Contrato inicial de reprivatização da Efacec foi “corrigido”, diz Costa Silva

O ministro da Economia sinalizou que "até ao fim de junho" haverá um "prazo para completar todo o processo". Garantias à Efacec já ascendem a 115 milhões.

O ministro da Economia revelou que as negociações com a DST, a empresa selecionada para a compra da posição do Estado na Efacec, continuam a decorrer e que o “contrato inicial já foi corrigido”. António Costa Silva revelou ainda que em junho já haverá um prazo para completar o processo de reprivatização da empresa que pertenceu a Isabel dos Santos.

No Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o ministro da Economia adiantou, esta quinta-feira, que a negociação com a DST está a decorrer, sendo que “o contrato inicial foi corrigido e renegociado”. Tal como o ECO avançou, os resultados da Efacec do primeiro trimestre de 2022 terão sido piores do que o que consta do processo de venda e isso poderá impactar os números finais do negócio. O Governo tinha comunicado formalmente a José Teixeira, líder da DST, que não estava disponível para mudar os termos do contrato — que já foi entregue, por obrigação legal, à Autoridade de Concorrência portuguesa e pré-notificado a Bruxelas –, mas poderá haver escapatórias em função dos resultados da Efacec antes do chamado closing, isto é, a efetivação da mudança de controlo acionista da empresa. É isso precisamente que esse ajustamento que António Costa Silva parece ter admitido aos deputados quando questionado sobre o ponto de situação do dossier.

A primeira notificação da venda da Efacec à Comissão Europeia será feita “dentro de dias”, adiantou o ministro.

Até ao fim de junho vamos ter prazo para completar todo o processo“, sinalizou também António Costa Silva, indo ao encontro das declarações da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, em entrevista ao ECO. No final desse mês, acrescentou ainda o responsável, será possível ter a “reestruturação dos capitais próprios da empresa”.

De acordo com as informações reveladas a 24 de fevereiro, haveria “um período de reestruturação dos capitais próprios” da Efacec, podendo resultar “numa participação de até 25% na Efacec decorrente da capitalização pela Parpública”. Ou seja, a Efacec começaria por reduzir o capital, para depois o Estado o aumentar em 60 milhões de euros. Depois a própria DST injetava 81 milhões de euros e o Banco de Fomento avançava com uma linha de financiamento de quase-capital de 100 milhões.

Garantias à Efacec já ascendem a 115 milhões. Centeno diz que não podiam ir além de 14,6 milhões

Esta reestruturação “incluirá uma capitalização pré-fecho, que vai ser decidida por uma auditoria independente, esperamos que depois a Efacec assuma o compromisso de injetar na empresa os 81 milhões de euros, o que permitirá libertação das garantias públicas que foram prestadas, que nesta altura totalizam 115 milhões de euros“, precisou também o ministro.

Este montante é muito superior ao limite definido pela lei. O Banco de Portugal enviou uma carta à Norgarante, tal como o ECO revelou, a alertar para a irregularidade em torno do montante das garantias à Efacec concedidas já que estas não poderiam ultrapassar os 14,6 milhões de euros, de acordo com o regulador. Na altura, em que a carta foi enviada, 3 de março, estavam em cima da mesa garantias de 99 milhões de euros, que entretanto já subiram para 115 milhões. A Norgarante contestou os argumentos do Banco de Portugal, por ser uma mutualista e não uma entidade pública (ainda que o Banco Português de Fomento seja acionista). Nem o regulador nem a Norgarante têm dado esclarecimentos sobre a evolução deste dossier.

O ministro sublinha que “quando o Estado interveio foi para assegurar condições da reposição da estabilidade financeira da Efacec”, sendo que estão a “procurar salvaguardar postos de trabalho e o know how“, numa audição no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado.

O deputado do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, perguntou ao ministro se esta solução vai custar algo próximo dos 300 milhões de euros que teria custado na primeira tentativa de venda à DST, ao que Costa Silva respondeu que “provavelmente” vai “ficar com montante inferior”. “O ministro Pedro Siza Vieira quando formulou aquilo que referiu estava preocupado com enquadramento acionista da Efacec, mas isso veio conjugar-se com questões de financiamento da empresa e dificuldades que mercados começaram a colocar”, admitiu.

Questões essas que ditaram uma deterioração das contas da empresa que hoje está mesmo a braços com dificuldade de compra de matérias-primas para assegurar a normal laboração da empresa e que já motivou inúmeras manifestações dos trabalhadores.

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Leis laborais e impostos dificultam retenção de talento, diz líder da Meo

Nova CEO da Altice Portugal alerta que as telecoms sabem atrair talento, mas têm dificuldade em retê-lo "ao nível laboral e tributário". Trabalhadores são "assediados" por "indústrias mais sexy".

A nova presidente executiva da Altice Portugal, que veio da República Dominicana e assumiu funções há pouco mais de um mês, defendeu esta quinta-feira que o setor enfrenta “escassez” de talento. Apesar de ser capaz de o atrair, o desafio é retê-lo, um problema para o qual contribuem, por exemplo, os impostos.

“Não temos dificuldade em atrair [talento], mas dificuldade em retê-lo. Infelizmente, em algumas matérias não somos competitivos, como ao nível laboral e tributário”, o que reduz a competitividade do país “em termos de salário líquido”, afirmou Ana Figueiredo, no debate dos CEO das operadoras de telecomunicações, inserido no congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

O setor sempre soube atrair talento, mas esse talento está a ser assediado por outras indústrias, que são mais sexy.

Ana Figueiredo

CEO da Altice Portugal

O líder da Nos concordou na perda de competitividade no talento pela via fiscal. Na mesma ocasião, Miguel Almeida disse: “Hoje, [tendo em conta] o que pagamos bruto a um colaborador, noutro país, [ele] acaba por levar bem mais dinheiro para casa.”

Ana Figueiredo defendeu também que “Portugal tem um trabalho a fazer na literacia digital”. Nas competências básicas, e apesar de ser necessário “um esforço nas escolas”, existe uma “população envelhecida” que não pode ser deixada para trás.

Mas “também temos de desenvolver competências avançadas”, indicou, rematando: “O setor sempre soube atrair talento, mas esse talento está a ser assediado por outras indústrias, que são mais sexy.”

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Prestação da casa vai aumentar, mas Caixa confia que “não haverá incumprimentos generalizados”

Subida dos juros vai aumentar os encargos das famílias com a casa. Macedo diz que banco está a monitorizar a situação, mas considera que Portugal está em melhores condições do que na anterior crise.

A prestação da casa vai aumentar nos próximos tempos, mas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) está confiante e acredita que “não haverá incumprimentos generalizados” junto das famílias portuguesas, como aconteceu na anterior crise.

“Há uma monitorização de perto do que está a acontecer, mas com Portugal a manter crescimentos económicos significativos este ano, e estando num ponto de partida melhor [do que na anterior crise], há razões para estarmos prudentes, cautelosos, mas confiantes”, sublinhou Paulo Macedo na apresentação de resultados.

Vários fatores vão ajudar a mitigar o risco da subida dos juros que se perspetiva no novo ciclo da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), os quais também contribuem para o otimismo manifestado pelo CEO do maior banco em Portugal.

Macedo deu conta da situação de quase pleno emprego no mercado laboral em Portugal. “Ao não haver uma situação de desemprego elevada, logo o incumprimento das famílias não atingirá os níveis do passado”, apontou.

Por outro lado, as Euribor continuam em terreno negativo, “quando na anterior crise as taxas estavam nos 400 pontos”, não havendo previsão de que possam chegar agora perto desse valor, admitiu ainda.

Adicionalmente, as famílias acumularam poupanças nos últimos anos. Só nos últimos dois anos, a Caixa viu os depósitos aumentarem 12 mil milhões. “Estão numa situação de poupança mais confortável”.

Macedo também lembrou que os bancos têm novas práticas de concessão de crédito. Aplicam taxas de esforço mais exigentes e já não financiam a 100% do valor da casa. Mais: as próprias habitações valorizaram-se e dão mais garantias às famílias para o que aí vem.

Tudo somado, o líder da Caixa assume que poderá haver mais incumprimento e que haverá prestações crescentes para as famílias, mas “não vemos um incumprimento de valores generalizados”, disse aos jornalistas.

A Caixa registou lucros de 146 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os resultados foram penalizados pelo reforço das imparidades para a pandemia.

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Constructel Visabeira compra empresa alemã de telecomunicações

É a terceira aquisição desde o início do ano. Depois da italiana Inpower e da irlandesa Obelisk, a subsidiária do grupo de Viseu comprou a empresa de telecomunicações alemã Elektro-Würkner.

A Constructel Visabeira, subsidiária do grupo de Viseu para os setores das telecomunicações e da energia, com presença no mercado europeu e nos EUA, acaba de comprar a empresa alemã Elektro-Würkner.

Fundada em 1965, emprega cerca de 230 pessoas e é apresentada como uma das maiores empresas germânicas no ramo das telecomunicações, além de ter presença no negócio das energias renováveis. Na liderança vai manter-se Marion Würkner para manter o “foco na continuidade, qualidade e crescimento”.

“A vasta experiência e a combinação de competências técnicas e humanas fazem da Elektro-Würkner o parceiro ideal para a Constructel Visabeira e reforça assim as vastas capacidades que a empresa portuguesa já garantiu na área dos serviços de engenharia de redes de telecomunicações e energia no mercado alemão”, sublinha a empresa, em comunicado.

A Constructel Visabeira é a holding do Grupo Visabeira que agrega os negócios na área das telecomunicações e energia. Tem presença em Portugal, França, Reino Unido, Irlanda, Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Itália, Espanha, Suécia e Estados Unidos da América.

No último trimestre do ano passado, a Constructel Visabeira anunciou um novo acionista de peso. A Goldman Sachs Asset Management, o braço de gestão de ativos do gigante norte-americano, pagou 200 milhões por uma participação minoritária nesta empresa.

Esta é a terceira aquisição da Constructel desde o início deste ano. Depois de comprar o italiano Inpower Group, a empresa dedicada à conceção, planeamento, engenharia, construção, reparação e manutenção de redes de telecomunicações e infraestruturas energéticas avançou recentemente para a compra da Obelisk, sediada na Irlanda do Norte.

Esta semana, o grupo liderado por Nuno Terras Marques reportou uma subida de 72% nos lucros em 2021, para 37,8 milhões de euros. As vendas consolidadas do grupo viseense bateram um novo máximo de 1.171 milhões de euros, um crescimento homólogo de 22%, com os mercados internacionais a representarem 77% da faturação.

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Governo ainda só ocupa 3.200 metros na sede da Caixa. Banco terá 30 mil disponíveis

Paulo Macedo diz que quer reduzir os “custos significativos” com o edifício central que o banco ocupa em Lisboa e partilhar encargos com o Governo.

O Governo está a mudar-se para a sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas ainda só ocupa 3.200 metros quadrados, revelou Paulo Macedo esta quinta-feira. O CEO do banco público adiantou que ainda irá disponibilizar mais 30 mil metros até ao próximo ano e que quer reduzir os “custos significativos” que tem com um edifício que está sobredimensionado para os serviços centrais da Caixa.

Ocupa “uma parte pequena de uma ala”, foi assim que Macedo se referiu à atual presença do Governo no edifício no Campo Pequeno durante a apresentação dos resultados do banco público.

Mas a instituição tem a intenção de ter disponível mais cerca de 30 mil metros no próximo ano, acrescentou. “Depois, a velocidade a que vão ser ocupados, se vão ser ocupados, etc depende de quem vai ocupar”.

Macedo reiterou que o tamanho do edifício não se justifica para os serviços centrais do banco e quer, por isso, arrendar e partilhar os encargos. “Este edifício de 90 mil metros quadros não se justifica para os serviços centrais. Há vontade da Caixa em ocupar um espaço menor dos que os 90 mil metros quadrados, há a parte do governo e há que estudar”, disse o CEO da Caixa.

Questionado sobre o valor da renda que o Governo paga à Caixa, Paulo Macedo não quis desvendar informações, mas assegurou que o banco “não tem qualquer dúvida que quer deixar de ter o custo significativo que tem” com o imóvel e que “será ressarcida [pelo Governo] do valor da renda e custos de utilização do espaço”.

Relativamente à possibilidade de o Governo abdicar de dividendos da Caixa para financiar uma eventual aquisição do edifício, uma notícia avançada pelo Correio da Manhã, Macedo respondeu que “são hipóteses e alternativas”, mas que não conhece a existência de documentos sobre isso.

A Caixa registou lucros de 146 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os resultados foram penalizados pelo reforço das imparidades para a pandemia.

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Governo admite libertar restrições à contratação de ‘chairman’ do Banco de Fomento

  • Lusa
  • 12 Maio 2022

António Costa Silva admitiu que o “enquadramento financeiro” da instituição para a escolha do chairman “não é o melhor”.

O ministro da Economia afirmou esta quinta-feira que a escolha do chairman do Banco de Fomento é “uma questão vital”, anunciando que o Governo está a discutir libertar as restrições impostas à contratação.

A questão do chairman para mim é questão vital. Temos de ter uma pessoa com perfil adequado e tenha visão estratégica. Espero anunciar em breve essa medida e quando isso acontecer penso que ultrapassaremos um obstáculo”, disse António Costa Silva, durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no parlamento, no âmbito da discussão sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

O governante respondia às questões do deputado social-democrata Joaquim Miranda Sarmento sobre que medidas preconiza o executivo para o Banco de Fomento ao nível de gestão e governance. António Costa Silva admitiu que o “enquadramento financeiro” da instituição para a escolha do chairman “não é o melhor”. “Estamos a discutir a nível do governo libertar esse enquadramento das restrições que tem”, anunciou, acrescentando que “o país beneficia com isso”.

Um “exemplo paradigmático” é a Caixa Geral de Depósitos, porque “assim que se libertou das restrições usuais na contratação pública, tivemos um excelente CEO, que está a fazer um excelente trabalho”, apontou. “O que desejo e vou lutar é para isso acontecer no Banco de Fomento”, vincou.

Em julho de 2021, o Governo anunciou a suspensão da nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração (chairman) do Banco do Fomento para evitar “controvérsia” na instituição, disse o então ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. O ex-administrador do Novo Banco terá sido mencionado em documentos do Ministério Público (MP) referentes à operação Cartão Vermelho, na qual o presidente da Promovalor e ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira é arguido.

Costa Silva precisou ainda que já foram assinados os contratos de financiamento e empréstimos para capitalização do banco, admitindo que existiu uma derrapagem em termos de prazo. Quando questionado por Miranda Sarmento sobre a divulgação das contas do Banco de Fomento relativas a 2020, Costa Silva garantiu que as contas estão finalizadas. “Estamos à espera de uma Assembleia-Geral, que vai ocorrer em breve, para serem aprovadas e depois divulgadas”, concluiu.

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Pressão nas empresas põe digitalização em segundo plano

  • Servimedia
  • 12 Maio 2022

As empresas de todo o mundo estão a dar prioridade à gestão de custos e a adiar a digitalização devido à pressão causada pela pandemia e pela guerra. A conclusão é de um estudo da PwC.

O Digital Supply Chain Survey 2022 da PwC revela que a situação pandémica, a escassez de matérias-primas, os conflitos geopolíticos e o aumento generalizado dos preços têm pressionado as cadeias de abastecimento das empresas de todo o mundo, noticia a Servimedia.

A mesma pesquisa, que recolheu a opinião de 244 executivos e gestores de operações de grandes empresas internacionais, mostra ainda que esta pressão tem obrigado as empresas a concentrarem os seus esforços a curto prazo na melhoria da sua eficiência e na gestão dos seus custos, o que faz com que a sua transformação e digitalização fiquem em segundo plano.

Prova disso são os números revelados pelo estudo, que apontam que, em relação às suas cadeias de abastecimento, 63% dos inquiridos pretende melhorar a sua eficiência e 53% quer fazer uma melhor gestão e redução de custos, tudo isto nos próximos 12 a 18 meses.

Só 21% dos inquiridos afirmou que a automatização dos processos e a utilização de análises de dados ou, ainda, a melhoria da resiliência das suas cadeias de fornecimento são uma prioridade para as suas empresas. O mesmo é válido para a formação digital dos seus empregados e a melhoria da sustentabilidade nas cadeias de abastecimento.

O inquérito demonstra que, além dos fatores relacionados com a situação económica atual, a limitação orçamental – segundo 48% dos executivos entrevistados – seguida da dificuldade de encontrar o talento necessário (30%) e de empregar as tecnologias certas (29%) são fatores que têm sido entraves na digitalização das cadeias de abastecimento.

A falta de retorno dos investimentos em tecnologia, quer em termos de eficiência, produtividade ou melhoria da experiência do cliente, é outro dos motivos apontado por 80% dos inquiridos para o adiamento da digitalização das suas empresas.

Ainda assim, a cloud é a tecnologia onde as empresas que participaram no relatório planeiam investir mais devido ao seu potencial de desenvolvimento. Outras tecnologias relevantes, embora com níveis de investimento inferiores, são as relacionadas com a análise e exploração de dados, inteligência artificial, automatização e a Internet das coisas.

Critérios ESG nas cadeias de abastecimento

As respostas dos executivos inquiridos pelo estudo da PwC revelam que ainda há um longo caminho a percorrer até que as empresas consigam integrar plenamente os critérios ESG nas suas cadeias de abastecimento.

66% dos participantes na pesquisa reconhecem que a principal preocupação das empresas internacionais do ESG é manter-se a par das mudanças regulamentares nos diferentes países em que operam. E cerca de 58% afirmam que o principal desafio que enfrentam é identificar os riscos ambientais, sociais e de governação dos seus fornecedores.

O relatório revela, ainda, que a maioria dos inquiridos reconhece que os critérios ESG são atualmente vistos como um desafio menor para as cadeias de abastecimento, embora esperem que se tornem muito mais importantes e relevantes nos próximos anos.

Para já, os desafios mais relevantes concentram-se nas preocupações éticas (58%), a falta de uma base diversificada de fornecedores para fornecimentos críticos (53%), problemas operacionais (51%), e a incapacidade dos fornecedores para responder aos desafios tecnológicos (49%).

Ainda assim, apenas 21% dos inquiridos planeiam melhorar a resiliência das suas cadeias de abastecimento, 16% pretendem alterar as suas práticas e políticas de compra, e 13% querem diversificar e segmentar os seus fornecedores.

“Estas respostas revelam até que ponto a difícil situação económica que as cadeias de abastecimento estão a atravessar está a estabelecer as suas prioridades e a fazer com que muitas empresas passem para posições defensivas e percam oportunidades de criação de valor – agilidade, adaptabilidade, colaboração – derivadas da transformação e digitalização”, concluiu Bernat Figueras, parceiro responsável pela Strategy&, a empresa de consultoria estratégica da PwC.

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Operadoras arriscam “não conseguir cumprir” metas do 5G na nova conjuntura

Atual conjuntura de inflação é desafiante para as operadoras portuguesas e pode ameaçar cumprimento das metas do 5G, alerta CEO da Vodafone. País podia estar mais avançado com menor custo.

As obrigações de cobertura do 5G terminam em 2025, mas o setor das telecomunicações arrisca não ser capaz de atingir os objetivos do Governo e da Anacom, por causa da nova conjuntura económica. O alerta foi dado esta quinta-feira pelo presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, no debate anual dos CEO das operadoras de telecomunicações, inserido no congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

O gestor mostrou-se preocupado com o aumento dos custos inerente à nova conjuntura económica de elevada inflação. Nesse contexto, o atraso no leilão de frequências no ano passado, pelo qual o setor responsabiliza a Anacom, teve um custo pesado para o país. Se o 5G tivesse sido lançado um ano mais cedo, o país estaria “mais avançado e a um custo menor”.

“A nós, foram-nos impostas datas fixas e obrigações de cobertura. Há um ano, teríamos equipamentos a outro custo e não tínhamos os constrangimentos que temos hoje. Corremos o risco de não conseguir cumprir aquela meta”, asseverou Mário Vaz, apesar de garantir que “o 5G vai ser um sucesso”.

Os CEO da Altice Portugal, Nos e Vodafone concordaram que o setor tem vindo a perder rentabilidade e criticaram a opção da Anacom de promover a entrada de um novo operador — os romenos da Digi.

“Existem países de grande dimensão que têm quatro operadores. Nós não somos um país de grande dimensão”, disse Miguel Almeida, presidente executivo do grupo Nos, que atacou uma Anacom “incompetente, ignorante, prepotente e alheia à realidade”, nas palavras do próprio.

Ana Figueiredo, que assumiu a liderança da dona da Meo há pouco mais de um mês, recordou, por sua vez, que 70% do tráfego que passa nas redes das operadoras corresponde a plataformas de streaming, videojogos, entre outros serviços chamados over-the-top (OTT).

Miguel Almeida acrescentou: “Netflix, Google e Facebook, pela ordem inversa, pagam zero por usar as nossas redes. Estas empresas pagam zero, mas faturam num dia o que nós faturamos num ano, e já nem falo da rentabilidade.” Para o líder da Meo, é um “desincentivo ao investimento”, até porque são norte-americanas e não pagam os impostos e taxas a que estão sujeitas as operadoras.

Já para o líder da Vodafone, a fraca rentabilidade está mesmo a afugentar os investidores nos mercados: “Se for investidor de bolsa, não vai investir em telecomunicações. Os investidores estão a tirar dinheiro das telecomunicações porque não têm retorno no investimento”, defendeu o gestor no debate do Estado da Nação das Comunicações.

(Notícia atualizada às 18h42 para clarificar declarações)

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“Não podemos ter o hábito de hostilizar as empresas, sobretudo as Galps e EDPs”, diz Costa Silva

O ministro da Economia salientou que têm sido feitas fiscalizações às margens das gasolineiras. Defende também que "precisamos de economia que também tenha grandes empresas".

António Costa Silva defende que “não podemos ter o hábito de hostilizar as empresas, sobretudo as Galps e EDPs”, reiterando que a economia portuguesa beneficia das grandes empresas que “agregam valor e catapultam desenvolvimento à sua volta”. O ministro da Economia salienta também que não foram detetadas irregularidades nas margens das gasolineiras após a descida do ISP.

O ministro respondia a uma pergunta do deputado Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, que pediu para esclarecer que os lucros da Galp não estavam relacionados com as margens na distribuição de combustíveis. Costa Silva apontou que “temos instituições que fiscalizam as várias atividades e até agora não temos nenhuma indicação que lucros tenham violado o que quer que seja”, na audição no Parlamento no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado.

Para o ministro, a situação que se vive, nomeadamente com o aumento do preço dos combustíveis, é “extremamente difícil e a opinião pública tem de ser serena e tranquila”. Defende assim que “não podemos ter o hábito de andar sempre a hostilizar as empresas, sobretudo as Galps, EDPs e etc”.

"Não sou partidário do síndrome do Portugal dos pequeninos, sobretudo em termos empresariais”

António Costa Silva

“Precisamos de economia que também tenha grandes empresas, não sou partidário do síndrome do Portugal dos pequeninos, sobretudo em termos empresariais, não é isso que nos vai dar o salto”, reitera o ministro. “Precisamos de escala, eficiência, são as grandes empresas que agregam valor, catapultam desenvolvimento à sua volta”, acrescenta.

A Galp reportou lucros de 155 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, numa apresentação de resultados que motivou alguma polémica, como chegou a notar na altura o Presidente da República.

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PSD propõe subida de 4% dos salários da função pública no OE2022

Essa atualização de 4% aplica-se também ao Indexante dos Apoios Sociais (IAS) assim como aos escalões de IRS, de forma a recuperar o poder de compra dos portugueses.

Depois de criticarem António Costa por ter prometido aumentar os salários na campanha eleitoral mas não cumprir a promessa, os social-democratas avançam com uma proposta de alteração para o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) em que sobem em 4% os salários dos funcionários públicos. Essa atualização de 4% aplica-se também ao Indexante dos Apoios Sociais (IAS) assim como aos escalões de IRS, de forma a recuperar o poder de compra dos portugueses.

Na apresentação das propostas feita esta quinta-feira a partir do Parlamento, o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, disse que esta proposta visa o “cumprimento de uma promessa eleitoral do Partido Socialista” e, por isso, remete para o Governo o dever de “encontrar a contrapartida [financeira] para essa promessa”. E, mesmo assim, é uma compensação “parcial” uma vez que a atualização de 4% — que corresponde à previsão do Governo para a inflação em 2022 — não irá recuperar o poder de compra já perdido nestes meses, acrescentou.

Esta hipótese tem sido rejeitada pelo Governo desde que a taxa de inflação começou a acelerar em Portugal. Tanto o primeiro-ministro como a ministra da Presidência, que agora tem a pasta da função pública, remeteram uma nova atualização dos salários da função pública para o próximo ano, com as negociações a arrancarem em setembro ou outubro. Além disso, indexaram o aumento ao facto de a inflação ser temporária ou estrutural e à “capacidade orçamental” do país.

O PSD vai avançar com mais de uma centena de propostas de alteração na fase de especialidade do OE2022. O líder parlamentar explicou que a maioria das propostas ou não tem impacto orçamental ou tem um acréscimo de despesa ou uma perda de receita que não é expressiva, podendo ser “perfeitamente acomodável” por verbas centralizadas no Ministério das Finanças.

A ideia geral destas propostas é fazer ou levar ou obrigar o Partido Socialista a cumprir aquilo que prometeu na campanha eleitoral“, afirmou Mota Pinto, referindo logo a política de rendimentos em que Costa prometeu aumentar o salário mínimo e médio. Porém, com a aceleração da taxa de inflação, o aumento real acaba por ser negativo, como divulgou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), incluindo para os funcionários públicos que foram aumentados 0,9% este ano.

Outra proposta do PSD passa pelas horas extraordinárias que os trabalhadores estão a fazer neste momento em que o mercado de trabalho está “quente”, disse Duarte Pacheco. O coordenador do PSD na comissão de orçamento e finanças explicou que a proposta social-democrata faz com que essas horas extra sejam tributadas à mesma taxa de retenção na fonte de IRS do salário base bruto, evitando potenciais situações em que o trabalhador em causa suba de escalão.

PSD quer isentar IMT para primeira habitação de jovens

No pacote de propostas apresentada esta quinta-feira, o PSD avança também com uma alteração ao OE2022 em que isenta de IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) a primeira habitação adquirida por jovens até ao valor de 150 mil euros — para lá desse valor, o IMT volta a aplicar-se na taxa aplicável. Esta proposta vai em linha com a promessa eleitoral de Carlos Moedas, agora presidente da câmara de Lisboa, que passava pela mesma isenção para jovens com menos de 35 anos.

Além disso, os social-democratas avançam com um voucher de 120 euros para os jovens gastarem na cultura, tal como já fizeram outros países europeus.

O PSD avança ainda com uma proposta para que a penalização do imposto de selo no crédito ao consumo se aplique apenas a contratos novos e não aos contratos antigos.

Na área da saúde, os social-democratas querem que, quando são ultrapassados certos limites temporais na espera por uma consulta, seja dado um voucher aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para recorrerem a serviços do setor privado.

No caso dos pensionistas, o PSD pretende que seja discutido na concertação social um mecanismo de atualização das pensões até 3,5 IAS (fixado em 438,81 euros em 2022), o qual tem de “respeitar os ciclos económicos”. “A atualização das pensões é essencial”, afirmou Paula Cardoso, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.

Quanto ao processo de descentralização, os social-democratas querem que haja uma avaliação sobre se os recursos financeiros transferidos para as autarquias são ou não suficientes para cumprir as competências que foram delegadas ao nível local.

(Notícia atualizada às 18h42 com mais informação)

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“Navegação orçamental à vista é um regresso perigoso ao passado”, avisa UTAO

A entidade que apoia os deputados alerta para as consequências das recentes alterações à lei orçamental e deixa avisos ao Governo PS de maioria absoluta.

O relatório é sobre o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que está em discussão no Parlamento, mas a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) aproveitou-o para criticar as alterações recentes à lei orçamental. Tecendo duras críticas sobre as mudanças aprovadas pelo PS, a entidade que apoia os deputados avisa que uma “navegação orçamental à vista (…) é um regresso perigoso ao passado”. Na prática, a UTAO considera que os decisores políticos estão a “relaxar” a gestão das finanças públicas.

O principal argumento da UTAO, no relatório a que o ECO teve acesso, é que a Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), que é a “trave-mestra” do processo orçamental, tem vindo a ser desrespeitado e agora, num processo legislativo no Parlamento quando o OE2022 já tinha sido entregue, o PS (maioria absoluta) viabilizou a proposta do Governo e propostas de outros partidos que desvirtuam os princípios dessa lei.

“Por acordo entre o Governo e vários partidos políticos, a AR acabou em 22 de abril de 2022 com os alicerces estratégicos da política orçamental“, concluem os técnicos da UTAO, afirmando que as alterações eliminaram a “restrição plurianual sobre as leis orçamentais anuais”. Previamente, tanto a UTAO como o Conselho das Finanças Públicas já tinham criticado o anterior Governo pelo Programa de Estabilidade — em políticas invariantes e sem visão de longo prazo — que foi apresentado antes da tomada de posse do novo Executivo.

Em suma, “para nada de substantivo passam a servir o Programa de Estabilidade e o Quadro Plurianual das Despesas Públicas, uma vez que os instrumentos de programação de médio prazo perderam o papel disciplinador da visão de curto prazo, visão esta que passa a dominar por inteiro a feitura das POE e das Propostas de Alteração às mesmas que venham a ser aprovadas em sede do processo legislativo orçamental anual”, explicam.

Na realidade, tal acaba por consumar a lógica que se tem vindo a registar nos últimos anos, mesmo com a LEO em vigor. A UTAO admite que “atos sucessivos praticados pelo Governo e pela Assembleia da República ao longo de muitos anos têm, na prática, anulado essa subordinação [à LEO e ao médio prazo] para conseguir a discricionariedade máxima no curto prazo, aprovando os Orçamentos do Estado em desrespeito pela programação plurianual”.

Porém, as consequências desta decisão podem ser graves, argumenta a entidade especializada em finanças públicas, referindo a possibilidade de tal minar a credibilidade internacional das “contas certas” de Portugal. Em especial porque, face ao elevado endividamento do país, os “ventos que sopram do exterior são bastante desafiantes neste contexto” e também porque no passado recente não houve “consolidação estrutural das contas públicas” uma vez que a redução do défice e da dívida “desde 2015 assentaram em ciclos económicos favoráveis”.

Perante esta análise, os técnicos da UTAO fazem um alerta: “A navegação orçamental à vista, que é o que o desmantelamento do enquadramento de regras prudenciais de médio prazo provoca, é um regresso perigoso ao passado que até parece acontecer ignorando as lições dolorosas suportadas pelos Portugueses na crise das suas finanças coletivas entre 2010 e 2014“.

Os técnicos fazem um apelo para que se mude o rumo, aproveitando as “condições parlamentar de estabilidade governativa” — isto é, a maioria absoluta do PS –, o que é uma “circunstância deveras favorável e apelativa para realizar um planeamento estratégico consequente ao longo da nova legislatura”. “Oxalá os credores não voltem a descrer na qualidade das instituições portuguesas“, desabafam os especialistas em finanças públicas num longo relatório em que arrasam tanto os deputados como o Governo.

E não deixam de “estranhar” a forma como o processo de revisão da LEO, logo no início da mandato do novo Governo, foi feito, seja pela “tamanha discrição na preparação do diploma” seja pela “urgência em o aprovar, com tempo tão escasso para o debate”. “A dignidade da LEO mereceria, no mínimo, uma justificação convincente para o modo bizarro da sua revisão”, afirma a UTAO, defendendo que, mesmo com a aprovação desta alteração, houve “ilegalidade” em várias ações do Executivo, nomeadamente na falha de entrega do Quadro Plurianual de Programação Orçamental (QDPD) e da Lei das Grandes Opções (GOP), ambas sujeitas a voto dos deputados.

Contudo, como a nova lei tinha efeitos retroativos a 1 de janeiro e já foi publicada em Diário da República após a promulgação do Presidente da República, “aquilo que era uma ilegalidade no momento em que a UTAO publicou a sua apreciação preliminar à segunda POE/2022 passou a estar a legal antes de a apreciação final ficar concluída”.

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Montenegro formaliza candidatura à presidência do PSD com 2.800 assinaturas

  • Lusa
  • 12 Maio 2022

"O nosso foco, o nosso objetivo e desígnio é vencer as legislativas de 2026 para dar a Portugal um Governo reformista, humanista", disse o candidato à liderança social-democrata.

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro formalizou esta quinta-feira a sua candidatura à presidência do partido, com a entrega de 2.800 assinaturas, e tendo ao seu lado o mandatário nacional, Miguel Albuquerque. Em breves declarações no jardim da sede nacional, em Lisboa, Luís Montenegro manifestou “um grande orgulho e honra” por o presidente do Governo Regional da Madeira ter aceitado ser seu mandatário, e elogiou-o pela sua “visão de futuro”.

É olhar para exemplos como os que vêm do Governo Regional da Madeira que queremos projetar a nossa intervenção futura no país: criar mais riqueza e fazer mais justiça social”, afirmou o candidato. Por seu lado, Miguel Albuquerque elogiou “a capacidade e competência” de Luís Montenegro para liderar “uma alternativa” ao atual Governo socialista e “romper com o conservadorismo”. “O Luís Montenegro é uma pessoa humilde, uma pessoa lúcida e que está ao serviço de Portugal”, afirmou.

O processo de candidatura foi formalizado com a entrega de mais de 2.800 assinaturas – o mínimo necessário são 1.500 -, o orçamento de campanha que ronda os 48 mil euros e a proposta de estratégia global, que, no entanto, não foi ainda tornada pública.

Marcaram presença na sede nacional do PSD o coordenador da moção, o ainda presidente do Conselho Estratégico Nacional Joaquim Sarmento, o diretor de campanha, Carlos Coelho, o mandatário financeiro, Almiro Moreira, e a militante histórica Virgínia Estorninho.

No final, o secretário-geral do PSD, José Silvano, veio ao jardim e cumprimentou todos os presentes. Desafiado pelos jornalistas a explicar as linhas orientadoras da sua moção, Luís Montenegro remeteu essa análise para os próximos dias e reiterou a ambição do PSD ser “o maior partido português” e de vencer as legislativas daqui a quatro anos.

O nosso foco, o nosso objetivo e desígnio é vencer as legislativas de 2026 para dar a Portugal um Governo reformista, humanista, um Governo que possa colocar Portugal no trilho do crescimento e da criação de riqueza”, afirmou.

Instado a clarificar o que constará na sua moção sobre política de alianças, o antigo líder parlamentar do PSD considerou que o tema “está mais do que esclarecido”. “O foco do PSD é ser alternativa ao PS, é ser a casa mãe de todos os que não se reveem no socialismo (…) Não somos no PSD nem socialistas, nem ultraliberais, somos a casa que está aberta a um conjunto muito significativo de portugueses que nas últimas eleições não votaram em nós”, disse.

“Não há ambiguidade, não há dúvida nenhuma, não vamos fazer o frete ao PS que é desviar-nos do nosso foco, isso é o que quer o dr. António Costa, mas eu não sou cúmplice do dr. António Costa nem do PS”, afirmou.

Questionado se o CDS-PP poderá ‘caber na bagagem’ para as eleições europeias de 2024, Montenegro praticamente afastou essa possibilidade. “Neste momento, nós temos o nosso projeto e o nosso caminho, é nele que nos vamos concentrar e respeitamos o dos outros”, disse.

Já desafiado a comentar as críticas do seu adversário interno, Jorge Moreira da Silva, que em entrevista ao Observador disse não andar “em conspirações ou jantares”, Montenegro recusou responder, dizendo não ter outro adversário que não seja António Costa. “Se, como espero, for vencedor destas eleições, darei exemplos muito imediatos da capacidade de unir e de agregar em torno de um projeto comum”, afirmou.

As eleições diretas do PSD realizam-se em 28 de maio e o Congresso entre 1 e 3 de julho, no Porto.

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