Salário do talento tech em Portugal dispara cerca de 40%. Mas sete em cada dez profissionais consideram mudar de trabalho

O salto remuneratório sem precedentes deixa o salário anual destes profissionais nos 44.449 euros. Não é suficiente para reter o talento, sobretudo quando se compete com empresas além-fronteiras.

Os salários na indústria tecnológica portuguesa dispararam 36,5%, em comparação com o valor remuneratório médio no ano passado. Um salto sem precedentes que deixa o salário médio anual bruto destes profissionais nos 44.449 euros. Ainda assim, o aumento salarial (sentido por cerca de 80% dos inquiridos) parece não ser suficiente para reter o talento: cerca de sete em cada dez profissionais considera mudar de emprego nos próximos três meses. Valor que sobe entre os que trabalham num regime 100% presencial no escritório, com quase nove em cada vez a admitirem esta intenção. São também estes que recebem menos e que, no ano passado, sofreram até mesmo cortes salariais. O gap salarial entre homens e mulheres agravou-se: os homens ganham, em média, mais 31,2% do que as mulheres, revela o relatório “Deep-dive into the Portuguese tech market”, elaborado pela Landing.Jobs, em parceria com a Volkswagen Digital Solutions.

“Nunca vi um salto salarial desta dimensão. Certamente que o fenómeno do trabalho remoto e de termos profissionais portugueses a trabalharem, a partir de Portugal, para empresas no estrangeiro teve um enorme efeito no aumento dos salários”, começa por explicar Pedro Moura, chief marketing officer da Landing.Jobs, durante a apresentação, esta quarta-feira, do relatório.

Linguagens melhor remuneradas

De 2021 para 2022, os salários dos profissionais no setor tecnológico deram um salto de quase 40%, para os 44.449 euros brutos por ano. Mas nem todos os profissionais na indústria tech viram o mesmo impulso nos seus rendimentos. As funções de gestão são as melhor remuneradas, mas developer roles solutions architect, business applications e devOps estão também no topo da lista.

Mobile (78,5%), back-end (73,6%) e data science (68,6%) têm sido as áreas que mais aumentos salariais têm dado. Já em termos de linguagens de programação, a as linguagens de nicho lideram a guerra salarial, mas o Elixir — uma linguagem de programação funcional executada na máquina virtual do Erlang — ganha a taça. A WebAssembly é, por sua vez, a linguagem de programação mais mal paga.

Salários variam com região…

A nível geográfico, são os profissionais que trabalham na Área Metropolitana de Lisboa que mais ganham, com um salário médio anual bruto de 48.497 euros. Por outro lado, é nas ilhas da Madeira e dos Açores que estão os rendimentos mais baixos do setor (30.073 euros brutos por ano).

Salário por regiãoLanding.Jobs

“Apesar do gap que existe entre a remuneração praticada em Lisboa e outras regiões, é possível concluir que, face ao ano passado, esta diferença encurtou. Parece que o fenómeno remote está a reduzir esse gap entre regiões de Portugal”, salienta Pedro Moura.

… e com o tipo de relação contratual

Olhando para o tipo de vínculo contratual, é possível concluir que, à semelhança do que a Landing.Jobs já dava conta no ano passado, os contractors continuam a sair privilegiados desta equação. Em média, estes profissionais, que escolhem outro tipo de vínculo profissional, caracterizado por uma maior flexibilidade e independência, em que se trabalha para um projeto de cada vez, ganham mais 57% do que os que escolhem trabalham em regime full-time, um regime ainda mais convencional. Uma vantagem superior ainda àquela que a tecnológica liderada por Diogo Alves de Oliveira apurou em 2021 (que, na altura, era de 54%).

Gap salarial entre homens e mulheres aumentou

No que toca a igualdade salarial, fica evidente, uma vez mais, o fosso entre os géneros registado na indústria tecnológica. Os homens ganham, em média, mais 31,2% do que as mulheres, uma diferença significativamente agravada desde o ano passado.

“A diferença é 15% superior à registada no ano passado (e 8% superior à registada em 2020). O fosso salarial entre géneros é maior nas funções de gestão (35%) do que nas funções de desenvolvimento (32,1%)”, lê-se no relatório da Landing.Jobs.

Salário por género e funçãoLanding.Jobs

Quase 20% dos profissionais tech em Portugal trabalham além-fronteiras

Há ainda outro fator que determina os profissionais que ganham os salários mais chorudos. A minoria de profissionais que ainda trabalha em regimes 100% presenciais no escritório (6%) é também aquela que recebe menos ao final do mês (29.197 euros brutos por ano) e que teve cortes salariais no ano passado (na ordem dos 0,8%). “Estes apenas 6% que têm trabalhos 100% presenciais não estão numa boa posição”, resume Pedro Moura

O relatório deixa ainda claro que praticamente totalidade dos profissionais tech em Portugal (99%) querem trabalhar remotamente, seja em modelos híbridos ou 100% remotos. Além disso, estão altamente motivados para trabalhar remotamente para uma empresa localizada fora do país. Essa é uma possibilidade para 80% dos profissionais, enquanto 74% equaciona mesmo trabalhar para uma organização noutro continente conclui a Landing.Jobs. É que as empresas no estrangeiro pagam 46,8% mais do que as empresas em Portugal, e o salário continua a ser o principal motor de carreira, valorizado por 21,3% dos inquiridos, seguindo-se o work-life balance, referido por 17,8% dos inquiridos.

Esta ambição de trabalhar para empresas localizadas noutros países já está mesmo a materializar-se. Atualmente, 18,6% dos profissionais tech em Portugal trabalham remotamente para uma empresa além-fronteiras. “Esta é, talvez, a grande mudança no pós-Covid”, considera o chief marketing officer da Landing.Jobs.

80% dos profissionais querem trabalhar remotamente para uma empresa fora de Portugal, enquanto 74% equaciona mesmo trabalhar para uma organização noutro continente. É que as empresas no estrangeiro pagam 46,8% mais do que as empresas em Portugal, e o salário continua a ser o principal motor de carreira, valorizado por 21,3% dos inquiridos.

Relatório 'Deep-dive into the Portuguese tech market'

A Europa é o continente para o qual a maioria deste talento português trabalha, com destaque para o Reino Unido, França e Alemanha. No entanto, os Estados Unidos também ganham terreno.

Encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada é a principal razão (25,4%) para estes profissionais abraçarem trabalhos noutros países, seguindo-se o salário (21,7%). De salientar, contudo, que cerca de 50% prefere continuar a viver em Portugal e trabalhar de forma completamente remota, evitando a relocalização. “Isto é muito interessante porque Portugal é o país da Europa a partir de onde as pessoas mais querem trabalhar. É um país acolhedor, diria que é mesmo um bom país para viver”, defende Pedro Moura.

Razões para trabalhar remotamente para uma empresa fora de PortugalLanding.Jobs

Com a adoção em massa do trabalho à distância, muitas barreiras geográficas e culturais foram derrubadas, permitindo que os talentos tecnológicos trabalhassem à distância, não só para as empresas portuguesas, mas também para as empresas além-fronteiras.

“As empresas estrangeiras sabiam disto, e fizeram movimentos agressivos na contratação de talentos tecnológicos portugueses para trabalharem remotamente a partir de Portugal. Um impressionante 18,6% dos profissionais da tecnologia em Portugal trabalham remotamente para uma empresa além-fronteiras, com tendência a crescer. Isto tem causado enormes impactos tanto na disponibilidade de talentos locais como nos salários, um impacto que as empresas locais estão a começar a perceber”, alerta a Landing.Jobs no relatório.

Por outro lado, a tecnológica deixa claro que as empresas portuguesas ainda não abraçaram a globalização do trabalho, recorrendo ainda em pouca medida à aldeia global de talento. “Apenas 8,9% da mão de obra portuguesa provém de outros países, contra uma média de 12% na Europa e 38% na América do Norte. Esta é uma das formas de lidar com a escassez de talentos tecnológicos locais.”

Sete em cada dez querem mudar de emprego. Os que trabalham em modelos 100% presenciais serão os primeiros a sair

O número de profissionais que já trabalham de forma remota para empresas localizadas noutros países só tem tendência para aumentar, defende a tecnológica, sobretudo se tivermos em conta as intenções de mudar de emprego demonstradas pelo talento tech. Quase sete em cada dez profissionais de tecnologia em Portugal estão a considerar mudar de emprego nos próximos três meses, uma proporção em linha com a registada nos restantes países europeus. Os trabalhadores em regimes 100% presenciais serão os primeiros a sair, com quase nove em cada dez a confirmar essa vontade.

Um impressionante 18,6% dos profissionais da tecnologia em Portugal trabalham remotamente para uma empresa além-fronteiras, com tendência a crescer. Isto tem causado enormes impactos tanto na disponibilidade de talentos locais como nos salários, um impacto que as empresas locais estão a começar a perceber.

Relatório 'Deep-dive into the Portuguese tech market'

“Estes são, seguramente, sinais dos tempos que correm. Não há dúvida de que o trabalho remoto, nas suas muitas formas, já não é um nice-to-have, mas sim mandatório”, pode ler-se no documento.

Neste momento, o tempo médio de permanência na mesma empresa varia de 1,4 anos, para profissionais com entre um e três anos de experiência, a quatro anos, para profissionais com mais de nove anos de experiência. Nesta missão de retenção de talento, as scale-ups têm sido melhor sucedidas (5,1/10), ao contrário do setor público, onde a insatisfação é mais evidente (8,4/10).

As conclusões apresentadas no relatório da Landing.Jobs resultaram de um inquérito a 2.082 profissionais de tecnologia residentes em Portugal. Este, por sua vez, faz parte um inquérito global a 6.568 profissionais de tecnologia que esteve aberto ao público entre janeiro e março de 2022.

Consulte o relatório completo aqui.

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Líder de gestora do Deutsche Bank demite-se após investigação a investimentos “verdes”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Junho 2022

Asoka Woehrmann mantém-se em funções até 9 de junho. Demissão acontece um dia após novas buscas na sede da DWS por alegado branqueamento de investimento sustentável para gerir investimentos.

O presidente executivo da gestora de ativos alemã DWS, Asoka Woehrmann, renunciou esta quarta-feira ao cargo, um dia após a sede da DWS e do seu proprietário maioritário, Deutsche Bank, em Frankfurt, terem sido alvo de buscas policiais por alegações de que a empresa enganou investidores sobre investimentos “verdes”.

Estes acontecimentos representam um novo revés para o Deutsche Bank, que nos últimos meses foi multado em milhares de milhões de euros por infrações como branqueamento de capitais e falsificações de títulos. Agora, a investigação recai nas alegações de uma denunciante de que a DWS exagerou na forma como utilizou critérios de investimento sustentável na gestão de investimentos – uma prática conhecida como greenwashing e que a DWS tem negado repetidamente.

Asoka Woehrmann continuará em funções até dia 9 de junho, altura em que tem lugar a próxima assembleia geral de acionistas, sendo depois substituído por Stefan Hoops, que até agora desempenhava funções de responsável de banca corporativa no Deutsche Bank, anunciou a gestora.

No comunicado em que o Deutsche Bank anuncia a demissão do ainda CEO da DWS, citado pela Reuters, Asoka Woehrmann fala, por um lado, do seu trabalho “em benefício” da gestora de ativos, mas que “as acusações formuladas (…), por mais infundadas ou indefensáveis que fossem, converteram-se num peso para a empresa”, bem como para ele e a sua família.

Reagindo ao anúncio, a denunciante envolvida na investigação disse que a demissão de Woehrmann é positiva, mas que a DWS não foi suficientemente longe. Não se trata apenas de mudar um homem“, disse a advogada Desiree Fixler. “Há greenwashing, e há o disfarce. É uma enorme questão cultural no Deutsche Bank”, acrescentou.

Após as buscas realizadas na terça-feira, os procuradores alemães disseram que “surgiram provas factuais suficientes” para mostrar que os fatores ambientais, sociais e de governança (conhecidos como indicadores ESG) foram tidos em conta numa minoria de investimentos, “mas não foram de todo tidos em conta num grande número de investimentos”, ao contrário das declarações nos prospetos de venda de fundos do DWS.

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Com dois meses de campanha, Fisco já reembolsou 2.178 milhões no IRS

A Autoridade Tributária já devolveu 2.178 milhões de euros aos portugueses no âmbito da campanha de IRS que se iniciou há dois meses. No total foram entregues 4,4 milhões de declarações de IRS.

Dois meses depois do início da campanha de IRS de 2022 relativa aos rendimentos de 2021, a Autoridade Tributária e Aduaneira já devolveu 2.178 milhões de euros aos portugueses, de acordo com um balanço divulgado esta quarta-feira pelo Ministério das Finanças.

As Finanças adiantam ainda que já foram entregues cerca de 4,4 milhões de declarações de IRS pelos contribuintes, tendo sido já liquidadas cerca de 3,9 milhões.

Quanto às declarações entregues, 36% foram submetidas através do IRS Automático (preenchimento automático dos dados da declaração por parte da AT, através das informações comunicadas de forma automática às Finanças) e 64% foram submetidas de forma manual.

Já em relação às 3,9 milhões de declarações que já foram liquidadas, o gabinete do ministro Fernando Medina nota que cerca de 2,2 milhões correspondem a reembolsos aos contribuintes.

O ministério refere que foram também emitidas cerca de 636,2 mil notas de cobrança, num total de cerca de 789 milhões de euros, sendo as restantes nulas (não havendo lugar a reembolso ou nota de cobrança).

só tem até ao final do mês para completar e entregar a declaração de IRS referente aos rendimentos de 2021.

(Notícia atualizada às 19h39 com mais informação)

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Ivo Rosa tem 8 meses para terminar instrução do processo BES

  • Lusa
  • 1 Junho 2022

"O prazo legal de quatro meses é manifestamente insuficiente atenta a complexidade e dimensão do processo”, refere o Conselho Superior da Magistratura.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) deu esta quarta-feira ao juiz Ivo Rosa um prazo de oito meses para terminar a fase de instrução do processo BES/GES, que tem como principal arguido o ex-banqueiro Ricardo Salgado. “Este é o prazo considerado adequado [oito meses], porquanto o prazo legal de quatro meses é manifestamente insuficiente atenta a complexidade e dimensão do processo”, refere o CSM em resposta escrita enviada à agência Lusa, acerca do pedido feito pelos assistentes do processo.

Na resposta, a mesma fonte afirma que “o pedido de aceleração processual do processo [BES/GES] foi parcialmente deferido, tendo o CSM fixado um prazo de oito meses a partir da notificação da deliberação para que seja terminada a fase de instrução”.

O processo BES/GES conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euro.

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Preço do gás natural sobe 3,3% em julho e mais 3,9% em outubro, avança ERSE

As tarifas do gás natural no mercado regulado vão subir 2 euros por megawatt-hora (MWh), ou 3,3%, a 1 de julho. Em outubro de 2022 haverá um novo aumento médio de 3,9%.

A ERSE- Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos publicou esta quarta-feira, 1 de junho, as tarifas do gás natural no mercado regulado que irão vigorar a partir de 1 de julho: vão subir 2 euros por megawatt-hora (MWh), ou 3,3%. Esta subida “decorre da monitorização do custo médio de energia no mercado regulado”, justifica a ERSE, sublinhando que esta decisão afeta os clientes finais que ainda são fornecidos em mercado regulado.

No mesmo comunicado, enviado às redações, o regulador confirma ainda um aumento de 8,2% a partir de 1 de outubro e até setembro de 2023, em relação ao período homólogo, em linha com a estimativa que já tinha sido avançada pela mesma entidade em março. “Contudo, tendo presente as atualizações da tarifa de Energia ao longo de 2022, os consumidores em mercado regulado irão observar em outubro de 2022 um aumento médio de 3,9% face ao mês anterior“, acrescenta.

Na prática, em julho, um casal sem filhos deverá receber uma fatura de 12,73 euros, mais 33 cêntimos que em junho, e um casal com dois filhos recebe uma fatura de 24,11 euros, mais 70 cêntimos que no mês anterior. Em outubro, novo aumento: no primeiro caso, somam-se 48 cêntimos em comparação com setembro e, no caso do casal com dois filhos, a fatura fica mais cara em 87 cêntimos que a de setembro.

A proposta para o próximo ano foi conhecida no passado dia 31 de março, no qual ficou prevista uma subida de 8,2% no preço de venda final. Esta proposta foi avaliada pelo Conselho Tarifário, que emitiu um parecer até 30 de abril e, é tendo este mesmo parecer em conta que agora são publicadas agora as tarifas que vigorarão a partir do dia 1 de outubro, o qual marca o início do ano tarifário do gás natural. Além desta revisão, à semelhança do que acontece no mercado da eletricidade, o regulador pode ainda fazer alterações intermédias a cada trimestre, tal como se está a verificar para o mês de julho.

Mas mudanças não estão a sentir-se apenas no mercado regulado. No mercado livre, a Galp anunciou esta terça-feira que vai atualizar, a partir de 1 de julho, o valor do gás natural, que terá um aumento de cerca de 3,60 euros para o escalão mais representativo, embora mantenha o preço da eletricidade.

(Notícia atualizada às 19:18 com mais informação)

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Seguros do El Corte Inglés já são um exclusivo da MM

  • ECO Seguros
  • 1 Junho 2022

Com o virar de página na atividade de seguros do El Corte Inglés, o negócio segurador da retalhista é exclusivo do grupo Mutua e fica com direção geral entregue a Jaime Aguirre de Cárcer.

Concretizando acordo assinado em janeiro, pelo qual o grupo segurador Mutua Madrileña (MM) comprometeu-se a desembolsar 1,1 mil milhões de euros, e depois de recebidas as autorizações dos organismos locais da concorrência (CNMC) e do setor segurador (DGSFP), o negócio de seguros e produtos de poupança da gigante espanhola de consumo, referência no setor de retail, conta desde 1 de junho de 2022 com o Grupo Mutua como fornecedor exclusivo.

Jaime Aguirre de Cárcer, atual subdiretor geral do Negócio Segurador no grupo MM, será consejero-director general da área de seguros de El Corte Inglés.

Além de 555 milhões para deter 8% do capital social do grupo El Corte Inglês, operação que dá a Ignacio Garralda (presidente da MM) um assento no conselho de administração da retalhista, a Mutua transferiu outros 550 milhões para controlar 50,01% de cada uma das filiais de seguros do El Corte Inglés, a SECI (seguros de Vida e Acidentes) e a CESS (atividade de corretagem).

A operacionalização da aliança estratégica avança também com o registo de novas marcas (El Corte Inglés Agencia de Seguros e Ahorro y Inversión, esta última já operava, mas tem nova escritura por força da alteração societária), adiantou a edição eletrónica do El Economista. Enquanto Ahorro y Inversión se ocupa de ativos de poupança, operando como uma sociedade gestora de ativos (ligada à Mutuactivos, gestora do grupo Mutua), a Agência de Seguros herda a carteira da CESS e fica diretamente vinculada à MM, como mediadora para vender os produtos da seguradora, explica a plataforma Inese.es.

Contando com a conclusão do processo de constituição das novas sociedades, El Corte Inglés ficará com 49,99% do capital da nova entidade que, prevê-se, estará em plena atividade no primeiro trimestre de 2023.

Com o virar de página na atividade de seguros do El Corte Inglés emerge uma nova realidade na liderança do negócio. Além de reorganização na estrutura de cúpula da aliança, a direção geral do negócio segurador terá Jaime Aguirre de Cárcer como consejero-director general (posto equivalente ao de diretor geral) nas duas entidades operacionais. Jaime Aguirre é atualmente Subdiretor geral do Negócio Segurador no grupo MM.

Com esta aliança estratégica, a MM amplia canais de distribuição, acedendo também a uma forte base de clientes. Com linhas de negócio e marcas diversificadas, El Corte Inglés conta mais de 2 mil pontos de venda em Portugal, Espanha e outras localizações internacionais. Segundo números da retalhista, 11,6 milhões de pessoas utilizam cartões de cliente do grupo. A esta rede soma os canais online, onde conta perto de 760 milhões de vistas anuais.

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Fidelidade reforça parceria com IST para I&D, vai dar bolsas e caçar talento

  • ECO Seguros
  • 1 Junho 2022

Seguradora vai atribuir bolsas de mestrado, um total de 8, e de doutoramento, 2 de quatro anos. Além de formação avançada e prémios de mérito aos melhores alunos, haverá search e JobShop para talentos

Pressa de investigar: Rogério Colaço, presidente do Instituto Superior Técnico, e Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, querem estimular estudos superiores.

Apostada no aprofundamento da cooperação e interligação com o Instituto Superior Técnico (IST), a Fidelidade acaba de assinar um protocolo com o estabelecimento de ensino para pesquisa e desenvolvimento (I&D) em seguros. O caminho vai fazer-se através do Técnico+, escola de formação avançada pós-graduada e profissional do IST, apostando em “iniciativas de formação avançada nas áreas de engenharia, arquitetura e tecnologia, para serem aplicadas na área dos seguros“.

Promovendo transferência de tecnologia entre as duas instituições e contribuindo para uma “maior geração de conhecimento e riqueza, a Fidelidade vai atribuir duas bolsas de estudo anuais para estudantes de mestrado, durante quatro anos, totalizado oito bolsas, e duas bolsas de estudo de quatro anos para doutoramento; bem como dois prémios de mérito anuais, um para distinguir o melhor estudante do curso de Engenharia Informática e de Computadores e o outro para o melhor de Unidade curricular – Aprendizagem Profunda (DEI).

Para concretizar maior proximidade institucional, a Fidelidade “vai também participar na condução e concertação estratégica com o Presidente do Instituto Superior Técnico, envolvendo-se ainda nas principais atividades de search, JobShop, na procura de talentos no instituto, no desenvolvimento de um projeto integrador de 2º ciclo (Capstone), na formação avançada, através do Técnico+ e na aceleração de inovação com a organização de um workshop Investigação-Indústria anual”.

Reafirmando ideia realçada por ocasião do lançamento do Centro de Inovação do Técnico powered by Fidelidade, Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, sublinha que a seguradora “não pretende ser apenas mais um Mecenas, mas antes continuar a procurar nos seus alunos, futuros colaboradores da Seguradora; promovendo o aprofundamento da interligação entre a vertente académica e empresarial; e fomentando a aceleração da Inovação, desenvolvendo projetos conjuntos de I&D, de interesse mútuo que cruzem os projetos que interessam à Fidelidade com a capacidade de investigação e desenvolvimento do IST”.

O centro de inovação Técnico powered by Fidelidade, que vai nascer no antigo terminal do Arco Cego, é projeto de reconversão urbanística com investimento estimado de 12 milhões de euros, para estar pronto em 2023 e ser nova centralidade da inovação e tecnologia em Lisboa, recorda um comunicado da companhia.

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Há três interessados em entrar no negócio da MásMóvil em Portugal

Imprensa espanhola noticia que Macquarie, Digital Bridge e Asterion são três dos interessados em entrar no negócio da MásMóvil em Portugal, a dona da operadora Nowo.

O setor português das telecomunicações prepara-se para levar um abanão, à medida que as operadoras se posicionam para a nova era do 5G. O futuro da Nowo, antiga Cabovisão, permanece uma das principais incógnitas, mas há novos indícios de que a estratégia pode passar por uma parceria entre os espanhóis da MásMóvil, atuais donos, e grupos financeiros ou industriais que já têm laços com a empresa.

Esta quarta-feira, a imprensa espanhola deu conta de que o CEO, Meinrad Spenger, admitiu estar a estudar várias opções, esperando tomar uma decisão nas próximas semanas, disse numa conversa com analistas. O Cinco Días escreve mesmo que entre os grupos interessados estão:

  • Os australianos da Macquarie, um grupo financeiro;
  • A Digital Bridge, ex-Digital Colony, um grupo norte-americano de private equity;
  • E os espanhóis da Asterion, um grupo industrial.

O jornal cita “fontes do mercado” para referir que estas empresas poderiam juntar-se à estratégia da MásMóvil em Portugal, continuando o investimento próprio, mas aproveitando também acordos de partilha de infraestruturas com outras operadoras. É que, por ser considerada um “novo entrante” no leilão de espetro da Anacom, a Nowo goza do direito a forçar a negociação de acordos de roaming nacional com a Meo, Nos e Vodafone (atualmente, já é cliente da infraestrutura da Altice).

A Nowo continua a instalar fibra em Lisboa e Porto, escreve o Cinco Días, referindo que está em curso um plano de modernização da rede que passa pela substituição da atual rede de cabo por fibra ótica, permitindo aos clientes um débito de até 1,2 Gbps (gigabits por segundo). O objetivo é chegar a mais um milhão de casas passadas, sendo que, de acordo com a publicação, a base de clientes móvel cresce entre 2.000 e 3.000 adições por mês.

Outra opção que tem sido veiculada pela imprensa espanhola é a possibilidade de a MásMóvil vir a unir esforços com os romenos da Digi, que também estão a preparar o lançamento da operação em Portugal, depois de terem conseguido comprar licenças no leilão do 5G. É uma opção que, como noticiou o ECO, não estaria em cima da mesa até este mês, embora tudo se mantenha em aberto.

O Cinco Días fala ainda da hipótese de um acordo com a Nos ou com a Vodafone. Esta última, em particular, tem sido muito crítica da atual configuração de mercado, que, sem nenhuma ação, acabará por ter cinco operadoras de telecomunicações num país de pequena dimensão. Ao ECO, fonte oficial da Vodafone disse este mês que o setor em Portugal é “passível de futuras consolidações”.

Estas informações não foram vistas com bons olhos pelos analistas do CaixaBank/BPI que acompanham as ações da Nos: “Embora o facto de a MásMóvil ter planos para aumentar a concorrência no mercado português não ser novo, o facto de a companhia se preparar para revelar a estratégia nas próximas semanas não são boas notícias para a Nos”, lê-se numa nota de research divulgada esta quarta-feira.

“Rumores adicionais no mercado apontam para a possível venda ou integração da Nowo com outro player, tanto uma venda a um investidor financeiro (o que consideramos ser improvável) ou a venda ou integração com um player existente (com os candidatos a serem Digi, Vodafone e Nos), o que vemos como sendo a opção mais favorável ao mercado, efetivamente criando uma consolidação de cinco para quatro [operadoras] em Portugal. Esperamos mais notícias com a apresentação de resultados do segundo trimestre da MásMóvil, a serem publicados em julho”, concluem os analistas Filipe Leite, Pedro Alves e Sofia Barallat.

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Fundos de pensões recolheram menos 200 milhões em contribuições no 1ºT

  • ECO Seguros
  • 1 Junho 2022

O montante das contribuições para fundos de pensões caiu perto de 44% até março, tendência que também afetou os PPR. Carteira das entidades gestoras emagreceu ligeiramente.

Em março de 2022, após extinção e dois fundos (um fechado e outro aberto), a ASF acompanhava 240 fundos de pensões sob gestão das entidades supervisionadas. Segundo a Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) no “Relatório de Evolução da Atividade dos Fundos de Pensões” (1ºT 2022), os montantes geridos no setor de fundos de pensões (FP) registaram uma quebra de 3,1% no primeiro trimestre “em relação ao final de 2021”, totalizando mais de 23,3 mil milhões de euros.

No que refere à dinâmica de aforro e investimento dos portugueses, as contribuições para os fundos de pensões apresentaram um decréscimo de 43,8%, face ao trimestre homólogo do ano anterior, culpa do comportamento dos fundos de pensões fechados de benefício definido, segundo indica o relatório de atividade do setor.

Apontando decréscimo absoluto de 199,1 milhões de euros no total das contribuições recebidas pelos FP face à atividade de um ano antes, a ASF explica que a “diminuição resultou de, em alguns fundos com planos de benefício definido, no primeiro trimestre de 2022 não terem tido necessidade acrescida de fazer contribuições extraordinárias (contrariamente ao verificado no período homólogo), uma vez que no geral, as taxas de desconto desses fundos mantiveram-se ou subiram face às taxas de 31-12-2020.”

No entanto, as entregas aos FP abertos também não cresceram, recuando 22,5% em variação homóloga, para cerca de 119,8 milhões de euros. Embora de forma menos acentuada, o recuo refletiu-se igualmente nos PPR (planos de poupança-reforma), que recolheram 36,99 milhões, contra 40,75 milhões de euros angariados um ano antes.

Os benefícios pagos (+0,3% em variação homóloga) mantiveram-se próximos do valor de março de 2021, totalizando 219,13 milhões de euros, com 171,7 milhões desembolsados a favor de beneficiários de fundos fechados, cerca de 6,5 milhões mais do que os pagamentos de um ano antes.

No mesmo período (1ºT 2022), o número de fundos de pensões sob gestão passou de 240 para 238, “na sequência da extinção de um fundo de pensões fechado e outro aberto de adesões coletivas e individuais”. No âmbito das adesões coletivas “foram extintas sete adesões, por recurso à liquidação das respetivas quotas-partes. Durante este período foram constituídas 38 novas adesões, repartidas por 12 fundos de pensões abertos,” detalha o documento.

A Supervisão confirma ainda que a repartição do montante total dos fundos de pensões por tipo de fundo “não tem apresentado variações ao longo dos trimestres,” mantendo-se dominada por fundos fechados (85% da estrutura).

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Conversas com Energia. Arte é fundamental para a consciencialização do estado do ambiente, alerta Joana Vasconcelos

A arte também pode ser sustentável. Esta foi a principal conclusão da "aula" de Joana Vasconcelos que teve como objetivo apelar a que os jovens tenham um papel mais ativo na preservação do ambiente.

 

Certa de que a “vida de artista é uma aprendizagem constante”, Joana Vasconcelos dirigiu-se aos alunos e professores da Escola Poeta Alberto, de Sines, para explicar a sua jornada enquanto artista numa altura em que a sustentabilidade é um tema cada vez mais importante na sociedade civil. E a arte não é exceção.

No âmbito da iniciativa Conversas com Energia da Fundação EDP, que tem o ECO/Capital Verde como media partner e cujo objetivo é promover o conhecimento e o diálogo sobre os desafios da emergência climática entre os mais novos, Joana Vasconcelos reconheceu o papel que tem enquanto artista e a missão de “alertar e trazer para a consciência temas” que são importantes para sociedade.

A artista plástica afirmou que a sustentabilidade é uma realidade presente na sua vida desde o momento em que foi premiada pela EDP como um dos artistas emergentes, em 2000. “Com o prémio que recebi, comprei uma handy cam da Sony e com a câmara, fiz uma peça que correu o mundo e que acabou a ser comprada pela Louis Vuitton, marca que acabou por me patrocinar mais tarde”, recordou esta quarta-feira no MAAT, em Lisboa. “A sustentabilidade começa aí: com o que conseguimos fazer através dos poucos recursos que temos”, considera.

“Não faço outsourcing, trabalho com artesãos do atelier. Não gastamos energia em deslocações, nem materiais importados. Tudo o que possa ser português, eu uso”, frisou a artista, acrescentando que o objetivo é procurar deixar “a menor pegada ecológica possível” – um modo de atuação adotado também pelos membros do atelier que fundou. Assim, realça a importância de valorizar os recursos a nível local, algo que também contribui para sustentar um artista, diz.

“Há um esforço do atelier em querer ser sustentável e gastarmos o menos possível”, sublinhou, garantindo também que naquele espaço “não há desperdício”. O mote é ainda aplicado quando a artista viaja pelo mundo e quando opta pela ajuda local para a concretização de peças artísticas.

Este “desperdício”, no entanto, não se limita apenas aos materiais ou recursos usados para a criação de obras de arte, mas sim um que considera ser o “maior” na nossa humanidade: as pessoas.

“O maior desperdício é a inteligência, não utilizar as qualidades das pessoas. Aquilo que mais desperdiçamos é o ser humano. Mais do que o desperdício dos recursos ambientais, é o desperdício humano”, disse, explicando que o argumento prende-se com o facto do futuro do planeta estar, em grande parte, nas mãos da ação humana e que cada decisão tem impacto na qualidade e no futuro do nosso planeta.

“Se não tivermos uma ação positiva no nosso território, casa, escola, trabalho, cidade, país e daí para a Europa, o mundo e para o planeta, não vai haver planeta” acrescentou ainda, recordando as palavras da ativista ambiental Greta Thunberg que, em 2021 e perante os líderes mundiais presentes na COP26, em Milão, apelou a esforços mais significativos para inverter o estado avançado de degradação do ambiente. “Não há Planeta B”, repetiu, relembrando aos alunos de Sines que na China e na Índia a qualidade do ar está de tal forma poluída que população já é obrigada a usar máscaras.

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PS indica deputado Nuno Fazenda para presidente da subcomissão de acompanhamento do PRR

  • Lusa
  • 1 Junho 2022

O PS indicou o deputado Nuno Fazenda para as funções de presidente da subcomissão parlamentar para o acompanhamento dos fundos comunitários e do Plano de Recuperação e Resiliência.

O PS indicou esta quarta-feira o seu deputado Nuno Fazenda para as funções de presidente da subcomissão parlamentar para o acompanhamento dos fundos comunitários e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), refere-se num comunicado da bancada socialista.

Nuno Fazenda, deputado eleito pelo círculo de Castelo Branco, é professor universitário e doutorado pelo Instituto Superior Técnico em Planeamento Regional e Urbano.

Segundo o PS, “conta com cerca de 20 anos de experiência profissional nas áreas dos fundos comunitários e do desenvolvimento regional, tendo trabalhado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Autoridade de Gestão de Programa Operacional Regional do Norte”.

“Em Lisboa, no Turismo de Portugal, organismo intermédio de vários quadros comunitários, foi diretor do Departamento de Gestão de Programas Comunitários, tendo sido responsável pelas áreas de desenvolvimento regional, de gestão de programas europeus e também pela coordenação e elaboração da Estratégia Nacional de Turismo vigente – ‘Estratégia Turismo 2027’”, acrescenta-se.

Professor na Universidade Católica Portuguesa, enquanto deputado do PS, na anterior legislatura, Nuno Fazenda integrou as comissões parlamentares de Economia, Inovação, Obras públicas e Habitação e de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.

Na anterior legislatura, integrou ainda a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

Para Nuno Fazenda, “o acompanhamento e o escrutínio da execução dos fundos comunitários não se faz por correspondência, mas com proximidade”. “A proximidade deve ser a marca desta subcomissão”, refere o deputado no comunicado divulgado pelo PS.

Por sua, vez, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, considera que “o acompanhamento dos fundos europeus é uma prioridade” da sua bancada, razão pela qual propôs a criação no parlamento de uma comissão específica para esse efeito. “Escolhemos para a sua presidência um deputado com curriculum reconhecido nesta matéria”, acrescentou Eurico Brilhante Dias.

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Governo disponível para mudar proposta de lei das telecoms, mas pede rapidez ao Parlamento

Secretário de Estado das Infraestruturas mostrou abertura para "rever" algumas das medidas previstas no diploma que transpõe lei europeia das telecomunicações. Mas pediu rapidez aos deputados.

O Parlamento retomou esta quarta-feira a discussão em torno do que vai ser o novo enquadramento legal do setor das telecomunicações, um processo de transposição de uma diretiva europeia que devia ter sido concluído no final de 2020. A proposta de lei do Governo tinha sido remetida à Assembleia no ano passado, mas a discussão na especialidade foi interrompida pelo chumbo do Orçamento do Estado, que levou a eleições antecipadas.

Munido de uma maioria absoluta, o Executivo decidiu remeter à Assembleia a mesma proposta de lei, na expectativa de que a discussão seja continuada na especialidade, mas com uma nova urgência. A Comissão Europeia decidiu deixar as ameaças e partir para a ação, tendo movido um processo contra Portugal no Tribunal de Justiça da União Europeia, acusando o país de não ter transposto a diretiva atempadamente, como devia ter feito.

No plenário esta quarta-feira, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, pediu aos grupos parlamentares para que levem “até ao fim” este processo, promovendo uma ampla discussão na especialidade. Mas apelou também a que este “trabalho de reflexão” seja feito “com a maior brevidade possível”, para evitar que o país acabe por ser alvo de sanções.

O pedido não caiu bem junto dos outros grupos parlamentares (à exceção do PS), que estranharam o facto de o Governo ter feito exatamente a mesma proposta, apesar de, no ano passado, a Assembleia ter recebido vários pareceres e propostas de diversas entidades. As principais críticas prenderam-se com tudo o que tem a ver com direitos dos consumidores, como as regras em matéria de fidelizações e denúncia de contratos ou de compensação em caso de mora na portabilidade.

A social-democrata Márcia Passos entendeu que “a proposta de lei não assegura os direitos do consumidor” apesar dos “alertas da Deco e da própria Anacom”, contendo “normas que tornam o consumidor mais vulnerável ao poder do mercado e às fidelizações”. “O mais grave é que o Governo ignorou todos os pareceres dados na anterior legislatura, ignorando entendimentos” de entidades como a Autoridade da Concorrência e a própria Apritel, a associação que representa as operadoras. O verniz estalou quando Márcia Passos disse que o Executivo, “ao contrário do que enuncia, vai evidenciando alguns sinais de poder absoluto”.

Hugo Santos Mendes respondeu: “É estranho sermos acusados de poder absoluto quando entregamos a mesma proposta antes de termos maioria absoluta.

A bloquista Mariana Mortágua foi particularmente crítica da intervenção inicial do governante: “Não compreendemos aqui a desculpa do Governo. Entregou uma má proposta de lei ao Parlamento, teve tempo para a melhorar, não a quis melhorar, entrega a mesma proposta com os mesmos problemas, diz que a Assembleia da República deve fazer o seu trabalho, mas depois diz ‘apressem-se, que temos a Comissão Europeia à perna'”, rematou.

A par da proposta do Governo, também foi apresentada por Inês Sousa Real uma iniciativa do PAN sobre a mesma matéria, abrangendo ainda outras questões, como a necessidade de as operadoras apresentarem contratos em braile, para pessoas invisuais. Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, mostrou-se disponível para discutir o tema, apesar de fazer reparos do ponto de vista técnico em torno de matérias como a neutralidade da internet.

Com pouco tempo para responder, Hugo Santos Mendes acabou por resumir a disponibilidade do Governo para “rever” e até “eliminar” algumas disposições da proposta de lei que transpõe o Código Europeu das Comunicações Eletrónicas, considerando não haver “nenhuma incompatibilidade” em que se realize um “bom processo de [discussão na] especialidade” e “não arrastar excessivamente” a discussão do documento.

Dito isto, encarou as críticas da oposição de que o Governo terá ignorado o trabalho já realizado pelo Parlamento na anterior legislatura, e concluiu, referindo-se ao controverso diploma: “Vem como vem, precisamente, para ser melhorado.Os diplomas — do Governo e do PAN — deverão agora baixar à comissão para discussão na especialidade.

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