Neeleman justifica negócio da entrada na TAP. “Era uma empresa falida”

  • ECO
  • 10 Março 2023

Neeleman considera ainda que o Governo de António Costa empurrou a TAP para “um plano duríssimo de resgate e reestruturação” por “motivações ideológicas”.

David Neeleman diz que, quando entrou na TAP em 2015, numa privatização feita pelo Governo de gestão de Pedro Passos Coelho, a companhia aérea “se encontrava numa situação financeira de absoluta emergência”. “Era uma empresa falida, completamente descapitalizada, sem tesouraria e em risco de não conseguir pagar salários”, justifica o empresário norte-americano, num artigo de opinião publicado no Expresso.

Neeleman considera ainda que o Governo de António Costa empurrou a TAP para “um plano duríssimo de resgate e reestruturação” por “motivações ideológicas” e afirma que os termos das negociações que fez com a Airbus foram sempre do conhecimento dos governos, quer do PSD, quer de Costa.

O empresário defende também a sua passagem pela companhia, apontando que “em resultado dos quase cinco anos” da sua “gestão executiva na TAP até à Covid-19, a companhia não precisou de um euro do Estado português e diminuiu brutalmente a exposição do Estado à dívida da TAP pré-privatização”.

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Hoje nas notícias: supermercados, TAP e Novobanco

  • ECO
  • 10 Março 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo está a estudar alterações à lei para fixar um limite para as margens de lucro se os preços dos produtos alimentares essenciais não baixarem nas próximas semanas. Só depois de ter demitido a CEO e o chairman da TAP é que o Ministério das Finanças contactou advogados para ajudar a reforçar a “justa causa”. David Neeleman conta, num artigo de opinião no Expresso, que a TAP era “uma empresa falida” em 2015. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Governo força supermercados a baixar preços

O Executivo está a estudar várias medidas para o caso de os supermercados não baixarem os preços nas próximas semanas. Segundo avança o Expresso, o Governo pondera, por exemplo, vir a fixar — mesmo que excecionalmente e com caráter temporário — um limite para as margens de lucro de produtores, indus­triais e distribuidores. O inspetor-geral da ASAE reconhece que o facto de não existir qualquer valor definido como teto máximo dificulta o combate à especulação. “Para a ação inspetiva, seria mais linear se houvesse margens predefinidas”, afirma Pedro Portugal Gaspar.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Medina ainda procura justa causa já depois de demitir CEO da TAP

Os ministros das Finanças e das Infraestruturas anunciaram na segunda-feira que a CEO e o chairman da TAP eram demitidos por “justa causa”. Porém, segundo o Jornal Económico, somente depois dessa conferência de imprensa é que Fernando Medina procurou sustentar juridicamente a decisão, ao auscultar vários escritórios de advogados com vista a acautelar a fundamentação da “justa causa” que se antecipa agora ser dirimida em tribunais por Christine Ourmières-Widene e Manuel Beja.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Neeleman justifica negócio da entrada na TAP. “Era uma empresa falida”

David Neeleman diz que, quando entrou na TAP em 2015, numa privatização feita pelo Governo de gestão de Pedro Passos Coelho, a companhia aérea “se encontrava numa situação financeira de absoluta emergência”. “Era uma empresa falida, completamente descapitalizada, sem tesouraria e em risco de não conseguir pagar salários”, justifica o empresário norte-americano, num artigo de opinião publicado no Expresso. Neeleman considera ainda que o Governo de Costa empurrou a TAP para “um plano duríssimo de resgate e reestruturação” por “motivações ideológicas” e afirma que os termos das negociações que fez com a Airbus foram sempre do conhecimento dos governos, quer do PSD, que de Costa.

Leia o artigo de opinião completo no Expresso (acesso pago)

Fechar acordo para injeções “seria oportuno”, diz CEO do Novobanco

O presidente executivo do Novobanco gostaria de fechar o Mecanismo de Capital Contingente (CCA) que originou as injeções do Estado desde 2017, defendendo que tal seria “oportuno” e “muito positivo para o banco”. “O ruído desapareceria para uma situação em que o banco é visto como um negócio independente”, defende Mark Bourke.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Helena Carreiras: “Faltam-nos munições e equipamentos para operar os meios, porque desinvestimos”

A ministra da Defesa aponta que a revisão da Lei de Programação Militar “vai pôr o foco na manutenção, na sustentação e na modernização dos meios”. Ainda assim, admite que a operacionalidade dos meios militares “nunca é 100%”, assumindo que há défices de reservas de guerra. “Faltam-nos munições, faltam-nos equipamentos variados para poder operar os meios que temos, precisamente porque desinvestimos”, diz.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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Wall Street cai mais de 1% com nervosismo na banca

  • ECO
  • 10 Março 2023

Ao longo desta sexta-feira, 10 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Toma-se mais decisões baseadas no coração do que na razão. Como gerir emoções no trabalho

Entender a exigência emocional em que os seus colaboradores estão envolvidos é o primeiro passo para criar um ambiente de trabalho mais positivo e, consequentemente, mais produtivo.

Se estamos a decidir mais com a emoção do que propriamente com a razão, como sugere o recente estudo “Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho”, da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), não será hora dos líderes e gestores investirem na gestão das emoções no local de trabalho? Entender a exigência emocional em que os colaboradores estão envolvidos é o primeiro passo para criar um ambiente de trabalho mais produtivo.

“As emoções desempenham um papel em todos os aspetos da nossa vida, incluindo o local de trabalho. De facto, as emoções podem ter um impacto poderoso no comportamento organizacional e na comunicação. Por exemplo, emoções positivas como a felicidade e a gratidão podem levar a uma maior cooperação e trabalho de equipa. Por outro lado, as emoções negativas como raiva e a ansiedade podem levar a conflitos e a mal-entendidos”, começa por explicar a psicóloga Cristina Pereira, membro da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), ao ECO Pessoas.

Segundo o estudo da OOP, é mais provável que tomemos decisões baseadas na emoção do que na razão, “o que significa que a gestão das emoções no local de trabalho é essencial para a tomada de decisões sólidas”, considera Cristina Pereira. “Ao compreender e reconhecer o papel que as emoções desempenham no local de trabalho, podem ser criados ambientes de trabalho mais saudáveis e positivos.”

Algo que evitaria — ou, pelo menos, minimizaria — os problemas relacionados com o stress e a saúde mental dos trabalhadores, que resultam, muitas vezes, em absentismo, presentismo e quebras de produtividade com custos para as empresas. Custos que continuam a aumentar. No ano passado resultaram em perdas até 5,3 mil milhões de euros às empresas portuguesas, uma subida face aos 3,2 mil milhões estimados no ano anterior, aponta o II Relatório “Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho”.

saude mental nas empresasOs custos “representam já um valor equivalente ao que o Governo gastou em 2021 em medidas para mitigar os impactos da pandemia”, lê-se nesse mesmo estudo. Apostar em saúde mental nas empresas pode reduzir as perdas em, pelo menos, 30%.

Para criar um ambiente de trabalho emocionalmente positivo, é essencial que os gestores e lideranças — que desempenham um papel fundamental no bem-estar dos colaboradores, influenciando na mesma proporção que um parceiro, e mais ainda do que um terapeuta ou psicólogo — considerem a prevenção, a promoção do bem-estar e a implementação estratégica de mudanças que assegurem práticas organizacionais centradas no bem-estar e na sustentabilidade.

Áreas de ação que a OPP defende que passarão pela “intervenção dos psicólogos e psicólogas nas organizações, através da consultoria e assessoria às lideranças, em prol da saúde ocupacional”.

Para começar já a trabalhar num espaço de trabalho mais saudável e a gerir melhor as emoções das suas pessoas, ficam os conselhos da psicóloga ouvida pela ECO Pessoas:

1. Crie uma cultura de valorização

Cabe ao líder garantir que os seus trabalhadores se sentem apoiados e valorizados. “Quando os trabalhadores sentem emoções positivas no trabalho, é mais provável que se sintam motivados a dar o seu melhor”, explica a especialista.

2. Contribua para aliviar a carga emocional

“Os gestores/lideranças podem ajudar a aliviar a carga emocional, estando atentos à cultura do local de trabalho. Podem criar oportunidades para discussão aberta das suas experiências emocionais e darem apoio quando necessário. Se conceptualizarem o trabalho e tomarem medidas para gerir o bem-estar enquanto cultura interna organizacional, os gestores/lideranças apoiarão melhor o desempenho e produtividade dos seus trabalhadores.”

A empresa de tecnologia indiana Softgrid Computers, por exemplo, criou um software que indica quando é que o horário de trabalho chegou ao fim, avisando os trabalhadores que está hora de irem para casa. O programa está equipado com um sistema de notificações, surgindo um alerta assim que o turno termina com a mensagem: “O sistema vai encerrar dentro de dez minutos. Por favor, vá para casa!”. Mas veja aqui outros exemplos de boas práticas.

3. Fomente a cultura de apoio entre colegas

A cultura de apoio deve ser promovida também entre os próprios colegas de trabalho. “Alimenta níveis mais elevados de retenção e compromisso para com a organização. Por outro lado, o stress em excesso prejudica a memória, atenção, controlo de impulsos e flexibilidade mental”, alerta.

4. Invista na inteligência emocional

“É caso para dizer que na era da inteligência artificial, a inteligência emocional ‘ainda é o que era’, e mantém a sua relevância. A capacidade de estar consciente e gerir as próprias emoções, bem como as emoções dos outros, envolvendo autoconsciencialização, empatia e autorregulação, vai além das capacidades cognitivas, na compreensão e na gestão dos sentimentos. Pessoas emocionalmente inteligentes são capazes de criar um ambiente de trabalho mais produtivo e positivo.”

Medidas com resultados

As organizações revelam-se como um dos principais contextos para a promoção do bem-estar e da saúde psicológica, que pode traduzir-se em inúmeros benefícios, não só para os trabalhadores, mas também para os empregadores, através do aumento do compromisso, da motivação e satisfação com o trabalho; aumento da produtividade; menos tempo de trabalho perdido devido ao absentismo e respetiva redução de custos.

“A investigação demonstra, consistentemente, que quando as trabalhadoras e os trabalhadores se sentem apoiados e valorizados tendem a apresentar níveis mais elevados de bem-estar; níveis mais elevados de desempenho, concentração e motivação; níveis mais elevados de envolvimento e compromisso com os objetivos da organização. Diminuição dos problemas (e custos) de saúde física associados com o stresse ocupacional, como as doenças cardíacas, as dores nas costas, as dores de cabeça, as perturbações gastrointestinais. Diminuição dos problemas (e custos) de saúde psicológica associados com o stresse ocupacional, como a depressão, a ansiedade, a perda de concentração e a dificuldade em tomar decisões. Diminuição dos conflitos laborais e da violência no local de trabalho, assim como aumento das relações e clima positivo laborais”, elenca ainda a psicóloga.

As atitudes adotadas relativamente à saúde psicológica podem fazer uma grande diferença nas organizações, nomeadamente para os trabalhadores que experienciam problemas de saúde psicológica.

Cristina Pereira

Psicóloga e membro da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses

No caso das pessoas que experienciam um problema de saúde psicológica, manter-se a trabalhar com o apoio da organização pode ajudar a construir a autoestima, confiança e competências de coping, assim como promover a inclusão social. “Ao mesmo tempo, a organização vincula competências e experiência valiosa, evitando custos de formação e contratação de novos trabalhadores”, diz.

“As atitudes adotadas relativamente à saúde psicológica podem fazer uma grande diferença nas organizações, nomeadamente para os trabalhadores que experienciam problemas de saúde psicológica.”

Boas práticas para os colaboradores

Cristina Pereira deixa ainda algumas recomendações de boas práticas que podem ser adotadas por parte dos funcionários, que podem (e devem) colaborador em todo o processo.

  • Encorajar e participar na comunicação aberta entre colegas e gestores/lideranças, nomeadamente quando surgem problemas e é necessário encontrar soluções; Partilhar a própria experiência de um problema de saúde psicológica e mostrar-se disponível para ouvir a experiência de colegas;
  • Denunciar situações de discriminação assédio violência e bullying;
  • Cooperar com as políticas e procedimentos do local de trabalho na criação de um local de trabalho saudável apoiando e participando nas iniciativas que procuram melhorar a saúde psicológica e o bem-estar no trabalho (desde o preenchimento de questionários de avaliação da saúde psicológica e do bem-estar no local de trabalho à participação em ações de formação e prevenção).

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Pagamentos às agendas mobilizadoras vão totalizar 153 milhões do PRR nos próximos dias

Consórcios das agendas mobilizadoras já receberam 91 milhões e vão receber mais 62 milhões de euros, porque já foram dadas 62 ordens de pagamento, revelou ao ECO Pedro Cilínio.

Nos próximos dias, os promotores das agendas mobilizadoras vão receber um total 153 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, avançou ao ECO o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio.

Até ao presente, já foram pagos 91 milhões de euros aos vários consórcios das agendas mobilizadoras. Mas, nos próximos dias, este valor subirá para 153 milhões de euros, porque já foram dadas 62 ordens de pagamento, revelou o responsável. Será nos próximos dias porque, entre a ordem de pagamento e as verbas chegarem efetivamente às contas bancárias dos beneficiários, existe sempre algum desfasamento, tendo em conta os procedimentos administrativos necessários.

O objetivo do Executivo é que os projetos aprovados no âmbito das agendas mobilizadoras recebam 187 milhões de euros, até ao início deste mês de março, ou seja, o dobro do que foi pago até agora. A meta foi anunciada pelo ministro da Economia, em fevereiro, numa conferência de imprensa sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em resposta às recomendações da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) da bazuca.

“Até agora, estão pagos 91 milhões de euros. No início de março, vamos chegar aos 187 milhões de euros. O Ministério da Economia está em contacto estreito com as empresas. O que queremos é fazer chegar o dinheiro o mais depressa possível a todo o sistema empresarial para os consórcios começarem a funcionar”, disse António Costa Silva. Este aumento resulta do objetivo de aumentar o valor do adiantamento que as agendas recebem: em vez de 13% do valor do projeto passam a receber 23%.

Esta medida foi anunciada pelo secretário de Estado da Economia em Milão. “Uma das medidas que estamos a implementar é aumentar o nível de adiantamento em mais dez pontos, para que todas as Agendas tenham um volume adicional de verbas para arrancarem os seus investimentos”, explicou Pedro Cilínio.

Esta era, precisamente uma das recomendações da CNA para ajudar a executar a bazuca. Uma execução que de acordo com os dados de 1 de março se traduz no pagamento de 1,51 mil milhões (9%) aos beneficiários finais do PRR.

 

No âmbito do PRR há 53 agendas mobilizadoras aprovadas – mais duas depois de analisadas as contestações dos consórcios que ficaram de fora da primeira seleção. O ministro da Economia anunciou a 24 de fevereiro estão 23 agendas “assinadas e a arrancar e mais 23 que vão ser concluídas nos próximos dias e faltam sete que têm problemas, sobretudo relacionados com a mudança do âmbito inicial dos projetos”.

As agendas mobilizadoras tinham inicialmente uma dotação de 930 milhões, mas o primeiro-ministro garantiu que este apoio seria de três mil milhões na apresentação pública dos 51 projetos inicialmente selecionados pelo júri. A ministra da Presidência, no Parlamento, já especificou que os 1,6 mil milhões adicionais do PRR – que resultam de uma parte da distribuição das subvenções do PRR dependerem da variação do PIB em 2020 e 2021 – não vão ser utilizados na totalidade para financiar as agendas mobilizadoras.

Mas o primeiro-ministro também já revelou que Portugal está a ponderar usar uma fatia adicional dos empréstimos da bazuca para fazer face ao agravamento dos preços que tornaram muitos dos objetivos definidos no âmbito do PRR impossíveis de cumprir sem um reforço de verbas. Empréstimos que se tornaram agora mais atrativos com a subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, como sublinhou o presidente da CNA, Pedro Dominguinhos.

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Moldes travam “despiste” nas exportações ao fim de quatro anos

Retoma do setor automóvel, que pesa 80%, interrompe ciclo negro iniciado em 2017, em que perdeu um quarto do negócio. Fábricas de moldes empregam 10.400 pessoas e faturam mais de 600 milhões de euros.

Depois de quatro anos consecutivos a perder negócio, a indústria portuguesa de moldes interrompeu em 2022 este ciclo prolongado de quebras nas exportações, que representam 84% do total da produção, avaliada em 605 milhões de euros. “Estamos a crescer novamente”, desabafa Nuno Silva, vice-presidente da CEFAMOL, a associação de um setor que continua a ocupar um lugar de destaque (8.º no mundo e 3.º na Europa) entre os principais fabricantes de moldes para injeção de plásticos.

De acordo com os dados facultados ao ECO, as vendas ao exterior, num total de 87 países, ascenderam a 505,4 milhões de euros no ano passado, ficando 1,4% acima do registo de 2021. Apesar de ter conseguido estancar as perdas, esta indústria constituída atualmente por quase 500 empresas, concentradas sobretudo nas regiões de Oliveira de Azeméis e da Marinha Grande, está ainda 25% abaixo do máximo histórico verificado em 2017, quando exportou 671,8 milhões de euros.

Foi em meados da última década que as construtoras automóveis começaram a ter “algumas dificuldades de rentabilidade” e a reestruturar a oferta, reduzindo o número de modelos. “Para nós não importa muito se fazem 10 ou 100 milhões de um veículo; desde que exista um novo modelo, temos trabalho”, lembra Nuno Silva, que desvaloriza a subida das importações de 142,3 milhões para 161 milhões de euros no ano passado.

Foi também nessa altura que surgiu o escândalo com a Volkswagen, relacionado com a falsificação de resultados de emissões poluentes em motores a diesel, e que várias marcas começaram a agrupar-se, num movimento de concentração. A par da “concorrência asiática muito feroz, essencialmente do mercado chinês”, tudo isto fez com que a indústria nacional ficasse “com muito menos trabalho e que os preços descessem drasticamente no mercado”.

As marcas europeias e americanas começaram a tomar medidas para não ficarem tão dependentes dos mercados asiáticos. Ainda estão é na fase de quererem produzir cá com o preço da Ásia, e isso é muito difícil.

Nuno Silva

Vice-presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes

Esse movimento já foi travado? O porta-voz da CEFAMOL acredita que sim, perspetivando um novo crescimento na ordem dos 3,5% no final deste ano. É que a concorrência chinesa ainda está a lidar com a maior dificuldade no fornecimento, em virtude da pandemia, e a indústria automóvel, que pesa quase 80% no volume de negócios do setor, “está novamente a crescer, incluindo em número de modelos e de projetos colocados no mercado”.

“Para nós, não é importante se é elétrico ou híbrido. Interessa é que existam modelos novos porque todos eles têm peças. É evidente que os modelos elétricos têm menos componentes, mas a diferença para nós, para o plástico que é usado, não é assim tão grande”, salvaguarda Nuno Silva. Por outro lado, as marcas europeias e americanas “começaram a tomar medidas para não ficarem tão dependentes dos mercados asiáticos”. “Ainda estão é na fase de quererem produzir cá com o preço da Ásia, e isso é muito difícil”, acrescenta.

A lista de melhores mercados externos para os moldes made in Portugal continuou a ser comandada pela Alemanha, pela Espanha e pela França. O vice-presidente da associação setorial, que é administrador executivo da Moldit – sediada em Oliveira de Azeméis, a produtora de moldes e plásticos de injeção pertence ao grupo Durit, emprega 300 pessoas e fatura cerca de 30 milhões de euros por ano –, antecipa que este trio vai manter esse nível de representatividade. Porém, é nos Estados Unidos e no México, que têm uma quota muito mais reduzida, que mais está a crescer.

Para um setor que tem “um nível de poder baixíssimo sobre os clientes da indústria automóvel” e que aposta na consolidação empresarial para equilibrar os argumentos negociais, outro dossiê em cima da mesa é o da maior diversificação no que toca às indústrias para as quais trabalha. Nuno Silva sublinha ao ECO que esse esforço não é passar [o peso do automóvel] de 80% para 60% ou para 50%, que é muito difícil”, mas “conseguir mais 2% ou 3%” nos outros setores.

“Não há mercado suficiente. Enquanto no automóvel temos peças para um modelo e, passados três anos, já estamos a fazer para outro do mesmo segmento e da mesma marca, quando se faz um molde para uma embalagem ou para uma cadeira de bebé, normalmente esse molde trabalha anos a fio. Há uma dinâmica de rotação muito menor”, explica o gestor.

Por outro lado, continua, é preciso que a indústria “não se fique exclusivamente pela produção do molde, mas que seja integradora e cresça na cadeia de fornecimento, a montante e a jusante”. “É muito importante participar no desenvolvimento do produto, na engenharia do produto. E depois na produção, nomeadamente de plásticos. Hoje temos cada vez mais empresas a fazer injeção, exatamente para resolver esse problema. Essa é a solução para este não se tornar num setor meramente subcontratado”, adverte Nuno Silva.

Nuno Silva, vice-presidente da CEFAMOL

Empregando cerca de 10.400 pessoas, a escassez de mão-de-obra é também um “tema difícil” para a indústria de moldes quando precisar de crescer, até porque “um colaborador qualificado demora, no mínimo, cinco anos a começar a produzir com qualidade”. Sendo o nível de qualificação dos trabalhadores “altíssimo”, as fábricas de moldes “trabalham com salários muito acima daquilo que é a prática da indústria em Portugal”.

Já numa fase como a que atravessou nos últimos anos, em que o mercado emagreceu fortemente com a reestruturação da indústria automóvel e depois com a pandemia de Covid-19 e com o início da guerra na Europa, as empresas “sofreram muito”, mas optaram por fazer “um grande esforço para manter os seus quadros – porque se os perderem, depois vão demorar muito tempo a recuperar” a capacidade de produção.

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Amadora é o concelho mais difícil para arrendar casa

Apesar das rendas dos novos contratos terem subido a um ritmo abaixo da média nacional, os baixos salários dos amadorenses continuam a tornar o arrendamento de uma casa no concelho um enorme desafio.

A dificuldade em encontrar casa não se resume somente a quem quer comprar casa nova. A subida galopante das taxas de juro e dos preços do imobiliário foi também acompanhada por uma forte subida dos preços do arrendamento nas maiores cidades do país.

De acordo com os últimos dados do Confidencial Imobiliário, entre 2019 e 2022 o preço do metro quadrado dos novos contratos de arrendamento subiu, em média, 35% em Portugal. Só no último ano, o valor das novas rendas aumentaram, em média, 20%. Significa que se em 2021 um imóvel com 100 metros quadrados era arrendado por 990 euros, no ano passado o preço subiu para 1.190 euros.

Entre os concelhos mais populosos, Barcelos foi o que registou a maior subida dos preços do arrendamento entre 2021 e 2022, com as novas rendas a dispararem 39%. No entanto, está longe de ser o concelho onde é mais difícil arrendar casa, porque a diferença entre os salários dos seus residentes e o preço das rendas no concelho minhoto não é das mais elevadas. Esse “galardão” pertence à Amadora há pelo menos cinco anos.

De acordo com cálculos do ECO, a renda de uma casa de 100 metros quadrados na Amadora é equivalente a 68% do rendimento médio líquido mensal de um agregado familiar residente no concelho (cerca de 1.431 euros). Desde 2019 que a taxa de esforço das famílias amadorenses se situa acima dos 60% para situações com estas características. Em mais nenhum concelho se verifica um estrangulamento tão grande no rendimento das famílias que procurem casa no mercado de arrendamento no seu concelho, tanto hoje como nos últimos cinco anos.

Isto deve-se não apenas a uma subida do preço das rendas, que só no último ano disparou 13% (e mesmo assim ficou abaixo da média nacional), mas a uma atualização muito ténue de apenas 2,3% dos salários entre 2021 e 2022.

Não muito longe da dificuldade encontrada pelos residentes da Amadora em encontrarem uma casa para arrendar no seu concelho estão os cascalenses. Segundo cálculos do ECO, a taxa de esforço média exigida a uma família residente em Cascais para arrendar uma casa de 100 metros quadrados é de 67%. Em 2018 não ia além dos 55%.

Também em Cascais o preço das rendas subiu a uma velocidade muito mais elevada que os salários: em média, as rendas aumentaram 4,3 vezes mais que os salários dos cascalenses entre 2018 e 2022.

Num patamar abaixo surgem os concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra, que exigem taxas de esforço entre 60% e 63% às famílias que procurem arrendar uma casa de 100 metros quadrados nos seus concelhos e que aufiram rendimentos equivalentes à média dos seus residentes.

A disparidade no ritmo de subida do preço das rendas face ao aumento salarial dos residentes não é uma dinâmica exclusiva da Amadora ou Cascais. É uma dinâmica transversal a todos os concelhos. Atualmente, apenas Viseu consegue oferecer aos seus residentes uma taxa de esforço perto dos 33% no arrendamento de um imóvel de 100 metros quadrados.

A solução recai em arrendar casas mais pequenas

Para contornar o aperto financeiro gerado pela subida das rendas nos últimos anos, as famílias que também enfrentam dificuldades em aceder ao crédito à habitação, têm apenas uma solução: procurar casas mais pequenas.

Tomando por princípio que as despesas com a renda da casa não devam exceder um terço do rendimento do agregado familiar (consensualmente vista pelo setor bancário como uma taxa limite de saúde financeira), é preciso fazer algum esforço para encontrar a “casa ideal”.

Na Amadora, por exemplo, uma família com rendimentos equivalentes à média dos residentes do concelho, só consegue arrendar um apartamento incorrendo numa taxa de esforço inferior a 33% caso encontre uma casa com menos de 50 metros quadrados. Isso significa pagar uma renda média de 565 euros, segundo dados do Confidencial Imobiliário.

No Porto, para alcançar este rácio financeiro de equilíbrio, as famílias têm de se contentar com uma área de 60,5 metros quadrados e em Lisboa os imóveis que preenchem os requisitos não podem exceder os 52,5 metros quadrados.

No canto oposto surge Viseu, onde apesar do preço das rendas ter subido 54% entre 2018 e 2022 (o concelho com maior subida neste período), as famílias conseguem arrendar imóveis com cerca de 100 metros quadrados sem que tenham de incorrer num esforço financeiro superior a um terço dos seus rendimentos.

Isto acontece porque tanto o preço do metro quadrado dos imóveis arrendados no ano passado em Viseu era 47% inferior ao preço médio da média do país, como o rendimento dos agregados familiares viseenses é 7% acima da média nacional.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Março 2023

A S&P pronuncia-se sobre o rating de Portugal e o INE confirma (ou revê) a inflação de fevereiro. Lá fora, Biden e von der Leyen encontram-se na Casa Branca.

O encontro da presidente da Comissão Europeia com Joe Biden em Washington é o grande destaque nesta sexta-feira, numa reunião que terá como pano de fundo o apoio à Ucrânia e a recente lei dos EUA contra a inflação, que prevê apoios diretos às empresas norte-americanas para investimentos sustentáveis e coloca as companhias europeias em desvantagem. Também neste dia, o INE confirma (ou revê) o valor da inflação de fevereiro e a agência de notação financeira S&P pronuncia-se sobre o rating e a perspetiva da dívida pública portugueses.

S&P pronuncia-se sobre Portugal

A Standard & Poor’s (S&P) tem agendada para esta sexta-feira uma possível revisão do rating e da perspetiva da dívida pública portuguesa. Em setembro do ano passado, a última data calendarizada para uma potencial ação, a S&P elevou o rating da dívida soberana de Portugal em um degrau, de BBB para BBB+, o que corresponde a três níveis acima de “lixo”. Quanto à perspetiva (outlook) para a evolução da qualidade da dívida, a S&P manteve-a “estável”.

Biden recebe Ursula von der Leyen em Washington

A presidente da Comissão Europeia reúne-se esta sexta-feira com o Presidente dos EUA, numa altura em que as relações transatlânticas têm sido marcadas pelo descontentamento de Bruxelas face ao plano norte-americano de subsidiar a produção local de tecnologias limpas com 370 mil milhões de dólares (cerca de 350 mil milhões de euros). Nesta reunião bilateral, Ursula von der Leyen e Joe Biden irão rever o apoio à Ucrânia, mas, segundo a Reuters, os dois líderes deverão também iniciar negociações para chegar a um acordo comercial entre os dois blocos.

Ministros do Comércio da UE debatem política comercial

No âmbito da Presidência Sueca do Conselho da União Europeia (UE), decorre uma reunião informal do Conselho dos Negócios Estrangeiros em formato de ministros dos Estados-membros da UE responsáveis pelo Comércio. Em cima da mesa estão questões de política comercial atual, bem como as relações comerciais entre Bruxelas e Washington e o apoio relacionado com o comércio à Ucrânia.

INE confirma inflação de fevereiro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirma ou revê, esta sexta-feira, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) relativa ao mês de fevereiro. De acordo com a estimativa rápida do gabinete estatístico, a taxa de inflação homóloga terá diminuído para 8,2% no mês passado, face aos 8,4% de janeiro, sendo o quarto mês consecutivo de desaceleração. Esta sexta-feira, são ainda conhecidos dados sobre o emprego na construção e nos serviços.

Como evoluiu o transporte aéreo na UE em 2022?

O Eurostat divulga esta sexta-feira os dados sobre o transporte aéreo na União Europeia (UE), particularmente o número de voos comerciais, relativos ao mês de fevereiro deste ano e também ao conjunto de 2022. Ao longo de 2021, a indústria do transporte aéreo mostrou sinais de uma lenta recuperação face à quebra nos números registados durante o primeiro ano de pandemia.

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Novobanco negoceia cerca de 5.500 créditos à habitação

  • Lusa
  • 9 Março 2023

O Novoanco está a renegociar cerca de 5.500 créditos à habitação, num universo próximo dos 175.000. Presidente do banco considera que "não representa um aumento absurdo" face ao habitual.

O Novobanco está a renegociar cerca de 5.500 créditos à habitação, num universo próximo dos 175 mil. O presidente do banco, Mark Bourke, considerou que “não representa um aumento absurdo” face ao habitual. “Em relação ao crédito à habitação, temos cerca de 5.500 contratos a serem renegociados, o que em si não representa um número anormalmente alto num caderno com 175.000 contratos“, disse Bourke em entrevista à Lusa após a apresentação dos resultados em que anunciou lucros de 560,8 milhões de euros.

Na avaliação do presidente executivo do Novobanco, se se analisar a taxa de contratos em renegociação, esta está em cerca do dobro de um período normal, o que “não representa um aumento absurdo”.

Para o gestor, as atuais taxas de juro, que têm aumentado regularmente desde 2021, estão num território de “normalização”. “Do ponto de vista geral, de modo abrangente, o território em que estamos é da normalização das taxas de juro, e se ficar nestes níveis, então isso seria um resultado muito razoável”, defendeu. Por outro lado, se aumentar de forma significativa, então poder-se-ão ver consequências em todos os bancos na Europa.

Bourke fez um balanço positivo da atividade recente do Novo Banco, assinalando que a instituição se tem mostrado lucrativa nos últimos oito trimestres. “Agora estamos saudáveis, estamos sustentáveis, e podemos competir e fortalecer num terreno equilibrado”, congratulou-se o presidente executivo, que assumiu funções em meados do ano passado, em substituição de António Ramalho. “Pela primeira vez, somos um banco normal e totalmente capitalizado. Temos sido lucrativos desde há um tempo para cá“, vincou.

Para o futuro, o presidente do banco estima que, com o fim do período de reestruturação, em dezembro de 2022, o Novobanco passe a ser “mestre do seu destino enquanto banco”. “Podemos investir em portefólios, podemos expandir os nossos negócios, podemos controlar o nosso capital como entendermos“, disse, sublinhando que era algo que a administração sabia que iria acontecer, mas que julgava que “iria demorar muito mais tempo”.

A carteira de títulos do Novobanco, que constitui a principal fonte de ativos elegíveis para operações de financiamento junto do Banco Central Europeu (BCE), representava 10.864 milhões de euros no final de 2022, mais 3,8% em termos homólogos. Deste total, a dívida pública portuguesa na carteira de títulos do Novo Banco representava 9,16%, contra 29,19% no final de 2021.

Esta quebra relativa de 67,5% face a 2021, para 995 milhões de euros, foi algo que o presidente do banco considerou ser uma manobra para alcançar um portefólio diversificado. “Se recuarmos 10 anos, a maioria tinha enormes participações em dívida soberana, pelo que o sistema bancário enfrentava esta ligação que causou alguns problemas”, constatou Mark Bourke. “Precisamos de ter um portefólio diversificado. Isso não significa que não participemos, deixemos de comprar ou ser um agente da dívida pública portuguesa“, garantiu.

Questionado sobre a diminuição do número de agências do Novo Banco em Portugal, Bourke remeteu para o foco “que está sempre nos custos”, algo que, defendeu, “ser necessário se se quer ser sustentável a longo prazo”. “Mas agora completamos o nosso programa de reestruturação. Reduzimos em cerca de 4.000 [o número de trabalhadores], mas agora creio que é algo relativamente estável“, afiançou o gestor.

No final de 2022, o Novo Banco tinha 4.090 colaboradores, menos 103 do que os 4.193 que tinha em final de 2021. Já o número de balcões era de 292 em dezembro passado, menos 19 do que em dezembro de 2021.

Em 2022, o Novo Banco vendeu o seu edifício-sede em Lisboa, tendo dito Mark Bourke que o objetivo é os serviços centrais irem para o Tagus Park, em Oeiras, em meados de 2024.

O Novo Banco foi criado em agosto de 2014, aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES), tendo desde então já reduzido milhares de trabalhadores.

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Novobanco não está em processo de venda e olha para a bolsa

  • Lusa
  • 9 Março 2023

O presidente do Novobanco garantiu que não há um processo de venda e que o objetivo da gestão é reforçar o banco, antevendo como "muito viável" uma operação de abertura de capital em bolsa.

O presidente do Novobanco garantiu que não há um processo de venda em curso e que o objetivo da gestão é reforçar o banco, antevendo como “muito viável” uma operação de abertura de capital em bolsa. Em entrevista à Lusa, no dia em que o Novobanco apresentou lucros de 560,8 milhões de euros, Mark Bourke afirmou que o Novobanco “não está em processo de venda” atualmente.

O gestor — que substituiu António Ramalho — citou uma declaração recente do maior acionista, a Lone Star, em que recusou ter iniciado contactos para vender a sua posição, e que não pretende iniciar este ano, isto após notícias em Espanha de que a Lone Star estava a sondar os grandes bancos do país para vender o Novobanco com uma avaliação de cerca de dois mil milhões de euros. “Os jornais espanhóis começaram a falar sobre uma avaliação e conversações. A Lone Star fez então uma declaração a dizer que não havia qualquer processo”, vincou Bourke à Lusa, repetindo a declaração do acionista.

Já quanto a ser o Novobanco o comprador, o gestor irlandês disse que o “mais provável é que venha a comprar atividades ou portfolios” que sejam complementares ao seu negócio – como de pagamentos, gestão de ativos, ‘apps’ – “do que a comprar bancos”. Contudo, admitiu, como é costume no setor financeiro, que olharão sempre para eventuais oportunidades. “Não há muitos bancos. Mas há oportunidades que surgem e olhamos para todas as oportunidades que surgem“, disse.

"Não temos um processo de IPO [sigla em inglês para Oferta Pública Inicial] em curso, mas vemos como uma opção muito viável.”

Para Bourke, a “opção melhor e mais viável” para o Novo Banco passa por avançar para a abertura de capital em bolsa, ainda que essa decisão pertença aos acionistas, pelo que para isso quer fortalecer o banco. “Não temos um processo de IPO [sigla em inglês para Oferta Pública Inicial] em curso, mas vemos como uma opção muito viável“, adiantou.

A conclusão do processo de reestruturação do Novo Banco faz com que se comece cada vez mais a falar de consolidação de bancos em Portugal. Por um lado, era conhecido que a Lone Star ficou com o Novo Banco para o tornar rentável e vender, ganhando aí dinheiro. Por outro lado, no setor também se fala que outros bancos poderão ter acionistas menos fortes e que poderá agora ser a Lone Star a ter iniciativa.

Em final de fevereiro, Miguel Maya voltou a repetir que o BCP mantém-se focado em crescer de forma orgânica, apenas pelo seu negócio, mas que obviamente terão de olhar para o Novo Banco se este for posto à venda.

Em dezembro, em entrevista ao Jornal de Negócios, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, considerou que uma fusão entre o Novo Banco e o BCP seria benéfica, mas sublinhando que estava apenas a “ser pedagógico em relação ao mercado e à forma como” vê a banca pois qualquer frase do banco central pode “mover o mercado” e esse não é o seu papel.

Do lado da Caixa Geral de Depósitos, o presidente executivo, Paulo Macedo, disse já este mês que o banco público está focado em devolver capital ao Estado, mas também admitiu que possa vir a fazer aquisições, sejam grandes ou pequenas. Já em janeiro, em audição no parlamento, Paulo Macedo tinha dito que, com a CGD reforçada, “não aconteceria um banco estrangeiro comprar o Banif e o Banco Popular por um euro”.

O Novobanco foi criado em agosto de 2014, aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES). De momento, é detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star, sendo o restante capital detido pelo Fundo de Resolução bancário (entidade da esfera pública) e diretamente pelo Estado português.

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Sonaecom aumenta lucros em 19% enquanto prepara saída da bolsa

  • Lusa
  • 9 Março 2023

A Sonaecom registou um lucro consolidado de 143 milhões de euros em 2022, mais 19% do que em 2021.

A Sonaecom registou um lucro consolidado de 143 milhões de euros em 2022, mais 19% do que em 2021, segundo informação disponibilizada no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No último ano, destacou-se a saída da Sonaecom da ZOPT, que passou a ser totalmente detida pela Unitel International Holdings e Kento Holding Limited, em troca da entrega de 26,07% do capital social e dos direitos de voto da NOS à Sonaecom.

Em 12 de dezembro, a Sonae anunciou a intenção de retirar do mercado de capitais esta empresa de controlo (holding), que tem o jornal Público, entre outros ativos, na sua carteira. Para tal, anunciou uma operação de compra de ações a 2,50 euros casa, para controlar pelo menos 90% do capital social.

A operação, segundo a informação avançada, depende do registo prévio da oferta junto da CMVM, que ainda está pendente.

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Trabalhadores da TVI avançam com greve em 15 de março

  • Lusa
  • 9 Março 2023

Sindicatos dizem que a greve foi marcada “para dar resposta à intransigência da administração que se tem recusado a negociar aumentos salariais justos e equilibrados”.

Os trabalhadores do grupo Media Capital, onde se inclui o canal TVI, vão avançar com uma greve em 15 de março, reivindicando, entre outras medidas, o aumento dos salários e do subsídio de refeição.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas (SJ) e o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, de Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE), explicou que a greve foi marcada “para dar resposta à intransigência da administração que se tem recusado a negociar aumentos salariais justos e equilibrados”.

No dia da greve, que decorre entre as 00:00 e 23:59 de 15 de março, foi decidido pelos trabalhadores em plenário realizar uma concentração de trabalhadores à porta da TVI, a partir das 13:00. “Caso a administração não aceite as reivindicações dos trabalhadores é necessário dar visibilidade pública à luta dos trabalhadores, por isso estar concentrado à porta das instalações da empresa em Queluz de Baixo é importante e necessário”, destacou o STT.

Entre as reivindicações estão aumentos salariais para todos os trabalhadores indexados ao valor da inflação de 2022 (a rondar os 8%), aumento do subsídio de refeição para 8,32 euros, aplicável a todos os trabalhadores ou 25 dias de férias para todos os trabalhadores.

Também é reclamada a “atualização dos valores das bandas do plano de carreiras (mínimo e máximo) de acordo percentagem do aumento do salário mínimo nacional em 2023 (7,8%), de forma a assegurar que existe evolução nos números de referência”.

Na nota de imprensa, o STT denunciou que os sindicatos estão a ser confrontados “com uma postura de confrontação da gestão que até usou a argumentação da TVI ser uma empresa de telecomunicações para obstaculizar a marcação da greve, procurando impedir um direito constitucional, e pediu a intervenção da DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] para que sejam declarados serviços mínimos na TVI”.

“A administração em vez de se concentrar as suas energias para levar a negociação dos aumentos salariais em 2023 a bom porto, dispara em todas as direções e ataca os sindicatos e os trabalhadores, com a finalidade de nos amedrontar, desmobilizar e impedir de lutar”, frisou o sindicato.

O STT sublinhou ainda que a “união dos trabalhadores será determinante para o sucesso das reivindicações”, apelando a que os trabalhadores de todas as empresas do grupo Media Capital estejam “mobilizados para a greve e para a concentração à porta da TVI”. A greve abrange todas as empresas do grupo Media Capital: TVI, EMAC, PLURAL, EPC, Media Capital Digital e Media Capital Serviços.

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