Idea Spaces compra NOW Beato. Querem “exponenciar posicionamento” nas indústrias criativas

A rede de coworks conta adicionar no segundo semestre uma nova localização à rede, elevando para seis o número de espaços de coworks. Nova gestão da Idea Spaces assume NOW Beato em abril.

A Idea Spaces comprou o Now Beato, passando a oferecer um quinto espaço de cowork em Lisboa. A mudança de gestão é já em abril. O valor da operação não é conhecido. “Exponenciar o posicionamento do NOW, virado para as indústrias criativas, culturais e sustentabilidade” é o “grande objetivo” dos novos gestores.

Com esta aquisição, “uma oportunidade não planeada”, a Idea Spaces adiciona um novo espaço muito ligado às indústrias criativas à sua rede de espaços.

“Já há muito tínhamos a vontade de apostar mais na criatividade, arte e cultura, tentando ter um papel dinamizador nessas áreas. Pontualmente, na nossa história, quisemos demonstrá-lo e praticá-lo, como o mural pintado nas paredes do Idea Saldanha, pelos artistas locais Los Pepes Studio ou a mostra de peças dos artistas do projeto Lá vem o Dia, no Idea Palácio”, refere João Carlos Simões, CEO do Idea Spaces, à ECO Pessoas.

“Com o NOW, essa oportunidade coloca-se diante de nós de forma inegável. Não foi uma oportunidade planeada, mas representa muito mais do que um aumento de localizações; representa a honra de poder dar continuidade ao legado do Fernando Mendes (fundador do CoworkLisboa)”, explica.

Planos para o NOW Beato

Fundado em 2018, por Fernando Mendes, Paulo Dias e Miguel Muñoz Duarte, o NOW Beato nasceu da transformação de um antigo armazém de vinho de 1904, para um espaço de cowork que acolhe uma série de empresas que atuam na área das indústrias criativas, bem como trabalhadores remotos e eventos.

O Manicómio, Byar, Wonderwall, Grace, Sair da Casca, iMatch e Jack the Maker são algumas das empresas que fazem do NOW Beato a sua segunda casa e, agora, passam a integrar a comunidade Idea Spaces, com mais de 2.870 membros, e 360 empresas.

NOW Beato está com uma taxa de ocupação a rondar os 80%, contudo, estamos a projetar uma reorganização do espaço de forma a ter mais capacidade para receber mais empresas, mais nómadas, mais eventos.

 

A Idea Spaces adiciona mais de 2.000 metros quadrados de área, passando a gerir 16.500m2 de espaço de trabalho em Lisboa, em cinco espaços de cowork, num investimento que o responsável da rede de coworks não quis adiantar.

Atualmente, o NOW Beato “está com uma taxa de ocupação a rondar os 80%, contudo, estamos a projetar uma reorganização do espaço de forma a ter mais capacidade para receber mais empresas, mais nómadas, mais eventos”, adianta o responsável da Idea Spaces.

“Estamos a auscultar a comunidade local para compreender e identificar os pontos de melhoria. Não pretendemos mudar a marca ou a experiência da mesma, mas melhorar o espaço e os serviços, de forma a construirmos (com os membros residentes) uma experiência ainda melhor“, refere João Carlos Simões. “O grande objetivo é que haja um impacto maior e mais positivo no meio envolvente, apostando em exponenciar o posicionamento do NOW, virado para as indústrias criativas, culturais e sustentabilidade”, afiança.

A partir de abril, muda a equipa de gestão. O que muda na vida dos coworkers? “Vamos trabalhar para que a experiência pessoal, social e profissional seja sempre melhor e mais relevante. Isso é uma premissa nossa, sempre será em qualquer espaço”, começa por dizer o CEO da Idea Spaces.

NOW BeatoDR

“2023 é um ano que queremos apostar na felicidade dos nossos membros, das pessoas que fazem com que a comunidade Idea, e agora NOW, seja cada vez mais dinâmica, e feliz. Para além disso, vamos trabalhar para criar um ponto de intersecção entre os dois projetos, sendo que todos os membros continuarão a ter acesso a todos os espaços, sejam Idea ou NOW.”

Nova abertura na segunda metade do ano

Num momento em que o setor de coworking está dinâmico e a investir em novos espaços, para 2023 a Idea Spaces tinha como objetivo abrir, pelo menos, um novo espaço, segundo revelou, em janeiro, o responsável da rede à ECO Pessoas.

“A aquisição do NOW Beato não estava planeada. Vamos agora acrescentar uma nova localização à rede, mas a próxima localização só terá lugar no segundo semestre“, adianta.

A rede previa ainda uma subida na ordem dos 20%, para cerca de seis milhões de euros, da vossa faturação. Com esta adição à rede qual a previsão?

“Ainda é muito recente para fazer novos cálculos. Estando o Idea no estágio de atualização do business plan, a nossa prioridade com a aquisição do NOW é consolidação, melhoria e oferta de uma experiência diversa.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

McDonald’s aumenta salário de entrada para 800 euros e quer contratar 4.000 até junho

Cadeia deverá abrir entre 5-8 restaurantes McDonald's, num investimento até 12 milhões de euros, criando cerca de 400 postos de trabalho. A McDonal's emprega hoje 10.000 pessoas.

A McDonald’s vai aumentar em média cerca de 7% os salários dos colaboradores, tendo fixado o salário de entrada da companhia nos 800 euros. A cadeia de restauração rápida prepara-se para arrancar com uma campanha de recrutamento. Até junho quer contratar 4.000 pessoas para reforçar a rede de 195 restaurantes. Este ano, deverão abrir entre 5-8 restaurantes McDonald’s, num investimento até 12 milhões de euros, criando-se cerca de 400 postos de trabalho.

Depois de no ano passado ter aumentado em 11% o salário de entrada para 750 euros, a McDonald’s aumentou em 7% o salário de entrada, para 800 euros, valor acima do Salário Mínimo Nacional fixado para este ano, de 760 euros. Uma atualização salarial que se estende a outras funções dentro da organização.

“O aumento salarial na McDonald’s estende-se a todas as funções e não só às que usufruem do salário de entrada. Em média, na totalidade das funções dos restaurantes McDonald’s em Portugal o aumento é de cerca de 7%”, adianta Sofia Mendoça, diretora de recursos humanos da McDonald’s Portugal, à ECO Pessoas, destacando que, em dois anos, houve uma evolução de 18% no salário dos colaboradores.

Uma política salarial que abrange os 10.000 colaboradores de 195 restaurantes, dos quais 90% detidos por franquiados. “Este valor é aplicado em todos os restaurantes do país desde 1 de março, sendo que alguns restaurantes já o aplicam desde 1 de janeiro”, refere ainda Sofia Mendoça.

Sofia Mendoca, DRH da McDonald’sD.R.

Num momento em que o setor do turismo e restauração ainda se debate com a escassez de talento, a DRH da cadeia de restauração destaca ainda os benefícios adicionais atribuídos aos trabalhadores da cadeia, como é o caso do seguro de saúde.

“Os franquiados McDonald’s são empresários independentes pelo que a prática em cada restaurante pode variar e, por isso, não temos acesso ao valor comercial dos seguros de saúde”, ressalva Sofia Mendoça. Contudo, “podemos adiantar que, nos restaurantes geridos pela McDonald’s Portugal, para funcionários e equipa de Gestão, o valor comercial do Seguro de Saúde é de cerca de 180 euros”.

Aos colaboradores é ainda atribuído prémios que reconhecem a contribuição dos colaboradores para o sucesso da empresa. “Os restaurantes, geridos pelos franquiados, têm políticas próprias de RH, pelo que a aplicabilidade dos prémios pode variar. Nos restaurantes geridos pela McDonald’s Portugal, os prémios de reconhecimento para funcionários resultam, por exemplo, na atribuição do Prémio de Funcionário do mês, atribuído por restaurante. Para a equipa de gestão, o prémio de performance pode variar entre um a dois salários no ano, dependendo do alcance dos objetivos estabelecidos“, clarifica a DRH.

Para além de prémios locais, atribuídos mensalmente, trimestralmente e/ou anualmente, os gerentes dos restaurantes habilitam-se ainda ao prémio Ray Kroc (Global Ray Kroc Award, em homenagem ao fundador da marca), um prémio monetário, atribuído anualmente a apenas 1% dos gerentes de restaurante a nível mundial.

A cadeia também aposta na formação – em restaurante ou no Centro de Formação da empresa –, destacando ainda a possibilidade de promoção interna. Hoje mais de 90% dos gerentes começaram como funcionários e 50% dos colaboradores da sede da empresa começaram o seu percurso profissional nos restaurantes.

Através do Programa Nacional de Bolsas de Estudo, criado em 2008 e alargado a todos os restaurantes a nível nacional desde 2020, a cadeia atribui ainda 200 bolsas de estudo por ano, num investimento superior a 100 mil euros.

Expandir cadeia em 2023 e recrutar

Já com quase 200 restaurantes, a McDonald’s pretende este ano dar continuidade à sua política de expansão. Em três anos, o objetivo é abrir entre 15 a 20 restaurantes, num investimento de 120 milhões, criando cerca de novos 1.000 postos de trabalho, tal como tinha já avançado o ECO Pessoas.

Para este ano já há novas aberturas previstas. “A McDonald’s continua o seu plano de expansão prevendo abrir, em 2023, entre cinco a oito restaurantes. De momento, ainda não podemos revelar as localizações. A abertura de um restaurante McDonald’s compreende um investimento de 1 milhão a 1,5 milhões de euros“, adianta Sofia Mendonça. Cada restaurante cria em média 50 postos de trabalho. O que, significa que este ano, a cadeia conta investir entre 7,5 e 12 milhões de euros, criando entre 250 a 400 postos de trabalho.

Planos que exigem recrutamento. No ano passado, para o verão, a cadeia contava reforçar as equipas com até 2.500 pessoas. Em 2023, no primeira metade do ano, o plano é ambicioso. “Contamos recrutar 4.000 pessoas no 1.º semestre deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inflação dos alimentos está acima dos 10% há nove meses

  • Mariana Marques Tiago
  • 9 Março 2023

Governo dirige-se hoje ao país a propósito do aumento dos preços dos bens alimentares, que em janeiro subiram 18,54%. Retalho diz não haver especulação, mas ASAE já reforçou a fiscalização.

A inflação até parece que está a abrandar em Portugal, mas os preços dos alimentos continuam sem dar tréguas. Em janeiro, se a inflação abrandou para 8,36% (face a 9,59% em dezembro), os bens alimentares continuaram a subir 18,54%, face a 17,6% em dezembro, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Aliás, há nove meses que os preços dos alimentos estão nos dois dígitos e superou até a marca dos 19% em outubro passado.

O setor do retalho assegura que “não há especulação”, mas o país continua a ver os preços subir mais do que na Zona Euro. A ASAE já avançou com um reforço da fiscalização e o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, convocou uma conferência de imprensa para esta quinta-feira com o foco no aumento dos preços dos produtos alimentares.

Inflação dos alimentos sem sinais de alívio

Fonte: INE

Entre 10 bens e serviços em que os preços subiram mais em Portugal do que na Zona Euro, oito são produtos alimentares. De acordo com um levantamento feito pelo jornal Público, os bens que subiram mais do que na Zona Euro são os ovos, leite fresco, fruta em conserva, comida de bebé, carne de porco, açúcar, legumes e arroz.

Este dado opõe-se à realidade a que se assistia antes da atual crise inflacionista: os preços dos alimentos em Portugal aumentavam a um menor ritmo do que aquele que se registava na Zona Euro. Em outubro de 2021, a inflação nos bens alimentares em Portugal era de 0,5%, enquanto na Zona Euro era de 1,8%.

Março iniciou com o alerta da Deco Proteste de que o preço de um cabaz de alimentos essenciais já atingia 230,38 euros, o valor mais alto desde que começaram esta monitorização, a 5 de janeiro de 2022. Comparando o preço do cabaz composto por 63 alimentos essenciais com o valor registado na véspera da invasão da Ucrânia (ou seja, 23 de fevereiro de 2022), nota-se uma subida de 25,46%.

APED garante que “não há especulação”…

Acusado de existir especulação por parte do retalho agroalimentar, o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) defendeu o setor. “Não há especulação, claramente”, assegurou Gonçalo Lobo Xavier. Segundo o responsável, o aumento dos preços nos alimentos reflete a subida dos custos de produção, transporte e energia.

Portugal tem “energia mais cara, transporte mais caro, fertilizante mais caro, cereais mais caros, matérias-primas mais caras”, que “vão refletir no preço que a produção faz para a indústria e que depois a indústria faz para o retalho”, afirmou. Tendo como exemplo o preço do leite, Lobo Xavier adiantou que o aumento deste produto nos últimos dois meses foi “na ordem dos 75%”. O representante da APED explicou que as organizações vendem o leite aos retalhistas 75% mais caro e, por isso, “é muito difícil não transmitir esse preço para o consumidor”.

Apesar da garantia de Lobo Xavier, o certo é que os preços praticados em Portugal são mais elevados do que em Espanha e estão quase ao nível de França, países com economias mais fortes que a portuguesa, segundo avançou o Jornal de Notícias no início do mês.

… mas ASAE reforça fiscalização

Até ao momento, a reação desta subida de preços por parte do Governo tem sido limitada ao reforço da ação da ASAE. Segundo o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica está a “intensificar a fiscalização ao nível dos produtos alimentares”.

De acordo com Nuno Fazenda já arrancou “uma ação inspetiva em todo o país com 38 brigadas para ação de fiscalização ao nível dos produtos alimentares”, levada a cabo pela autoridade. A fiscalização tem como objetivo identificar as causas por detrás do aumento dos preços, assim como analisar a existência (ou não) de especulação dos mesmos. Só nos últimos seis meses, a ASAE fiscalizou cerca de 800 operadores, originando 40 processos-crime e 80 contraordenações.

Cerca de uma semana após o início do reforço da fiscalização da ASAE, o Governo decide avançar com uma conferência de imprensa onde o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, marcará presença e terá como foco o aumento dos preços dos produtos alimentares. Sendo que o ministro detém a tutela da ASAE, é possível que sejam avançados mais dados sobre as inspeções da autoridade.

França vai “congelar” preços de alguns alimentos

França já avançou com medidas para fazer face ao aumento dos preços dos alimentos. No início desta semana o Governo anunciou que chegou a acordo com as maiores cadeias de supermercados do país: durante três meses, vários alimentos serão vendidos ao preço mais baixo possível. Os produtos em questão serão escolhidos pelos supermercados.

O objetivo é ajudar os franceses a lidar com o aumento dos preços devido à inflação, sendo que os descontos vão custar aos vendedores “centenas de milhões de euros”, afirmou o ministro das Finanças do país, Bruno Le Maire, citado pela agência Reuters.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fusão Vodafone/Nowo aguarda início de investigação aprofundada

Parecer da Anacom à proposta de compra da Nowo pela Vodafone não deverá deixar outra opção à Autoridade da Concorrência que não a de abrir uma investigação aprofundada.

Sede da Vodafone em Portugal - 09FEV22
Vodafone propôs comprar a Nowo a 30 de setembro de 2022Hugo Amaral/ECO

Cinco meses depois de a Vodafone ter confirmado a intenção de comprar a Nowo, os únicos desenvolvimentos conhecidos deste processo foram a notificação da operação à Autoridade da Concorrência (AdC) e o parecer não vinculativo da Anacom, que veio colocar muitas reservas à concretização do negócio. Esse parecer abriu caminho à constituição de uma investigação aprofundada, que se prevê que seja anunciada em breve pela AdC.

A Lei da Concorrência define os prazos que todas as partes têm de cumprir após a notificação da proposta de concentração. Desde logo, a AdC tem 30 dias úteis contados da data de produção de efeitos da notificação para concluir a instrução do procedimento. Mas, na tramitação do dossiê, esse prazo pode ser dilatado por diversos motivos, incluindo se a autoridade considerar que os documentos estão “incompletos ou se revelem inexatos”. Nessa situação, por exemplo, o prazo recomeça.

A lei determina ainda que o regulador tem os mesmos 30 dias úteis para seguir um de três caminhos possíveis: 1) determinar que o negócio não está abrangido pelo “controlo de concentrações”; 2) não se opor à concentração se concluir que a mesma “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência” ou 3) abrir uma investigação aprofundada se entender que o negócio levanta “sérias dúvidas à luz dos elementos recolhidos”.

Há um quarto cenário. Se deixar passar o prazo sem tomar uma decisão, a concentração é automaticamente aprovada. Essa situação é conhecida por deferimento tácito. Ora, no caso da Vodafone e da Nowo, apesar de a concentração ter sido notificada inicialmente há cerca de quatro meses, esse deferimento não ocorreu. Um sinal importante de que o processo não tem estado parado.

“A Vodafone tem vindo a prestar todos os esclarecimentos pedidos no âmbito deste processo, não tendo nada mais a acrescentar de momento”, responde fonte oficial da Vodafone Portugal quando contactada sobre esta matéria. Quando anunciou a concentração em 30 de setembro de 2022, a operadora indicou ser “expectável que a mesma possa estar concluída durante o primeiro semestre de 2023”.

No setor, é esperada a decisão de abertura da investigação aprofundada, que fica ainda mais evidente à luz das reservas colocadas pela Anacom, ainda que a decisão final seja sempre da AdC. A lei não confere ao regulador das comunicações um poder vinculativo nesta matéria, mas, pela própria natureza da concentração, a entidade liderada por João Cadete de Matos pode influenciá-la. O parecer não vinculativo que foi entregue pela Anacom não deverá deixar grande margem à AdC para seguir um caminho diferente desse.

O que disse a Anacom? O parecer do regulador, conhecido em dezembro, foi muito claro ao apelar à Concorrência para que imponha “compromissos” à Vodafone caso venha a autorizar a fusão com a Nowo – algo que também não é garantido que aconteça, dado que a AdC pode, no final, chumbar a concentração. A Anacom considera que a concentração entre a Vodafone a Nowo “poderá produzir diferentes efeitos nocivos”, incluindo “resultar em aumentos de preços” para os clientes de ambas.

Mas não é tudo. A entidade reguladora exige que a Nowo devolva – “pelo menos” – as licenças 5G que adquiriu na fase exclusiva do leilão dedicada às empresas que ainda não tinham licenças para explorar rede móvel (as ofertas da Nowo são prestadas subcontratando rede a terceiros). Essa parte da venda excluía, por isso, a Vodafone, que é um player já estabelecido. A Anacom entende ainda que a fusão reduz “a eficácia das medidas de promoção da concorrência” que foram introduzidas no leilão do 5G.

Perante este cenário, o ECO contactou a AdC no sentido de apurar se será aberta uma investigação aprofundada e quando tal deverá ocorrer. Fonte oficial não quis fazer comentários sobre o dossiê em curso.

A possível fusão entre a Vodafone e a Nowo coincidem com um importante período de transição para o regulador da concorrência. A atual presidente da AdC, Margarida Matos Rosa, está em fim de mandato e vai ser substituída por Nuno Cunha Rodrigues, que já passou todos os crivos necessários para chegar à liderança da instituição. É provável que a decisão final deste processo aconteça já no mandato do novo presidente, visto que falta apenas a nomeação ter validação final num dos próximos Conselhos de Ministros, estando previsto que assuma funções ainda este mês.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro do Novobanco triplica para recorde de 560,8 milhões em 2022

Novobanco lucrou 560,8 milhões em 2022, uma subida de 200%. Aumento da receita com juros, venda da sede e menos imparidades ajudam banco a alcançar resultado recorde, melhor que rivais BCP e BPI.

O Novobanco registou lucros recorde de 560,8 milhões de euros em 2022, três vezes mais do que tinha obtido no ano transato, à boleia do aumento da receita com juros, da venda do edifício-sede e de menos imparidades e provisões. Foi o segundo melhor resultado entre a banca privada, apenas atrás do Santander Totta.

Pela primeira vez desde a venda à Lone Star, em 2017, o banco agora liderado por Mark Bourke não fez qualquer pedido de injeção ao Fundo de Resolução ao abrigo do acordo de capital contingente — mesmo com lucros de 184,5 milhões em 2021, pediu 209,2 milhões ao fundo, que rejeitou pagar.

” Este desempenho financeiro permite ao Novobanco continuar a competir como um banco sólido e independente, reforçando a sua missão de apoio às empresas e às famílias”, destaca o CEO irlandês.

O banco justifica o aumento dos lucros — que permite atingir uma rentabilidade dos capitais de 14,4% — com o crescimento do negócio. A margem financeira — diferença entre os juros recebidos nos empréstimos e os juros pagos — disparou 9,1%, beneficiando em grande medida da inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no ano passado. As receitas com comissões aumentaram quase 4% para 293,3 milhões. Tudo somado, o produto bancário comercial somou 7,3% para 918,8 milhões.

Mas há outro fator determinante evolução do resultado no ano passado: a diminuição de imparidades e provisões, que caiu quase 70% para 111,2 milhões de euros. À semelhança do ano passado, voltou a registar provisões de 57 milhões por conta de uma lei fiscal introduzida pelo Orçamento do Estado e que está relacionada com o alargamento das taxas agravadas do Imposto Municipal de Imóveis (IMI) e do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) para empresas com ligações a jurisdições offshore. As provisões para títulos aumentaram para 67,6 milhões de euros, que estão parcialmente relacionadas com a exposição à Rússia.

Por outro lado, contabilizou lucros de 183,6 milhões de euros com diversas operações, incluindo a venda da sede na Avenida da Liberdade, em Lisboa, com um ganho de 77,1 milhões de euros, a venda de uma carteira de armazéns, com um ganho de 67 milhões, e ainda a recuperação de créditos na ordem dos 40 milhões.

O balanço do banco voltou a crescer. Tanto do lado do crédito, que aumentou 2,9% para 25,6 mil milhões de euros, com destaque para o crédito às empresas a crescerem quase 4%. Como do lado dos depósitos, que subiram 4% para 28,4 mil milhões de euros.

Depois de uma profunda limpeza da casa nos últimos anos, graças às injeções de 3,4 mil milhões de euros do Fundo de Resolução, o Novobanco chegou ao fim de 2022 com um rácio de crédito malparado (non performing loans) de 4,3%, totalizando os 1,38 mil milhões. O banco fez novo esforço para aumentar a a cobertura de NPL por imparidades, que aumentou para 77,5%.

Lucro da banca dispara

Ao nível de capital, tem um rácio CET1 de 13,7%, com o banco a sublinhar que não têm em conta as várias disputas com o Fundo de Resolução a propósito de pedidos de capital não pagos na ordem dos 360 milhões de euros.

Para 2023, a expectativa é de continuação de subida dos lucros, os quais poderão atingir os 800 milhões de euros. O banco prepara-se para libertar das amarras de Bruxelas com o fim do plano de reestruturação. Condimentos que vão “apimentar” o processo de venda que a Lone Star, com 75% do capital, deverá desencadear no próximo ano. O Estado terá uma palavra a dizer, tendo em conta que vai aumentar a sua participação direta na instituição para quase 13%, por causa da conversão de créditos fiscais em ações. Já o Fundo de Resolução passa a ser o terceiro maior acionista.

(Notícia atualizada às 7h51)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 9 Março 2023

INE lança dados sobre indústria e custos de construção de casas. Médicos e CP em greve. Ministério da Educação e sindicatos tentam chegar a acordo. Governo fala sobre aumento do preço dos alimentos.

O INE divulga dados sobre a indústria portuguesa e os custos de construção de novas residências relativos ao mês de janeiro. No mesmo dia em que médicos e maquinistas da CP fazem greve, o Ministério da Educação volta a reunir com os sindicatos e há esperança de chegar a acordo quanto ao modelo de recrutamento e colocação. O BdP divulga dados da atividade económica do país enquanto o Governo fala ao país sobre o aumento do preço dos alimentos.

INE divulga dados sobre a indústria do país…

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quinta-feira dados sobre a indústria do país relativos ao primeiro mês do ano. O índice explora o volume de negócios, o emprego, as remunerações e as horas trabalhadas no setor. O objetivo do INE é mostrar a evolução do mercado de bens e serviços na indústria e a sua desagregação entre mercado nacional e externo. Em dezembro de 2022 registou-se um crescimento do Índice de Volume de Negócios no setor de 11,4% (uma diminuição face a novembro).

… e sobre os custos de construção de novas habitações

O instituto nacional publica também o Índice de Custos de Construção de Habitação Nova relativo a janeiro de 2023. O objetivo deste índice é medir o custo de construção de edifícios residenciais no país. Atualmente, os valores de construção não são muito atrativos. Segundo os dados de novembro de 2022, os custos de construção de habitação nova aumentaram 11,7% em termos homólogos (apesar de isto se traduzir numa desaceleração pelo segundo mês consecutivo).

Ministério da Educação volta a reunir com sindicatos

O Ministério da Educação atendeu ao pedido das estruturais sindicais e realiza, esta quinta-feira, uma reunião suplementar com os sindicatos dos professores. Espera-se, assim, a conclusão das negociações sobre o novo modelo de recrutamento e colocação de docentes. Segundo o ministro da pasta têm existido “muitas aproximações” nas negociações. Posteriormente, haverá abertura para discutir assuntos como o descongelamento das carreiras por parte do Governo, acrescentou João Costa.

Médicos e maquinistas da CP em greve

Os médicos completam esta quinta-feira o segundo e último dia de greve convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Ao ECO, a presidente executiva da federação adianta que o processo negocial em curso com o Ministério da Saúde “está a decorrer a um ritmo demasiado lento, tendo em conta “a sangria” a que se assiste “todos os dias no SNS”.

Também os trabalhadores da CP – Comboio de Portugal exercem novamente o seu direito à greve. A reivindicação terá início oficial na sexta-feira, dia 10, mas terá efeitos para os passageiros já esta quinta-feira. Para hoje ficaram apenas definidas circulações mínimas para menos de 25% dos comboios de longo curso e pouco mais de 15% das viagens programadas para o serviço regional.

BdP divulga dados da atividade económica

Esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP) volta a divulgar o indicador de atividade económica, que tem como objetivo identificar alterações abruptas no setor. O indicador aborda aspetos como o tráfego de camiões com mercadoria nas autoestradas, consumo de eletricidade e gás natural e encomendas que chegaram aos aeroportos nacionais. Os dados são divulgados no mesmo dia em que o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, marca presença numa conferência de imprensa sobre o aumento dos preços dos produtos alimentares no país, que têm subido mais do que na Zona Euro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Menos portugueses compram online mas estão mais sensíveis ao preço

Nível de compras pela internet baixou e regressou praticamente ao patamar pré-pandemia. Compras em segunda mão estão a crescer com o fator preço a ser determinante nesta opção.

Há menos portugueses a usarem a internet para fazerem compras. Com o final da pandemia, as encomendas online voltaram praticamente aos níveis de 2019. Ao mesmo tempo, há cada vez mais preocupação com os preços e maior atenção aos produtos em segunda mão. As conclusões constam do barómetro e-Shopper de 2022, elaborado pela distribuidora DPD e que contou com a participação de 1.000 portugueses entre praticamente 24 mil inquiridos em 22 países da Europa.

Em 2022, a percentagem dos inquiridos que recorreram ao e-commerce baixou para 66%. São oito pontos percentuais abaixo do registo de 2021 (74%) e apenas um ponto percentual acima da dimensão de 2019, antes da pandemia. Portugal está abaixo da média europeia, de 77%. “Esta quebra é o espelho do regresso dos consumidores às lojas físicas”, considera o líder da DPD Portugal, Olivier Establet.

“Temos assistido a uma tendência, em todo o mundo, de criação de novas experiências de compra em lojas físicas, com os comerciantes a apostar em espaços e dinâmicas geradoras de maior envolvimento com o consumidor”, justifica o também vice-presidente executivo do DPDgroup.

Nas lojas virtuais, os portugueses apostam sobretudo nos segmentos de moda (61% das compras), beleza/saúde (50%) e também no calçado (43%). Nas categorias de moda e de beleza, as compras lusitanas estão acima da média europeia, de 59% e de 48%, respetivamente. Em 2022, a idade média dos internautas que encomendam artigos foi de 41,5 anos, abaixo dos 42,4 anos da média comunitária. Apenas 2% dos participantes estrearam-se nas compras digitais no último ano.

Preço na mira

Com a taxa de inflação média a atingir os 7,8% em 2022, travar os aumentos da despesa foi uma das prioridades no orçamento das famílias. Por conta disso, mais de sete em cada 10 compradores (72%) inquiridos apontaram o preço como fator determinante na hora de encomendar os produtos.

Praticamente dois terços (65%) dos participantes que compram regularmente pela internet consideram que esta escolha permite poupar dinheiro. Há 46% dos entrevistados que esperam pelos grandes descontos do Black Friday ou das lojas físicas.

O fator preço também explica a aposta cada vez maior na aquisição de produtos em segunda mão, com a frequência média de oito vezes por ano. Neste segmento, a preferência dos compradores vai para as plataformas em que os consumidores vendem produtos entre si, que custam menos do que os bens por estrear. Do lado dos vendedores, 73% dos inquiridos escolhe este mercado para libertar espaço em casa, 68% quer desfazer-se de artigos em boas condições que nunca usou e 65% acredita poder ganhar dinheiro a mais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pressões inflacionistas nos EUA “continuam generalizadas”, avisa Fed

  • Lusa
  • 8 Março 2023

O livro bege da Reserva Federal (Fed) revelou os resultados de um inquérito junto de empresa que "esperam que a subida dos preços continue moderada durante o ano".

Os preços continuam a subir nos EUA e “as pressões inflacionistas continuam generalizadas”, indicou o banco central americano (Fed), no seu livro bege (‘Beige Book’) mais recente, divulgado esta quarta-feira.

A subida dos preços, no entanto, abrandou em várias regiões, sublinha a Fed nos resultados do inquérito, no final de janeiro e em fevereiro, feito junto das empresas do país, que revelaram que “esperam que a subida dos preços continue moderada durante o ano”.

As empresas de algumas das doze regiões do sistema Fed, segundo o inquérito, têm registado um aumento dos preços das reservas, “em particular da energia e das matérias-primas”, embora também “algum alívio” em relação aos “custos de transporte e remessa”.

Além disso, revela ainda o ‘Beige Book’, “algumas regiões observaram que as empresas tiveram mais dificuldade em refletir os aumentos dos custos nos seus consumidores”.

Assim, quanto aos preços de venda, “aumentaram moderadamente na generalidade das regiões”, desacelerando mesmo por vezes, refere o documento.

Nos Estados Unidos, a inflação voltou a subir em janeiro, para 5,4% em termos anuais, segundo o índice PCE, da Fed, que tem como objetivo voltar a situar-se em cerca de 2%.

Outra medida, o índice IPC, no qual as pensões são indexadas, desacelerou ao longo do ano, para 6,4%, acelerando no entanto ao longo de um mês pela primeira vez desde setembro.

As empresas inquiridas para o livro bege revelaram que “não esperavam ver as condições económicas melhorarem muito nos próximos meses”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro diz que “há todas as condições de governabilidade” nos Açores

  • Lusa
  • 8 Março 2023

O presidente do PSD desafiou também o PS a apresentar uma moção se censura, se entender que não há condições de governabilidade nos Açores.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, lamentou esta quarta-feira a decisão do deputado da Iniciativa Liberal de romper o apoio ao governo de coligação nos Açores, mas considerou que continua a haver “todas as condições de governabilidade” naquela região autónoma.

Em Braga, à margem de um jantar com mulheres empreendedoras, Montenegro desafiou também o PS a apresentar uma moção se censura, se entender que não há condições de governabilidade nos Açores. “E, com isso, a situação política ficará clarificada”, referiu.

O deputado da Iniciativa Liberal (IL) no parlamento dos Açores rompeu hoje o acordo de incidência parlamentar feito com o PSD para apoio ao governo de coligação que inclui também o CDS-PP e o PPM. O deputado justificou a decisão com a “força que os parceiros do PSD na coligação de Governo fazem todos os dias para que nada mude e pela incapacidade deste PSD em promover a devida estabilidade junto dos seus parceiros de coligação”.

Para Luís Montenegro, neste momento continua a haver “todas as condições de governabilidade” na Região Autónoma dos Açores. “O Governo Regional tem um Orçamento aprovado, tem um plano aprovado. O próprio partido que rompeu o acordo não quer a demissão do Governo e, portanto, está predisposto a continuar a apoiá-lo caso a caso no Parlamento regional. E, nessa medida, eu diria que estão reunidas as condições para o Governo continuar o seu caminho”, afirmou.

Montenegro sublinhou insurgiu-se também contra a criação de uma crise política nos Açores. “Nós não estamos desse lado, nós estamos do lado da estabilidade”, disse ainda, apontando que quem criar uma crise política terá de assumir as responsabilidades.

Sobre a proposta do Chega para o Governo Regional apresentar uma moção de confiança, Montenegro contrapôs que os partidos que acharem que não há condições de governabilidade é que devem avançar com uma moção de censura. “Nós, no PSD, não vamos dramatizar, mas também não vamos ficar aqui estáticos politicamente, vamos continuar a fazer o nosso trabalho, a prosseguir o nosso trabalho”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ESG vira-se contra as companhias de seguros

  • ECO Seguros
  • 8 Março 2023

Críticos das considerações ESG alegam que instituições financeiras colocaram os fatores de Ambiente, Social e Governação à frente da rentabilidade. O movimento Anti-ESG vira-se agora para os seguros.

As considerações ESG – Environmental, Social and Governance – estão a ser apontadas, pelo movimento Anti-ESG, de obstruir o foco de investidores e as funções de gestão empresarial e de maximização de rentabilidade a longo prazo. Segundo os críticos, as metas a alcançar podem ser conquistadas através de inovação, controlo de custos e orientação para o cliente.

“As ESG estão no ADN de qualquer companhia de seguros”, disse Michel Leonard, economista-chefe e cientista de dados do Insurance Information Institute. “Seria muito difícil para a indústria seguradora cobrir de uma forma economicamente viável e sustentável sem considerar os padrões ambientais”.

Legisladores dos ‘estados vermelhos’ dos E.U.A. estão a tentar questionar as seguradoras para as motivações para colocar os fatores ambientais, sociais e de governação no centro das suas organizações.

Por outro lado, os acionistas ‘ativistas’ e os ‘estados azuis’ dos E.U.A querem limitar os investimentos de seguradoras e a subscrição de projetos de petróleo e gás. Uma proposta de lei introduzida no mês passado, no Connecticut, estabeleceu uma sobretaxa sobre as seguradoras que subscrevessem combustíveis fósseis.

“As ESG estão no ADN de qualquer companhia de seguros“, disse Michel Leonard, economista-chefe e cientista de dados do Insurance Information Institute. “Seria muito difícil, para a indústria seguradora, cobrir de forma economicamente viável e sustentável, sem considerar os padrões ambientais”, apontou.

Os Republicanos afirmam que os riscos apontados pelas considerações ESG não são relevantes para os resultados das empresas e que se demonstram, “um cálculo político concebido para apelar à esquerda“.

“Não queremos desestabilizar toda a indústria de seguros ao injetar um conjunto de princípios não atuariais“, disse o Representante do Texas Tom Oliverson, vice-presidente do Caucus Republicano da Casa do Estado, que apresentou um projeto de lei para barrar as seguradoras de considerarem as pontuações do ESG ou os fatores de diversidade, equidade e inclusão na fixação de taxas.

A indústria dos seguros resiste, argumentando que tal legislação “prejudica as suas práticas comerciais e pode provocar o tipo de instabilidade para o qual Tom Oliverson está a alertar”.

Algumas companhias indicam, de acordo com a publicação Politico, que a consideração dos riscos climáticos ajuda-as a lidar com fatores como ativos irrecuperáveis e com custos elevados de mitigação de catástrofes. Afirmam ainda que consultam regularmente parâmetros como as notações de crédito e pontuações ESG, que ilustram os riscos. De acordo com um recente estudo da PwC, “85% das seguradoras globais acreditam que as considerações ESG terão impacto em todas as funções dos seus negócios“.

Doug Abraham, um lobista da American Property Casualty Insurance Association (APCIA), testemunhou, no mês passado, contra uma lei do estado da Dakota do Sul, que impediria as empresas financeiras e seguradoras de negar serviços a quem não se inserisse nas “normas financeiras imparciais baseadas no risco”, argumentando que isso aumentaria as taxas de seguros em todo o estado e levaria as seguradoras à falência.

A APCIA também se opõe à proposta de lei de Connecticut, afirmando, em comentários públicos, que “os estados não deveriam utilizar a política fiscal para tentar impedir a cobertura de seguros para indústrias desfavorecidas”. O grupo advertiu que a legislação também poderia prejudicar a capacidade de recuperar os danos das empresas de combustíveis fósseis.

“Será que achamos arrepiante quando vemos estas leis? Bem, achamos que é confuso”, disse Michael Leonard. “E a confusão na indústria pode criar, muito rapidamente, em preocupações significativas”, disse o especialista.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CA Seguros disponível em formato Android Automotive

  • ECO Seguros
  • 8 Março 2023

CA Seguros lança presença em Android Automotive, a primeira seguradora em Portugal a disponibilizar serviços através desta tecnologia. A DXspark foi a parceira tech.

Os serviços da CA Seguros estão agora disponíveis nos automóveis com sistema Google, através da tecnologia Android Automotive. A companhia contou com a colaboração da DXspark, numa parceria de desenvolvimento tecnológico.

João Pedro Borges, Presidente do Conselho de Administração Executivo CA Seguros, afirmou que a companhia “dá mais um importante passo na inovação, mantendo o compromisso de continuar a trabalhar para exceder as expectativas dos clientes do Crédito Agrícola”.

Os condutores podem instalar a nova aplicação da CA Seguros no sistema de infotainment e, sem recurso a telemóvel, aceder a funcionalidades diretamente ligadas ao veículo.

Das funcionalidades, disponíveis exclusivamente em veículos com sistema Google integrado, destacam-se a consulta de apólices CA Automóvel e seleção da apólice relativa ao veículo; a possibilidade de consulta e pedidos de assistência, sendo possível acompanhar os serviços em tempo real; a partilha da localização do veículo; a consulta da Agência do Crédito Agrícola mais próxima e respetivos detalhes e a possibilidade de realizar chamadas telefónicas para a mesma.

Para João Pedro Borges, Presidente do Conselho de Administração Executivo, “a CA Seguros dá mais um importante passo em termos de inovação, mantendo o compromisso de continuar a trabalhar para exceder as expectativas dos clientes do Crédito Agrícola.”

O Diretor Executivo da DXspark, Ricardo Amado, destacou as potencialidades do sistema Android Automotive que, afirma, “são inúmeras”. E acrescentou: “a aplicação CA Seguros em Android Automotive, além de tornar possível ao utilizador aceder às principais funcionalidades que o irão ajudar na navegação e assistência em viagem, garante, ainda, que esta é feita de modo seguro, com o mínimo de distrações, respeitando o código da estrada e funcionando totalmente independente da conexão do smartphone ao veículo”.

Automotive infotainment refere-se ao conjunto completo de tecnologias de ponta que estão integradas nos automóveis e oferecem conectividade, entretenimento, informação e serviços de comunicação. Para proporcionar entretenimento e transmissão de informação aos condutores e passageiros, todo o sistema faz uso de interfaces áudio/vídeo (A/V), teclados, ecrãs táteis, e outros tipos de dispositivos. Wi-Fi, Bluetooth, reconhecimento interativo da fala, streaming de meios de comunicação ao vivo, e tecnologias inteligentes para integração móvel são todos possíveis graças aos modernos sistemas de infoentretenimento.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FPF afirma que carga fiscal e seguros de acidentes de trabalho prejudicam clubes

  • Lusa
  • 8 Março 2023

O presidente da FPF, Fernando Gomes, disse que os clubes portugueses "são altamente prejudicados" devido à carga fiscal e às indemnizações de acidentes de trabalho para desportistas.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, disse, nesta quarta-feira, que os clubes portugueses “são altamente prejudicados” em comparação com outros países europeus, devido à carga fiscal e às indemnizações de acidentes de trabalho para desportistas.

“Em Portugal, temos uma carga fiscal na ordem dos 14%. Temos condições extremamente diferentes e menores em relação aos nossos concorrentes diretos e não somos tão competitivos a nível internacional”, afirmou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes.Lusa

O dirigente foi ouvido hoje pela Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, na Assembleia da República, no âmbito da discussão na especialidade do projeto-lei que aprova o regime específico relativo à reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais, apresentado pelo Partido Socialista.

“Os clubes portugueses são altamente prejudicados relativamente a outros países. Há dois anos, saiu uma lei em Itália em que os jogadores que vão para lá têm a redução do IRS durante dois anos. Em Portugal, temos uma carga fiscal na ordem dos 14%. Temos condições extremamente diferentes e menores em relação aos nossos concorrentes diretos e não somos tão competitivos a nível internacional”, afirmou Fernando Gomes.

As taxas de prémios de seguros subiram “de forma desmensurada”, dos seis para os 18 a 20%. “Um quinto é pago às seguradoras, 24 milhões de euros por ano, que os clubes profissionais têm de pagar relativamente a seguros de acidentes de trabalho”.

O projeto-lei propõe um regime de remissão das pensões, omissa na lei desde 2011, e a possibilidade de revisão da incapacidade, que deve passar a poder ser requerida no prazo de 10 anos desde a data da alta clínica, para além do limite mínimo de cinco por cento de incapacidade estabelecido para as indemnizações a desportistas profissionais.

“Dei comigo a refletir se não poderíamos pôr os 5% em escalões, na perspetiva de acautelar os salários mais baixos. Temos 5% ou 10% de atletas com salários extremamente elevados, mas a maioria com contratos tem salários mais baixos e podem ser prejudicados com esta questão. Poderemos escalonar em função do próprio vencimento do jogador e, eventualmente, eliminar alguma questão de possível inconstitucionalidade”, sugeriu Fernando Gomes, na liderança federativa desde 2011.

O presidente da FPF lembrou que há cerca de 20 anos que se fala na “necessidade de rever a tabela nacional de incapacidades”, continuando a usar-se a mesma, o que leva a que se “torna urgente revê-la”, embora considerando que isso não será “tarefa fácil”.

“É importante termos consciência do que acontece nos pedidos de indemnização, que são milionários, em relação a acidentes de trabalho no início do século. É uma situação extremamente complexa e difícil. Quem vai pagar isto serão os clubes”, alertou ainda.

A possibilidade de revisão da incapacidade, no prazo de 10 anos desde a alta clínica, é “mais ou menos comummente” e Fernando Gomes entende não ser possível “manter ad eternum”, propondo ainda a possibilidade de ser pedida a revisão de forma anual.

Fernando Gomes salientou ainda que, enquanto um trabalhador normal pode exercer atividade até aos 66 anos, na atividade desportiva existe uma limitação no tempo para o exercício dessa atividade, não beneficiando também do sistema normal de reformas.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.