Governo rejeita ter abandonado ex-trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2023

Ministro da Economia rejeitou que o Governo tenha votado ao "abandono ou voltar de costas" os 172 ex-trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos.

O ministro da Economia rejeitou esta terça-feira que o Governo tenha votado ao “abandono ou voltar de costas” os 172 ex-trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos, adiantando que 103 “já trabalham” ou estão reformados.

Eu diria que depois de todo este processo decorrido, claramente, não há nesta altura um voltar de costas aos trabalhadores, há todo um conjunto de ações que respondem ao desígnio [de os apoiar], o percurso de cada um dos trabalhadores está identificado e recenseado, há esse contacto e não existe um abandono ou voltar de costas”, garantiu António Costa e Silva, esta tarde, numa audição a pedido do BE na Comissão de Ambiente e Energia da Assembleia da República.

O titular da pasta da Economia lembrou que a decisão de encerrar a refinaria naquele concelho do distrito do Porto foi tomada pela Galp de forma unilateral e lembrou o “conjunto de ações” de apoio que o Governo, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte estão a levar a cabo no âmbito da reconversão laboral, formação profissional e empreendedorismo.

“Temos 103 que já trabalham ou estão reformados, que são 34. Os que estão a trabalhar foram integrados em instalações da Galp ou de companhias ali da periferia e da zona. Temos 31 ex-trabalhadores que nesta altura estão em formação profissional e 37 que estão como desempregados a receber subsídios no âmbito da Segurança Social”, deu conta António Costa e Silva.

Segundo o ministro, estão “em curso vários instrumentos na área de formação e reconversão profissional, já com os cursos a ser ministrados pelo Instituto de Formação Profissional”, estando a decorrer o curso de maquinista ferroviário com cerca de 15 formandos e de empreendedorismo com 11 formandos e em preparação os cursos de marinheiro, maquinista e na área das energias renováveis.

António Costa e Silva, que disse não ter conhecimento de nenhuma proposta de compra da refinaria, lembrou os cerca de 1,5 milhões de euros do Fundo para a Transição Justa (FTJ) adstritos ao apoio àqueles trabalhadores: “Ao abrigo deste instrumento pode ser apoiada a criação do próprio emprego ou de postos de trabalho por conta de outrem, uma forma de assegurar a reintegração estável dos trabalhastes no mercado de trabalho”, justificou.

Outra questão que, disse o ministro, “alertou a sensibilidade do Governo” foi a possibilidade da redução de rendimentos daqueles trabalhadores no regresso ao mercado de trabalho.

Encontra-se em preparação um aviso para a apresentação de candidaturas para atribuir uma compensação pecuniária e gradual aos ex-trabalhadores que tenham celebrado contratos com renumeração liquida inferior à que tinham na Galp“, disse.

Para aqueles trabalhadores estão também disponíveis apoios para “aumentar as qualificações escolares ou profissionais por via da frequência de ações de educação em formação disponíveis no mercado”, financiados pelo Programa Norte 2030, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional e pela câmara de Matosinhos.

Quanto ao futuro dos terrenos onde funcionava a refinaria, o governante lembrou os projetos delineados para o local, nomeadamente o Centro de Biotecnologias Marinhas e o Distrito da Inovação.

“Relativamente ao aproveitamento futuro daquele parque e daqueles terrenos há dois grandes projetos, o Centro de Biotecnologias Marinhas, que está tudo em processo de desenvolvimento, temos o protocolo, um acordo que está a ser negociado com a Fundação Oceano Azul e isso fará parte da pasta de transição que o Governo deixará, nesta altura acho que já não há condições para darmos os passos subsequentes que estavam programados”, referiu.

Aquele centro, que vai ocupar cerca de 20 hectares, salientou Costa e Silva, “é absolutamente fundamental para o futuro da economia portuguesa“, sendo que o grupo de trabalho criado com a Fundação Oceano Azul e vários ministérios identificou um mercado que vale 100 mil milhões de dólares no âmbito internacional e que vai duplicar até 2030.

Quanto ao Distrito de Inovação, que ocupará cerca de quatro hectares, o ministro referiu que “vai ser patrocinado pela Universidade do Porto, que quer criar um centro especializado em telecomunicações, em robótica, também na economia do Mar e uma incubadora”.

“Estamos aqui para tentar pressionar o máximo e fazer com que as coisas aconteçam”, garantiu António Costa e Silva.

O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelas estruturas sindicais.

Em maio de 2021, a Galp deu início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores.

Este ano foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará ainda com a colaboração da Fundação Oceano Azul, depois de ter sido anunciada uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”.

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Produção automóvel aumentou 2,3% até novembro para 299.181 veículos

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2023

2023 “confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel já que 97,8% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo".

A produção automóvel em Portugal atingiu, entre janeiro e novembro deste ano, 299.181 veículos, ou seja, mais 2,3% do que em igual período do ano anterior, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

Já no mês de novembro, referiu, “foram produzidos em Portugal 35.007 veículos automóveis, o que representou um decréscimo de 4,9% face ao mês homólogo de 2022”, salientou a organização. Assim, em termos acumulados, nos onze meses de 2023, “saíram das fábricas instaladas em Portugal 299.181 veículos, ou seja, mais 2,3%” do que no período homólogo, disse a ACAP.

De acordo com a associação, a informação relativa a 2023 “confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel já que 97,8% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que contribui, de forma significativa, para a balança comercial portuguesa”.

A ACAP revelou ainda que a Europa “continua a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional – com 88,3% – com a Alemanha (19,4%), França (14,4%), Itália (13,5%) e Espanha (10,0%) no topo do ranking”. O mercado asiático, liderado pelo Japão (2,3%), mantém o segundo lugar nas exportações de automóveis fabricados em Portugal, com 5% e África encontra-se no terceiro lugar, com 3,4%, segundo a organização.

A associação fez ainda um balanço da montagem de veículos automóveis em Portugal, concluindo que em novembro de 2023 foram montados 28 veículos pesados, um acréscimo de 64,7% face ao mesmo mês de 2022. Já em termos acumulados, nos onze meses de 2023, “a montagem de veículos pesados apresentou uma ligeira queda de 0,6% face a igual período do ano anterior, representando 180 veículos montados”, referiu.

Entre janeiro e novembro, foram exportados 99,4% dos veículos montados em Portugal, representando 179 unidades, segundo a associação, que referiu que a Alemanha (49,7%) e o Reino Unido (50,3%) “foram os únicos destinos destas exportações”.

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Teste português à semana de quatro dias “já é um exemplo na Europa”, realça ministra

Primeiros resultados do teste à semana de quatro dias foram conhecidos esta terça-feira e mostram que maioria das empresas estão satisfeitas com projeto. Ministra diz que piloto é "exemplo na Europa".

A ministra do Trabalho sublinhou esta terça-feira que o projeto-piloto à semana de trabalho de quatro dias promovido em Portugal “já é um exemplo na Europa“, uma vez que a Bélgica anunciou recentemente que vai replicar o modelo experimentado por cá. Os primeiros resultados do teste português foram conhecidos esta tarde, com 95% das empresas que estão a participar na experiência a indicar que estão satisfeitas.

“É um projeto vencedor, num mundo que é evidente que está numa mudança muitíssimo acelerada“, afirmou Ana Mendes Godinho, dizendo-se orgulhosa desta experiência.

Questionada pelos jornalistas, a governante ressalvou, contudo, que o facto de este ter sido um teste de adesão voluntária por parte das empresas foi um “fator de sucesso”, ou seja, entende que este não é um modelo que deva ser imposto aos empregadores nacionais.

Durante a apresentação dos primeiros resultados deste projeto-piloto, o coordenador Pedro Gomes também reconheceu que estes resultados “não justificam” para já a implementação da semana de trabalho de quatro dias por legislação.

Por outro lado, a ministra do Trabalho argumentou que “este foi um projeto que procurou que a vida das pessoas tenha sentido, o trabalho tenha sentido, as organizações tenham sentido“. “É determinante que pessoas se revejam no trabalho para que se consiga atrair e reter talento”, considerou a responsável.

Ainda assim, Ana Mendes Godinho reconheceu que “não foi fácil” às empresas fazerem as mudanças internas necessárias para que a redução da semana de trabalho fosse possível. Mas frisou que este foi um “sonho coletivo” que foi concretizado. “É um embrião extraordinário de como em conjunto podemos construir novas soluções“, assinalou a ministra.

O projeto-piloto em torno da semana de trabalho de quatro dias começou a ser preparado em 2022, tendo o teste arrancado efetivamente em junho, com a participação de 21 empresas, que se juntaram a outras 20 que já estavam a experimentar esse modelo. No total, foram abrangidos mil trabalhadores.

De acordo com o relatório divulgado esta terça-feira, 95% das empresas que estão a participar dão nota favorável a essa experiência, apesar das dificuldades. E do lado dos trabalhadores, “a frequência de sintomas negativos a nível de saúde mental diminuiu significativamente”. Aliás, hoje 85% dos trabalhadores dizem que apenas aceitariam mudar para uma empresa com um funcionamento a cinco dias mediante um aumento salarial superior a 20%.

Depois do relatório conhecido esta terça-feira, serão agora feitos novos inquéritos a trabalhadores e às empresas, de modo em que em abril seja lançado um relatório final.

No final da apresentação dos resultados deste projeto-piloto, a ministra do Trabalho foi ainda questionada sobre a corrida interna em curso no PS, que opõe Pedro Nuno Santos a José Luís Carneiro. Ana Mendes Godinho não quis revelar qual destes nomes apoia. Antes, salientou que são ambas “pessoas extraordinárias“, que têm feito trabalho, nomeadamente, em prol da valorização dos salários.

Por outro lado, quanto à polémica em torno da Santa Casa da Misericórdia, a responsável garantiu estar aberta a prestar toda a informação disponível e frisou repetidamente que há uma auditoria em curso, cujos resultados devem ser conhecidos em breve. “Está em fase de finalização”, precisou.

Para já, assegurou aos jornalistas que, aquando da aprovação da internacionalização da Santa Casa, fez questão de colocar algumas condicionantes, como a idoneidade dos parceiros e a garantia da sustentabilidade financeira dessa entidade.

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EUA sancionam mais de 250 pessoas e entidades ligadas a invasão russa

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2023

Departamento de Estado e o Departamento do Tesouro dos EUA têm uma lista de mais de 250 pessoas e entidades sancionadas, algumas com sede na China, na Turquia e nos Emirados Árabes Unidos.

Os Estados Unidos sancionaram esta terça-feira mais de 250 pessoas e entidades que acusam de ter facilitado a invasão da Ucrânia pela Rússia e de tentar contornar as sanções anteriormente impostas a Moscovo.

Trata-se de uma ação coordenada entre o Departamento de Estado e o Departamento do Tesouro norte-americanos com o objetivo de restringir “as atividades externas nocivas do Governo da Federação Russa”, depois de, na semana passada, os líderes do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a União Europeia) terem reafirmado o seu apoio à Ucrânia.

Num comunicado, o Departamento de Estado indicou que impôs sanções a mais de 100 entidades e pessoas que fomentaram a capacidade de Moscovo na guerra da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, e reforçaram a produção e exportação de energia por parte da Rússia. Além disso, o Departamento do Tesouro sancionou mais de 150 pessoas e entidades, algumas das quais com sede na China, na Turquia e nos Emirados Árabes Unidos, que estão ligadas à indústria militar e ao setor financeiro russo.

“Continuaremos a utilizar todas as ferramentas à nossa disposição para promover a responsabilização pelos crimes da Rússia na Ucrânia daqueles que financiam e apoiam a máquina bélica russa”, asseverou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, no comunicado. O Departamento do Tesouro especificou, por seu lado, que a Rússia usa a China, a Turquia e os Emirados Árabes Unidos e “complexas redes transnacionais” para adquirir tecnologia e equipamentos necessários para prosseguir a guerra.

Por essa razão, o Tesouro advertiu de que continuará “a tomar medidas para identificar e frustrar as pessoas, entidades e redes de países terceiros” que facilitem esse processo. Em consequência das sanções norte-americanas de hoje, todos os bens e propriedades dos visados que se encontrem no território dos Estados Unidos ficam bloqueados e proíbe-se a cidadãos e empresas norte-americanos qualquer transação com eles.

Além dos países já referidos, as sanções de Washington tiveram como alvos pessoas singulares e coletivas na Suíça, no Paquistão, em Singapura, nas Maldivas, no Tajiquistão, no Quirguistão e na própria Rússia.

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BlackRock antecipa grande volatilidade das bolsas em 2024 que beneficiará gestão ativa

Entre as principais apostas da BlackRock para o próximo ano estão as ações japonesas e o mercado indiano, em contraposição ao mercado acionista dos EUA e europeu.

A BlackRock acredita que a economia mundial mudou e que essa mudança não é um efeito cíclico, mas estrutural. “Estamos numa trajetória de crescimento mais fraco e chegámos aqui com mais inflação, taxas de juro mais altas e níveis de dívida muito mais elevados”, refere a sociedade gestora no seu outlook para 2024, que antecipa que este cenário não mude significativamente nos próximos anos.

Este quadro gerará, segundo a BlackRock, uma maior volatilidade dos mercados no próximo ano, que será fortemente adensada pela onda recorde de eleições que terão lugar em 2024. “80% da capitalização bolsista global, 52% do PIB mundial e 35% da população mundial vai a eleições em 2024”, destacou esta terça-feira André Themudo, responsável de negócio em Portugal da BlackRock, na apresentação do documento.

Além das eleições legislativas nacionais a 10 de março, o ano começa com eleições em Taiwan (janeiro) e estende-se depois pela Indonésia (fevereiro), Rússia (março), Índia (maio), México e Parlamento Europeu (junho), EUA (novembro) e ainda o Reino Unido, que terá o Parlamento dissolvido até 17 de dezembro, tendo que as eleições decorrer até 25 de janeiro de 2025.

Os lucros no setor tecnológico deverão continuar no próximo ano e serão o principal movimento de crescimento das bolsas dos EUA em 2024.

André Themudo.

Responsável de negócio em Portugal da BlackRock

A BlackRock considera que a chave para os investidores enfrentarem 2024 está numa abordagem mais ativa na gestão dos seus portefólios, porque as “posições estáticas [como as estratégias buy & hold ou a carteira 60/40] não funcionam tão bem como no passado”, considera André Themudo, sublinhando que “a rotação da carteira será cada vez mais importante”.

“Chegou o momento para investir com competência, versatilidade. Investir com mais alvo”, destaca o responsável da sociedade gestora norte-americana, sublinhando que os investidores devem “segurar as rédeas do seu dinheiro”, e não apostar numa gestão mais passiva — esta última mais associada aos fundos cotados (exchange-traded funds ou ETF).

Com mais de nove biliões de euros de ativos sob gestão, que a tornam na maior sociedade gestora do mundo, a BlackRock reforça no seu outlook que as perspetivas macroeconómicas revelam mais incertezas para o próximo ano. “As exposições ao risco macro podem ser punidas ou recompensadas, pelo que somos da opinião de que os investidores devem ser deliberados quanto às exposições que assumem.”

Entre os ativos que merecem uma subponderação na carteira dos investidores para o próximo ano, a BlackRock destaca as ações europeias, por os seus analistas anteverem que a política monetária do Banco Central Europeu se mantenha apertada por mais tempo num contexto de abrandamento. “As avaliações são atrativas, mas a não vemos um catalisador para melhorar o sentimento”, lê-se no outlook.

Entre as principais apostas da BlackRock estão os mercados acionistas do Japão e da Índia, por estarem “entre os beneficiários da fragmentação mundial” que se está a assistir, refere Belinda Boa, CIO de mercados emergentes da BlackRock, no outlook. “Observamos uma maior dispersão dos retornos nos mercados globais, criando oportunidades para os investidores que olham para além dos seus mercados de origem”, destaca a gestora.

A seleção granulada geograficamente será assim um elemento importante em 2024 para a Blackrock, que destaca ainda os mercados do México, Brasil, Taiwan e Vietname, por estarem entre os países que mais beneficiarão da fragmentação geográfica dos blocos económicos e também com uma forte capacidade para beneficiarem de um conjunto de cinco tendências que os analistas da Blackrock vislumbram como sendo os principais motores do “novo regime” de crescimento da economia mundial e da mudança:

  1. Disrupção digital e da inteligência artificial em segmentos da economia para lá dos semicondutores e da robótica
  2. Um futuro mundo novo das finanças com o crescimento do crédito privado por conta de “pressões de capital exercidas sobre os bancos”
  3. Divergência demográfica causada pelo envelhecimento da população nas principais economias
  4. Transição para a economia de baixo carbono, à medida que os dados climáticos aumentam
  5. Fragmentação geopolítica e a concorrência económica conduzem a um aumento do investimento em setores estratégicos como a tecnologia, a energia e a defesa

Esta visão faz com que a BlackRock se mostre “underweight” em ações nos EUA, mas apresente uma sobreponderação em ações de empresas norte-americanas e de outros países desenvolvidos que beneficiam da inteligência artificial, porque “prevemos o desenvolvimento de um ciclo de investimento multipaíses e multisetorial centrado na inteligência artificial, que provavelmente apoiará as receitas e as margens”.

“Os lucros no setor tecnológico deverão continuar no próximo ano e serão o principal movimento de crescimento das bolsas dos EUA em 2024”, revela André Themudo.

A BlackRock mostra-se também positiva em relação a títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo, “uma vez que as taxas de juro se mantêm mais elevadas durante mais tempo”, e também a ações japonesas, por os seus analistas anteverem um crescimento mais forte da economia que ajudará as empresas a apresentarem lucros acima das expectativas do mercado.

Entre os ativos que merecem uma subponderação na carteia dos investidores para o próximo ano, a BlackRock destaca as ações europeias, por os seus analistas anteverem que a política monetária do Banco Central Europeu se mantenha apertada por mais tempo num contexto de abrandamento. “As avaliações são atrativas, mas a não vemos um catalisador para melhorar o sentimento”, lê-se no outlook.

Com uma visão igualmente negativa para 2024, os analistas destacam as obrigações indexadas à inflação na Zona Euro, por os mercados estarem “a sobrestimar a persistência da inflação na Zona Euro em relação aos EUA”; e também para as obrigações do Tesouro do Japão por “considerarmos que o Banco do Japão está a aumentar os riscos para as taxas de rendibilidade devido à redução da sua política ultraflexível”.

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Terramoto na Turquia e Síria foi a catástrofe natural com mais perdas seguradas

  • ECO Seguros
  • 12 Dezembro 2023

A resseguradora Swiss Re verifica uma grande lacuna de proteção a nível global visto que apenas 40% das perdas económicas por catástrofes naturais são cobertas.

O terramoto na Turquia e na Síria foi a catástrofe natural mais cara para as seguradoras: com cerca de 5.57 mil milhões de euros gastos pelas seguradoras na cobertura de sinistros, avança o jornal Inese.

De acordo com o jornal, a resseguradora Swiss Re prevê que até ao final do ano as perdas globais seguradas ultrapassem os 95 mil milhões de euros. Este valor foi impulsionado por vários recordes de perdas por catástrofes naturais, nomeadamente, pelo registo das perdas mais dispendiosas da história (2,23 mil milhões de euros) da Nova Zelândia, o que se repetiu na história de Maui, no Havaí, que também registou as perdas seguradas mais caras de que há registo quando os incêndios florestais que deflagraram na região provocaram perdas acima dos 3,25 mil milhões de euros.

Se o valor das perdas cobertas por seguros for o que a resseguradora prevê, então irá representar cerca de 40% das perdas económicas, que totalizaram 250 mil milhões de euros. Nesta diferença, a resseguradora verifica uma grande lacuna de proteção a nível global, lê-se no artigo.

Importa salientar que é a combinação entre o desenvolvimento urbano, a acumulação de riqueza em zonas propensas a catástrofes e a inflação, aliadas ao aumento das temperaturas, que aumentam o riscos de secas severas e incêndios florestais, contribuem para perdas seguradas decorrentes das catástrofes naturais, escreve o jornal.

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PLMJ assessorou a Taiwan Cement Corporation na compra da CIMPOR

A equipa da PLMJ envolvida nesta operação foi liderada pelo sócio e cocoordenador da área de Corporate M&A Diogo Perestrelo.

A sociedade de advogados PLMJ assessorou a Taiwan Cement Corporation (TCC) na compra de 60% da CIMPOR pelo valor de 480 milhões de euros.

“Esta operação envolveu a coordenação da operação em Portugal e nas jurisdições Africanas onde a CIMPOR está presente, designadamente Cabo Verde, Costa do Marfim e Camarões”, explica o escritório em comunicado.

A equipa da PLMJ envolvida nesta operação foi liderada pelo sócio e cocoordenador da área de Corporate M&A Diogo Perestrelo e contou com a participação do associado coordenador João Regadas, dos associados Ânia Cruz, Beatriz Veiga Santos, Carolina Inverno Branco, Inês Cruz Rodrigues e João Trindade da Silva, e da estagiária Maria Brasileiro de Mello.

Da área de Público, a equipa da PLMJ contou com Maria Zagallo, sócia, Raquel Freitas, consultora sénior, Benedita Lacerda, associada coordenadora, e com os advogados Ana Nunes da Silva, Sara Gomes Duarte, Mafalda Pissarra Diogo, António Brás Simões, Telmo Coutinho Rodrigues, Mariana Lopes Farinha, António Lopes Garcia, João Palmeiro Carrilho e Tiago Salem.

Já da equipa de Imobiliário e Turismo integraram esta operação os advogados Sérgio Antunes Teixeira, associado coordenador, Tatiana Pardal Pires e Alexandre Hierro e ainda Maria Francisca Pereira e Manuel Abecasis.

Bárbara Bastos Viegas, associada coordenadora da área de Resolução de Litígios colaborou também nesta operação, bem como a equipa de Bancário e Financeiro composta por Raquel Azevedo, sócia, Joana Marques dos Reis, associada sénior, João Terrinha e ainda Leonor Urbano Guiomar e Tiago Jesus Bento.

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PSD avança com requerimento potestativo para forçar audição sobre IMI

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2023

Ao avançar com um requerimento potestativo, o PSD garante que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, vai ser ouvido na COF até ia 10 de janeiro.

O PSD avançou esta terça-feira com um requerimento potestativo para uma audição urgente do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais sobre eventual aumento do IMI, depois de o PS ter chumbado um requerimento dos sociais-democratas com o mesmo objetivo.

Na reunião da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), o voto contra do PS ditou também o chumbo de uma audição ao governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, pedida pelo Chega. No requerimento que o PSD entregou em 27 de outubro na Comissão de Orçamento e Finanças, o partido admitia recorrer a outras diligências, caso este fosse chumbado, o que veio a acontecer na reunião desta terça, na sequência do voto contra do PS, e apesar do voto favorável do proponente, do Chega e da Iniciativa Liberal.

Ao avançar com um requerimento potestativo, o PSD garante que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, vai ser ouvido na COF, tendo a audição de ser feita, no máximo, até ao dia 10 de janeiro, segundo referiu à Lusa o deputado social-democrata Hugo Carneiro. A marcação da data da audição fica agora dependente da agenda do governante, disse Hugo Carneiro, indicando que poderá, por isso, acontecer já na próxima semana.

Na origem deste pedido de audição urgente estão declarações do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais numa entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, na qual disse que está prevista a revisão dos coeficientes que determinam a avaliação dos prédios urbanos, considerando que existe um “desalinhamento do VPT [Valor Patrimonial Tributário] dos imóveis face àquilo que é a realidade do mercado”.

“Foi muito taxativo: disse que era um processo em curso e que ia acontecer. Isto leva-nos a concluir que o Governo, direta ou indiretamente, está a preparar um aumento do IMI (Impostos Municipal sobre Imóveis)”, alertou, então, em declarações à Lusa, Hugo Carneiro.

Hugo Carneiro apontou ainda a “contradição” entre estas declarações do secretário de Estado e as do ministro das Finanças, Fernando Medina, durante a audição parlamentar no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2024, que assegurou que o IMI não irá aumentar no próximo ano. “Não está previsto qualquer aumento de IMI no OE2024, nem nenhum que eu possa prescrever para o futuro”, disse o ministro.

O voto contra do PS chumbou também esta terça o requerimento do Chega para uma audição urgente ao governador do Banco de Portugal, Mário Centeno. Neste requerimento, que foi votado favoravelmente pelo PSD, Chega e IL, o partido liderado por André Ventura requeria a audição de Centeno depois de ter vindo a público que o seu nome foi apontado para suceder a António Costa na chefia do Governo, após a demissão do atual primeiro-ministro.

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Centrais sindicais contestam apelos à prudência nos aumentos salariais

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2023

"Nós já vimos em momentos anteriores que este tipo de política o que faz é atrasar o desenvolvimento e não traz progresso", diz Isabel Camarinha. UGT critica BCE e Comissão Europeia.

As centrais sindicais UGT e CGTP contestam os apelos dos bancos centrais à prudência nos aumentos salariais e defendem que a subida dos rendimentos não é um risco para a economia, mas antes um fator de progresso.

Para a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, “não fazem sentido absolutamente nenhum os apelos à contenção salarial” dos bancos centrais, nomeadamente o pedido feito este mês pelo governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que defendeu que a prudência deve orientar os aumentos salariais.

O que nós precisamos é do aumento geral e significativo de todos os salários, das pensões, para garantir que há uma melhoria do poder de compra de quem trabalha e trabalhou no nosso país, até para o desenvolvimento da própria economia”, defende Isabel Camarinha, em declarações à Lusa. “Nós já vimos em momentos anteriores que este tipo de política o que faz é atrasar o desenvolvimento e não traz progresso, não traz desenvolvimento económico”, acrescenta a líder da CGTP.

Também para o dirigente da UGT, Sérgio Monte, é “um erro” afirmar que a inflação é provocada pelos ganhos salariais dos trabalhadores e o aumento do salário mínimo ao longo dos últimos anos veio comprovar que isso é “uma falsa questão”.

Segundo refere Sérgio Monte, “há uns anos alguns economistas e também o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia” receavam que a subida do salário mínimo levasse ao aumento do desemprego e provocasse falências de empresas, mas “provou-se que nada disso era verdade”.

As taxas de juro subiram “como reação do Banco Central Europeu àquilo que foi a inflação”, mas esta “não é provocada pelo aumento dos salários, mas sim pela oferta” ou seja pela subida dos preços dos produtos alimentares, energéticos e dos combustíveis em consequência da guerra na Ucrânia.

“O tratamento do Banco Central Europeu e das outras instâncias é quase sempre o mesmo, é tomar os salários como fator de ajustamento, e nós achamos que isso é errado”, reforça Sérgio Monte. De acordo com o dirigente da UGT, é preciso “ter algum cuidado” com estes apelos à contenção salarial porque, “para estas entidades quase nunca é a altura boa para aumentar salários”.

Sérgio Monte considera que o acordo do médio prazo, assinado na Concertação Social em outubro de 2022 pela maioria dos parceiros, incluindo a UGT, e o Governo “é perfeitamente comportável”, ao estipular referenciais de aumentos salariais de 5,1% para 2023, de 5% para 2024, de 4,8% para 2025 e de 4,7% para 2026 que, na sua opinião, “não provocam inflação”.

Isabel Camarinha diz que a população está a empobrecer a trabalhar “ao mesmo tempo que os grandes grupos económicos e financeiros, nomeadamente a banca e grupos económicos da energia, da distribuição e muitos outros, acumulam níveis escandalosos de lucros”.

A líder da CGTP aponta que o país está “muitíssimo longe” da média europeia em termos salariais e defende que é fundamental “um aumento geral e significativo dos salários”, considerando que a reivindicação da intersindical de uma subida salarial de pelo menos 15% com um mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores em 2024 é “realista” e que terá efeitos positivos também no desenvolvimento da economia.

Em 04 de dezembro, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, defendeu que um aperto da política monetária maior do que o necessário pode colocar em causa os investimentos e aspirações dos trabalhadores e que a prudência deve orientar os aumentos salariais.

Na análise do governador sobre as consequências dos desenvolvimentos no mercado de trabalho europeu para a evolução da inflação pode ler-se que “as políticas monetárias e fiscais devem reconhecer os desafios do mercado de trabalho, reconhecendo que a procura de trabalho é uma ‘procura derivada’ da atividade económica”.

Segundo Mário Centeno, “preservar os investimentos e as aspirações dos trabalhadores é incompatível com um aperto mais do que o necessário”. O responsável do banco central português defende que “a prudência deverá orientar os aumentos salariais”, considerando que devem ser impulsionados por ganhos de produtividade, como observado nos últimos 35 anos.

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CFP recomenda implementar um “efetivo sistema de gestão da despesa pública”

Conselho das Finanças Públicas alerta para necessidade de hierarquizar prioridades e criar margem orçamental para "fazer face às crescentes necessidades de investimento".

Quem assumir o controlo das finanças públicas no próximo ano, após as eleições de 10 de março, tem já uma recomendação do Conselho das Finanças Públicas (CFP): deve-se implementar um “efetivo sistema de gestão da despesa pública”, até tendo em vista criar margem para o investimento que é preciso em áreas como a saúde e defesa nacional, bem como outros riscos às contas.

No relatório sobre “Riscos Orçamentais e Sustentabilidade das Finanças Públicas 2023”, divulgado esta terça-feira, o CFP alerta para as pressões que as alterações demográficas, em particular o envelhecimento da população, apresentam para as contas nacionais. Vêm afetar o crescimento económico, nomeadamente por via do emprego, e também a sustentabilidade das finanças públicas, tendo em conta as despesas com saúde e pensões.

Para “melhor gerir estas pressões, assim como as exigências de investimento”, o CFP defende que “é necessária a implementação de um efetivo sistema de gestão da despesa pública, que hierarquize as prioridades, promova a eficiência nos gastos públicos e possibilite a criação de espaço orçamental para fazer face às crescentes necessidades de investimento”.

Estas necessidades de investimento são relevantes “em áreas como os cuidados de saúde, defesa nacional e outros riscos fortuitos e/ou condicionais“, que são identificados neste relatório. Os cuidados de saúde são uma das áreas mais afetadas pelo envelhecimento da população, nomeadamente pela pressão que colocam num Serviço Nacional de Saúde já com várias dificuldades.

Já a defesa nacional é uma área que o CFP identifica como um risco orçamental, perante os compromissos previstos no seio da NATO de ter uma despesa de 2% do PIB nesta rubrica. “A afetação à Defesa Nacional, de forma sustentada, de 2% do PIB, exigiria um aumento anual desta despesa em torno dos 0,6 p.p. do PIB”, calcula o organismo liderado por Nazaré Costa de Cabral. Nos riscos fortuitos, a CFP destaca as alterações climáticas, apontando que “persiste ainda a falta de clarificação das necessidades de investimento público e privado até 2050 para a efetiva concretização” dos instrumentos previstos para mitigar os efeitos destas mudanças.

Rutura com política económica podia levar dívida acima dos 110% do PIB

No que diz respeito a orientações para futuros governos, é de destacar também que o CFP calcula a trajetória da dívida pública nos próximos anos, o que estará dependente de opções políticas. O organismo estima que o rácio da dívida pública irá reduzir-se nos próximos anos, sendo que num cenário base atinge os 87,2% do PIB em 2037. Mas isto é sem choques imprevistos às políticas.

É de recordar que o Governo demissionário estimava, no Orçamento do Estado para 2024, que a dívida pública já iria ficar abaixo dos 100% do PIB no próximo ano – mas tudo depende da orientação da política económica.

O CFP calculou vários cenários, nomeadamente incorporando choques em vários indicadores orçamentais. Tendo em conta que se verifica uma “dinâmica favorável para a redução da dívida”, se existisse “uma rutura com essa opção de política económica, simulada pelo CFP num cenário extremo em que o saldo primário regressaria à respetiva média histórica desde a entrada na área do euro (-1,3% do PIB), conduziria a um perfil ascendente para o rácio da dívida a partir de 2027, situando-se acima de 110% do PIB no final do horizonte de projeção”.

Por outro lado, num cenário assente “numa hipótese de não reação do saldo primário ficando inalterado no valor atingido em 2022 (último ano completo para o qual existem dados de execução orçamental) até ao final do horizonte, mantendo-se a taxa de juro de novas emissões e o crescimento do PIB inalterados face ao cenário base”, seria possível uma “redução do rácio superior em quase 10 p.p. do PIB à do cenário base”.

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Puma vai deixar de patrocinar seleção de futebol de Israel a partir de 2024

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Dezembro 2023

A decisão da marca alemã de roupa desportiva de não renovar a parceria com a Associação de Futebol de Israel foi tomada em 2022, um ano antes do ataque do Hamas em 7 de outubro.

O logótipo da Puma vai deixar de aparecer nas camisolas da seleção de futebol de Israel em 2024. A decisão foi tomada há um ano, por razões comerciais e não pelos apelos dos consumidores a um boicote à marca alemã, noticia o Financial Times (acesso pago).

De acordo com um comunicado interno a que o jornal britânico teve acesso, a terceira maior empresa de roupa desportiva do mundo vai deixar de patrocinar a equipa israelita a partir do fim do próximo ano, depois de ter decidido não renovar o contrato com a Associação de Futebol de Israel (IFA, na sigla em inglês).

A decisão, tomada em 2022, faz parte da nova estratégia comercial da Puma e está em conformidade com os prazos normais para a conceção e o desenvolvimento das camisolas da equipa israelita, disse um porta-voz da empresa, num comunicado enviado por e-mail à Reuters (acesso pago).

Segundo o responsável, a marca assinou contratos recentemente com duas seleções nacionais, que serão anunciados no final deste ano e em 2024, enquanto os contratos de algumas federações, como Sérvia e Israel, expiram no próximo ano.

A parceria entre a Puma e a IFA foi assinada em 2018. Desde então, grupos de ativistas pró-palestinianos desencadearam uma campanha de boicote à marca alemã, acusando-a de apoiar os colonatos israelitas na Cisjordânia – considerados ilegais pela maioria da comunidade internacional –, uma vez que a IFA inclui clubes sediados nesses colonatos.

O grupo alemão rejeitou as alegações, afirmando que apenas patrocina a seleção nacional de futebol do país e não atividades ao nível de clubes. Com a ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza na sequência do ataque do Hamas a 7 de outubro, os apelos ao boicote subiram de tom e estenderam-se a mais empresas e produtos.

Em reação ao anúncio da Puma, o movimento pró-palestiniano BDS escreveu na rede social X (antigo Twitter) que a decisão de terminar a parceria era uma resposta direta aos seus apelos de longa data para um boicote. “Nós forçámos [a Puma] a abandonar o seu patrocínio à Associação de Futebol de Israel”, alega.

A IFA rejeitou a alegação do BDS, chamando-lhe uma “tentativa patética (…) de enganar” e dizendo que tinha a opção de prorrogar o contrato com a Puma por mais dois anos, até 2026, mas decidiu em setembro não o fazer, depois de não ter conseguido chegar a acordo sobre melhores termos e condições contratuais.

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MAIO Legal reforça equipas de contencioso, laboral e imigração

Celeste Campaniço e Nuno Atalho integraram a MAIO Legal na qualidade de associada sénior e associado júnior, respetivamente. Já Luísa Alves Siscari foi promovida a associada júnior.

A sociedade de advogados Maio Legal reforçou a sua equipa com dois novos advogados: Celeste Campaniço e Nuno Atalho. O escritório promoveu ainda Luísa Alves Siscari a associada júnior do departamento de imigração.

Transitando da CMS, Celeste Campaniço integra a MAIO Legal enquanto associada sénior do departamento de contencioso.

Nuno Atalho reforça o departamento de Laboral na qualidade de associado júnior. O advogado, que centra a sua prática nas áreas de Direito Administrativo e Direito do Trabalho, transita da Câmara Pestana Advogados.

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