Marcelo recebe Ordens Profissionais para falar de diploma enviado para o Constitucional

O Presidente da República vai receber esta terça-feira as Ordens Profissionais sobre a nova lei que foi recentemente aprovado pela AR e que procede à revisão do seu regime jurídico.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber esta terça-feira, dia 7 de fevereiro, pelas 19 horas, as Ordens Profissionais existentes no país. Em causa está a nova lei que foi aprovada pela Assembleia da República e que procede à revisão do regime jurídico das Ordens Profissionais. Diploma esse que já foi enviado por Marcelo ao Tribunal Constitucional para fiscalização preventiva.

As 20 Ordens Profissionais existentes no nosso país (17 das quais fazem parte do Conselho Nacional das Ordens Profissionais – CNOP) também serão ouvidas pela Provedora da Justiça, Maria Lúcia Amaral.

O CNOP sublinhou que vai aplaudir junto de Marcelo o pedido ao Tribunal Constitucional (TC) de apreciação preventiva de constitucionalidade desta lei. “Revendo-se este Conselho no argumento de ser inconstitucional a diminuição da autonomia que a Constituição reconhece às Ordens Profissionais”, refere o António Mendonça, presidente do CNOP.

Entre os pontos que serão abordados pelo CNOP está a preocupação com a redução da autonomia das Ordens, que pode “prejudicar a sua defesa do interesse público”; o repúdio pela “diminuição imposta ao funcionamento democrático das Ordens” e nas condições de autorregulação de profissões qualificadas; e rejeição das pressões que já estão a ser feitas para condicionar o TC, na sua apreciação da constitucionalidade deste diploma, associando a sua entrada em vigor ao desbloqueamento de fundos do PRR.

No dia 1 de fevereiro, Marcelo Rebelo de Sousa enviou para o Tribunal Constitucional o pedido de fiscalização preventiva do decreto do Parlamento que altera o regime jurídico das associações públicas profissionais.

Segundo uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República, o chefe de Estado “considera que o decreto da Assembleia da República suscita dúvidas relativamente ao respeito de princípios como os da igualdade e da proporcionalidade, da garantia de exercício de certos direitos, da autorregulação e democraticidade das associações profissionais, todos previstos na Constituição da República Portuguesa”.

“Tendo em atenção a certeza e a segurança jurídicas, o Presidente da República decidiu submeter a fiscalização preventiva de constitucionalidade pelo Tribunal Constitucional, o decreto da Assembleia da República que altera a legislação relativa às associações profissionais e o acesso a certas profissões reguladas”, lê-se na nota.

Este decreto foi aprovado em votação final global em 22 de dezembro, com votos favoráveis de PS, Iniciativa Liberal e PAN, votos contra de PSD, Chega e PCP e abstenções de BE e Livre.

O projeto de lei relativo às ordens profissionais, que altera questões como as condições de acesso a algumas profissões (advogado, contabilista ou médico), introduz estágios profissionais remunerados e cria uma entidade externa para fiscalizar os profissionais, acabou mesmo por ser aprovado pelo Parlamento, a 22 de dezembro. Alterações que geraram polémica até ao fim, com PSD e PCP a insistirem nas críticas ao texto em declarações de voto orais no final das votações.

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Casais abre uma centena de vagas para reforçar equipa em Angola

As vagas anunciadas dizem respeito às funções de construction manager, site manager (construção civil e infraestruturas), preparador de obra e encarregado de obra.

A Casais está a recrutar novos profissionais para o mercado angolano. Os 103 novos profissionais que ingressarem na construtora vão integrar o “Projeto Setor Águas”, que tem como objetivo aumentar a capacidade de fornecimento de água potável à zona da Grande Luanda, através da construção de uma conduta adutora e dois centros de distribuição.

As vagas anunciadas dizem respeito às funções de construction manager, site manager (construção civil e infraestruturas), preparador de obra e encarregado de obra.

“O contributo do Grupo Casais para o desenvolvimento de uma região é uma motivação extra para o nosso propósito, que tem a vantagem de aumentar o nível de exigência na qualidade da prestação dos nossos serviços”, afirma António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, citado em comunicado.

Desde 1999 em Angola, o Grupo Casais conta com 2.948 colaboradores neste país e um total de 52 obras em execução. Só em 2022, a Casais Angola contratou 876 colaboradores para Angola.

Os interessados podem consultar as vagas já publicadas aqui.

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PGR recusa pedir perícia médica independente para confirmar Alzheimer de Salgado

Única perícia médica a Salgado foi feita pelo médico do ex-banqueiro e apresentada pelos advogados de defesa. Frente Cívica tinha pedido uma avaliação independente, mas PGR recusou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recusa-se a pedir uma perícia médica independente que comprove a doença de Alzheimer de Ricardo Salgado. Esta é a terceira recusa da Justiça portuguesa, depois de, no ano passado, o Ministério Público (MP) no âmbito da Operação Marquês, ter decidido no mesmo sentido, tal como o juiz do mesmo processo em que Salgado acabou condenado a seis anos de pena de prisão efetiva.

A 18 de dezembro, a associação Frente Cívica pediu aos procuradores responsáveis pelos vários processos em que o ex-banqueiro Ricardo Salgado é arguido que solicitem aos tribunais uma perícia médico-legal que determine o seu “real estado de saúde”. Já que a única perícia médica existente – e que foi junta aos vários processos – a diagnosticar a doença de Alzheimer foi a realizada pelo neurologista de Ricardo Salgado e apresentada pelos seus advogados de defesa.

João Paulo Batalha, da Frente Cívica, confirma ao ECO a receção da resposta por parte do gabinete da PGR. Quase dois meses depois, “da qual resulta que não vão seguir a nossa recomendação para esclarecer o assunto. Não vão fazer nada”, diz o responsável. “O que para nós é uma desilusão. Mostra uma timidez da Procuradoria Geral da República no esclarecimento de uma alegação que está a ser levantada nos vários processos de Ricardo Salgado, e para a qual a PGR parece não querer uma resposta definitiva”, acrescenta.

“Esclarece-se que, conforme foi oportunamente transmitido à Frente Cívica, a decisão de determinar (ou de promover) a submissão de um arguido a uma perícia médico-legal e forense é da exclusiva competência do magistrado do Ministério Público em cada processo criminal, em obediência aos princípios da legalidade, da adequação e da necessidade. No caso em referência, é do domínio público que a questão da necessidade da determinação de perícia médico-legal e forense se encontra em apreciação, por via de recurso, no Tribunal da Relação de Lisboa”, explica fonte do gabinete de Lucília Gago. .

Numa carta enviada em meados de dezembro à Procuradoria-Geral da República, a associação referia que os advogados do antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) têm alegado que Ricardo Salgado sofre de Alzheimer, como justificação para impedir que vá a julgamento ou seja condenado nos vários processos em que é arguido.

A associação – que defende a prevenção e repressão do crime de corrupção e outros crimes económicos relacionados —lembrou ainda que na sequência do despacho de acusação deduzido pelo Ministério Público no denominado “caso EDP” aos arguidos Ricardo Salgado, Manuel Pinho e Alexandra Pinho — em finais de dezembro — os advogados de Ricardo Salgado requereram o arquivamento das acusações, alegando que o seu cliente sofre de doença neurológica, o que o impede de se defender em tribunal.

A Frente Cívica sublinhou igualmente que a “mesma alegação tem sido feita e reiterada nos diferentes processos em que Ricardo Salgado é arguido (e, num dos processos, até já condenado em primeira instância)”. Mas como tal alegação nunca foi demonstrada por um perito independente, “sendo usada, por um lado, para impedir a responsabilização penal de um cidadão envolvido em inúmeros casos de corrupção”, na carta enviada a Lucília Gago, a Frente Cívica salientava que a perícia devia esclarecer se Ricardo Salgado sofre ou não de Alzheimer e, se sim, qual o estado de progressão da doença e se a sua evolução o impede de prestar declarações em juízo.

Dias antes desta carta enviada à PGR pela Frente Cívica, a defesa de Ricardo Salgado pediu o arquivamento do processo EDP no que diz respeito ao antigo presidente do BES, que justificou com o diagnóstico de doença de Alzheimer atribuído ao ex-banqueiro e com o seu “estado demencial”.

“O quadro clínico de defeito cognitivo que apresenta atualmente, nomeadamente o defeito de memória, limita a sua capacidade para prestar declarações em pleno uso das suas faculdades cognitivas”, pode ler-se no requerimento, que acrescenta: “A situação clínica do arguido impõe o arquivamento do presente processo. A causa de arquivamento deste inquérito quanto ao arguido impõe-se num plano prévio de inviabilidade de exercício pleno do direito de defesa”.

Segundo o requerimento, os advogados juntam vários documentos clínicos e o parecer do neurologista Joaquim Ferreira, que atestou “um diagnóstico final e definitivo”, confirmando que o antigo líder do Grupo Espírito Santo (GES) tem Doença de Alzheimer, “apresentando um agravamento progressivo das limitações cognitivas e motoras”.

Ricardo Salgado, que foi acusado, em dezembro, pelo Ministério Público (MP) no caso EDP de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, outro de corrupção ativa e um de branqueamento, tinha sido notificado para esclarecer se queria prestar declarações relativamente a factos descritos no despacho do juiz de instrução Carlos Alexandre que colocou (em dezembro de 2021) Manuel Pinho em prisão domiciliária.

Enfatizando o “contexto de stress emocional ou ansiedade” associado a um interrogatório e o potencial agravamento da situação clínica, a defesa do ex-banqueiro, de 78 anos, referiu que este “tem a sua memória cada vez mais irremediavelmente afetada e prejudicada, de forma progressiva e irreversível”, e que nem está em condições de dar instruções aos advogados.

“Em suma, o ora arguido não tem capacidade para se autodefender por si”, sublinharam os mandatários do ex-presidente do BES, que defenderam que seja feita uma perícia médica do foro neurológico a Ricardo Salgado num serviço oficial de saúde, sugerindo o Laboratório de Estudos da Linguagem, da Clínica Universitária de Neurologia, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Alzheimer comprovado já na Operação Marquês

Os advogados de Ricardo Salgado já argumentaram com a situação clínica do ex-banqueiro no processo conexo da “Operação Marquês”, no qual acabou por ser condenado em primeira instância a uma pena de seis anos de prisão.

No decorrer do julgamento do ex-líder do BES relativo aos três crimes de abuso de confiança no âmbito da Operação Marquês — o presidente do coletivo recusou a realização de uma perícia independente que, segundo a lei, teria de ser feita pelo Instituto Nacional de Medicina Legal. Na altura, o juiz Francisco Henriques considerou que o relatório apresentado pela defesa, assinado por um neurologista, era suficiente. O coletivo acabou a condenar Salgado a seis anos de prisão efetiva mas deu como provada a doença de Alzheimer. Por um lado, admitiu que a doença existia mas, por outro, não ponderou esse fator para a aplicação da pena. Esse facto parece também ter sido ignorado pelo MP.

Tal como o Departamento Central de Investigação e Ação Penal do MP, que à data, recusou aceitar o requerimento em que os próprios advogados do ex-banqueiro pediam essa mesma perícia independente. “O MP entende que, neste momento processual, afigura-se desnecessária a realização de perícia psiquiátrica”, indicaram os procuradores Carlos Casimiro Nunes e Hugo Neto, que assinaram o despacho de acusação deste processo.

“À data da prática dos factos que lhe são imputados, ou seja, ao tempo em que incorreu na conduta com natureza criminal, não detinha a capacidade de avaliar a ilicitude da sua conduta e de se determinar de acordo com essa avaliação ou, pelo menos, tendo tal capacidade sensivelmente diminuída”, concluíram.

Nos termos da lei, cabe ao Instituto de Medicina Legal fazer essa perícia, com recurso a médicos inscritos no Colégio de Especialidade de Neurologia da Ordem dos Médicos, com experiência no diagnóstico diferenciado de doenças de declínio cognitivo ou demência, em particular, Alzheimer. Caso o Instituto de Medicina Legal não tenha médicos com essas competências, deve ser pedida à Ordem dos Médicos a indicação de um perito qualificado, recorda a Frente Cívica.

Após a decisão de seis anos de prisão efetiva a que Salgado foi condenado, pela Operação Marquês, o MP pediu este agravamento de pena de prisão efetiva, de seis para dez anos, mesmo tendo o tribunal em primeira instância dado como provada a doença de Alzheimer de que sofre Salgado. Um dos pontos que mais curiosidade suscitava neste processo em concreto era o de saber até que ponto a doença de Alzheimer de Salgado seria ponderada para a aplicação da pena. No acórdão da primeira instância, de março do ano passado, o juiz Francisco Henriques considerou que ficou provado que o ex-banqueiro sofre desta doença neurológica mas não referiu esse mesmo estado de saúde ao aplicar a pena de prisão efetiva de seis anos. Por um lado, admitiu que existia mas, por outro não ponderou esse fator para a aplicação da pena. Esse facto parece também ter sido ignorado pelo MP.

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BP comunica perdas de 2.312 milhões de euros em 2022

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

Petrolífera britânica registou perdas correspondentes a 2.312 milhões, apesar de no último trimestre do ano ter conseguido ganhos de 10.057 milhões de euros, devido à subida do preço do crude.

A petrolífera britânica BP informou esta terça-feira que em 2022 registou perdas correspondentes a 2.312 milhões de euros, apesar de no último trimestre do ano ter conseguido ganhos de 10.057 milhões de euros, devido à subida do preço do crude.

Num comunicado enviado esta manhã à Bolsa de Londres, a British Petroleum assinala que as perdas em 2022 contrastam com os lucros de 7.565 milhões de dólares (7.043 milhões de euros) no ano passado.

Os ganhos entre outubro e dezembro do ano passado foram 364% superiores em relação ao mesmo trimestre de 2021.

O lucro subjacente (cálculo interno na empresa sobre ganhos) alcançou em 2022 os 27.653 milhões de dólares (25.744 milhões de euros), 115,7% mais do que em 2021.

A petrolífera conseguiu reduzir a dívida em 2022, situando-a nos 21.422 milhões de dólares (19.943 milhões de euros), uma redução de 30% em relação ao ano anterior, segundo o comunicado da empresa britânica, que divulga os resultados em dólares por ser a divisa utilizada nos mercados petrolíferos.

O EBIDTA da companhia (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 60.747 milhões de dólares (56.555 milhões de euros), 62% mais do que no ano anterior.

A empresa assinala que no último trimestre de 2022 efetuou a recompra de ações por 3.200 milhões de dólares (2.979 milhões de euros, enquanto que o fluxo efetivo nos últimos três meses foi de 5.100 milhões de dólares (4.748 milhões de euros).

Em relação a 2023, a BP tem intenção de destinar 40% do excedente de tesouraria para reforçar o balanço mantendo-se centrada no investimento e na recompra de ações.

Segundo as projeções, a BP espera efetuar uma recompra de ações de 4.000 milhões de dólares (3.724 milhões de euros) por ano e afirma ter capacidade para fazer um aumento anual do dividendo anual por ação (ordinária) de 4%.

A BP anunciou um dividendo de 6,610 cêntimos por ação (ordinária) que espera pagar no próximo dia 31 de março aos acionistas, enquanto que o equivalente em libras vai ser anunciado no dia 14 de março.

A empresa indicou ainda que (em comparação com os níveis de 2019) espera que as emissões de carbono resultantes da produção do petróleo e gás venham a ser reduzidas entre 20% a 30%, em 2030.

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Petróleo sobe 2% por conta da China e da Turquia

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2023

Otimismo para a recuperação da economia chinesa tem impulsionado cotação do ouro negro.

O preço do petróleo está a subir cerca de 2% nos mercados internacionais. O otimismo relativo à recuperação da economia chinesa e os efeitos na oferta do terramoto na Turquia e na Síria ajudam a explicar o comportamento do ouro negro.

Pelas 8h46, o barril de Brent, de referência para as importações europeias, somava 1,79%, para 82,44 dólares. O barril West Texas Intermediate, subia 2%, para 75,59 dólares.

“Os preços estão a subir na expectativa da recuperação da China e por causa dos problemas de fornecimento do petróleo por causa do sismo na Turquia”, justifica o analista Edward Moya, da Oanda, citado pela agência Reuters.

Depois do sismo na madrugada de segunda-feira, foram suspensas as operações de exportação de petróleo a partir do terminal de Ceyhan, na Turquia. Esta unidade consegue enviar um milhão de barris por dia.

A Agência Internacional de Energia espera que metade do crescimento da procura de petróleo no primeiro semestre resulte da procura por parte da China, segundo dados divulgados no domingo.

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Mudar crédito à habitação para outro banco está mais difícil

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2023

Com a diminuição significativa da capacidade das famílias para aceder a novo crédito, sobra apenas a opção de renegociar o contrato, o que tem motivado queixas junto da Deco e do Banco de Portugal.

As transferências de crédito podem permitir o acesso a taxas de juro mais baixas e a seguros mais baratos. Mas a subida das taxas de juro (variáveis e fixas) e as regras mais apertadas impostas pelo Banco de Portugal estão a limitar bastante a capacidade de muitos portugueses para pedirem novos empréstimos, avança o Público (acesso condicionado).

No caso de famílias com rendimentos médios, a redução abrupta no acesso a crédito acontece não só para quem está a pedir um empréstimo pela primeira vez, como também para quem o contratou no passado e pretende mudar para outro banco, de forma a reduzir os encargos, que se agravaram significativamente nos últimos meses. A maior dificuldade nesta última situação deve-se ao facto de a transferência para outra instituição financeira ser considerada um novo crédito (mesmo que o montante não sofra alteração), o que, atualmente, faz toda a diferença.

Deste modo, mesmo com as campanhas criadas por alguns bancos para atrair créditos de outros concorrentes no mercado — suportando, por exemplo, a totalidade ou grande parte dos custos de transferência, que ainda são consideráveis — e a vantagem criada pela suspensão temporária da comissão de resgate antecipado (de 0,5% sobre o capital), muitas tentativas de mudança não estão a receber “luz verde”, ficando sem outra alternativa que não seja a renegociação do contrato — o que tem motivado queixas de particulares junto do Banco de Portugal e da Deco.

Por outro lado, as instituições financeiras admitem subir os spreads mínimos no crédito de maior risco, noticia ainda o Público (acesso condicionado). De acordo com o Inquérito sobre o Mercado de Crédito de janeiro, coordenado pelo Banco de Portugal, os bancos referem que no último trimestre de 2022 adotaram critérios “ligeiramente mais restritivos no crédito à habitação”, ainda que sem alterações no crédito ao consumo e outros fins.

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Hospital de Lisboa Oriental vai estar pronto em 2027

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2023

A Mota-Engil, grupo ao qual foi adjudicada a construção do hospital, prevê assinar o contrato até ao fim de junho para depois iniciar o projeto de execução, seguindo-se três anos de obras no terreno.

O Governo assinou o despacho de adjudicação do novo Hospital de Lisboa Oriental ao consórcio da Mota-Engil há quase sete meses, mas o contrato ainda não foi assinado. Em declarações ao Jornal de Negócios (acesso pago), o presidente executivo da construtora, Carlos Mota dos Santos, prevê que isso aconteça “até ao final do primeiro semestre deste ano”, para depois iniciar o projeto de execução. Com três anos destinados à construção da obra, a unidade hospitalar só deverá abrir portas “em 2027”.

Segundo Carlos Mota dos Santos, está neste momento a decorrer a “fase pré-contratual” e estão a ser cumpridos “os prazos normais”, assegurando que não estão em causa nem questões de litigância da parte do concorrente derrotado, o grupo Sacyr, nem relacionadas com o financiamento do projeto, que vai exigir um investimento de mais de 257 milhões de euros.

O Hospital de Lisboa Oriental, que terá um total de 875 camas, vai ser construído numa área total de 180 mil metros quadrados na zona de Marvila, e vai permitir substituir seis unidades de saúde dispersas fisicamente no centro da cidade de Lisboa, como é o caso dos hospitais de São José, Santa Marta, Santo António dos Capuchos, D. Estefânia, Curry Cabral e a maternidade Alfredo da Costa.

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Estado admite cobrar impostos sobre os estádios

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2023

A reboque da liquidação do IMI sobre as barragens, os estádios de futebol podem passar também a pagar impostos, com base no método de custo e inscritos nas matrizes.

O recente despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a ordenar à Administração Tributária que liquide o imposto municipal sobre imóveis (IMI) sobre as barragens abre a porta a que os estádios de futebol passem a pagar impostos.

Os estádios, tal como as barragens, são avaliados com base no método de custo, e inscritos nas matrizes, mas sendo o IMI uma receita municipal, as autarquias podem isentar os clubes daquele pagamento, declarando os estádios como “imóveis de interesse municipal”, refere a edição desta terça-feira do Correio da Manhã (acesso pago).

O Fisco quer saber quantos estádios pagam IMI e quantos estão abrangidos por isenções decretadas pelos municípios. Por exemplo, um parecer pedido pela Assembleia Municipal da Câmara de Lisboa, sobre a tributação do Estádio da Luz em 2015, apontava para a necessidade de cobrar IMI, uma vez que a infraestrutura era da SAD e não do clube. Uma situação que foi alterada em 2019, com a ‘compra’ do estádio pelo clube à SAD por 99 milhões de euros.

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Semana de 4 dias convence administração e trabalhadores da 360imprimir.pt

Após a implementação da semana de quatro dias, o número de candidaturas à 360imprimir.pt aumentou mais de 200%, o turnover reduziu 35% e a produtividade aumentou 0,6%. Mas nem tudo é positivo.

Ao fim dos três primeiros meses de implementação do modelo piloto da semana de quatro de dias de trabalho, a 360imprimir.pt revela que as mudanças foram bem aceites pelos seus colaboradores.

Segundo a empresa, uma larga maioria (75%) dos seus 200 trabalhadores exigiria um aumento salarial de pelo menos 30% para considerar regressar ao modelo de trabalho de cinco dias por semana.

Sérgio Vieira, CEO da 360imprimir.pt, revela ainda que o novo modelo gerou um aumento de 297% das candidaturas à empresa (entre 22 de outubro e 22 de dezembro a empresa recebeu 14.499 candidaturas), reduziu o turnover em 35% e melhorou em 4% os níveis de stress e ansiedade.

Além disso, 93% dos atuais colaboradores imagina-se a trabalhar na empresa daqui a um ano e 90% recomenda a 360imprimir.pt como lugar para trabalhar. Mas a implementação da semana de quatro dias de trabalho não foram só coisas boas.

O absentismo aumentou ligeiramente e, apesar da produtividade subir 0,6%, não compensou a quebra de 6,7% do output, revelam os dados do barómetro dos primeiros três meses após a implementação da semana de quatro dias na empresa. “O novo modelo de trabalho implicou a redução do número de horas trabalhadas em 7%, conforme inicialmente divulgado (redução de 40 para 36 horas nas semanas que não tenham já feriados)”, refere Sérgio Vieira, CEO da 360imprimir.pt, à ECO Pessoas.

O empresário contava que a redução do horário de trabalho levasse a uma redução do volume de trabalho face à semana de 40 horas, mas acabou por dar-se uma diminuição muito próxima da redução horária, até inferior (-6.4% vs. -7%). “Esta menor diferença é explicada por termos tido maior produtividade (mais 0,6%) por hora trabalhada, mas foi um aumento ligeiro, longe de compensar a enorme diminuição na carga horária”, comenta Sérgio Vieira.

Apesar dessa quebra, o responsável mostra-se satisfeito e garante que essa quebra no output não afetou os clientes. “Não notamos qualquer impacto negativo do modelo (que era uma condição de base para a sua implementação). Para compensar alguma quebra ou output por colaborador, fizemos a reposição de algum headcount adicional para o compensar a redução de carga horária”, assegura.

“Todas as atividades com impacto direto no dia-a-dia do cliente foram mantidas, sendo o dia off alternado para essas equipas”, reforça o gestor.

Não notamos qualquer impacto negativo do modelo (que era uma condição de base para a sua implementação). Para compensar alguma quebra ou output por colaborador, fizemos a reposição de algum headcount adicional para o compensar a redução de carga horária.

Sérgio Vieira

CEO da 360imprimir.pt

O que diz o barómetro?

Os dados da adoção de uma semana de quatro dias de trabalho são os primeiros de uma empresa nacional a serem conhecidos e surgem num momento em que o Governo prepara um piloto deste novo modelo de trabalho, com arranque previsto para junho.

Desde outubro do ano passado que a 360imprimir.pt já adotou este modelo (o piloto tem a duração de dois anos), depois de ter decidido trabalhar de forma 100% remota. E os dados alinham em muitos dos parâmetros com os obtidos em outros pilotos.

É o caso dos níveis de satisfação junto dos colaboradores, com 98% a aderir de forma voluntária ao modelo. Destes, 73% tem um dia semanal off fixo, com 27% a ter um dia off por semana que vai alternando. Mas se 87% dos colaboradores indica usufruir regularmente dos seus dias off, mais de um terço das chefias (36%) não usufruiu ainda do dia off na totalidade.

Uma larga maioria (83%) passou a ter mais mais tempo para a família, tendo os níveis de stress, fadiga e ansiedade registado uma melhoria de 4%. O entusiasmo em torno do novo modelo é tal que, para regressar ao anterior modelo, um em cada três colaboradores exigiria um aumento igual ou superior a 50%.

Produtividade sobe, mas não muito

O primeiro trimestre revela uma quebra de 6,4% no volume de trabalho gerado, apesar de tudo, um “resultado positivo quando comparado com a redução prevista para o número de horas trabalhadas”, aponta a empresa. Algo só possível porque a produtividade subiu 0,6%.

Uma franja significativa das chefias (88%) estão satisfeitas com o desempenho das equipas neste novo modelo, mas 30% considera que “a sua equipa não produz o mesmo em 36 horas como produzia em 40h“.

A maior surpresa surge com o tema do absentismo que não só não diminuiu como, ao contrário das expectativas iniciais do modelo, aumentou ligeiramente: de 0,19% no trimestre pré-semana de quatro dias, para 0,22% nos primeiros três meses do piloto.

“É normal que se observe alguma volatilidade em alguns indicadores, seja por questões normais do apuramento estatístico seja por alguma sazonalidade que possa ocorrer seja pela recente implementação do modelo (para a maioria dos indicadores até será positivo este impacto, mas para outros, pode gerar algum viés momentâneo)”, justifica Sérgio Vieira, que considera ser “precipitado concluir que os dados do primeiro trimestre são definitivos.”

“Não obstante, foi um indicador que nos surpreendeu pela negativa, até porque esperávamos que parte das ausências programadas pudessem ser migradas para o dia off, o que parece não estar a acontecer”, nota o gestor, sublinhando que “este indicador será assim acompanhado em maior detalhe nos próximos trimestres, por forma a avaliar a sua evolução aquém do esperado.”

No entanto, Sérgio Vieira ressalva que “é um indicador cujo valor absoluto é muito residual na nossa empresa, pelo que não consideramos que de forma alguma a sua evolução recente esteja a colocar em causa a performance da empresa ou que venha impactar uma conclusão negativa quanto ao modelo de trabalho.”

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Google lança o Bard, o seu ‘chatbot’ para fazer concorrência ao ChatGPT

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

Visto como concorrente da ferramenta de inteligência artificial ChatGPT, o Bard tira informações da internet "para fornecer respostas novas e de alta qualidade".

A Google lançou na segunda-feira uma nova ferramenta de inteligência artificial (IA) denominada Bard, que parece ser uma resposta ao ChatGPT, da concorrente Microsoft e que alcançou uma grande popularidade em pouco mais de dois meses de existência.

Numa publicação divulgada no blogue corporativo e assinada pelo CEO da Google e da Alphabet, Sundar Pichai, é explicado que o Bard foi testado até agora com pessoas de confiança, antes de ser aberto ao público em geral “nas próximas semanas”.

Sem dar detalhes, a Google refere que o Bard tira as suas informações da Internet “para fornecer respostas novas e de alta qualidade”, lembrando que estas podem ser usadas para fins criativos, mas também puramente informativos.

A gigante da tecnologia dá, de resto, alguns exemplo, realçando que o Bard funcionará para que uma criança de nove anos perceba o supertelescópio James Webb ou para saber mais sobre os maiores avançados do futebol atual.

Outros usos do ‘chat’ do Bard podem ser, segundo a nota de Pichai, planear um “chá do bebé” (festa de pré-nascimento), comparar dois filmes indicados aos Óscares ou elaborar uma ementa de acordo com a comida disponível num frigorífico.

A primeira versão do Bard será limitada, para se adaptar a computadores com menos capacidade, enquanto a Google consegue aumentar o “feedback” [informações de retorno] que lhe permitirá alcançar novos tipos de utilizadores. Este processo gradual fará com que o Bard ganhe velocidade e qualidade, salienta a nota do CEO.

Em nenhum momento da publicação no blogue a concorrência é mencionada, mas analistas destacaram que esta nova ferramenta da IA da Google é claramente a resposta da gigante da tecnologia à sua grande concorrente, a Microsoft. O ChatGPT cresceu em popularidade e versatilidade, mas também estão a ser discutidos os seus limites éticos para fins educacionais em escolas e universidades.

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Número de mortos no sismo na Turquia e Síria ultrapassa os 7.200

  • Lusa e ECO
  • 7 Fevereiro 2023

As autoridades turcas confirmaram a morte de, pelo menos, 5.434 pessoas e a vizinha Síria confirmou até agora 1.832 vítimas mortais. Presidente turco decreto o estado de emergência.

Mais de 6.300 pessoas morreram e mais 20 mil ficaram feridas na Turquia e na Síria devido a dois sismos, um de magnitude 7,8 e outro 7,6 na escala de Richter, registados na segunda-feira. O Presidente da Turquia decidiu decretar o estado de emergência em dez cidades, durante três meses, perante a severidade da devastação.

As autoridades turcas confirmaram a morte de, pelo menos 5.434 pessoas e a vizinha Síria confirmou até agora 1.832 vítimas mortais. O número de feridos ascende a 20.426 segundo a Autoridade turca de Gestão de Emergência e Catástrofes, na sequência da queda de 6.217 edifícios. Na Síria o número de feridos supera os 3.500, de acordo com a organização não governamental Capacetes Brancos, mas ainda há muitas pessoas presas nos escombros, alertam as equipas de salvamento.

Equipas de resgate continuaram esta madrugada as buscas por sobreviventes nos escombros, com os trabalhos a serem limitados por chuva, neve e descida das temperaturas, mas também pelas dezenas de réplicas que voltam a abalar as zonas já afetadas. Esta manhã uma das réplicas atingiu os 5,4 de magnitude. Mais de 7.800 pessoas foram resgatadas em dez províncias, de acordo com Orhan Tatar, alto funcionário da agência de gestão de desastres da Turquia.

Cerca de 25 mil pessoas, incluindo militares, estão a participar nos esforços de resgate, disse Orhan Tatar, que acrescentou que foram destinados 12,1 milhões de euros em fundos urgentes para as dez províncias mais afetadas.

Portugal envia equipa de resgate

Uma equipa de 53 elementos da Proteção Civil, GNR e emergência médica parte na quarta-feira para a Turquia para apoiar os esforços de busca e salvamento.

“Nas próximas horas, uma equipa de 53 elementos compostos por elementos da Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil, por elementos da UEPS (Unidade de Emergência de Proteção e Socorro) da Guarda Nacional Republicana e também por elementos da emergência médica, sairá do nosso país para se juntar aos esforços europeus de cariz humanitário de proteção civil e, muito particularmente no caso do apoio português, no âmbito da busca e do salvamento”, disse esta terça-feira o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, à margem de um encontro com autarcas da região Centro em Coimbra.

Em declarações aos jornalistas na mesma ocasião, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa, explicou tratar-se de uma força conjunta com elementos da estrutura da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção civil, elementos da UEPS da GNR, unidades do Regimento de Sapadores Bombeiros e uma equipa de intervenção médica do INEM para a segurança da própria força.

Países já estão a enviar ajuda para o terreno

A vice-presidência da Turquia indicou que mais de 300 mil pessoas desalojadas pelo sismo foram acolhidas em centros universitários, abrigos e residências estudantis.

A ONU estava a ajudar 2,7 milhões de pessoas no noroeste da Síria todos os meses, através de entregas transfronteiriças, que poderão agora ter de ser interrompidas.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, instou na segunda-feira a comunidade internacional a ajudar milhares de famílias atingidas, salientando que “muitas já necessitavam urgentemente de ajuda humanitária”.

Dezenas de países já anunciaram que vão enviar ajuda, pessoal e equipamentos para auxiliar nos esforços de resgate. Hoje foi a vez do Japão enviar uma equipa com 18 elementos, com a Coreia do Sul a prometer também enviar equipas de salvamento, assim como medicamentos.

A organização sem fins lucrativos chinesa Ramunion enviou um grupo de oito especialistas em operações de salvamento com experiência internacional, cuja chegada à Turquia está prevista para quarta-feira, avançou o jornal estatal chinês Global Times.

A Cruz Vermelha chinesa decidiu doar 200 mil dólares (186.300 euros) ao Crescente Vermelho Turco e Sírio, organização que irá receber ainda 10 milhões de dólares australianos (6,4 milhões de euros) da Austrália e 1,5 milhões de dólares neozelandeses (880 milhões de euros) da Nova Zelândia.

OMS estima que 23 milhões poderão ser afetados pelos sismos

O número de pessoas afetadas pelos terramotos que atingiram o sudeste da Turquia e o norte da Síria pode chegar aos 23 milhões, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS), prometendo ajuda de longo prazo.

Os estudos “mostram que 23 milhões de pessoas estão em risco, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis”, avançou a responsável da OMS Adelheid Marschang ao conselho executivo da organização. “A OMS está ciente da grande capacidade de resposta da Turquia e considera que as principais necessidades podem ser as da Síria no prazo imediato e médio”, acrescentou.

A entrega de ajuda à Síria “será, provavelmente, ou já está mesmo a ser impedida pelos danos causados pelo terramoto. Isto em si mesmo já constitui uma enorme crise”, afirmou a mesma responsável.

Por seu lado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus – que pediu um minuto de silêncio pelas vítimas -, garantiu que a organização está a trabalhar “em estreita colaboração com todos os parceiros para apoiar as autoridades da Turquia e da Síria nas próximas horas e dias, que serão críticos, e nos meses e anos que virão, à medida que os dois países se restabelecem e se recuperam”.

O diretor-geral anunciou também o envio de “três voos ‘charter’ para os dois países” com material médico, incluindo ‘kits’ cirúrgicos, a partir da plataforma de logística para ajuda humanitária situada no Dubai. “Estamos a juntar materiais de emergência e ativámos a rede de equipas médicas de emergência da OMS para prestar cuidados de saúde essenciais aos feridos e às pessoas mais vulneráveis”, acrescentou.

O tremor de terra ocorreu a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas, uma das quais de pelo menos 7,6.

(Notícia novamente atualizada às 19h29 com novo balanço das vítimas mortais na Turquia e com o estado de emergência)

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Assembleia Municipal do Porto unânime em adiar descentralização na ação social

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2023

Não estão reunidas as condições necessárias para assumir as competências na área social, defende Assembleia Municipal do Porto.

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por unanimidade, prorrogar até abril a descentralização na área da ação social por não estarem, neste momento, “reunidas as condições necessárias” para assumir aquelas competências.

A proposta, discutida na reunião da Assembleia Municipal do Porto que decorreu na segunda-feira à noite, contou com o voto favorável de todas as forças políticas.

Para a eleita socialista Fernanda Rodrigues, a prorrogação é “uma oportunidade para uma intervenção municipal renovada” numa área que, considerou, é da “maior complexidade pelos problemas, públicos e territórios empobrecidos e em situação de vulnerabilidade”.

Também destacando que a área da ação social é “das [áreas] de maior complexidade”, a eleita do movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto” Maria Barbosa Ducharne afirmou que as negociações entre o município e o Governo permitiram “uma série de mudanças”.

“Começa-se a vislumbrar que vai ser possível ao executivo poder responder às necessidades da população e poder assumir esta transferência”, acrescentou.

Já a eleita da CDU Joana Rodrigues demonstrou preocupação com o que “irá acontecer depois de abril”, notando que esta prorrogação do processo de transferência de competências “prende-se com a preocupação de não existirem as verbas necessárias”.

“Era necessário um processo de descentralização diferente. O que irá acontecer em abril? Em abril poderemos estar aqui de novo preocupados com esta situação”, acrescentou.

Pelo PSD, o eleito Nuno Borges também salientou que “os princípios e garantias” do processo descentralização “não têm sido assegurados” pelo Estado, que, acusou, de transferir “não competências, mas tarefas sem os recursos adequados”.

“Apesar de alguns ajustes financeiros adequados, no sentido de se conseguir algum equilíbrio, as alterações efetuadas têm sido manifestamente insuficientes para cumprir estas competências”, referiu, defendendo que o processo é “uma mera simulação da descentralização”.

Por sua vez, o deputado único do PAN disse esperar que a 03 de abril [dia em que são assumidas pelos municípios as competências na área da ação social] “os resultados sejam os melhores para o município e para os cidadãos”.

Na proposta, que reuniu o consenso dos eleitos municipais, o presidente da Câmara do Porto afirma que a prorrogação do prazo advém do entendimento de que “não estão, neste momento, reunidas as condições necessárias para o seu exercício”.

“O município do Porto entende que, responsavelmente e na defesa dos interesses da sua população, deve exercer a possibilidade legal de prorrogar o prazo determinado para a transferência neste domínio, até 03 de abril de 2023, alargando ao máximo o período de tempo, de forma a assegurar que serão reunidas as condições para assumir aquelas competências”, refere Rui Moreira.

Em 06 de dezembro de 2022, a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) solicitou a prorrogação da transferência obrigatória de competências na ação social de janeiro para abril, pedido que foi aceite pelo Governo, disse à Lusa a secretária de Estado da Inclusão.

No âmbito da descentralização de competências na ação social, a Assembleia Municipal do Porto aprovou, com o voto contra do BE e a abstenção da CDU, o Regulamento de Atribuição de Prestações de Caráter Eventual em Situações de Emergência Social e Comprovada Insuficiência Económica.

O regulamento em causa estabelece as condições de acesso e de atribuição das prestações de caráter eventual a conceder a pessoas isoladas ou agregados familiares do município que se encontram em situações de carência económica e de risco social.

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