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Redação do Les Echos em protesto pelo afastamento de editor

Os jornalistas do Les Echos suspeitam que o afastamento do editor Nicolas Barré está relacionado com uma crítica a um livro sobre Vincent Bolloré, um empresário bilionário e patrão dos media.

Os jornalistas do Les Echos, o maior jornal económico francês, encontram-se em protesto devido ao afastamento do editor-chefe do título. Nicolas Barré terá sido afastado pelo bilionário Bernard Arnault, dono do jornal, decisão que de acordo com a redação coloca em causa a independência editorial.

Como forma de mostrarem o seu descontentamento com esta “partida forçada”, os jornalistas franceses não vão assinar os seus artigos durante 24 horas, tanto na versão online como na versão impressa do jornal, adianta o Financial Times.

Estamos a realizar esta ação durante 24 horas de forma a destacar a nossa determinação e raiva para com o proprietário que não respeitou a independência da nossa publicação“, explicou Leila de Comarmond, presidente da associação de jornalistas de Les Echos, segundo a qual a “grande maioria” dos jornalistas iria aderir ao protesto.

Para a associação de jornalistas, a empresa “não pode mascarar a realidade” de que o editor foi “afastado pelo proprietário, contra as garantias de independência negociadas” na altura da compra do jornal à editora britânica Pearson, por parte do grupo LVMH, detido por Arnault.

Os jornalistas do Les Echos suspeitam que o afastamento de Nicolas Barré está relacionado com uma crítica a um livro que fala de Vincent Bolloré, um empresário bilionário e patrão dos media, revela o Financial Times, acrescentando que a LVMH se recusou a comentar o assunto. O livro em causa é o “Histoire d’un ogre”, da autoria de Erik Orsenna.

Num comunicado divulgado esta quarta-feira é afirmado que Nicolas Barré vai perseguir novos desafios num novo cargo dentro da empresa, adiantando que a vaga deixada pelo editor será ocupada interinamente pelo seu adjunto, François Vidal, até à nomeação de um novo editor-chefe.

“Estou muito contente que o Nicolas Barré tenha escolhido perseguir novas oportunidades dentro do grupo num novo papel. Quero agradecer-lhe pelo seu trabalho de liderança editorial ao longo da última década, onde provou o seu grande valor com editor e gestor”, refere Arnault, citado no comunicado.

Contactado, Nicolas Barré não respondeu a um pedido para comentar a situação, refere o Financial Times.

Além do Les Echos, a LVMH, a maior empresa de artigos de luxo do mundo, detentora de marcas como a Louis Vitton, Sephora ou Dior – propriedade de Bernard Arnault – tem também o jornal Le Parisien.

Até há pouco tempo, Arnault era o homem mais rico do mundo, tendo perdido o pódio para Elon Musk dois meses depois de lhe o ter conquistado. O dono da Louis Vuitton tinha no início do ano a fortuna avaliada em 174,7 mil milhões de euros.

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Deloitte volta a distinguir boas práticas no mercado de capitais. Candidaturas aos IRGAwards abertas até 31 de março

Os IRGAwards têm com objetivo distinguir as boas práticas no desenvolvimento do mercado de capitais, rumo a um mercado mais eficiente, transparente e socialmente responsável.

Estão abertas as candidaturas aos “Investor Relations and Governance Awards” (IRGAwards), nas categorias de “Sustainability Initiative Award” e “Transformation Award”. No ano em que se assinala a 35.ª edição da iniciativa, as duas categorias de prémios vão, novamente, reconhecer iniciativas com impacto no desenvolvimento do mercado empresarial português, iniciado em 2022. Os interessados têm até 31 de março para submeter a sua candidatura.

“Na categoria de ‘Sustainability Initiative Award’ são elegíveis as iniciativas que tenham tido um impacto significativo na melhoria das condições do governo societário ou do mercado, visando nomeadamente atender à responsabilidade pelos impactos sociais e ambientais da atividade empresarial”, começa por explicar a Deloitte, que promove a iniciativa há mais de 30 anos em Portugal, citada em comunicado.

“Com o propósito de reconhecer os exemplos de boas práticas empresariais numa área crítica para as organizações são elegíveis, na categoria de ‘Transformation Award’, os projetos que tenham tido impacto significativo na transformação das atividades ou do negócio das empresas”, complementa.

Os IRGAwards têm com objetivo distinguir as boas práticas no desenvolvimento do mercado de capitais, no sentido de contribuírem para tornar o mercado mais eficiente, transparente e socialmente responsável.

Para mais informações sobre o processo de candidatura, consulte o regulamento, descarregue o guia de candidatura e os formulários de candidatura (aoSustainability Initiative Award” e ao Transformation Award”).

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Pagar pelo lixo que se faz. Tarifários de resíduos vão mudar, e possivelmente ficar mais caros

O plano estratégico para os resíduos até 2030 prevê mudanças na forma como são cobrados estes serviços. E contém alguns alertas sobre previsíveis aumentos nos preços.

O Governo quer repensar os tarifários aplicados à gestão de resíduos, de forma a recuperar os custos do serviço – algo que hoje, por regra, não acontece. Até 2030, o plano é que quem produz lixo pague consoante as quantidades que produz. E, antes disso, pretende-se aplicar o mesmo princípio à indústria, comércio e restauração. As tarifas poderão, conteúdo, ficar mais caras na sequência destas medidas, alerta o Governo. Em sentido oposto, planeia colocar os resíduos “a render”, no sentido de os aproveitar para a produção de energia, por exemplo.

Em 2020, 173 entidades gestoras (74 %) não recuperaram os custos com a prestação do serviço de resíduos urbanos, e não é conhecida a cobertura de gastos de 34 entidades gestoras. Mas “os tarifários devem permitir a recuperação tendencial dos custos” inerentes aos serviços prestados, “salvaguardando a acessibilidade económica dos utilizadores”, lê-se no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) 2030.

Para isso, o Governo considera “premente” que o sistema tarifário seja dissociado do consumo de água – hoje em dia, o preço pago pelos resíduos está indexado ao consumo de água, apesar de este não ter influência na gestão de resíduos. A única relação que estes dois serviços têm é serem cobrados na mesma fatura. Assim, o PERSU 2030 prevê medidas de apoio aos municípios, para melhor conduzir o processo de desindexação da tarifa ao consumo de água, a sua aplicação direta aos resíduos produzidos, ao mesmo tempo que se incentiva à separação.

Como? Através da aplicação do princípio PAYT – Pay as You Throw [Paga à medida que deitas fora, numa tradução livre para português]. “Este sistema configura uma efetiva aplicação do princípio do poluidor-pagador, responsabilizando o munícipe pelos resíduos produzidos”, explica o documento. “Não obstante, sendo possível que o valor da tarifa a pagar seja superior ao cobrado atualmente, é expectável numa fase inicial alguma resistência à mudança”, ressalva.

A partir de janeiro de 2025, deve passar a ser obrigatória a aplicação de regimes PAYT (ou equivalentes) junto do comércio, restauração e indústria. Uma prática que deverá ser estendida a todos os produtores a partir de 1 de janeiro de 2030.

Mas há mais metas neste âmbito. O PERSU prevê que a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Saneamento (ERSAR) apresente, ainda em 2023, a Revisão do Regulamento Tarifário da ERSAR, e que elabore um estudo para apoiar os municípios na implementação da tarifa diretamente sobre a quantidade de resíduos produzidos, e não por indexação ao consumo de água. Até 2025, espera-se que 50% dos municípios aderentes e 75% da população abrangida por modelos PAYT apliquem o princípio do poluidor-pagador, através da diferenciação de sistemas tarifários (fixo ou variável), consoante produção e destinos.

Ainda em 2023, terá de ser feita uma “promoção da aplicação de tarifários que assegurem a cobertura integral dos custos” em 20% dos municípios, considerando os critérios de acessibilidade económica ao serviço e a adoção de tarifários especiais e nível de rendimento. A percentagem deverá subir para 50% em 2026 e atingir os 70% em 2030.

Aproveitar os resíduos para produzir energia

Por forma a evitar aumentos significativos na tarifa, que se prevê poderem acentuar -se nos próximos anos, importa assegurar a obtenção de receitas”, refere o mesmo plano. Para isso, é necessário “assegurar a valorização” dos produtos que resultam do tratamento dos resíduos urbanos.

Nesse sentido, são apresentadas várias medidas, entre elas a reavaliação do processo remuneratório da produção de energia a partir de resíduos. Já terão sido submetidas ao Governo propostas de atuação, em particular no que diz respeito à remuneração do biometano que é produzido no processo de valorização de biorresíduos, mas que não são detalhadas no PERSU. Um diploma neste âmbito, da remuneração da produção de energia a partir de resíduos, deverá ser publicado em 2023.

"Por forma a evitar aumentos significativos na tarifa, que se prevê poderem acentuar -se nos próximos anos, importa assegurar a obtenção de receitas.”

PERSU

“Importa também explorar a possibilidade de os aterros que não possuem aproveitamento de biogás, mas para os quais exista viabilidade, possam alavancar investimentos para a sua captura e conversão em bioprodutos, como sejam combustíveis para frotas automóveis ou outras utilizações, em simbiose industrial”, lê-se no plano estratégico.

Linhas orientadoras deverão ser disponibilizadas até 2024 para que possam ser construídas ou melhoradas infraestruturas, permitindo uma produção de biogás e injeção na rede sustentável a nível local.

Por fim, o plano prevê que sejam identificadas e concretizadas potenciais sinergias entre as entidades de gestão de resíduos urbanos e os produtores de combustível derivado de resíduos (CDR), até 2024. Em 2025, quer-se que a totalidade destes combustíveis seja escoado.

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Défice é uma “boa notícia”, diz Marcelo que elogia Medina por medidas “tomadas no momento adequado”

Chefe de Estado classificou de "boa notícia" o facto de o défice das contas públicas ter encolhido para 0,4% em 2022 e elogiou o ministro das Finanças pelas medidas tomadas para combater a inflação.

O Presidente da República classificou esta sexta-feira como “boa notícia” o facto de o défice das contas públicas ter encolhido para 0,4% em 2022 e elogiou o ministro das Finanças pelas medidas tomadas para mitigar a subida do custo de vida.

Marcelo Rebelo de Sousa classificou como “boa notícia” o défice ter diminuído para 0,4% no ano passado, – bem abaixo das estimativas do Governo no OE que apontava para 1,9%, mas que em dezembro o primeiro-ministro corrigiu o número para 1,4% a 1,5%), – assim como as projeções do Banco de Portugal que apontam um crescimento da economia portuguesa de 1,8% este ano. “Portanto, há uma folga para tomar medidas”, realçou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela RTP3, a partir da cimeira Ibero-Americana, que decorre na República Dominicana.

Para o Chefe de Estado, o pacote de 2,5 mil milhões de euros de apoio às famílias portuguesas anunciado esta sexta-feira pelo Executivo abrange “quatro setores fundamentais”: os bens alimentares, através de uma isenção do IVA sobre um cabaz de produtos que ainda irá ser definido, medidas de apoio à agricultura, “medidas de diretas de apoio ao bolso das famílias” e tem ainda a “preocupação de completar isso com um aumento extraordinário dos funcionários públicos”, resume.

“Da mesma maneira que critico o que é para criticar, elogio o que é de elogiar. Já elogiei o ministro Fernando Medina há pouco porque [as medidas] foram bem tomadas e num momento adequado”, enalteceu Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República referiu ainda que a razão pela qual estas medidas só foram anunciadas agora “é dupla”, dado que, por um lado, “só agora se soube que a folga [orçamental] é muito superior àquilo que se esperava” e, por outro, já é dado como certo que “para já” não haverá uma quebra na inflação.

Questionado pelos jornalistas sobre se estas medidas serão suficientes, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “isso ninguém sabe”, mas são “o que é possível para este momento”. “Se são suficientes depende da evolução do Orçamento no futuro e depende, sobretudo, da inflação quebrar ou não quebrar”, ripostou.

Já sobre o “IVA zero” num cabaz de produtos de bens essenciais elencou que a medida “pode ter maior ou menor sucesso”, dependendo do “tipo de produtos e da resposta do mercado”.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h19)

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Abandono escolar diminui 17 pontos percentuais em 11 anos. Portugal já ultrapassa meta da UE para 2030

Com uma taxa de abandono escolar em 2022 fixada nos 6%, Portugal já ultrapassou a meta de 9% estabelecida pela União Europeia até 2030.

O abandono escolar em Portugal tem vindo a diminuir ao longo da última década. Em 2022, apenas 6% dos jovens entre os 18 e os 24 anos não tinham completado o ensino secundário e não se encontravam a estudar nem participaram em qualquer tipo de formação. Em 2011, o mesmo indicador fixava-se nos 23%, o que significa que, em 11 anos, a taxa de abandono escolar diminui 17 pontos percentuais. Com estes valores, Portugal já ultrapassou a meta europeia de 9% prevista para 2030, mostram os dados publicados pela Fundação José Neves (FJN).

“O decréscimo do abandono escolar precoce na última década representa um dos progressos mais relevantes na educação em Portugal. Esta evolução é particularmente positiva e está associada às melhorias verificadas na conclusão do ensino secundário e da progressão para o ensino superior”, refere a Fundação José Neves.

A redução do abandono precoce está certamente associada ao alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos de idade (medida que data de 2009) e à expansão da via profissionalizante do ensino secundário”, acrescenta ainda, em comunicado.

A taxa de abandono escolar precoce foi, em 2022, tal como nos anos anteriores, significativamente mais baixa nas mulheres (3,9%) do que nos homens (7,9%). Não obstante, a diferença na taxa de abandono precoce da educação ou formação entre homens e mulheres tem vido a decrescer (de 10,4 pontos percentuais, em 2011, para 4 pontos percentuais, em 2022).

A União Europeia estabeleceu como meta para 2030 que a taxa de abandono escolar precoce se situasse abaixo dos 9%. Quer nos homens, como nas mulheres, a taxa de abandono escolar precoce em Portugal registou um desempenho acima da média europeia, tendo já ultrapassado o valor estabelecido.

A diminuição da taxa de abandono escolar ao longo da última década esconde, contudo, diferenças regionais significativas. Em 2021, a taxa de abandono na Região Autónoma dos Açores foi de 23,2%, quase quatro vezes superior à média nacional no mesmo ano (5,9%). Só a Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte registaram, em 2021, taxas de abandono escolar inferiores a 6%.

Consulte o relatório da FJN na íntegra aqui.

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Inflação deve cair para 5,5% este ano com alívio na energia

Alívio nos preços do petróleo e do gás levam Banco de Portugal a rever em baixa a projeção para a inflação este ano e no próximo. Centeno reitera mensagem de apoios direcionados aos vulneráveis.

O Banco de Portugal reviu em baixa a projeção para a inflação este ano e no próximo, por conta da redução dos preços energéticos e também alimentares.

A instituição aponta agora para uma taxa de inflação de 5,5% este ano, recuando para 3,2% no próximo ano, abaixo das anteriores projeções de 5,8% (2023) e 3,3% (2024), de acordo com o Boletim Económico de março divulgado esta sexta-feira.

“A redução da inflação em 2023 é mais expressiva do que o projetado no exercício de dezembro, traduzindo o ajustamento nos mercados energéticos, visível nos dados já observados e nas hipóteses para o preço do petróleo e do gás nos mercados internacionais”, justifica a entidade liderada por Mário Centeno.

A descida da inflação a ocorrer nos próximos trimestres assentará também na evolução dos preços dos bens alimentares, acrescenta. “Mas a sua magnitude é incerteza”, nota ainda.

Por outro lado, “a moderação no aumento dos preços dos outros bens e serviços será mais lenta, devido a efeitos desfasados dos preços dos bens energéticos, à recuperação das margens de lucro e ao crescimento dos salários”.

O Banco de Portugal destaca que, excluindo bens energéticos, os preços no consumidor deverão aumentar mais do que o esperado (0,7 pontos percentuais), “refletindo maiores pressões internas”, sendo este o principal risco para a evolução da taxa de inflação.

Por isso, sublinha que “é fundamental a coordenação das políticas económicas para conter as pressões inflacionistas”. O Banco de Portugal reitera a mensagem de que “as medidas de apoio que visam mitigar o impacto da inflação elevada deverão ser temporárias e direcionadas aos mais vulneráveis, evitando-se estímulos generalizados e persistentes sobre a procura”. Ainda esta sexta-feira o Governo avançou com um pacote de medidas de mitigação do aumento do custo de vida. O banco central diz que o Executivo deve manter como prioridade a sustentabilidade das finanças públicas.

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Banco de Portugal mais otimista com crescimento económico em 2023 à boleia do turismo

Maior dinamismo do turismo leva Banco de Portugal a rever crescimento em alta para 1,8% este ano, acima das previsões de Bruxelas, FMI e CFP. Alerta para impacto da turbulência na banca.

O Banco de Portugal está um pouco mais otimista com o crescimento da economia portuguesa em 2023. A nova projeção aponta agora para uma expansão da atividade em 1,8% este ano, 0,3 pontos percentuais acima da anterior previsão e também melhor do que as projeções das outras instituições.

Apesar de o crescimento em 2022 ter ficado ligeiramente abaixo do que previa em dezembro, o Banco de Portugal revê em alta os números para 2023 “refletindo uma evolução mais favorável das exportações de turismo e, em menor grau, do consumo privado no início do ano”, segundo aponta no Boletim Económico de março divulgado esta sexta-feira. Esta projeção de 1,8% não é uma surpresa, depois de o número ter sido desvendado pelo Presidente da República na véspera.

A previsão da instituição liderada por Mário Centeno fica acima das perspetivas das outras instituições, incluindo do Governo (1,3%), Conselho de Finanças Públicas (1,2%) e FMI e Comissão (em ambos os casos de 1%).

Apesar de rever em alta, o Banco de Portugal avisa para os riscos que podem afetar a atividade, nomeadamente a normalização da política monetária, o escalar do conflito na Ucrânia e ainda as “recentes tensões nos mercados financeiros”, provocada pela queda de vários bancos tantos nos EUA como na Europa (Credit Suisse) e cujo impacto tem ainda uma “magnitude incerta”.

É feito, aliás, um aparte para clarificar que as projeções que constam do boletim foram finalizadas antes das tensões financeiras que, admite o banco central, “que envolvem riscos de um agravamento das condições de financiamento e de deterioração da confiança dos agentes económicos”. “O potencial impacto sobre a atividade é difícil de avaliar nesta fase”, diz.

A economia deverá acelerar um pouco mais nos dois anos seguintes, com taxas de crescimento de 2% em 2024 e 2025. Em relação a 2025 trata-se de uma revisão em alta face aos 1,9% que projetava anteriormente. “A dissipação dos constrangimentos nas cadeias de fornecimento, a redução da incerteza, a recuperação do rendimento real das famílias e o recebimento dos fundos europeus deverão contribuir para a aceleração do PIB, parcialmente contrariada por condições financeiras mais restritivas”, explica o Banco de Portugal.

Enquanto a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) irá condicionar o consumo das famílias, o Banco de Portugal antecipa uma retoma do investimento, “beneficiando do maior recebimento de fundos”, ainda que o indicador de formação bruta de capital fixo tenha sido revisto em baixa nos três anos da projeção.

Em todo o caso, a instituição indica que Portugal “deverá continuar a convergir com a área do euro” nos próximos anos apresentando “uma trajetória de crescimento sustentado” e fala numa melhoria dos equilíbrios macroeconómicos. Entre 2023 e 2025, o país “volta a registar um excedente nas contas externas – projetando-se um saldo de 2,3%, em média, neste período –, o que permite manter a trajetória de redução da posição devedora face ao exterior”.

Isso irá refletir “um aumento da poupança das famílias e das empresas” e na dívida pública em rácio do PIB, “situando-se em valores inferiores a 100% no final do horizonte de projeção”.

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“Pólvora seca” e “brincadeira”. As reações dos partidos às novas medidas do Governo

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 24 Março 2023

PSD e Chega consideram que medidas ignoram classe média e empresas, enquanto partidos à esquerda apelam a controlo dos preços dos bens.

Desde acusações de que o Governo “anda a brincar com o desespero das famílias” e a perpetuar o empobrecimento a comparações com um “orçamento retificativo”, os partidos, da esquerda à direita, já reagiram às medidas apresentadas esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, que incluem a redução do IVA dos bens alimentares essenciais, um novo aumento salarial de 1% para a função pública, a subida do patamar de tributação no subsídio de alimentação ou um apoio de 30 euros mensais às famílias mais vulneráveis.

PSD: apoios tardios e “perpetuam empobrecimento”

Em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar dos social-democratas, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que “qualquer apoio às famílias mais vulneráveis é positivo”. Porém, ressalvou, “é um apoio que vem tarde”.

“O PSD tem insistido que o Governo já devia ter apoiado mais as famílias“, continuou Miranda Sarmento, dizendo ainda que os apoios anunciados pelo Governo “são curtos”, “perpetuam o empobrecimento dos portugueses” — porque o Executivo “cobra receita fiscal como nunca cobrou e redistribui uma pequena parte” — e “ignoram completamente a classe média”.

BE: “brincar com o desespero das famílias”

O Governo “anda a brincar com o desespero das famílias” porque “tinha uma almofada financeira que não usou em devido tempo” e “deixou passar tempo que é precioso para responder às dificuldades“, denunciou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, em declarações a partir dos Passos Perdidos, na Assembleia da República.

Para o deputado do BE, as medidas apresentadas são “insuficientes” e devolvem menos às famílias do que a almofada financeira que o Governo tem ao seu dispor. Por isso, adiantou, o Bloco apresentou uma interpelação ao Governo para garantir que, na próxima quarta-feira, o ministro da Economia responde no Parlamento sobre estas matérias.

“O Governo insiste em não perceber que é no salário, no rendimento, na pensão que está a diferença fundamental para responder a esta crise. E, ao insistir em não usar a almofada financeira e ao não fazê-lo na dimensão que ela tem, deixa que a pobreza aumente”, criticou Pedro Filipe Soares.

IL: uma espécie de Orçamento retificativo

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considera que as medidas apresentadas por Fernando Medina são um Orçamento retificativo. Isto “quer dizer que o Orçamento que entrou em vigor em janeiro era uma absoluta ficção ou então temos de admitir que Medina errou as suas previsões”, apontou.

O sucessor de Cotrim de Figueiredo ironizou ainda que “teria sido melhor agradecer aos portugueses e até pedir-lhes desculpa, porque enquanto [eles] estão com cada vez mais dificuldades, o Governo não cessa na cobrança de impostos e vem agora dar com uma mão aquilo que tirou nos últimos meses“.

PS: elogio às contas certas

“Tal como fez em 2022, o Governo continua em 2023 a apoiar os mais vulneráveis, a apoiar a recuperação de rendimento dos funcionários públicos”, disse o líder parlamentar do Partido Socialista, Eurico Brilhante Dias, frisando também o “bom resultado nas contas públicas”.

Os socialistas realçaram ainda a medida da redução do IVA, através do acordo com a distribuição e os produtores de bens alimentares, confiando que essa diminuição será “imediatamente transferida para as pessoas”.

PCP: apoios não respondem a problemas

Para a líder da bancada comunista, Paula Santos, as medidas anunciadas “não só não respondem aos problemas, como consolidam o aumento dos preços de bens essenciais e não combatem, de facto, a especulação com que muitos grupos económicos têm ganho“. “A descida do IVA não vai significar aquilo que é necessário na redução dos preços dos bens essenciais”, acrescentou, lembrando a redução do ISP nos combustíveis, que “acabou por ser absorvida pelas petrolíferas”.

Os comunistas continuam a defender a necessidade de “aumentar os salários e as pensões” e “valorizar o poder de compra”, o que se deve traduzir numa intervenção do Governo para controlar e fixar os preços dos bens essenciais, “para que não haja componentes especulativas nos seus preços”.

Livre: um pacote “demasiado pouco”

O deputado único do Livre, Rui Tavares, apontou que as medidas de apoio às famílias e empresas apresentadas pelo Governo são “demasiado pouco”, surgem “demasiado tarde” e “não se entendem bem”.

“O Governo apresenta uma série de medidas que vêm demasiado tarde, constituindo demasiado pouco, que não se entendem bem, e que não vêm na altura certa da curva da inflação, que teria ajudado, não só a nossa economia a resistir melhor, mas acima de tudo os nossos concidadãos a não terem sofrido tanto”, sustentou o deputado único do Livre, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

Chega: “tiro de pólvora seca”

Para o presidente do Chega, o pacote de ajudas anunciado pelo Governo para mitigar o aumento do custo de vida é um “tiro de pólvora seca” e um “exercício de propaganda”. “A confiança que temos na eficácia destas medidas é zero”, afirmou André Ventura.

Tal como o PSD, André Ventura também considera que estes apoios “esquecem em absoluto a classe média e as empresas” e vão “ser muito pouco, um quase nada para os portugueses” face à inflação e à “crise efetiva de rendimentos”.

PAN: “encher bolsos” em vez de “dar a mão às famílias”

O PAN acusou o Governo de estar a “encher os bolsos” em vez de “dar a mão às famílias”, considerando que as medidas anunciadas “pecam por tardias”. Em declarações aos jornalistas no Parlamento, a deputada e porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, salientou que o partido já propôs o IVA zero para o cabaz essencial nos Orçamentos do Estado para 2022 e 2023, tendo alertado “desde o primeiro momento para o impacto do custo de vida”.

Por outro lado, lembrou que o PAN já fez uma recomendação ao Governo para que seja obrigatório um relatório mensal sobre os preços praticados nas grandes superfícies, aconselhando o Executivo a incluir esta proposta no acordo que está a negociar com a produção e a distribuição.

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Costa mantém apoio a proibição de novos carros a combustão após 2035

  • Lusa
  • 24 Março 2023

Primeiro-ministro garantiu que Portugal vai manter o apoio à proposta de proibição das vendas de automóveis novos a combustão a partir de 2035.

Portugal mantém o apoio à proposta de proibição das vendas de automóveis novos a combustão a partir de 2035, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, e que a Alemanha e Itália anunciaram querer rever, disse esta sexta-feira o primeiro-ministro.

“Não, Portugal não está a pensar mudar de posição, acho que é muito claro que devemos manter as nossas metas para a transição ecológica“, disse António Costa, em declarações aos jornalistas no final do Conselho Europeu.

O primeiro-ministro destacou a necessidade da descarbonização da economia, que deve ser concretizada “tendo uma visão aberta sobre o conjunto das tecnologias que pretendem alcançar este objetivo”, de atingir a neutralidade climática da União Europeia (UE) até 2050.

Costa salientou a existência de alternativas aos motores de combustão a gasolina e diesel, como as baterias a lítio, e que a tecnologia está em constante evolução, como no que respeita ao hidrogénio.

A Comissão Europeia propôs a proibição de venda, na UE, de novos automóveis ligeiros com motores de combustão a partir de 2035, num esforço de luta contra as alterações climáticas.

Recentemente, a Alemanha contestou esta decisão, com a qual já tinha concordado, propondo uma exceção para veículo movidos a biocombustível.

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60 milhões para a Tenax Capital, parte do Grupo Fidelidade

  • ECO Seguros
  • 24 Março 2023

O programa InvestEU, parte do Fundo Europeu de Investimento, concedeu garantias para facilitar o acesso ao financiamento por parte de pequenas e médias empresas italianas orientadas para ESG.

A Tenax Capital, empresa de gestão de ativos que integra o Grupo Fidelidade, recebeu garantias no valor de 60 milhões de euros, concedidas pelo Fundo Europeu de Investimento (FEI), no âmbito do programa InvestEU.

Massimo Figna fundou a Tenax Capital em 2005, e, em 2020, a Fidelidade assumiu uma participação maioritária na empresa.

As garantias concedidas destinam-se ao fundo Tenax Sustainable Credit Fund, que visa facilitar o acesso ao financiamento por parte de pequenas e médias empresas italianas ligadas às áreas da sustentabilidade, inovação e digitalização. As transações são apoiadas pelo programa InvestEU, que visa mobilizar investimentos de pelo menos 372 mil milhões de euros para as prioridades políticas da União Europeia até 2027.

O Tenax Sustainable Credit Fund, onde a Fidelidade é um dos investidores institucionais, é o quarto fundo de dívida privada da Tenax Capital e foi recentemente lançado em parceria com o banco Intesa Sanpaolo para investir no mercado empresarial italiano. A dimensão alvo que o fundo pretende alcançar, envolvendo investidores institucionais italianos e europeus, ativos no mercado da dívida privada, é de 300 milhões de euros.

O fundo cumprirá o Artigo 8º do Regulamento de Divulgação de Informação Financeira Sustentável (SFDR) para promover as características ambientais, sociais e de governação (ESG).

A Garantia de Inovação e Digitalização InvestEU permitirá que o Tenax Sustainable Credit Fund apoie ainda mais as empresas orientadas para a inovação e digitalização. Em comunicado, a Fidelidade explicou que a iniciativa “permitirá que o fundo forneça apoio adicional para a transformação sustentável da economia, bem como investimentos ecológicos por pequenas empresas e empresas de média capitalização”.

A Tenax Capital é uma empresa de gestão de ativos, sediada em Londres, especializada na gestão de fundos direcionados para seguradoras e bancos privados, centrada na construção de produtos com baixo peso de capital nestas instituições financeiras.

Atualmente, a empresa conta com cerca de 800 milhões de euros em ativos sob gestão em diversos fundos de ações, obrigações e investimentos alternativos.

Detida em 20% pela direção e em 80% pela Fidelidade, a Tenax é desde 2015, é um dos poucos gestores de ativos na Europa a ter a garantia oferecida pelos programas do Fundo Europeu de Investimento que apoiam as pequenas e médias empresas.

Massimo Figna fundou a Tenax em 2005, e em 2020, a Fidelidade assumiu uma participação maioritária na empresa.

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Sobe para seis euros o patamar do subsídio de refeição isento de IRS

  • Ana Petronilho
  • 24 Março 2023

A partir de abril, sobe para seis euros o patamar a partir do qual o subsídio de refeição pago em dinheiro fica isento de IRS.

A partir de abril, sobe para seis euros o patamar a partir do qual o subsídio de refeição pago em dinheiro fica isento de IRS. A subida deste patamar tem efeitos para os trabalhadores da Função Pública e do setor privado.

O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e acompanha o aumento do valor diário do subsídio de refeição em 80 cêntimos, passando de 5,20 euros para seis euros. “A subida do subsídio de refeição para seis euros traduz-se também na subida do patamar de isenção fiscal”, afirmou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Fernando Medina.

Fernando Medina falou numa conferência de imprensa conjunta com as ministras da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, para apresentar o novo pacote de ajudas para mitigar o aumento do custo de vida.

Caso o subsídio de refeição seja pago através de cartão bancário, o patamar da isenção sobe de 8,32 euros para 9,6 euros.

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EasyJet abre porta a serviços mínimos para greve em abril

  • Lusa
  • 24 Março 2023

“Estamos agora a discutir com o sindicato SNPVAC e as autoridades portuguesas, a fim de estabelecer serviços mínimos", refere líder da easyJet em Portugal.

A easyJet está a analisar serviços mínimos com autoridades portuguesas e o sindicato para a greve da tripulação de cabine do início de abril, entre 01 e 03, lamentando a perturbação, mas garantindo “porta aberta à discussão”.

“Estamos agora a discutir com o sindicato [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil – SNPVAC] e as autoridades portuguesas, a fim de estabelecer serviços mínimos”, avançou à agência Lusa o diretor da easyJet em Portugal, José Lopes.

Numa entrevista à Lusa dada ao lado do diretor da easyJet para a Europa, Thomas Haagensen, José Lopes garantiu que a companhia aérea de baixo custo assume a responsabilidade “de proteger as pessoas que escolhem voar” com a transportadora, “mesmo quando há estas perturbações”.

“É nisso que estamos a trabalhar, a fim de termos uma operação que proteja, da melhor forma possível, as pessoas que escolhem voar com a easyJet durante este período. Esperamos que as coisas corram o melhor possível dentro deste período, durante o qual teremos alguma perturbação, claro”, adiantou o responsável português.

Thomas Haagensen salientou à Lusa, por seu lado, que a transportadora aérea britânica está “bastante desapontada por estar neste tipo de posição”.

“Temos sido um empregador responsável durante muitos anos em Portugal e oferecemos opções muito competitivas no mercado local, portanto, estamos desapontados, mas a porta permanece aberta para a discussão, quando o sindicato julgar que é o momento certo”, adiantou o diretor para a Europa.

Os tripulantes de cabine da easyJet em Portugal convocaram uma greve para 01, 02 e 03 de abril, depois de um impasse nas negociações com a empresa, anunciou o SNPVAC.

Na nota divulgada na semana passada, a estrutura sindical recordou que, desde a última assembleia, em 09 de março passado, ficou mandatada pelos associados desta companhia aérea “para continuar o processo negocial e para recorrer a qualquer meio de luta que fosse considerado pertinente, incluindo o último recurso: o direito à greve”.

“Tendo em consideração o atual momento das negociações, o impasse vivido e a postura intransigente e incompreensível por parte da easyJet, foi hoje enviado ofício à empresa, ao Ministério das Infraestruturas, Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ministério da Economia e do Mar e DGERT, comunicando um pré-aviso de greve para os dias 01, 02 e 03 de abril de 2023”, indicou o SNPVAC na altura.

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