Festival de cerveja artesanal gera retorno de 5,6 milhões de euros em Caminha

Festival Artbeerfest gera impacto económico de 5,6 milhões de euros, em Caminha, e coloca concelho minhoto na rota do turismo de cerveja artesanal.

A edição de 2023 do festival de cerveja artesanal Artbeerfest, em Caminha, gerou um retorno económico na ordem dos 5,6 milhões de euros, com as despesas feitas pelos turistas a terem um maior peso nas contas (4,2 milhões de euros). Os cálculos resultam de um estudo académico a que o ECO/Local Online teve acesso que é esta quarta-feira apresentado, nesta vila do Alto Minho, e que vem provar o exponencial crescimento e relevância da aposta no “turismo de cerveja artesanal”.

Segundo uma equipa da Universidade de Trás Os Montes e Alto Douro (UTAD) e do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), apesar de em menor número, os turistas (13.230) gastaram 4,2 milhões de euros contra os 1,4 milhões despendidos pelos cerca de 21.770 excursionistas que afluíram aos quatro dias do Artbeerfest, em julho de 2023.

O estudo “Artbeerfest Caminha 2023: caracterização do comportamento do consumidor e avaliação dos gastos globais dos visitantes”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, concluiu ainda que, à exceção da despesa com o alojamento no caso dos turistas, o valor médio gasto com cerveja artesanal no festival surge à cabeça das despesas dos turistas (61,96 euros) e dos excursionistas (21,69 euros).

Despesas no Festival Internacional de Cerveja Artesanal “Artbeerfest”, em Caminha

Os autores Susana Rachão, Goretti Silva, Carlos de Oliveira Fernandes, Veronika Joukes e Carla Ferreira concluíram ainda que os turistas (37,8% dos participantes do festival) gastaram uma média de 315,58 euros durante o evento, enquanto os excursionistas (62,2%) despenderam uma média de 63,47 euros. Os primeiros também tiveram uma despesa de 122,57 euros em alojamento e uma média de 42,87 euros em alimentação/restauração enquanto os excursionistas despenderam uma média 11,51 euros neste último item.

Por tudo isto, o fundador e diretor do festival, Octávio Costa, não tem dúvidas do “enorme crescimento e impacto económico na região, ao longo de uma década” – festival nasceu em 2013 – e do valor acrescido do turismo de cerveja artesanal. “Os resultados deste estudo podem ser úteis para o planeamento futuro do evento, bem como para a formulação de estratégias de marketing, atração de participantes e promoção do turismo local“, frisa Octávio Costa ao ECO/Local Online.

Para o diretor o Artbeerfest, este estudo “reflete a importância que este tipo de evento de escala e qualidade se traduz também em rentabilidade e bem-estar para a população local em geral“. Os investigadores contabilizam 113 empresas de produção de cerveja em Portugal em 2022.

O evento colocou Caminha na rota mundial dos maiores cervejeiros. Só no último ano, participaram mais de 35 mil aficionados da cerveja artesanal neste certame que arrecadou o título de “Melhor Festival Não Musical” da Península Ibérica, no âmbito dos “Iberian Festival Awards”. Participaram em 2023 cerca de 60 equipas de marcas cervejeiras de 17 países com 550 estilos diferentes de cerveja em prova. “Esta foi a maior edição de sempre, muito de perto com a edição de 2019”, refere Octávio Costa ao ECO/Local Online.

Festival Internacional de Cerveja Artesanal “Artbeerfest” em Caminha

Partindo do valor acrescentado que o “turismo de cerveja artesanal” pode acarretar para Caminha, a organização deste certame – Câmara Municipal e a OG Associados – decidiu, assim, medir o impacto económico no comércio e serviços da vila. A equipa da UTAD e do IPVC inquiriu 378 dos 35.000 entusiastas que participaram no festival. O questionário foi feito através de QrCode ou com assistência da equipa de investigação durante os quatro dias do evento.

A maioria dos inquiridos neste estudo é do sexo masculino (54%), solteiro (46,3%), tem entre 26 e 45 anos (69,3%), mestrado (46,8%) e trabalha no setor privado (52,4%). Cerca de 2/3 dos participantes vive em Portugal (62,2%), com especial destaque para os mercados de proximidade nacionais, nomeadamente os distritos do Porto, Viana do Castelo e Braga. Este certame atrai ainda entusiastas do mercado espanhol (29,1%), em particular da Galiza.

Os resultados deste estudo podem ser úteis para o planeamento futuro do evento, bem como para a formulação de estratégias de marketing, atração de participantes e promoção do turismo local.

Octávio Costa

Fundador e diretor do festival de cerveja artesanal Artbeerfest

Os investigadores concluíram ainda que os inquiridos consomem cerveja artesanal com frequência (58,2%) e afirmam ter bastante conhecimento sobre esta bebida alcoólica (33,6%). O “ambiente” (26,4%) e a “cerveja” (21,6%) são os atributos que os participantes do estudo mais apreciam no festival, enquanto o “preço da cerveja artesanal” (7%), a falta de “casas de banho” (7%) são os menos apreciados. Também destacam a oportunidade de experimentar cervejas novas e diferentes como uma das principais razões para aderirem ao ArtBeerFest que é “considerado um dos cinco mais importantes festivais do tema na Europa, pela sua diversidade, comunidade de seguidores, e com um modelo que reúne arte, música, performances de rua e gastronomia”.

O Artbeerfest Caminha 2024 já tem data marcada para este ano: de 11 a 14 de julho. Além da presença de várias cervejeiras artesanais nacionais e estrangeiras, este certame conta no cardápio com gastronomia, provas comentadas, master classes, animação de rua, concertos e performances.

Festival Internacional de Cerveja Artesanal “Artbeerfest” em Caminha9 abril, 2024

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Iliad fora da corrida à compra da Altice. Warburg Pincus posiciona-se

  • ECO
  • 10 Abril 2024

Fontes conhecedoras do processo admitem, que, com a saída da Iliad, o Warburg Pincus -- que tem uma proposta conjunta com a ZenoPartners e com Horta Osório -- deverá regressar à mesa das negociações.

A operadora de telecomunicações francesa Iliad desistiu da corrida à compra da Altice Portugal, revelaram três fontes conhecedoras do processo ao Jornal de Negócios (acesso pago). Com esta decisão, o fundo norte-americano Warburg Pincus, que a dada altura se desinteressou do processo, deverá regressar à mesa das negociações.

De acordo com o mesmo jornal, a operadora detida pelo multimilionário Xavier Niel e que contava com o apoio da sociedade de advogados Vieira de Almeida (VdA), já nem sequer está a fazer avaliações aos ativos da Altice Portugal, tendo-se colocado de fora da corrida.

Fontes conhecedoras do processo admitem, que, com a saída da Iliad, o Warburg Pincus que tem uma proposta conjunta com a ZenoPartners e o gestor português António Horta Osório — deverá regressar à mesa das negociações com uma nova vantagem competitiva face às limitações que uma venda à Saudi Telecom poderá suscitar. De notar, que tal como o ECO avançou na semana passada, o processo de venda da Altice Portugal tem sofrido atrasos, e o último foi mesmo por causa das eleições.

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Luz Saúde aumenta capital em 100 milhões de euros e volta à bolsa

A Fidelidade vai continuar a ter maioria do capital social da Luz Saúde na sequência do IPO, embora garantindo um nível de liquidez para novos investidores.

A Luz Saúde anunciou esta quarta-feira o arranque da operação para regressar à bolsa de onde saiu em 2018. Através da emissão de novas ações destinadas a investidores institucionais, tanto nacionais como internacionais, a empresa espera conseguir 100 milhões de euros.

Espera-se que a oferta inclua ações ordinárias recém-emitidas, gerando receitas brutas de aproximadamente 100 milhões de euros para a Luz Saúde, juntamente com a venda de ações ordinárias existentes pela Fidelidade“, explica a empresa em comunicado. “A Fidelidade pretende reter a maioria do capital social da Luz Saúde na sequência da oferta, embora garantindo um nível saudável de liquidez para novos investidores”, acrescenta a mesma nota.

Em paralelo com a oferta pública de venda, a Luz Saúde prevê realizar um aumento de capital de, aproximadamente, 100 milhões de euros. Essa oferta pública de venda de ações será realizada através da colocação privada, tanto em Portugal como no estrangeiro, incluindo nos Estados Unidos, dirigida a determinados investidores institucionais qualificados (QIBs), explica a Fidelidade em comunicado. Contudo, a admissão das ações à negociação na Euronext Lisboa estará sujeita à aprovação de um prospeto pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal.

A Luz Saúde opera 29 unidades, incluindo hospitais, clínicas ambulatórias e uma residência sénior e “chega a 75% da população portuguesa”, diz a empresa. Com uma equipa composta por 4.876 médicos, 2.587 enfermeiros, 1.308 técnicos, e 1.126 camas, “lidera a prestação de cuidados de saúde em Portugal”. Em 2023 os seus 14 hospitais atenderam mais de 1,1 milhões de pacientes e geraram 92,6% das receitas da empresa. Além disso, as 14 clínicas ambulatórias serviram cerca de 246 mil pacientes externos e contribuíram com 6,1% para as receitas anuais. A rede inclui também uma residência sénior, responsável por 0,9% das receitas, revela a empresa.

O grupo diz ter conseguido “um forte crescimento histórico” e “uma melhoria significativa na sua rentabilidade”, destacando que “em 2022 e 2023 alcançou um crescimento de receitas de dois dígitos (10% e 12%, respetivamente)”, devido ao “crescimento sustentado do nível de atividade em todas as unidades”, bem como à “continuação de medidas de eficiência de custos e alavancagem operacional”.

Esta potencial transação é um elemento-chave na estratégia do grupo Fidelidade e da Luz Saúde”, disse Rogério Campos Henriques, presidente executivo da Fidelidade, citado na mesma nota. Para o gestor, esta operação representa “mais um passo no plano de otimização de capital da Fidelidade, que passará a dispor de indicadores de solvência ainda mais robustos”, permitindo “continuar a beneficiar dos efeitos de diversificação, através de uma participação maioritária na Luz Saúde”.

“O regresso da Luz Saúde aos mercados públicos marca mais um importante marco na história da empresa ao trazer maior visibilidade ao diferencial de qualidade da nossa estratégia clínica, ativos e modelo de gestão, bem como maior flexibilidade financeira para continuar a perseguir nosso plano de crescimento de longo prazo”, diz por seu turno Isabel Vaz, recordando que este é um regresso da empresa à bolsa de onde saiu em 2015 quando foi comprada pela Fidelidade.

Na informação aos investidores a Luz Saúde revela que no exercício terminado em 31 de dezembro de 2023, teve resultados operacionais ajustados de 666,9 milhões de euros, aumento de 12% face a 2022, um EBITDA ajustado de 99,8 milhões de euros (+22,5% vs. 2022). Resultados que consideram dar “continuidade a uma trajetória de forte crescimento e margem melhoria” conseguida com “investimentos de expansão, continuidade do foco na cristalização de eficiência de custos e maior alavancagem operacional”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Hoje nas notícias: Altice, grupo Cascais e apreensões

  • ECO
  • 10 Abril 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

No plano empresarial, a Iliad desistiu da corrida à compra da Altice Portugal, enquanto o grupo Cascais faturou 710 milhões de euros em 2023. A marcar o dia está ainda a notícia de que a PSP e GNR guardam 1,5 milhões de bens apreendidos e que o Presidente da República condecorou António Spínola e Francisco da Costa Gomes às escondidas.

Iliad fora da corrida à compra da Altice. Warburg Pincus posiciona-se

A operadora de telecomunicações francesa Iliad desistiu da corrida à compra da Altice Portugal, revelaram três fontes conhecedoras do processo ao Jornal de Negócios. Com esta decisão, o Warburg Pincus, que a dada altura se desinteressou do processo, deverá regressar à mesa das negociações.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Grupo Casais com faturação de 710 milhões de euros em 2023

O Grupo Cascais fechou o ano passado com um volume de negócios de 710 milhões de euros, o que representa uma subida de cerca de 2% face ao alcançado em 2022. O CEO da construtora realça que o crescimento no mercado português foi “mais significativo” e que a carteira de encomendas para os próximos anos ronda os mil milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

PSP e GNR acumulam 1,5 milhões de bens apreendidos

A Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Guarda Nacional Republicana (GNR) guardam, nas suas instalações, mais de 1,5 milhões de bens apreendidos na sequência de processos judiciais. A maior fatia de objetos apreendidos, em volume, diz respeito a peças de vestuário e calçado, que representam quase um terço dos objetos a cargo da GNR, num total de 470 mil, segundo as duas auditorias realizadas pela Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI).

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre)

Marcelo condecorou Spínola às escondidas

O Presidente da República condecorou o general António Spínola com o Grande Colar da Ordem da Liberdade a 5 de julho do ano passado. Nesse dia, foi ainda condecorado Francisco da Costa Gomes, também com a mais alta insígnia da Liberdade. As duas condecorações não foram reveladas pela Presidência.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Empresário prometeu empreendimento turístico que não apareceu

Um empresário prometeu construir, em dois anos, um empreendimento que iria dar origem a postos de trabalho, reconhecimento e riqueza a Vila de Ala em Mogadouro. Para o efeito, a Junta de Freguesia da localidade cedeu de forma gratuita um terreno de 22 hectares, no entanto, 15 anos volvidos o terreno está em ruínas e a população sente-se enganada e revoltada.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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Receitas comerciais dos clubes da LALIGA aumentaram 23% na época passada

  • Servimedia
  • 10 Abril 2024

O volume de negócios dos clubes da LALIGA continua a aumentar em termos comerciais e confirma o interesse comercial do futebol profissional espanhol para as diferentes marcas.

De acordo com o estudo “Relatório Comercial da LALIGA 2024” publicado pelo meio especializado em negócios desportivos “2Playbook”, os clubes, tanto da LALIGA EA SPORTS como da LALIGA HYPERMOTION, alcançaram 1.144 milhões de euros de receitas comerciais em termos de patrocínio, publicidade e merchandising na última época, o que representa mais 23% do que no ano anterior.

Este valor revela um crescimento exponencial desde o final da pandemia e ultrapassa mesmo os níveis pré-pandémicos. Além disso, isto faz da LALIGA o terceiro campeonato nacional de futebol com maior faturação comercial do mundo, atrás apenas da Premier League e da Bundesliga.

A este respeito, o Real Madrid e o Barça ocupam as duas primeiras posições em termos de faturação comercial em patrocínios, publicidade e merchandising, com uma recuperação significativa do clube blaugrana, que, para além do seu patrocínio com a Spotify, conseguiu aumentar as suas receitas em 46% em relação a 2021-2022.

Por seu lado, os outros clubes também registaram aumentos no seu volume de negócios, como o Real Betis, Sevilla CF, Athletic Club, Villareal CF e Valencia CF, que ultrapassaram os 20 milhões de euros de receitas nesta área na época passada. No caso da Real Sociedad, do RC Celta e do CA Osasuna, ultrapassaram largamente a barreira dos 10 milhões de euros, enquanto o Girona FC ou o Getafe CF em 2022-2023 ficaram muito perto de atingir os 10 milhões de euros com a sua atividade comercial.

Na LALIGA HYPERMOTION, os clubes com maior volume de negócios comerciais na época passada foram o UD Las Palmas, com quase 10 milhões de euros, e o Real Valladolid, que atingiu 7,65 milhões de euros, enquanto o CD Tenerife ficou perto dos 7 milhões de euros em receitas de negócios comerciais.

SETORES QUE MAIS PATROCINAM

Outro dos parâmetros analisados neste estudo é o tipo de marcas e setores que patrocinam as equipas da LALIGA. Por indústrias, destaca-se o setor turístico, com 73 contratos relacionados com este setor dentro de algumas das formas de publicidade oferecidas pelos clubes. Entretanto, as marcas de bebidas, com 71 acordos, são as segundas mais comprometidas com o futebol, enquanto as empresas do setor automóvel assinaram 55 contratos de patrocínio com os clubes.

Além disso, de acordo com este estudo, os clubes espanhóis apostam quase exclusivamente na venda da parte da frente das suas camisolas como fórmula principal de patrocínio, com exceção do Sevilha FC e do CD Leganés. Excluindo o Real Madrid e o FC Barcelona, o Atlético de Madrid, com a WhaleFin, e o Villareal CF, com a Pamesa, são os clubes que mais receitas recebem da parte da frente das suas camisolas, com 42 e 3,6 milhões de euros, respetivamente.

Por outro lado, os clubes com maior faturação pela publicidade na frente das suas camisolas na LALIGA HYPERMOTION são o CD Tenerife, que recebe 2,5 milhões de euros do seu patrocinador principal, o Cabildo de Tenerife, e o RCD Espanyol, com a Riviera Maya, e o Real Valladolid, com a Estrella Galicia, cerca de 1 milhão de euros pelos seus patrocínios relacionados com o turismo e as bebidas.

Para além da parte da frente da camisola, os clubes da LALIGA também procuraram alternativas para tirar maior partido dos seus equipamentos. Neste sentido, na época 22/23 já 90% dos clubes da LALIGA assinaram acordos para incorporar a marca nas mangas dos seus equipamentos de jogo, o que se traduz em mais 16% do que na época 21/22. De facto, apenas quatro clubes, o Villareal CF, incluindo a sua filial que jogou na LALIGA HYPERMOTION em 22/23, o SD Eibar e o FC Cartagena, foram os únicos que não tiveram uma assinatura impressa nas mangas.

Por último, no que diz respeito ao patrocínio técnico, ou seja, às marcas de camisolas, a Adidas e a Nike são as que assinaram mais contratos em toda a LALIGA em 22/23, uma vez que 17 clubes assinaram com elas, enquanto a Puma, com 9, a Umbro, com 7, e a Joma, com 5, fecham o top 5 das empresas em que os clubes confiam para os seus equipamentos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de abril

  • ECO
  • 10 Abril 2024

Ao longo desta quarta-feira, 10 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Os franchisings da Restalia fecham o primeiro trimestre com vendas comparáveis de +9%, muito acima da média do setor

  • Servimedia
  • 10 Abril 2024

A empresa abre o ano de 2024 com uma perspetiva muito otimista em termos de volume de negócios, apontando para um crescimento de dois dígitos e com um desempenho muito positivo em relação ao setor.

Restalia, a empresa espanhola de restauração organizada, destacou que continua a mostrar “uma forte solidez na sua rede de franquias”, uma vez que no final do primeiro trimestre do ano, e apesar da situação climática que afetou a indústria hoteleira e de restauração, a cadeia cresceu em média 9% em vendas comparáveis em comparação com o mesmo período do ano passado.

Este valor contrasta com os resultados do setor que, embora tenham encerrado 2023 com +8%, iniciaram 2024 praticamente estáveis, apenas 1%. De facto, as perspetivas para 2024 são moderadas, com um crescimento estimado entre 2 e 4%, de acordo com a Hostelería de España. “As vendas comparáveis serão praticamente estáveis em 2024, embora estejamos confiantes de que o volume de negócios total irá aumentar devido à abertura de novos pontos de venda”, dizem fontes do setor.

Por seu lado, a Restalia continua a concentrar-se em duas prioridades de crescimento. Por um lado, a abertura de novos estabelecimentos. Durante os primeiros meses do ano, 100 Montaditos, Sureña e TGB abriram lojas em zonas como Maiorca, Valência, Barcelona, Múrcia, Albacete, Alicante e Cáceres.

Em Portugal, abriram também dois novos restaurantes nas localidades de Cacém e Montegordo, cumprindo assim o seu plano estratégico de aproximação às pequenas localidades fora das principais capitais.

Nos próximos meses, a empresa prevê a abertura de lojas em Gijón, Valência, Málaga, Sevilha, Huelva, Elche, Cádiz, Córdoba, Múrcia e Ilhas Canárias, entre outras, bem como várias localizações em Madrid.

Por outro lado, a empresa também está focada no restyling. Já em 2023, foram realizadas um total de 45 atualizações, devido, segundo a Restalia, “à elevada vida média das instalações e à necessidade de continuar a atualizar a imagem das diferentes marcas para continuar a oferecer uma imagem fresca e atual”. Para 2024, continuará a ser uma prioridade máxima e, para além dos 5 restylings já realizados durante o primeiro trimestre, o objetivo é realizar mais de 15 antes do verão.

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Novo Governo reúne hoje, pela primeira vez, com direção do Banco de Fomento

A assembleia geral para aprovação de contas de 2023 do Banco de Fomento está programada para maio. Economia e Finanças vão ouvir ponto de situação da instituição.

Os Ministérios da Economia e das Finanças vão reunir esta quarta-feira, pela primeira vez, com o board do Banco de Fomento, apurou o ECO. O objetivo é “ouvir” a equipa de Celeste Hagatong e Ana Carvalho e tomar o pulso ao ponto de situação da instituição. Apesar de o plano de atividade para 2024 já estar aprovado, o novo Executivo poderá pedir algum tipo de ajustamentos.

Apesar da mudança de Executivo, o modelo de funcionamento da instituição mantém-se, ou seja, numa tutela partilhada entre Economia e Finanças. Os acionistas do banco são o IAPMEI, a Aicep, o Turismo de Portugal e a Direção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). E, por isso, no dia em que o programa de Governo será aprovado em Conselho de Ministros, terá lugar o primeiro encontro com a tutela.

O Banco Português de Fomento ainda não aprovou as contas de 2023 em assembleia-geral. Esta está prevista para maio, avançou ao ECO fonte oficial da instituição. Recorde-se que as contas de 2023 foram passadas a pente fino (tal como as de 2021 e 2022) por auditores independentes. Em causa estavam as “fragilidades” identificadas “em procedimentos de gestão e controlo interno” e que afetaram negativamente os resultados de 2022.

Mas, o plano de atividades e orçamento para 2024 já “foi recentemente aprovado”, acrescentou a mesma fonte. Um passo que permitiu à instituição ter orçamento para continuar a trabalhar independentemente da evolução da situação política, que poderia paralisar o banco. Uma das preocupações da presidente executiva era chegar a 1 de janeiro de 2024 e deixar de ter orçamento aprovado. Foi, aliás, essa preocupação que levou à realização, em contrarrelógio, da reestruturação da instituição.

Em outubro, Ana Carvalho dizia: “A única certeza que temos enquanto organização é até ao dia 31 de dezembro. Daí em diante não sei. Agora posso contratar pessoas e iniciar os processos de contratação pública para apoiar esta alteração”, explicou a CEO, acrescentando que iam entregar “agora um plano de atividade para 2024”. “Mas não controlo os timings de aprovação, essa é a parte dura”, desabafou, explicando que não era possível saber quando seria aprovado o novo orçamento. Declarações feitas semanas antes de o primeiro-ministro António Costa apresentar a demissão precipitando a realização de eleições. Mas para não deixar a instituição num limbo, antes da passagem de pasta foi aprovado o orçamento para 2024.

Quanto ao plano de atividades, só depois de ouvir o board do banco serão tomadas decisões sobre eventuais necessidades de ajustamento. De acordo com o último balanço público, um ano e meio após o lançamento no terreno, o Programa Consolidar chegou a 15 empresas, nas quais foram investidos 83,1 milhões de euros, colocando a taxa de execução deste programa em 8,5%. E estão contratadas 15 capitais de risco no âmbito do Programa de Venture Capital. Além disso, escolheu mais duas, após uma reafetação de verbas, e já foi feito o primeiro investimento.

No âmbito do Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal há duas empresas cujo investimento foi aprovado: a Mota Engil Renewing e a Turbalvoroço. Em causa está um investimento de 12,39 milhões de euros. Por outro lado, a lista de beneficiários finais do Programa de Recapitalização Estratégica revela que já estão comprometidos 126,3 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência. Recorde-se que todos estes programas têm de estar executados até 2026, dado que são financiados pelo PRR.

Recorde-se que no programa eleitoral da AD havia várias ideias específicas para o Banco de Fomento, nomeadamente, reforçar o seu balanço para poder apoiar projetos estruturantes, com custos mais elevados e maturidades mais longas, e admitia ponderar a abertura da estrutura acionista da instituição a privados.

O documento sugeria ainda que o banco seja dotado de “um modelo de governação sólido, que equilibre a necessidade de acomodar prioridades políticas na orientação estratégica, com total autonomia e independência na implementação dessas prioridades e capacitação técnica e financeira”.

A AD considerava também que é “crucial assumir politicamente a necessidade” de investir nos recursos do BPF sejam eles humanos – “com elevada credibilidade, competência e experiência” – ou financeiros que garantam independência e capacidade operacional à instituição.

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“Não são só os professores”. Inspetores da ACT também querem discutir recuperação de anos congelados

Recuperação do tempo de serviço, concursos para progressão, revisão da carreira e o fim de ações "que muitas vezes não levam a nada que não campanha política". É isto que inspetores exigem ao Governo.

A discussão acerca da recuperação do tempo de serviço tem tido os professores como protagonistas, mas estes não são os únicos funcionários públicos para quem este continua a ser um tema particularmente quente. Os inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), por exemplo, adiantam ao ECO que este será um dos assuntos que vão querer discutir com a nova ministra Maria do Rosário Palma Ramalho.

“Também tivemos a carreira congelada, não foram só os professores“, atira a presidente do Sindicato dos Inspetores do Trabalho (SIT), em conversa com o ECO.

No programa eleitoral da Aliança Democrática (coligação que juntou o PSD, o CDS e o PPM), estava a promessa de recuperação integral do tempo de serviço congelado (embora de forma faseada), mas apenas se referiam os docentes.

Ora, Carla Cardoso sinaliza que a recuperação do tempo de serviço será uma das prioridades também dos inspetores do trabalho na legislatura que agora se inicia. Isto além de “acabar com as ações desadequadas, que muitas vezes não levam nada a não ser campanha política“.

“Passei estes últimos anos a dizer que a ACT foi utilizada muito para propaganda política do Governo“, realça a sindicalista, que defende que algumas das grandes ações de fiscalização serviram mais para que a então ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, tivesse “números para apresentar”.

Foi o que aconteceu, detalha a líder do SIT, com a ação para a fiscalização do trabalho nas plataformas digitais — os inspetores chegaram a denunciar pressões internas, nesse âmbito –, mas também com as ações levadas a cabo durante o período da pandemia e, mais recentemente, com as ações relativas aos falsos recibos verdes.

Aliás, agora que o número 2 da Praça de Londres mudou de residentes, a grande ação contra os falsos recibos verdes “parou”, indica Carla Cardoso. “Obviamente que essa matéria continua a ser abordada na ação comum” da ACT, garante a sindicalista, mas as inspeções focadas só nesse tema já terminaram.

No final de fevereiro, a inspetora-geral da ACT adiantou que 16% das empresas que tinham sido notificadas (cerca de dez mil) por terem falsos recibos verdes regularizaram os vínculos, reconhecendo-os como trabalhadores dependentes.

Maria Fernanda Campos assegurou que seriam feitas novas inspeções, para perceber se, nas demais situações, estavam em causa falsos recibos verdes, como sinalizavam os indícios inicialmente recolhidos, ou verdadeiros trabalhadores independentes.

O ECO pediu à ACT um balanço dessa inspeção, mas não recebeu os dados até à publicação deste artigo.

Inspetores pedem “menos ingerência” do Governo na ACT

A anterior ministra do Trabalho conta no currículo com uma passagem pela ACT, como inspetora, mas nem por isso deixou de ser criticada por parte dos inspetores que estão no ativo. Ao ECO, a presidente do sindicato que os representa reitera as queixas que se foram ouvindo ao longo dos últimos anos, realçando que “houve uma grande ingerência política” da parte do Governo na ACT.

“Temos a expectativa de que a intromissão agora seja menor. A expectativa é que a nova ministra tenha uma postura diferente, por ser independente e não ter tanta necessidade de fazer propaganda política“, afirma Carla Cardoso.

A expectativa é que a nova ministra tenha uma postura diferente, por ser independente e não ter tanta necessidade de fazer propaganda política.

Carla Cardoso

Presidente do SIT

Além dos temas já referidos, os inspetores do trabalho também querem discutir com Maria do Rosário Palma Ramalho a hipótese de serem abertos concursos para a progressão dos inspetores que “ficaram de fora” no último ano, mas também a revisão da carreira, e o suplemento previsto para estes funcionários públicos.

Para já, ainda não têm, porém, reunião marcada com o novo Ministério do Trabalho. “Entendemos que temos de dar algum espaço para que as pessoas tomem conta das pastas“, remata Carla Cardoso.

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Da nova administração ao dividendo. Conheça os temas que vão à mesa da Assembleia Geral da EDP

Novos administradores, as respetivas remunerações, um dividendo maior e um nome mais curto. Conheça as principais propostas que vão ser votadas na Assembleia Geral de Acionistas da EDP.

Os acionistas da EDP são chamados a reunir-se na manhã desta quarta-feira, 10 de abril. Fique aqui a par dos principais tópicos que irão passar pela mesa da Assembleia, e procurar a respetiva aprovação.

Novo Conselho Geral e de Supervisão

Enquanto a gestão executiva da empresa (Conselho de Administração Executivo — CAE) se deverá manter inalterada, sendo apenas alvo de um “voto de de confiança”, o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da empresa deverá ver nomeados novos membros. António Lobo Xavier, tal como o ECO avançou em primeira-mão, encabeça a lista do CGS, no papel de presidente. Além de Lobo Xavier, são novos no conselho de supervisão os nomes de Alicia Reyes Revuelta, que fez currículo essencialmente o setor financeiro, Gonçalo Moura Martins, presidente executivo da Mota-Engil, María José García Beato, que se moveu essencialmente na área da justiça espanhola, Sandra Maria Santos, ex-CEO da nortenha BA Glass, Stephen Vaughan, consultor financeiro na área de energia, e Lisa Frantzis, diretora geral de uma empresa de renováveis com a atividade focada nos Estados Unidos.

EDP deixa cair o “Energias de Portugal”

No âmbito de uma revisão dos estatutos da empresa, é proposta a alteração do nome da empresa, que passará de “EDP – Energias de Portugal” unicamente para “EDP”. Esta mudança tem como objetivo, indica o documento, simplificar a imagem e ajustar a denominação “a uma empresa cada vez mais global”, assim como “ao conhecimento generalizado da marca”.

Menos executivos e com a pasta da sustentabilidade

A EDP pretende passar a ter limite mínimo de três elementos como executivos, em vez dos cinco membros que anteriormente eram exigidos pelos estatutos. No máximo, esta equipa pode contar com nove membros e o presidente executivo terá um voto de qualidade em caso de empate. É este órgão, o CAE, que deverá passar a acompanhar os temas de sustentabilidade, já que se propõe a eliminação do Conselho de Ambiente e Sustentabilidade, um “corpo social com funções meramente consultivas”. Também o CGS, ou uma comissão especializada designada pelo mesmo, deverá “monitorizar e desafiar” estes temas.

Remuneração da administração

Na proposta que vai à Assembleia Geral, é definida, para o triénio que se inicia em 2024, uma remuneração anual bruta de 592.000 euros para o presidente do CGS, enquanto os respetivos vogais terão direito a 80.500 euros por ano, um montante que pode crescer no caso de integrarem comissões específicas dentro do CGS. O presidente da Mesa da Assembleia Geral contará com 30.000 euros anuais para desempenhar esta função. Em paralelo, o conselho de administração executivo da EDP arrecadou 10,25 milhões de euros em 2023, 18,6% acima dos 8,58 milhões do ano anterior, de acordo com o relatório de remunerações que foi publicado no mesmo dia das propostas para a Assembleia Geral, e que vai ser apreciado na mesma sede.

Contas fechadas e dividendo aumentado

Como é habitual nestas reuniões, vão a aprovação as contas do ano transato, neste caso 2023. No ano passado, a EDP lucrou 952 milhões de euros, mais 40% face ao ano anterior, “suportado pela recuperação da produção hídrica em Portugal para níveis em linha com a média histórica (após a seca extrema de 2022), o aumento de resultados provenientes do Brasil, onde a EDP passou a deter 100% da sua subsidiária EDP Brasil, assim como os ganhos em transações de rotação de ativos renováveis em Espanha, Polónia e Brasil”, justificou a elétrica.

Na sequência, depois de vários anos na fasquia dos 19 cêntimos, a EDP propõe a subida do valor do dividendo. Os acionistas da cotada deverão receber 19,5 cêntimos por ação relativamente ao exercício de 2023.

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Quatro anos depois, Stilwell renova liderança numa EDP cada vez mais renovável

Os últimos quatro anos foram de crescimento, mas também de alguns obstáculos para a EDP, que foi reforçando a aposta nas renováveis enquanto lidava com uma pandemia, uma crise energética e secas.

Miguel Stilwell de Andrade, oficialmente na liderança da EDP desde o início de 2021, prepara-se para terminar um mandato no qual se deparou com uma pandemia e uma crise energética, mas no qual ainda assim a empresa cresceu, sobretudo apoiada no negócio de energias renováveis, que cada vez mais se impõe entre as atividades do grupo.

Esta quarta-feira, na Assembleia Geral de Acionistas, o Conselho de Administração Executivo é reeleito quase inalterado, com Stilwell à cabeça e, a seu lado, Vera Pinto Pereira, Ana Paula Marques, Rui Teixeira e Pedro Vasconcelos, depois de Miguel Setas ter abdicado dos comandos da EDP Brasil no ano passado. Pela frente, têm o desafio de multiplicar a capacidade renovável da EDP e terminar a geração a carvão, trilhando um caminho mais verde, numa altura em que o contexto de preços não é o mais favorável para o setor das energias limpas.

Foi em janeiro de 2021 que, após um período de transição na liderança da elétrica portuguesa, Miguel Stilwell de Andrade foi nomeado CEO do grupo EDP e da EDP Renováveis. Stilwell de Andrade, que anteriormente tinha a seu cargo as Finanças do grupo, estava desde o mês de julho do ano anterior na liderança, mas como CEO interino. Foi-lhe atribuído esse papel na sequência do afastamento da anterior gestão, encabeçada por António Mexia, na EDP, e João Manso Neto, na EDP Renováveis. Um afastamento ditado pelas suspeitas de que eram alvo no âmbito de um processo judicial, conhecido como Caso EDP.

O novo capítulo que se abriu, no qual Stillwell acumulou as funções de líder da EDP e da respetiva subsidiária de energias limpas, refletiu “o peso crescente da EDPR dentro do Grupo EDP e as expetativas de crescimento existentes, que serão cruciais para o futuro desenvolvimento do grupo”, lia-se num comunicado emitido à data. Outro elemento que passou a ser comum na liderança de ambas as empresas do grupo foi Rui Teixeira, que assumiu a pasta das Finanças.

“Somos, com orgulho, uma das empresas de energia mais sustentáveis do mundo, com mais de 85% da nossa energia gerada a partir de fontes renováveis. E queremos ir mais longe – deixar totalmente a geração a carvão até 2025, ser totalmente verdes até 2030, e atingir a neutralidade carbónica até 2040”, destaca-se na mensagem que o CEO deixou na apresentação dos últimos resultados, relativos a 2023.

"Somos, com orgulho, uma das empresas de energia mais sustentáveis do mundo, com mais de 85% da nossa energia gerada a partir de fontes renováveis. E queremos ir mais longe – deixar totalmente a geração a carvão até 2025, ser totalmente verdes até 2030, e atingir a neutralidade carbónica até 2040”

Miguel Stilwell de Andrade

CEO da EDP e EDP Renováveis

O grupo EDP tem várias áreas de negócio. Além da geração de energia, que assenta de momento, sobretudo, em energias renováveis, atua também como comercializadora e é ainda detentora de redes elétricas. No entanto, as energias renováveis têm ganho tanto protagonismo que, numa chamada com analistas a propósito da apresentação de resultados da subsidiária EDP Renováveis, Stilwell admitiu que é frequentemente discutida a hipótese de combinar a EDP com a EDP Renováveis numa única entidade, embora considere que, neste momento, não estão reunidas condições para que tal movimento aconteça.

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O segmento renovável é de facto aquele que tem mais expressão nas receitas da EDP (ver gráfico). O primeiro mandato de Stilwell terminou com uma subida abrupta nos lucros, de 40% em 2023, embora o ano anterior a subida tenha sido muito ligeira e em 2021 se tenha registado mesmo uma quebra. Já o investimento tem vindo a subir consistentemente, e a dívida líquida tem-no acompanhado nos últimos dois anos, depois de ter descido ao nível mais baixo em 14 anos.

O “adeus” ao carvão e “olá” a renováveis em novos mercados

O ano de 2020 ficou marcado não só pela nomeação de Stilwell como CEO interino, mas também pela decisão da EDP de antecipar o processo de encerramento das centrais a carvão na Península Ibérica. E foi em julho que anunciou ter chegado a acordo para a compra da espanhola Viesgo, por 2,7 mil milhões de euros, acompanhada da emissão de mil milhões de euros em novas ações.

O ano seguinte abriu com um marco histórico a nível nacional: a central térmica de Sines deixou de produzir eletricidade a carvão, depois de 35 anos de atividade. Pouco depois, em fevereiro, a energética comprometeu-se a libertar-se da geração a carvão, até 2025, e tornar-se 100% verde até 2030. Um mês depois, o conselho de administração aprovou um aumento de capital da EDP Renováveis de 1,5 mil milhões de euros.

Mas nem tudo foram novidades positivas. 2021 terminou com uma quebra de 18% nos lucros, que não passaram dos 657 milhões de euros. Para isto, contribuíram as imparidades associadas ao portefólio de centrais térmicas no mercado ibérico, mas também a subida dos preços grossistas da energia nos mercados internacionais e, por fim, o desempenho abaixo da média das barragens na Península Ibérica.

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A falta de água voltou a ser um assunto em 2022, ano em que os lucros subiram apenas ligeiramente, na sequência da seca extrema vivida em Portugal nos primeiros nove meses do ano, mas também pelo registo de imparidades associadas a centrais térmicas ibéricas e no Brasil.

Foi, contudo, um ano de expansão. Através da parceria com a Engie, sob a insígnia Ocean Winds, a EDP lançou-se na energia eólica offshore na Escócia e nos Estados Unidos, nos primeiros dois meses do ano (para, em dezembro, conseguir novo negócio nos Estados Unidos). Ainda fevereiro não tinha acabado, fechou o acordo para a compra da Sunseap, de Singapura, através da qual se lançou no mercado asiático, na área do solar. Em julho, o braço das renováveis voltou a agarrar novo território, a Alemanha e os Países Baixos, com a aquisição da Kronos Solar.

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No que toca a inovação, destacou-se a inauguração do parque solar flutuante da EDP na barragem do Alqueva, e a produção da sua primeira molécula de hidrogénio verde no Brasil, no âmbito de um projeto-piloto. Por fim, 2022 foi ano de mudar de cara. A EDP lançou uma nova identidade, refrescando a imagem, e abandonando o antigo logótipo vermelho para dar lugar ao azul, verde e roxo.

EDP apresenta rebranding da marca - 02JUN22

2023, o ano da grande expansão

Chega 2023, um ano em que a EDP deu um salto nas metas e nos lucros. Esta última rubrica disparou 40% para os 952 milhões de euros. A ajudar, esteve a recuperação na capacidade das barragens em Portugal, que regressaram a níveis em linha com a média histórica, mas também o aumento dos resultados da EDP Brasil.

A recolha de mais receita do outro lado do oceano seguiu-se à oferta pública de aquisição lançada sobre a subsidiária brasileira, a qual passou a ser detida na totalidade pela EDP em agosto. Para financiar esta operação, em março, a EDP fez um aumento de capital de mil milhões. Em paralelo, emitiu a mesma quantia para financiar parcialmente o plano de crescimento da EDP Renováveis. É que março foi também o mês de renovar a ambição, com o lançamento de um novo – e ainda atual – plano estratégico, para o triénio 2023-2026.

Mas, novamente, nem tudo são boas notícias. A pesar negativamente nos resultados da EDP do ano passado estiveram imparidades na central a carvão de Pecém, no Brasil, e nas centrais de ciclo combinado em Portugal, mas também o atraso nos projetos eólicos na Colômbia. Estes últimos contribuíram para uma quebra para metade nos resultados da EDP Renováveis, que também saiu prejudicada pela queda a que se assistiu nos preços da venda da eletricidade no mercado grossista, já longe dos picos de 2022.

2024 começa com o pé esquerdo

No conjunto dos três anos sobre os quais se debruça o plano estratégico, a EDP planeia investir 25 mil milhões de euros, 85% dos quais em energias renováveis, e assim adicionar 4,5 gigawatts de capacidade por ano. Estes compromissos são assumidos numa conjetura desafiante: os preços no mercado grossista da eletricidade, onde produtores vendem a eletricidade aos comercializadores, têm caído a pique desde os máximos de 2022, pressionando o setor renovável, com receitas menos atrativas. Em paralelo, a inflação faz crescer o custo dos projetos, as taxas de juro crescentes prejudicam o custo de financiamento.

Nos mercados, o valor das cotadas do grupo EDP, EDP e EDP Renováveis, tem vindo a decrescer nos últimos quatro anos — cerca de 30% — e sofreu um rombo mais pronunciado no primeiro trimestre deste ano. O grupo, no seu conjunto, perdeu mais de 10 mil milhões de euros em capitalização bolsista no trimestre que acaba de terminar, tal como o ECO analisa mais em pormenor neste artigo.

É este o pano de fundo para a Assembleia Geral de Acionistas que se realiza esta quarta-feira, e na qual se vai votar a eleição de um novo Conselho Geral de Supervisão, com António Lobo Xavier como presidente, e outros itens como a retirada do “Energias de Portugal” do nome da EDP, uma empresa que passou de 19 mercados em 2020 para os 29 nos quais está presente atualmente, e pretende continuar a aumentar a sua pegada global.

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EDP atingiu metas do mandato apesar do “contexto imprevisível”, diz CEO

Miguel Stilwell de Andrade diz ao ECO que o mandato foi marcado pela pandemia e pela crise energética, mas explica que a empresa aplicou um plano estratégico robusto para atingir os objetivos.

Miguel Stilwell d'Andrade, CEO da EDP, em entrevista ao ECO/TVI24 - 02MAR21

A EDP EDP 0,71% conseguiu atingir metas financeiras e de transição energética durante o mandato de três anos que termina esta quarta-feira com uma Assembleia Geral, apesar de ter sido um período que foi marcado por um contexto imprevisível a nível global, afirma ao ECO o CEO da empresa, Miguel Stilwell de Andrade.

“Nos últimos três anos, a EDP reforçou claramente a ambição de liderar a transição energética globalmente, com um plano estratégico robusto, um portfólio diversificado e resiliente e ações tangíveis rumo a um futuro mais sustentável”, refere o CEO, que deverá ser nomeado pelos acionistas por mais um mandato na reunião magna.

“Intensificámos o investimento em renováveis e tecnologias emergentes, apostámos no desenvolvimento e modernização das nossas redes e tornámo-nos um parceiro valioso dos nossos clientes na descarbonização – sempre impulsionados pela inovação e pelo talento das nossas pessoas”, sublinha.

Alcançámos estas metas norteados por um sentido de missão que promove uma transição energética justa e inclusiva e segue as melhores práticas. E fizemo-lo num contexto imprevisível: enfrentámos uma pandemia, uma crise energética global, um cenário macroeconómico desafiante e um contexto geopolítico instável.

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO da EDP

O triénio 2021-2024 é o primeiro mandato completo de Stilwell de Andrade à frente da EDP, depois de em julho de 2020 ter sido nomeado CEO interino após a suspensão de funções de António Mexia no âmbito do processo dos CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual). Antes disso, o gestor, que está na empresa há quase 24 anos, tinha sido gestor financeiro (CFO) entre 2018 e 2021.

Segundo Stilwell de Andrade, os resultados do mandato são visíveis. “Em 2023 completámos dois aumentos de capital muito bem-sucedidos e encerrámos o ano com uma posição financeira sólida”, refere, sublinhando ainda que o grupo consolidou a posição global através dos hubs na Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia-Pacífico.

Atingimos 26,6 gigawatts (GW) de capacidade instalada, dos quais 86% renováveis, demos importantes passos para alcançar a meta de sermos neutros em carvão até 2025, temos já quase 390 mil quilómetros de redes de distribuição e transmissão e nas quais planeamos investir mais mil milhões de euros este ano”, vinca.

Outros marcos incluíram o reforço da posição em segmentos como a geração distribuída, tendo atingido já uma capacidade instalada de 1,6 GW. “A EDP foi uma vez mais reconhecida como a elétrica mais sustentável do mundo pelo índice S&P Dow Jones Sustainability Index, “o que nos deixa muito orgulhosos do caminho que estamos a percorrer”, diz.

“Alcançámos estas metas norteados por um sentido de missão que promove uma transição energética justa e inclusiva e segue as melhores práticas”, acrescenta o CEO.

“E fizemo-lo num contexto imprevisível: enfrentámos uma pandemia, uma crise energética global, um cenário macroeconómico desafiante e um contexto geopolítico instável”, conclui.

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