atingiu 9,1% em junho.

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11 anos de investigação e quatro procuradores depois, a acusação de Sobrinho viu a luz do dia

Com os fundos desviados, Sobrinho conseguiu adquirir uma quinta no Douro avaliada em três milhões de euros, seis apartamentos no Estoril Sol e outros imóveis em Lisboa e Cascais.

17 de março de 2017. O dia em que o ex-administrador do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, foi interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, depois de em 2015 já ter prestado breves esclarecimentos à Justiça portuguesa. Começou no DCIAP e daí seguiu para o Ticão, onde o esperava o juiz de instrução Carlos Alexandre, que o quis ouvir durante várias e e longas horas.

Mas o luso-angolano há muito que estava na mira da Justiça portuguesa. Na verdade, foi em 2011 que a investigação começou. O resultado está à vista: depois de Orlando Figueira, Paulo Gonçalves e José Ranito – procuradores do Ministério Público a quem o processo passou pelas mãos – foi à magistrada Rita Madeira que acabou por calhar a tarefa mais hercúlea de proferir o despacho de acusação do DCIAP e redigir e assinar o documento que acabou a ter mais de 800 páginas, com apensos de provas resultado das buscas intermináveis, num processo que acabou também a envolver Ricardo Salgado, Helder Bataglia, Amílcar Morais Pires e Rui Silva. Nasce assim mais um mega processo da Justiça portuguesa, intrinsecamente ligado aquele que já é o maior, o caso do Universo GES, com Salgado como figura central e que está atualmente na fase de instrução, a cargo de Ivo Rosa.

Álvaro Sobrinho acabou, então, acusado de 23 crimes — dos quais 13 de abuso de confiança agravada e cinco de branqueamento de capitais agravado a título individual —, por um alegado desvio de cerca de 370 milhões de euros, entre os anos 2007 e 2012. O luso angolano, recorde-se, ficou sujeito a uma caução de seis milhões de euros, que pagou, e sem passaporte – só podendo circular no espaço Schengen. Medidas impostas pelo juiz Carlos Alexandre.

“O arguido agiu de forma livre, deliberada e consciente. O arguido sabia que as suas condutas eram proibidas e punidas pela lei criminal”, lê-se no despacho do DCIAP, a que o ECO teve acesso e que não podia ser mais claro. Porém, todo o documento acaba por ser uma viagem kafkiana de transferências e apropriação alegadamente ilegal de fundos de movimentos financeiros do BES e BES Angola.

Nesse dia de março de 2017, do interrogatório no DCIAP e no Ticão, Álvaro Sobrinho ficou desde logo ciente que o Ministério Público questionava a origem da sua fortuna pessoal, conseguida de 2007 a 2013, o período em que presidiu ao BESA.

Tais fundos – no total, terão sido quase 370 milhões de euros desviados – permitiram a Sobrinho adquirir um conjunto assinalável de imóveis em Portugal. Entre eles uma quinta no Douro e as marcas dos vinhos associados à mesma num total de 5,4 milhões, seis frações do condomínio de luxo Estoril Sol, que custaram cerca de 9,5 milhões de euros, e outros imóveis em Lisboa e Cascais. Mas a vida de luxo não ficava por aqui. O dinheiro era muito e serviu para alimentar gastos como a compra de relógios de marcas conceituadas, jóias e canetas de luxo. Em menos de um ano, gastou mais de dois milhões e meio de euros em modelos exclusivos de relógios.

“Além das quantias movimentadas indevidamente a débito das contas do BESA domiciliadas no BES, em Lisboa, para crédito de contas de estruturas societárias que funcionaram em seu benefício pessoal, também em diversas ocasiões Álvaro Sobrinho utilizou a liquidez disponibilizada naquelas duas contas bancárias para fazer face ao pagamento de despesas na aquisição de bens e no financiamento direto da atividade de outras sociedades por si detidas”, segundo a mesma acusação.

Mas quando é que a investigação começou?

Para explicar como tudo começou teremos de recuar mais de 20 anos. Em 2001, acredita o DCIAP, foram constituídas três sociedades-veículo, alegadamente de fachada para a compra dos imóveis de luxo do Sky Center, um projeto imobiliário do grupo Escom financiado pelo BESA, e que previa a construção em Luanda de quatro prédios para escritórios e habitação.

Dez anos depois, em 2011, outras duas sociedades-veículo, a Vaningo e a Cross Fund são criadas, igualmente controladas pela Escom e financiadas pelo BESA. A acusação do DCIAP acredita que estas entidades fizeram parte da administração executiva do BESA, presidida entre 2001 a 2012 por Sobrinho, como os chamados “Clientes da Administração Identificados”. Uma posição que lhes deu acesso quase ilimitado a fundos, e sem controlo, perfazendo o tal valor de 370 mihões de euros.

Qual foi o modus operandi de Álvaro Sobrinho?

O próprio Álvaro Sobrinho ordenava as operações ao Departamento de Operações do BESA, sendo que as transferências era concretizadas a partir das contas que a filial angolana tinha no BES em Lisboa. Álvaro Sobrinho atuou, “ao longo dos exercícios de 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, determinando aos funcionários do Departamento de Operações do BESA, à operacionalização de transferências bancárias internacionais, através do débito das contas bancárias tituladas pelo BESA no BES, em Lisboa logrando, desse modo, movimentar os fundos disponíveis naquelas contas bancárias, como se seus fossem, apropriando-se desses mesmos fundos”. E este esquema, descrito pelo DCIAP, foi concretizado através de 21 sociedades offshore com sede em diferentes paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas, Panamá, Seychelles, entre outros, que tinham Sobrinho como beneficiário. A total ausência de controlo da gestão do BESA permitiu, segundo a acusação, “a utilização dos fundos ali disponibilizados pelo BES independentemente do destino dado aos mesmos”.

Salgado, Bataglia, Morais Pires entram na tese do DCIAP

Foi assim que, além de alegadamente ter-se apropriado de fundos do BESA, Álvaro Sobrinho também terá dado ordens de transferência para contas na Suíça abertas em nome de sociedades offshore controladas por Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires e Hélder Bataglia, banqueiros à data do BES e BESA.

Nesta acusação, o ex-líder do BES e o ex-administrador financeiro e Bataglia foram acusados de co-autoria por terem tido alegadamente conhecimento da gestão de Álvaro Sobrinho no BESA, com um desvio superior a quatro mil milhões de euros do BES em Angola. E que acabou a ser utilizado na compra de dívida das entidades não financeiras do GES – sobretudo a Espírito Santo Enterprise e a Rio Forte – que vieram a ser declaradas falidas em 2014.

DCIAP faz outra acusação na mesma semana

Paralelamente a esta acusação, o DCIAP, na mesma semana, divulga a acusação relativa ao processo de oferta pública de subscrição de ações do banco. “Os arguidos atuaram cientes de que, com o seu comportamento, atentaram contra os interesses patrimoniais dos subscritores das novas ações do banco”, sob o objetivo de “criar um cenário destacado da realidade”, segundo a procuradora Olga Barata, que conseguiu fazer uma acusação ainda maior que a de Rita Madeira, com mais de mil páginas e a que o ECO teve acesso.

“Bem sabiam os arguidos que o prospeto continha afirmações inverídicas, omitia informação essencial, e continha afirmações enganosas”, pode ler-se no documento assinado pela procuradora Olga Barata, sublinhando que “atuaram concertadamente, no logrado propósito de impedir que o mercado tivesse conhecimento dos factos de que cada qual tinha conhecimento”.

Este processo, que prosseguiu de forma autónoma no âmbito das investigações ao universo Espírito Santo, terminou com a acusação aos cinco arguidos (quatro administradores e uma colaboradora) dos crimes de manipulação de mercado e burla qualificada, em coautoria. Foi ainda deduzida aquisição contra o BES por um crime de burla qualificada.

O despacho aponta ainda a colocação de dívida das sociedades Rioforte e ES Irmãos por dinamização dos responsáveis do BES “com a ocultação da real situação patrimonial destas emitentes” e de uma forma que expunha o grupo “a contingências e riscos de perda patrimonial, decorrentes de danos reputacionais e de litigância”.

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ColchaoNet “deita-se” em Aveiro, Coimbra e Leiria até ao final do ano

Retalhista detida pelo grupo Aquinos retoma expansão no Centro do país e já planeia rumar a Espanha e França. Preços dos artigos de descanso estão “10% a 12%” mais caros do que antes da pandemia.

Depois de inaugurar no Sudoeste Retail Park, em Portimão, aquela que é a sua maior loja em termos de área de exposição, a ColchaoNet vai ainda abrir um espaço na cidade de Aveiro e estrear-se nos distritos de Coimbra e Leiria até ao final do ano, adianta ao ECO o diretor geral desta cadeia retalhista especializada na área do sono e descanso, que emprega atualmente 84 pessoas.

Com a abertura destas quatro localizações, que vão criar 16 novos postos de trabalho diretos, a empresa liderada por Luís Fialho prepara-se para fechar este ano com 34 superfícies comerciais e um investimento próximo de um milhão de euros. O alargamento das operações tem como prioridade a zona Centro do país e deverá depois “estender-se para o Interior, pelo menos para as capitais de distrito”.

“Queremos continuar o plano de expansão com quatro a cinco aberturas de lojas por ano, nos próximos anos. O objetivo é continua a apostar neste formato de grandes lojas e rapidamente atingir as 50 em Portugal e estarmos presentes nos principais distritos, se não em todos”, perspetiva o gestor lisboeta, 50 anos.

Luís Fialho, diretor-geral da ColchaoNet

E a fase seguinte, a concretizar num prazo de cinco anos, passa por “preparar o terreno para internacionalizar a marca”. Luís Fialho prevê arrancar a aventura externa pelos mercados mais próximos de Espanha e França e também para “aproveitar as sinergias e o conhecimento dos mercados” do grupo Aquinos (dono da empresa) e de parceiros comerciais, como a espanhola Pikolin.

O objetivo é continua a apostar neste formato de grandes lojas e rapidamente atingir as 50 em Portugal e estar presentes nos principais distritos, se não em todos.

Luís Fialho

Diretor-geral da ColchaoNet

A origem desta empresa remonta a 1987, quando Casimiro Simões abriu a loja S.S. Móvel, em Lisboa. Mas foi pela mão da filha Rosa e do genro búlgaro ZahariMarkov, que tinha vindo estudar para a capital portuguesa, que surge a especialização na colchoaria, valendo atualmente 70% das vendas. Em 2005 abre em Chelas a primeira loja com o novo conceito ColchaoNet. Apesar da designação, só três anos depois lançaria um site.

Em setembro de 2018, quando a cadeia somava perto de duas dezenas de lojas, a Aquinos avançou com a aquisição para diversificar os seus negócios da indústria – tem fábricas espalhadas por países como Portugal, França, Alemanha e Polónia – para a área de retalho. Com uma faturação superior a 500 milhões de euros em cerca de 40 mercados, o grupo familiar de Tábua (distrito de Coimbra) é comandado por Carlos Aquino e apresenta-se como um dos maiores produtores mundiais de estofos de sofás e de colchões, tendo como clientes o Ikea, Conforama ou El Corte Inglés.

“Fizemos alguns ajustamentos, preparámos o projeto para crescer e no final de 2019 começámos com o nosso plano de expansão: abrimos sete lojas entre outubro desse ano e março de 2020. Depois surgiu a pandemia e abrandámos um bocadinho, mas não deixámos de abrir duas lojas em plena pandemia, em outubro de 2020, e chegámos às 30 lojas”, recorda Luís Fialho, que foi chamado a liderar este negócio imediatamente após a aquisição. Um plano que é retomado agora, um ano e meio depois, com a chegada ao Algarve.

Espuma disputada com automóveis

Comercializadora de colchões, estrados, sommiers, almofadas e outros artigos complementares neste segmento de atividade, a ColchaoNet conta aumentar o volume de negócios para oito milhões de euros em 2022. Isto é, mais um milhão do que o valor registado no ano passado, em que as lojas ainda estiveram cerca de três meses encerradas por causa das restrições da pandemia de Covid-19.

No comércio eletrónico contabiliza receitas equivalentes a uma loja física, mas acredita que tem “ainda muito potencial de crescimento nos próximos tempos”. Até porque conta alargar esta plataforma de vendas a outros países e está neste momento “num processo de revisão do projeto de e-commerce para o ajustar à realidade de hoje e ter uma gama mais adaptável ao online e alargada do que nas lojas físicas”.

O grande desafio é o momento da economia – primeiro com a pandemia e depois com a guerra – e os impactos que toda esta inflação está a ter no poder de compra das pessoas.

Luís Fialho

Diretor-geral da ColchaoNet

Devido à escassez e ao aumento dos preços das matérias-primas, Luís Fialho calcula que os artigos à venda nesta cadeia de lojas estão agora “10% a 12% mais caros do que antes da pandemia”. “Estamos a acompanhar esta evolução do mercado, que tem tido um impacto bastante grande. Mas vamos tentando, em conjunto com os fabricantes, controlar ao máximo para que seja possível não refletir às vezes todos os aumentos nos preços de venda”, acrescenta.

A ColchaoNet utiliza matérias-primas que são comuns a outras áreas de negócios — desde logo a espuma, que é disputada com a gigante indústria automóvel. Apesar de “em determinados momentos haver algumas lacunas”, diz que tem conseguido gerir e assegurar a disponibilidade desses materiais. E têm tido todos os modelos disponíveis? “Pelo menos não temos tido a necessidade de racionar ou limitar a venda por falta de stock”, responde.

No atual portefólio da retalhista, 12 lojas estão englobadas em estruturas comerciais (como shoppings) e as restantes no comércio tradicional (lojas de rua) e esse “é um equilíbrio que [quer] continuar a ter”. O diretor-geral sublinha, por outro lado, que “o grande desafio é o momento da economia – primeiro com a pandemia e depois com a guerra – e os impactos que toda esta inflação está a ter no poder de compra das pessoas”.

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Mais de 39 mil na Função Pública vão ter “extra salarial” de 428 a 469 euros em agosto

O Governo já publicou em Diário da República os aumentos salariais intercalares que vão abranger assistentes técnicos e técnicos superiores. Valor só será pago em agosto, com retroativos a janeiro.

Esta terça-feira, o Governo publicou o decreto-lei que fixa os aumentos salariais para os assistentes técnicos e técnicos superiores, mas a publicação não chegou a tempo do processamento dos salários relativos ao mês de julho.

Fonte oficial do ministério liderado por Mariana Vieira da Silva, que tem a tutela da Função Pública, confirmou ao ECO que os aumentos só vão chegar com os salários do mês de agosto, sendo que nessa altura serão pagos os retroativos prometidos desde janeiro e o retroativo relativo ao subsídio de férias.

Para os assistentes técnicos abrangidos pelos aumentos – cerca de 17 mil funcionários –, o aumento salarial e os retroativos representam mais 428 euros na folha salarial em agosto e para 22 mil técnicos superiores são mais 469 euros relativos ao aumento de agosto e aos retroativos desde janeiro e subsídio de férias. Para 750 trabalhadores da carreira de técnico superior com o grau de doutoramento, o cheque extra em agosto será bem mais gordo, de 3.283,02 euros. Mas vamos por partes.

O aumento acentuado do salário mínimo nacional nos últimos anos provocou um achatamento na tabela remuneratória única (TRU) da Função Pública, tendo levado o Governo agora a aumentar de forma intercalar o salário de entrada dos assistentes técnicos (para os afastar dos assistentes operacionais) e dos técnicos superiores (estagiários, não estagiários com licenciatura e doutorados).

Estes são os novos níveis de entrada nas carreiras gerais:

RMMG – Consumida pela retribuição mínima mensal garantida para 2022 (RMMG em 2022 = 705 euros)

O nível remuneratório de entrada para os assistentes técnicos vai passar a ser de 757,01 euros, equivalente a um aumento de 47,55 euros. No próximo mês, estes 47,55 euros vão ser pagos com retroativos a janeiro (mais o retroativo do subsídio de férias), ou seja, os assistentes técnicos que passam para o 6º nível da TRU vão receber 380,40 euros relativos aos retroativos, mais o aumento de 47,55 euros de agosto. Ou seja, no total são mais 428 euros na folha salarial de agosto face ao julho, de forma excecional.

No caso dos assistentes técnicos, os aumentos abrangem 18,6% do universo dos trabalhadores desta categoria, que vão ter um aumento salarial bruto de 6,7%.

Para a carreira de técnico superior, os estagiários vão entrar no nível 12 da TRU em vez do nível 11 e para os não estagiários licenciados a porta de entrada na carreira será o 16º nível da TRU (ver tabela em cima). Nestes casos, o aumento salarial mensal será de 52,1 euros, o que quer dizer que em agosto, estes trabalhadores vão receber retroativos no valor de 416,8 euros mais o aumento de 52,1 euros de agosto. Resumindo, para estes 22 mil técnicos superiores são mais 469 euros em agosto.

Os que vão ter a subida mais expressiva de salários são cerca de 750 técnicos superiores com o grau de doutoramento, que terão um aumento salarial mensal de 364,78 euros. Com os retroativos, mais o aumento de agosto, o cheque salarial no próximo mês vai engordar em 3.283,02 euros. No caso dos doutorados, para quem já estivesse no nível 23º da TRU antes destes aumentos, pode dar o salto para o nível seguinte.

Nas carreiras de técnico superior, os aumentos vão apanhar 34,5% do universo dos trabalhadores.

No decreto-lei publicado ontem, o Governo confirma também que mesmo saltando de escalão, ninguém vai perder os pontos para efeitos de progressão na carreira, nem “as menções qualitativas de avaliação do desempenho para efeitos de futura alteração de posicionamento remuneratório”.

Atenção que todos estes valores descritos são valores de aumentos brutos, sem considerar os impostos e o pagamento à Segurança Social. Para evitar que os aumentos salariais fossem “engolidos” pelos impostos, o Governo publicou em julho novas tabelas de retenção na fonte de IRS. Consulte-as aqui.

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Debate cancelado no Reino Unido após desmaio de moderadora em direto

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

A moderadora Kate McCann, editora de política da Talk TV, desmaiou em direto durante o frente a frente entre Rishi Sunak e Liz Truss. Debate foi cancelado.

Um debate televisivo entre os dois candidatos a suceder Boris Johnson como líder do partido Conservador e primeiro-ministro britânico teve esta terça de ser abandonado após o moderadora ter desmaiado enquanto estava a decorrer.

O antigo ministro das Finanças Rishi Sunak e a ministra dos Negócios Estrangeiros Liz Truss estavam a debater no canal Talk TV quando se ouviu um som estrondoso, levando Truss, que estava a responder, a mostrar uma cara assustada e a dizer “Oh meu Deus” antes de a emissão ser cortada.

A TalkTV explicou mais tarde num comunicado que a moderadora Kate McCann “desmaiou em direto esta noite e embora esteja bem, o conselho médico foi que não devíamos continuar com o debate”. Sunak saudou as “boas notícias de que [a apresentadora] já está a recuperar” na rede social Twitter, enquanto Truss mostrou “alívio” e lamentou que “um debate tão bom tenha sido forçado a terminar”.

O debate foi organizado pelo tablóide The Sun e pela Talk TV, ambos detidos pelo grupo News UK do magnata Rupert Murdoch. McCann, editora de política da Talk TV, tinha inicialmente previsto apresentar o debate em conjunto com o editor de política do Sun, Harry Cole, mas este testou positivo à covid-19 esta manhã.

O incidente aconteceu cerca de meia hora depois do início do debate programado para durar uma hora, quando Truss e Sunak discutiam sobre impostos, como ajudar as famílias que lutam com o aumento do custo de vida e a melhor forma de financiar o Serviço Nacional de Saúde.

Os dois finalistas de uma lista inicial de oito candidatos estão a concorrer para a liderança do partido Conservador, da qual Johnson se demitiu a 7 de Julho após uma série de escândalos que desencadearam dezenas de demissões de membros do governo em dois dias.

A escolha vai ser feita por cerca de 180.000 militantes tories num voto postal, sendo o anúncio da decisão esperado a 5 de setembro, no regresso dos trabalhos do parlamento após as férias de verão. No dia seguinte, Boris Johnson deverá apresentar a demissão de primeiro-ministro à rainha Isabel II, a qual, segundo a tradição, pedirá ao novo líder do partido com a maioria parlamentar para formar governo.

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Wall Street encerra no vermelho penalizado pelo Walmart

Investidores estão preocupados com o crescimento da economia e a sentirem incerteza antes dos principais dados económicos que vão ser divulgados esta semana.

Os principais índices de Wall Street encerraram com perdas, enquanto os títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiram. Este desempenho acontece na véspera de um provável aumento dos juros por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed), com crescentes preocupações económicas após o corte nas previsões dos lucros do Walmart.

O índice de referência financeiro, S&P 500, encerrou a perder 1,17% para 3.920,38 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que desvalorizou 0,71% para 31.761,54 pontos. A acompanhar esta tendência esteve o tecnológico Nasdaq ao recuar 1,87% para 11.562,58 pontos.

As ações dos Estados Unidos caíram, depois de o Walmart ter cortado na previsão de lucros trimestrais e anuais, uma vez que o aumento dos preços de alimentos e combustíveis estimulou os consumidores a reduzir as compras.

Como o Walmart é visto como um “teste decisivo para a saúde do consumidor”, Carol M. Schleif, vice-diretora de investimentos da BMO Family Office, explica que os investidores estão preocupados com o crescimento e a sentirem incerteza antes dos principais dados económicos que vão ser divulgados esta semana.

Os líderes da União Europeia concordaram em racionar o uso de gás depois de a russa Gazprom ter afirmado que os fluxos de gás para a Alemanha cairiam esta quarta-feira para metade – estão atualmente a apenas 40% da capacidade normal.

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Príncipe herdeiro saudita visita Atenas para reforçar cooperação bilateral

  • Lusa
  • 26 Julho 2022

Entre os projetos a discutir inclui-se a instalação de um cabo elétrico que ligará a Arábia Saudita à Grécia e permitirá fornecer à Europa “uma energia muito menos cara".

O príncipe herdeiro saudita, Mohammed ben Salmane, chegou esta terça-feira à Grécia, a sua primeira visita oficial a um país da União Europeia desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, com o objetivo de reforçar a cooperação bilateral.

Acompanhado por três ministros e uma importante delegação de empresários, numa deslocação onde terão primazia os domínios económico e energético, Mohammed ben Salmane (MBS) iniciou de imediato discussões em Atenas com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, segundo imagens divulgadas pela televisão pública ERT.

Esta vista, definida de “alto nível” pela Grécia, segue-se a uma visita oficial de Mitsotakis em outubro de 2021 a Riade, com o objetivo de atrair investimentos sauditas. “As relações entre os dois países são históricas e teremos a ocasião de finalizar” uma série de projetos bilaterais, declarou MBS no início do encontro.

Entre os projetos inclui-se a instalação de um cabo elétrico que ligará a Arábia Saudita à Grécia e permitirá fornecer à Europa “uma energia muito menos cara”, disse MBS.

Na quarta-feira vão ser assinados em Atenas pelos respetivos ministros dos dois países acordos sobre transportes marítimos, energia, tecnologia de defesa, gestão de detritos e cultura, indicou um comunicado da diplomacia grega.

As discussões vão igualmente incidir sobre um projeto de cabo de transferência de dados entre a Arábia Saudita e a Grécia, que “será transformado numa placa giratória regional entre a Europa e a Ásia”, referiram fontes diplomáticas gregas. Após a sua vista a Atenas, que se conclui quarta-feira, MBS vai dirigir-se para França, segundo a agência oficial de imprensa do reino.

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Medina tem excedente de 1.113 milhões no 1.º semestre. Receita fiscal sobe mais de 28%

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Julho 2022

O encaixe com o IVA cresceu 26,9% no primeiro semestre deste ano face a 2021 e 15,2% face a 2019. Excedente orçamental atinge os 1.113 milhões de euros.

A execução orçamental das administrações públicas, em contabilidade pública, registou um excedente de 1.113 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2022, o que traduz uma melhoria de 8.429 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado. De acordo com o Ministério das Finanças, em comunicado, a receita fiscal aumentou 28,1% na comparação com junho de 2021.

A melhoria do saldo orçamental, na comparação homóloga, é justificada sobretudo pelo dinamismo da atividade económica e do mercado de trabalho – que influenciou o crescimento das receitas em 19,7% face a 2021 – e pela redução das medidas de prevenção e combate à pandemia de Covid-19 (-28%), da despesa com juros e outros encargos (-15,3%) e das transferências de dinheiro para o Novobanco.

Por sua vez, a despesa expurgada desses efeitos registou um aumento homólogo de 2,8% nos primeiros seis meses do ano, depois de ter registado uma redução residual de 0,5% até maio.

Até junho, a receita fiscal subiu 28,1% relativamente ao primeiro semestre do ano passado, devido principalmente ao IVA, que recuperou 26,9% na comparação homóloga (+15,2% face a 2019), enquanto a receita contributiva cresceu 9,7% face ao mesmo período de 2021 (+16% em relação a 2019). Ao todo, a receita fiscal e contributiva aumentou 21,6% em comparação com os primeiros seis meses de 2021 (14,9% face a 2019).

Note-se que estes são os valores na ótica de caixa, a qual difere da ótica de compromissos (contabilidade nacional) usada nas comparações internacionais.

Despesa primária sem medidas pandémicas sobe 1,6% graças a maiores gastos no SNS

De janeiro a junho, o saldo primário (sem contabilizar juros) foi positivo em 4.448 milhões de euros, o que compara com um défice primário de 3.379 milhões de euros no ano passado. A despesa primária (excluindo os efeitos associados às medidas de prevenção e combate à pandemia) cresceu 1,6% face a igual período de 2021.

Quanto aos gastos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), houve um acréscimo de 6,9% em termos homólogos. A componente de aquisição de bens e serviços teve o maior crescimento (+11,6%), para a qual contribuiu em grande parte o aumento de 19% da despesa com produtos vendidos em farmácias, bem como a subida da despesa com meios complementares de diagnóstico e terapêutica (+19,3%).

Já as despesas com salários nas Administrações Públicas tiveram um crescimento homólogo de 2,9%, com destaque para a “evolução dos salários no SNS (+6,4%) e do pessoal docente dos estabelecimentos de ensino não superior (+2,8%), refletindo o aumento no número de contratações, os aumentos salariais e as valorizações remuneratórias”.

Na Administração Central e Segurança Social sem PPP, o investimento aumentou 19,9% entre janeiro e junho de 2022 face ao período homólogo, destacando-se o maior investimento associado aos programas Escola Digital e Ferrovia 2020.

No que toca às prestações sociais realizada pela Segurança Social, a despesa (excluindo prestações de desemprego e medidas anti-Covid-19) cresceu 2,2%. Entre as que registaram maiores aumentos, destacam-se o subsídio por doença (+16,1%) e as prestações de parentalidade (+15,9%).

Medidas pandémicas com impacto de mais de 2 mil milhões no saldo. Despesa com juros desce

Apesar do menor impacto das medidas extraordinárias de combate à Covid-19 este ano face a 2021, o seu impacto no saldo até junho foi de 2.272 milhões de euros. “Concorrem para este efeito as medidas do lado da receita no valor de 293 milhões de euros – essencialmente pela prorrogação do pagamento do IVA (290 milhões) – e do lado da despesa total (1.980 milhões), onde se destacam os apoios direcionados ao setor da saúde (727 milhões), às empresas (478 milhões) e ao rendimento das famílias (420 milhões)”, justifica o ministério liderado por Fernando Medina.

Já a despesa com juros e outros encargos recuou cerca de 602 milhões de euros (-15,3%) nos primeiros seis meses de 2022 face ao mesmo período do ano passado. A redução da despesa com juros é ainda maior quando comparada com o primeiro semestre de 2019: cerca de 1.483 milhões de euros (-30,8%). Esta evolução deve-se, essencialmente, à redução dos juros com Obrigações do Tesouro.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h06)

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