Quer ser bartender profissional? Tem até hoje para se inscrever neste curso gratuito

O objetivo de formação, que inclui 80 horas de estágio, é integrar os jovens na indústria hoteleira como bartenders profissionais.

A Diageo acaba de anunciar a 9.ª edição do programa ‘Learning for Life’ no Porto. O objetivo é formar jovens e dar-lhes a oportunidade de ingressar na indústria hoteleira como bartenders profissionais. O programa é gratuito e é compostos por 66 horas, distribuídas ao longo de três semanas, e 80 horas de estágio num estabelecimento da área de restauração e hotelaria. Os interessados têm até esta quarta-feira, dia 22 de março, para fazer a sua inscrição.

“O objetivo do programa ‘Learning for Life’ é combater o desemprego e oferecer oportunidades de emprego aos jovens e, simultaneamente, contribuir para a promoção de uma indústria hoteleira profissional e de qualidade. Queremos continuar a promover esta iniciativa que já formou mais de 100 jovens em Portugal”, afirma Ricardo Hernández, diretor de relações corporativas da Diageo Southern Europe, em comunicado.

Preparação de cocktails, competências especializadas, masterclasses e estágios em bares e restaurantes são algumas das valências deste curso. Os alunos recebem ainda sessões de orientação sobre outros temas ministradas por colaboradores voluntários da Diageo e pela SEA – Agência de Empreendedores Sociais, parceira deste projeto. A equipa de formadores é liderada por César Costa, que conta com mais de 14 anos de experiência como bartender e é formador neste projeto desde 2017.

O programa já formou mais de 100 jovens no nosso país e as edições anteriores registaram taxas de empregabilidade dos formandos de 75%, garante a Diageo.

Os interessados poderão inscrever-se através do email learning4life@seagency.org até dia 22 de março e o número de vagas é limitado.

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Iscte Executive debate competitividade da economia portuguesa

Iscte Executive Education debate competitividade da economia nacional com Rui Vinhas da Silva como key note speaker e empresas como a Navigator, Galp e Tabaqueira/Philip Morris International.

A competitividade da economia portuguesa e, em particular, das indústrias transformadoras, serve de mote para a conferência Investir em Portugal: Transformação, Inovação e Competitividade, a 30 de março, no Iscte Executive Education, em Lisboa, com o key note speaker Rui Vinhas da Silva, ex-presidente do Compete 2020.

Em destaque vão estar temas sobre transformação, inovação e competitividade com apresentação dos fatores críticos de sucesso da indústria nacional e de um estudo de caso sobre o setor relacionado com transformação de produtos de tabaco em Portugal, desenvolvido pelo Iscte Executive Education, a pedido da Tabaqueira/Philip Morris International.

O evento junta à mesa empresas de renome, como The Navigator Company, Galp e Tabaqueira/Philip Morris International. Em discussão vão estar os caminhos de futuro da indústria transformadora portuguesa que “passam pela transformação, inovação e atração de investimento“, avança o Iscte Executive Education.

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CEO da TAP ainda tem direito a bónus de desempenho, admite Galamba

Comissão executiva da TAP não pediu à tutela para fazer conferência de apresentação de resultados, adiantou ministro das Infraestruturas. João Galamba admite que CEO ainda pode receber bónus.

O Governo abre a porta ao pagamento do bónus de três milhões à ainda presidente da comissão executiva da TAP. O ministro das Infraestruturas, João Galamba, adiantou esta quarta-feira, no Parlamento, que Christine Ourmières-Widener pode ser compensada pelo desempenho na companhia nos últimos dois anos.

“Não disse que não receberia o bónus se fosse recuperado todo o dinheiro injetado. O que disse consta do acordado entre a Parpública e a ainda CEO da TAP no âmbito de processo de contratação: se os objetivos forem cumpridos e se o plano de reestruturação for um sucesso, a CEO tem o direito ao bónus. Eu e o ministro das Finanças dissemos na conferência de imprensa da semana passada que o Estado pagará o que tiver a pagar e não pagará o que não tiver a pagar”, respondeu o ministro ao deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira durante audição parlamentar.

Se os objetivos forem cumpridos e se o plano de reestruturação for um sucesso, a CEO tem o direito ao bónus. Eu e o ministro das Finanças dissemos na conferência de imprensa da semana passada que o Estado pagará o que tiver a pagar e não a pagar o que não tiver a pagar

João Galamba

Ministro das Infraestruturas

Christine Ourmiére-Widener tem um salário bruto de cerca de 500 mil euros mas, devido aos cortes salariais no âmbito do plano de reestruturação, ganha 375 mil euros. E tem, além disso, direito a um prémio de desempenho que poderá atingir os três milhões de euros. No entanto, há uma alínea no contrato que determina a aprovação do bónus em assembleia geral, e poderá estar em causa a legalidade da acordo, adiantaram em fevereiro a CNN Portugal e o Jornal Económico.

A líder da TAP está em processo de saída, na sequência do relatório da Inspeção-Geral das Finanças relativamente ao pagamento da indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis. “Foram identificadas falhas graves e a violação de normas legais” ao abrigo do Estatuto de Gestor Público, referiu João Galamba durante a audição.

O ministro esclareceu ainda que não houve conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2022 porque “não foi pedido”. “Num cenário de transição, entendemos não fazia grande sentido uma conferência de imprensa de apresentação dos resultados. A tutela e a administração entenderam que isto era razoável”, detalhou, em resposta ao mesmo deputado social-democrata.

A TAP regressou aos lucros em 2022, registando resultados positivos de 65,6 milhões de euros e receitas recorde de 3,5 mil milhões de euros. Resultados que antecipam em dois anos o que está previsto no plano de reestruturação da empresa acordado com Bruxelas.

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Luís Lopes é o novo CEO da Vodafone Portugal. Mário Vaz vai ser CEO da Vodafone Espanha

A partir de 1 de abril, Mário Vaz deixa o cargo de CEO da Vodafone Portugal e assume o mesmo cargo na Vodafone Espanha. A posição deixada vaga na operadora portuguesa será ocupada por Luís Lopes.

Há novidades na liderança da Vodafone no mercado ibérico. A partir de 1 de abril, Mário Vaz deixa o cargo de presidente executivo da Vodafone Portugal e assume o mesmo cargo na Vodafone Espanha. A posição deixada vaga na operadora portuguesa será ocupada, no mesmo dia, por Luís Lopes, atual diretor de fibra e parcerias da Vodafone na Alemanha.

“A Vodafone Portugal anunciou hoje [22 de março] que, a partir de 1 de abril de 2023, o novo presidente executivo (CEO) da empresa será Luís Lopes. Depois de em 2014 ter ingressado no Grupo Vodafone, o gestor regressa a Portugal substituindo Mário Vaz, que assume, também a 1 de abril, o cargo de CEO da Vodafone Espanha”, revelou a empresa num comunicado.

Este anúncio representa um virar de página na história da operadora em Portugal. Mário Vaz comanda a Vodafone Portugal desde setembro de 2012, tendo, por isso, completado mais de uma década na função. No entanto, faz parte do universo da Vodafone em Portugal desde o início, tendo ingressado na operadora aquando da sua fundação, sob o nome Telecel, em 1992.

Para o lugar de Mário Vaz, a companhia de raízes britânicas escolheu um engenheiro de 50 anos, atualmente a trabalhar na Vodafone Alemanha, mas que, em Portugal, chegou a passar pela comissão executiva da PT Comunicações e foi administrador de operações da Nos antes de entrar no grupo Vodafone.

Luís Lopes (à esquerda) e Mário Vaz (à direita)

“A liderança da Vodafone Portugal é um desafio que me deixa honrado e que me permite continuar a contribuir para o crescimento do Grupo Vodafone, desta feita no meu país, onde o legado dos meus antecessores fez desta operação uma das mais bem-sucedidas e admiradas do grupo. É com entusiasmo e orgulho que substituo o meu colega Mário Vaz, responsável por uma década de reconhecidos resultados na Vodafone Portugal”, diz o próximo CEO da Vodafone Portugal, citado na mesma nota.

Numa mensagem interna, citada em comunicado, o ainda presidente da Vodafone no mercado português, Mário Vaz, garante que não perde a ligação à operação no país: “Tendo feito parte desta empresa desde o primeiro dia da sua presença no mercado até 31 de março de 2023, não há lugar a despedidas ou a sentimentos de saudade. Esta empresa tornou-me na pessoa que sou hoje e determinou de forma irreversível a minha forma de liderança atual e futura. Estou e estarei para sempre ligado a esta empresa e às pessoas que fizeram e fazem parte da mesma. Continuarei a acompanhar de muito perto o vosso percurso com um enorme sentimento de orgulho, com a alma cheia de gratidão, a saudável vaidade de ser um de vós e ter tido o privilégio de vos liderar nos últimos dez anos.”

A substituição acontece num momento de viragem também no próprio setor, à medida que as principais operadoras comerciais vão alargando a cobertura de 5G no país, depois de um longo leilão de frequências. Mais recentemente, a 30 de setembro do ano passado, a Vodafone Portugal deu um passo que, se aprovado pelos reguladores, poderá alterar significativamente a composição do mercado: apresentou uma oferta para comprar a concorrente Nowo. O negócio está, atualmente, sob avaliação da Autoridade da Concorrência.

Não é a primeira vez que um CEO da Vodafone Espanha transita diretamente do mesmo cargo em Portugal. Em 2012, António Coimbra, então CEO da Vodafone Portugal, foi nomeado CEO da Vodafone Espanha, uma transição que deu lugar a Mário Vaz, que se manteve até agora na liderança.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h32)

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Marcelo promulga lei das Ordens Profissionais

Marcelo Rebelo de Sousa já promulgou a Lei das Ordens Profissionais, que altera o regime jurídico das associações públicas profissionais, garantiu fonte do gabinete do chefe de Estado ao ECO.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou a Lei das Ordens Profissionais, que altera o regime jurídico das associações públicas profissionais, garantiu fonte do gabinete do chefe de Estado ao ECO/Advocatus. A promulgação acontece logo após a publicação em Diário da República, no dia 20 de março, do acórdão do Tribunal Constitucional (TC).

Foi no dia 27 de fevereiro que o Tribunal Constitucional se pronunciou pela constitucionalidade sobre a Lei das Ordens Profissionais. Esta decisão foi tomada por unanimidade e por o TC “não considerar desrespeitados” quaisquer princípios ou normas constitucionais. O pedido de fiscalização preventiva tinha sido feito por Marcelo Rebelo de Sousa no dia 1 de fevereiro.

“O Plenário do Tribunal Constitucional pronunciou-se na sessão sobre o pedido de fiscalização preventiva do Presidente da República, que pretende reforçar a salvaguarda do interesse público, a autonomia e a independência da regulação e a promoção do acesso a certas atividades profissionais, introduzindo alterações em diversas normas da Lei n.º 2013, de 10 de janeiro. O Presidente da República fundou o seu pedido na possibilidade de algumas das alterações sofrerem do vício de inconstitucionalidade material, por ofenderem os princípios da igualdade e proporcionalidade, a garantia do exercício de direitos políticos e o princípio da autorregulação das ordens profissionais”, sublinhou o TC em comunicado.

Para o Presidente da República, o decreto da Assembleia da República (AR) suscitava dúvidas relativamente ao “respeito de princípios como os da igualdade e da proporcionalidade, da garantia de exercício de certos direitos, da autorregulação e democraticidade das associações profissionais, todos previstos na Constituição da República Portuguesa”. Desta forma, decidiu pedir a fiscalização ao TC.

A nova lei das Ordens Profissionais vai alterar questões como as condições de acesso às respetivas profissões, introduzir estágios profissionais remunerados e criar uma entidade externa para fiscalizar os profissionais. No texto final foram introduzidas alterações como precisões sobre as taxas cobradas durante o estágio e a possibilidade de serem reduzidas. A duração dos estágios fixou-se em 12 meses, podendo ser maior em casos excecionais. Outra das alterações foi a aprovação da existência de um órgão disciplinar, que não estava previsto na anterior lei-quadro, que prevê a fiscalização sobre a atuação dos membros das ordens profissionais, composto por elementos externos às profissões respetivas. Outra das questões polémicas é a introdução das sociedades multidisciplinares.

Quase todas as Ordens Profissionais se mostraram contra esta proposta que nasceu do PS e do PAN. Segundo dados do Conselho Nacional das Ordens Profissionais (CNOP), existem atualmente em Portugal 20 ordens profissionais, tendo as duas últimas sido criadas em 2019, a Ordem dos Fisioterapeutas e a Ordem das Assistentes Sociais. Estas ordens regulam a atividade de mais de 430 mil profissionais.

O pontapé de saída desta lei

O projeto de lei relativo às ordens profissionais foi aprovado em votação final global pelo Parlamento no dia 22 de dezembro de 2022, com votos favoráveis de PS, Iniciativa Liberal e PAN, votos contra de PSD, Chega e PCP e abstenções de BE e Livre. Esta aprovação gerou muitas críticas quer por parte dos partidos políticos, como o PSD e PCP, quer pela Ordem dos Advogados.

Apesar deste diploma ter sido aprovado devido à maioria parlamentar PS de António Costa, esta lei surge na sequência de inúmeros alertas da Comissão Europeia e da OCDE. Estes organismos consideravam que em Portugal existiam demasiadas restrições no acesso às atividades profissionais, prejudiciais à atividade económica do país.

Alertas que se intensificaram com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que trouxe de novo a questão da desregulamentação das ordens profissionais, incluindo a sua fiscalização por entidades exteriores, também em matéria disciplinar, e o fim do acesso reservado da atividade a profissionais inscritos nas mesmas, como médicos, advogados, engenheiros, economistas, psicólogos, contabilistas, nutricionistas ou arquitetos.

Desta forma, Portugal comprometeu-se junto de Bruxelas que a lei relativa às profissões regulamentadas entraria em vigor até ao quarto trimestre de 2023. É um dos marcos que Portugal tem de cumprir para ter acesso ao terceiro cheque do PRR de 2,4 mil milhões de euros.

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Pires de Lima ouvido no Parlamento sobre a TAP dia 4 de abril

  • Lusa
  • 22 Março 2023

Antigo ministro da Economia, António Pires de Lima, será ouvido no Parlamento sobre o processo da privatização da TAP na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.

O antigo ministro da Economia António Pires de Lima será ouvido no parlamento sobre o processo da privatização da TAP no dia 4 de abril, disse esta quarta-feira o presidente da comissão de Economia, Afonso Oliveira.

De acordo com o responsável, a audição de Pires de Lima na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação está agendada para as 14h30 do “dia 4 de abril”.

o ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro será ouvido na mesma comissão na próxima sexta-feira, 24 de março, da parte da tarde.

No XIX Governo, António Pires de Lima foi ministro da Economia entre 2013 e 2015, enquanto Sérgio Monteiro foi secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre junho de 2011 e outubro de 2015, lidando com dossiês como as privatizações da TAP, da ANA e dos CTT.

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Euribor sobe a três meses para novo máximo e fica acima de 3% pela primeira vez desde 2008

  • Lusa
  • 22 Março 2023

A taxa Euribor subiu a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira, no prazo mais curto para um novo máximo e pela primeira acima de 3% desde dezembro de 2008.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira, no prazo mais curto para um novo máximo e pela primeira acima de 3% desde dezembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou, ao ser fixada em 3,468%, mais 0,146 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado a 9 de março. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado a 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, também subiu esta quarta-feira, para 3,214%, mais 0,143 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também a 9 de março. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou, ao ser fixada em 3,002%, mais 0,094 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, a 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado a 2 de fevereiro e a 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Pizarro responde a sondagem com “falta de perceção” das pessoas sobre benefícios da reforma do SNS

  • Mariana Marques Tiago
  • 22 Março 2023

Governo continua a ser visto como culpado da situação da Saúde no país. Ministro já reagiu: "Não conheço nenhuma reforma na saúde que se tenha tornado popular antes de as pessoas verem como funciona".

Na sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios e o Correio da Manhã, o principal responsável pelo mau funcionamento da saúde em Portugal é o Governo. Manuel Pizarro, ministro da Saúde, diz que é preciso agir com “tranquilidade” e continuar a investir na reforma da saúde como tem sido feito até ao momento.

À questão “De quem é a culpa de toda a atual situação da Saúde em Portugal?”, mais de metade dos inquiridos (65,7%) apontou o dedo ao Governo. Em segundo lugar na lista dos “culpados” estão as administrações hospitalares (20,7%) e, por último, os médicos (3,6%).

Questionado pelos jornalistas sobre o resultado da sondagem, o ministro da Saúde reagiu com naturalidade: “Não conheço nenhuma reforma na saúde que se tenha tornado popular antes de as pessoas verem como funciona. Todas as reformas da saúde são pressionadas pelas pessoas com o risco daquilo que sentem que vão perder e com a falta de perceção daquilo que vão recuperar em troca.”

Apesar de ter “muito respeito pela opinião pública e pela opinião dos especialistas”, Manuel Pizarro diz que é preciso fazer o que for necessário “para organizar um sistema que seja seguro e sustentável”, gerando uma resposta “organizada, estruturada, percetível pelos cidadãos e que gere qualidade e segurança para os utentes e os profissionais”.

Por isso mesmo é “obrigação” do Governo agir com “tranquilidade”. “Não escondo nem diminuo os problemas e dificuldades que temos, mas devo dizer que tenho a certeza que o SNS cá estará, como sempre, para dar resposta”, assegura.

A sondagem desta quarta-feira clarifica ainda que a anterior ministra da pasta continua a ter boa opinião junto dos portugueses. Marta Temido obteve uma percentagem de popularidade de cerca do dobro do atual ministro. Os dados encontram-se em linha com a sondagem de dezembro do ano passado, onde a imagem de Pizarro já era avaliada de forma negativa e, num “confronto” com Temido, apenas 12% dos inquiridos o consideravam melhor no desempenho do seu papel.

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Construção diz que pacote Mais Habitação ficou “pior” no fim da discussão

  • Ana Petronilho
  • 22 Março 2023

AICOPPN diz que as medidas propostas pelo Governo “têm de ser corrigidas” para que se consiga “contribuir para um melhor investimento e para uma melhor construção”.

O pacote de medidas propostas pelo Governo para o Mais Habitação está “afetado” na sua credibilidade e chegados praticamente ao fim da discussão pública – que termina nesta sexta-feira – o programa previsto “ficou pior do que quando começou”.

Estas são algumas das críticas que Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras públicas (AICCOPN), deixa, em declarações à RTP3, salientando que “é preciso que o investimento tenha confiança e celeridade nos processos” além da redução do IVA para 6% na construção e reabilitação “em todo o território nacional”.

O representante do setor, que já entregou ao Governo o seu contributo no âmbito da consulta pública do documento, alerta ainda que a discussão sobre os problemas na habitação “deve ser séria” e que a forma como está a ser feita “deixa dúvidas” que tenha resultados, num contexto em que “durante anos não se olhou de frente” para o setor.

O presidente da AICCOPN salienta que as medidas propostas “têm de ser corrigidas” para que se consiga “contribuir para um melhor investimento e para uma melhor construção”. Só assim, avisa, se consegue “dotar o país de prédios, que em vez de estarem devolutos, estão a servir as populações e a criar verdadeiramente um mercado de arrendamento”.

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“Teremos uma fábrica de comboios em Portugal”, garante João Galamba

Ministro das Infraestruturas assegura que Portugal voltará a fabricar comboios no âmbito do concurso de compra de 117 automotoras para a CP. Governo está a preparar especialização dos portos nacionais

Mais de duas décadas depois, Portugal vai voltar a ter uma fábrica de comboios. A garantia foi dada pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, na sequência do concurso de compra de 117 automotoras para os serviços suburbanos e regionais prestados pela CP. Em audição parlamentar, o governante adiantou ainda que está a ser finalizada uma nova estratégia para os portos.

“A CP vai reforçar a oferta com 117 novos comboios, garantindo, simultaneamente, uma nova fábrica em Portugal. Podemos dizer, com toda a confiança, que na pior das hipóteses teremos uma fábrica em Portugal“, adiantou João Galamba aos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. A fábrica poderá permitir a criação de até 1.000 postos de trabalho.

“Na melhor das hipóteses, teremos uma fábrica melhor”, acrescentou o ministro em resposta ao deputado do PS Hugo Costa.

O processo de compra destes comboios está na fase final. Restam na competição o consórcio franco-português Alstom/DST, os suíços da Stadler e os espanhóis da CAF. O concurso está avaliado em 819 milhões de euros.

A CP vai reforçar a oferta com 117 novos comboios, garantindo, simultaneamente, uma nova fábrica em Portugal. Podemos dizer, com toda a confiança, que na pior das hipóteses teremos uma fábrica em Portugal

João Galamba

Ministro das Infraestruturas

Além do fornecimento dos comboios, o concurso público dá mais pontos a quem incluir maior incorporação nacional e ainda construir uma unidade de produção junto à oficina de manutenção de material circulante de Guifões. Para já, a Alstom é a única empresa que já se comprometeu em construir uma fábrica de comboios em Portugal, contando para isso com a DST.

No concurso dos 117 comboios, 62 automotoras elétricas serão utilizadas nos serviços suburbanos da CP; as restantes 55 servirão para o serviço regional, substituindo as automotoras UTE 2240, também conhecidas como “Lili Caneças”, por terem sido modernizadas na parte exterior entre 2003 e 2005 mas por manterem a carroçaria original, das décadas de 1970 e 1980.

No serviço suburbano, a Linha de Cascais será contemplada com 34 unidades, substituindo as composições das séries 3150 e 3250, modernizadas no final da década de 1990 mas com carroçaria originária dos anos 1950. Outras 16 automotoras vão reforçar a operação nas linhas de Sintra, Azambuja e Sado; haverá ainda 12 automotoras para reforçar os serviços urbanos do Porto. Haverá ainda a opção para encomendar, até 2028, mais 24 composições para a Grande Lisboa e outras 12 para o Grande Porto.

O vencedor do concurso deverá ser anunciado até ao final do primeiro semestre, praticamente dois anos depois da aprovação em Conselho de Ministros. As primeiras unidades serão entregues em 2026.

Antes disso, a partir de outubro de 2025, vão começar a chegar os 22 novos comboios para o serviço regional. Fabricadas pelos suíços da Stadler, 12 das automotoras serão bimodo (também podem circular em linhas não eletrificadas) e dez são elétricas.

Concurso para bares válido até final do ano

O ministro foi questionado pelos deputados do PCP e do Bloco de Esquerda sobre a situação dos bares dos comboios, na sequência da rescisão do contrato com a ainda concessionária, a empresa Apeadeiro 2020.

João Galamba adiantou que o concurso público internacional de urgência “será válido até ao final deste ano” e que uma das cláusulas do acordo “é o pagamento dos salários de fevereiro e de março”, que ainda não foi recebido pelos 130 trabalhadores. “Tentaremos depois recuperar o dinheiro através de mecanismos legais” junto da empresa Apeadeiro 2020.

Até ao final deste ano, a CP terá de estudar e apresentar contas se gasta mais em contratar uma empresa para prestar este serviço ou internalizar os funcionários. “Não excluímos não recorrer ao outsourcing e defender a integração plena dos trabalhadores”, referiu João Galamba em resposta ao deputado do PCP Bruno Dias.

Nova estratégia para os portos

Ainda na intervenção inicial, o ministro das Infraestruturas adiantou que está a ser finalizada uma nova estratégia para os portos nacionais. Para João Galamba, “os portos devem caminhar para hubs energéticos” e obter emissões zero até 2035.

O pacote de medidas deverá passar pela simplificação administrativa, alteração do limite do prazo das concessões, especialização dos portos, incentivos à captação de investimento e fomento da especialização dos trabalhadores.

(Notícia atualizada às 13h04 com informação relativa aos bares dos comboios)

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EY Global Insurance Outlook de 2023: Como conduzir uma mudança com propósito em tempos incertos

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 22 Março 2023

A crise económica e a guerra na Europa trazem impacto nos produtos, nas carteiras de investimento, no desempenho financeiro e nos planos de crescimento e de transformação das seguradoras.

As crescentes lacunas de proteção, aliadas a uma economia marcada pela incerteza, demonstram que mais pessoas necessitam de seguro contra um conjunto de ameaças crescentes e cada vez mais complexas. Os riscos climáticos e os riscos cibernéticos estão no topo das preocupações para todos os clientes de seguros – desde as maiores corporações às pequenas e médias empresas, como para clientes individuais com menor ou menor aversão ao risco e para os que desejam ter uma vida mais ecológica ou mais digital.

As necessidades dos clientes têm vindo a mudar e as seguradoras que agirem mais rapidamente para satisfazer essas necessidades, desenvolvendo novos modelos de negócio, estarão mais bem posicionadas para navegar numa eventual recessão.

A EY divulgou recentemente mais uma edição do Insurance Outlook, “2023 Global Insurance Outlook, Driving purposeful change in uncertain times”, na qual destaca os seguintes 3 tópicos:

  1. Ambiente macroeconómico e geopolítico turbulento e marcado pela incerteza;
  2. Gap de proteção, com enormes lacunas globais de proteção causadas pela combinação das mudanças climáticas, ameaças cibernéticas e sociais e mudanças demográficas;
  3. O business case para novos modelos de negócio e propostas de valor, que foca a necessidade de novas propostas de valor e soluções, o que representa um convite à inovação e uma oportunidade para as seguradoras restaurarem a sua relevância.

Ambiente macroeconómico e geopolítico turbulento e marcado pela incerteza

As condições económicas desafiadoras e tensões geopolíticas crescentes obrigaram os gestores a prestar atenção às decisões dos bancos centrais em todo o mundo e de líderes políticos em regiões específicas. Embora o setor segurador tenha resistido relativamente bem aos efeitos da pandemia e aos estágios iniciais da interrupção da economia, os desafios persistirão, com diferentes efeitos nas diferentes linhas de negócios.

O mercado de seguros, que evoluía num contexto de inflação baixa, taxas de juro baixas e mercados globais integrados, passou a integrar-se num cenário de inflação crescente, taxas de juros mais elevadas e aumento do protecionismo. Muitas das alterações profundas ocorreram de forma repentina. No entanto, apesar do contexto menos favorável, as seguradoras não podem simplesmente reduzir ou atrasar os seus programas de transformação em curso.

Os bancos centrais têm-se concentrado em tentar controlar a inflação enquanto a atividade económica global está a desacelerar e as perspetivas futuras permanecem incertas. Os bancos centrais estão empenhados em reduzir a procura e diminuir a inflação, mesmo que as suas ações causem dificuldades acrescidas para as famílias e empresas.

Embora não se trate do primeiro ambiente inflacionário pelo qual o mercado segurador está a atravessar, está a ser, sem dúvida, das mais difíceis e com maiores impactos. Enquanto a inflação e a recessão prejudicarão as seguradoras com custos de sinistros mais elevados e redução da procura, as taxas de juros mais altas podem gerar ganhos favoráveis resultantes de melhores retornos de investimento. Estes retornos exigirão, no entanto, tomadas de decisão corajosas por parte das seguradoras, apostando em investimentos com coberturas cuidadosas e procedendo a ajustamentos nas suas políticas de gestão de ativos e passivos (ALM).

Algumas seguradoras estão a procurar otimizar as suas alocações de ativos e a diversificar as carteiras de investimento para ativos de menor risco e retornos mais elevados. Esta otimização deve encontrar o equilíbrio necessário para assegurar o adequado matching entre os ativos e as responsabilidades das seguradoras, cuja exposição às movimentações das taxas de juro podem impactar a margem de lucro e as reservas de capital. As seguradoras de Vida também irão beneficiar dos valores descontados das responsabilidades e, se as taxas de juros permanecerem altas no longo prazo, o interesse dos consumidores por produtos com garantida de taxa continuará a aumentar.

As grandes seguradoras também devem observar cuidadosamente os desenvolvimentos no mercado de InsurTech, que tem sido uma fonte de concorrência e inovação. Quedas significativas nas avaliações da InsurTech podem abrir oportunidades de novas aquisições e parcerias.

No âmbito desta temática do ambiente macroeconómico, são listadas no referido Insurance Outlook de 2023 algumas ações imperativas para as seguradoras, destacando-se a necessidade de:

  • Modelizar o impacto da inflação e da recessão com recurso a uma variedade de métricas, tais como custos com sinistros e custos com os trabalhadores, procura dos clientes, preços do consumidor, indicadores sistémicos, preços de ações;
  • Desenvolver múltiplos cenários macroeconómico e geopolíticos para 2023-24, incorporando todos os principais mercados globais, com um conjunto amplo de pressupostos para se antecipar desenvolvimentos inesperados e consequências não intencionais;
  • Monitorizar a liquidez e as avaliações de ativos para informar estratégias de hedging e aperfeiçoar as políticas de ALM;
  • Reequilibrar e diversificar a carteira de investimentos, com o objetivo de mudar para ativos de maior rendimento.
  • Reavaliar a avaliação de ativos com base em custos crescentes e redefinir os limites da política para refletir maiores custos de reposição e mão de obra;
  • Desenvolver produtos mais atrativos para vida
  • Avaliar oportunidades de parceria e aquisição com base em avaliações decrescentes para InsurTechs e flutuações cambiais.
Dora Leal | Director | Business Consulting Financial Services – Risk & Actuarial Services

Gap de proteção

Na sequência da pandemia, da agitação social e da ocorrência de mais desastres naturais, os consumidores e as empresas nunca estiveram tão conscientes da sua necessidade de proteção. Existe uma enorme e crescente lacuna de proteção, nomeadamente ao nível da poupança para a reforma, dos seguros de vida e dos seguros de saúde (perante a tendência demográfica com uma longevidade aumentada), como também de coberturas de proteção dos riscos climáticos e dos riscos cibernéticos.

Reduzir os gaps exigirá que as seguradoras reflitam e ajam de maneira diferente, lançando novos produtos e serviços distintos, com novos modelos de subscrição e através de novos canais de distribuição. O foco do lado da procura centra-se na acessibilidade, consciencialização, no apelo e na confiança. Já do lado da oferta, a preocupação está centrada nos custos de transação, seleção adversa e nos limites de segurabilidade.

Adicionalmente, as seguradoras devem avaliar as oportunidades em relação a pools de risco chave, representando dois dos pilares essenciais do Environmental, Social and Governance (ESG):

  1. as catástrofes ambientais e risco climático na componente do “E”;
  2. os riscos sociais, incluindo assistência médica e mortalidade, juntamente com o risco cibernético, na componente do “S”.

Dada a dimensão e complexidade destes riscos, o setor segurador não poderá assumi-los por conta própria, sendo necessárias parcerias público-privadas nos casos em que o seguro é demasiado caro ou mesmo impossível. Tomar ações agora pode ajudar as seguradoras a prepararem-se para o evento pouco provável de as entidades Governamentais lhes pedirem para assumir mais responsabilidades nas coberturas de riscos cibernéticos e climáticos futuros.

Um estudo recente da EY com os diretores de riscos de seguros (CROs) na região da Europa, Médio Oriente, Índia e África identificou que os riscos climáticos são a sua principal prioridade para o próximo ano. Mas, enquanto os CROs e outros líderes seniores de seguros estão focados em riscos climáticos, executivos de negócios de outros setores não partilharam o mesmo sentido de urgência, destacando potenciais crises de dívida, como maiores preocupações.

No que à lacuna de proteção respeita, o Insurance Outlook destacou as seguintes ações imperativas para as seguradoras a curto prazo, sublinhando as necessidades de:

  • Educar o público sobre a dimensão do gap de proteção e a ameaça que a mesma representa, bem como o valor do seguro e o propósito histórico da atividade seguradora;
  • Alinhar o propósito organizacional aos planos de inovação, desenvolvimento de novos produtos e estratégias de crescimento;
  • Envolver-se ativamente com reguladores, grupos da indústria e outras partes interessadas para promover o desenvolvimento de soluções para riscos climáticos e outros riscos de grande escala;
  • Desenvolver ofertas de produtos sob medida para atender à poupança para a reforma e às lacunas de proteção de saúde para segmentos específicos de clientes;
  • Envolver-se com grupos da indústria para refinar e conduzir a adoção de indicadores de desempenho específicos para seguros e padrões de relatórios para ESG e para a criação de valor de longo prazo;
  • Eliminar passos desnecessários nas aplicações e processos de venda e simplificar a estrutura dos produtos para serem mais fáceis de encontrar, avaliar e comprar
  • Reformular os processos e critérios de subscrição para políticas de design e preços para clientes comerciais a transitar para operações de baixo carbono.

Business case para novos modelos de negócio e propostas de valor

A inovação em seguros num futuro próximo não será apenas sobre quais os produtos que as seguradoras irão vender, mas sim o valor que as seguradoras fornecem e os modelos de negócio que adotam para a criação desse valor. O estudo da EY refere que novas propostas de valor e de modelos de negócios variam de acordo com as linhas de negócios.

Nos seguros de Vida, o bem-estar financeiro é o que os clientes desejam, o que significa que as seguradoras devem atuar como consultoras, fornecendo orientação confiável e opções para ajudar os segurados a atingir os seus objetivos.

Em linhas de negócio de Não Vida, com mais proteção a ser garantida automaticamente através de ofertas incorporadas e baseadas na utilização do seguro, a qualidade do serviço e a experiência geral torna-se muito mais importante do que a própria transferência de risco. As seguradoras passarão a fornecer acesso a agentes e aconselhamento humano, mas também um acesso personalizado com recurso a aplicações personalizadas e digitalmente habilitados, na medida em que plataformas e experiências serão o foco para a grande maioria das interações.

O estudo refere que no survey bianual EY Tech Horizon da atividade seguradora, os entrevistados indicaram como os dois principais objetivos de seus programas de transformação “atender às mudanças na procura dos clientes” e “melhorar a qualidade dos produtos e serviços”.

Assim, as soluções de seguros mais vendidas do futuro integrarão proteção com prevenção de riscos e outros serviços de valor agregado. Isto porque os consumidores estão mais interessados em reduzir os seus riscos do que na gestão das suas perdas.

Os seguros estarão disponíveis numa diversidade de formas e em mais lugares do que nunca, incluindo no metaverso, em sites de e-commerce e em pontos de venda em quase todos os ambientes imagináveis. Nesta linha condutora, antecipam-se também mais parcerias entre bancos, gestoras de ativos e outros instituições financeiras, FinTechs, plataformas tecnológicas, fornecedores de software.

Neste último ponto da publicação do Insurance Outlook, foram evidenciadas várias ações imperativas para as seguradoras, das quais destacamos a premência de:

  • Identificar mecanismos e fontes externas de dados para acompanhar a evolução das necessidades dos clientes e as mudanças do mercado;
  • Desenvolver reconhecimento de padrões e geração de insights para explorar armazenamentos de dados internos e segmentar os clientes para tornar o produto mais adequado às necessidades;
  • Criar propostas de valor e experiências para capturar a procura por novas proteções e atividade em novos canais de distribuição;
  • Construir business cases para novos modelos de negócio com base em métricas quantitativas, como ganhos de participação de mercado, custos de aquisição de clientes e redução de custos;
  • Procurar novos parceiros para ofertas incorporadas e estratégias de ecossistema, começando com InsurTechs, empresas de tecnologia e fornecedores alternativos de capital;
  • Digitalizar as principais operações de back-office para otimizar custos através de uma maior eficiência, agilidade organizacional e flexibilidade operacional.

Caso pretenda ter uma visão mais detalhada sobre como estão as grandes seguradoras internacionais, desde seguradoras mais tradicionais, InsurTechs, Start-ups e players não tradicionais, a procurar soluções únicas que combinam a proteção convencional com a prevenção de riscos e outros serviços de alto valor, recomendo a leitura integral da publicação da EY.

Dora Leal | Director | Business Consulting Financial Services – Risk & Actuarial Services

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Gamers dispostos a consumir publicidade dentro dos jogos

74% dos jogadores não se importam de assistir a publicidade, caso recebam uma recompensa. 55% dos inquiridos gostavam de ter mais oportunidades para contactar diariamente com este tipo de anúncios.

Há mais gamers do que nunca dispostos a consumir anúncios dentro dos jogos. Os jogadores estão cada vez mais confortáveis com a presença de marcas dentro dos jogos, principalmente quando esta confere a possibilidade de jogar gratuitamente ou oferece recompensas.

A conclusão é do Comscore’s 2023 State of Gaming Report, que questionou mais de quatro mil jogadores norte-americanos, entre os 18 e os 65 anos, sobre a presença de publicidade nos jogos e sobre anúncios durante transmissões em livestream.

De acordo com o estudo, apenas um terço dos jogadores considera que a publicidade impacta negativamente a experiência de jogo, sendo que a menor percentagem de jogadores a pensar que existe um impacto negativo são os que jogam através do telemóvel (23%), seguindo-se os jogadores de consola (31%). A maior percentagem prende-se com quem joga através do computador (35%).

Além disso, 74% dos jogadores não se importam de ver publicidade, caso recebam uma recompensa por isso. Cinquenta e cinco por cento dos inquiridos responderam, inclusive, que gostavam de ter mais oportunidades de assistir diariamente a publicidade com recompensas.

A Scuti, exemplifica a Digiday, chegou a implementar uma ferramenta que dava a possibilidade aos jogadores de consumirem anúncios nos jogos em troca de pontos que podiam ser gastos tanto no mundo real como dentro do jogo, apenas para descobrir entravam no jogo para assistirem à publicidade, sem sequer chegarem a jogar.

Já quanto ao conteúdo relacionado com a transmissão livestream de jogos, a percentagem maior de inquiridos (39%) respondeu que seis a 10 minutos seria demasiado tempo de publicidade numa hora de livestream. Vinte e um por cento dos inquiridos responderam que três a cinco minutos seria demasiado tempo de publicidade, a mesma percentagem que considerou que 11 a 15 seria demasiado tempo. Já 13% dos questionados consideram que 16 minutos seria demasiado tempo alocado à publicidade, enquanto 7% consideram que até entre um e dois minutos já seria tempo a mais.

Recorde-se, a título de exemplo, que em Portugal o tempo destinado à publicidade não pode exceder 20% por hora nos canais generalistas – ou seja, 12 minutos – e 10% nos canais de acesso condicionado. Na RTP1 o limite também é de seis minutos por hora.

O estudo realizado pela Comscore deu ainda a conhecer que 55% dos jogadores consideram que a presença de anúncios de produtos faz com que a experiência de jogo pareça mais real, isto numa altura em que esta tendência se tem massificado em diversos jogos e plataformas, como a Roblox. Esta plataforma anunciou recentemente uma mudança de política no seu padrão de anúncios, visando aumentar a transparência em redor dos anúncios e amenizar as preocupações quanto à segurança dos mais jovens dentro desta plataforma do metaverso.

As informações foram recolhidas em novembro de 2022.

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