Ministério Público duplicou pedidos a assessores técnicos desde 2017. Maioria em casos de abuso de confiança e corrupção

Só em 2021, foram mais 40% face a 2020, de pedidos de assessoria ao Núcleo de Assessoria Técnica. Maioria em investigações de abuso de confiança, corrupção e fraude na obtenção de subsídio.

O Ministério Publico duplicou os pedidos de ajuda a assessores técnicos – de 2017 a finais de 2021 – para investigações em crimes económico-financeiros e da área do urbanismo e ordenamento do território. A grande maioria são casos de abuso de confiança, corrupção e fraude na obtenção de subsídio.

Desta feita, o Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) esteve envolvido em 162 inquéritos, com origem em diversos pedidos de intervenção feitos por magistrados do Ministério Público. E se em 2017 o número de pedidos feitos foi apenas de 25, no ano passado esse número aumentou para 59 (ver quadro em baixo).

Os pedidos de intervenção foram feitos em casos de “elevada complexidade técnica com refinação dos meios utilizados na prática dos ilícitos, cada vez mais sofisticados e de elevada dificuldade na identificação e na produção de elementos de prova, e desenvolveu-se, essencialmente, no âmbito da assessoria e consultoria técnica”, explica o relatório síntese feito pelo gabinete de Lucília Gago.

E o que é o Núcleo de Assessoria Técnica?

O Núcleo de Assessoria Técnica funciona com autonomia técnico-científica e faz assessoria técnica à Procuradoria-Geral da República e, em geral, ao Ministério Público, nomeadamente em matéria económica, financeira, bancária, contabilística, de mercado, de instrumentos financeiros, informática, ambiental, de urbanismo e ordenamento do território e de fiscalidade.

É composto por especialistas com formação científica e experiência profissional nas matérias que integram as suas atribuições, Em 2021 a equipa do NAT foi constituída por um Coordenador, 16 especialistas e duas oficiais de justiça – uma técnica de justiça principal e uma técnica de justiça adjunta –, num total de 19 colaboradores. Na maior parte dos pedidos de intervenção, a atividade traduziu-se na elaboração de relatórios de pareceres técnicos. A par com esta atividade, o NAT prestou aconselhamento direto aos magistrados do MP, através de contactos informais, em situações menos complexas, que implicaram apenas uma intervenção rápida, relativamente às quais não foram abertos processos internos.

A atividade do NAT pode refletir-se ainda em:

  • A participação em buscas para levantar prova documental e material informático e digital adequados em cada caso concreto, evitando-se assim buscas “cegas”, com algum grau de ineficiência;
  • A realização de análises preliminares aos elementos disponíveis nos Inquéritos, que se reflete numa ‘triagem’ da prova para ser usado na fase subsequente;
  • A prestação de declarações nas fases de instrução e de julgamento;

Para além dos pedidos e consultas esporádicas, que pressupõem uma intervenção rápida e circunscrita, ou relativamente à qual não foi aberto um processo interno designado de pedido de intervenção (intervenções não contabilizadas), dos 162 pedidos de assessoria acompanhados pelo NAT no ano judicial de 2021, 59 foram formulados naquele período e 103 transitaram de anos anteriores. Dos pedidos acompanhados, concluíram-se 37 (ver quadro em baixo).

Os principais tipos de crimes indicados pelo Ministério Público nos pedidos formulados, sem prejuízo de em cada um dos inquéritos poderem estar em investigação mais do que um tipo de crime, foram os seguintes:

  • Abuso de Confiança – 41 pedidos;
  • Corrupção – 22 pedidos;
  • Fraude na Obtenção de Subsídio – 22 pedidos;
  • Burla – 12 pedidos;
  • Violação de Regras Urbanísticas – 11 pedidos;
  • Prevaricação – 10 pedidos;
  • Participação Económica em Negócio – nove pedidos;
  • Fraude Fiscal – oito pedidos;
  • Administração Danosa – sete pedidos;
  • Insolvência Dolosa – seis pedidos;
  • Peculato – quatro pedidos;
  • Abuso de Poder – dois pedidos;
  • Frustração de Créditos – dois pedidos;
  • Favorecimento de Credores – um pedido;
  • Favorecimento Pessoal – um pedido;
  • Usura – um pedido;

Mais 28 especialistas chegaram ao Ministério Público este ano

No mês de novembro chegaram aos tribunais de todo o país mais 28 especialistas. Estes profissionais irão preencher os postos de trabalho de especialistas nos gabinetes de apoio aos magistrados do Ministério Público, depois do concurso lançado em fevereiro deste ano. Profissionais esses que irão dar apoio técnico aos magistrados nas várias acusações.

Assim, da área de psicologia foram admitidos dez profissionais e excluídos quatro. Da área de urbanismo/engenharia/arquitetura forma preenchidas 13 vagas e quatro candidatos excluídos e na área económico-financeira, bancária e contabilística foram selecionados cinco candidatos e excluídos outros dois. No total são 28 assessores técnicos.

A assessoria técnica nos tribunais está prevista no regulamento que se seguiu à Lei da Organização do Sistema Judiciário (LOSJ), de março de 2014, a qual determinou que os gabinetes seriam constituídos por especialistas com, no mínimo, licenciatura em Ciências Jurídicas, Economia/Gestão, Contabilidade/Finanças e Psicologia.

“Cada comarca, ou conjunto de comarcas, pode ser dotada de gabinetes de apoio destinados a prestar assessoria e consultadoria técnica aos presidentes dos tribunais e aos magistrados judiciais e do Ministério Público, na dependência orgânica do Conselho Superior da Magistratura e da Procuradoria-Geral da República, respetivamente, nos termos a definir por decreto-lei”, diz a mesma lei, redigida há oito anos.

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Europeus esperam desaceleração nos preços das casas em 2023

Consumidores inquiridos pelo BCE em outubro esperavam que o preço da respetiva casa aumente 3% nos 12 meses seguintes, contra a expectativa de crescimento de 3,4% no mês anterior.

Os cidadãos europeus estão a antecipar um abrandamento na subida dos preços das casas nos próximos meses. No inquérito às expectativas dos consumidores do Banco Central Europeu (BCE) relativo a outubro, que foi publicado esta quarta-feira, os inquiridos antecipam uma subida de 3% nos preço da respetiva habitação nos próximos 12 meses, uma taxa inferior à de 3,4% que era apontada em setembro.

O estudo divulgado esta quarta-feira mostra que os cidadãos do euro esperam que o crescimento do valor do seu imóvel seja de 3% nos 12 meses seguintes. Ou seja, há um menor otimismo, antecipando-se uma desaceleração do mercado imobiliário, uma vez que os consumidores apontavam para uma subida de 3,4% dos preços da habitação em setembro.

Os europeus também esperam que as taxas de juro do crédito à habitação continuem a aumentar. Apontam para uma taxa de 4,7% em 2023, o equivalente a uma subida de 1,4 pontos percentuais face ao início de 2022, segundo o inquérito.

“A perceção de acesso ao crédito de ambos os consumidores nos últimos 12 meses e as expectativas de acesso ao crédito nos próximos 12 meses diminuíram significativamente”, diz ainda o BCE. Apesar disso, a fatia de consumidores que dizem ter pedido um crédito nos últimos três meses aumentou para 13,9% em outubro face a 12,2% em julho.

Em setembro, o BCE apontou para uma descida de até 9% nos preços das casas nos próximos dois anos, fruto da subida das taxas de juro no crédito habitação. Isto porque “a dinâmica do mercado imobiliário é muito sensível às taxas das hipotecas”, explicaram os economistas que assinaram o artigo publicado no mais recente “Boletim Económico” do regulador europeu.

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“Estamos a vigiar todos os fundos da União Europeia, incluindo o PRR”

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2022

“Não avaliamos o sistema político ou como os Estados-membros organizam internamente a alocação dos fundos europeus", disse a magistrada romena Laura Kövesi.

A execução das verbas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é uma das áreas às quais a Procuradoria Europeia está atenta, assegurou a procuradora-geral europeia, que admitiu um maior risco de crimes com estes fundos.

Estamos a vigiar tudo o que envolve fundos da União Europeia (UE), incluindo estas verbas que foram destinadas para o PRR”, disse à Lusa a magistrada romena Laura Kövesi, que lidera desde 2020 a Procuradoria Europeia (EPPO na sigla em inglês), criada para investigar a criminalidade financeira relacionada com verbas da UE, e que está em Lisboa para uma série de encontros com diversas entidades da justiça portuguesa.

Num momento em que o cumprimento do PRR foi alvo de críticas em Portugal pelo seu aparente atraso na execução das verbas, além de vários casos associados à alocação e gestão dos fundos europeus, Laura Kövesi evitou alongar-se em comentários sobre a situação nacional e delimitou a atuação da EPPO à investigação criminal.

Não avaliamos o sistema político ou como os Estados-membros organizam internamente a alocação dos fundos europeus, mas, sempre que temos informação de que houve um crime, nesse momento abrimos uma investigação – é uma competência obrigatória para nós -, investigamos e verificamos os factos. Esse é o nosso trabalho”, afirmou.

A Procuradora-Geral Europeia admitiu que o PRR pode dar azo à ocorrência de mais crimes relacionados com fundos comunitários, uma vez que o dinheiro disponibilizado por Bruxelas a Portugal (16 mil milhões de euros) é maior do que alguma vez foi, mas manifestou a convicção de que a EPPO estará preparada para investigar estes casos.

“Sempre que falamos de dinheiro da UE e de concursos e contratos públicos há um risco de existirem estes crimes. Não posso comentar se o ritmo de execução [em Portugal] devia ser maior ou menor, mas, genericamente, com este novo pacote alocado após a crise da Covid há, de facto, um risco mais elevado de surgirem mais crimes. Mais dinheiro, menos regras e menos transparência significam mais riscos face a estes crimes”, explicou.

Questionada se um ritmo baixo na execução do PRR em Portugal e a eventual necessidade de acelerar essa concretização no tempo pode potenciar os riscos de crimes na gestão destas verbas, Laura Kövesi desdramatizou esse cenário e salientou que, perante uma intenção ligada a corrupção ou desvio de dinheiro, “não interessa se se gasta o dinheiro em dois meses ou num ano”.

“O risco é o mesmo e é importante que quando se identifica estes crimes se reporte à EPPO”, finalizou a magistrada, apontado para as “mais 1.200 investigações em curso” na instituição, com prejuízos estimados para os cofres europeus em mais de 5,5 mil milhões de euros.

A Procuradoria Europeia tem atualmente 22 Estados-membros (Portugal, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, República Checa, Alemanha, Estónia, Espanha, França, Finlândia, Grécia, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Malta, Países Baixos, Roménia, Eslovénia e Eslováquia), conta com 114 procuradores e é responsável por investigar e deduzir acusação contra crimes lesivos dos interesses financeiros da UE.

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Europeus esperam inflação, menos emprego e despesa a subir mais do que o salário em 2023

Inquérito do BCE aos consumidores mostra cidadãos do euro mais ansiosos com a economia. Esperam despesa a crescer mais do que os salários, maior contração e mais desemprego.

Os consumidores da Zona Euro estão mais pessimistas com a economia. Esperam mais inflação nos próximos 12 meses, maior contração económica, mais desemprego e despesas a subir mais rápido do que os salários.

A informação resulta do inquérito mensal às expectativas dos consumidores realizado pelo Banco Central Europeu (BCE). Em linhas gerais, as conclusões vão no sentido de maior ansiedade com a evolução da economia do euro ao longo do próximo ano, com os preços a continuarem a subir e os bancos centrais a manterem a pressão com a subida dos juros.

Segundo o estudo mensal do BCE referente a outubro, publicado esta quarta-feira, “a perceção da inflação ao longo dos próximos 12 meses continuou a subir, com a taxa mediana a fixar-se agora nos 9,9%”. O banco central explica que as expectativas com a inflação continuam “muito acima” do que era observado no passado recente, mas nota que os inquiridos com idade entre 55 e 70 anos apresentam expectativas de inflação mais elevadas do que a camada mais jovem, com idades entre 18 e 34.

Os consumidores inquiridos esperam que o rendimento nominal cresça 0,7% nos próximos 12 meses, uma ligeira melhoria face aos 0,6% do inquérito de setembro. Mas, enquanto isso, as perceções em relação ao aumento da despesa nominal nos próximos 12 meses cresceram de 4,5% para 4,7%.

No plano económico, o estudo aponta que os europeus esperam agora uma contração económica mais forte, com as expectativas de crescimento económico para os próximos 12 meses a agravarem-se de -2,4% em setembro para -2,6% em outubro.

Isso explica também os dados relativos ao mercado laboral. “As expectativas para a taxa de desemprego nos próximos 12 meses aumentaram para 12,5%, de 12,2% em setembro”, aponta o BCE. No entanto, a instituição presidida por Christine Lagarde nota que, em outubro, os consumidores aumentaram a perceção em relação à probabilidade de encontrarem um emprego nos próximos três meses, de 27,3% em setembro para 27,9% em outubro.

Por fim, o inquérito abrange também o mercado imobiliário. Os inquiridos esperam que o preço das suas habitações aumente menos nos próximos 12 meses, com a taxa de crescimento esperada a cair de 3,4% para 3%.

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Presidente da EDP vê em Portugal “exemplo de estabilidade” nos preços para as famílias

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2022

Miguel Stilwell de Andrade afirma que a elevada penetração de energias renováveis tem permitido a Portugal ser "um exemplo" de estabilidade de preços para clientes.

O presidente executivo da EDP EDP 0,00% , Miguel Stilwell de Andrade, afirmou esta quarta-feira que a elevada penetração de energias renováveis tem permitido a Portugal ser “um exemplo” de estabilidade de preços para clientes domésticos apesar do contexto internacional volátil.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita a um parque solar flutuante em Singapura, o CEO da EDP disse que a evolução dos preços em Portugal, incluindo um aumento médio de cerca de 3% do valor global da fatura de eletricidade dos clientes residenciais da EDP Comercial a partir de janeiro, “é uma coisa perfeitamente estável face ao enquadramento que existe”.

“Por exemplo, agora aqui em Singapura estavam a contar-me que os preços da energia subiram 300%, vemos os preços do gás a subirem e a multiplicarem por dez vezes”, adiantou.

“Portanto temos procurado ter sempre os melhores preços possíveis e acho que face ao enquadramento que estamos a viver de crise energética Portugal tem sido um bom exemplo, um exemplo, apesar de tudo, de muita estabilidade do preço de energia para os clientes domésticos”.

Stilwell de Andrade explicou que essa estabilidade resulta também da estrutura do mercado de eletricidade em Portugal.

“Temos uma penetração muito grande de renováveis, isso é uma forma de assegurarmos estabilidade de preços, porque no fundo os preços das renováveis é independente dos preços dos combustíveis fósseis, ou seja o preço do gás e do petróleo e do carvão pode subir e descer e os preços dos renováveis têm-se mantido fixos e isso é um seguro que agora está a dar um descanso aos portugueses, no fundo está nos a isolar deste crescimento grande, muito expressivo que temos visto nos combustíveis fósseis”, sublinhou.

A EDP anunciou a 23 de novembro que a variação do valor global da fatura da eletricidade dos clientes residenciais inclui não só uma atualização do tarifário da EDP Comercial, refletindo a volatilidade do custo de aquisição de energia e a descida das Tarifas de Acesso às Redes ainda provisórias, como também a melhor estimativa do que será o custo do Mecanismo de Ajuste do Mercado Ibérico de Eletricidade, cujo custo irá variar mensalmente e estará discriminado na fatura de cada cliente.

Em causa está o mecanismo temporário na Península Ibérica para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 40 euros por megawatt-hora (MWh), que foi solicitado por Portugal e Espanha devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que está a ser aplicado desde meados de junho.

O CEO da EDP sublinhou que a opção tomada pela energética de estabelecer com clientes residenciais e pequenos negócios contratos a três meses em vez de a um ano, noticiada pelo Público a 3 de dezembro, enquadra-se na estratégia de oferecer flexibilidade durante a crise energética.

“Temos visto muita volatilidade, portanto ter flexibilidade é bom também para os clientes porque permite precisamente reagir em função da evolução dos preços, portanto dar sempre a cada momento o melhor preço aos clientes”, disse Stilwell de Andrade no final da visita ao parque solar que flutua nas águas do estreito que separa o norte de Singapura do sul da Malásia.

A EDP Renováveis (EDPR), detida em 74,98% pela EDP, anunciou a 24 de fevereiro ter completado a aquisição de uma participação de 91% na Sunseap, uma das maiores companhias de energia solar no Sudeste Asiático, por 600 milhões de euros.

EDP “confortável” para enfrentar período de taxas de juro crescentes

O presidente executivo da empresa afirmou ainda que a EDP está “confortável” em termos de financiamento para enfrentar um período de taxas de juro mais altas, mas precisa de continuar a ser prudente para manter um balanço sólido. “Temos procurado ter uma política de financiamento prudente. Ainda no ano passado as agências de rating subiram a notação da EDP para ‘BBB’, um rating mais sólido, numa subida gradual ao longo dos últimos anos”, disse Miguel Stilwell de Andrade.

O CEO adiantou que a empresa tem fortalecido o balanço através de aumentos de capital, nomeadamente de 1.500 milhões de euros em 2021, para investir nos projetos de energias renováveis, e de 1.000 milhões de euros no ano anterior para reforçar as redes energéticas.

“Temos procurado medidas para ter um balanço sólido e portanto estamos confortáveis para enfrentar agora este período com taxas crescentes”, explicou, referindo-se aos sucessivos aumentos das taxas diretoras implementados pelos decisores de política monetária, por exemplo a Reserva Federal norte-americana e o Banco Central Europeu, com o objetivo de travar a inflação que acelerou com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro deste ano.

“Obviamente temos de ser prudentes, os tempos estão a mudar muito rapidamente e temos de assegurar que temos este balanço sólido daqui para a frente”, acrescentou.

Questionado sobre o balanço de 2022, Stilwell de Andrade frisou que foi um ano com muita volatilidade, “muitas coisas imprevistas, começando obviamente pela guerra na Ucrânia, que obviamente tem impacto nos combustíveis fósseis, depois acaba por ter impacto no preço da eletricidade”.

Em relação a 2023, adiantou que a EDP prevê mais volatilidade, “mas mais uma vez antecipamos que vai continuar a existir um grande impulso nas energias renováveis, não só a nível da Europa, com o plano da Repower EU, que foi aprovado nos últimos meses, e também nos Estados Unidos, com o Inflation Reduction Act, que também foi um apoio muito importante para o crescimento das energias renováveis nesse país”.

Em fevereiro de 2022, a EDP Renováveis (EDPR), detida em 74,98% pela EDP, anunciou ter completado a aquisição de uma participação de 91% da Sunseap, baseada em Singapura e uma das maiores companhias de energia solar no Sudeste Asiático, por 600 milhões de euros. Miguel Stilwell de Andrade referiu que o objetivo é atingir capacidade instalada de 2 gigawatts (GW) na região da Ásia-Pacífico em 2025.

Questionado se a operação obrigará a EDP a rever as metas de crescimento de capacidade instalada por região inscritas no plano estratégico 2021-2025, e no qual de um total de 20 GW o ‘resto do mundo’ representa 1,4 GW – face a 8,8 GW na América do Norte, 6,7 GW na Europa e 2,9 GW na América Latina – o CEO disse que a questão está a ser estudada.

“Temos ainda de gerir ao longo dos próximos meses. Estamos a fazer uma atualização do plano, portanto daremos também notícias em breve, ao longo dos próximos meses, sobre como isso vai ser, em que regiões é que vamos investir”, explicou.

“Vemos muito potencial aqui mas também vemos noutras regiões – a Europa continua a ser um ponto muito importante, os EUA também, Brasil também e o que podemos dizer é que, atualmente, a nível global vimos muitas oportunidades de investimento“, concluiu o CEO.

* A Lusa viajou a Singapura a convite da EDP.

(Notícia atualizada às 11h44 com mais informação)

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Pacote de simplificação de licenciamentos inclui eliminação da renovação da licença ambiental

  • Lusa
  • 7 Dezembro 2022

Governo apresenta esta quarta-feira medidas da reforma de licenciamentos, que incluem eliminação da renovação da licença ambiental e a criação de um reporte ambiental único.

A eliminação da renovação da licença ambiental, a criação de um reporte ambiental único e o fim da obrigação dos edifícios terem instalações de gás estão entre as medidas da reforma de licenciamentos que será divulgada esta quarta-feira.

Este é o primeiro pacote de simplificação de licenciamentos, a que se seguirá outros setores como o urbanismo, o comércio e a indústria, avançou hoje à Lusa o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo.

“A reforma dos licenciamentos é, de facto, uma prioridade estratégica deste Governo, coordenada por esta área governativa da Digitalização e da Modernização Administrativa”, sendo que faz parte de um processo de simplificação que “é bem visível no Programa de Recuperação e Resiliência [PRR], na sua componente de justiça económica em ambiente de negócios, mas que também faz parte do programa (…) Simplex”, salientou o governante.

O objetivo deste primeiro pacote de licenciamentos, que vai hoje a Conselho de Ministros, é “promover a redução dos encargos e da complexidade que inibem a atividade empresarial e que tem impacto na produtividade”, sublinhou Mário Campolargo.

“Vamos eliminar licenças de autorizações ou outros procedimentos que, de alguma maneira, criam encargos para as empresas que não são justificados”, argumentou, bem como “melhorar os serviços digitais” e garantir a interoperabilidade entre os vários sistemas da Administração Pública. “Queremos colocar a Administração Pública a falar o mais possível a uma só voz”, reforçou o secretário de Estado.

A eliminação da licença ambiental para a produção de hidrogénio verde (a partir de fontes renováveis e da eletrólise da água), a simplificação radical das regras para a utilização de águas residuais, sem comprometer a saúde e o ambiente (água para campos de golfe e rega de jardins) ou o fim da obrigação dos edifícios novos ou que sejam sujeitos a obras terem instalações de gás são algumas das medidas da reforma deste pacote.

Mário Campolargo sublinhou que “os padrões de exigência exercidos em questões de licenciamento no ambiente não são afetados ou prejudicados por este pacote”. Antes pelo contrário, “ao introduzirmos uma certa previsibilidade de eficácia, aceleramos a nossa estratégia protetora do ambiente”, asseverou o responsável, salientando que também se consegue “ao mesmo tempo” reduzir a burocracia para as pessoas e para as empresas na área do ambiente.

Ou seja, este pacote visa “simplificar e eliminar encargos administrativos e concentrarmos de facto os esforços na proteção do ambiente, na proteção da economia circular e ainda simplificar regras aplicáveis a toda a Administração Pública”, explicou.

No âmbito deste pacote de Ambiente + Simples “vamos reduzir os casos em que é necessário efetuar avaliações de impacto ambiental, vamos eliminar, por exemplo, a renovação da licença ambiental, vamos criar também um reporte ambiental único, em vez da multiplicidade que existia, vamos simplificar procedimentos para a utilização de águas residuais” em contexto da seca, prosseguiu, como também criar mecanismos de certificação eletrónica e gratuita de deferimentos tácitos.

Mário Campolargo salientou que este não é um pacote único, sublinhando que este, que foi apresentado em julho, recebeu em consulta pública mais de 250 contributos. “Isto também prova que estamos num mecanismo muito claro de democracia a funcionar em que nós próprios tomámos em consideração alguns dos resultados da consulta pública, modificando ou alterando a proposta” que é hoje apresentada em Conselho de Ministros.

Além deste pacote legislativo para a área do ambiente, “temos a intenção de seguir de imediato com outros pacotes“, nomeadamente na área do urbanismo e ordenamento do território, a indústria, comércio e serviços e a agricultura, revelou. Isto tudo para “tornar mais fácil a vida das pessoas e das empresas na sua relação com a Administração Pública, evitando, portanto, custos de contexto que possam ser menos atrativos para o investimento Portugal e para o investimemto empresas”, rematou

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Do IVAucher a Putin, estas foram as palavras mais pesquisadas no Google em Portugal em 2022

Termos relacionados com a guerra na Ucrânia estiveram no ranking das palavras mais pesquisadas em Portugal, mas foi IVAucher a palavra geral mais procurada.

Ao fim de um ano cujo arranque ficou marcado pela guerra na Ucrânia, o ranking dos termos mais pesquisados no Google em Portugal está a refletir esta tendência. Em quatro das seis categorias analisadas houve termos de pesquisa relacionados com o conflito na Ucrânia. Mas, no que toca às pesquisas gerais, foi o IVAucher a dominar as pesquisas.

Este ano, a lista de palavras e temas mais pesquisados do Google destaca-se por pesquisas como “IVAucher” como o tema geral mais pesquisado, “Bruno Carvalho” no que toca a nomes nacionais e “Putin” para nomes internacionais.

Quanto a programas, séries e filmes, o termo mais pesquisado foi “Big Brother Famosos” e e relação a perguntas, os portugueses pesquisaram sobretudo “Como aderir ao Autovoucher” e “O que é afasia”. A meteorologia, um tópico que tradicionalmente figura no topo das pesquisas, este ano figura no meio do ranking pesquisas do Google em Portugal.

Termos mais pesquisados na categoria “Como…”

  1. Como aderir ao Autovoucher
  2. Como saber onde votar em 2022
  3. Como funciona o IVAucher
  4. Como receber os 125 euros
  5. Como obter certificado de recuperação COVID
  6. Como está o tempo para amanhã
  7. Como mudar para o mercado regulado
  8. Como se transmite a varíola dos macacos
  9. Como ajudar a Ucrânia
  10. Como justificar o voto no exterior

Questões em torno do IVAucher também dominaram o quadro geral dos temas mais pesquisados em 2022, embora assuntos como o polémico Mundial 2022, um evento marcado por questões em torno dos direitos humanos e da liberdade de expressão, figurem em segundo lugar. Após estes termos, surge Ucrânia e Rússia, respetivamente.

Termos gerais mais pesquisados

  1. IVAucher
  2. Mundial 2022
  3. Ucrânia
  4. Rússia
  5. Certificado digital
  6. Autovoucher
  7. Wordle
  8. Rock in Rio 2022
  9. Alterações climáticas
  10. Coldplay

No quadro de pesquisas de nomes internacionais, Putin surge em primeiro lugar na sequência do conflito na Ucrânia, enquanto Will Smith e Johny Depp surgem imediatamente a seguir. Will Smith devido à agressão, em direto, a Chris Rock durante a cerimónia dos Óscares. Já no caso de Johny Depp tal se deve à batalha legal com a ex-mulher, Amber Heard. Por sua vez, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, figura em último lugar nesta categoria.

Nomes Internacionais mais pesquisados

  1. Putin
  2. Will Smith
  3. Johnnny Depp
  4. Anitta
  5. Amber Heard
  6. Post Malone
  7. Jaciara
  8. Jardel
  9. Chris Rock
  10. Zelensky

No maior motor de busca do mundo, a questão mais colocada pelo país foi “o que é afasia”, superando pesquisas como “o que são metadados”, “o que é a NATO” e “o que é NFT”. Ainda neste ranking, outras pesquisas a dominar o Google foram “O que é SWIFT”, “O que é gelo seco” e “O que é um oligarca”.

Termos mais pesquisados na categoria “O que é…”

  1. O que é…
  2. O que é afasia
  3. O que são metadados
  4. O que é a NATO
  5. O que é NFT
  6. O que é SWIFT
  7. O que é gelo seco
  8. O que é um oligarca
  9. O que é endemia
  10. O que é vasectomia
  11. O que é aquamado

Por fim, e diretamente relacionados, estão os termos mais pesquisados na categoria de “Nomes Nacionais” e “Programas, Séries e Filmes”. Em linha com resultados de edições anteriores, o programa mais pesquisado no Google em Portugal foi Big Brother Famosos e, por conseguinte, os nomes nacionais foram Bruno de Carvalho e Liliana Almeida, ex-concorrentes. Em segundo lugar na lista de “Programas, Séries e Filmes” está também o filme Top Gun, após o lançamento de Top Gun: Maverick, a sequela ao filme original de 1986.

Termos mais pesquisados na categoria “Programas, Séries e Filmes”

  1. Big Brother Famosos
  2. Top Gun
  3. House of the Dragon
  4. Casados à Primeira Vista
  5. Dahmer
  6. Batman
  7. The Summer I Turned Pretty
  8. Anna Delvey
  9. Morbius
  10. Black Adam

Termos mais pesquisados na categoria “Nomes Nacionais”

  1. Bruno Carvalho
  2. Liliana Almeida
  3. Bernardo Sousa
  4. Marta Gil
  5. Nuno Homem de Sá
  6. Marco Orelhas
  7. Catarina Siqueira
  8. Alba Baptista
  9. Leandro
  10. Sara Aleixo

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Wall Street no vermelho face a receios de recessão. Tesla cai mais 3%

  • ECO
  • 7 Dezembro 2022

Os investidores continuam preocupados com os próximos passos da Reserva Federal dos EUA relativamente à política de subida das taxas de juro. Tesla voltou a desvalorizar mais de 3%.

Os mercados de ações continuaram em baixa esta quarta-feira. Em Wall Street, os três principais índices fecharam as negociações com perdas até cerca de 0,5%, com os investidores preocupados com as próximas decisões de política monetária da Reserva Federal dos EUA.

Os preços do petróleo também voltaram a cair. O Brent cedeu mais de 2%, negociando abaixo dos 80 dólares, depois da queda de 4% na sessão anterior. Foi neste cenário que a Galp tombou mais de 3%, no pior desempenho na bolsa portuguesa. O PSI caiu 0,91% para 5.799,67 pontos.

As exportações e importações da China encolheram em novembro ao ritmo mais acentuado dos últimos dois anos e meio, pelo menos, avança a Reuters. Este cenário acontece num período de fraca procura doméstica e global, de interrupções na produção causadas pela Covid-19 e de uma crise no mercado imobiliário chinês. Fatores que estão a forçar o regime a anunciar o alívio gradual das restrições impostas para combater a pandemia.

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Promotora portuguesa VIC Properties prepara entrada no Nasdaq

  • ECO
  • 7 Dezembro 2022

Em 2019, promotora imobiliária tinha a intenção de entrar na bolsa nacional, mas pandemia adiou os planos. Agora, prepara chegada a Wall Street através de uma SPAC.

Antes da pandemia, a VIC Properties tinha anunciado a intenção de entrar na bolsa de Lisboa, mas os planos acabaram por mudar. O objetivo agora é entrar na bolsa de Nova Iorque. De acordo com o Jornal de Negócios, a promotora imobiliária nacional está a negociar uma fusão com a BurTech, que é uma special purpose acquisition company (SPAC), um tipo de veículo financeiro que permite a entrada em bolsa de forma mais fácil e económica.

As SPAC são conhecidas por serem uma espécie “cheque em branco”, pois abrem a porta da bolsa a outras empresas através de uma fusão. O jornal avança que já foi assinado um acordo preliminar entra as duas empresas, tendo a VIC uma carta de intenções para vir a ser cotada no Nasdaq — índice de referência tecnológico de Nova Iorque — através da fusão com a BurTech.

A promotora nacional conta, face a este negócio, com uma avaliação pré-financiamento de 500 milhões de dólares, o que representa um enterprise value (incluindo dívida) superior a 1,1 mil milhões de dólares. O próximo passo é a entrega da documentação necessária ao regulador dos Estados Unidos, o que é esperado acontecer até ao final do primeiro trimestre de 2023, e a operação poderá estar concluída no primeiro semestre de 2023.

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Iniciativa Liberal apresenta pacote de medidas para acabar com “caça à multa”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Dezembro 2022

Nas próximas semanas, o partido vai propor, entre outras coisas, reduzir os valores estabelecidos para as contraordenações económicas e acabar com algumas obrigações das empresas.

A Iniciativa Liberal (IL) vai apresentar esta quarta-feira uma série de propostas que visam acabar ou reduzir algumas coimas e criar o escalão de contraordenação muito leve. Desde simplificar o processo de renovação da carta de condução a eliminar a obrigatoriedade de ter um bidé em cada casa de banho construída, o partido irá expor, ao todos, seis projetos-lei aos deputados na Assembleia da República para pôr fim à “caça à multa” do Estado.

Carlos Guimarães Pinto, em declarações ao ECO, sublinha que os “excessos burocráticos” e a “caça à multa” estão entre os “principais entraves ao crescimento económico do país”. “A proliferação de leis e burocracias inúteis e os incentivos perversos a alguns organismos para a caça à multa geraram um clima de abuso e perseguição”, aponta o deputado liberal.

Uma das propostas do grupo parlamentar da IL, às quais o ECO teve acesso, é eliminar a obrigatoriedade de afixar no respetivo estabelecimento a indicação dos Instrumentos de Regulamentação Coletiva de Trabalho (IRCT) aplicáveis –cuja ausência constitui uma contraordenação leve. Por sua vez, o partido propõe que a entidade empregadora disponibilize estas informações “pelo meio que considerar mais adequado e que se encontre disponível aos trabalhadores sem ser obrigatória a fixação no estabelecimento do mesmo”.

Tendo em conta o aumento dos preços da habitação, os liberais têm também um projeto-lei no qual defendem que deixe de ser obrigatório existir um bidé e uma banheira em todas as casas construídas em Portugal, por configurar uma “limitação clara” a, por exemplo, aumentar a área de quartos e/ou de outras áreas comuns. Nesse sentido, propõem que cada casa de banho nas habitações esteja equipada com “pelo menos um lavatório, uma sanita e uma base de duche (polibã) ou banheira”.

Já a obrigatoriedade de as empresas assinalarem se os contactos telefónicos de apoio ao cliente são da rede fixa nacional ou da rede móvel é, no entender da IL, “inócua” atualmente, com multas para quem não cumpre que vão dos 1.700 aos 24.000 euros. Como tal, é proposta a revogação desta legislação, visto que “não só a maioria das chamadas são gratuitas para qualquer rede fixa ou móvel nos tarifários atuais, como também os utilizadores sabem facilmente distinguir números telefónicos começados por ‘2’, daqueles começados por ‘9’”, aponta o partido.

Ainda para as empresas, a IL quer que deixe de ser obrigatório afixar informação relativa à existência de vagas de trabalho permanentes que estejam disponíveis, cujo incumprimento pode incorrer uma contraordenação leve. Para os trabalhadores, o conhecimento dessa vaga “não acrescenta nem salvaguarda direitos adicionais”, pelo que o uso de correspondência eletrónica e a existência de sítios online internos e/ou de recrutamento “permitem que a informação indicada como necessária de ser publicada pelo disposto na lei possam ser transmitidas por outras vias que não a afixação no estabelecimento”.

Outro projeto-lei propõe que a renovação da carta de condução seja feita de forma automática nos casos em que não é necessário qualquer atestado médico e que a mesma seja isenta de custos para o titular. A sugestão advém de dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) que mostram que se atingiu um número recorde de infrações este ano devido a carta de condução caducada – o que pode valer uma coima de 120 a 600 euros.

Nesta matéria, a Iniciativa Liberal entende ainda que é “obrigação do Estado alertar os cidadãos para o cumprimento de normas que têm sido permanentemente alteradas (…), não existindo qualquer impedimento à criação deste sistema de alerta simples e de fácil execução”.

Por fim, é proposta a redução do valor das coimas por contraordenações económicas e a criação de um escalão de contraordenações muito leves. Segundo a IL, o Regime Jurídico das Contraordenações Económicas (RJCE) em vigor “constitui um ‘empecilho’ grave ao desenvolvimento económico e à prosperidade do país, ao permitir que o Estado se escude na proteção de direitos fundamentais e de interesses públicos como subterfúgio para perpetuar a sua atividade desenfreada de ‘caça à multa'”.

Para alterar o RJCE, os deputados liberais consideram prioritário:

  • Criar uma norma-travão que assegure que o montante de coima cobrado pela autoridade administrativa não ultrapasse um limiar máximo, suscetível de garantir que a aplicação dessa sanção não impossibilita, no caso concreto, a capacidade de retoma e prossecução da atividade económica pelo sujeito infrator, bem como não exceda significativamente o montante que era devido e que justificou a infração;
  • Criar uma nova categoria de classificação das contraordenações – as contraordenações muito leves –, privilegiando o recurso a sanções como a admoestação em vez da aplicação de coimas;
  • Reduzir para metade os limites dos montantes das coimas, em função de cada escalão classificativo das contraordenações;
  • Consagrar como critério único de imputação da responsabilidade contraordenacional às pessoas coletivas a sua dimensão, traduzida no número de trabalhadores que emprega, independentemente da sua natureza jurídica, pública ou privada;
  • Reduzir os prazos de prescrição do procedimento contraordenacional.

 

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Hoje nas notícias: VIC Properties, Saúde e seguros

  • ECO
  • 7 Dezembro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portuguesa VIC Properties quer entrar no Nasdaq. Seis concelhos concentram super-ricos portugueses. Lei do direito ao esquecimento continua por aplicar um ano depois. Conheça estas e outras notícias que estão a marcar o dia.

Portuguesa VIC Properties quer entrar no Nasdaq

A promotora imobiliária VIC Properties está a negociar a entrada em bolsa com a BurTech, uma special purpose acquisition company (SPAC), que é um tipo de veículo financeiro que permite a chegada à bolsa de forma mais fácil e económica. Já foi assinado um acordo preliminar, tendo a VIC uma carta de intenções para vir a ser cotada no Nasdaq através da fusão com a BurTech. A VIC Properties conta, face a este negócio, com uma avaliação pré-financiamento de 500 milhões de dólares, o que representa um enterprise value (incluindo dívida) superior a 1,1 mil milhões de dólares.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Seis concelhos concentram super-ricos portugueses

Os 0,1% mais ricos do país estão concentrados, sobretudo, em seis concelhos: Lisboa, Oeiras, Cascais, Sintra, Porto e Vila Nova de Gaia, de acordo com o Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças, com base nos rendimentos declarados e englobados no IRS. A análise indica que são muito poucas as famílias que pagam taxa máxima de IRS: os 0,1% mais ricos receberam, em média, 264,4 mil euros em 2020, mas pagaram uma taxa de IRS de 42,25%.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Lei do direito ao esquecimento continua por aplicar um ano depois

A lei do direito ao esquecimento nos seguros está em vigor desde 1 de janeiro, mas somam-se as denúncias de casos que comprovam que não está a ser aplicada. A lei prevê que pessoas com algumas patologias (ou com historial de determinadas doenças) deixem de ser discriminadas no acesso a créditos bancários ou na contratação de seguros. Embora tenha sido aprovada em 2021 e entrado em vigor em janeiro deste ano, o Governo ainda não avançou com o acordo nacional relativo ao acesso ao crédito e a contratos de seguros sem o qual a lei não pode ser efetivamente cumprida.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Novas regras de licenciamento opõem Governo e ambientalistas

O Governo pretende divulgar esta quarta-feira as principais alterações ao processo de licenciamento ambiental para acelerar a instalação de parques solares e de projetos de produção de hidrogénio verde, facilitar a reutilização de águas residuais para a rega de jardins e campos de golfe e aliviar as autorizações necessárias à manutenção da atividade industrial. “Simplificar” e “encurtar prazos” de licenciamento são as ideias-chave deste plano para “cumprir os objetivos e desafios ambientais” que o país “tem em curso” na área da energia, uso da água e descarbonização da economia.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Ministério quer “Via Verde” para centros de saúde o mais rápido possível

O ministro da Saúde reuniu com as direções de todas as unidades de Lisboa e Vale do Tejo, com a Administração Regional de Saúde (ARS) e com o INEM, para tentar agilizar o mais rápido possível algumas das medidas que integram o Plano de Resposta Sazonal da Saúde ao Inverno 2022-23 para libertar os serviços de urgência. Foi pedido às unidades que acelerem a operacionalização da “Via Verde ACES”, para que os utentes triados com pulseira verde ou azul possam ser referenciados dos hospitais para os centros de saúde, com data e hora previamente definida (próximas 24 horas).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

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Combustíveis mexeram menos de um cêntimo esta semana

Preços dos combustíveis acabaram por praticamente não mexer face à semana anterior. Quando for abastecer vai pagar 1,643 euros por litro de gasóleo simples e 1,652 por litro de gasolina simples 95.

Esta semana foi de grandes mudanças nos combustíveis, mas os preços acabaram por praticamente não mexer face aos últimos dias de novembro.

A Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) publica os preços médios praticados nas bombas às segunda-feiras que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras. E tendo em conta a cotação do brent e do mercado cambial e as mexidas introduzidas pelo Executivo na fiscalidade dos combustíveis estes acabaram por ficar quase inalterados: o litro de gasóleo simples desceu 0,1 cêntimos e o litro de gasolina simples 95 subiu 0,4 cêntimos.

Assim, em média quando for abastecer vai pagar 1,643 euros por litro de gasóleo simples e 1,652 por litro de gasolina simples 95.

O mercado, tendo em conta a cotação do brent e do mercado cambial, antecipava para esta semana uma descida de três cêntimos no gasóleo e de 1,5 cêntimos na gasolina. Mas o Governo decidiu reduzir os descontos do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) em dezembro, o que se se traduz numa redução do desconto do ISP em 3,9 cêntimos por litro de gasóleo e em 2,4 cêntimos por litro de gasolina. Esta decisão levou à interrupção de sete semanas consecutivas de descida dos preços do diesel e quatro semanas dos preços da gasolina. Reduções que permitiram regressar a valores anteriores à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O anúncio do Ministério das Finanças motivou críticas da esquerda à direita, num momento em que a inflação continua em níveis historicamente elevados (9,9% em novembro, o que representa uma desaceleração de 0,2 pontos percentuais face ao mês anterior). Luís Montenegro criticou o aumento do ISP, considerando a “medida injusta” e com um “duplo efeito fiscal”. “Ao longo do último ano, o que tem acontecido é que os sucessivos aumentos do ISP têm um duplo efeito fiscal: é esse imposto que sobe e é o IVA que sobe sobre o preço que inclui esse imposto”, frisou o presidente do PSD.

Já o PCP acusou o Governo de falta de sensibilidade e considerou que “ainda vai a tempo” de reverter a decisão. O Bloco de Esquerda, por sua vez, classificou a decisão do Governo de “subir” o ISP “incompreensível” e “imperdoável”.

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